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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA

    ESPECIALIZAO DE ARQUITETURA EM SISTEMAS DE

    SADE

    IZABELA PINHO PERIM

    ERGONOMIA PARA OS MOBILIRIOS DE SALAS CLNICAS

    DOS CIRURGIES DENTISTAS

    SALVADOR-BAHIA

    2008

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA

    ESPECIALIZAO DE ARQUITETURA EM SISTEMAS DE

    SADE

    IZABELA PINHO PERIM

    ERGONOMIA PARA OS MOBILIRIOS DAS SALAS CLNICAS

    DOS CIRURGIES DENTISTAS

    Monografia apresentada ao Curso de Especializao da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para a obteno do Ttulo de Especialista em Arquitetura em Sistemas de Sade. Orientador (a): Fabio Bitencourt

    SALVADOR-BAHIA 2008

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    000:000 Perim, Izabela Pinho S000 Ergonomia para os mobilirios da sala clnica do cirurgio dentista Salvador/BA/ Izabela Pinho Perim - Salvador: Izabela Pinho Perim, 2007.

    39f.: il.

    Monografia (Especializao) Programa de Ps-Graduao em Arquitetura.

    Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Arquitetura , 2007.

    1. Arquitetura Hospitalar 2. Arquitetura e Sade I. Ttulo II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de

    Arquitetura III. Monografia.

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    IZABELA PINHO PERIM

    ERGONOMIA PARA OS MOBILIRIOS DAS SALAS CLNICAS

    DOS CIRURGIES DENTISTAS

    MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAO submetida em satisfao parcial dos requisitos ao grau de

    ESPECIALISTA EM ARQUITETURA DE SISTEMAS DE SADE

    Cmara de Ensino de Ps-Graduao e Pesquisa da

    Universidade Federal da Bahia

    Aprovado: Comisso Examinadora

    ...........................................................

    ...........................................................

    ...........................................................

    Data da Aprovao: ......./......./......... Conceito:

  • v

    Dedico essa monografia a meus pais, que me proporcionaram a realizao da Especializao, acreditando sempre no meu potencial

  • vi

    RESUMO

    As doenas decorrentes da relao de trabalho, como o DORT (Doenas Osteomoleculares Relacionadas ao Trabalho), vm atingindo diversos profissionais, dentre os quais, os cirurgies dentistas. Estabelecendo-se os parmetros dessas doenas possvel perceber seu relacionamento com o ambiente inadequado para o exerccio do trabalho, principalmente no que tange a postura corporal do indivduo. Diante dessa questo, o presente trabalho busca demonstrar que o fato de o cirurgio dentista exercer a sua profisso enquanto est sentado no o livra de casos de fadiga e tenso no corpo. Ainda, partindo deste princpio e na tentativa de mudar esse quadro, busca-se, aqui, amenizar essas doenas decorrentes da relao de trabalho na clnica do cirurgio dentista com base na cincia da Ergonomia numa abordagem Antropomtrica. O estudo feito com abordagens interdisciplinares que buscam adequar os mobilirios, as ferramentas e os instrumentos do ambiente de trabalho com a postura ideal para este profissional exercer sua atividade laboral, ou seja, busca-se adaptar o ambiente de trabalho ao homem, atravs da racionalizao dos movimentos, melhores posturas e do dimensionamento do espao de trabalho, levando em considerao as diversas dimenses dos segmentos corporais, proporcionando aos dentistas um maior rendimento e menor estafa e, resultando num aumento da produtividade. Para que isso ocorra necessrio perceber que os movimentos, a posio e a organizao do trabalho desempenhado pelo profissional interferem diretamente em seu ambiente de trabalho, dessa forma, a anlise dos mobilirios existentes no mercado, buscando os que mais se adaptam realidade e s necessidades do profissional, gera uma melhora na sade e na qualidade de vida. Por isso, o presente trabalho estuda os movimentos freqentemente praticados pelos cirurgies dentistas e tambm a posio que habitualmente utilizam no exerccio da profisso. Alm disso, retrata a atuao do auxiliar desse dentista, que deveria contribuir para evitar o desgaste fsico desses profissionais, mas por tambm se utilizarem de postura e movimentos inadequados nas clnicas odontolgicas acabam por prejudicar aquele que exerce a atividade principal. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho propor a utilizao adequada dos mobilirios do paciente, dos dentistas e seus auxiliares com a disposio correta do mobilirio nas salas clnicas. Por fim, conclui-se, aqui, que o estudo das salas clnicas dos cirurgies dentistas com base na Ergonomia contribuem para evitar as doenas decorrentes da relao de trabalho, o que ocorre com a disposio correta dos mobilirios nas salas clnicas, se adaptando no apenas a conduta do cirurgio dentista, mas tambm a do paciente e, muitas vezes, a do auxiliar do dentista.

    Palavras-chaves: doenas decorrentes das relaes de trabalho; ergonomia;

    cirurgies dentistas; mobilirios; salas clnicas

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    ABSTRACT

    Diseases causes by work relations, one of then calls CTD (Cumulative Trauma Disorders), are occurring many professionals, like the surgeon dentist. Setting up the parameters of those diseases it is possible to realize that they are all related to an inappropriate environment, mainly, when its about individual body posture. Thinking about this question, this paper try to demonstrate that while the surgeon dentist does his job seat does not make him free o fatigue and body tension. Still, from this principle and trying to change this picture, searching away study those diseases cause by work relations in the surgeon clinic, based on the science of Ergonomics in an Anthropometric approach. This study is made with interdisciplinary approaches, that try to match movable, tools and instruments of working environment with the ideal posture for this professional execute his job, wanting to adapting the work environment to man Through rationalization of movements, better postures and the size of work area through various dimensions of body segments, giving to surgeon dentist a better performance and resulting in increased productivity. For this to occur, it is necessary to realize that as the movements, the position and organization of work professional by this professional interfere directly in his work environment, this way, the analysis of movable existent in the market, looking for those witch best adapt to reality and professional needs, creating an improvement in health and life quality. Therefore, this paper studies movements often practiced by surgeon dentist and also the usual position that they stay during the work. Furthermore, it shows the acting of surgeon dentist helper, witch should helps to avoid the physical wear of those professionals, but also by using wrong posture and movements, this resulting in an injury of main activity. In this context, the objectivity of this paper is to propose the proper use of the movables to the patient, surgeon dentist and his helper witch current disposition movables in clinic rooms. Finally, concludes that study clinic rooms of surgeon dentist based on Ergonomics helps to prevent the diseases current from work relationships, witch is possible with the correct position of movables in clinic rooms, adapting no only the conduct of surgeon dentist, but also their patients and, often, his helper. Key-Words: diseases causes by work relations; ergonomics; surgeon dentist; movable; clinic rooms

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    SUMRIO

    LISTA DE TABELAS 1 LISTA DE FIGURAS 1 LISTA DE FOTOS 1 APRESENTAO 2 1. INTRODUO 3 2. SADE DO CIRURGIO DENTISTA EM DETRIMENTO DO TRABALHO 4 3. ERGONOMIA 6 3.1 ANTROPOMETRIA NA ERGONOMIA 7 4. ERGONOMIA NA ODONTOLOGIA 9 4.1 MOVIMENTOS 10 4.2 POSIES 11 4.3 MOBILIRIO 13 4.3.1 MOBILIRIO DO PACIENTE 14 4.3.2 MOBILIRIO DO CIRURGIAO DENTISTA 16 4.3.3 MOBILIRIO DA AUXILIAR 19 4.4 DISTRIBUIO DOS MOBILIRIOS NA SALA CLINICA 21 5. CONCLUSO 32 REFERNCIAS 34 ANEXO 35

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    LISTA DE TABELAS TABELA 1- MOVIMENTOS DOS CIRURGIES DENTISTAS 10 TABELA 2- CLASSIFICAO DOS MOBILIRIOS DE ACORDO COM QUEM UTILIZA 14 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1- DEMARCAO DAS POSIES PELAS HORAS DO RELGIO 12 FIGURA 2- ESQUEMA GRFICO ISSO/ FDI 22 FIGURA 3- CLASSIFICAO DA POSIO DO EQUIPO E DA UNIDADE AUXILIAR PARA O PROFISSIONAL DESTRO

    24

    FIGURA 4- CLASSIFICAO DA POSIO DO EQUIPO E DA UNIDADE AUXILIAR PARA O PROFISSIONAL CANHOTO

    25

    FIGURA 5- PLANTA N1 27 FIGURA 6- PLANTA N2 28 FIGURA 7- PLANTA N3 29 FIGURA 8- PLANTA N4 30 FIGURA 9- PLANTA CLINICA 31 LISTA DE FOTOS FOTO1- CADEIRA ODONTOLGICA 15 FOTO2- CADEIRA ODONTOLGICA NA POSIO SUPINA 15 FOTO3- EQUIPO MVEL DO CIRURGIO DENTISTA 16 FOTO4- MOCHO COM 5 RODIZIOS E ENCOSTO 17 FOTO5- REFLETOR FIXO NA CADEIRA JUNTO COM A CUSPIDEIRA 18 FOTO6- PIA DO CIRURGIO DENTISTA 19 FOTO7- MVEL FIXO 20 FOTO8- MVEL FIXO COM RMARIO MVEL ACOPLADO 21

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    APRESENTAO

    Nos ltimos anos tem ocorrido, no mundo todo, uma preocupao com as

    doenas decorrentes da relao de trabalho, que acabaram se tornando um mal do

    mundo moderno. O que ocorre que muitos profissionais das mais diversas reas so

    afetados por esse mal, porm, uns so mais atingidos que outros. Com base nisso,

    muitos so os estudos que se preocupam na preveno dessas doenas ou que buscam

    facilitar a vida daqueles que adquiriram algum tipo delas, diminuindo os efeitos dos

    males causados ou at mesmo os curando.

