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FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO IVAÍ Mantida pela Instituição Cultural e Educacional de Ivaiporã – ICEI Adriana Peschisky Pawlak Josieme Alves Cordeiro APONTAMENTOS SOBRE A BIBLIOTECA ESCOLAR DO CAMPO NO MUNICÍPIO DE LARANJEIRAS DO SUL-PR

APONTAMENTOS SOBRE A BIBLIOTECA ESCOLAR DO CAMPO NO MUNICÍPIO DE LARANJEIRAS DO SUL-PR

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FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO IVAÍMantida pela Instituição Cultural e Educacional de Ivaiporã – ICEI

Adriana Peschisky PawlakJosieme Alves Cordeiro

APONTAMENTOS SOBRE A BIBLIOTECA ESCOLAR DO CAMPO NO MUNICÍPIO DE LARANJEIRAS DO SUL-PR

Laranjeiras do Sul-PR 2014

Adriana Peschisky Pawlak

Josieme Alves Cordeiro

APONTAMENTOS SOBRE A BIBLIOTECA ESCOLAR DO CAMPONO MUNICÍPIO DE LARANJEIRAS DO SUL-PR

Monografia apresentada à coordenação do ESAP – Instituto de Estudos Avançados e Pós-Graduação – e UNIVALE – Faculdades Integradas do Vale do Ivaí, como requisito parcial para obtenção do titulo de Especialista em Educação do Campo.

Orientadora: Profa. Dra. Márcia da Silva

Laranjeiras do Sul-PR2014

FOLHA DE APROVAÇÃO

Adriana Peschisky PawlakJosieme Alves Cordeiro

APONTAMENTOS SOBRE A BIBLIOTECA ESCOLAR DO CAMPONO MUNICÍPIO DE LARANJEIRAS DO SUL-PR

Monografia apresentada ao Curso de Educação do Campo, do ESAP – Instituto de Estudos Avançados e Pós-Graduação e UNIVALE – Faculdades Integradas do Vale do Ivaí, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Educação do Campo.

COMISSÃO EXAMINADORA Nota ______

Prof (a). Avaliador (a) (nome e assinatura)

secretaria

secretaria

Laranjeiras do Sul de Agosto de 2014

Dedicamos este trabalho a nossos familiares que sempre estiveram presente nos incentivando e ajudando a caminhar.

AGRADECIMENTOS

Nossos sinceros agradecimentos ao Nosso amado Deus pela saúde e disposição, aos nossos familiares e a professora Márcia da Silva e a escola onde foi realizada a pesquisa Escola Joany Guilherme de Lima e Raquel de Queiroz que contribuíram de maneira relevante para a elaboração desta pesquisa.

“Somente os sábios conseguem explicar as coisas. A sabedoria de uma pessoa brilha no seu rosto a torna simpática mesmo que seja feia”. Eclesiastes 8:1

Bíblia Sagrada.

RESUMO

Apresenta os resultados da pesquisa sobre a biblioteca escolar do campo, nas Escolas Joany Guilherme de Lima Ensino Fundamental e Médio e Escola Municipal Raquel de Queiroz, ambas localizadas na comunidade do Passo Liso, interior de Laranjeiras do Sul, sendo as mesmas com dualidade administrativa entre o Estado do Paraná e o Município de Laranjeiras do Sul. Objetiva caracterizar os sujeitos, espaço físico, acervo e compreender a prática de uso da biblioteca escolar e a contribuição da mesma na formação dos alunos.Realiza investigação de caráter qualitativo com pesquisa de campo via observações e levantamentos de dados na biblioteca, mediado pela revisão de literatura. Descrevem dados qualitativos a partir da observação realizada no acervo, no espaço e no uso da biblioteca escolar. Aponta para a necessidade de um envolvimento maior dos alunos, professores e funcionários com a biblioteca escolar, seu planejamento e uso. Verifica ainda a necessidade de um espaço mais amplo para organização e uso do acervo, para que o mesmo cumpra função de informação e pesquisa para a produção do conhecimento.

Palavras-chave: Educação do campo; Biblioteca escolar; Leitura; Realidade.

ABSTRACTPresents the results of research on the school library field, Schools Joany Guilherme Lima Elementary School and Middle School and Municipal Rachel de Queiroz, both located in the community of Passo Liso, inside Laranjeiras do Sul, being with the same duality between administrative the State of Paraná and the Municipality of Laranjeiras do Sul. Aims to characterize the subjects, physical space, collections and understand the practical use of the school library and the same contribution in the formation of students. Performs qualitative research, with field research via observations and data collections in the library, mediated literature review. Conducts research with qualitative field research via observations and data collections in the library, mediated by the literature review. Describe qualitative data from the observation made in the acquis, in space and use of the school library. Points to the need for greater involvement of students, faculty and staff to the school library, planning and use. Also notes the need for a wider space for use of the collection and organization that fulfills the same function for information and search for the production of knowledge.

Keywords: Rural education; school library; reading; reality.

