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PRÁTICA POLICIAL BÁSICA – Caderno Doutrinário 3

BLITZ POLICIAL

Operações em Vias Urbanas e Rurais.

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1

Missão

Assegurar a dignidade da pessoa humana, as liberdades e os direitos

fundamentais, contribuindo para a paz social e para tornar Minas o melhor

Estado para se viver.

Visão

Sermos excelentes na promoção das liberdades e dos direitos

fundamentais, motivo de orgulho do povo mineiro.

Valores

a) Respeito aos direitos fundamentais e Valorização das pessoas.

b) Ética e Transparência.

c) Excelência e Representatividade Institucional.

d) Disciplina e Inovação.

e) Liderança e Participação.

f) Coragem e Justiça.

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2

PRÁTICA POLICIAL BÁSICA – Caderno Doutrinário 3

BLITZ POLICIAL

Belo Horizonte

2010

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Direitos exclusivos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG)

Reprodução proibida – circulação restrita.

Comandante-Geral da PMMG: Cel PM Renato Vieira de Souza

Chefe do Gabinete Militar do Governador: Cel PM Luis Carlos Dias Martins

Chefe do Estado-Maior: Cel PM Márcio Martins Sant´ana

Comandante da Academia de Polícia Militar: Cel PM Fábio Manhães Xavier

Chefe do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação: Ten-Cel PM Antônio L. Bettoni da Silva

Tiragem: 2.000

MINAS GERAIS. Polícia Militar de. Blitz policial - Belo Horizonte:

M663b Academia de Polícia Militar, 2010.

XXp. (Prática Policial Básica. Caderno Doutrinário 3).XX p.: il.

1. Abordagem policial. 2. Abordagem a veículo. 3.Técnica e tática policial militar. 4. Equipamentos policiais. I.Título II. Série

CDU 351.746

CDD 352.935

Ficha catalográfica: Rita Lúcia de Almeida Costa – CRB – 6ª Reg. n.1730

ADMINISTRAÇÃO: Centro de Pesquisa e Pós Graduação Rua Diábase 320 – Prado Belo Horizonte – MG CEP: 30410-440 Tel.: (0xx31)2123-9513 Fax: (0xx31) 2123-9512 E-mail: [email protected]

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIT Auto de Infração de Trânsito

EAL Encarregados da Aplicação da Lei

BO Boletim de Ocorrência

BOS Boletim de Ocorrência Simplificado

BPM Batalhão de Polícia Militar

CG Comando Geral

Cmt Comandante

CEPOLC Central de Operações da Polícia Civil

CICOp Centro Integrado de Comunicações Operacionais

CP Código Penal

CPCia Coordenador de Policiamento da Companhia

CPP Código de Processo Penal

CPU Coordenador de Policiamento da Unidade

CRLV Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo

CTB Código de Trânsito Brasileiro

DEPM Diretriz de Educação de Polícia Militar

DPSSP Diretriz para a Produção de Serviços de Segurança Pública

DIAO Diretriz Auxiliar das Operações

HT Hand Talk (Rádio Transceptor Portátil)

IMPO Instrumentos de menor potencial ofensivo (armas, munições e equipamentos)

LCP Lei das Contravenções Penais

PAC Patrulha de Atendimento Comunitário

PBUFAF Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos

Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei.

PEPRACO Plano Especial de Prevenção e Repressão de Assalto a Coletivos

PMAmb Polícia Militar Ambiental

PMMG Polícia Militar de Minas Gerais

POP Patrulha de Operações

PPA Patrulha de Prevenção Ativa

ROTAM Rondas Táticas Metropolitanas

SEDS Secretaria de Estado de Defesa Social

TM Tático-Móvel

Vtr Viatura

ZQC Zona Quente de Criminalidade

RPM Região de Polícia Militar

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 7

2 CONCEITO ......................................................................................................................................... 10

2.1 Blitz Policial – Categorias ................................................................................................................ 11

2.2 Procedimentos operacionais - Blitz Categoria 1 e 2 ....................................................................... 13

2.3 Procedimentos operacionais - Blitz Categoria 3 ............................................................................. 14

3 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ..................................................................................... 17

3.1 Pessoal e Logística ......................................................................................................................... 18

3.2 Distribuição de Funções .................................................................................................................. 19

3.3 Montagem do Dispositivo (Boxes) .................................................................................................. 21

3.4 Tipos de Pistas ................................................................................................................................ 22

3.5 Padrões de procedimentos ............................................................................................................. 22

3.5.1 Montagem do dispositivo com dois policiais e uma viatura ......................................................... 23

3.5.2 Montagem do dispositivo com três policiais e uma viatura .......................................................... 25

3.5.3 Montagem do dispositivo com cinco policiais e duas viaturas ..................................................... 27

3.6 Comunicações Operacionais .......................................................................................................... 29

3.7 Busca ............................................................................................................................................... 31

3.8 Procedimento para utilização do etilômetro .................................................................................... 35

3.9 Evasão ............................................................................................................................................. 35

3.10 Emprego de Armas de Fogo ......................................................................................................... 38

4 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO .................................................................................................... 42

4.1 Sinalização ...................................................................................................................................... 42

4.2 Verbalização policial durante a Blitz ............................................................................................... 45

4.2.1 Linguagem policial face ao comportamento do abordado ........................................................... 47

4.2.1.1 Abordado cooperativo ............................................................................................................... 48

4.2.1.2 Abordado resistente passivo ou ativo ....................................................................................... 53

4.3 Procedimentos específicos ............................................................................................................. 55

4.3.1 Abordagem a autoridades ............................................................................................................ 55

4.3.2 Procedimento policial diante de tentativa de corrupção .............................................................. 57

4.4 Orientações Gerais ......................................................................................................................... 59

5 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS ............................................................................................................. 62

5.1 Abordagem a motocicletas .............................................................................................................. 62

5.2 Blitz noturna..................................................................................................................................... 63

Anexo “A” – Modelo de Relatório do Comandante da Operação .................................................. 66

Anexo “B” – Modelo de Relatório da Supervisão da Operação ..................................................... 68

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 70

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APRESENTAÇÃO

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1 APRESENTAÇÃO

O policial militar representa o Estado, sendo a ele outorgado poder legal para

agir por meio de intervenções voltadas para promoção, prevenção e repressão em

segurança pública. A sociedade que legitima esse poder espera, em contra partida,

ética, legalidade e competência nas ações desses profissionais.

O escopo doutrinário apresentado no álbum Prática Policial Básica objetiva

fornecer respaldo à prática profissional e, por isso, é ponto norteador das ações e

operações desencadeadas pelos policiais. Este Caderno Doutrinário nº 3 – Blitz

Policial é o resultado de uma construção teórica elaborada a partir de laboriosa

pesquisa e estudos do cotidiano operacional.

Embora as operações do tipo Blitz sejam frequentemente realizadas nas

unidades operacionais da Instituição, a falta de uniformidade na sua condução tem

dificultado o alcance de seus objetivos e, por isso, geram desgastes para o policial e

para a imagem da Instituição. Devido ausência de planejamento ou do correto

emprego da técnica e da tática policiais, muitos militares podem colocar em risco a

sua vida e a de outras pessoas.

Durante o período de elaboração deste Caderno, foram colhidas, analisadas e

utilizadas sugestões e contribuições1 enviadas por policiais de todas as Regiões da

Polícia Militar (RPM) do Estado de Minas Gerais. As valiosas manifestações, além

de reconhecerem a importância do assunto em pauta e demonstrarem o anseio dos

policiais por uma doutrina padronizadora de ações, permitiram estruturar e elaborar

um trabalho que contempla as necessidades e as realidades dos grandes centros e

dos destacamentos das pequenas cidades, cujas disponibilidades de policiais e de

recursos diferem substancialmente.

O Caderno Doutrinário nº 3 - Blitz Policial traz orientações para o

planejamento, distribuição de policiais, viaturas e equipamentos nas vias públicas

em operações desta natureza. Sua leitura deve ser, obrigatoriamente, precedida dos

Cadernos Doutrinários nº 1 e 2 e seu conteúdo seguido na íntegra a fim de evitar

prejuízos de interpretação e de aplicabilidade de seus preceitos.

A seção 2 introduz o tema por meio da conceituação de Blitz Policial e

distingue seus diferentes níveis, em função dos objetivos, e categorias, com base 1 Sugestões enviadas através da rede interna de informações da PMMG denominada Intranet.

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na estrutura logística e aparato policial necessários para cada situação, bem como

os respectivos procedimentos operacionais.

Na seção 3, são apresentadas as variáveis que devem ser consideradas na

fase de planejamento de uma Blitz policial além de orientações e procedimentos

importantes que devem ser observados em sua execução, a saber: descrição das

funções e responsabilidades de cada integrante envolvido na operação;

orientações para a montagem do dispositivo em função de suas diferentes

categorias; embasamento legal para realizar a busca veicular; recomendações para

atuar em caso de evasão da Blitz pelo condutor e a forma correta de empregar a

arma de fogo.

A seção 4 aborda o tema verbalização policial aplicada às operações dessa

natureza, enfatizando a importância do processo da comunicação para o alcance

dos objetivos pretendidos. Considerações teóricas são complementadas por

sugestões de diálogos diante dos diversos tipos de comportamento do abordado e

em situações específicas de abordagem a autoridades.

Os conteúdos tratados nas seções anteriores são retomados na seção 5

considerando algumas situações peculiares que podem ocorrer no decorrer de

operações policiais do tipo Blitz, tais como abordagem a motocicleta (tipo de

intervenção que vem ganhando cada vez mais destaque no cotidiano operacional) e

Blitz noturna.

E, por fim, há que se ressaltar que vários assuntos tratados aqui serão

complementados e aprofundados nos demais Cadernos Doutrinários que compõem

esse álbum Prática Policial Básica, principalmente nos Cadernos Doutrinários nº 4

e nº 5 que tratam, respectivamente, de Abordagem a veículos e Cerco e Bloqueio.

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SEÇÃO 2

CONCEITOS

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2 CONCEITO

Operação Policial2 do tipo Blitz é uma interrupção parcial e temporária, do

fluxo de pessoas ou veículos em vias urbanas, rurais e rodoviárias, por meio de

sinalização física, visual e sonora, para abordar veículos e seus ocupantes,

realizando checagens e vistorias em geral.

Pode ser executada por uma equipe composta somente por policiais militares

ou por policiais militares em conjunto com os integrantes de diversos órgãos,

conforme o tipo de policiamento envolvido, tais como:

policiamento ostensivo geral – ênfase na identificação de

pessoas procuradas, busca de armas, drogas, veículos roubados,

dentre outros.

trânsito urbano e rodoviário - ênfase na verificação de

documentos e condições do condutor e do veículo.

meio ambiente – ênfase na verificação de documentos e

condições de transporte de produtos e animais protegidos por

legislação específica.

apoio a fiscalizações realizadas por outros órgãos (municipal,

estadual e federal) - fazendárias, sanitárias, dentre outros.

De acordo com os objetivos, as operações do tipo Blitz Policial se dividem em

três níveis3:

a) nível 1 - educativo: visa informar, orientar e conscientizar as pessoas

sobre temas de interesse público;

b) nível 2 - preventivo: visa realizar verificações após ocupação prévia de

locais onde há incidência significativa ou possibilidade de ocorrerem infrações

e delitos;

2 Operação policial: é a conjugação de ações, executada por fração de tropa constituída, que exige

planejamento específico. Pode ter caráter estratégico, tático ou operacional, combinadas com outras forças policiais ou militares, para o cumprimento de missões específicas com a participação eventual de outros órgãos de apoio da Corporação e de órgãos integrantes do sistema de Defesa Social. (MINAS GERAIS. Diretriz para produção de serviços em segurança pública nº 1 – Emprego da Policia Militar de Minas Gerais na segurança pública). 3 Os três níveis de blitz correspondem aos três níveis de intervenção policial, descritos na seção 5 do

Caderno Doutrinário 1.

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c) nível 3 - repressivo: visa restaurar o quadro de tranquilidade pública, após

a constatação de prática de atos contrários à segurança.

Serão efetivadas por ações devidamente planejadas e coordenadas e, como

toda intervenção policial, tem como objetivo genérico servir e proteger a sociedade,

preservar a ordem pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio, garantindo

a vida, a dignidade e a integridade de todos4.