    Diante dessa realidade, o presente trabalho se mostra bastante atual, pois estuda

    solues no ambiente de trabalho para prevenir as doenas decorrentes da relao de

    trabalho do cirurgio dentista. Dentro os vrios estudos feitos para contribuir com o

    combate a essas doenas, este possui uma vertente baseada na cincia da Ergonomia,

    que se refere as leis que regem o trabalho, no caso, especificamente, a Ergonomia est

    voltada para o estudo dos mobilirios das salas clnicas dos cirurgies dentistas. Outra

    cincia utilizada a Antropomtrica, que estuda a natureza fsica do homem.

    Atravs da abordagem cientfica, o presente trabalho utiliza da pesquisa

    bibliogrfica, para demonstrar como a disposio dos mobilirios nas salas clnicas dos

    cirurgies dentistas devem ser organizadas atravs da preocupao funcional.

    Posteriormente, prope como deve ser a utilizao adequada, que se preocupa na

    projeo dos mobilirios para atenderem a real necessidade de movimentao e postura

    dos cirurgies dentistas diante de seus pacientes e auxiliares, no exerccio da sua

    atividade laboral, evitando o surgimento de doenas ocasionadas pela relao de

    trabalho e melhorando no apenas a qualidade do servio mas, principalmente, a

    qualidade de vida.

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    1-INTRODUO

    A sade um bem vital para todo e qualquer ser humano. De fato, no h dvida

    de que, independente da classe social, formao, raa ou mesmo nacionalidade, a sade

    uma das prioridades de todos os seres humanos e, portanto, preocupao inerente a

    toda sociedade. Com efeito, os problemas relacionados a esta rea tm sido objeto

    constante de estudo do homem, direcionado tanto a evitar o surgimento como a prevenir

    a propagao das doenas, visando especialmente a promoo do bem estar do

    indivduo e de toda a coletividade.

    Nesse contexto, ganha importncia a pesquisa relativa s doenas advindas das

    condies de trabalho, em razo do alcance social e coletivo que representam. Cite-se,

    por exemplo, a realidade atual do Japo, onde as condies ultrapassam qualquer limite

    normal de jornada resultando em um alto ndice de doenas dessa espcie. Outrossim, a

    realidade no Brasil no diferente, j que ao longo das ltimas dcadas as doenas

    ocasionadas pelo trabalho vm se propagando de forma rpida, o que tem gerado grande

    preocupao da sociedade.

    Diante de tais constataes, percebe-se a importncia de estudos que se destinem

    a analisar as causas e origem das doenas relacionadas s condies de trabalho, bem

    como a buscar solues prticas para o combate a tais mazelas, seja por meio da

    preveno, seja por meio do tratamento adequado aos profissionais j atingidos. Tais

    estudos tero ainda maior relevncia se levarem em considerao as dificuldades

    especficas enfrentadas por cada categoria profissional. E isso porque, analisando-se

    individualmente as condies de trabalho a que se submetem os mais diversos tipos de

    profissionais, percebe-se mais naturalmente a problemtica que envolve cada um, o que

    facilita sobremaneira a identificao das maneiras de combater e evitar o

    desenvolvimento das referidas doenas profissionais que lhes acometem.

    Ciente do que foi acima exposto, procurou-se, no presente estudo, enfocar

    aspectos relativos rea de trabalho dos cirurgies dentistas, a partir da anlise das

    condies de trabalho a que geralmente se submetem os profissionais desta rea.

    Objetiva-se, assim, possibilitar maneiras de se evitar que essas doenas se propaguem

    neste meio profissional e buscando solues para os que j manifestam o problema. Para

    isso, buscou-se analisar o comportamento dos profissionais nas clnicas cirrgicas,

  • 4

    analisando as posies e movimentos, e propondo solues para os mesmos a partir da

    organizao desse ambiente de trabalho atravs da cincia da ergonomia.

    2- SADE DO CIRURGIO DENTISTA EM DETRIMENTO DO TRABALHO

    Em primeiro lugar, destaque-se que os cirurgies dentistas so, geralmente,

    profissionais da rea liberal, o que habitualmente significa dizer que sua jornada de

    trabalho superior dos outros profissionais, que varia entre seis a oito horas por dia.

    Assim, comum verificar entre profissionais desta rea jornadas dirias de at 12 horas,

    o que certamente influencia no comprometimento do quadro de sade dos mesmos.

    Alm disso, tais profissionais no possuem, em sua maioria, a organizao adequada no

    seu ambiente de trabalho, especialmente no que diz respeito aos mobilirios, o que gera

    diversas mazelas funcionais, especialmente leses nas estruturas osteomusculares

    (tendes, sinovias, articulaes, nervos, msculos).

    Em tempos passados, leses dessa natureza relacionadas ao trabalho eram

    chamadas de LER (Leses por Esforos Repetitivos), termo que surgiu em 1992, na

    Secretaria de Estado de Sade de So Paulo na resoluo SS 197/92 (BRASIL, 2001).

    No obstante, detectou-se, atravs de estudos, que essas leses no so causadas apenas

    pelo esforo repetitivo, motivo pelo qual tal denominao deixou gradualmente de ser

    utilizada.

    As doenas decorrentes da relao de trabalho tm se tornado um fenmeno

    mundial. O Brasil, seguindo a tendncia internacional, passou a adotar o mesmo termo

    utilizado no resto do mundo, qual seja, DORT (Distrbios Osteomoleculares

    Relacionados ao Trabalho), garantindo, alm da unificao do estudo, uma abrangncia

    maior no estudo das doenas profissionais, no se restringindo somente a aquelas

    ocasionadas pelo esforo repetitivo, mas tambm as causas mais comuns do DORT, que

    so os movimentos repetitivos, o esforo, a postura inadequada, a falta de flexibilidade,

    os choques e o estresse emocional (BRASIL, 2001).

    Analisando especificamente a rea odontolgica, tem-se que o trabalho

    geralmente executado pelo profissional enquanto ele est sentado. No entanto, essa

    facilidade no exclui a possibilidade de surgirem problemas posturais nos dentistas,

    razo pela qual a probabilidade de adquirir uma DORT alta entre os profissionais de

    Odontologia. Nesse contexto, uma das solues que se pode sugerir para o controle do

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    avano de tais doenas o aumento significativo do tempo disponibilizado para o

    aprendizado de Ergonomia nas faculdades de Odontologia, de forma a buscar desde

    cedo a preveno para as doenas ocasionadas pelo uso incorreto da postura (BARROS,

    1991).

    Entretanto, somente adotar uma postura correta no elimina a possibilidade de se

    desenvolver DORT. Tratando-se de uma afeco multicausal, no se pode reduzi-la a

    uma causa independente, como movimentos repetitivos ou adoo de posturas estticas

    e fadigantes. O aparecimento de DORT est relacionado com os trs aspectos que

    compem o Contexto de Produo de Bens e Servios: condies de trabalho,

    organizao do trabalho e relaes sociais.

    Embora existam diversas abordagens (Brasil, 2000) para as causas do Dort, h

    um consenso sobre alguns fatores causais e entre eles destacam-se:

    Fatores de Natureza Organizacional: concentrao de movimentos em uma

    mesma pessoa, horas extraordinrias, dobras de turno, ritmo acelerado de trabalho,

    ausncia das pausas necessrias, presso da chefia, entre outros.

    Fatores de Natureza Biomecnica: fora excessiva, alta repetitividade de um

    mesmo padro de movimento, posturas incorretas dos membros superiores, compresso

    das estruturas dos membros superiores, postura esttica, entre outros.

    Fatores de Natureza Psicossocial: presso excessiva para os resultados,

    ambiente de trabalho excessivamente tenso, problemas de relacionamento interpessoal,

    rigidez excessiva no sistema de trabalho, entre outros.

    Fatores de Condies de Trabalho: temperatura, vibrao, mobilirio, rudo,

    iluminao, espao, ferramentas entre outros.

    Para que os fatores (Brasil, 2000; Brasil, 2001) possam ser considerados de risco

    para a ocorrncia de DORT importante que se observe a sua intensidade, durao e

    freqncia. Dentre estes elementos predisponentes, ressalta-se a importncia dos fatores

    de natureza organizacional, isto porque ao se analisar cada um dos referidos fatores

    isoladamente, percebe-se que a forma como o trabalho est organizado produz um

    impacto maior sobre o bem-estar do indivduo quando comparado aos outros fatores.

