Occupy Wall Street &

#VemPraRua

ADRIANA DE OLIVEIRA SANTOS ADRIANO ALVES SARGES DE OLIVEIRA

ALDO DA COSTA MONTEIRO NETO ALÔMA DOURADO MENDES AMANDA DA SILVA LOPES

ANNDRESSA MANSUR MENDES DE LIMA BÁRBARA COSTA MEIRELES

BRUNA LEITE BRITO CAMILA BANDEIRA NUNES

CAMILA CRISTINA DA SILVA MEIRELLES CAMILA FRANCISCA DE PAULO

CARLOS HENRIQUE WANZELLER SOARES LIMA CHRISTIAN FERREIRA MORIYAMA

Questões: 01) Quais eram as características sociopolíticas do país onde eclodiu o movimento à época do início das manifestações? Occupy Wall Street: Teve inicio dia 17 de setembro de 2011 no Zuccotti, no distrito financeiro de Manhattan, na cidade de NY. Com a influência de movimentos árabes pela democracia e igualdade social, no Cairo. O objetivo principal considerado é o movimento social por justiça econômica, contra a cobiça empresarial, a corrupção do sistema politico e a desigualdade. Usando a estratégia de manter a ocupação no Wall Street na qual se organizam em assembléias gerais, nas quais todos podem participar e falar das decisões coletivas para alcançarem seu objetivo.

#VemPraRua: Teve ínicio em junho de 2013 na cidade de São Paulo, com o objetivo de manifestar o preço da passagem de ônibus (manifestação dos 20 centavos). Assim começou a se proliferar em outras cidades (Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, entre outras) do país, manifestações com grande variedade em seus temas, como por exemplo os altos gastos públicos em grandes eventos esportivo (Copa Do Mundo 2014), a má qualidade nos serviços públicos e a indignação da sociedade com a corrupção politica em geral. 02) Descreva como começou o movimento. Occupy Wall Street: Inspirado pelos acontecimentos da Primavera Árabe, Lasn e sua equipe criaram uma peça publicitária em que uma bailarina pairava sobre o touro símbolo de Wall Street. O texto fazia apenas uma pergunta: “Qual a sua exigência?”, divulgava a hashtag #occupywallstreet no twitter e pedia para as pessoas levarem uma barraca para o centro financeiro de Nova York no dia 17 de setembro de 2011. O chamado catalizou a insatisfação, em especial dos jovens, com a crise econômica internacional, com a concentração de riquezas e com a influência cada vez maior das corporações sobre governos em todo o mundo. Milhares de pessoas atenderam ao pedido e ocuparam praças e outros espaços públicos nas principais capitais dos Estados Unidos e em mais de 1.500 cidades em 83 países. #Vemprarua: O movimento que começou em São Paulo para protestar contra o aumento no valor da passagem do transporte urbano,ganhou forças e se espalhou por várias cidades do Brasil. Depois passou a abranger uma grande variedade de temas, como a má qualidade dos serviços públicos,péssima administração do dinheiro público e a corrupção.

03) Houve uma “centelha”, uma ação simbólica, que iniciou os movimentos sociais estudados? Occupy Wall Street: Não houve uma “centelha” específica que motivou o movimento, porém depois do episódio que os policiais bateram em diversos manifestantes, o evento chamou mais atenção e ganhou mais força. #VemPraRua: O aumento das passagens de ônibus foi o que motivou a reação. 04) Em, aproximadamente, quantas cidades ocorreram os movimentos? Occupy Wall Street: De acordo com o mapa abaixo, o movimento se espalhou para 39 estados dos Estados Unidos. A manifestação iniciou­se na cidade de Nova York, e foi seguida de diversas ocupações espontâneas por todo o país, como; Chicago, Boston, Washington, São Francisco , Oakland, Los Angeles, Atlanta, Seatle e até em frente à Casa Branca, assim como inúmeros bairros e pequenas cidades por todo o país. O mapa revela a rápida difusão do movimento, iniciadas em outubro de 2011, após a centelha inicial, na cidade de Nova York.

#VemPraRua: Todos os 27 estados brasileiros, e suas respectivas capitais, tiveram algum tipo de manifestação. Além de várias cidades em ao menos 18 países diferentes também apoiaram a causa.

