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Débora Chaves Meireles Bárbara Maia Lima Madeira Pontes UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA POLÍTICA AGRÍCOLA E DESENVOLVIMENTO RURAL WILKINSON, J. . A Agricultura Familiar ante o Novo Padrão de Competitividade do Sistema Agroalimentar na América Latina. Estudos Sociedade e Agricultura (UFRJ), Rio de Janeiro, v. 1, n.21, p. 62-87, 2003. NOVEMBRO/2012 1

John wilkinson

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Débora Chaves Meireles

Bárbara Maia Lima Madeira Pontes

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

POLÍTICA AGRÍCOLA E DESENVOLVIMENTO RURAL

WILKINSON, J. . A Agricultura Familiar ante o Novo Padrão de Competitividade do Sistema

Agroalimentar na América Latina. Estudos Sociedade e Agricultura (UFRJ), Rio de Janeiro, v. 1,

n.21, p. 62-87, 2003.

NOVEMBRO/2012

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Objetivo

Analisar o papel da agricultura familiar ante o novo padrão de

competitividade dos sistemas agroalimentares.

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Possui graduação da - University of Bristol (1965), mestrado da - University of Liverpool

(1977), doutorado do Dept de Sociologia pela Universidade de Liverpool (1982) e Pós

Doutorado em Sociologia Econômica pela Universidade de Paris XIII (1995).

Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

(UFRRJ).

Pesquisa na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Econômica, atuando

principalmente nos seguintes temas: sistema agroalimentar, novos mercados de qualidade,

consumo e mercados e movimentos sociais.

John Wilkinson

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Discutir o novo quadro institucional que redefine os espaços entre público e privado nos mercados

agroalimentares e alinha as regras de jogo domésticas de cada país às exigências da OMC.

Estas mudanças visam:

ajustamento às condições de acesso a mercados de exportação

a criação de um ambiente favorável a investimentos externos estratégia de modernização e

competitividade.

Novos patamares de qualidade pré-requisitos de participação nos mercados alimentares

domésticos ou exportação. A reorganização desses mercados passa pela crescente transnacionalização das

empresas.

No contexto de um quadro de acelerada exigências de qualidade que criam barreiras para a pequena

produção, seja na agricultura ou na industria.

Primeira Parte

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Considera tendências que apontam para um papel central para pequenas e médias empresas (PMEs) e para a

pequena produção a partir das associações entre crescimento e competitividade a noções de aglomeração e de

interdependência no espaços.

WILKINSON (2004), destaca que o motor de dinamismo econômico não é a grande empresa, mas a construção de

clusters, de distritos (agro)industriais e de sistemas agro-alimentares locais (SIALs).

Amparada em noções de inovação os sistemas locais de inovação ou arranjos produtivos locais (APL).

A revalorização de recursos e conhecimentos locais/tradicionais são formalizados na teoria das convenções.

Nota-se que a originalidade das “convenções de qualidade” que surgem no contexto da pequena produção na América

Latina e se destacam pelas noções mais difusas de território e de atividades artesanais agroecologia e as

diversas formas de validação - procedimentos de certificação participativa.

Segunda Parte

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Aponta a ambigüidade da valorização de recursos e conhecimentos tradicionais como opção de reinserção

econômica da pequena produção.

Porque?

1) Diz respeito ao reconhecimento por parte do consumidor/cidadão dos valores associados à pequena

produção e as iniciativas para transformar esses em valores de mercado trazem ameaças de diversas ordens.

Toda valorização, passa pela promoção de mudanças e investimentos que podem ter um impacto desestabilizador,

seja internamente ao grupo ou nas relações com a comunidade.

2) Muito mais desafiador é a valorização dos recursos genéticos devido aos avanços ocorridos na

biotecnologia, no contexto da transnacionalização da indústria de sementes e insumos, amparada em

legislações de propriedade intelectual que transformam as comunidades tradicionais. Com iniciativas

institucionais que são fundamentais para que as comunidades se beneficiem de sua participação nos valores a

serem criados a partir da exploração dessa nova fronteira de recursos naturais.