Atendendo ao princípio da universalidade5, na execução de uma operação do

tipo Blitz, em qualquer nível, o policial pode deparar-se com qualquer irregularidade

(penal ou administrativa) que, ainda que não seja o escopo primordial da operação

nem situação específica da atividade, a equipe deverá tomar providências que o

caso demandar.

Os procedimentos específicos para operações tipo Blitz policial de trânsito urbano e rodoviário, bem como meio ambiente, serão tratados nos Cadernos Doutrinários referentes à prática policial especializada, acrescidos do conteúdo deste Caderno Doutrinário no que for pertinente.

2.1 Blitz Policial – Categorias

A Blitz Policial poderá será desencadeada em três categorias que se

diferem basicamente quanto à estrutura de pessoal e material necessária para a

sua execução (apoio logístico e ao aparato policial), conforme tabela abaixo.

4 Inciso V do artigo 144 da Constituição Federal Brasileira e Identidade Organizacional da PMMG.

5 O policiamento ostensivo se desenvolve para a preservação da ordem pública, tomada no seu

sentido mais amplo. A natural, e às vezes imposta, tendência à especialização, não constitui óbice à preparação do PM ser capaz de dar tratamento adequado aos diversos tipos de ocorrências. Aos PM especialmente preparados para determinado tipo de policiamento, caberá a adoção de medidas, ainda que as preliminares, em qualquer ocorrência policial-militar. O cometimento de tarefas policiais-militares específicas não desobriga o PM do atendimento de outras ocorrências, que presencie ou para as quais seja chamado ou determinado. (MINAS GERAIS. Diretriz para produção de serviços em segurança pública nº 1 – Emprego da Policia Militar de Minas Gerais na segurança pública).

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Tabela 1 – Previsão de efetivo, viaturas e armamento/equipamento na Blitz Policial

CATEGORIA EFETIVO

POLICIAIS VIATURAS 4 RODAS

Armamento/ Equipamento

1 2 ou 3 1 Convencional e para balizamento da pista

2 4 ou mais 2 ou mais Convencional e para balizamento da pista

3 Mínimo 3 1 * Reforçado e para bloqueio

da pista *Serão acrescido de motocicletas, veículos blindados, apoio aéreo e outros reforços, conforme necessidade e complexidade da ocorrência.

A classificação em categorias das diversas estruturas não guarda vínculo

direto com os objetivos específicos de uma determinada operação do tipo Blitz. A

mesma estrutura pode ser utilizada para diferentes objetivos.

Exemplo 1: Pode ser realizada uma operação que exige uma estrutura

correspondente a categoria 2, envolvendo todo o efetivo de um pelotão, com uma ou

duas viaturas em apoio, realizando uma operação do tipo Blitz de caráter educativo

(nível 1), por ocasião da semana do meio ambiente.

Exemplo 2: Por outro lado, pode ser realizada uma operação do tipo Blitz,

com estrutura correspondente a categoria 1, quando dois ou três policiais de um

destacamento no interior do Estado fazem a interrupção de uma rodovia, utilizando

uma viatura PM, com o objetivo de capturar fugitivos de uma cadeia pública de um

município vizinho (nível 3).

Da mesma maneira, os objetivos inicialmente planejados (educativo,

preventivo ou repressivo), poderão variar, ainda que temporariamente, em função

dos riscos que se apresentarem no desenvolvimento da operação, podendo implicar

até em mudança de categoria mediante reforço logístico e de efetivo policial.

Exemplo 3: Alteração de nível de risco – Durante uma Blitz preventiva, com

estrutura correspondente a categoria 1 ou 2, os policiais constatam entre os

ocupantes do veículo, que um deles porta ilegalmente arma de fogo e tem prontuário

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por prática criminosa. Isto determinará a mudança imediata do estado de prontidão

(laranja para vermelho) e correspondente nível de força aplicado.

Exemplo 4: Alteração de categoria em função do nível de risco - Instalada

uma operação com estrutura correspondente a categoria 2, voltada para a

fiscalização de trânsito rodoviário, de caráter preventivo. É noticiado via rede de

rádio um assalto a banco com tomada de reféns, sendo o local da Blitz uma possível

rota de fuga. A operação poderá migrar para a categoria 3 e assumir caráter

repressivo, caso receba reforço de pessoal e logística (tropa especializada,

equipamentos de bloqueio de via, dentre outros).

2.2 Procedimentos operacionais - Blitz Categoria 1 e 2

Nessas operações do tipo Blitz a equipe responsável deve adotar as

seguintes orientações:

a) durante a operação, manter-se no estado de atenção (amarelo). Esteja

precavido e considere que a sua segurança deve ser priorizada tanto em

relação ao fluxo do trânsito, quanto a uma possível reação por parte do

abordado ou de outras pessoas no veículo. Use sempre os equipamentos de

segurança;

b) no momento da abordagem, esteja no estado de alerta (laranja) e

considere as etapas da avaliação de riscos e o quarteto do pensamento

tático. Identifique quais as ações de respostas para o caso de uma ameaça e

qual nível de força será necessário. Identifique, preliminarmente, os possíveis

locais de abrigo que sejam facilmente acessíveis e próximos ao local da

intervenção. (Ver Caderno Doutrinário 1);

c) procure atuar sempre privilegiando a segurança da equipe, evitando

abordar veículos com quantidade de ocupantes adultos em número superior

ao de policiais na operação (inclusive motocicletas);

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d) caso ocorra parada de um veículo com número de ocupantes adultos

superior ao de policiais e, ainda, estejam presentes outros fatores da análise

de risco que indiquem falta de segurança para a guarnição PM seguir na

intervenção, é recomendável liberar imediatamente o veículo sem abordá-lo e

recorrer a outros procedimentos técnicos e táticos, como apoio de outras

guarnições ou cerco e bloqueio para que a ação de resposta seja efetiva. Tal

procedimento traduz-se em profissionalismo com ênfase na segurança da

equipe e não em fragilidade da equipe.

e) se, em função da segurança da equipe, optar pela liberação do veículo,

alerte ao Centro Integrado de Comunicação Operacional (CICOp) ou

correspondente, sobre o ocorrido, transmitindo os dados (local, características

do veículo/ocupantes e rota de deslocamento), para uma possível abordagem

posterior por uma guarnição PM reforçada;

f) no caso específico de operação Categoria 1 não aborde 2 (dois) veículos ao

mesmo tempo.

g) caso ocorra alguma eventualidade relevante, atualize rapidamente sua

avaliação de risco e decida por continuar a abordagem, ou não, e pedir

reforços;

h) nos casos de fuga, a operação será mantida no local e um integrante da

equipe deverá repassar as informações ao (CICOp) ou correspondente, via

rede-rádio, sobre o ocorrido transmitindo os dados (local, características do

veículo/ocupantes e rota de deslocamento), para fins de rastreamento e

abordagem, com maior segurança, por policiais de outras viaturas. (Ver

Evasão – Seção 3)

2.3 Procedimentos operacionais - Blitz Categoria 3

Em operações do tipo Blitz nesta categoria, existe uma probabilidade maior

de resistência por parte dos abordados. Dessa forma, os policiais devem considerar

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a hipótese do uso de força em níveis mais elevados, permanecendo no estado de

prontidão adequado (estado de alerta – laranja, ou alarme - vermelho), conforme

avaliação de riscos, para garantir uma resposta de polícia adequada e, ao mesmo

tempo, a segurança da equipe e a de terceiros. (Ver Caderno Doutrinário nº. 1)

A Blitz Categoria 3 exige um efetivo igual ou superior a 3 (três) policiais;

armamento e apoio logístico especial para possibilitar o bloqueio das vias de acesso

com utilização de dispositivos para furar pneus (se for o caso); cones pesados,

dentre outros obstáculos. O detalhamento do procedimento operacional

recomendado para essas operações encontra-se no Caderno Doutrinário nº 5 –

Cerco, Bloqueio e Interceptação.

Neste Caderno Doutrinário serão tratadas as BLITZ POLICIAIS

CATEGORIAS 1 e 2. O dispositivo operacional da BLITZ

POLICIAL – CATEGORIA 3 consta no Caderno Doutrinário nº 5

– Cerco, Bloqueio e Interceptação.

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SEÇÃO 3

PLANEJAMENTO

E EXECUÇÃO

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3 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

A Blitz Policial deve ser precedida de planejamento elaborado pela Seção de

Operações da RPM, CPE, UEOp, Seção de Operações da Unidade (SOU) ou

Comandante da Fração (nos diversos níveis), por meio de ordens de serviço ou

outros instrumentos, nos quais estejam presentes todos os aspectos que, direta ou

indiretamente, venham contribuir ou prejudicar o sucesso da operação.

O local e o horário de instalação da Blitz policial são aspectos importantes a

serem observados no planejamento da operação. O local não pode ser escolhido

aleatoriamente. Deve ser definido a partir de dados obtidos na análise criminal e em

conformidade com as metas estabelecidas, tomando-se por base:

a segurança da via;

as condições de tráfego (aclives, declives, curvas, pontes, túneis

e viadutos);

a visibilidade e iluminação do local;

os índices de criminalidade no local;

o tipo de veículo a ser parado e abordado conforme o objetivo da

operação, principalmente em relação ao horário. Ex: táxi, ônibus,

motocicleta, etc.

o objetivo principal a ser atingido de acordo com a característica

da operação;

a possibilidades de evasão (rotas de fuga);

a necessidade de apoio de outros órgãos públicos ou privados;

a interferência no fluxo de trânsito;

a proximidade de locais de risco (ZQC)6.

Se o local e horário escolhidos para a execução da operação influenciarem no

desenvolvimento normal do tráfego, tornando-o intenso, devido ao estrangulamento

do fluxo de veículos, deverá ser avaliada a possibilidade de realizar a operação em

local e horário diversos, sem contudo perder o foco e o objetivo principal da

operação.

6 Zona Quente de Criminalidade: local onde, estatisticamente, ocorre concentração

de crimes violentos.

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Caso o comandante da operação decida pela alteração do local e do

horário, solicitará autorização ao coordenador do policiamento, dará ciência à Sala

de Operações da Unidade e fará constar no relatório quais os fatores que

contribuíram para a tomada de tal decisão, remetendo-o à Seção de Operações para

planejamentos posteriores. Deverão ser consideradas as etapas da avaliação de

riscos e priorizar o quesito “segurança” dos policiais e do público. (Ver Caderno

Doutrinário 1)

Em caso de condições climáticas adversas, a operação será adiada ou

cancelada, pois nessa situação, o quesito segurança poderá ser comprometido, pela

dificuldade de visibilidade, pela frenagem e pela possibilidade da ocorrência de

acidentes de trânsito. Nesses casos, é recomendável que o efetivo da operação

permaneça em patrulhamento nas imediações do local e cumpra parcialmente os

objetivos estabelecidos.

O PM Comandante evitará a longa permanência em um mesmo local. O

tempo previsto para a execução da Blitz policial poderá ser de 30 (trinta) a 60

(sessenta) minutos, período considerado suficiente para alcançar o objetivo sem

comprometer a qualidade das operações policiais. Esse tempo poderá ser definido

de forma diversa mediante determinação do setor de planejamento do Comando da

Região ou da Unidade respectiva. Conforme a avaliação feita pelo PM Comandante

da operação no local, esse tempo poderá ser redefinido desde anunciado ao CICOp

ou correspondente.

Durante o Treinamento Tático7, serão transmitidas todas as informações e

orientações aos policiais envolvidos, de acordo com os objetivos e as características

de cada operação.

3.1 Pessoal e Logística

a) Efetivo: de acordo com as tabelas 1 e 2, em função das categorias de cada

operação, definidos na seção 2.

b) Viaturas: de 4 (quatro) ou 2 (duas) rodas, na quantidade definida, conforme

a categoria da operação.