05) Em que data as manifestações tiveram início e qual o tempo de duração? Occupy Wall Street: Teve início dia 17 de setembro de 2011 no Zuccotti Park, no distrito financeiro de Manhattan, na cidade de NY. O movimento ainda continua, mas em escala menor se compararmos os milhares (5 a 10 mil pessoas) que ocuparam o parque no dia 01 de outubro de 2011. Já a “ocupação” durou algo em torno de um mês. #VemPraRua: Teve início em junho de 2013 na cidade de São Paulo e durou em média um mês. 06) Quais os fatores que tornaram possível o sucesso das revoltas populares? Occupy Wall Street: A internet foi sem dúvidas a facilitadora e possibilitadora do movimento. Ele nasceu de forma discreta, quando alguns manifestantes começaram a acampar em protestos contra Wall Street em Manhattan. Porém, em pouco tempo, as manifestações tomaram grandes proporções, centenas de milhares de pessoas protestavam não apenas nos Estados Unidos. E foi a partir da internet que ele cresceu dessa forma.

#VemPraRua: A internet ajudou a fortalecer e unir pessoas em prol de um objetivo ­ o de melhorar o Brasil. O que aconteceu foi uma mobilização digital, onde as pessoas viam seus amigos aderindo ao movimento e acabavam se sensibilizando e aderindo também ­ apesar de algumas pessoas terem ido para tirar fotos e exibir seus cartazes no Instagram ­, isso acabou refletindo no aumento da população nas ruas .Essa foi a questão mais importante para o movimento ter se fortificado, a internet e, em especial, as redes sociais transmitem a informação verdadeira e não manipulada. Usadas tanto para combinar o local e o horário de manifestações quanto como fonte de notícias, as redes sociais têm ocupado um local importante nos protestos recentes que têm acontecido pelo Brasil.

07) Faça uma reflexão do por que os movimentos ignoraram os partidos políticos e organização formal.

Seria um tanto quanto controverso o Occupy Wall Street se aliar a algum partido político, pois eles eram contra – entre outras coisas – a desigualdade social e a influência do dinheiro em campanhas políticas. Então caso tivessem alguma frente política, perderiam o foco do que brigavam e a força de tal movimento. Podemos seguir por esse mesmo caminho para falarmos do #VemPraRua, pois era um movimento contra o governo brasileiro, então não fazia sentido se aliar a partido político algum. Quanto à falta de organização formal, talvez tenha sido a escolha certa. Há uma grande chance de caso estes movimentos fossem mais organizados, talvez não causassem tanto “barulho”. Porque o caos e a bagunça chamam mais atenção do que a tranquilidade. 08) O que pediam os manifestantes? Occupy Wall Street: O movimento tem sido criticado por não emitir uma lista de exigências clara. Porem é fácil ver o que o movimento exije: um mundo que funciona para os 99% da população americana. Os cartazes escritos à mão mostram uma gama maior de preocupações entre elas: débito excessivo estudantil; bancos que tiveram ajuda do contribuinte, em seguida, recusou­se a ajudar os proprietários permanecer em suas casas; cortes no financiamento do governo para os serviços essenciais, a falta de postos de trabalho entre outros.

#VemPraRua: No inicio os manifestantes estavam lutando contra os aumentos da passagem no transporte publico, porem outras reivindicações foram sendo anexadas ao movimento. Entre elas “Não à PEC 37”, investigação dos reais gastos das obras para a Copa, saúde e educação padrão FIFA. Enfim um Brasil sem corrupção.

09) Se você pudesse extrair uma frase que simbolizasse os movimentos estudados, qual seria? (uma para cada movimento)

Occupy Wall Street: "We are the 99%." (Nós somos os 99%) #VemPraRua: "Não é só pelos 20 centavos.”