    Por fim, h que se falar no ambiente de trabalho e sua relevncia para o

    surgimento do DORT, pois toda a multiplicidade de fatores que envolvem o DORT e os

    cirurgies dentistas, na verdade, esto tambm ligadas s disposies dos mveis que

    so disponveis para esse profissional exercer sua funo. Como exposto, essa atividade

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    exige mudana constante de postura e extrema concentrao, assim, se o cirurgio

    dentista exerce seu trabalho em clnicas que no garantem o mnimo de conforto para

    sua atividade, se torna impossvel evitar o desgaste e a fadiga. Por outro lado, com a

    adoo de um ambiente equilibrado, que garanta conforto e bem-estar no exerccio

    dessa atividade, a probabilidade de incidncia do DORT ser indubitavelmente

    amenizada.

    3-ERGONOMIA

    Etimologicamente, o termo ergonomia deriva do Grego (rgon: trabalhos e

    nomos: leis e regras), sendo, assim, definida como as leis que regem o trabalho.

    Historicamente, as pesquisas ergonmicas iniciaram durante a Segunda Guerra

    Mundial, perodo em que os operadores de equipamentos militares foram exigidos ao

    mximo. O termo ergonomia, propriamente dito, surgiu na Inglaterra. Como sinnimo,

    os norte-americanos usaram a denominao human factor ou human engineering

    (DELIBERATO, 2002).

    [...] para compreender a relao homem trabalho necessrio considerar a dimenso histrica e, portanto, recordar as etapas da ergonomia, que cincia recente, se considerada desde o ponto de vista cientifico oficial, porem antiqssima, se considerarmos que o homem tem tido sempre necessidade de inventar ou modificar instrumentos adequados s suas exigncias; recordemos o torno de oleiro ou o cabo da p. Para o campo odontolgico, a broca movida a pedal (BARROS, 1991, p. 52).

    Pode-se definir Ergonomia como uma abordagem cientfica antropocntrica que

    se fundamenta em conhecimentos interdisciplinares, adaptando o ambiente de trabalho

    tanto aos objetivos do sujeito ou grupo, quanto s exigncias das tarefas. Em uma

    definio mais concisa, ergonomia uma cincia do trabalho.

    H duas correntes distintas e complementares que caracterizam a Ergonomia.

    Em primeiro lugar, a Ergonomia dos mtodos e das tecnologias, mais antiga e

    caracteristicamente americana (anglo-saxnica), centrada na contnua necessidade de

    adaptao da mquina ao homem. Essa abordagem anglo-saxnica chamada de human

    factors, e utiliza a cincia para melhorar as condies de trabalho. De outra feita, temos

    a definio mais recente e de origem europia (francofnica) do termo Ergonomia, que

    tem como foco o estudo especfico do trabalho humano, visando adapt-lo ao homem.

    Essa abordagem francofnica voltada para a atividade realizada, centrando-se no

  • 7

    estudo da inter-relao entre o homem e o contexto de produo de bens e servios no

    qual est inserido. (DELIBERATO, 2002).

    Essas duas abordagens da Ergonomia no so contraditrias, mas sim

    complementares, uma vez que a anglo-saxnica realiza suas pesquisas, muitas vezes, em

    laboratrios, e a francofnica em situaes reais de trabalho para verificar os aspectos

    que constituem fatores de desgaste para o trabalhador, ou seja, essas duas correntes

    caracterizam a interao entre a teoria e a prtica da Ergonomia.

    Alm disso, a Ergonomia pode ser classificada em trs tipos. Primeiramente,

    tem-se a Ergonomia de Concepo, onde a contribuio realizada na fase inicial do

    projeto do ambiente, do mobilirio, do equipamento ou do produto e fundamentada na

    experincia e conhecimento do projetista. Em segundo lugar, a Ergonomia de Correo,

    na qual as contribuies devero ser aplicadas em situaes existentes, reais,

    objetivando resolver as causas que produzam danos, deficincias, fadigas, estresse ou

    desconforto ao usurio. Por ltimo, a Ergonomia de Conscientizao, onde as solues

    de muitos problemas no se resumem to-somente a alteraes fsicas, de mobilirio,

    equipamentos ou de ambientes, mas referente ao processo de conscientizao do uso e

    utilizao dos produtos, equipamentos e ambiente atravs de profissionais devidamente

    qualificados para tal procedimento (BITENCOURT, 2007).

    Os conhecimento da Ergonomia no Brasil, chegaram com algum retardo, porm,

    j existem vrios profissionais na rea atualmente. Em 1978 o Ministrio do Trabalho

    publicou a norma NR-17- Ergonomia, sendo que a atual redao foi estabelecida pela

    portaria n 3.751, de 23 de novembro de 1990, do Ministrio do Trabalho

    (BITENCOURT, 2007, p.10). Nos dias de hoje, vrios profissionais atuam nessa rea

    no Pas, tais como: engenheiros, arquitetos, desenhistas industriais, mdicos, psiclogos

    e fisioterapeutas (DELIBERATO, 2002).

    3.2 - ANTROPOMETRIA NA ERGONOMIA

    A antropologia a cincia da humanidade que se preocupa em conhecer

    cientificamente o ser humano na sua totalidade. Devido ao fato de ser um objetivo

    extremamente amplo, que analisa o homem como ser biolgico, pensante, produtor de

    culturas e participante da sociedade.

  • 8

    A antropologia fsica ou biolgica estuda a natureza fsica do homem, ou seja, a

    origem, evoluo, estrutura anatmica, processos fisiolgicos e as diferenas raciais das

    populaes antigas e modernas. Nessa situa-se a antropometria, com o objetivo de

    levantar dados das diversas dimenses dos segmentos corporais (SANTOS, 1997).

    As medidas antropomtricas so de grande aplicabilidade na ergonomia, pois

    contribuem para o dimensionamento do espao de trabalho, que o espao imaginrio

    necessrio para realizar os movimentos requeridos no exerccio profissional. Para

    exemplificar, diga-se que o espao de trabalho para um jogador de futebol o prprio

    campo de futebol e at uma altura de 2,5 m (que a altura de cabeceio). J o espao de

    trabalho de um carteiro seria um slido sinuoso que acompanha a sua trajetria de

    entregas e tem uma seo retangular de 60 cm de largura por 170 de altura. A maioria

    das ocupaes da vida moderna desenvolve-se em espaos relativamente pequenos, com

    o trabalhador em p ou sentado, realizando movimentos relativamente maiores com os

    membros do que com o corpo, de maneira que devem ser considerados vrios fatores

    como: postura, tipo de atividade manual e o vesturio (IIDA, 1991).

    Dentro do espao de trabalho as superfcies horizontais so de especial

    importncia, pois sobre elas que se realizam grande parte das atividades. Na mesa de

    trabalho os equipamentos devem estar corretamente posicionados dentro da rea de

    alcance que corresponde aproximadamente a 35 45 cm com os braos cados

    normalmente e de 55 a 65 cm com os braos estendidos girando em torno do ombro

    (IIDA, 1991). A altura da mesa tambm muito importante, principalmente para o

    trabalho sentado, sendo duas as variveis responsveis para a determinao da sua

    altura: a altura do cotovelo, que depende da altura do assento e o tipo de trabalho a ser

    executado. A altura da mesa, assim, resulta da soma da altura popltea e da altura do

    cotovelo. Com relao ao tipo de trabalho deve-se considerar se este ser realizado no

    nvel da mesa ou em elevao.

    O assento provavelmente, uma das invenes que mais contribuiu para

    modificar o comportamento humano. Muitas pessoas chegam a passar mais de 20 horas

    por dia nas posies sentada e deitada. Da o grande interesse dos pesquisadores da

    ergonomia com relao ao assento. Na posio sentada, o corpo entra em contato com o

    assento apenas atravs da sua estrutura ssea. Esse contato feito atravs das

    tuberosidades isquiticas que so recobertas por uma fina camada de tecido muscular e

    uma pele grossa, adequada para suportar grandes presses. Em apenas 25 cm2 de

  • 9

    superfcie concentra-se 75% do peso total do corpo. Com relao aos assentos, deve-se

    observar os seguintes princpios gerais: 1) existe um assento adequado para cada tipo de

    funo; 2) as dimenses do assento devem ser adequadas s dimenses antropomtricas;

    3) o assento deve permitir variaes de postura; 4) o encosto deve ajudar no

    relaxamento; e 5) assento e mesa formam um conjunto integrado (IIDA, 1991).

    Existem inmeros dados antropomtricos que podem ser utilizados na concepo

    dos espaos de trabalho, moblia, ferramentas e produtos de forma geral, sendo que, na

    maioria dos casos, pode-se utiliz-los no projeto industrial (SANTOS, 1997). Contudo,

    devido abundncia de varireis, importante que os dados sejam os que melhor se

    adaptem aos usurios do espao ou objetos que se desenham. Por isso, h necessidade

    de se definir com exatido a natureza da populao que se pretende servir em funo da

    idade, sexo, trabalho e raa dos indivduos. Muitas vezes, quando o usurio um

    indivduo ou um grupo reduzido de pessoas e esto presentes algumas situaes

    especiais, o levantamento da informao antropomtrica importante, principalmente

    quando o projeto envolve um grande investimento econmico.

    4 - ERGONOMIA NA ODONTOLOGIA

    As primeiras contribuies da Ergonomia no campo da Odontologia destinaram-

    se a melhorar as condies de trabalho dos Cirurgies-Dentistas, criando e

    aperfeioando as ferramentas, os instrumentos e o mobilirio utilizados por esses

    profissionais.