7 Treinamento realizado em chamadas de lançamento de turno conforme Diretrizes da Educação de

Polícia Militar (DEPM)

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c) Armamentos e equipamentos:

armas de porte para todos os policiais;

arma portátil com bandoleira para o PM Segurança, quando

disponível;

rádios portáteis – HT, quando disponível;

coletes balísticos para os policiais;

coletes refletivos ou japona dupla-face com faixas refletivas;

instrumentos de menor potencial ofensivo (armas, munições e

equipamentos), quando disponíveis.

d) Acessórios:

cones de sinalização (mínimo de oito cones);

cavalete de sinalização, quando disponível;

apitos de trânsito;

pranchetas, caneta e papel para anotações;

planilha para registro da relação de veículos e das pessoas

abordadas;

bloco de Auto de Infração de Trânsito (AIT), quando disponível;

lanternas (mesmo durante o dia) para vistoria no veículo, se for o

caso;

fita zebrada;

luz sinalizadora;

kit de biossegurança.

3.2 Distribuição de Funções

Para um melhor entendimento e detalhamento das ações, são atribuídas

funções específicas aos policiais envolvidos na operação.

a) PM Comandante: é o militar de maior posto ou graduação ou o mais

antigo, responsável direto pela coordenação e controle da operação. Faz

cumprir o planejamento, orienta a equipe para que sejam atingidos os

resultados propostos e corrige as falhas que porventura possam ter ocorrido.

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É o responsável pelas comunicações via rede-rádio e pela definição das

funções de cada um dos policiais, dentre elas, quem será o responsável pelo

Box de Registro.

b) PM Selecionador: é o policial responsável por “escolher” os veículos que

serão vistoriados e fiscalizados, de acordo com os objetivos da operação.

Estará com a atenção voltada para o trânsito e para o comportamento dos

condutores e, sinalizará através de gestos e silvos de apito, previstos no

Código de Trânsito Brasileiro, para que transitem em velocidade de

segurança, para onde o veículo deverá seguir ou em qual local estacionar no

caso de vistoria.

c) PM Vistoriador: é quem procede à abordagem e mantém contato visual e

verbal com o condutor do veículo e seus passageiros. Deve ser firme e

educado no momento da abordagem, transmitindo segurança e tranquilidade,

atuando em conformidade com os preceitos da verbalização policial e dos

princípios e critérios de emprego dos níveis do uso de força. É também o

policial encarregado de sinalizar para que os veículos vistoriados retornem à

corrente de tráfego. (Ver Caderno Doutrinário 1)

d) PM Segurança: é o policial responsável pela integridade e segurança dos

componentes da equipe. Sua posição não é fixa no dispositivo, varia de

acordo com a quantidade de policiais envolvidos e o tipo de via em que a

operação é realizada. Mantém escuta ininterrupta da rede-rádio. Poderá

utilizar arma portátil, dotada de bandoleira, de acordo com a situação.

Atenção: Um policial poderá acumular duas ou mais funções

descritas no item anterior, conforme a categoria da operação

Blitz, os objetivos a se atingir, ou devido ao número de policiais

integrantes da equipe.

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3.3 Montagem do Dispositivo (Boxes)

Na montagem do dispositivo, de acordo com o nível da intervenção, serão

previstos locais destinados para a atuação dos policiais, assim denominados Box de

Abordagem e Box de Registro.

O Box de Abordagem é o local demarcado na via de trânsito, por meio de

sinalização física, pelo posicionamento de viaturas, pela utilização de cones ou

cavaletes, para onde os policiais direcionarão os veículos que serão abordados.

Após a verificação do veículo, caso nenhuma irregularidade seja constatada,

o condutor será liberado do Box de Abordagem pelo PM Vistoriador e retornará à

via de trânsito, observando-se todas as regras de segurança (fluxo de veículos e

pedestres).

No caso de o PM Vistoriador detectar alguma irregularidade que exija a

adoção de providências imediatas, deverá encaminhar o condutor e o veículo para o

Box de Registro, local definido na via para efetuar, dentre outros, as autuações de

trânsito, o registro de ocorrências, as retenções e as remoções de veículo,

apreensões e prisões de infratores, se for o caso. Nesses casos deverá ser

aumentada a atenção em relação ao veículo para evitar evasão. Dependendo da

avaliação do risco e do tipo de infração constatada, como exemplo uma visível

embriaguez, na medida do possível, o veículo permanecerá parado onde estiver os

registros serão feitos mesmo fora do Box destinado a esse fim.

Uma ou mais viaturas poderão ser acionadas para apoio ao Box de Registro,

nas situações de risco ou no acúmulo de registros de defesa social (REDS).

Nas operações de Blitz Policial – CATEGORIA 1, serão instalados 1 (um)

Box de Abordagem e 1 (um) Box de Registro. Nas operações de Blitz Policial –

CATEGORIA 2 poderão ser instalados 2 (dois) ou mais Boxes de Abordagem e 1

(um) ou mais Boxes de Registro, analisando as condições de segurança, de acordo

com a avaliação de riscos, o número de policiais disponíveis e os objetivos a serem

atingidos.

O PM Comandante deverá observar permanentemente a organização do

dispositivo da operação, primando sempre pela segurança de todos (policiais,

motoristas, passageiros, pedestres e veículos). Em caso de acúmulo de pessoas no

Box de Abordagem, o PM Selecionador deverá interromper a parada de veículos

enquanto o comandante da operação reorganizará os espaços. Ocorrendo igual

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situação no Box de Registro, os motoristas e seus veículos que aguardam as

providências cabíveis, devem ser encaminhados para um local seguro próximo a

Blitz fora do dispositivo, ficando as chaves dos carros sob a guarda do policial

responsável pelo prosseguimento da ocorrência.

3.4 Tipos de Pistas

As vias públicas, rurais ou urbanas, possuem pistas que são sujeitas às blitz

policiais.

Via é uma superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais,

compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central.

Vias rurais são estradas e rodovias.

Vias urbanas são ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos à

circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente por

possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão.

A pista compreende parte da via, normalmente utilizada para a circulação de

veículo, identificada por elementos separadores por diferença de nível em relação às

calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.

O local escolhido para realização de Blitz policial deve permitir a montagem

da operação sem prejuízo substancial ao fluxo do trânsito, com atenção à segurança

dos militares e à de terceiros, conforme avaliação de riscos.

As pistas podem ser classificadas como:

a) Pista simples ou única (com duplo sentido de circulação): possui faixa

de rolamento com dimensões que permitem a passagem de veículo em cada

sentido de tráfego.

b) Pista dupla: permitem a passagem simultânea de mais de um veículo, em

cada sentido de tráfego, caracterizada pela presença de canteiro central.

3.5 Padrões de procedimentos

Durante a montagem do dispositivo da Blitz, os policiais deverão dispensar

especial atenção quanto à segurança do fluxo de trânsito da via, dos transeuntes e

da própria equipe.

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Importante ressaltar que, neste momento, o policial dispõe de condições

favoráveis ao contato e à interação com a população do local onde a operação está

sendo instalada. Procure informar aos cidadãos residentes, ou que exerçam

atividades comerciais nas proximidades, sobre a importância e os benefícios da

operação para a promoção da segurança pública e da prevenção da criminalidade.

O policial não deve fornecer dados de caráter reservado que possam ser

prejudiciais ao bom andamento do serviço, porém, pode prestar informações

básicas, simples e objetivas sobre a duração do empenho e a finalidade da

operação. Tais ações servem como forma de estreitar os laços entre a PM e a

comunidade local, demonstrando educação e cordialidade, porém sem permitir a

aglomeração de pessoas no local de realização da Blitz.

A distribuição dos materiais e do efetivo na via pública obedecerá ao previsto

nos croquis estabelecidos a seguir, contemplando também os procedimentos a

serem adotados por cada policial na operação, de acordo com sua função.

3.5.1 Montagem do dispositivo com dois policiais e uma viatura

Figura 1 – Dispositivo com dois Policiais e uma Viatura – Pista Simples de Mão Dupla.

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Figura 2 – Dispositivo com dois Policiais e uma Viatura – Pista Dupla.

Montado o dispositivo, o PM Selecionador postado à retaguarda dos cones 4

e 5, sinalizará para o veículo e o orientará a seguir para o Box de Abordagem. (Ver

Figuras 1 e 2)

O PM Comandante, que está sobre o passeio ao lado do cone 7, fará o

veículo parar próximo desse cone.

Após a parada, o PM Comandante se deslocará para a retaguarda do

veículo, ficará sobre o passeio e passará a atuar, também, como PM Segurança.

O PM Selecionador deslocará o cone 5 diagonal ao cone 4, fechando a

entrada do Box de Abordagem. Nesse momento, passará a atuar como PM

Vistoriador, se aproximará do condutor pela esquerda, fará a abordagem e iniciará

a vistoria.

Se houver necessidade de busca, esta será feita pelo PM Vistoriador,

primeiramente em todos os ocupantes, e depois no interior do veículo. Nessa

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situação, o desembarque do motorista será realizado, passando por trás do veículo,

até chegar ao passeio. (Ver Caderno Doutrinário 2)

Encerrada a fiscalização, o PM Vistoriador orientará o tráfego para fazer o

veículo retomar ao seu deslocamento com segurança, olhando para a pista e

sinalizando ao condutor para que siga em frente.

Assim que o veículo sair do Box de Abordagem, o PM Vistoriador

recolocará o cone 5 na posição descrita nas figuras 1 e 2 e retornará à sua posição

inicial, para novamente atuar como PM Selecionador.

3.5.2 Montagem do dispositivo com três policiais e uma viatura

Figura 3 – Dispositivo com três Policiais e uma Viatura – Pista Simples

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Figura 4 - Dispositivo com três policiais e uma viatura – Pista Dupla

Montado o dispositivo, o PM Selecionador, postado à retaguarda dos cones

4 e 5, sinalizará para o veículo, orientando-o a se dirigir para o Box de Abordagem

(Ver Figuras 3 e 4).

O PM Comandante, que está sobre o passeio ao lado do cone 7 no caso de

pista simples, e do cone 8, em pista dupla, fará o veículo parar próximo a esse cone.

Após a parada, o PM Comandante se deslocará para a retaguarda do

veículo, ficando sobre o passeio e passa a atuar também como PM Segurança.

O PM Selecionador deslocará o cone 5 diagonal ao cone 4, fechando a

entrada do Box de Abordagem, e permanecerá próximo ao cone 5, com a atenção

voltadas para o trânsito e para a abordagem.

O PM Vistoriador, que se encontrava sobre o passeio no centro do Box de

Abordagem, contornará o veículo por trás, abordando o condutor e procedendo à

vistoria.

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Se houver necessidade de busca, será feita pelo PM Vistoriador,

primeiramente em todos os ocupantes e depois no veículo. (Ver Caderno Doutrinário

2)

Encerrada a fiscalização, o PM Vistoriador orientará o tráfego, fazendo o

veículo retomar seu deslocamento tão logo as condições estejam seguras, olhando

para a pista e sinalizando ao condutor para que siga em frente.

Assim que o veículo sair do Box de Abordagem, o PM Selecionador

recolocará o cone 5 em sua posição inicial, conforme apresentado nas figuras 3 e 4,

e ficará pronto para selecionar outro veículo.

3.5.3 Montagem do dispositivo com cinco policiais e duas viaturas

Figura 5 – Dispositivo com cinco Policiais e duas Viaturas – Pista Simples

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Figura 6 – Dispositivo com cinco Policiais e duas Viaturas – Pista Dupla

Montado o dispositivo, o PM Selecionador, postado à retaguarda dos cones

4 e 5, sinalizará para o veículo e o orientará para o Box de Abordagem (Figuras 5 e

6).

O PM Comandante, que está sobre o passeio ao lado do cone 8 fará o

veículo parar próximo desse cone.

O PM Comandante se deslocará para a retaguarda do primeiro veículo,

ficando sobre o passeio e atuando como PM Segurança do PM Vistoriador do Box

de Abordagem 1.

O PM Vistoriador do Box de Abordagem 1 contornará o veículo por trás,

abordando o condutor e procedendo à vistoria.

O PM Vistoriador do Box de Abordagem 2 permanecerá no passeio,

aguardando o próximo veículo.

O PM Segurança permanecerá no passeio (ou em outra posição mais

adequada) com a atenção voltada para os dois Boxes de Abordagem, bem como

para todo o perímetro da operação.

O PM Selecionador sinalizará para um segundo veículo e o orientará para a

entrada no Box de Abordagem 2.

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O PM Vistoriador do Box de Abordagem 2 fará o balizamento para a

parada do segundo veículo, de modo que este pare há aproximadamente 3 (três)

passos do primeiro.