Terceira Parte

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Após a crise da década de 1980 e do fracasso do modelo de substituição de importações, os países da América Latina

sofreram uma remodelagem dos seus sistemas:

de governança interna e externa ao se ajustarem às pressões dos organismos financeiros internacionais, ao se

alinharem às exigências da OMC e ao adotarem estratégias de crescimento por via das exportações.

Em relação aos mercados nacionais, esse processo levou à retirada do governo de controles diretos na forma de preços ou

compras e em muitos casos ao desmantelamento de serviços de extensão e também à eliminação de políticas ativas

setoriais.

Houve conseqüentemente uma fragilização da participação dos pequenos produtores e de suas organizações

tradicionais (cooperativas) nesses mercados.

Medidas: menor proteção tarifária e uma maior abertura ao comércio internacional, levando em vários casos a um

aumento no ritmo de importações de alimentos.

Impacto dessa maior abertura: manutenção dos subsídios às exportações por parte dos EUA e da União Européia e pela

consolidação de blocos regionais (Mercosul, NAFTA, Pacto Andino).

Transnacionalização, concentração e novas regras de organização dos

mercados

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A contrapartida da adoção do export-led growth strategies mudanças da legislação sobre os níveis de participação

do capital estrangeiro em empresas nacionais.

Esse novo quadro institucional convergia com pressões advindas dos próprios mercados domésticos dos países

desenvolvidos para estimular o IDE que também atinge os sistemas alimentares dos países em desenvolvimento.

Para os EUA, o IDE se tornou mais importante que as exportações.

Os fluxos dos IDE dos EUA nas Américas estão fortemente concentrados, com 90% se dirigindo ao Canadá, México,

Argentina e Brasil (Bollinger et alli, 1998).

Associadas ao FDI, as exportações de commodities tradicionais baixas sucessivas de preços durante a década de 90

surgimento de circuitos alternativos de fair trade (feira comercial) com impacto cada vez maior e influência crescente

nos rumos do comércio mainstream (corrente principal).

Por outro lado, os novos fluxos de FDI são identificados com as oportunidades para non-traditional food exports

componente chave das estratégias de export-led growth.

Os produtos se concentram: frutas e verduras e peixes. 8

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Os produtos são classificados como alimentos processados e são dinâmicos impactos sobre o emprego e a renda

como em termos de aprendizagem e up-grading tecnológicas.

Desafios decisivos:

1º) Salto tarifário que a mudança para alimentos processados muitas vezes implica é amenizado por acordos

bilaterais (Pacto Andino e a Argentina com seu relacionamento com a União Européia, o Caribe e México com os EUA).

São as barreiras de qualidade (microbiológico, resíduos):

Acordos Sanitary and Phy-tosanitary (SPS)

Technical Barreirs to Trade (TBT) da OMC,

adotando novos standards como a International Standards Organisation (ISSO), Hazards and Criticial Control Points

(HACCP),

Europe Good Agricultural Practices (EUROPGAP), rastreabilidade, entre outros.

Custos de adaptação destes standards (padrões) implica muitos países carecem de infra-estrutura

técnica e humana para a sua implantação.

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Essa onda de exportações de produtos não-tradicionais faz parte da consolidação de uma nova divisão

internacional de trabalho sob a governança das transnacionais.

Processo de externalização de mais uma etapa da cadeia global de valor para os países em

desenvolvimento, motivada pela disponibilidade de mão-de-obra e recursos naturais baratos.

Mas, as EXIGÊNCIAS DE QUALIDADE E DE LOGÍSTICA tendem a deslocar essa produção

para médios e grandes produtores, e existe uma acirrada concorrência entre países para entrar em

tais cadeias globais (Gereffi, 1994; Dolan, Humphrey e Pascal, 2001).

Para analistas mais favoráveis a essa estratégia de exportação de produtos não-

tradicionais, os problemas fundamentais, portanto, são os de acesso

(WILKINSON, 2003).

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Os países como Brasil e Argentina, o México (caso especial devido a sua integração ao NAFTA) apontam

para uma transformação do ambiente concorrencial que leva a maiores níveis de eficiência e a pressões sobre

custos quanto sobre inovações e modernização tecnológica.