    A primeira grande novidade no campo da Ergonomia voltada para a Odontologia

    se deu com a construo da cadeira operatria do tipo Relax, em 1944, sendo inspirada

    nas poltronas para pilotos de bombardeiros B-29, que proporcionaram ao dentista a

    possibilidade de trabalhar com o paciente na posio sentada ou reclinada, com o

    mnimo de tenso possvel. Em seguida, surgiram as demais inovaes, tais como o

    primeiro mocho1 giratrio, o Posture-Confort-Stool, e a tcnica para suco de alta

    potncia, Washed-Field-Technique, permitindo que o dentista executasse seu trabalho

    com o campo operatrio limpo, boa visibilidade e sem maiores interrupes. (BARROS,

    1993)

    No consultrio Odontolgico todo cirurgio dentista executa uma srie de

    movimentos que devem ser racionalizados dentro dos princpios bsicos da ergonomia,

  • 10

    proporcionando maior rendimento e menor estafa, e resultando em um aumento de

    produtividade. Um exemplo seria um cirurgio dentista lavando as mos em um

    consultrio com pia de torneira comum a trs metros de distncia da cadeira. E o mesmo

    em um consultrio racionalizado, com pia de torneira a pedal ou fotossensvel a 1 metro

    de distncia da cadeira. (BARROS, 1993).

    4-1- MOVIMENTOS

    Os movimentos desempenhados no dia-a-dia dos Cirurgies-Dentistas

    necessitam ser entendidos para, se necessrio, reorganizar todos os materiais com o

    objetivo de atingir condies de trabalho favorveis e eficientes. Os movimentos

    desempenhados pelo Cirurgio-Dentista podem ser classificados em 5 classes de acordo

    com a extenso do movimento, como demonstra a Tabela abaixo.

    Tabela1- Movimentos dos Cirugies Dentistas

    Classificao dos Movimentos dos cirurgies dentistas

    classe movimento exemplo

    I de dedos limagem de conduto

    II de dedos e punhos preparao cavitria

    III de dedos, punhos e cotovelos pegar a caneta de A.R. no equipo

    IV de todo o brao abrir gaveta alem do circulo funcionalV Toroes do corpo e deslocamentos pegar o sugador por cima do cliente

    fonte: BARROS,1991

    Os movimentos IV e V, ou seja, de todo o brao e de tores do corpo e

    deslocamentos, so os de maior esforo e tempo, podendo ser eliminados com a

    utilizao do trabalho de um auxiliar do dentista, que, trabalhando de forma correta,

    consegue eliminar tambm o movimento III, dos dedos, punhos e cotovelos (BARROS,

    1991).

    A maneira mais favorvel de se trabalhar (BARROS, 1995) em Odontologia

    com o trabalho a 4 mos, desde que o mesmo minimize movimentos indesejados e

    acelere a maioria dos procedimentos. A delegao de funes simples ao auxiliar traz

  • 11

    resultados altamente satisfatrios no balano final. Atualmente, a idia de um cirurgio

    dentista trabalhar sem um auxiliar no mais aceita, no entanto, h profissionais que

    ainda o fazem.

    O trabalho a 4 mos abrange um conceito de trabalho em conjunto por uma

    habilidade individual precisa dentro de padres ergonomicamente delineados com o

    intuito de promover produtividade da equipe odontolgica, qualidade nos cuidados com

    o paciente ao mesmo tempo que busca o bem-estar dos profissionais que compem o

    grupo. O trabalho a 4 mos no se configura na simples transferncia de instrumental

    de um profissional para o outro e nem um aumento substancial de velocidade no

    atendimento. Mais do que isso, esse sistema o caminho para um trabalho inteligente e

    eficiente (Finkbeiner, 2000).

    Para muitos Cirurgies-Dentistas e assistentes rotina afirmar que executam o

    trabalho a 4 mos. No entanto, os relatos de estresse fsicos so evidentes, devido

    utilizao inadequada de equipamentos e tcnicas, pois h desconhecimento dos

    conceitos bsicos do trabalho a 4 mos. Os dentistas podem, ainda, ser observados

    realizando tores e virando-se para alcanar instrumentos que esto ao seu lado, pois o

    assistente no est repondo constantemente todo o instrumental necessrio e/ou os

    equipamentos no esto ao alcance do assistente, conseqentemente, o verdadeiro

    trabalho a 4 mos no est sendo efetivamente praticado (BARROS, 1995;

    Finkbeiner, 2000).

    4.2 - POSIES

    A International Standards Organization e Federation Dentaire Internacionale

    (ISO-FDI) classificaram numericamente as posies a serem adotadas pelo Cirurgio-

    Dentista e seu auxiliar durante o atendimento odontolgico. O sistema funciona como

    em um mostrador de relgio imaginrio colocado sobre a cadeira odontolgica,

    apresentando nmero 12 do relgio posicionado na cabea do paciente e o nmero 6 nos

    ps do mesmo. A posio ser ento localizada com base no posicionamento do

    profissional em relao a seu paciente. Normalmente, o profissional destro posiciona-se

    em 7, 9 ou 11 horas e o destro em 5, 3 e 1 horas (PORTO,1994).

    Para o dentista destro, a posio com as costas voltadas para as 7hs e com as

    pernas paralelas a cadeira contra indicada por obrigar o mesmo a inclinar o corpo para

  • 12

    a direita causando prejuzos posturais. A posio 9hs muito adotada por permitir

    trabalhar em viso direta mesmo nas regies de difcil acesso. Nessa posio a perna do

    dentista fica posicionada sob o encosto da cadeira do paciente e do lado direito do brao

    da mesma. Na posio 11hs, por sua vez, o dentista fica atrs do paciente trabalhando

    com boa viso indireta, utilizando espelhos, nessa posio a perna esquerda do dentista

    fica sob o encosto da cadeira (PORTO,1994).

    Para o dentista canhoto a posio muda, assim como a posio dos

    equipamentos, localizando-se esquerda da cadeira do paciente. A posio 5hs no a

    posio ideal, apresentando os mesmos inconvenientes da posio 7hs. Sendo as mais

    indicadas as posies 3 e 1hs, que correspondem s 9 e 11hs do dentista destro

    respectivamente (PORTO,1994).

    J o auxiliar do cirurgio dentista posiciona-se dependendo da posio do

    dentista. Para o dentista destro na posio 7 e 9 h a posio ideal para o auxiliar a 3h,

    onde a sua perna direita fica sob o encosto da cadeira. Na posio 11h, o usado 5h

    para o auxiliar, porm, essa posio possui os mesmos inconvenientes da posio 7h.

    Para o dentista canhoto, o auxiliar fica na posio 7 ou 9hs, sendo que a 7h no uma

    posio adequada para o trabalho. (PORTO, 1994)

    Veja, na tabela abaixo, a ilustrao referentes s posies ora analisadas.

    Figura 1 - Demarcao das posies pelas horas do relgio (visto de cima)\

  • 13

    A melhor posio para o paciente a supina, pois nessa posio a lngua do

    paciente cai para trs cerrando a faringe, podendo a boca ser completamente cheia de

    gua sem que o paciente sinta vontade de engolir. Se algum material escapar da mo do

    profissional as chances de ser engolido pelo paciente so mnimas, pois a sua deglutio

    tecnicamente impossvel. Nesta posio a viso do cirurgio dentista completa, tanto

    da maxila como da mandbula. Sabe-se tambm que o estresse de um paciente na

    posio supina praticamente inexistente, pois nessa posio o desgaste de energia

    praticamente nulo. (BARROS, 1991)

    Algumas normas so necessrias para manter uma postura ergonmica durante

    todo o procedimento clnico, segundo Porto (1994):

    Sentar-se no mocho com as coxas paralelas ao cho, formando um ngulo de 90 com as pernas, ficando os ps bem apoiados no cho;

    Manter as costas retas e apoiadas no encosto do mocho, na regio renal, e a cabea ligeiramente inclinada para baixo;

    Posicionar o cliente deitado na cadeira, de tal maneira que a boca do mesmo fique no mesmo nvel dos seus joelhos;

    Ajustar a altura da cadeira de tal maneira que uma das pernas do dentista possa ser colocada sob o encosto, sem sofrer presso;

    Posicionar o cabeote para baixo, quando o trabalho for realizado na maxila, e para cima e para frente, quando for na mandbula;

    Manter uma distncia de 30cm da boca do cliente; Trabalhar com os cotovelos junto ao corpo ou apoiados em local que esteja ao nvel dos mesmos;

    4.3 - MOBILIRIOS

    Como elemento de trabalho, o equipamento odontolgico pode ser classificado

    de acordo com a pessoa que o utiliza, como mostrado na tabela abaixo.

  • 14

    Tabela 2 - Classificao dos mobilirios de acordo com quem utiliza

    Quem utiliza Elemento

    paciente cadeira odontolgica

    cirurgio- dentista mocho, equipo onde ficam as pontas,

    as seringas, o luminar e o lavatrio

    auxiliar unidades suctoras (inclusive cuspideira), mocho, todos os rmrios e mesas auxiliares

    fonte: Barros 1991

    Nos ltimos anos as indstrias, acompanhando o desenvolvimento da

    odontologia, vm adequando da melhor forma possvel os equipamentos odontolgicos

    s necessidades dos profissionais. Assim, varias opes so oferecidas, podendo o

    cirurgio dentista montar seu consultrio de acordo com as caractersticas de sua

    especialidade, bem como conforme as suas prprias necessidades e sua forma peculiar

    de trabalho (PORTO, 1994).