LISTA DE FIGURAS

Figuras- 1 Carteiras dividem o espaço entre Estado e Município......23

Figura- 2 Caixas separadas por série................................................23

Figura- 3 Lado pertencente ao Estado..............................................24

Figura- 4 Lado pertencente ao Município..........................................25

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Alunos que gostam de ler.................................................28

Gráfico 2: Tempo gasto com a leitura...............................................28

Gráfico 3: Preferência de leitura........................................................29

Gráfico 4: Como utilizam a leitura......................................................30

Gráfico 5: Motivação para ir a biblioteca...........................................30

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................10

1- A ESCOLA DO CAMPO: REVISÃO TEÓRICA..............................................12

2- BIBLIOTECA ESCOLAR: MARCO TEÓRICO E LEGAL .............................14

3- APONTAMENTOS SOBRE A BIBLIOTECA ESCOLAR...............................18

3.1 Históricos da Escola Investigada...................................................................18

3.2 Apontamentos sobre o espaço físico da Biblioteca Escolar...........................19

3.3 Apontamentos sobre o acervo.......................................................................20

4- A RELAÇÃO DO ALUNO COM A BIBLIOTECA ESCOLAR.........................27

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................32

REFERÊNCIAS...................................................................................................34

INTRODUÇÃO

A presente investigação realizada no Curso de Pedagogia, da Universidade

Estadual do Centro Oeste - Unicentro, no Campus de Laranjeiras do Sul, tem

como propósito apresentar o Trabalho de Conclusão de Curso – TCC. O tema

abordado verifica as condições e contradições do uso da biblioteca escolar da

escola do campo, investigado no Município de Laranjeiras do Sul, na comunidade

do Passo liso, Escola Joany Guilherme de Lima- Ensino Fundamental e Médio, e

Escola Rural Municipal Raquel de Queiroz – Ensino Fundamental. A escola

trabalha em dualidade administrativa, ou seja, ambas funcionam no mesmo local,

atendendo cada uma sua especificidade.

A pedagogia tem como objetivo principal a melhoria no processo de ensino

aprendizagem dos sujeitos, através da reflexão, sistematização e produção de

conhecimentos. Como ciência social, a pedagogia está conectada com os

aspectos da sociedade, e também com as normas educacionais do país, ela está

relacionada a muitos métodos de ensino e de conhecimento.

Com base nesse conceito, o Curso de Pedagogia, mais especificamente a

disciplina de Pesquisa em Educação, nos conduziu a buscar novos meios e

oportunidades para conhecer a realidade da educação, tanto na cidade quanto no

campo. Portanto, despertou-se o desejo de aperfeiçoar nosso conhecimento

sobre a biblioteca escolar do campo. Surgiram algumas questões: Como está a

escola do campo? Ela conta com biblioteca escolar? Conta com livros

adequados? Como está o espaço físico utilizado para a leitura? Qual é a relação

dos alunos do campo com a leitura?

Para que esse trabalho fosse realizado, percebemos a necessidade de

muita leitura e pesquisa sobre o assunto, para dar conta de buscar respostas as

questões. Iniciou se a investigação pelas leituras e o processo de fichamento,

para posterior análise. Trabalhou-se com autores como: Klebis, Caldart, Arroyo e

Molina. Na sequência e articulado ao trabalho de leitura, fez-se uma visita na

escola do campo pesquisada, em seguida repetimos esta ida a campo para

levantar mais dados. Tivemos oportunidade de tirar fotos, conhecer o espaço da

biblioteca, e ver como se dá o trabalho do professor dentro daquele espaço, logo,

o conjunto de limites e possibilidades. Todo esse trabalho sempre articulado a

escrita e orientação.

Pode-se observar, com relação ao trabalho investigativo desse projeto, o

fato de conhecer as políticas implantadas na educação do campo, bem como

verificar quais as condições da biblioteca escolar da escola do campo, como é

realizado o trabalho dos professores, e alunos ao utilizarem a biblioteca.

Objetiva-se compreender as condições e as contradições do uso da

biblioteca escolar da escola do campo. O campo é essencial para a educação,

inclusive para formar pessoas que permaneçam em seu lugar, e passem a

trabalhar onde vivem. Porém, para que isso aconteça precisa-se dos recursos

necessários, até mesmo porque na maioria dos casos, os alunos estudam e

partem para as grandes cidades. Mas tudo começa lá, nos anos iniciais quando

há um incentivo da leitura, com livros que realmente chamem atenção do aluno, o

façam ter gosto pela leitura na escola e também fora dela.

A partir do momento que a escola compreende a função da biblioteca,

perceberá a necessidade de trabalhar nela, conduzindo os alunos à pesquisa e

tomarem gosto pela leitura. Isso se transforma em um ponto positivo, tornando

essa escola atrativa, pois pais e alunos de fora estarão vendo tudo isso e

passarão a querer fazer parte dela, as verbas certamente irão melhorar, os pais

passarão a serem mais presentes, quando há muitos locais que os pais nem

sabem como seu filho está na escola, tudo se transforma em pontos positivos

basta apenas trabalhar.

O texto está organizado trazendo inicialmente uma abordagem teórica

sobre a escola do campo, seu contexto histórico. Em seguida aborda o histórico

da biblioteca escolar, marco teórico e legal. Na sequência, apresenta os

apontamentos sobre a biblioteca escolar, logo após os apontamentos sobre o

acervo da biblioteca pesquisada, as considerações finais e referências

bibliográficas.

1- A ESCOLA DO CAMPO: REVISÃO TEÓRICA

Segundo Molina e Sá (2012, p.324) “A concepção de escola do campo

nasce e se desenvolve no bojo do movimento da Educação do Campo, a partir

das experiências de formação humana desenvolvidas no contexto de luta dos

movimentos sociais camponeses por terra e educação.”

