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Frantz Fanon (20/07/1925 – 06/12/1961) Nascido na Martinica Serviu o exército francês na 2ª Guerra Mundial e depois foi estudar medicina em Lyon, especializando-se em Psquiatria Casou-se em 1953 com uma francesa branca, Josie Fanon, que se suicidou em 1989 Em 1954, se engajou na luta pela independência da Argélia, participando da Frente de Libertação Nacional Editou a revista Moudjahid, na Tunísia

Frantz Fanon

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Apresentação sobre Frantz Fanon

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Page 1: Frantz Fanon

Frantz Fanon(20/07/1925 – 06/12/1961)

• Nascido na Martinica • Serviu o exército francês na 2ª

Guerra Mundial e depois foi estudar medicina em Lyon, especializando-se em Psquiatria

• Casou-se em 1953 com uma francesa branca, Josie Fanon, que se suicidou em 1989

• Em 1954, se engajou na luta pela independência da Argélia, participando da Frente de Libertação Nacional

• Editou a revista Moudjahid, na Tunísia

• Morreu de leucemia em 1961

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Martinica(colônia francesa desde 1865)

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Frantz Fanon(20/07/1925 – 06/12/1961)

Principais obras:

Pele negra, máscaras brancas (1952) Os condenados da terra (1961)

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Obras coetâneas

Discurso sobre o colonialismo (Discourse on colonialism), de Aimé Cesaire (1955)

Descreve o impacto brutal do capitalismo e do colonialismo no colonizador e no colonizado, expondo as contradições das noções ocidentais de "progresso" e "civilização".

O retrato do colonizado precedido do retrato do colonizador (Portrait du colonisé, précédé de portrait du colonisateur), de Albert Memmi (1957)Traça um perfil de colonizador e colonizado.

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Pele negra, máscaras brancas (1952)

- Uma perspectiva humanista;- Falar: existir para o outro;- Mayotte Capécia;- Neurose do abandono;- Auto-análise;- Complexo de dependência?- O processo de castração.

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Argélia

Colônia francesa de 1830 até 05 de julho de 1962, quando se tornou independente após a guerra que durou oito anos (1854-1962)

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ArgéliaChegada dos franceses à Argélia: em junho de 1830, a partir da expedição de

Carlos X

Colonização francesa na Argélia: baseada na expropriação de terras dos nativos, regulamentada pela Lei Warnier de 1873

Insurreições argelinas contra o domínio francês:

- Zaâtcha (1844),

- Ouled Sidi Cheik (1864),

- Mokrani, Boumezreg e Cheik El Haddad (1871),

- Bouamama (1881),

- Boumaza, de Boubaghla, de Tama N’Soumer, d’El Brakna, de Nasser Benchohra, de Bouchoucha, de Cheik Amoud au Hoggar (1920)

1865: A Argélia foi anexada oficialmente à França. Quem renegasse o estatuto civil muçulmano seria naturalizado francês

1880: criado o Código dos Indígenas, que punia duramente a quem transgredisse as leis coloniais

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Argélia

Colonização francesa na Argélia:

Organizações nacionalistas ou proto-nacionalistas argelinas:

- Estrela Norte Africana, que arregimentou os trabalhadores do Maghreb, em 1926

- Partido do Povo Argelino (PPA), em 1937

- União Democrática do Manifesto Argelino, 1943

- Amigos do Manifesto e da Liberdade (AML), 1944

- Movimento para o Triunfo das Liberdades Democráticas (MTLD), em 1946.

1945: conflitos em Sétif e em Ghelma, por causa da promessa quebrada por De Gaulle de libertar a Argélia após a Guerra

Eleições de 1948: franceses prenderam os candidatos pró-independência

1 de novembro de 1945: início da luta armada na Argélia, sob o comando da Frente de Libertação Nacional

1956: fundação da União Geral dos Trabalhadores Argelinos, em 24 de fevereiro

1957: Início da batalha de Argel

Governo Provisório da República Argelina (GPRA), formado em 1958 em Tunis

5 de Julho de 1962 : declarada a Independência da Argélia

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Os condenados da terra (1961)COLONIZADO Privado de sua humanidade e despojado de

tudo, deseja o que o colono possui: sua comida, sua cama, sua mulher Restituição de sua humanidade = eliminação do colonizador

Violência como a única forma de conseguir a libertação do jugo do colonizador.Consciência = possui uma dimensão corporal devido à tensão permanente em que se encontra

Formas que o colonizado adota como reação ao colonialismo:- Lutas tribais (conduta suicida)- Religião (ignora o colono e adota uma postura fatalista: “Deus quis”)

Colonizador (afirmação)

RELAÇÃO DIALÉTICA

Colonizado (negação)

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Os condenados da terra (1961)O colonialismo é a violência em estado de natureza. Para debela-lo, só uma violência maiorA luta armada mobiliza o povo para a construção da nação, introduz em cada consciência a noção de causa comum, de destino nacional, de história coletivaSó o campesinato é revolucionário, pois não dialoga com o colono, que tomar o seu lugarAs massas campesinas devem ser formadas politicamente para não sucumbirem ao colonizador => são as menos conscientes, menos organizadas e mais anarquistas A pressão econômica exercida sobre os países recém independentes faz com que o significado da independência seja distorcido e a dependência econômica seja estimulada como única alternativaOs países recém independentes que se negam a negociar com os países ricos sofrem bloqueio econômicoA consciência nacional não se fortalece nos países subdesenvolvidos porque a burguesia reproduz o modelo da burguesia colonial => busca o lucro individual

Forças inibidoras da violência do colonizado:- A dança e o transe religioso são “descargas emocionais” => válvulas de escape do

colonizado diante da realidade violenta na qual está inserido

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Os condenados da terra (1961)COLONIZADOR - Individualista, egoísta, arrogante - Reduz o colonizado a animal- Só se detém no processo de crítica ao colonizado quando este

reconhece a supremacia dos valores brancos - Promove a divisão entre os colonizados ou estimula rivalidades

existentes

Aliados dos colonizadores:- Professores (países capitalistas)- Burguesia (países colonizados)- Polícia e exército- Intelectual colonizado (quer ser assimilado, investe na promoção da

paz entre colono e colonizado apelando para o universal abstrato) - Dirigentes políticos- Chefes tradicionais

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Os condenados da terra (1961)Justificativas para o colonialismo:- Associação dos colonizados ao mal- Cristianização => forma de livrar o colonizado de sua depravação moral e

falta de valores- Missão civilizatória

Forças que impedem a canalização da violência do colonizado para a luta pela descolonização:

- Partidos políticos => não buscam a transformação radical do sistema, eles querem o poder.

- Elites intelectuais ou comerciais => hesitam diante do uso da violência e põem os interesses individuais acima dos interesses coletivos.

- Burguesia nacional => se alia à burguesia colonialista no discurso da não-violência como forma de dizer que têm os mesmos interesses dos colonizados e que o diálogo em prol de uma salvação comum é possível.

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Apresentado por Zelinda Barros:

FANON, Frantz. Los condenados de la tierra. Rosário, AR: Kolectivo Editorial Lo Ultimo Recurso, 2007. 262 p.

Apresentado por Iris Verena:

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008. 194 p.

Referência bibliográfica adicional:LIPOLD, Walter Gunther Rodrigues. “O pensamento anticolonial de Frantz Fanon e a guerra

de independência da Argélia”. Monographia, Porto Alegre, n. 1, 2005. Disponível em: <http://www4.fapa.com.br/monographia/artigos/1edicao/artigo5.pdf>