    4.3.1 - MOBILIRIO DO PACIENTE

    Quanto ao elemento do paciente, a cadeira odontolgica foi talvez a pea do

    equipamento que mais sofreu alteraes nos ltimos anos. Isso passou a ocorrer desde o

    momento em que o cirurgio dentista deixou de trabalhar em p, procurando se adaptar

    ao trabalho sentado. Nessas circunstncias, o profissional comeou a sentir a dupla

    necessidade de ter um auxiliar eficiente para ajud-lo e ter uma cadeira odontolgica

    que permitisse a colocao do paciente numa posio adequada para que, sentado,

    tivesse boas condies de trabalho em todas as zonas da cavidade bucal (PORTO,

    1994). Atualmente, devido ao estudo da engenharia aplicada e da ortopedia, a cadeira

    transformou-se em uma pea anatmica, desenhada especificamente de acordo com

    novos conceitos e exigncia de novas tcnicas (BARROS, 1993).

    A cadeira odontolgica deve ser totalmente motorizada (BARROS, 1993), de

    preferncia com memria programvel, ter botes de comando em ambos os lados, de

    fcil acionamento, de preferncia pelos ps. Deve levantar 150K, sem vibraes, e no

  • 15

    ter nenhum rudo no seu mecanismo. Deve ser confortvel para qualquer tipo

    antropolgico de paciente, o espaldar deve ser fino o suficiente para o operador colocar

    com conforto suar pernas por baixo da mesma, com o paciente na posio supina. Alm

    disso, seu limite de abaixamento deve ser o mais amplo possvel e os apoios dos braos

    devem ser desenhados de maneira a oferecer conforto ao paciente, no devendo sair do

    contorno da cadeira e sendo removveis ou afastados para facilitar a entrada do paciente

    (PORTO, 1994). Por fim, deve ser uma cadeira de contorno, com revestimento poroso,

    agradvel ao contato e no aderente a pele.

    Foto 1- Cadeira odontologica

    Fonte: autor

    Foto 2- Cadeira odontolgica na posio supina,

    com acionamento de pedal

    Fonte: autor

  • 16

    4.3.2 - MOBILIRIO DO CIRURGIO DENTISTA

    O equipo deve possuir pontas ou instrumentos suficientes e adequados ao

    trabalho do cirurgio dentista. Normalmente, so montados contendo uma seringa

    trplice, um micromotor e duas turbinas de alta rotao. So trs os tipos de equipos:

    fixo, semimveis e mvel. (PORTO, 1994)

    Os equipos fixos, j superados, localizavam-se esquerda da cadeira, fixos no

    cho e se prestavam ao trabalho em p. Pela sua inadequao ao trabalho sentado e a 4

    mos, no so mais fabricados. Os equipos semimveis, por sua vez, so equipos

    conectados cadeira atravs de uma haste com possibilidade de movimentos em vrios

    sentidos, embora o seu movimento seja limitado pela haste. Os equipos mveis so

    montados sobre rodzios, sob a forma de mesa ou armrio, permitindo boa mobilidade,

    que pode ser limitada pelas mangueiras de alimentao que possuem.

    O equipo adequado deve possuir mangueiras de alimentao com tamanhos

    adequados para permitir acesso zona de operao, no deve ocupar espao necessrio

    equipe de trabalho e deve ser flexvel para o uso de destros e canhotos, com ou sem

    auxiliar. Ademais, deve prover ajuste vertical independente da cadeira e possuir motores

    de alta e baixa rotao operados por um nico controle. (PORTO, 1994)

    Foto 3- Equipo mvel do cirurgio dentista, a direita do dentista e da cadeira

    odontolgica, com bandeja acoplada.

    Fonte: autor

  • 17

    Os cirurgies dentistas trabalham atualmente a maior parte do tempo sentados,

    assim o mocho tem um papel importante e merece uma ateno especial. O mocho deve

    ser flexvel, isto , deve ter regulagem necessria tanto para altura do assento como do

    encosto em todas as direes, quer seja para o indivduo de estatura baixa ou alta,

    permitindo uma correta postura do profissional quando sentado e bem apoiado no

    encosto. Deve ser mvel, para permitir deslocamento da posio de trabalho, acionado

    com os ps sobre o piso, sem que o profissional necessite se levantar. Para isso, deve ter

    rodzios de boa qualidade e em nmero suficiente para dar estabilidade quando parado

    ou em movimento. No pode ser muito maior para no interferir com o apoio dos ps do

    profissional sobre o piso e tambm no deve tocar na base da cadeira, o que impediria

    uma boa aproximao do profissional ao campo de trabalho. Alm disso, a qualidade do

    material do assento deve proporcionar conforto e permitir a ventilao adequada, para

    evitar o aquecimento (PORTO, 1994; BARROS, 1991).

    Foto 4- Mocho com 5 rodzios e encosto.

    Fonte: autor

    O refletor um elemento de trabalho de grande importncia, pois dele depende

    muito a qualidade final dos trabalhos. Sua iluminao deve ser intensa,

    aproximadamente 10mil luxes (PORTO, 1994), de boa qualidade, concentrada, de

    preferncia com luz fria e um foco retangular para no ofuscar o paciente.

  • 18

    O refletor deve ser instalado no teto ou em uma coluna fixada no piso ou na

    prpria cadeira, ficando localizado por meio de um brao semimvel na frente do

    cliente, realizando movimentos que permitam uma boa iluminao em toda a cavidade

    bucal e nas vrias posturas de trabalho. Deve permitir, tambm, uma colocao vertical

    sobre a cabea do paciente para viso na mandbula e na regio lingual de incisivos.

    Necessrio, ainda, que possua, alm do boto manual de acionamento, um no piso, para

    que seja ligado pelos ps pelo profissional ou pelo auxiliar, no desviando a ateno e

    sem necessidade de acionar com a mo, que considerado anti-higinico. (PORTO,

    1994)

    Foto 5- Refletor fixo na cadeira junto com a cuspideira

    Fonte: autor

    Por fim, diga-se que o lavatrio do cirurgio dentista deve ficar ao seu lado e ser

    utilizado somente para a lavagem das mos.

  • 19

    Foto 6- Pia do cirurgio dentista localizada prximo ao profissional

    Fonte: autor

    4.3.3 - MOBILIRIO DA AUXILIAR

    Os mobilirios da auxiliar so unidade auxiliar, armrio de estoque, mesa

    auxiliar, bandeja e mocho.

    A unidade auxiliar composta pela cuspideira, suctores de saliva e sangue e

    seringa trplice. Hoje, a cuspideira est quase abandonada, sendo colocada em seu lugar

    um funil. Neste contexto, imprescindvel para uma tcnica de ergonomia de trabalho

    que a suco seja de alta potncia, porm, mesmo ultrapassadas, as de baixa e mdia

    potncia continuam sendo utilizadas. Para o cirurgio dentista que trabalha na posio

    supina, a bomba de suco a vcuo imprescindvel e j se tornou um padro, pois

    nessa posio o paciente no cospe. (BARROS, 1993). Tambm ao lado da auxiliar

    junto suco deve haver a seringa trplice para uso exclusivo da auxiliar, para no ser

    necessria a utilizao da seringa que est instalada no equipo ao lado do cirurgio

    dentista.

    O armrio de estoque, fixo, depende diretamente da filosofia de trabalho do

    cirurgio dentista, ou seja, se o mesmo delega funes e como o faz. A localizao do

    armrio para um dentista que trabalha sozinho, deve ser do seu lado no consultrio, isto

    , direita para o destro e esquerda para o canhoto. Esse consultrio no ser

  • 20

    adequado para se contratar um auxiliar futuramente, pois este ir muitas vezes

    atrapalh-lo, andando nas suas costas, na mesma rea do consultrio, sem condies de

    instrument-lo adequadamente.(PORTO, 1994)

    No trabalho a 4 mos, com um auxiliar, o conceito completamente diferente,

    nesse caso o armrio fica na parede oposta ao dentista, no lado onde se senta o auxiliar,

    ocupando quase toda a parede, podendo tambm em forma de L ou de U, ocupar parte

    das outras paredes (BARROS,1993). O auxiliar sentado deve ter fcil acesso a tudo que

    for necessrio, girando o corpo sobre o mocho, sem se levantar. Nessa situao o

    armrio deve ter na sua parte central dois mdulos de gaveteiros para que todo o

    material e instrumental necessrio fique mo. Os outros corpos do armrio esquerda

    e direita do auxiliar devem armazenar outros itens que no sejam de primeira

    necessidade clnica. As portas desses mdulos devem abrir para fora, ou seja, as da

    direita do auxiliar, sentado de costas, da direita para esquerda e as da esquerda, da

    esquerda para a direita. Isto fundamental para que a pessoa sentada empurre a porta e

    no a puxe para si mesmo, pois nesse caso teria prejudicada a visibilidade do interior do

    armrio (PORTO, 1994).

    indispensvel, ainda, que esse armrio tenha uma pia para uso exclusivo do

    auxiliar, no se confundindo com a pia do dentista. Alguns de seus mdulos podem

    servir tambm para abrigar a caixa de comando de equipo, bomba de vcuo, e at o

    compressor, se o dentista no tiver outro ambiente fora para coloc-lo, o que seria o

    ideal.