10) Qual o principal espaço público tomado pelos manifestantes (considerar sempre o maior grupo manifestante)? Occupy Wall Street: O movimento teve como o principal espaço público ocupado a Wall Street, o setor financeiro da cidade de Nova Iorque. #VemPraRua: O movimento teve como característica a ocupação de diversos espaços públicos ao decorrer do movimento, porém houve aqueles que sobressaíram os outros como as ocupações efetuadas no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Em Brasília, ativistas ocuparam a Esplanada dos Ministérios e centenas deles subiram na rampa e no teto do Congresso Nacional. No Rio de Janeiro mais de 100 mil pessoas ocuparam importantes vias da capital fluminense, como a avenida Rio Branco .Em São Paulo, manifestantes se concentraram no Largo da Batata, ocuparam a Marginal Pinheiros, a ponte Octavio Frias de Oliveira e as avenidas Paulista, Faria Lima e Luís Carlos Berrini, e foram para o Palácio dos Bandeirantes, onde algumas pessoas tentaram invadir o edifício. 11) Os grupos manifestantes foram, de alguma forma, reprimidos por grupos antidistúrbios ou artilharia? Como isso ocorreu? Occupy Wall Street: O movimento foi reprimido nos primeiros dois meses pela polícia desalojando os manifestantes que estavam acampados próximos aos grandes centros financeiros das cidades. Em algumas vezes de maneira extremamente violenta, como ocorreu no Parque Zucotti, na ilha de Manhattan, onde a polícia quebrou os celulares e as câmeras de quem filmava a expulsão dos manifestantes do local, destruía o acampamento onde estavam alojados, e ainda prendia àqueles que resistiam a deixar o parque. Em Boston, cerca de 100 manifestantes foram presos por se recusar a desocupar um espaço público no centro da cidade. A polícia norte­americana tem tentado dispersar os manifestantes e intimida­los a não participarem mais do protestos e acampamentos, bloqueando ruas e parques onde os manifestantes se concentravam. #VemPraRua: Sem controle de um grande número de manifestantes e depois da entrada dos ativistas no Congresso Nacional, forças policias de diversas cidades brasileiras, em especial das grandes capitais, passaram a utilizar sprays de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo, tiros de balas de borracha (e algumas vezes armas de fogo) e força física para tentar controlar a força do grupo. Alguns casos de morte foram relatados, como a do cinegrafista atingido por um rojão no Rio de Janeiro. Depois da chegada dos chamados Black Blocks, que escondiam seus rostos e utilizavam rojões e "coqueteis molotov" para

guerrear com a polícia, muitos manifestantes foram detidos, chegando a serem presos, por seus atos de vandalismo e omissão de identidade. 12) Quais as principais demandas dos manifestantes? Os manifestantes de Wall Street, são contra o resgate das instituições financeiras, contra o roubo, contra as regulações feitas sob medida para grupos financeiros e o uso de informações privilegiadas. Há fortes divergências de opinião entre eles, porém, a única coisa que todos têm em comum é que "Eles são os 99%", e não vão mais tolerar a ganância e a corrupção do 1%. No movimento #VemPraRua, a inicial demanda era diminuir o valor das passagens de ônibus, porém, se fortaleceu e permaneceu devido à insatisfação da população com o governo vigente e suas práticas de corrupção e péssima gestão de políticas públicas. 13) Quais as principais motivações de medo que os manifestantes poderiam ter sentido? Occupy Wall Street: Alguns manifestantes tinham medo de intervenções violentas da polícia e, até mesmo, de perder seus empregos. Os participantes escondiam suas reais identidades por medo de retaliações. Entrevistados durante todo o processo de manifestação escondiam seus sobrenomes para que a participação não acarretasse problemas a eles. A polícia chegou a repreender os participantes, com destruição de acampamentos, gerando revolta e medo.

#VemPraRua: A entrada dos chamados "black blocks" nas manifestações acabaram transformando todo o ambiente familiar e pacífico dos primeiros atos. Além de enfrentar policiais e forças públicas, os vândalos afastaram manifestantes e famílias que inicialmente foram às ruas, sem medo. A polícia começou a agir com agressividade de uma maneira geral, utilizar sprays de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. Quando os atos passaram a ficar mais violentos, o movimento foi perdendo força. Muito embora a polícia tenha sido aparentemente treinada para não utilizar de nenhum destes artifícios para dispersar os manifestantes, continuaram a fazê­lo, ferindo e levando civis à morte, o que fez com que o grande público se afastasse cada vez mais dos atos.

14) Leia a transcrição abaixo e diga se há correlação com o público de manifestantes dos movimentos estudados.