O PM Selecionador deslocará o cone 5 para a diagonal ao cone 4, fechando

a entrada dos Boxes de Abordagem; permanecendo próximo ao cone 5 com a

atenção voltadas para o trânsito e para a abordagem do veículo.

O PM Vistoriador do Box de Abordagem 2 contornará o segundo veículo

por trás, abordando o condutor e procedendo à vistoria.

Se houver necessidade de busca, esta será feita pelo PM Vistoriador;

primeiro em todos os ocupantes e depois no veículo (Ver Caderno Doutrinário 2).

Encerrada a fiscalização, o PM Vistoriador orientará o condutor que foi

abordado, para fazer com que o seu veículo retorne à faixa de rolamento em

segurança. Verificará, através de contato visual com o PM Selecionador, as

condições do fluxo de tráfego e, no melhor momento, sinalizará para que o condutor

siga em frente.

Assim que o veículo sair do Box de Abordagem, o PM Selecionador

recolocará o cone 5 em sua posição inicial, conforme apresentado nas figuras 5 e 6,

e selecionará outro veículo.

3.6 Comunicações Operacionais

Montado o dispositivo, o PM Comandante comunicará, via rede-rádio, ao

Centro Integrado de Comunicação Operacional (CICOp) ou correspondente e ao

Coordenador de Policiamento da área de atuação, o local, horário de início, efetivo e

objetivo da operação.

O PM Segurança deverá manter escuta ininterrupta das comunicações

operacionais, de modo a captar informações importantes para a segurança do

pessoal empregado, tais como: notificação sobre veículos roubados ou furtados,

veículos que evadiram de outras intervenções policiais ou sobre envolvidos em

crimes. Essas informações serão repassadas, de imediato, a todos os militares

envolvidos na operação.

As comunicações administrativas que dispensem urgência, como o registro de

ocorrências, a relação de pessoas e de materiais apreendidos, a solicitação de

reboque, dentre outras, serão realizadas com o CICOp ou correspondente,

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preferencialmente, via telefone, para não sobrecarregar as comunicações na rede-

rádio.

Eclodindo alguma situação adversa, como desobediência, resistência,

tentativa ou consumação de fuga, o PM Comandante cientificará, imediatamente,

via rede-rádio, o CICOp ou correspondente e o Coordenador do policiamento, e

fornecerá informações para que as medidas de proteção sejam adotadas, como o

envio de unidades de apoio para o local, ou para que sejam implementadas ações

de cerco e bloqueio. No caso de detenções, estas deverão ser executadas dentro

dos parâmetros legais e com a preservação da integridade física e dignidade do

detido8.

O cuidado e a serenidade são essenciais ao realizar as comunicações na

rede-rádio. Muitos exemplos de ações mal sucedidas, já divulgadas na PMMG,

foram decorrentes de informações incompletas ou inadequadas transmitidas por

policiais de serviço. As mensagens alarmistas estimulam correria. Alardes em casos

como simples evasões de veículos já provocaram tensão exasperada e uso

inadequado de força, em situações não caracterizada como crime, tais como

motoristas inabilitados ou sem documentação e outras infrações de trânsito.

Para estas situações de veículos em fuga, o PM Comandante da Blitz

comunicará na rede-rádio as informações, seguindo uma sequência lógica a ser

transmitida:

Atenção rede, atenção rede!

Comunicação de veículo em fuga

Veículo (marca, cor, modelo) evadiu da rua ..., sentido ...

Veículo com 1 (2,3...) ocupante(s)

(Citar características observadas dos ocupantes).

8 Conforme artigos 5º e 9º da Declaração Universal dos Direitos Humanos; artigos 4º, 5º e 7º da

CADH; artigos 9º e 10 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos – PIDCP. Devem ser observadas, ainda, as prescrições relativas à detenção e guarda de pessoas e uso da força que são descritas no Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei – CCEAL;

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Atenção: a disciplina nas comunicações da rede-rádio é

responsabilidade compartilhada de todos os policiais de

serviço. Trata-se de requisito indispensável para garantir a

qualidade da informação transmitida e a legalidade das ações

realizadas.

O encerramento da Blitz será realizado via rede-rádio ou por telefone (190),

devendo seu comandante comunicar ao CICOp ou correspondente e ao

Coordenador das Operações de Policiamento, a finalização e os resultados

alcançados.

Nas operações das Unidades Especializadas, deve-se atentar para a

utilização de um Rádio Portátil HT na frequência da área de atuação, além do

acompanhamento da rede-rádio da unidade específica.

3.7 Busca

A realização de busca pessoal ou veicular na operação é uma decisão do

policial quando vislumbrar uma fundada suspeita, observando-se a

discricionariedade e o pleno exercício de sua autoridade legal.

A fundada suspeita constitui em pressuposto e requisito necessário à busca

veicular e pessoal realizada durante a Blitz policial. A disposição inserta no artigo

181 do Código de Processo Penal Militar (CPPM) com correspondência semelhante

no artigo 244 do Código de Processo Penal (CPP) determina a busca pessoal

diante da existência de fundada suspeita que a pessoa esteja na posse de arma

proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a

medida for determinada no curso de busca domiciliar9.

Conforme preconiza o artigo 180 do Código de Processo Penal Militar10, “a

busca pessoal consistirá na procura material feita nas vestes, pastas, malas e outros

objetos que estejam com a pessoa revistada e, quando necessário, no próprio

corpo”.

O policial tem uma grande margem de análise subjetiva para identificar estas

situações. Não pode, entretanto, desprezar a existência de elementos concretos e

9 Artigo 244 do Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).

10 Artigo 181 do Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de outubro de 1969 (Código de Processo Penal Militar).

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plausíveis para justificar uma busca. A decisão é tomada por meio do

desenvolvimento de competências, do tirocínio, da experiência, do discernimento

adquiridos pelo policial durante a sua carreira.

Procure ser discreto, oriente o cidadão, explique o que está fazendo, seja

compreensivo e procure contornar os eventuais conflitos, sem descuidar-se de sua

segurança e dos seus companheiros.

Com a finalidade de manter a postura mais técnica quanto ao emprego de

armas e evitar a exposição desnecessária durante a operação, apenas o PM

Segurança deverá empunhar o armamento portátil, ou de porte, de forma ostensiva.

Ressalva-se que todo policial deve ter atenção especial ao princípio da segurança e

manter-se focado nos pontos de risco.

Após decidir pela realização da busca nos ocupantes no veículo, evite

posicioná-los na pista de rolamento. Realize a busca de forma a evitar

constrangimentos e esteja atento às determinações do Caderno Doutrinário 2.

A busca veicular consiste na verificação interna e externa do veículo

abordado, por meio de revistas nos compartimentos suscetíveis a serem utilizados

como esconder objetos ilícitos. A busca estende-se a veículos automotores e a

quaisquer outros objetos que estejam com a pessoa, salvo se constituírem domicílio.

Veículos não são domicílios, por isso devem ser alvo de revistas toda vez que

houver fundada suspeita.

A revista no veículo deverá ocorrer somente após o desembarque e a busca

pessoal de todos os ocupantes do veículo. É Iniciada pelo porta-malas, prossegue

pela parte interna e finaliza-se na região do motor (se for o caso).

Esteja atento para as seguintes orientações e procedimentos a serem

adotados nas buscas veiculares:

a) antes de iniciar a revista no veículo, pergunte aos ocupantes se há

objetos de valor, carteira, talões de cheques, jóias, entre outros. Solicite

que sejam recolhidos os objetos de valor, mantendo atenção para que o

indivíduo não acesse armas ocultas;

b) convide o condutor ou outro ocupante para acompanhar a busca. Inicie

pela porta dianteira direita do veículo e solicite ao PM Segurança que se

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mantenha atento e a uma distância aproximada de 2 metros, a fim de

visualizar a busca a ser realizada;

c) solicite ao condutor que destranque e abra vagarosamente o porta-

malas, e proceda à busca, observando o assoalho, as laterais, qualquer

indício de pintura mal encoberta nos cantos, o compartimento do guarda-

estepe, entre outros;

d) para realizar a vistoria externa, inicie pela porta dianteira direita e, após,

a lateral traseira direita, traseira, lateral traseira esquerda, porta dianteira

esquerda, capô. Esteja atento para verificar:

se existem avarias que indiquem a ocorrência de acidente de

trânsito recente;

outras peculiaridades externas como o lacre rompido da

placa, contornos irregulares das perfurações da placa,

perfurações na lataria por disparos de arma de fogo, entre

outros;

e) com procedimento idêntico em todas as portas, ao começar pela

dianteira direita, a vistoria interna será realizada como segue:

levante o vidro (se estiver abaixado), coloque uma folha de

papel atrás da numeração do chassi (gravada no vidro), e

confira o número existente com o do documento;

abra a porta ao máximo e verifique nos cantos a existência,

ou não, de pintura encoberta do veículo;

balance levemente a porta para verificar, pelo barulho, se

existe algum objeto solto em seu interior;

verifique se existe algum objeto escondido no forro das

portas. Siga o critério de bater com as mãos para escutar se o

som é uniforme;

verifique o porta-luvas, quebra-sol, tapetes, embaixo do

banco, entradas de ar, cinzeiros, lixeiras, e todos os

compartimentos que possam esconder objetos ilegais;

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inicie a vistoria na parte interna traseira do veículo, dividindo-

a imaginariamente em lado direito e lado esquerdo. Observe os

assentos dos bancos, encostos, assoalho, lateral do forro;

saia para vistoriar o lado esquerdo e verifique o assento do

condutor em todo o seu compartimento (assoalho, lateral, teto,

atrás do assento);

localize o número do chassi, confronte-o com a

documentação e verifique se existem indícios aparentes de

adulteração;

caso localize qualquer objeto ilícito no interior do veículo,

avise os demais policiais.

A busca deve ser procedida com respeito ao patrimônio do abordado e com

o devido cuidado, para não danificar objetos ou partes do veículo, sendo que os

materiais retirados deverão ser recolocados no mesmo local, sempre que possível.

Caso haja necessidade de uma busca mais minuciosa, outros recursos

poderão ser acionados, se disponíveis, tais como emprego de cães farejadores.

Figura 7: Posicionamento a ser adotado no momento da vistoria veicular

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3.8 Procedimento para utilização do etilômetro11

O teste em aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro) é um dos recursos

utilizados para confirmação de que o condutor encontra-se dirigindo sob a influência

de álcool ou de qualquer outra substância entorpecente. Caso o exame acuse

concentração de álcool igual ou superior a 0,3 mg por litro de ar expelido dos

pulmões, configura-se em infração e deverá ser lavrado a AIT e registrado na

autuação o índice alcoolemia medido.

No caso de recusa do condutor a ser submetido ao teste de alcoolemia, a

infração poderá ser caracterizada mediante a obtenção de outras provas acerca dos

notórios sinais de embriaguez. Tais sinais deverão ser descritos na ocorrência ou

em termo específico. O policial deverá registrar a recusa do condutor em se

submeter aos exames previstos no ordenamento jurídico e descrever os sintomas

que demonstram efeitos de álcool ou substância entorpecente, tais como:

envolveu-se em acidente de trânsito;

declara ter ingerido bebida alcoólica (ou outra substância

entorpecente);

quanto à aparência, se o condutor apresenta sonolência; olhos

vermelhos; vômito; soluços; desordem nas vestes; odor de álcool no

hálito;

quanto à atitude, se o condutor apresenta agressividade;

arrogância; exaltação; ironia; falante; dispersão;

quanto à orientação, se o condutor apresenta desorganização

espacial e temporal (ex: não sabe onde está, horário ou data);

quanto à capacidade motora e verbal, se o condutor apresenta

dificuldade no equilíbrio; fala alterada.