Pensando na Educação do Campo devemos considerar os sujeitos

concretos que se movimentam dentro de determinadas condições sociais de

existência, na perspectiva de uma educação das pessoas que trabalham no

campo, para que articulem se organizem e assumam a condição de sujeitos da

direção de seu destino.

A Educação do Campo, nos processos educativos escolares, busca cultivar um conjunto de princípios que devem orientar as práticas educativas que promovem – com a perspectiva de oportunizar a ligação da formação escolar à formação para uma postura na vida, na comunidade – o desenvolvimento do território rural, compreendido este como espaço de vida dos sujeitos camponeses. (MOLINA; SÁ, 2012, p.327)

A Educação do Campo deve proporcionar aos sujeitos do campo

oportunidades de atuarem em seu ambiente, bem como desenvolver seu

território. Para que isso aconteça faz se necessário que a educação seja pensada

e planejada a partir de princípios que cultivam a realidade dos camponeses.

Molina (2012, p.327) ressalta ainda:

A intencionalidade de um projeto de formação de sujeitos que percebam criticamente as escolhas e premissas socialmente aceitas, e que sejam capazes de formular alternativas de um projeto político, atribui a escola do campo uma importante contribuição no processo mais amplo de transformação social.

Uma das funções da educação é a transformação social, mas para que

essa seja efetiva é necessário formar cidadãos que pensem e ajam de forma

crítica, que tenham não apenas o desejo de mudança social, mas exerçam um

papel de agentes transformadores.

A Educação do Campo deve estar vinculada ao trabalho e à cultura do

campo, necessitando recuperar uma tradição pedagógica de valorização do

trabalho em diferentes dimensões. Neste contexto poderíamos dizer que surge

uma nova forma de ver a Educação do Campo, reconhecendo suas

peculiaridades, finalidades, bem como nos conteúdos, na metodologia e na

organização escolar, valorizando as especificidades do campo.

Para Gramsci (1991 apud MOLINA; SÁ, 2012, p.325):

A capacidade intelectual não é monopólio de alguns, mas pertence a toda a coletividade, tanto no sentido do acúmulo de conhecimento ao longo da história da humanidade quanto no sentido da elaboração de novos conhecimentos que permitam compreender e superar as contradições do momento presente.

A possibilidade do exercício deste papel fundamental da escola do campo,

contribuindo para a formação desse intelectual coletivo, dependerá da forma pela

qual esta escola estiver conectada ao mundo do trabalho e às organizações

políticas culturais dos trabalhadores do campo.

Pensar a Educação do Campo exige, também, pensar sobre a formação

integral do sujeito que vem se construindo no campo hoje. A escola precisa

cumprir a sua vocação universal de ajudar no processo de humanização das

pessoas, com tarefas específicas que pode assumir nesta perspectiva. Ao mesmo

tempo é chamada a estar atenta à particularidade dos processos sociais. Nesse

sentido, a escola será entendida como um ambiente privilegiado de interação no

qual os conhecimentos e experiências de cada pessoa serão contribuições para o

conhecimento de todos.

Passamos a refletir sobre o contexto escolar da escola do campo a partir

do momento em que verificamos como ela deve ser, como se encontra na

realidade, a partir da investigação, dos estudos realizados, das leituras feitas. A

partir disso procuramos também compreender como deve ser a biblioteca escolar

da escola do campo, o seu marco teórico e legal. É o que abordaremos na

sequência.

2- BIBLIOTECA ESCOLAR: MARCO TEÓRICO E LEGAL

Segundo Klebis (2011) para compreender a realidade da educação do

campo, faz-se necessário, o entendimento que desafios certamente surgirão,

porém, a prática do professor em freqüentar a biblioteca fará com que o aluno

olhe essa realidade com outros olhos, seu trabalho pode trazer a compreensão de

que a biblioteca é muito mais que o lugar onde os livros são guardados, mas um

espaço onde a criatividade do aluno está aberta a cada livro que abre, descobre,

cria e não se limita ao saber.

Na realidade da sala de aula, notamos que existe uma biblioteca, mas o

fato é que devemos perceber a que condições ela está, é usada como um local de

aprendizagem ou como castigo? Qual seria o conceito de biblioteca que estamos

adquirindo, e o de leitura, quais as dificuldades de infraestrutura e qual a relação

da mediação da ação cultural de ler. Se a biblioteca existe, ela está sendo usada,

porém de que forma, os alunos devem ver os livros como algo que possa ser

estudado compreendido e não apenas como uma obrigação deve-se por em

prática o gosto pela leitura e não apenas repassar algo que é imposto.

A questão da biblioteca pública escolar, em suas ações e desenvolvimento

está voltada a mediação, algo que crie o hábito, o gosto por querer ler, existem

diversos livros, muitas opções porquanto há uma lista muito ampla, o que ainda

necessita ser buscado com uma direção, um incentivo.

Conforme Klebis (2011) os índices de leitura estão baixos, os professores

lêem muito pouco, isso muitas vezes pode fazer com que a biblioteca torne-se

algo fraco e sem objetivos, mas o fato é que as ações educativas devem ser

realizadas e devem também garantir o acesso do aluno aos livros.

Existem muitas escolas que nem ao menos possuem uma biblioteca, e

algumas que possuem ainda compartilham seus livros com outros materiais o que

faz da biblioteca um depósito, e os alunos quase não a procuram. Foi o que

observamos na biblioteca escolar da escola do campo investigada, ela além de ter

o seu acervo bibliográfico, possui também outros materiais, sem contar que são

poucos os alunos que conseguem estudar nela, pois o seu espaço físico é

restrito.

