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Antologia poética Antologia poética fessor João Cruz n Decária Miranda nº 37 Truyts de Oliveira nº 38 ora: Maria Piedade Teodoro da Silva ina: Língua Portuguesa Jacareí 2014

Antologia poética

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Antologia poéticaAntologia poética

E E Professor João CruzWalisson Decária Miranda nº 37Wallace Truyts de Oliveira nº 38Professora: Maria Piedade Teodoro da SilvaDisciplina: Língua Portuguesa Jacareí 2014

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O Jardim do Amor

O Jardim do Amor fui visitar, E vi então o que jamais notara: Lá bem no meio estava uma Capela, Onde eu no prado correra e brincara. 

E os portões desta Capela não abriam, E "Não farás" sobre a porta escrito estava; E voltei-me então para o Jardim do Amor Lá onde toda a doce flor se dava; 

E os túmulos enchiam todo o campo, E eram esteias funerárias as flores; E Padres de preto, em seu passeio secreto, Atando com pavores minhas alegrias & amores. 

William Blake, em "Canções da Experiência"

Religião

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Blake nasceu na "28ª Broad Street", Londres, numa família de classe média. Seu pai era um fabricante de roupas e sua mãe cuidava da educação de Blake e seus três irmãos. Logo cedo a bíblia teve uma profunda influência sobre Blake, tornando-se uma de suas maiores fontes de inspiração.2 3Desde muito jovem Blake dizia ter visões. A primeira delas ocorreu quando ele tinha cerca de nove anos, ao declarar ter visto anjos pendurando lantejoulas nos galhos de uma árvore. Mais tarde, num dia em que observava preparadores de feno trabalhando, Blake teve a visão de figuras angelicais caminhando entre eles.Com pouco mais de dez anos de idade, Blake começou a estampar cópias de desenhos de antigüidades Gregas comprados por seu pai, além de escrever e ilustrar suas próprias poesias.Em 1779, Blake começou seus estudos na The Royal Academy, uma respeitada instituição artística Londrina. Sua bolsa de estudos permitia que não pagasse pelas aulas, contudo, o material requerido nos seis anos de duração do curso deveria ser providenciado pelo aluno.

William Blake

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InfânciaAlgumas Proposições com Crianças

A criança está completamente imersa na infância a criança não sabe que há-de fazer da infância a criança coincide com a infância a criança deixa-se invadir pela infância como pelo sono deixa cair a cabeça e voga na infância a criança mergulha na infância como no mar a infância é o elemento da criança como a água é o elemento próprio do peixe a criança não sabe que pertence à terra a sabedoria da criança é não saber que morre a criança morre na adolescência Se foste criança diz-me a cor do teu país Eu te digo que o meu era da cor do bibe e tinha o tamanho de um pau de giz Naquele tempo tudo acontecia pela primeira vez Ainda hoje trago os cheiros no nariz Senhor que a minha vida seja permitir a infância embora nunca mais eu saiba como ela se diz

Ruy Belo, em 'Homem de Palavra[s]'

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Ruy Belo

Em 1951 entrou a Universidade de Coimbra como aluno de Direito e tornou-se membro da Opus Dei. Concluiu o curso de direito em Lisboa, em 1956, ano em que partiu para Roma, doutorando-se em direito canónico pela Universidade S. Tomás de Aquino (Angelicum), dois anos depois, com uma tese intitulada "Ficção Literária e Censura Eclesiástica".

Regressado a Portugal, trabalhou no campo editorial e em 1961 entrou na Faculdade de Letras de Lisboa, recebendo uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para investigação, abandonou a Opus Dei e foi leitor de Português em Madrid entre 1971 e 1977.

Exerceu, ainda que brevemente, um cargo de director-adjunto no então Ministério da Educação Nacional, mas o seu relacionamento com opositores ao regime da época, a participação na greve académica de 1962 e a sua candidatura a deputado, em 1969, pelas listas da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, levaram a que as suas actividades fossem vigiadas e condicionadas. Ocupou, ainda, um lugar de leitor de Português na Universidade de Madrid (1971-1977). Regressado, então, a Portugal, foi-lhe recusada a possibilidade de leccionar na Faculdade de Letras de Lisboa, dando aulas na Escola Técnica do Cacém, no ensino nocturno. Em 1991 foi condecorado, a título póstumo, com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant'iago da Espada.

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A vida da poesia

Gastão Cruz

Hoje sei como se exprime a vida da

poesia

com a sinceridade das emoções

linguísticas

com que o mundo devasta e enche

as nossas vidas

Aprendi a clareza das imagens

fictícias

recolhidas na luz do corpo nu e vivo

entre os golpes orais errante

desferidos.

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Gastão Cruz

Gastão Santana Franco da Cruz (Faro, 20 de Julho de 1941) é um poeta, crítico literário e encenador português.

Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi professor do ensino secundário e leitor de Português no King's College, pertencente à Universidade de Londres.

Como poeta, o seu nome aparece inicialmente ligado à publicação colectiva Poesia 61 (que reuniu Gastão Cruz, Casimiro de Brito, Fiama Hasse Pais Brandão, Luiza Neto Jorge e Maria Teresa Horta), uma das principais contribuições para a renovação da linguagem poética portuguesa na década de 60. Como crítico literário, coordenou a revista Outubro e colaborou em vários jornais e revistas ao longo dos anos sessenta - Seara Nova, O Tempo e o Modo ou Os Cadernos do Meio-Dia (publicados sob a direcção de Casimiro de Brito e António Ramos Rosa). Essa colaboração foi reunida em volume, com o título A Poesia Portuguesa Hoje (1973), livro que permanece hoje como uma referência para o estudo da poesia portuguesa da década de sessenta.

Ligado ao teatro, Gastão Cruz foi um dos fundadores do Grupo de Teatro Hoje (1976-1977), para o qual encenou peças de Crommelynck, Strindberg, Camus, Tchekov ou uma adaptação sua de Uma Abelha na Chuva (1977), de Carlos de Oliveira. Algumas delas foram, pela primeira vez, traduzidas para português pelo poeta. Foi igualmente um dos fundadores do Grupo de Teatro de Letras, em 1965.

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Juca Pirama

Gonçalves Dias

No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos - cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão.São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão de prodígios, de glória e terror!As tribos vizinhas, sem forças, sem brio, As armas quebrando, lançando-as ao rio, O incenso aspiraram dos seus maracás: Medrosos das guerras que os fortes acendem, Custosos tributos ignavos lá rendem, Aos duros guerreiros sujeitos na paz [...]

Índio

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Antônio Gonçalves Dias (Caxias, 10 de agosto de 1823 — Guimarães4 , 3 de novembro de 1864) foi um poeta, advogado, jornalista, etnógrafo e teatrólogo brasileiro.5 Um grande expoente do romantismo brasileiro e da tradição literária conhecida como "indianismo", é famoso por ter escrito o poema "Canção do Exílio" — um dos poemas mais conhecidos da literatura brasileira —, o curto poema épico I-Juca-Pirama

Foi estudar na Europa, em Portugal, onde em 1838 terminou os estudos secundários e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1840).

Gonçalves Dias

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Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,

Eu sou a que na vida não tem norte,

Sou a irmã do Sonho, e desta sorte

Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa ténue e esvaecida,

E que o destino amargo, triste e forte,

Impele brutalmente para a morte!

Alma de luto sempre incompreendida! ...

Sou aquela que passa e ninguém vê ...

Sou a que chamam triste sem o ser ...

Sou a que chora sem saber porquê ...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,

Alguém que veio ao mundo pra me ver

E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca, em "Livro de Mágoas"

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Florbela Espanca

Florbela Espanca (Vila Viçosa, 8 de Dezembro de 1894 — Matosinhos, 8 de Dezembro de 1930)1 , batizada como Flor Bela Lobo, e que opta por se autonomear Florbela d'Alma da Conceição Espanca 2 , foi uma poetisa portuguesa. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização, feminilidade3 e panteísmo.

Entre 1899 e 1908, Florbela frequentou a escola primária em Vila Viçosa.6 Foi naquele tempo que passou a assinar os seus textos Flor d’Alma da Conceição. As suas primeiras composições poéticas datam dos anos 1903 - 1904:4 o poema "A Vida e a Morte", o soneto em redondilha maior em homenagem ao irmão Apeles e um poema escrito por ocasião do aniversário do pai "No dia d'annos", com a seguinte dedicatória: Ofereço estes versos ao meu querido papá da minha alma. Em 1907, Florbela escreveu o seu primeiro conto: "Mamã!" No ano seguinte, faleceu a sua mãe, Antónia, com apenas vinte e nove anos.

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No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, é careta. Embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio. Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira:compreendo sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe,berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo entre esses dois portos gelados da solidão é mera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o terno do perecível, loucos.

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Caio Fernando de Abreu

Caio Fernando Abreu (1948-1996) foi um jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro, considerado um dos expoentes de sua geração. 

Caio Fernando Loureiro Abreu nasceu em Santiago, Rio Grande do Sul, no dia 12 de setembro de 1948. Iniciou os cursos de Letra e Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas abandonou ambos para trabalhar como jornalista em revistas, entre elas, Nova, Manchete, Veja e Pop. Também colaborou com jornais Correio do Povo, Zero Hora, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo.

Caio Fernando morou também no Rio de Janeiro. Retornou à França, mas após descobri-se portador do HIV, retornou a casa dos seus pais em Porto Alegre até a sua morte, no dia 25 de fevereiro de 1996.