Provoca uma fragilização de empresas tradicionais e cooperativas.

Porém, as inovações radicais nas cadeias e novas exigências de qualidade promovem uma crescente

contratualização das relações com fornecedores de matérias-primas com base na adoção de private standards

impostos pelas empresas por estratégias de concorrência.

“... os impactos internos da nova onda de FDI ou da transnacionalização que agora

atinge todos os elos do sistema agroalimentar.” (WILKINSON, 2003)

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Não está claro se tais tendências decorrem da transnacionalização ou do novo ambiente

institucional internacional.

Para alguns analistas, os influxos de FDI estariam baseados fundamentalmente em vantagens de

captação de recursos financeiros.

O novo padrão de concorrência também se impõe nas grandes empresas nacionais sobreviventes

adotam as mesmas práticas que afastam a pequena produção de participação nas grandes cadeias

de commodities.

Resultado da nova onda de transnacionalização nos países em desenvolvido SUPER E

HIPERMERCADOS regionalizados.

O novo sistema de distribuição (supermercados) transformando os padrões dos atores nas cadeias de

suprimento nos mercados domésticos e regionais da América Latina.

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Estabelecimentos dos supermercados, devido a regionalização dos seus canis de suprimentos.

Mesmo focalizando, o segmento de frutas, legumes e verduras (FLV), por seu grande dinamismo

comercial, argumentam que as mesmas tendências podem ser identificadas em outras cadeias.

A grande distribuição substitui os canais tradicionais de distribuição com a montagem de centrais

próprias de distribuição (CD) por país ou região e também substitui fornecedores tradicionais,

operando com um número limitado de fornecedores especializados que atendem às especificações de

entrega, leque de produtos e qualidade.

Não predominam contratos formais;

Mas os fornecedores precisam fazer parte do registro de fornecedores e obedecer a rígidos critérios

de qualidade, sujeitos a inspeção periódica.

“Mais ainda: os autores identificam uma crescente convergência entre os exportadores e os novos

fornecedores dos supermercados, diluindo as fronteiras entre mercados nacionais e mercados de

exportação.” (WILKINSON, 2003)

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Exclusão:

pequenos produtores individuais precisam trabalhar em associação enfrentar os investimentos em

transporte, logística, instalações de packing e cesta de produtos a serem ofertados. LONGO

PROCESSO.

Os grandes supermercados dependem cada vez mais de fornecedores altamente profissionalizados,

contexto no qual a pequena produção pode ter apenas uma participação subordinada.

Os grandes supermercados dependem cada vez mais de fornecedores altamente profissionalizados.

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Houve uma desnacionalização das empresas nacionais de sementes;

uma diminuição nas atividades independentes de melhoramento por parte dos

sistemas públicos de pesquisa

alinhamento como parceiros às transnacionais em programas baseados na nova

geração de sementes transgênicas (Wilkinson e Castelli, 2002).

A primeira geração de transgênicos favorecem operações em escala (cobrança

de royalties, plantio direto), dificultando ainda mais a permanência de

pequenos produtores nesses setores de grãos.

A comercialização dos transgênicos representa:

Ameaça para as estratégias de valorização do papel da agricultura tradicional

em relação à preservação da biodiversidade

E a outras estratégias de ocupação de mercados de nicho,

E o perigo de poluição genética.

“Como componente central do novo quadro institucional e também como contrapartida à adesão à

OMC, os países em desenvolvimento ajustaram os seus sistemas de propriedade intelectual,

adotando versões da União para Proteção das Obtenções Varietais (UPOV) ou legislação de

patentes para abranger o setor de sementes e os produtos da biotecnologia.” (WILKINSON, 2003)

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A Convenção de Biodiversidade, que culminou no Protocolo de Cartagena representa uma

referência internacional alternativa à Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) ou à

OMC.

No âmbito desses acordos, países em desenvolvimento da América Latina.

Costa Rica, Pacto Andino Já tem.

Brasil estão elaborando leis de acesso aos recursos genéticos que abrem melhores perspectivas para

estratégias de “valor agregado” por meio de conhecimento e práticas tradicionais.