O autor ressalta ainda que em 24 de maio de 2010, o governo brasileiro

editou a Lei Federal nº. 12.244 que dispõe:

Art. 1o As instituições de ensino públicas e privadas de todos os sistemas de ensino do País contarão com bibliotecas, nos termos desta Lei.Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se biblioteca escolar a coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa, estudo ou leitura.Parágrafo único. Será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um título para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino determinar a ampliação deste acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento das bibliotecas escolares. Art. 3o Os sistemas de ensino do País deverão desenvolver esforços progressivos para que a universalização das bibliotecas escolares, nos termos previstos nesta Lei, seja efetivada num prazo máximo de dez anos, respeitada a profissão de Bibliotecário, disciplinada pelas Leis nos 4.084, de 30 de junho de 1962, e 9.674, de 25 de junho de 1998.

Como descrito acima esta lei assegura a escola o direito a uma biblioteca

de qualidade, e o nosso desafio é verificar se isto está ocorrendo e de que forma,

já que muitas vezes a realidade está distante do contexto teórico, o fato é que

existem bibliotecas, porém os profissionais não possuem hábito de levar os

alunos até lá, trabalhar com o aluno na biblioteca, sem fazer com que ele fique

com medo de tirar os livros de seus lugares, ou então de estragar alguma coisa.

A idéia de ler e aprender parecem que foram construídas com um sistema

linguístico pelo qual o aluno dominaria o conteúdo, mas apenas como um

armazenado de palavras, a escola sempre recebeu críticas muito severas a

respeito do que deveria ensinar além de tudo isso, a leitura como uma prática

cultural, ou seja, aprender para entender o mundo do outro. Se os alunos sabem

ler, eles facilmente vão entender o que o mundo tem a dizer. Para que os alunos

façam viver os livros de suas bibliotecas, eles precisam ir para os caminhos mais

possíveis do saber, pois a leitura transforma a cada geração.

Segundo Klebis (2011) a visão de leitura quando entendida transforma, o

aluno aprende que não basta apenas fazer as perguntas, mas também procurar

as respostas, já que possui conhecimento e condições suficientes para realizar

isso.

O ato de ler requer incentivo e ensino, tanto na sala de aula quanto na

biblioteca, que deve ser efetuado pelo professor, os pequenos leitores dessa

forma aprendem a compreender o mundo do outro, desde cedo abre caminhos

para que sua imaginação e seu desenvolvimento passem a ter experiências,

pelas quais o aluno vai aprender a viver de forma mais significativa e produtiva.

Podemos perceber a importância da biblioteca escolar da escola do campo

e da sua utilização, pois se os alunos tiverem um maior acesso a ela, como por

exemplo, uma biblioteca em sua escola, o interesse em conhecê-la poderá

aumentar, com o incentivo a leitura que o professor oferece, a mesma passará a

ser um hábito em sua vida. A intenção é construir um mundo cidadão, crianças

que compreendam o valor da leitura, que busquem em sua prática estar

realizando-a, sendo incentivadas mesmo que na maioria das vezes com pouco

material, poucos profissionais, mas, com qualidade de acordo com o que pode

oferecer.

De acordo com Klebis (2011) todos os dias, a relação entre alunos e as

bibliotecas vem sendo construídas seja por meio das práticas de experiências, ou

pela ausência delas, os pais influenciam muito nessa relação, juntamente com o

professor, pois a prática de leitura também está relacionada ao nível de intimidade

que o aluno tem com a biblioteca, se ele a frequenta muito pouco, em outras

palavras irá também ler muito pouco, se ele tem a visão de biblioteca como local

de punição por suas falhas, como é que ele vai gostar de ler? Por esse motivo é

papel do professor, estar envolvendo o aluno na biblioteca, primeiramente

priorizando seu saber e depois estar realizando reformas e condições para que

esse seja um local de conhecimento, para que a cada livro aberto seja, como se o

mundo viesse à tona e que o leitor esteja capacitado para navegar nele.

Cabe aos profissionais oferecer condições de relação mínima de

envolvimento com os livros, de forma ideal para que isso não seja uma

obrigatoriedade. Mas para isso primeiro deve-se ter a noção de o que é biblioteca,

e da importância da sua utilização para a mediação do conhecimento. Existem

locais onde mal cabem os alunos, pois ela é vista como o “depósito” da escola, e

dessa forma fica a pergunta: como é que um aluno irá ter prazer em estar, em um

local como esse?

Mesmo com todas as suas contradições, distorções e disfunções, o encanto inexplicável que as bibliotecas exercem

sobre os seres humanos, nos perdura, não há quem, entrando em uma grande biblioteca pela primeira vez, não sinta nas entranhas a fascinante agonia que reside entre o desejo mágico e a impossibilidade concreta de ler universal. (KLEBIS, 2011, p.19)

Quando nos aproximamos da biblioteca, temos a impressão de algo bom,

atrativo, que queremos permanecer, pois encontramos um local muito agradável

para se estar, mesmo com tantas dificuldades encontradas por profissionais para

frequentar a biblioteca, existe algo que nos prende a ela, pois a mesma possui

uma grande riqueza, a do conhecimento.