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Mulheres ousadas

Gosto, sim, de mulheres ousadas, daquelas que não têm receio de assumirem-se lindas, sexys e maravilhosas. Mulheres que sabem bem o que querem - e o que não querem! - sem se importar com conceitos antiquados ou tabus. Mulheres de um novo tempo: o tempo delas! O tempo de elas serem tudo o que podem e o que quiserem ser, após tanto tempo de repreensão. Mulheres ousadas são, sim, mulheres que ultrapassam fronteiras, são verdadeiras agentes de transformação de uma sociedade ainda tão hipócrita. Gosto de mulheres ousadas, por que reconheço que as mulheres têm todo o direito do mundo de assumir sua feminilidade, de aproveitarem as coisas boas da vida, e de serem imensamente felizes - até por que poucas coisas no mundo são tão belas quanto um sorriso feminino. E eu simplesmente adoro o sorriso das mulheres ousadas.

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Augusto Branco nasceu no coração da Amazônia, fruto da união de dois ribeirinhos que, um dia, tentaram a sorte na cidade: Dona Rosa e Senhor Raymundo.Augusto escreveu as suas primeiras poesias aos 7 ou 8 anos de idade, pouco antes de começar a ajudar na loja de ferragens do pai.Frequentou cursos de Administração e Pedagogia, que não completou devido às exigências da sua vida profissional, repleta de mudanças e obstáculos inesperados.Contudo, ao longo deste percurso complicado, ao qual se juntou uma tragédia familiar, Augusto nunca despiu a pele de escritor, encontrando tempo para criar, quase todos os dias, novos poemas, aforismos e textos motivadores.

Page 16: Antologia poética

PoéticaDe manhã escureçoDe dia tardoDe tarde anoiteçoDe noite ardo.

A oeste a morteContra quem vivoDo sul cativoO este é meu norte.

Outros que contemPasso por passo:Eu morro ontem

Nasço amanhãAndo onde há espaço:– Meu tempo é quando.

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Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes nasceu em 19 de Outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro - RJ, e pertenceu à segunda geração do Modernismo no Brasil. Era filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da prefeitura, poeta, violonista amador, e de Lídia Cruz de Moraes, pianista também amadora.

Viveu toda a sua infância no Rio, tendo nascido no bairro da Gávea, aos três anos se mudou para Botafogo para morar com os avós e estudar na Escola Primaria Afrânio Peixoto. Foi também na sua infância que escreveu seus primeiros versos. Em 1924 entrou para o Colégio Santo Inácio, em Botafogo, onde cantava no coro da igreja e montava pecinhas de teatro.

Em 1929 concluiu o curso ginasial e a família retornou para a Gávea. Nesse mesmo ano ingressou na Faculdade de Direito do Catête e se formou em Direito em 1933, ano em que publicou “O Caminho para a Distância”, seu primeiro livro de poesia

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Liberdade

Aqui nesta praia ondeNão há nenhum vestígio de impureza,Aqui onde há somenteOndas tombando ininterruptamente,Puro espaço e lúcida unidade,Aqui o tempo apaixonadamenteEncontra a própria liberdade.

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Sophia de Mello Breyner nasce a 6 de novembro 1919 no Porto, onde passa a infância. Entre 1936 e 1939 estuda Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Publica os primeiros versos em 1940, nos Cadernos de Poesia. Casada com Francisco Sousa Tavares, passa a viver em Lisboa. Tem cinco filhos. Participa ativamente na oposição ao Estado Novo e é eleita, depois do 25 de Abril, deputada à Assembleia Constituinte.

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Ó pátria amadaDe encantos mil,Gigante és tu com certezaEm fronteiras e belezas,Teu povo bravo e servilHonra tua bandeiraMarchando teu hinoDe pés descalços,De queixo erguidoDe coração garrido,Na mão direita um alentoÚltimo suspiro de paz,Suplica ou vento um lenço,Grita implorando a paz,Salve ó salve! - Ó mãe gentil -Honre o povo heroico que te serviuDando-te a liberdade,Mostre que és mãe dos filhos teus,E que de nós não te esqueceu,Daí-nos a esperança de ver resplandecerNo teu futuro a grandeza,De terra amável e gentil,Entre outras milÉ tu, Brasil!

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Inoema Nunes Jahnke gaúcha de Pelotas, nasceu no dia dezesseis de agosto em 1971, empresária na área de software atualmente reside em Cachoeirinha Rio grande do Sul, esposa e mãe a escritora dedica boa parte do tempo à poesia, em 2008 publicou seu primeiro livro, autora de poesias consagradas como “Orgulho gaúcho” e “Compaixão pela vida”, acredita no amor e no poder da poesia de emocionar e inspirar os corações!