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Por que as Epidemias são tão imprevisíveis? Ecologia de Populações Prof. Dr. Harold Gordon Fowler [email protected]

Incerteza das Epidemias

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Incerteza das Epidemias

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Page 1: Incerteza das Epidemias

Por que as Epidemias são tão imprevisíveis?

Ecologia de Populações Prof. Dr. Harold Gordon Fowler

[email protected]

Page 2: Incerteza das Epidemias

Uma Pergunta Obvia Quando um surto de uma doença infecciosa é

constatado (SARS, Influenza Aviaria, Influenza Suína, Ebola, e outras.), uma das perguntas mais importantes é: “Qual tamanho alcançará”?

Podemos também fazer uma uma pergunta

análoga para as epidemias existentes (HIV, TB, Malaria)

Porém, a epidemiologia matemática ainda não

tem meios de responder essas perguntas

Page 3: Incerteza das Epidemias

A Epidemiologia Matemática Começou com a análise da epidemia de varíola

de 1760 de Daniel Bernoulli Se desenvolveu extensivamente desde 1920

(Kermack e McKendrick) Atualmente centenas de modelos lidam com

variações de doenças humanas, animais e vegetais

Diversidade inacreditável dos modelos, que

podem ser muito complexos, mas a maioria são variantes do original

Page 4: Incerteza das Epidemias

O Modelo Padrão (SIR) (1) Os indivíduos passam entre três estados: Susceptíveis, Infectados, e Recuperados

(2) Mistura e uniformemente aleatória

Perda de

imunidade

Recuperação

(ou morte)

Infecção

Page 5: Incerteza das Epidemias

Número Reprodutivo Básico R0

A premissa de mistura uniforme implica que as epidemias dependem somente do número total de infecciosos (I) e susceptíveis (S)

Condição para uma epidemia é simples: R0 >1 R0 e o “Número Reprodutivo Básico”

– Número médio de indivíduos infecciosas gerados por um único indivíduo infectado numa população susceptível

R0 depende de – Grau de infecção da doença – Período de latência da infecção – Densidade de indivíduos susceptíveis próximo ao surto

Prevenção de uma epidemia implica manter R0<1

Page 6: Incerteza das Epidemias

Número Reprodutivo Básico

R0=lp

l= freqüência de contatos por dia (“lambda”)

p= probabilidade de transmitindo uma infecção após contato

Page 7: Incerteza das Epidemias

Os modelos padrão implicam que os surtos são bi-modais

Quando R0 < 1 as epidemias nunca acontecem Quando R0 > 1, somente existem dois resultados possíveis: – O surto não chega a ser

uma “epidemia” (pico a esquerdo)

– O surto vira uma epidemia, infectando uma fração significante da população intera (pico a direto)

Page 8: Incerteza das Epidemias

O tamanho da epidemia deve ser previsível

Juntos, R0 e N (tamanho populacional) determinam completamente o número esperado de casos F

raçã

o da p

opulaçã

o infe

ctada

no

est

ágio

fina

l

Taxa reprodutiva

Page 9: Incerteza das Epidemias

Também, as epidemias devem ter somente um “pico”

Uma vez que decola uma epidemia, segue a “curva logística” clássica (novos casos por dia)

Núm

ero

de c

aso

s no

vos

Page 10: Incerteza das Epidemias

Diferem dramaticamente em tamanho

– 1918-19 “Gripe Espanhola” – 1957-58 “Gripe Asiática” – 1968-69 “Gripe de Hong Kong” – 2003 SARS Epidemia

Todas essas doenças tem valores quase iguais de R0!

Quanto diferencia em tamanhos as epidemias de tamanho parecido têm?

Desafortunadamente, os dados históricos sobre epidemias grandes são difíceis coletar.. Por isso, as distribuições verdadeiras do tamanho são desconhecidas

As epidemias reais, porém…

Page 11: Incerteza das Epidemias

As Epidemias Aparentem Ser “multi-modais”

Distribuição de tamanhos das epidemias de (A) sarampo e (B) pertusa na Islândia, 1888-1990

Page 12: Incerteza das Epidemias

As Epidemias Reais também são “Resurgentes”

Casos Diários Globais para a Epidemia de SARS em 2003: a epidemia tinha vários picos, separados por incidências baixas

Data do começo

Núm

ero

de c

aso

s no

vos

Page 13: Incerteza das Epidemias

Resultado é imprevisível

As distribuições multi-modais de tamanho implicam qualquer surto da mesma doença pode ter restados dramaticamente distintos

O reaparecimento implica que ainda para epidemias que aparente estão se apagando podem se regenerar ao invadir populações novas

Page 14: Incerteza das Epidemias

O que torna imprevisível as epidemias?