Klebis (2011) diz ainda, que no século XVI, houve uma contra reforma, a

preocupação da igreja em relação ao controle dos livros, sob a recomendação do

santo ofício foi realizado uma lista de livros que seriam queimados, nesse período

muitas bibliotecas esforçaram-se para preservar seus livros, tentando dessa

forma achar um lugar onde os livros ficassem impunes desse mal, onde: O melhor

lugar para esconder um livro é a biblioteca.

Por esse motivo, existe um controle excessivo, uma herança cultural da

qual somos herdeiros, a visão do entendimento que a biblioteca é um espaço de

preservação de livros, e obras, o que, em certa medida impõe limites a disposição

entre os leitores, como se os livros tivessem que ser intocáveis tratados como se

fossem sagrados, e há também aqueles que não são cuidados, recortados,

riscados, sem sequer ter noção da importância de cada um deles.

Klebis (2011) ressalta ainda que a biblioteca deve existir, mas com

transformações, ser transformada em um local mais democrático onde os leitores

possam frequentar. “Nos cem anos entre 1800 e 1900 houve a Revolução

Industrial, um diferencial na ciência e na cultura, foi a partir daí que surgiu a

primeira grande biblioteca brasileira que começou a trazer o conceito de biblioteca

como ‘‘templo do saber”, porém, mesmo com tais transformações, podemos

perceber que:

“[...] A entrada na biblioteca é facultada ao público durante grande parte do

dia, entretanto aqui é tão pouco sentida a importância das ocupações literárias,

que as salas permanecem, por assim dizer, vazias.” (LAJOLO; ZILBERMAN,

p.177, apud KLEBIS, 2011, p.23)

O fato de a biblioteca apenas existir, não garante que o aluno está

aprendendo, ela precisa ser visitada e utilizada, não apenas entendida como um

lugar de castigo ou depósito, o autor nos relata que a biblioteca é aberta ao

público, todos têm o acesso a ela, está cheia de ótimos livros, porém o público

está tão acostumado a não ler, que ela passa por despercebida.

O que precisamos entender é que a biblioteca precisa atrair novos leitores

e abrir-se para buscar iniciantes, práticas de leitura as quais se identifiquem de

acordo com cada faixa etária. Pensar a biblioteca deve-se pensar nas práticas de

leitura, e as formas que cada profissional irá usar para fazer com que o leitor

tenha amor e hábito por ler.

Na sequência, verificaremos um pouco sobre a biblioteca da escola do

campo investigada. Como ela está sendo ocupada, quais são os leitores que a

utilizam, entre outros aspectos pertinentes a pesquisa de campo realizada.

3- APONTAMENTOS SOBRE A BIBLIOTECA ESCOLAR

3.1 Histórico da Escola Investigada

Durante a pesquisa de campo obtivemos os dados históricos da Escola

Municipal Raquel de Queiróz. Ao observarmos o Projeto Político Pedagógico da

escola verificamos o seguinte contexto histórico.

A Escola Rural Municipal Raquel de Queiroz iniciou seus trabalhos por

volta de 1946, na época do antigo Território Federal do Iguaçu, em imóvel

particular, com o nome de Escola Isolada Passo Liso, fundada pelo prefeito

Alcindo Natanael de Camargo.

Em 1962 instalou-se em imóvel construído com recursos da FUNDEPAR,

em terreno doado por um morador da comunidade.

Em julho de 1976 passou a funcionar como o nome de Ney Amintas de

Barros Braga, em homenagem ao governador daquela época, mais tarde através

da Resolução nº 3629/82 DOE de 03/02/1983, teve seu funcionamento autorizado

com o nome de Escola Rural Municipal Raquel de Queiroz.

Na época contava com aproximadamente trinta alunos, sendo esta uma

classe multisseriada. (PPP, 2012, p.5)

Em 1980 com a implantação da reforma de ensino, preconizada pela Lei nº

5692/71, tendo a Escola seu Plano de Implantação elaborado na qualidade de

Escola Rural, a mesma desempenhava sua proposta pedagógica de acordo com

o planejamento oferecido pala Secretaria Municipal de Educação a qual está

vinculada. (PPP, 2012, p.6)

3.2 Apontamentos sobre o espaço físico da Biblioteca Escolar

Ao chegarmos à escola investigada nos dirigimos até a biblioteca escolar.

Logo se percebeu que a mesma usa uma sala de aula da escola, ou seja, não

conta com espaço próprio, não possui nome, apenas utilizado como “cantinho da

leitura”.

O ambiente utilizado para a biblioteca é pequeno sendo este dividido em

dois espaços, um para escola municipal, outro para a estadual, já que o mesmo é

utilizado por alunos tanto da rede municipal quanto da estadual. Quanto ao

espaço físico, percebemos que o mesmo é apertado não possuindo capacidade

para adequar um turma de alunos para realizar a leitura, tem carteiras dividindo

no meio, onde de um lado ficam os materiais destinados para o estado e o outro

para o município. Do lado direito que pertence ao estado existem duas prateleiras

e uma carteira contendo livros, e a sala está dividida com uma mesa e quatro

carteiras, em cima da mesa, tem uma TV pen drive.

O espaço da biblioteca, por ser pequeno, não exige muita luminosidade,

porém a lâmpada que a sala possui é fluorescente, e bem clara, pelo fato de ter

uma janela a qual a cortina deixa claro o ambiente na sala, fazendo com que os

alunos possam ficar mais a vontade quando vem a utilizar o ambiente.

Nesse espaço é utilizado somente como biblioteca, o laboratório de

informática funciona ao lado separadamente. Porém muitas vezes o laboratório é

utilizado para atividades de leitura, devido seu espaço físico ser maior.