No que diz respeito aos recursos genéticos e à biodiversidade

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Atualmente:

Um contexto de mercados desregulamentados;

Dominados por grades e standards de qualidade,

novas questões analíticas tornam-se chaves:

informação, coordenação e a natureza e implicações de

investimentos para facilitar o acesso a esses novos

mercados, o que justifica a importância que vêem

assumindo os enfoques baseados em custos de

transação (Zilberstajn, 2000).

Tradicionalmente:

Pequena produção e de suas formas de inserção

econômica

Focalizava:

Medidas de intervenção pública relacionadas ao acesso

a fatores básicos de produção (terra, crédito e

assistência técnica);

e o poder econômico nos mercados.

Clusters, sistemas agroalimentares locais (SIAL) e estratégias territoriais

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Mostram como redes sociais influenciam até mercados classicamente impessoais, chegando a definir a

sua criação, o seu perfil e o seu alcance.

Fornece uma abordagem complementar e/ou alternativa não apenas ao enfoque contratualista dos

custos de transação, mas também às análises centradas exclusivamente em conceitos de poder

econômico (Wilkinson, 2002).

A teoria “francesa” das convenções tem se difundido como enfoque para analisar mercados de

qualidade “superior”, sobretudo os produtos orgânicos e artesanais de denominação de origem.

Em contraste com a nova microeconomia: o enfoque das convenções enfatiza não apenas a

assimetria de informação, mas também os valores distintos que são atribuídos à mesma informação.

Sociologia Econômica

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Teoria das Conveções

Noções de eficiência compatíveis com as qualidades norteadoras da forma de coordenação sob análise.

Esta análise reconhece a existência de “princípios comuns” que devem sustentar qualquer tipo de coordenação econômica ex.: prioridade para a saúde (Sylvander, 1995)

Nesta teoria, o conteúdo e a forma de validação dos acordos – e não somente as relações sociais – os critérios que sustentam a reinvindicação da qualidade. (Eymard Duverney, 1995)

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Dinâmica do Local e do Território

Substituição ou complementação dos enfoques de cadeia e relações verticais pelas

abordagens analíticas de coordenação horizontal

Efeitos da aglomeração e da acumulação de conhecimentos e práticas coletivas

num espaço determinados exploradas a partir de noções como clusters e distritos

(agro)industriais.

(Stoper, 1997) (Lundvall, 1997, Lastres e Cassiolato e Maciel, 2003)

Abordagens convencionalistas

• Vantagens de um territórios baseada em “ativos intangíveis”

Enfoques evolucionistas

• Importância dos conhecimentos tácitos –inseparáveis das pessoas e do lugar – e fundamentais para a aprendizagem e inovação : valorização dos “sitemas locais de inovação”

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Novas definições das abordagens de

inovação

Estas abordagens trazem a tona o reconhecimento de que as tradições estão

sendo redefinidas a partir de novos conhecimentos, valores, regulamentações

e níveis de demanda.

A aprendizagem é uma constante e a capacidade de aprender mais

importante que os estoque de informação (rapidamento sucateados)

Aumento nas desigualdades regionais na economia de informação

Pressões de curto prazo de eficiência não podem se sobrepor aos tempos mais

longos de aprendizagem (Ludvall, op. Cit.)

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O desafio da América Latina

Está em aplicar esse conjunto de abordagens novas que apontam para o

potencial competitivo do “pequeno” enraizado

A noção que unifica essas abordagens tem sido aquela de “valor agregado” –

mecanismo para aumentar e reter rendas no âmbito local

Inicialmente

• Sentido técnico de processamento agroindustrial e visão tradicional de cadeias

• Solução de problemas técnicos de processamento e a uma valorização nutritiva dos produtos

• Visavam consumidores pobres e/ou programas governamentais

Hoje

• Aporte das abordagens de inovação

• Aspectos coletivos de proximidade e de território

• Valorização definida por qualidades advindas da demanda (consumidor/cidadão)

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Modelos

Grosso modo, essas experiências seguem 3 modelos, que tem em comum a

neccessidade inicial de adequar as atividade às exigências de qualidade

mínima e de fiscalização tributária

A. Cottage industries

Predominantemente familiares, visam a melhoria nas rendas das família diretamente

envolvidas. Se aproximam de estratégias baseadas no conceito de multifuncinalidade,

pois sua consolidação se dá no âmbito da promoção do turismo rural e do “consumo”

do espaço rural.