Insight chave da literatura sobre redes sociais: populações exibem estrutura

Que tipo de estrutura? – A distribuição não homogênea da população – Redes de transporte e infra-estrutura – Redes sociais, organizacionais, e sexuais

Resultado é

– A mistura uniforme ocorre somente em contextos pequenos e relativamente confinados (onde o modelo padrão se aplica)

– As epidemias grandes não são eventos únicos: são resultados de várias epidemias pequenas

Page 15: Incerteza das Epidemias

Pandemia de Influenza de 1957

Page 16: Incerteza das Epidemias

O entendimento das epidemias grandes requer a modelagem da estrutura populacional global

Presume que o modelo padrão se aplica aos “contextos locais” (escolas, hospitais, prédios de apartamentos, povoados, ...)

Porém, esses contextos locais são embutidos numa serie de contextos sucessivamente maiores (vizinhanças, cidades, regiões, estados, países, continentes…)

As populações globais são “aninhadas” Os indivíduos podem “escapar” o contexto local atual

e se mudar a outro A facilidade de mudar dos contextos “distantes”

versus “próximos” depende da tecnologia

Page 17: Incerteza das Epidemias

Um modelo aninhado simples de população

Page 18: Incerteza das Epidemias

As populações aninhadas geram distribuições “chatas”de tamanhos

de epidemias Resultados muito diferentes possíveis para o mesmo valor de R0 Distribuições similares para valores diferentes de R0

Page 19: Incerteza das Epidemias

A mesma doença pode ter trajetórias diferentes Resurgência pode ser causada por “eventos raros”

Núm

ero

de c

aso

s no

vos

Page 20: Incerteza das Epidemias

O tamanho da epidemia depende da freqüência e amplitude de

viagens

O tamanho médio da epidemia versus P0 (o número esperado de infecciosos “escapando” o contexto local)

O tamanho médio da epidemia versus x (“distancia típica viajada)

Page 21: Incerteza das Epidemias

Importância de Redes

As populações grandes exibem estruturas de redes – Social, sexual, infra-estrutura, transporte

As epidemias grandes precisam ser compreendidas como várias epidemias pequenas ligadas por redes

Incorporando uma estrutura “multi-escala” do mundo em modelos de epidemias pode explicar a multi-modalidade e a resurgencia das epidemias

Conhecimento de uma doença (R0) não ajuda prever o tamanho ou duração de uma epidemia

Razão é que os “eventos raros” (como uma pessoa num avião) podem ter conseqüências imensas

A estrutura populacional pode ser usada como medida de controle (como fechamento de escolas)

Page 22: Incerteza das Epidemias

A Equação Demográfica

Page 23: Incerteza das Epidemias

Exemplos da Demografia em Ambientes Constantes

Page 24: Incerteza das Epidemias

Crescimento limitado assintomaticamente

A equação demográfica (1) com taxa constante Λ com a condição inicial de N(0) leva a solução seguinte

N(t+1)= N(t)+Λ, N(0)=N0 Porque N(1)= N0 +Λ, N(2)=2 N0 +(+1) Λ, N(3)=3 N0 +(2 ++1) Λ, ..., N(t)=t N0 +(t-1+t-2+...++1) Λ

Page 25: Incerteza das Epidemias

Crescimento Limitado num Ambiente Constante

N(t)

1,0 Porque

.1 se

11

1, se

)(

. t como 1

0

0

Nt

tN

tN

Page 26: Incerteza das Epidemias

Crescimento Geométrico (ambiente constante)

Se recrutas novas chegam a uma taxa per capita positiva por geração, ou seja ,se f(N(t))=N(t) então

N(t+1)=( + )N(t). Ou seja, N(t)= ( +)t N(0). O número reprodutivo básico demográfico é

Rd=/(1-)

Mas R estima o número médio de descendentes produzidos por uma população colonizador pequena (N(0)) durante sua vida.