3.9 Evasão

Durante a operação, situações de evasão podem ocorrer, geralmente, de três

maneiras diferentes:

11

Texto adaptado da Resolução do CONTRAN nº 206, de 20 de Outubro de 2006,

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a) Quem evitou a Blitz

Ao visualizar a operação, o condutor pode evitar o bloqueio, evadir

em marcha a ré, atravessar o canteiro central ou, simplesmente, fazer

conversão na via anterior ao dispositivo policial e tomar sentido contrário ao

da Blitz. Nesse caso, transmita as características que foram observadas do

veículo, via rede-rádio, para possível abordagem por outras viaturas. Evite

mensagens com conteúdo alarmista na rede. Procure mobilizar somente os

policiais necessários para realizar a abordagem posterior. Alerte-os para

procedimentos de segurança, mas considere que pode ser apenas um

condutor inabilitado.

b) Quem não respeitou à ordem de parada

Esteja bem atento com esta situação. Se o condutor não respeitou a

ordem de parada e empreendeu fuga, a possibilidade de estar em conflito

com a lei é grande. Por isso, a equipe deve transmitir rapidamente as

características do veículo (local, direção de fuga, marca, modelo, cor, placa e

características dos ocupantes) para o CICOp ou correspondente, no intuito de

que sejam realizada as ações de cerco, bloqueio e interceptação, nas

principais rotas de fuga e vias de acesso do local. Nesses casos, as seguintes

providências e precauções devem ser tomadas:

Peça prioridade de comunicação e transmita as informações, via

rede-rádio, com tranqüilidade. Evite alarmismo que possa confundir

e colocar em risco as outras guarnições;

não efetuar disparos intimidativos de qualquer natureza. Somente

disparar sua arma no caso em que o veículo em fuga represente um

risco imediato à vida ou integridade dos policiais ou de terceiros, por

meio de atropelamentos ou acidentes intencionais (o motorista utiliza

o veículo como “arma”). (ver Caderno Doutrinário nº. 1). A tentativa

de interceptar o veículo por meio de disparos na direção dos pneus e

motor é uma prática perigosa e ineficiente, pois as chances de êxito

são mínimas, consideradas as condições em que ocorrem, e a

possibilidade de atingir uma pessoa inocente é muito grande (vítima

no porta-malas ou transeuntes);

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atente para o fato de que a evasão pode estar atrelada a diversos

fatores, inclusive condutor inabilitado ou embriagado;

acompanhe o veículo, se possível, e atualize as informações

sobre a rota de fuga para as demais patrulhas, para abordagem

posterior;

evite perseguições que coloquem em risco a sua equipe, os

usuários da via ou o próprio condutor em fuga, quando as possíveis

consequências negativas da sua atuação policial forem superiores

aos objetivos a serem atingidos;

se os disparos de arma de fogo direcionados contra a viatura

partirem de dentro do veículo em fuga, aumente a distância de

acompanhamento e informe sobre a evolução da gravidade da

situação, via rede-rádio, para o resguardo das demais patrulhas;

se possível, adote posteriormente os procedimentos de Auto de

Infração de Trânsito (AIT).

c) Quem parou e resolveu fugir em seguida

Além de observar as orientações constantes do tópico anterior,

neste caso, o risco de atropelamento de militares da Blitz é maior por ser uma

atitude normalmente inesperada por parte do condutor. Mantenha-se atento,

mesmo que o veículo abordado esteja parado e desligado.

Caso seja possível identificar antecipadamente esta predisposição

do abordado de fugir ou dizer que simplesmente não permanecerá no local

(autoridades, pessoas alcoolizadas, entre outros), todos os policiais deverão

atentar para este evento, interromper as abordagens realizadas e adotar

posturas preventivas, tais como:

apoderar-se das chaves de ignição de maneira discreta e rápida;

reposicionar as viaturas policiais no dispositivo, parando próximo

dos pára-choques do veículo abordado;

bloquear fisicamente a saída com veículos, cavaletes, tambores,

dentre outros;

adotar as demais providências policiais que o caso exigir (Auto de

Resistência, AIT, prisão, entre outros).

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Diante de uma evasão ou agressão armada, os policiais deverão estar

prontos para rapidamente buscarem um abrigo, a fim de não serem atropelados ou

alvos dos disparos. A conduta apropriada é abrigar-se e, posteriormente, avaliar o

risco potencial (ver Caderno Doutrinário nº. 1) de danos a terceiros no caso de fogo

cruzado entre agressor e policiais. As vidas dos policiais e dos cidadãos sempre

serão prioridade.

3.10 Emprego de Armas de Fogo

Durante as operações, os policiais devem ter cuidados especiais com a

utilização de armas de fogo. Por obedecer a preceitos legais e técnicos (ver Caderno

Doutrinário nº 1), a utilização de armas de fogo durante a Blitz deverá seguir as

seguintes orientações:

a) situação de normalidade (Abordado cooperativo):

A pessoa abordada acata todas as determinações do policial

durante a intervenção, sem apresentar resistência (Classificação de Risco

nível I).

Os policiais com armamento de porte deverão manter suas armas

nos coldres, em condições de serem sacadas quando necessário. Somente o

PM Segurança manterá o seu armamento em posição de arma localizada ou

empunhada, conforme a categoria da Blitz e as características do local.

O responsável pela resposta imediata nos casos em que a situação

se agrave deverá ser aquele que estiver em melhor condição de agir

prontamente; por isso, é importante que o PM Segurança busque sempre a

melhor posição tática.

b) situação de resistência ativa

Apresenta-se nas seguintes modalidades (Classificação de Risco

nível III, ver Caderno Doutrinário 1):

Com agressão não letal

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O abordado opõe-se à ordem agredindo os policiais ou

pessoas envolvidas na intervenção, contudo, tais agressões,

aparentemente, não representam risco de morte.

Exemplo: o agressor que desfere chutes contra o policial

quando este tenta aproximar-se para efetuar a busca pessoal.

Em caso de reação do abordado, sem o uso de forca letal, a

resposta imediata será do PM que estiver mais próximo, ou em

melhor posicionamento tático. Apenas o PM Segurança estará

com a arma empunhada. Desta forma os demais policiais

permaneceram com as mãos livre para efetuarem a imobilização e

algemação do agressor.

Com agressão letal

O abordado utiliza de agressão que põe em perigo de morte

o policial ou pessoas envolvidas na intervenção.

Exemplo: o agressor, empunhando uma faca, desloca-se em

direção ao policial e tenta atacá-lo.

Em caso de reação do abordado, com o uso de forca letal, a

resposta imediata será do PM Segurança, que estará com a arma

empunhada. A primeira reação dos policiais deve ser voltada para a

preservação de suas vidas e dos cidadãos, por isso, deverão

procurar abrigo e somente disparar quando presentes as condições

elencadas na seção 6 sobre uso de armas de fogo do Caderno

Doutrinário 1.

Essas orientações são fundamentais para:

evitar a demonstração desnecessária de força e a consequente

vulgarização do impacto desejado quando todos os policiais retiram

as armas do coldre e as empunham, ou quando as apontam para o

abordado;

propiciar ao policial opções de uso diferenciado desse nível de

força aplicado a cada situação (arma na posição 1, 2, 3 ou 4). (Ver

Caderno Doutrinário nº. 1);

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proporcionar a presença de policiais com as mãos livres para

ações (revistar, algemar, imobilizar, entre outros) necessárias aos

trabalhos da equipe;

evitar o risco de disparo acidental quando existem várias armas

apontadas em um determinado local de abordagem;

evitar a possibilidade de fogo cruzado entre os componentes da

equipe quando da eventual ação dos policiais, disparando suas

armas para se defenderem.

Especial atenção deve ser dada quanto à direção dos disparos realizados

contra o agressor, com o intuito de defender-se, bem como quanto às características

técnicas do armamento e da munição (calibre, potência e alcance) que é utilizado

pelo PM.

O PM Segurança da Blitz, caso seja necessário, poderá estar equipado com

uma arma portátil, dotada de bandoleira. Terá como benefício da utilização desse

armamento, o seu aspecto de impacto psicológico, inibindo uma possível reação. A

escolha desse armamento deve ser baseada nas suas características técnicas de

emprego, alcance útil e calibre da munição, obedecendo às restrições de disparos

principalmente no ambiente urbano.

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SEÇÃO 4

PROCESSO DE

COMUNICAÇÃO

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4 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

O processo de comunicação é um dos fatores mais importantes nas

intervenções policiais. Se bem realizado, constitui um importante facilitador do

sucesso da abordagem e evita o emprego de níveis de força superiores, facilitando o

desempenho operacional.

A comunicação entre as pessoas é expressa por meio da linguagem falada ou

escrita (verbal) e por meio de gestos, sinais, expressões faciais, postura, dentre

outros (não verbal).

O policial deve estar sempre atento à sua forma de se comunicar, preocupar-

se com as palavras utilizadas para que possa transmitir suas intenções, e com sua

postura na condução das ocorrências. Deve lembrar-se que o conjunto de condutas

coerentes aos preceitos doutrinários (Polícia Comunitária, Direitos Humanos e

valores institucionais elencados na Identidade Organizacional) traduz

profissionalismo e transmitem segurança ao abordado. A boa comunicação favorece

a interação entre a polícia e a comunidade e auxilia na condução das ocorrências

policiais.

Por outro lado, posturas mais agressivas como apontar o dedo indicador,

manter olhar sisudo, sustentar o bastão tonfa nas mãos de forma ameaçadora,

apontar ou empunhar a arma de fogo desnecessariamente, causam uma sensação

de medo, idéia de brutalidade, falta de profissionalismo, arbitrariedade, abuso, além

de serem incoerentes com os princípios doutrinários da PMMG.

4.1 Sinalização

Na orientação do trânsito, os policiais utilizam sinais regulamentares para

conduzir o veículo na direção do Box de Abordagem.

Os sinais de orientação são sonoros e gestuais e devem ser executados com

firmeza, correção, determinação e objetividade, qualidades obtidas por meio de

repetições e de treinamento. Uma sinalização executada de maneira correta evitará

que os condutores tenham uma interpretação equivocada ou duvidosa quanto à

obediência às ordens emitidas durante a fiscalização. Desta forma, o PM

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Sinalizador não pode apresentar timidez, embaraço ou dúvida na sua atuação.

Deve utilizar a comunicação como ferramenta que o auxilia na expressão da sua

autoridade policial.

a) Sinais sonoros

Os sinais sonoros emitidos por meio de silvos de apito estão

descritos no quadro 1 abaixo, conforme previsto no Código de Trânsito

Brasileiro (CTB).

Quadro 1: Sinais sonoros.

Sinal Significado Utilização

Um silvo breve Atenção SIGA. Liberar o trânsito em direção/sentido indicado pelo agente

Dois silvos breves PARE. Indicar parada obrigatória

Um silvo longo Diminua a marcha. Quando for necessário fazer diminuir a marcha dos veículos.

Fonte: Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, instituiu o Código de Trânsito Brasileiro.

b) Sinais gestuais

Os gestos feitos pelos agentes de trânsito correspondem a

movimentos convencionais de braço, para orientar e indicar o direito de

passagem dos veículos.

A sinalização feita pelos agentes prevalece sobre as regras de

circulação e sobre as normas definidas por outros sinais de trânsito, conforme

quadro 2.

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Quadro 2: Sinais gestuais previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Sinal Significado

Ordem de parada obrigatória para todos os veículos. Quando executada em interseções, os veículos que já se encontrem nela não são obrigados a parar.

Ordem de parada para todos os veículos que venham de direções que cortem a direção indicada pelos braços estendidos, qualquer que seja o sentido do seu deslocamento.

Ordem de parada para todos os veículos que venham de

direções que cortem a direção indicada pelo braço estendido, qualquer que seja o sentido do seu deslocamento.

Ordem de diminuição da velocidade.

Ordem de parada para os veículos aos quais a luz é dirigida.

Fonte: Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, instituiu o Código de Trânsito Brasileiro.

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Os procedimentos para a parada do veículo no Box de Abordagem

e seu retorno à via são os seguintes:

escolhido o veículo a ser abordado, o PM Selecionador levanta o

braço direito e, como advertência, emite um silvo longo para que os

veículos diminuam a marcha;

quando o veículo estiver próximo, o PM Selecionador efetua dois

silvos breves e aponta para o local onde ele deverá parar (Box de

Abordagem).

Para fazer o veículo retornar à via com segurança, o PM Vistoriador

deverá:

observar bem o fluxo de trânsito e decidir sobre o momento mais

seguro para que o veículo inicie seu deslocamento;

emitir um silvo breve, olhar para o condutor, apontar para o

sentido do fluxo de trânsito e indicar: “SIGA EM FRENTE”.

4.2 Verbalização policial durante a Blitz

Verbalizar significa expressar ou exprimir algo. A verbalização é a técnica

utilizada pelo policial militar durante sua atuação em intervenções, abordagens a

pessoas e vistorias de veículos, com a finalidade de emitir orientações e ordens.