O lado que pertence ao município observou que existe uma caixa com

algumas almofadas, na qual foi desenvolvido com os professores no projeto

(PNAIC) Programa de alfabetização na idade certa sendo que as mesmas são

utilizadas para os alunos deitarem nelas enquanto lêem e também tem um tapete

para que possam sentar durante a leitura, possui também uma caixa contendo

caixas de leite vazias que geralmente são utilizadas em aulas de arte para fazer

brinquedos, como carrinhos que podem ser utilizados na sala de aula.

Em conversa com os professores dos anos iniciais relatam que não estão

utilizando a biblioteca para leitura, por esta não apresentar espaço fisco, o

cantinho da leitura esta acontecendo em sala de aula e que esta trazendo

resultado.

3.3 Apontamentos sobre o acervo

A pesquisa de campo realizada possibilitou-nos o acesso a biblioteca e o

acervo da mesma. Nele observamos dentre vários aspectos que existem

documentos como: livros didáticos, literatura infanto juvenil, gibis, enciclopédias,

jornais, revistas, livros do professor, dentre outros. Todo este acervo, não tão

numeroso está disponível tanto aos professores, quanto aos alunos, para

subsidiar o trabalho pedagógico bem como enriquecer a prática dos professores,

e aprimorar o conhecimento dos alunos.

Segundo Freire (1996, p.47) “Ensinar não é apenas transferir

conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua

construção.”

O conhecimento é construído, e os livros são a base para que este seja

concretizado, com isso o professor tem a possibilidade de ensinar por meio de

muita leitura, e é por causa disso que o papel da biblioteca é de suma

importância, pois por meio dela podemos ampliar nossos conceitos sobre diversos

assuntos.

Quanto à organização, da biblioteca escolar, quem trabalha na parte da

manhã, é um agente educacional, e no período da tarde quem cuida é uma

professora do município. O horário de funcionamento da biblioteca escolar é das

07h30min as 17h00min, não fechando para o almoço, permitindo assim que os

alunos possam utilizá-la durante o período em que ficam na escola, já que alguns

permanecem nesse ambiente o dia todo. Os dicentes escolhem o livro desejado,

e quando querem levar para casa tem um prazo de dez dias para devolver, sendo

que registram na ata, seus dados necessários.

Porém depois de um ano voltamos na escola e não encontramos ninguém

na biblioteca onde se encontra com a porta encostada.

A biblioteca tem um regulamento, porém o mesmo não está escrito, cuja

orientação, segue a não permanecia do aluno na biblioteca sem a presença do

professor, ou que ele tenha autorizado, para evitar que os alunos “matem aula”.

Logo na entrada da biblioteca escolar, a organização dos livros está

distribuída da seguinte maneira: na primeira prateleira, de cima para baixo, são

livros do 2º ano (ciências, história, geografia, matemática, alfabetização e

letramento), segunda prateleira: 2º e 3º ano (história, geografia e alfabetização) ,

alguns livros do primeiro ano. Na quarta prateleira, livros do 5º ano e 2º ano.

Quinta prateleira livros do 3º, 4º e 5º ano, PCN’s, Paulo Freire, Florestan

Fernandes, Vigotsky, destinados aos professores. Na próxima prateleira livros de

contos, literatura infantil, livros de Currículo e avaliação misturados. Na sexta

prateleira enciclopédia modular, enciclopédia do estudante e Rui Barbosa.

Nas prateleiras pertencentes ao estado, existem três enciclopédias

diferenciadas, dicionário, revistas, jornais. No chão existem caixas do 7º ao 9º

ano, onde estão armazenados os livros para serem levados na sala de aula, tem

dvdoteca. A biblioteca possui também alguns dicionários na prateleira dos fundos,

livros de matemática, 4º ano, em uma caixa alguns livros de inglês, de

matemática, alguns livros ficam no chão.

Em um segundo momento, devido à necessidade de coletar mais dados

para nossa pesquisa, visitou-se a escola investigada novamente. Fomos bem

recebidos, e pedimos para a diretora da escola Municipal o Projeto Político

Pedagógico, e nele encontramos alguns projetos de leitura, como descreveremos

a seguir.

Verificamos no Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal Raquel de

Queiroz, que existem alguns projetos de leitura realizados no ano de 2012. Um

deles é o “Projeto Leitura em Movimento”, que enfoca o ato de ler como ponto de

partida para a construção do pensamento lógico, com isso viabiliza a

argumentação, e a capacidade do educando de construir suas relações diante do

mundo que o cerca. Os objetivos desse projeto visam proporcionar aos

educadores, refletir sobre as práticas de leitura em sala de aula, proporcionando

ao educando aulas mais prazerosas, resgatar o espaço da literatura infantil na

escola, etc.

No ano de 2013 iniciou-se na escola do campo um projeto, também

ressaltando a importância da leitura, conhecido como “Maleta da leitura”. Nesse

projeto, realizado por alguns professores da escola, os alunos levam para casa a

“maleta da leitura”, contendo livros de diversos gêneros textuais como, por

exemplo: revistas, receitas, gibis, livro de oração, literatura infantil, etc. Eles lêem

e relatam no “caderno volante”, que está dentro da maleta, o que mais gostaram

do livro. Um fato muito interessante desse projeto é que os alunos fazem as

leituras junto com seus familiares, incentivando-os a lerem. Os professores

responsáveis pelo projeto nos contaram que os alunos gostam muito da “maleta

da leitura”, ficam ansiosos para levarem ela pra casa. São os professores que

colocam os livros na maleta, escolhem assim diversos gêneros textuais, então o

aluno escolhe o que deseja ler.