Rd>1 implica que a população invada a uma taxa geométrica. Rd<1 leva a extinção.

Page 27: Incerteza das Epidemias

Taxa de Crescimento Dependente da Densidade

Se f(N(t))=N(t)g(N(t)), então

Ou seja, N(t+1)=N(t)(g(N(t))+).

O número reprodutivo básico demográfico é

Ro=g(0)/(1-)

Page 28: Incerteza das Epidemias

O Modelo de Beverton-Holt: Dinâmica Compensatória

Page 29: Incerteza das Epidemias

O Modelo de Beverton e Holt: Dinâmica Compensatória

estável

estável

Equilíbrio estável

Page 30: Incerteza das Epidemias

Modelo de Beverton e Holt com o Efeito de Allee

O efeito de Allee, um fenômeno biológico nomeado em homenagem a W. C. Allee, descreve uma relação positiva entre a densidade populacional e a taxa per capita de crescimento.

Page 31: Incerteza das Epidemias

Efeito de Allee sobre estoques explorados

Page 32: Incerteza das Epidemias

O Modelo de Ricker: Dinâmica de Sobre-compensação g(N)=exp(p-N)

Page 33: Incerteza das Epidemias

O Modelo de Ricker: Dinâmica de Sobre-compensação

Page 34: Incerteza das Epidemias

Os ciclos populacionais são estáveis globalmente?

Em ambientes constantes, os ciclos populacionais não são estáveis globalmente (Elaydi-Yakubu, 2002).

Page 35: Incerteza das Epidemias

Constant Recruitment In

Periodic Environments

Page 36: Incerteza das Epidemias

Constant Recruitment In

Periodic Environment

Page 37: Incerteza das Epidemias

Periodic Beverton-Holt

Recruitment Function

Page 38: Incerteza das Epidemias

Geometric Growth In

Periodic Environment

Page 39: Incerteza das Epidemias
Page 40: Incerteza das Epidemias

SIS Epidemic Model

Page 41: Incerteza das Epidemias

Disease Persistence Versus

Extinction

Page 42: Incerteza das Epidemias

Asymptotically Cyclic

Epidemics

Page 43: Incerteza das Epidemias

Exemplo Premissa de processo Poisson para modelar infecções.

E

Deixe

Com

Page 44: Incerteza das Epidemias

Example

Page 45: Incerteza das Epidemias

Epidemias e Demografia Geométrica

Page 46: Incerteza das Epidemias

Persistence and Geometric

Demographics

Page 47: Incerteza das Epidemias

Cyclic Attractors and

Geometric Demographics

Page 48: Incerteza das Epidemias

Multiple Attractors

Page 49: Incerteza das Epidemias

Question

Are disease dynamics driven

by demographic dynamics?

Page 50: Incerteza das Epidemias

S-Dynamics Versus I-Dynamics

(Constant Environment)

Page 51: Incerteza das Epidemias

SIS Models

In

Constant Environments

In constant environments, the

demographic dynamics drive both the

susceptible and infective dynamics

whenever the disease is not fatal.

Page 52: Incerteza das Epidemias

Periodic Constant

Demographics Generate

Chaotic Disease Dynamics

Page 53: Incerteza das Epidemias

Periodic Beverton-Holt

Demographics Generate

Chaotic Disease Dynamics

Page 54: Incerteza das Epidemias

Periodic Geometric

Demographics Generate

Chaotic Disease Dynamics

Page 55: Incerteza das Epidemias

Conclusion

• We analyzed a periodically forced discrete-time SIS model via

the epidemic threshold parameter R0

• We also investigated the relationship between pre-disease invasion

population dynamics and disease dynamics

• Presence of the Allee effect in total population implies its presence

in the infective population.

• With or without the infection of newborns, in constant environments

the demographic dynamics drive the disease dynamics

•Periodically forced SIS models support multiple attractors

• Disease dynamics can be chaotic where demographic dynamics are

non-chaotic

Page 56: Incerteza das Epidemias

S-E-I-S MODEL

Page 57: Incerteza das Epidemias

Doenças de Animais

Doenças em populações de peixes, camarões e outros

Malaria em mosquitos

Doenças em vacas, ovelhas, frangos, camelos, antas e outros.