    Foto 7- Mvel Fixo

    Fonte: autor

  • 21

    Foto 8- Mvel fixo com armrio mvel acoplado

    Fonte: autor

    As mesas auxiliares ou armrios moveis so usados pela maioria dos

    profissionais atrs da cadeira, servindo tanto ao dentista como ao auxiliar. Para isso, o

    ambiente precisa ter tamanho suficiente para a circulao entre o armrio mvel e a

    parede ou o armrio fixo. Por ser um armrio pesado, importante ter rodzios de alta

    qualidade que permitam o fcil deslocamento. As gavetas devero ser de diversos

    tamanhos e em nmero suficiente para os diversos materiais e instrumentais, podendo

    abri-las de ambos os lados, o que facilita a recolocao dos instrumentais esterilizados.

    (BARROS, 1993).

    A bandeja auxiliar deve permitir colocar todo o instrumental necessrio para a

    interveno clnica, devendo ser de fcil higienizao, costumam ser de plstico ou ao.

    Deve ser localizada atrs da cadeira, sobre o armrio mvel ou equipo, ou ainda, em

    suporte prprio que permita sua aproximao ao paciente sem interferir no trabalho, no

    devendo, portanto, ficar na frente, presa ao equipo mvel (PORTO, 1994).

    O mocho da auxiliar segue o mesmo padro do mocho do cirurgio dentista.

    4.4 - DISPOSIO DOS MOBILIRIOS NA SALA CLINICA

    Para analisarmos os equipamentos, segundo a sua localizao no consultrio,

    ser utilizado o esquema grfico convencionado pelo ISO e FDI.

    Os setores so determinados pelas coordenadas das horas e coordenadas dos

    crculos. A coordenada das horas, j descrita anteriormente, divide a rea de trabalho em

    12 partes iguais, como em um relgio, com o eixo na boca do paciente. E a coordenada

  • 22

    dos crculos onde em torno do centro so traados trs crculos concntricos

    denominados A, B e C de raios 0.5m, 1.0m e 1.5m respectivamente. Com essas duas

    coordenadas podemos definir exatamente qualquer elemento dentro da sala clnica

    (BARROS, 1993).

    Figura 2- Esquema Grfico ISO/FDI

    fonte: autor

    A rea limitada pelo circulo A corresponde chamada zona de transferncia ou

    espao ideal de pega, onde tudo que se transfere boca do paciente deve estar a

    situado, como os instrumentos e as pontas do equipo e da unidade auxiliar. A devem

    estar situados os dois mochos para o operador e auxiliar.

    O circulo B, de 1m de raio, limita a rea til de trabalho, espao mximo de

    pega, que pode ser alcanado com o movimento IV, esticando o brao. A devem estar

  • 23

    as mesas auxiliares, o corpo do equipo e da unidade auxiliar e as gavetas quando

    abertas.

    O circulo C limita a rea total do consultrio, que no deve ter mais que 3

    metros de largura, um consultrio com dimenso maior seria antiergonmico. Nessa

    rea ficam as pias e armrios fixos.

    Para facilitar o entendimento a respeito da posio do equipo com relao

    cadeira odontolgica, a ISSO (International Standard Organization) e a FDI (Federacion

    Dentaire Internationale) idealizaram um sistema, hoje internacionalmente aceito, de

    classificar o equipamento do operador e a unidade da auxiliar em tipo 1, 2, 3 e 4

    (BARROS, 1991).

    Vejamos as classificaes do equipamento do cirurgio dentista destro:

    Conceito 1: o equipo fica posicionado direita da cadeira odontolgica e a esquerda do cirurgio dentista.

    Conceito 2: fica posicionado esquerda do cirurgio dentista e atrs da cadeira. Conceito 3: localizado no brao esquerdo da cadeira ou frente do paciente. Classificado como equipo semimvel, ligado cadeira.

    Conceito 4: localizado no encosto da cadeira ao lado da cabea do paciente.

    Vejamos agora as classificaes da unidade auxiliar:

    Conceito 1: fica localizado esquerda da auxiliar ou da cadeira odontolgica, ligada a esta.

    Conceito 2: fica localizado direita da auxiliar ou atrs da cadeira, geralmente em unidade mvel.

    Conceito 3: fica localizado sobre o brao esquerdo da cadeira odontolgica, fazendo conjunto com o equipo, ocupando o espao de 3 horas da auxiliar.

    Conceito 4: fica localizado atrs da cadeira, no encosto da mesma, fazendo conjunto com o equipo.

  • 24

    Para denominar as posies de ambos juntos, o conceito do cirurgio dentista vem

    primeiro do conceito da auxiliar, exemplo 1/1 ou 1/2, como conferimos na Figura a

    seguir.

    Figura 3- Classificaes da posio do equipo e da unidade auxiliar para o

    profissional destro.

    Fonte: BARROS, 1991

  • 25

    Os arranjos ou combinaes dos conceitos proporcionam versatilidade no local

    de trabalho, com a finalidade de atender as exigncias e preferncias de ordem pessoal

    dos cirurgies dentistas, sem ferir os princpios da ergonomia.

    Para o profissional canhoto as posies sero naturalmente espelhadas, como

    vemos na Figura abaixo.

    Figura 4- Classificaes da posio do equipo e da unidade auxiliar para o

    profissional destro.

    Fonte: BARROS, 1991

  • 26

    Baseado nas idias j mencionadas neste trabalho, sobre movimento, mobilirio,

    postura e posio de trabalho em odontologia, compreenderemos a filosofia de

    montagem de layouts de especialistas na rea.

    Porto ilustra a sua filosofia atravs de 4 plantas com 3,5m de largura e 3m de

    coprimento. A planta n1, apresenta um equipo e unidade auxiliar nas posies 1/2. A

    planta n2 apresenta a posio 2/3. A n3 mostra uma variao da n2 com a entrada do

    cliente pelo lado da auxiliar, mudando o armrio fixo. E o n e dedicada aos canhotos

    com porta de entrada ao lado do dentista na posio 2/3.

    A planta n 1 tem as seguintes caracteristicas:

    Entrada pelo lado do dentista destroy Lavatrio do dentista na sua parede Cadeira colocada na transversal, cabea do cliente no centro da sala, permitindo maior utilizao da sala no sentido transverso;

    Equipo na posio 1, que no considerada boa pelo especialista, pois fica no caminho do paciente para a cadeira, fora da viso do dentista (mais de 90 de viso)

    e inacessvel ao auxiliar sentado do outro lado;

    Armrio auxiliar atrs da cadeira (ou outro equipo na posio 2); Caixa de comando do equipo no p da cadeira; Armrios fixos do lado do auxiliar com pia de canto, gaveteiro atrs do auxiliar, bomba de vcuo e compressor dentro do armrio (o ideal fora da sala).

    Raio x de parede com disparador colocado no consultrio.

  • 27

    Figura 5- Planta n 1

    Fonte: PORTO, 1994

    Legenda: 1- cadeira odontolgica; 2- posio do cirurgio dentista; 3- posio do auxiliar; 4- lavatrio

    exclusivo do dentista; 5- equipo; 6- armrio auxiliar ou equipo cart; 7- unidade de comando; 8- bomba de

    vcuo; 9- pia para instrumental; 10- armrio fixo com sistema de esterilizao; 11- raio x de parede; 12-

    compressor (se possvel fora da sala); 13- disparador de raio x (se possvel no escritrio); 14- cuspideira e

    unidade de suco; 15- tnel de passagem de tubulao; 16- refletor

  • 28

    A planta n 2 tem as mesmas caractersticas bsicas da n1 com a seguinte

    diferena: o equipo na posio 3 melhor para pegar e visibilidade, embora dificulte

    para o cliente cuspir, bom para o trabalho com bomba de vcuo.

    Figura 6- Planta n2

    Fonte: PORTO, 1994

    Legenda: 1- cadeira odontolgica; 2- posio do cirurgio dentista; 3- posio do auxiliar; 4- lavatrio

    exclusivo do dentista; 5- equipo; 6- armrio auxiliar ou equipo cart; 7- unidade de comando; 8- bomba de

    vcuo; 9- pia para instrumental; 10- armrio fixo com sistema de esterilizao; 11- raio x de parede; 12-

    compressor (se possvel fora da sala); 13- disparador de raio x (se possvel no escritrio); 14- cuspideira e

    unidade de suco; 15- tnel de passagem de tubulao; 16- refletor

  • 29

    A planta n3 tem algumas diferenas como a entrada do lado da auxiliar e no do

    dentista, bom para o trabalho a 6 mos, porque 2 auxiliares trasitam e saem com mais

    facilidade; dificulta um pouco mais a entrada do dentista e cliente, porm os auxiliares

    necessitam de mais espao. A porta deste lado trs o incoveniente de perder um mdulo

    do armrio fixo deste lado, ganhando na outra parte do L. O lavatrio do dentista fica no

    canto da sala, mais esttico.