Durante a investigação percebemos que os alunos utilizaram bastante a

biblioteca, seja para emprestar livros, como para devolvê-los, alguns entregavam

um livro e já pegava outro. Realmente nesta escola há um grande incentivo para a

leitura. Embora, muitas vezes os alunos não conseguirem permanecer na

biblioteca, pelo espaço físico ser restrito, isso não impede que eles procurem a

biblioteca, e os professores também, encontram outros meios dos estudantes

realizarem a atividade de ler e produzir o seu conhecimento, pois existem projetos

de leitura, como já foi mencionado anteriormente. Pois de que serve uma

biblioteca linda, maravilhosa, porém sem leitores.

Durante a pesquisa de campo, observamos que existem caixas divididas

por série, estas são levadas para a sala de aula contendo livros diversos como

está descrito abaixo:

Nas caixas do 6º ano: (gibis, literatura, contos, poesia), 7º ano (religiosos,

gibis, contos, poesias), 8º ano (Romance José Lins do Rego, Maria Clara

Machado, Histórias, poética, analogias) e 9º ano (Shakespeare, fábulas, menino

de engenho, etc.). O Ensino médio utiliza a biblioteca uma vez na semana para

atividade de pesquisa, o professor que mais utiliza é o de português.

As quatro imagens a seguir mostram o espaço ocupado pela biblioteca

escolar. Detalharemos a descrição e a análise na sequência.

Figura 1 - Carteiras dividem o espaço entre Estado e Município.Fonte - As autoras (2013).

Figura 2 - Caixas separadas por série. (1º ao 9º ano Fundamental e 1º ao 3º ano do Médio).Fonte - As autoras (2013).

Figura 3 - Lado pertencente ao Estado.Fonte - As autoras (2013).

Figura 4 - Lado pertencente ao Município.Fonte - As autoras (2013).

Nota-se como a biblioteca vem sendo ocupada, dividida e organizada

dentro dessa sala. Como o acervo bibliográfico está organizado e que o espaço

destinado para a leitura é pequeno, se houver um número grande de estudantes

frequentando este local ao mesmo tempo, fica difícil a mobilidade dos mesmos, já

que a biblioteca possui uma divisão entre Estado e Município.

O fato de a biblioteca escolar estar dividida, os professores levarem os

livros para a sala de aula, faz com que os alunos percam a liberdade de escolha

do livro o qual realmente queiram ler, ficam limitados a um espaço e certamente

com uma visão de que são inferiores levando em conta o fato, que se um deles

quiser ler um livro do outro lado do acervo alguém o iria impedir, ele não poderia

fazer isso, é interessante destacar a questão da organização da biblioteca, mas

isso não por causa da sua idade, ou porque o livro está no outro lado do acervo,

essas questões são de importante valor, pois a biblioteca é um local de

aprendizagem, de conhecimento e os alunos precisam sentir-se bem lá dentro,

sentir liberdade de ler o livro que escolher e refletir sobre ele.

É certo que cada aluno faz a relação de livros que mais se identifica ou

necessita no momento, porém leva-se em conta não os livros a serem lidos, mas

a visão que o alunos tem da biblioteca, eles não podem entende-la como algo

limitado pois é lendo que conhecem, e isso é essencial eles precisam entender

que para o conhecimento não tem limites, mas para isso é de fundamental

importância que cada um cumpra seu papel lá dentro, respeitando o espaço, mas

não impondo limites, tirando o direito do aluno em escolher aquilo que lhe é

devido.

4- A Relação do Aluno com a Biblioteca Escolar

O conhecimento se dá de varias maneiras, uma delas é através da leitura.

Sendo esta fundamental para o nosso desenvolvimento intelectual, moral e

pessoal. Se conhecermos e nos apropriamos deste conhecimento, podemos

ampliar nossa idéia sobre a sociedade, sobre o mundo e também amadurecer

como sujeitos.

Uma das questões tratadas nesta pesquisa é a utilização da biblioteca

escolar do campo, se ela tem sido relevante na formação de novos leitores.

Porém o que percebemos durante a pesquisa é que a interação dos alunos com a

biblioteca se dá muito mais no âmbito da escolha dos livros do que no local para a

leitura, mesmo muitos leitores não permanecendo neste local, isso não interfere

na relação com a leitura, ou seja, embora o ambiente físico não seja tão favorável,

o interesse pelo conhecimento prevalece.

Os dados apresentados demonstram que os alunos da escola investigada

gostam de ler e praticam isso, mesmo com a realidade adversa que o contempla.

Em continuidade com a nossa pesquisa sobre a biblioteca escolar do

campo, após alguns meses retornamos a escola investigada. Elaboramos um

questionário sobre a importância da biblioteca e distribuímos aos alunos do 3º, 4º

e 5º ano. Neste questionário abordamos perguntas envolvendo a leitura.

Durante a aplicação do questionário os alunos puderam responder em sala,

no horário da aula. Todos os alunos foram participativos, respondendo todas as

perguntas, sendo estas objetivas, não houve questionamentos. Obtivemos o

presente resultado com a colaboração de 35 alunos no total.

Dentre as perguntas realizadas descrevem os gráficos abaixo:

Gráfico1:

Fonte: Pesquisa de Campo (2014).