Para cada tipo de operação e, dependendo do contexto no qual ela ocorre, a

verbalização varia em alguns aspectos, porém sempre com o objetivo de possibilitar

uma comunicação efetiva entre a polícia e o cidadão.

Verbalizar corretamente minimiza os riscos e maximiza os resultados, durante

uma abordagem (Ver Caderno Doutrinário 1). Para uma verbalização eficiente

durante uma Blitz policial, é imprescindível observar os seguintes aspectos:

expressar sua intenção de forma firme e segura, demonstrando

domínio técnico e influenciando para que o cidadão acate as ordens

e aceite as orientações recebidas durante a abordagem;

utilizar linguagem clara, precisa e objetiva, facilitando a

compreensão do cidadão acerca dos objetivos da ação policial;

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verbalizar em tom de voz firme e respeitoso;

falar de forma pausada, permitindo à pessoa a interpretação da

sua mensagem;

avaliar se o cidadão compreendeu a mensagem;

fazer uma breve leitura da situação, avaliando as características

do abordado e adotando linguagem coerente às condições dele,

pois, você poderá abordar um estrangeiro, ou pessoas com

dificuldades auditivas ou de fala. Nesses casos, deve atentar para a

utilização de gestos e sinais que favoreçam a compreensão de sua

intenção;

CUIDADO! Algumas “expressões” podem ser desconhecidas para

determinadas pessoas ou podem ter significados diferentes em

outras regiões, por isso seja flexível;

jamais utilize gírias, apelidos ou termos que possam sugerir

preconceito.

LEMBRE-SE: a utilização adequada da verbalização ao longo

de toda a intervenção policial reduz as possibilidades de

confronto.

Em circunstâncias especiais:

CRIANÇAS: onde haja crianças no interior do veículo, o policial,

sem descuidar da segurança, deve verbalizar de forma a evitar que

os pais sejam constrangidos perante os filhos. Evitar exposição

ostensiva desnecessária de armas de fogo. Além disso, deve

observar a capacidade de entendimento e interpretação das

recomendações e a própria ação policial em função das

características emocionais e psicológicas típicas de cada faixa etária

(criança e adolescente)12.

IDOSOS: na presença ou na abordagem a pessoas idosas, o

policial deve observar as possíveis dificuldades de compreensão,

12

Conforme Estatuto da Criança e do Adolescente.

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locomoção, auditivas, visuais, entre outras, tratando-os com

consideração e respeito13.

GRUPOS VULNERÁVEIS: diante de pessoas integrantes de

grupos vulneráveis e minorias, o policial deve considerar as

características individuais no processo de verbalização, evitando

situações que provoquem discriminações e abusos, visando à

proteção e prevenção à violação de direitos. (Ver Caderno

Doutrinário 2).

4.2.1 Linguagem policial face ao comportamento do abordado

De modo geral, os tipos de comportamento a serem observados em um

indivíduo, ao ser abordado, são:

cooperativo;

resistente passivo;

resistente ativo.

É importante observar que o abordado pode iniciar sua atitude com diferentes

tipos de comportamento e, a partir de determinado momento ou evento, poderá

variar da forma resistente, para a cooperativa (ou o inverso), exigindo do policial

uma readaptação da sua linguagem, imediatamente. (Ver Caderno Doutrinário 1)

Para otimizar a segurança e potencializar as ações, os policiais deverão

manter contato gestual entre si, sempre quando pertinente. Durante a realização de

uma busca, por exemplo, se for preciso um policial passar na frente da mira da arma

de quem executa a segurança ou cobertura, será necessário gesticular, a fim de

indicar a sua intenção. Somente após verificar a correta compreensão da mensagem

é que o policial se deslocará e o outro direcionará sua arma para uma posição

segura.

13

Conforme Estatuto do Idoso

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4.2.1.1 Abordado cooperativo

O abordado cooperativo é aquele que acata a todas as determinações do

policial durante a intervenção, sem apresentar resistência. (Ver Caderno Doutrinário

nº 1) Nesse caso, o policial deve atentar para os elementos da comunicação já

descritos. Sugere-se, como referencial, o seguinte diálogo:

- Bom dia! Eu sou o “Sargento ... (dizer posto / graduação e o

nome)”, da Polícia Militar. Tudo bem?

(utilize o complemento POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS,

caso esteja em operação próxima à divisa/ fronteira do Estado).

Aguarde a resposta do abordado, verifique se houve entendimento de sua

mensagem e qual o nível de cooperação demonstrado. Caso o abordado mantenha-

se cooperativo, dê continuidade ao diálogo:

-- Esta é uma operação policial preventiva. O procedimento

durará apenas alguns minutos. Para a sua segurança, siga

minhas orientações, OK...?

Novamente, aguarde a resposta. No caso do abordado manter-se

cooperativo, mantenha-se no estado de alerta (laranja), advirta os demais

integrantes da guarnição e prossiga na abordagem, até que seja assegurada a

minimização do risco de porte de armas ou de possíveis reações do abordado.

Dê as primeiras orientações ao motorista:

- Desligue o veículo e coloque suas mãos sobre o volante.

(Os outros ocupantes também devem colocar as mãos em local

visível)

Nesse momento da abordagem, a equipe policial deverá estar atenta para os

seguintes aspectos:

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verificar, rapidamente, se existem outras pessoas e objetos no

interior do veículo;

utilizar o tirocínio policial e atualizar a avaliação de riscos para

identificar possíveis práticas delituosas;

decidir sobre a necessidade de verbalizar com outras pessoas no

interior do veículo, a fim de certificar-se de que não esteja ocorrendo

condução coercitiva de algumas dessas pessoas por parte do

motorista ou dos ocupantes, a exemplo de seqüestro, abuso de

inocência nos casos de crianças ou deficientes mentais ou outras

condutas criminosas mais graves.

Caso não haja indícios das situações acima, dê sequência à abordagem ao

motorista:

- Qual o seu nome...?

(Aguarde a resposta. Caso o abordado não forneça o nome,

trate-o por cidadão. Se o abordado fornecer o nome passe a

tratá-lo da seguinte forma:)

- Senhor ... (nome), está portando a carteira de habilitação e

o documento do veículo?

(Aguarde a resposta.).

- Senhor ... (nome), lentamente, pegue os documentos e me

entregue. Não faça movimentos bruscos.

Apenas os documentos devem ser aceitos pelo policial, ou seja, caso estejam

dentro de carteiras, bolsas ou outros porta documentos que possam conter dinheiro

ou objetos desnecessários, deve ser determinado ao condutor que lhe entregue

somente o que foi solicitado.

Após a entrega dos documentos, certifique-se de que o motorista recolocou

as mãos sobre o volante. Caso não o tenha feito, oriente-o novamente. Em seguida,

confira os documentos e solicite informações ao CICOp ou correspondente sobre

prontuário e queixa-furto. Para isso, alerte o abordado sobre seu procedimento,

dizendo:

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- Aguarde! Vou conferir os dados.

Durante a conferência dos dados, o PM Segurança estará no estado de

alerta (laranja) e manterá vigilância sobre os ocupantes.

Não será necessário realizar busca pessoal e veicular, se:

as informações repassadas pelo CICOp ou correspondente

confirmarem os dados da documentação;

se “Nada Consta” em relação ao veículo e seus ocupantes; e

se a vistoria inicial e avaliação de riscos indicar que não há indícios

de fundada suspeição. Nesse caso, dirija-se ao motorista, devolva-

lhe a documentação e informe-o sobre o andamento da abordagem.

- Senhor... (nome ou o trate por “cidadão”) a documentação

está correta. (tratar a pessoa pelo nome que consta na

identidade apresentada)

Caso haja criança(s) no veículo, cumprimente-a(s) com amabilidade e

cortesia:

- Oi, tudo bem?

- Qual o seu nome?

- Quantos anos você tem?

Caso haja animais no interior do veículo, aproxime-se com cuidado e solicite

ao condutor que o controle.

Terminada a abordagem, explique ao cidadão sobre a importância da

pesquisa pós-atendimento que se seguirá:

- Senhor (nome)! A Polícia Militar realiza uma pesquisa de

pós atendimento para verificação da qualidade e

aperfeiçoamento do nosso trabalho.

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- Preciso que indique o dia da semana, horário e número de

telefone, para que possamos entrar em contato, sem que

cause incômodo.

(Aguarde, anote a resposta, agradeça e despeça-se)

- Agradeço pela colaboração e conte com o nosso serviço.

Tenha um bom dia!

Na hipótese da verificação preliminar e avaliação de riscos levantar fundada

suspeita baseada na experiência e o tirocínio do policial, alertarem para a

necessidade de efetuar a busca no veículo ou no condutor e em seus ocupantes,

sinalize para o PM Segurança (gesto com as mãos simbolizando “suspeito”), que

apoiará o desembarque e a busca pessoal e veicular. (Ver Caderno Doutrinário nº 2)

Logo após, verbalize com os ocupantes:

- Senhor... (nome), será necessário que desça do veículo.

- Vamos dar sequência à abordagem policial.

- Retire lentamente o cinto de segurança e desembarque.

- Abra a porta e desça em direção à calçada/acostamento.

Nesse momento, afaste-se, de modo a permitir que o cidadão abra a porta do

carro. Mantenha constante monitoramento dos suspeitos (principalmente das mãos).

A seguir, proceda conforme preceitua o Caderno Doutrinário nº. 1 – Intervenção

Policial, Uso de Força e Verbalização. Para isso, verbalize conforme a necessidade.

Sugere-se como exemplo:

- Será necessário realizar uma busca pessoal.

Se houver mais de uma pessoa no veículo, explique que todos deverão

desembarcar do veículo, um a um, para maior segurança.

Indique, a cada uma das pessoas embarcadas no veículo, quando deverão

descer e quais procedimentos deverão seguir, conforme os preceitos da técnica

policial. Todos os movimentos deverão ser orientados, seguindo a sua verbalização.

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Nos casos de busca pessoal, o PM Vistoriador, dialogará com o abordado,

de forma pausada e conforme a seguinte sequência:

- Coloque as mãos sobre a cabeça. Cruze os dedos. Fique

de costas para mim. Afaste os pés e permaneça parado!

Se nada for constatado com a pessoa ou no veículo, encerre a abordagem e

inicie o procedimento para liberar o abordado.

Solicite ao cidadão seus dados para que possa ser realizada posterior

pesquisa de pós-atendimento, conforme já sugerido anteriormente.

Caso o abordado resista, passiva ou ativamente, ao ser submetido à busca,

alerte-o sobre as consequências da desobediência à ordem legal. Persistindo a

desobediência, haja com superioridade numérica, isole-o dos demais, e use o nível

de força, conforme o nível da resistência, para compeli-lo a cumprir a determinação

legal. (Seguir procedimentos contidos no Caderno Doutrinário nº 1)

Se detectar algum objeto ilícito durante a busca pessoal ou constatar indícios

de infração penal, imediatamente, separe o suposto infrator dos demais ocupantes

do veículo e inicie uma busca minuciosa. Confirmada a situação infracional e

decidido pela condução, siga os procedimentos previstos no Caderno Doutrinário nº

2 quanto ao uso de algemas (se necessário), verbalização da ação e condução até o

interior da viatura policial.

Os policiais responsáveis pela condução deverão relacionar os objetos ilícitos

encontrados, qualificar o infrator e conferir o prontuário (caso ainda não o tenha

feito).

LEMBRE-SE: Arrole e qualifique as testemunhas da prisão

efetuada. Preferencialmente oriundas do publico presente

que tenha visto o incidente ou acompanhado a ação

policial, evitando tomar policias como testemunhas.

Conforme o artigo 5º da Constituição Federal sugere-se que sejam fornecidas

as seguintes informações para o caso de prisão em decorrência de flagrante delito

ou de mandado judicial:

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- (Citar o nome da pessoa presa). Sou o ... (citar o posto ou

graduação e nome do policial condutor da prisão).

- Você está preso pelo cometimento do crime de ... (citar o

delito).

- Você têm o direito de permanecer calado.

- Você tem direito a assistência da sua família e de

advogado

- Você será encaminhado à delegacia... (citar o local onde

será feito o encerramento do BO/REDS)

- Na delegacia sua família ou pessoa indicada por você

poderá ser comunicada.