    Figura 7- Planta n3

    Fonte: PORTO, 1994

    Legenda: 1- cadeira odontolgica; 2- posio do cirurgio dentista; 3- posio do auxiliar; 4- lavatrio

    exclusivo do dentista; 5- equipo; 6- armrio auxiliar ou equipo cart; 7- unidade de comando; 8- bomba de

    vcuo; 9- pia para instrumental; 10- armrio fixo com sistema de esterilizao; 11- raio x de parede; 12-

    compressor (se possvel fora da sala); 13- disparador de raio x (se possvel no escritrio); 14- cuspideira e

    unidade de suco; 15- tnel de passagem de tubulao; 16- refletor

  • 30

    A planta n 4, para destistas canhotos, exatamente igual a n2, invertida,

    podendo tambm ser a n3 invertida com a porta do lado do auxiliar. Tem as mesmas

    caractersticas invertendo apelas o lado do equipo, unidade auxiliar e refletor.

    Figura 8- Planta n4

    Fonte: PORTO, 1994

    Legenda: 1- cadeira odontolgica; 2- posio do cirurgio dentista; 3- posio do auxiliar; 4- lavatrio

    exclusivo do dentista; 5- equipo; 6- armrio auxiliar ou equipo cart; 7- unidade de comando; 8- bomba de

    vcuo; 9- pia para instrumental; 10- armrio fixo com sistema de esterilizao; 11- raio x de parede; 12-

    compressor (se possvel fora da sala); 13- disparador de raio x (se possvel no escritrio); 14- cuspideira e

    unidade de suco; 15- tnel de passagem de tubulao; 16- refletor

  • 31

    Para Barros o consultrio ideal possui 3x3m, podendo ser maior desde q a

    montagem dos equipamentos de trabalho seja ergonmica, dentro das reas de trabalho

    do cirurgio dentista e da auxiliar. A planta abaixo para um dentista destro, na posio

    1/1 com mais um equipo de mvel na posio 2.

    Figura 9- Planta Clinica

    Fonte: BARROS, 1993

    Legenda: 1- mocho do cirurgio dentista; 2- mocho do auxiliar; 3- cadeira odontolgica; 4- equipo mvel

    com raio x; 5- pia do cirurgio dentista; 6- armrio do cirurgio dentista; 7- cuspideira; 8- equipo; 9-

    armrio da auxiliar; 10- pia da auxiliar ; 11- central: energia, gua e esgoto; 12- escrivaninha; 13- estufa;

    14- Compressor.

  • 32

    5 - CONCLUSO

    Como visto, as doenas relacionadas rotina de trabalho tm sido alvo de

    diversos estudos destinados a buscar solues preventivas e paliativas para este tipo de

    mazela, objetivando melhorar a qualidade de vida e as condies de trabalho dos mais

    diversos profissionais. Dentre os ramos profissionais onde se observa grande

    probabilidade de desenvolvimento de doenas relacionadas ao trabalho (hoje

    denominadas DORTs) destaca-se as atividades desenvolvidas pelos cirurgies

    dentistas, objeto do presente estudo.

    Uma das medidas mais eficientes buscando a preveno e o refreamento do

    desenvolvimento de doenas dessa espcie a organizao do ambiente de trabalho.

    Nesse contexto, destaca-se o uso da ergonomia como instrumento para a definio do

    mobilirio mais adequado s atividades desenvolvidas pelos cirurgies-dentistas, a

    partir da anlise do posicionamento do profissional, de seu auxiliar e dos equipamentos

    por eles utilizados dentro do ambiente de trabalho.

    O advento da cadeira anatmica, do mocho com rodzio e encosto e de sistema

    de suco eficiente, tornam possvel ao dentista trabalhar continuamente em posio

    sentada, com o cliente deitado na cadeira operatria. O objetivo da equipe trabalhar

    sentada reduzir a fadiga e a tenso do corpo, aumentando o seu equilbrio e sua

    estabilidade. No obstante, o simples fato de os profissionais estarem sentados no

    suficiente, sendo mais significativa anlise de como a equipe se posiciona sentada em

    relao cadeira odontolgica. Isso porque fundamental que, ao se posicionar, a

    equipe considere o propsito de obter boa visibilidade do campo de trabalho e de manter

    uma postura ergonmica, o que possibilita alcanar maior rendimento com menor

    desgaste fsico.

    Uma vez que a filosofia de trabalho foi modificada e com o avano tecnolgico

    na fabricao de equipamentos destinados pratica da Odontologia necessrio que se

    entenda que a montagem do consultrio deve ser baseada em princpios ergonmicos,

    ou seja, obedecendo conceitos que permitam racionalizar o trabalho, com a alta

    produtividade e menor desgaste fsico, considerando a posio de trabalho: dentista e

    auxiliar sentados e paciente deitado.

  • 33

    O posicionamento e a postura do dentista no trabalho influenciam decisivamente

    no projeto e na instalao do consultrio, no planejamento e na realizao da rotina de

    trabalho, bem como no estudo e na concepo do equipamento odontolgico.

    Por tais motivos, a investigao das posies mais adequadas ao exerccio da

    atividade, juntamente com a anlise dos mobilirios existentes no mercado que mais se

    adaptam realidade e s necessidades do cirurgio-dentista, realizadas no presente

    estudo, mostram-se de incontestvel importncia para proporcionar maior qualidade e

    rendimento do servio prestado por esses profissionais, alm de significativa melhora na

    qualidade de vida e do quadro de sade dos mesmos.

  • 34

    REFERNCIAS:

    1. BARROS, Olavo Bergamashi, Ergonomia 1- A eficincia e o Rendimento e a

    filosofia correta de trabalho em odontologia- Editora Pancast, 1991

    2. BARROS, O.B. Ergonomia 2 O Ambiente Fsico de Trabalho, a

    Produtividade e a Qualidade de Vida em Odontologia. So Paulo: Pancast,

    1993.

    3. BARROS, O.B. Ergonomia 3 Auxiliares em Odontologia ACD THD

    TPD - APD. So Paulo: Pancast, 1995.

    4. BITENCOURT, Fbio. Ergonomia Promovendo conforto e bem estar no meio

    de trabalho, Rio de Janeiro, 2007, p41

    5. BRASIL, Ministrio da Sade (2001b). Leses por esforos repetitivos

    (Ler)/distrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort). Braslia:

    Departamento de Aes Programticas Estratgicas, rea Tcnica de Sade do

    Trabalhador.

    6. DANIELLOU, Franois. Questes apistemolgicas levantadas pela ergonomia

    de projeto, traduo: Jos Maral Jackson Filho, So Paulo: FUNACENTRO,

    2002. p181 a 198

    7. DELIBERATO, P. C. P. Fisioterapia preventiva. So Paulo: Manole. 2002

    8. Finkbeiner, B.L. (2000). Four-handed dentistry revisited. The Journal of

    Contemporary Dental Practice, 1 (4), 74-86.

    9. GURIN F., LAVILLE A, DANIELLOU F., DURAFFOURG J., KERGUELEN

    A, Compreender o trabalho para transform-lo. A pratica da ergonomia,

    traduo: Guliane M. J. Ingratta e Marco Maffei, So Paulo, Edgar Blucher, 2001,

    p201.

    10. IIDA, Itiro. Ergonomia projetos e produo. So Paulo : Edgar Blcher Ltda.,

    1992.

    11. PORTO, Fabio de A. O Consultrio Odontolgico. So Carlos: Scritti, 1994

    12. SANTOS, Neri dos et. al. Antropotecnologia: a ergonomia dos sistemas de

    produo. Curitiba : Genesis, 1997.

    13. WISNER, Alain. A Inteligncia no trabalho: textos selecionados de ergonomia,

    traduo de Roberto Leal Ferreira, So Paulo: FUNACENTRO, 1994. 191p

  • 35

    ANEXO

    NR17- ERGONOMIA (117.000-7)

    Norma Regulamentadora de Segurana e Sade do Trabalhador Portaria do Ministrio do Trabalho e Emprego- MTE 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parmetros que permitam a

    adaptao das condies de trabalho s caractersticas psicofisiolgicas dos

    trabalhadores, de modo a proporcionar um mximo de conforto, segurana e

    desempenho eficiente.

    17.1.1. As condies de trabalho incluem aspectos relacionados ao

    levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobilirio, aos

    equipamentos e s condies ambientais do posto de trabalho e prpria

    organizao do trabalho.

    17.1.2. Para avaliar a adaptao das condies de trabalho s caractersticas

    psicofisiolgicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a anlise

    ergonmica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mnimo, as condies de

    trabalho conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.

    17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.

    17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:

    17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o

    peso da carga suportado inteiramente por um s trabalhador,

    compreendendo o levantamento e a deposio da carga.

    17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade

    realizada de maneira contnua ou que inclua, mesmo de forma

    descontnua, o transporte manual de cargas.

    17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior

    a 18 (dezoito) anos e maior de 14 (quatorze) anos.

    17.2.2. No dever ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por

    um trabalhador cujo peso seja suscetvel de comprometer sua sade ou sua

    segurana. (117.001-5 / I1)

  • 36

    17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas,

    que no as leves, deve receber treinamento ou instrues satisfatrias quanto aos

    mtodos de trabalho que dever utilizar com vistas a salvaguardar sua sade e

    prevenir acidentes. (117.002-3 / I2)

    17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, devero

    ser usados meios tcnicos apropriados.