Com base nos resultados do questionário, é notório o interesse dos alunos

com relação à leitura. A grande maioria gosta de ler. Isso é muito bom, pois

mostra que esta escola se difere de muitas, onde, apesar do incentivo ou não, o

habito da leitura existe.

Gráfico 2:

Fonte: Pesquisa de Campo (2014).

Quando questionamos em quanto tempo eles lêem um livro grande parte

respondeu que o faz em uma semana e diariamente, demonstrando assim a

presença constante dos livros em seu cotidiano, bem como seu compromisso e

desejo do conhecimento.

Gráfico3:

Fonte: Pesquisa de Campo (2014).

Com relação ao tipo de leitura que preferem os dados mostram que a maior

parte dos alunos opta por livros de aventura, o segundo mais procurado é o Gibi e

por fim outros livros como: histórias antigas, contos infantis, romances etc.

Gráfico 4:

Fonte: Pesquisa de Campo (2014).

Ao questionarmos sobre as atividades realizadas na biblioteca, em sua

maioria responderam que utilizam a mesma para exercitar a leitura, e também

usam para fazer trabalhos dentre outros.

Gráfico 5:

Fonte: Pesquisa de Campo (2014).

Quando perguntamos sobre a motivação que os leva à biblioteca, grande

parte nos respondeu que por gostar de ler, a segunda resposta foi para retirar

livros para ler em casa, e dentre os outros, alguns vão para passar o tempo, pra

fazer trabalhos, e a minoria disse que dificilmente vai à biblioteca.

Podemos perceber nestes alunos que o seu interesse pela leitura, provém

de vários fatores, mas o fundamental é que a escola está incluída nestes, devido

a projetos, e o grande incentivo por parte de professores, coordenadores, pais e

colaboradores, Sendo assim podemos esperar que estes leitores tendem a

alcançar grande êxito em suas vidas, pois a maneira como buscam o

conhecimento pode causar uma grande transformação na sociedade como um

todo.

CONSIDERAÇÕES

A pesquisa realizada, busca demonstrar o funcionamento da biblioteca, o

seu acervo bibliográfico, seu espaço físico, os leitores e principalmente como ela

está sendo utilizada, em que condições ela se encontra.

Durante a pesquisa de campo percebemos, que apesar do restrito espaço

físico, em que a biblioteca da escola Joany Guilherme De Lima Ensino

Fundamental e Médio e Escola Municipal Raquel de Queiróz está inserida, o seu

acervo bibliográfico é bem diversificado, pois abrangem desde Literatura, sonetos,

livros clássicos, poesias dentre 10 outros. Também é notória a procura dos

leitores, muitos utilizam a biblioteca enquanto aguardam outras atividades,

principalmente por permanecerem na escola em dois turnos, manhã e tarde.

Um fato bastante interessante que também percebemos durante nossa

investigação, foi à maneira como os professores incentivam os alunos a lerem, e

a superarem a falta de infra-estrutura do espaço físico da biblioteca escolar do

campo. Eles utilizam caixas separadas por turmas e deslocam essas caixas,

contendo os livros, para a sala de aula, por que o espaço físico da biblioteca é

muito pequeno, remetendo-nos a idéia de que nem sempre os alunos podem

permanecer na biblioteca, muitos escolhem o livro que desejam e utilizam a sala

de aula para ler ou então levam para casa.

A escola investigada foi construída há pouco tempo, desta maneira seu

acervo bibliográfico ainda recebe arrecadações de diversos locais, quanto ao

registro dos livros que são emprestados é feito através de Ata, devido ao fato de

ainda não possuir um sistema informatizado para esta finalidade.

Assim, como a escola está em construção, os seus leitores estão em

processo de adaptação e desenvolvimento na apropriação do conhecimento e os

docentes atrelados ao ambiente escolar têm um papel muito importante neste

contexto, pois eles são mediadores do conhecimento visando à formação integral

do aluno, sendo uma das suas funções o incentivo a pesquisa, considerando

também que a interação entre alunos e professores é um processo de construção

mútua de conhecimento.

Ao analisar a relação dos alunos com a leitura o que demonstrou na

pesquisa, foi que apesar da escola não ocupar a biblioteca para leitura os alunos

apresentam grande interesse pela leitura, na qual já é um habito na vida deles,

mostra também que para se conseguir bom leitores os professores foram de

fundamental importância, não deixando ser afetado pela falta de espaço, mas

procurando meios para que o aluno desenvolva o gosto pela leitura.

REFERÊNCIAS

ARROYO, M.G. et al. Por uma Educação do Campo. Petrópolis: Vozes, 2005.FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessário à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

KLEBIS, Carlos Eduardo de Oliveira. Envolver para desenvolver: por uma política de dinamização da leitura a partir das bibliotecas escolares. 2011. Disponível em: <http://ltp.emnuvens.com.br/ltp/article/download/38/34>. Acesso em: 22 jun. 2013.

MOLINA, M. C; SÁ, L. M. Escola do Campo. Dicionário da Educação do Campo: Rio de Janeiro, São Paulo: Editora Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012. In: CALDART. R. S. (Org.). da Educação do Campo: Rio de Janeiro, São Paulo: Editora Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão popular, 2012.

PPP- Projeto Político Pedagógico da Escola Rural Municipal Raquel de Queiroz Ensino Fundamental, 2012. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12244.htm>. Acesso em: 20 jun. 2013.