B. Clusters

Construção de competitividade em mercados nacionais ou de exportação a partir das

vantagens de proximidade – em muitos casos, a pequena produção e as PMEs firam em

torno de atores maiores

C. Estratégias de Qualidade Superior

Destacam valores da tradição e do artesal – focalizam na pequena produção e as PMEs

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Estratégia de “qualidade superior”

Baseada no modelo francês de construção de appéllations de origine -

estratégia de alternativa para a agricultura francesa a partir dos anos 60; foco

no nicho de produtos artesanais no contexto de forte apoio público

No contexto da América Latina, o sucesso da estratégia de “denominação de

origem” dependerá de se ir além: desenhar modelos mais adaptados à

evolução dos mercados e ao novo quadro institucional.

A associação rígida entre “qualidades superiories” e regiões muito bem

delimitadas tenderiam a ser mais excepcional na América Latina

A pequena produção agrícola na América Latina combina o artesanal a

conteúdos ambientais e sociais que podem ter maior força mercadológica que

a qualidade percebida no aspecto artesanal.

Criação de circuitos alternativos nas cadeias de commodities mais tradicionais

e aproximação entre os movimentos de Fair Trade (FLO) e dos Orgânicos

(IFOAM) em nível internacional

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Valorização de recursos e conhecimentos

tradicionais

Estratégias da agricultura familiar e comunidades camponesas de transformar

práticas alimentares em valores de qualidade superior Interesse mercadológico

nas propriedades “funcionais” de alimentos e plantas tradicionais

Benefícios para as comunidades x Desequilíbrio ecológico provocado pela exploração

Conservação em situ como decisiva para a preservação da biodiversidade

Trata-se de mais do que isolar variedades específicas em lotes experimentais, mas de

proteger e valorizar as prática tradicionais em regiões de ecossistemas específicos

ONGs como principais protagonistas desses esforços de proteger e recuperar

variedades rústicas (landraces)

Desenvolver mecanismos de valorização destes recursos tradicionais baseados nos

direitos e práticas específicos das comunidades

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Valorização de recursos e conhecimentos

tradicionais

Dois caminhos:

I. Indicações Geográficas (IG)

Já incluídas nas regras da OMC

II. Multifuncionalidade

Reconhecimento de uma variedade de funções públicas que a agricultura familiar

desempenha além do fornecimento de alimentos e matérias-primas.

Corrida de grandes empresas para se apropriar dessa nova fronteira de valor

concentrada fundalmentalmente nos países em desenvolvimento e nas regiões

de comunidades tradicionais, sob a forma de direitos privados.

Convenção de Biodiversidade, a soberania nacional e as leis de acesso aos

recursos genéticos.

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Valorização de recursos e conhecimentos

tradicionais

A elaboração de sistemas eficazes de proteção do conhecimento tradicional

passa pelo reconhecimento de que a preservação da biodiversidade é um

produto de inocação incremental e coletiva de longo prazo, no qual práticas

culturais e recursos biológicos são inseparáveis.

A elaboração de sistemas eficazes de contratos que reconhecem a

contribuição do conhecimento tradicional representa um dos maiores desafios

na defesa dos espaços da pequena produção na era da biotecnologia.

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Conclusão

A análise da pequena produção a partir da ótica tradicional a limita a regiões

e mercados nos quais os processos de concentração ainda não chegaram ou

estão bloqueados pela extrema desigualdade na distribuição de renda.

Existem, nestas condições, entretanto, grupos que puderam se reinserir com

base em inovações organizacionais e teconológicas

A via da “economia da qualidade” valora as tradições da pequena produção:

atividades artesanais, produtos “naturais”, organização familiar das

atividades econômicas bem como a relação entre pequena produção e o meio

ambiente e o rural.