    17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens foram designados para o

    transporte manual de cargas, o peso mximo destas cargas dever ser

    nitidamente inferior quele admitido para os homens, para no comprometer a

    sua sade ou sua segurana. (117.003-1 / I1)

    17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulso ou trao de

    vagonetes sobre trilhos, carros de mo ou qualquer outro aparelho mecnico

    devero ser executados de forma que o esforo fsico realizado pelo trabalhador

    seja compatvel com sua capacidade de fora e no comprometa a sua sade ou

    sua segurana. (117.004-0 / I1)

    17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecnico

    de ao manual dever ser executado de forma que o esforo fsico realizado

    pelo trabalhador seja compatvel com sua capacidade de fora e no comprometa

    a sua sade ou sua segurana. (117.005-8 / I1)

    17.3. Mobilirio dos postos de trabalho.

    17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posio sentada, o posto

    de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posio. (117.006-6 / I1)

    17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em p, as

    bancadas, mesas, escrivaninhas e os painis devem proporcionar ao trabalhador

    condies de boa postura, visualizao e operao e devem atender aos seguintes

    requisitos mnimos:

    a) ter altura e caractersticas da superfcie de trabalho compatveis com o

    tipo de atividade, com a distncia requerida dos olhos ao campo de

    trabalho e com a altura do assento; (117.007-4 / I2)

    b) ter rea de trabalho de fcil alcance e visualizao pelo trabalhador;

    (117.008-2 / I2)

  • 37

    c) ter caractersticas dimensionais que possibilitem posicionamento e

    movimentao adequados dos segmentos corporais. (117.009-0 / I2)

    17.3.2.1. Para trabalho que necessite tambm da utilizao dos ps, alm

    dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2 os pedais e demais

    comandos para acionamento pelos ps devem ter posicionamento e

    dimenses que possibilitem fcil alcance, bem como ngulos adequados

    entre as diversas partes do corpo do trabalhador em funo das

    caractersticas e peculiaridades do trabalho a ser executado. (117.010-4 /

    I2)

    17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos

    seguintes requisitos mnimos de conforto:

    a) altura ajustvel estatura do trabalhador e natureza da funo

    exercida; (117.011-2 / I1)

    b) caractersticas de pouca ou nenhuma conformao na base do assento;

    (117.012-0 / I1)

    c) borda frontal arredondada; (117.013-9 / I1)

    d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteo da

    regio lombar. (117.014-7 / I1)

    17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a

    partir da anlise ergonmica do trabalho, poder ser exigido suporte para os ps

    que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. (117.015-5 / I1)

    17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de p,

    devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser

    utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. (117.016-3 / I2)

    17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.

    17.4.1. Todos os equipamentos que compem um posto de trabalho devem estar

    adequados s caractersticas psicofisiolgicas dos trabalhadores e natureza do

    trabalho a ser executado.

    17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitao,

    datilografia ou mecanografia deve:

  • 38

    a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser

    ajustado proporcionando boa postura, visualizao e operao, evitando

    movimentao freqente do pescoo e fadiga visual; (117.017-1 / I1)

    b) ser utilizado documento de fcil legibilidade sempre que possvel,

    sendo vedada a utilizao do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo

    que provoque ofuscamento. (117.018-0 / I1)

    17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrnico de dados com

    terminais de vdeo devem observar o seguinte:

    a) condies de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do

    equipamento iluminao do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e

    proporcionar corretos ngulos de visibilidade ao trabalhador; (117.019-8

    / I2)

    b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao

    trabalhador ajust-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;

    (117.020-1 / I2)

    c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de

    maneira que as distncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento

    sejam aproximadamente iguais; (117.021-0 / I2)

    d) serem posicionados em superfcies de trabalho com altura ajustvel.

    (117.022-8 / I2)

    17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrnico de dados

    com terminais de vdeo forem utilizados eventualmente podero ser

    dispensadas as exigncias previstas no subitem 17.4.3 observada a

    natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a anlise

    ergonmica do trabalho.

    17.5. Condies ambientais de trabalho.

    17.5.1. As condies ambientais de trabalho devem estar adequadas s

    caractersticas psicofisiolgicas dos trabalhadores e natureza do trabalho a ser

    executado.

    17.5.2. Nos locais de trabalho onde so executadas atividades que exijam

    solicitao intelectual e ateno constantes, tais como: salas de controle,

  • 39

    laboratrios, escritrios, salas de desenvolvimento ou anlise de projetos, dentre

    outros, so recomendadas as seguintes condies de conforto:

    a) nveis de rudo de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma

    brasileira registrada no INMETRO; (117.023-6 / I2)

    b) ndice de temperatura efetiva entre 20C (vinte) e 23C (vinte e trs

    graus centgrados); (117.024-4 / I2)

    c) velocidade do ar no-superior a 0,75m/s; (117.025-2 / I2)

    d) umidade relativa do ar no-inferior a 40 (quarenta) por cento.

    (117.026-0 / I2)

    17.5.2.1. Para as atividades que possuam as caractersticas definidas no

    subitem

    17.5.2, mas no apresentam equivalncia ou correlao com aquelas

    relacio-nadas na NBR 10152, o nvel de rudo aceitvel para efeito de

    conforto ser de at 65 dB (A) e a curva de avaliao de rudo (NC) de

    valor no-superior a 60 dB.

    17.5.2.2. Os parmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos

    nos postos de trabalho, sendo os nveis de rudo determinados prximos

    zona auditiva e as demais variveis na altura do trax do trabalhador.

    17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminao adequada, natural

    ou artificial, geral ou suplementar, apropriada natureza da atividade.

    17.5.3.1. A iluminao geral deve ser uniformemente distribuda e

    difusa.

    17.5.3.2. A iluminao geral ou suplementar deve ser projetada e

    instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incmodos, sombras e

    contrastes excessivos.

    17.5.3.3. Os nveis mnimos de iluminamento a serem observados nos

    locais de trabalho so os valores de iluminncias estabelecidos na NBR

    5413, norma brasileira registrada no INMETRO. (117.027-9 / I2)

    17.5.3.4. A medio dos nveis de iluminamento previstos no subitem

    17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa

    visual, utilizando-se de luxmetro com fotoclula corrigida para a

  • 40

    sensibilidade do olho humano e em funo do ngulo de incidncia.

    (117.028-7 / I2)

    17.5.3.5. Quando no puder ser definido o campo de trabalho previsto no

    subitem

    17.5.3.4, este ser um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco

    centmetros) do piso.

    17.6. Organizao do trabalho.

    17.6.1. A organizao do trabalho deve ser adequada s caractersticas

    psicofisiolgicas dos trabalhadores e natureza do trabalho a ser executado.

    17.6.2. A organizao do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em

    considerao, no mnimo:

    a) as normas de produo;

    b) o modo operatrio;

    c) a exigncia de tempo;

    d) a determinao do contedo de tempo;

    e) o ritmo de trabalho;

    f) o contedo das tarefas.

    17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular esttica ou dinmica do

    pescoo, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da anlise

    ergonmica do trabalho, deve ser observado o seguinte:

    a) todo e qualquer sistema de avaliao de desempenho para efeito de

    remunerao e vantagens de qualquer espcie deve levar em

    considerao as repercusses sobre a sade dos trabalhadores; (117.029-

    5 / I3)

    b) devem ser includas pausas para descanso; (117.030-9 / I3)

    c) quando do retorno do trabalho, aps qualquer tipo de afastamento

    igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigncia de produo dever

    permitir um retorno gradativo aos nveis de produo vigente na poca

    anterior ao afastamento. (117.031-7 / I3)

    17.6.4. Nas atividades de processamento eletrnico de dados, deve-se, salvo o

    disposto em convenes e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:

  • 41

    a) o empregador no deve promover qualquer sistema de avaliao dos

    trabalhadores envolvidos nas atividades de digitao, baseado no nmero

    individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para

    efeito de remunerao e vantagens de qualquer espcie; (117.032-5 / I3)

    b) o nmero mximo de toques reais exigidos pelo empregador no deve

    ser superior a 8 (oito) mil por hora trabalhada, sendo considerado toque

    real, para efeito desta NR, cada movimento de presso sobre o teclado;

    (117.033-3 / I3)

    c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados no deve exceder o

    limite mximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no perodo de tempo

    restante da jornada, o trabalhador poder exercer outras atividades,

    observado o disposto no art. 468 da Consolidao das Leis do Trabalho,

    desde que no exijam movimentos repetitivos, nem esforo visual;

    (117.034-1 / I3)

    d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mnimo, uma pausa

    de 10 (dez) minutos para cada 50 (cinqenta) minutos trabalhados, no

    deduzidos da jornada normal de trabalho; (117.035-0 / I3)

    e) quando do retorno ao trabalho, aps qualquer tipo de afastamento

    igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigncia de produo em relao

    ao nmero de toques dever ser iniciado em nveis inferiores do mximo

    estabelecido na alnea "b" e ser ampliada progressivamente. (117.036-8 /

    I3)