É conveniente fazer perguntas ao revistado, tais como:

- Por favor, confira seus pertences!

- Quer registrar algum fato referente a esta ação policial?

4.2.1.2 Abordado resistente passivo ou ativo

O abordado resistente passivo é aquele que não acata, de imediato, as

determinações do policial, ou opõe-se a ordens, reagindo com o objetivo de impedir

a ação legal. Contudo, não agride o policial nem lhe direciona ameaças. Por sua

vez, o abordado resistente ativo opõe-se à ordem com comportamentos

agressivos que podem representar risco de morte para o policial ou pessoas

envolvidas na intervenção. (Ver Caderno Doutrinário nº 1)

No caso do abordado resistente, após realizar avaliação de riscos, o policial

deve mensurar e avaliar as atitudes e adaptar sua linguagem, sendo mais imperativo

e impositivo. Comunique imediatamente com seus companheiros sobre o nível de

reação do abordado, para que a força empregada seja adequada, coerente com os

princípios para uso de força, com foco na segurança dos envolvidos na intervenção.

Considere que poderão existir diversas razões que levarão o abordado a

resistir de maneira passiva ou ativa às ordens dadas, por exemplo:

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quando não compreende a ordem emanada pelo policial;

quando não acata simplesmente porque quis desafiar a

autoridade ou desmerecer a ação policial, tentando, assim, expô-lo a

uma situação humilhante frente ao público, ou ainda, provocar o uso

excessivo de força;

quando busca conseguir a simpatia de pessoas a sua volta,

colocando-as contra a atuação da polícia, assumindo assim uma

posição de vítima;

quando tem algo para esconder (armas, drogas, outros) e busca

distrair a atenção do policial;

quando quer ganhar tempo para fugir ou enfrentar fisicamente os

policiais, isto é, com resistência ativa.

O policial deverá verificar por meio de verbalizações se o abordado

compreende o que está sendo dito:

- Você está me entendendo?

ou

- O que está acontecendo? Por que você não me obedece?

ou

- Está tudo bem? Você está com algum problema?

Caso o abordado demonstre que entendeu as ordens, mas não acatou, o

policial deverá adverti-lo quanto ao seu comportamento, esclarecendo tratar-se de

crime (desobediência, art. 330 do Código Penal Brasileiro) e que, evoluindo o

conjunto de recusa por sua parte, pode redundar em outros crimes, tais como

desacato, resistência ou agressão contra policiais.

- Obedeça! Desobediência é crime!

ou

- Cidadão, isto é uma ordem legal! Faça o que estou

mandando!

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No caso do abordado descer do veículo ou caminhar em direção a guarnição,

o policial deverá avaliar a situação conforme os preceitos de técnica policial para

conter e controlar a situação. Nessa hipótese, sugere-se como verbalização:

- Parado! Não se aproxime!

- Acate minhas ordens! Mantenha suas mãos onde eu

possa ver (Coloque suas mãos para cima!)

- Não faça movimentos bruscos. Obedeça a ordem policial!

- Vou empregar a força!

4.3 Procedimentos específicos

Diante da diversidade de situações com as quais o policial pode se deparar

nas abordagens, é importante atentar para algumas especificidades de ocorrências

envolvendo autoridades ou tentativa de corrupção14 por parte do abordado.

4.3.1 Abordagem a autoridades

Caso o abordado se apresente como autoridade titular de prerrogativas ou

imunidades, proceda da seguinte forma:

estabeleça um diálogo inicial respeitoso e amistoso e utilize, de

imediato, os pronomes de tratamento adequados ao cargo ou à

função alegados por ele;

identifique-se, diga seu nome, posto ou graduação, e explique que

se trata de uma operação policial;

diga-lhe que por não conhecê-lo pessoalmente será necessário

que apresente a identidade funcional correspondente.

Nesse caso, é sugerida a seguinte verbalização:

14

Conforme artigo 7º do Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei – CCEAL e o previsto no artigo 308 do Código Penal Militar (Crime de Corrupção).

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- Senhor, (Embaixador, Juiz, Promotor, Deputado, General,

Delegado, etc.) eu sou o (posto ou graduação, seguido de

nome) estamos realizando uma operação preventiva para a

sua segurança..

- Necessito que o senhor apresente sua carteira funcional.

Constatada formalmente a identificação da autoridade, o policial avaliará,

segundo o grau de imunidades e prerrogativas, se é o caso de prosseguir na

abordagem ou liberar o veículo.

Havendo suspeição, solicite a colaboração no sentido de apresentar os

demais documentos do veículo ou facultar a busca veicular.

Caso a autoridade se negue a apresentar sua carteira funcional, ou diante

situações de indícios mais graves de suspeição, comunique o fato ao CPCia/CPU,

solicitando ao CICOp ou correspondente a presença de representante do órgão a

que pertence a autoridade, para as medidas decorrentes. Nesse caso, deverá dizer:

- Senhor... (nome), necessito que aguarde no local, pois o

coordenador de policiamento já está a caminho para

solucionar esta situação.

Na solução dos conflitos ou desentendimentos que porventura possam surgir

o policial buscará atuar com comedimento e profissionalismo, evitando:

discussões acaloradas (provocativas), corporativistas e que se

exponham ao público ou à imprensa;

imposição de autoridade sobre autoridade, em uma disputa

desgastante para ambos;

Conforme evolua a gravidade da situação, os contatos físicos (ou

equipamentos) serão restritos à contenção da pessoa e à defesa dos policiais.

Numa situação de descontrole da autoridade envolvida, que poderá utilizar a

arma que porta para ameaçar a equipe ou empreender fuga, deverá ser dada

atenção especial à segurança dos policiais, do público presente no local da

ocorrência e do abordado.

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Em caso de envolvimento de policial civil, federal ou militar em ocorrência

policial de qualquer natureza, o centro de operações, o Centro Integrado de

Comunicações Operacionais (CICOp) ou correspondente e a Central de Operações

da Polícia Civil (CEPOLC), ou correspondentes às forças armadas e à polícia

federal, deverão ser imediatamente acionados e o(s) envolvido(s) apresentado(s) à

autoridade competente.

As eventuais escoltas e conduções posteriores serão realizadas por

integrantes da própria Instituição a que pertencer o abordado. Na impossibilidade,

mediante prévia solicitação formal da respectiva chefia ou comando, a condução

poderá ser realizada em viatura da PMMG.

Na situação da autoridade querer forçar a saída da Blitz antes da solução

final da ocorrência, deverão ser adotadas as medidas previstas na seção 7 - Evasão

deste caderno doutrinário.

A divulgação dos fatos aos órgãos de imprensa obedecerá aos preceitos

estabelecidos pelas normas da PMMG.

4.3.2 Procedimento policial diante de tentativa de corrupção

Existem situações em que o abordado, para se ver livre de prisão ou sanção

administrativa, oferece alguma vantagem para o policial. Essas tentativas podem ser

feitas de inúmeras formas, mas o policial deve agir com profissionalismo.

Em outros casos, a experiência policial nos mostra que o abordado, por se

sentir nervoso, ou por descrédito com os órgãos responsáveis pela aplicação da lei,

empregue termos, palavras ou gestos, de maneira que possam gerar interpretações

que configurem situação semelhante à citada acima, ou seja, tentativa de corrupção.

Desse modo, pode ocorrer, por exemplo, a entrega de documentos pessoais

(carteira de habilitação, Certidão de Registro de Veículo), com alguma vantagem

econômica, como quantia em dinheiro “deixada” intencionalmente junto à

documentação e entregue ao policial.

Nesses casos, o PM deverá confirmar sua suspeita, podendo manter o

seguinte diálogo:

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- Senhor, por favor, retire os pertences particulares e me

entregue somente os documentos solicitados.

Há também os casos de insinuações feitas pelo abordado, utilizando falas do

tipo:

- É para o cafezinho!

ou

- Dá para resolver de outra forma esta situação!

ou

- Como podemos administrar esse problema!

ou

- Como forma de agradecer pelo seu serviço!

ou

- O senhor merece!

ou

- Pela sua educação!

ou

- Este dinheiro estava aí dentro para o senhor!

ou

- Eu nem lembrava desse dinheiro, pode ficar com ele!

ou

- É só um agrado seu guarda!

Nessas situações, o policial pode usar as seguintes frases:

- Senhor, não estou entendendo sua pergunta/colocação,

por favor, repita!

ou

- Senhor, o que está propondo?

ou

- Senhor, o que está me dizendo?

ou

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- Senhor, para que é este dinheiro?

Caso a conduta do abordado enquadre-se em crime de corrupção15, o policial

deve fazer valer os valores cultuados pela Polícia Militar, sobretudo o da ética,

transparência e justiça, devendo arrolar testemunhas idôneas e adotar as medidas

legais.

4.4 Orientações Gerais

Em uma abordagem, o policial deve considerar:

a) diversas condições podem gerar insatisfação em uma pessoa abordada em

uma Blitz policial; seja pelo atraso para comparecer a algum compromisso,

seja pelo constrangimento frente ao público do local (às vezes vizinhos) ou

aos demais passageiros do veículo (às vezes familiares), ou ainda, pelo fato

de o colocar na condição de suspeito. Diante dessas situações pode ser que

abordado tente argumentar ou questionar a ação policial, o que não

configuraria necessariamente resistência, ou desacato. Nesse caso, seja

tolerante, prudente e sempre atento a sua segurança, avalie cada situação

para melhor definir suas ações;

b) nem todo cidadão se dispõe a colaborar espontaneamente. Mantenha o

controle da situação através da verbalização adequada e busque identificar as

possíveis razões pelas quais ele pode estar sendo resistente. Fique atento

para não se deixar levar por provocações e cair em armadilhas do abordado

que procura se vitimar diante da ação do policial;

c) o abordado poderá ter dificuldades de escutar suas ordens, em decorrência

de barulho na rua, por estar com o aparelho de som ligado, por ter problemas

auditivos ou ainda por ser estrangeiro. Nessa situação, determine-o que

desligue o som do veículo, seja tolerante e expresse novamente sua intenção;

15

Conforme artigo 333 do Código Penal Brasileiro.

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d) pessoas sob efeito de álcool ou drogas poderão ficar confusas e ter

dificuldades de entender suas colocações. Fique atento às reações do

abordado e com a segurança dele, da sua equipe e das pessoas próximas da

ocorrência;

e) a sua segurança e da sua equipe é fundamental. Assim, esteja atento às

diversas peculiaridades do ambiente no qual se desenrola a operação policial

e proceda sempre à avaliação de riscos. (Ver Caderno Doutrinário nº 1);

f) se o abordado demorar a responder ou a acatar as determinações, mas não

manifestar resistência ativa, você deverá insistir na recomendação dada, e

repetir a ordem ou a pergunta por três ou mais vezes. A repetição firme das

ordens é uma técnica que demonstra a determinação do policial e poderá

superar a resistência inicial com profissionalismo;

g) caso o abordado não responda e se torne resistente, mantenha-se atento e

proceda da seguinte maneira:

utilize a comunicação verbal e não verbal como forma de auxiliar

na verbalização;

adeque o volume da voz e emita ordem direta alertando ao

abordado quanto a prática de crime;

resguarde suas ações arrolando se possível, testemunhas que

estejam próximas ao local;

utilize recursos tecnológicos que estejam à disposição para

comprovar a atuação legítima do policial e a resistência do

abordado. É o caso de aparelhos telefônicos celulares que tiram

fotos, filmam, gravam áudio, ou outros equipamentos similares. Na

utilização desses recursos, o policial deve ter cuidado de maneira

especial com relação à postura e segurança, de maneira que não se

torne vulnerável na intervenção. Esses registros eletrônicos só

poderão ser utilizados de maneira oficial, sendo vedada a divulgação

ou distribuição à imprensa ou a outros órgãos.

Quaisquer desses fatores, mal trabalhados, podem levar o responsável pela

abordagem a fragilizar sua demonstração de autoridade.

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SEÇÃO 5

SITUAÇÕES

ESPECÍFICAS

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5 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS

Esta seção trata de duas situações que, em função de suas especificidades,

exigem orientações procedimentais específicas além das demais contidas neste

Caderno Doutrinário, a saber: a abordagem a motocicletas e a realização de

operação do tipo Blitz policial em horário noturno.

5.1 Abordagem a motocicletas

Durante a realização da operação, inevitavelmente, será necessário efetuar

abordagem a motocicletas e seus ocupantes. Este procedimento será alvo de maior

atenção pela equipe, pois a experiência operacional mostra que este tipo de veículo

é largamente utilizado por infratores para a prática de assaltos, devido à sua

mobilidade, agilidade no trânsito das grandes cidades e dificuldade de identificação

do rosto da pessoa devido ao uso de capacetes.

Ao proceder à abordagem a motocicletas o policial agirá de maneira análoga

à apresentada para a abordagem de veículos de 4 (quatro) rodas e deverá estar

atento às seguintes orientações especificas:

a) o PM Selecionador deverá proceder com cautela e avaliar o risco desta

abordagem, considerando que a motocicleta tem sido o meio mais utilizado

para auxiliar na prática de delitos (ver Caderno Doutrinário nº. 1);

b) no momento da parada, ordenará ao condutor que desligue a motocicleta,

retire a chave da ignição e permaneça com as mãos para cima apoiadas no

capacete;

c) controle as mãos do passageiro e ordene que mantenha as mãos para

cima, ou apoiadas no capacete (muita atenção, pois geralmente esta é a

pessoa que porta a arma de fogo);

d) ordene que o passageiro desça primeiro e se desloque para a parede ou

viatura (área de segurança), proceda a uma busca ligeira na região de sua

cintura; ordene que retire o capacete e o coloque em local afastado de seu

corpo e da moto. Mantenha vigilância constante do abordado;

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e) em seguida, ordene que o condutor desça, com as mãos para cima, ou

apoiadas no capacete e se desloque para a parede ou viatura (área de

segurança), e da mesma forma proceda a uma busca ligeira na região de

sua cintura; ordene que retire o capacete, em local afastado de seu corpo e

da moto e então finalize a busca pessoal;

f) com segurança, você procederá então à checagem da documentação da

motocicleta, e dos passageiros (via rede-rádio); verifique, inclusive, as

condições do veículo, o lacre da placa, sob o assento, o compartimento do

filtro de ar e outras partes desmontáveis da motocicleta (comumente

utilizados para o transporte de produtos ilícitos).

5.2 Blitz noturna

O período noturno propicia um ambiente favorável à ocorrência de crimes,

visto que a noite oferece uma sensação de camuflagem para os infratores, os quais

acreditam que a escuridão amplia a possibilidade de êxito de uma fuga diante da

ação policial.

Por isso, a Blitz, neste período deve ser planejada e executada com adoção

de procedimentos já descritos para a Blitz diurna, porém com alguns cuidados

especiais, apresentados a seguir de modo a atender às peculiaridades inerentes à

uma operação noturna:

a) deve ser montada preferencialmente em local com boa iluminação artificial

e que proporcione segurança tanto no aspecto de visualização do dispositivo

montado, quanto nas condições de controle de perímetro. Os locais que,

diante uma situação adversa, poderão ser fatores complicadores à atuação

policial, devem ser evitados como aqueles próximos a desfiladeiros, pontes,

aglomerados urbanos, rios, locais de grande concentração de pessoas, dentre

outros;

b) a sinalização da via poderá sofrer algumas alterações para aumentar a

segurança dos envolvidos, pois desta forma é possível dar maior visibilidade à

Blitz e evitar acidentes que envolvam a equipe policial e os pedestres. Cones

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com dispositivo luminoso e balizadores manuais luminosos poderão ser

utilizados como meios de sinalização. Em casos emergenciais,

excepcionalmente, poderão ser utilizadas tochas ou latas com material

combustível para queima, dentre outros;

c) os sistemas luminosos tipo giroflex garantem maior efetividade visual, à

distância, se as viaturas estiverem posicionadas longitudinalmente em relação

à mão de direção e de passagem dos veículos; logo, poderá haver adaptação

do posicionamento transversal descrito nos croquis e a adoção de posição

paralela ao meio-fio da rua, o que propiciará maior visibilidade ao dispositivo

da operação;

d) durante a abordagem noturna, tenha atenção redobrada, pois a baixa

luminosidade interfere diretamente na segurança do trânsito e na identificação

de possíveis ameaças; o policial deverá manter-se no estado de prontidão

adequado (ver Caderno Doutrinário nº. 1) para esta situação, o que é uma

medida de prevenção decisiva para a segurança da equipe;

e) a utilização de lanternas e dispositivos de iluminação manuais para esta

operação é imprescindível, seja para a correta iluminação dos abordados e

monitoramento dos pontos de foco e pontos quentes (ver Caderno

Doutrinário nº. 1) durante a abordagem, seja para efetuar a busca no interior

dos compartimentos do veículo e,

f) ao proceder à abordagem no período noturno, o policial deve agir de

maneira análoga às situações apresentadas para as abordagens citadas

anteriormente, sempre atento às seguintes orientações particulares:

quando não houver indício de suspeição, dialogue e tranquilize o

abordado de forma a evitar uma expectativa negativa em relação à

atuação policial;

ao proceder à parada do veículo, solicite ao condutor que acenda

a luz interna do veículo e mantenha as mãos em local visível,

preferencialmente sobre o volante;

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se o veículo possuir película de proteção (Insul-film), afaste-se e,

sem bater no vidro, solicite que o condutor abra a janela lentamente.

Informe ao condutor que este procedimento será necessário para

segurança dos ocupantes e do próprio policial;

utilize uma lanterna para melhor visualizar o interior do veículo,

evitando apontar o foco da luz diretamente para os olhos do

condutor ou dos passageiros;

evite expor sua visão aos locais de forte iluminação (faróis), isto

poderá interferir fisiologicamente na sua percepção visual e

identificação rápida de um provável perigo.

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Anexo “A” – Modelo de Relatório do Comandante da Operação

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

XXX BPM

RELATÓRIO DE OPERAÇÃO - BLITZ POLICIAL 1 Local

(Rua/Av.):___________________________________________Número:______________________

Bairro: __________________________ Referência: ______________________________________

2 Ordem de Serviço: __________________________ Número BO / BOS: ____________________

3 Data/hora início: _________________________ Data/hora término: _______________________

4 Efetivo:

Número PM Nome – Posto/Graduação Função

5 Viaturas

Prefixo Modelo Motorista

6 RECURSOS LOGÍSTICOS (Viaturas, armamento, rádios portáteis, coletes balísticos,

coletes refletivos, cavaletes, cones, apitos, pranchetas, planilhas para registro, Lanternas,

Bloco de AIT).

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

7 MONTAGEM DO DISPOSITIVO (Escolha do local, Condições de visibilidade,

posicionamento das viaturas, cavaletes e cones no dispositivo, segurança dos policiais

com relação ao trânsito, previsão de abrigos para policiais nos casos de eventual

emergência).

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

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8 ABORDAGEM POLICIAL (Posicionamento, verbalização, Integração comunitária, Postura

e compostura dos policiais; preenchimento dos formulários específicos da Operação).

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

9 EXECUÇÃO OPERACIONAL

Quantidade de veículos abordados: __________________________________________________

Quantidade de veículos vistoriados: __________________________________________________

Quantidade de buscas pessoais realizadas: ___________________________________________

10 OCORRÊNCIAS REGISTRADAS (BO e BOS)

Número Natureza Resumo do fato Resistência Prisão

11 OBSERVAÇÕES E SUGESTÕES _________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________ ASSINATURA COMANDANTE DA OPERAÇÃO.

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Anexo “B” – Modelo de Relatório da Supervisão da Operação

SUPERVISÃO DE OPERAÇÃO - BLITZ POLICIAL

1. Local: Número: Bairro: Área BPM:

2. Ordem de Serviço: Número (BO ou BOS):

3. Data/hora início: Data/hora término: Efetivo: Viaturas (quantidade):

4. Comandante da Operação: Viatura(s) Prefixo(s):

VISÃO SISTÊMICA DA OPERAÇÃO BLITZ POLICIAL

ASSINALE COM UM “X” SUA OPÇÃO

IIonsuficiente

(1)

RRegular

(2)

BBom

(3)

MMuito Bom

(4)

ÓOtimo

(5)

1. MONTAGEM DO DISPOSITIVO

1.1 Escolha do local de instalação da Blitz na via (curvas, aclives, declives, influência no tráfego).

1.2 Condições de visibilidade e luminosidade do local.

1.3 Correto posicionamento das viaturas, cavaletes e cones no dispositivo.

1.4 Segurança dos policiais no local Operação (previsão de abrigos / atenção à tentativa de atropelamento).

1.5 Materiais e equipamentos disponíveis para a execução da Operação.

2. ABORDAGEM POLICIAL

2.1 Posicionamento correto dos policiais no dispositivo, para proceder a abordagem.

2.2 Observação das normas de segurança pelos policiais no momento da abordagem.

2.3 Verbalização do policial durante toda a abordagem (firme, educado, cortês, conciso e objetivo).

2.4 Verificação dos documentos e realização de busca pessoal e veicular (se for o caso).

2.5 Integração comunitária com a comunidade próxima do local (cordialidade e simpatia do policial)

2.6 Preenchimento dos formulários específicos da Operação.

2.7 Postura e compostura dos policiais (apresentação pessoal, fardamento padrão, higiene).

3. EXECUÇÃO OPERACIONAL

3.1 Atuação específica do Selecionador (sinais de apito, gestos, seleção dos veículos).

3.2 Atuação específica do Balizador (correto posicionamento do veículo nos boxes de abordagem).

3.3 Atuação específica do Vistoriador (Quanto à abordagem, verbalização, busca pessoal e vistoria no veículo)

3.4 Atuação específica do Segurança (Posicionamento, Atenção, Rede-Rádio, Armamento adequado).

3.5 Atuação específica do Comandante (Coordenação e controle de todas as atividades)

3.6 Motivação dos policiais para a operação (Interesse, conhecimento, desenvoltura, disposição)

3.7 EPI previstos aos policiais (coletes balísticos e refletivos, armamento, lanternas, apito, prancheta).

3.8 Quantidade de veículos abordados X Período de Operação.

3.9 Quantidade de veículos abordados X Quantidade de veículos vistoriados (busca veicular e pessoal)

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4. DADOS DO SUPERVISOR

4.1 Nome, Posto/Graduação: Número PM:

4.2 Supervisão (Natureza e Número):

4.3 Viatura (Prefixo): Km inicial: Km final: Km rodados:

4.4 Observações:

ASSINATURA SUPERVISOR

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n. 9.503, 23 set. 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário

Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, 1997.

BRASIL. Ministério do Exército. Estado-Maior do Exército. Inspetoria-Geral das polícias militares. Manual Básico de Policiamento ostensivo. Porto Alegre, Brigada Militar, s.d. 114 p.

Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei (CCEAL). Res. 34/169 – ONU, 1979.

FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 8 ed. Belo Horizonte, Ed. UFMG, 2009.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando Geral. Diretriz Auxiliar das Operações (DIAO)

_____________. Polícia Militar. Manual de Prática Policial n º. 1: Abordagem, Busca e Identificação. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1984.

_____________. Polícia Militar. Manual de Prática Policial, Volume 1. Belo Horizonte/MG, 2002.

____________ Diretriz para a produção de serviços de segurança pública n. 1 de 27 de março de 2002. Emprego da Polícia Militar de Minas Gerais na Segurança Pública. Belo Horizonte, 2002. ____________ Intervenção Policial, Uso de Força e Verbalizaçao (Prática Policial Básica – Caderno Doutrinário n. 1). Belo Horizonte, 2010. ____________ Tática Policial, Abordagem a Pessoas e Tratamento a Vítimas (Prática Policial Básica – Caderno Doutrinário n. 2). Belo Horizonte, 2010. ____________ Plano Estratégico da PMMG 2009-2011. Belo Horizonte: Comando Geral, Assessoria da Gestão para Resultados, 2009.

Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei (PBUFAF), 8º Congresso das Nações Unidas – Havana, Cuba, 1990.

ROVER, Cees de. Princípios básicos sobre o uso da força e armas de fogo. In:

ROVER, Cees de. Para servir e proteger. Direitos Humanos e Direito Internacional

Humanitário para Forças Policiais e de Segurança: Manual para Instrutores. 4 ed.

Belo Horizonte: Polícia Militar de Minas Gerais, 2009.

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