"Na visão da maioria dos observadores, os que deram início ao movimento e os que desempenharam o papel mais ativo no protesto foram principalmente jovens desempregados com instrução superior. Com efeito, enquanto a taxa de desemprego na Tunísia era de 13,1%, ela chegava a 21,1% entre os jovens com diploma universitário. Essa mistura de educação com falta de oportunidades foi um terreno fértil para a revolta na Tunísia."

Sim, é possível notar semelhança entre os manifestantes de Occupy Wall Street e do #VemPraRua. Em ambos os movimentos, o público em sua maioria era de jovens estudantes de classe média, ou seja, capacitados para o mercado de trabalho, mas com escassas oportunidades. Porém, no OWS, a parcela de pessoas de meia idade e idosos foi maior, demonstrando que lá eles tem uma maior participação política.

15) Houve transformações políticas tangíveis a partir dos movimentos sociais? Occupy Wall Street: Uma vez que o movimento teve início sem lideranças definidas e prosseguiu assim por todo o tempo de ocorrência, não houve partido político de apoio nem nenhum tipo de sindicância formada. Assim, não vieram resultados no âmbito financeiro, nem mudanças drásticas na política. No entanto, segundo Manuel Castells, algumas campanhas ocorreram para correção de injustiças, como o reestabelecimento de hipotecas canceladas, no caso de famílias despejadas. O movimento contra o setor bancário também obteve sucesso. Muitas contas foram canceladas em um mesmo dia, o que obrigou o banco a reduzir taxas de cartão de crédito. O raciocínio do povo norte­americano foi modificado após o movimento, segundo pesquisas. Foi percebido que a maior "rivalidade" social indicada pelos norte­americanos é, agora, a diferença pobre­rico, passando pelas diferenças raciais, etárias e de nacionalidade. Os discursos dos parlamentares também foram modificados. O foco está na diminuição da diferença entre classes sociais. Os chamados 99% parecem ser "representados" por políticos norte­americano em seus discursos, ainda que isso soe como ironia aos

participantes do movimento. Segundo Castells, "o simples fato de aceitarem a dicotomia tem consequências profundas em termos da confiança na imparcialidade do sistema". #VemPraRua: Algumas providências foram tomadas de forma mais imediata quando as manifestações começaram a ocorrer. No Rio de Janeiro, São Paulo e mais 15 cidades brasileiras, o aumento do valor das tarifas de ônibus foram cancelados. Em São Paulo, o investimento para o transporte público pareceu caminhar. Foi autorizada a faixa especial na Marginal Pinheiros e o BNDES liberou mais de 2 bilhões para obras do metrô. No Senado, o projeto que torna a corrupção um crime hediondo foi aprovado e a PEC 37, que restringia poderes do Ministério Público, foi negada. Estes eram dois dos principais pedidos feitos nas manifestações. Uma verba de mais de 40 milhões para investimento na Copa do Mundo foi bloqueada pela Câmara, a mesma que aprovou destinação de 75% dos royalties e 50% do Fundo Social para a educação no país. A presidente Dilma Rousseff também deu declarações de que apoia uma reforma política no Brasil. 16) (Questão exclusivamente sobre o movimento #VemPraRua) Faça uma livre reflexão acerca do movimento social #VemPraRua e sua possível continuidade no período da Copa do Mundo. Um movimento em rede tem seus prós e contras. Benefícios como uma ampla participação do povo e ter diversas lideranças surgindo, com participantes ativos, são alguns exemplos. Não ter uma liderança centralizada, o que pode acarretar em um esquecimento em alguns momentos é um fator que deve ser cuidado. O movimento #VemPraRua, depois de seu "boom" em junho de 2013, teve algumas retomadas do processo, a exemplo do dia 7 de setembro. Houve uma reorganização do movimento para que todos voltassem às ruas no dia da independência do Brasil. Com a vinda da Copa das Confederações, por razões da ocorrência da Copa do Mundo 2014, manifestantes acharam oportuno aproveitar o evento internacional e deixar o país ainda mais em evidência, gerar pauta, fazer notícia. Ainda há muito por vir com a chegada da Copa do Mundo, mas participantes já começam a falar sobre reorganizações para gerar este tipo exposição novamente. Um calendário de manifestações em 2014 já está sendo definido por sindicatos, entidades estudantis e lideranças de movimentos menores, de forma conjunta. O governo iniciou, no começo de abril, uma rodada de debates com representantes da sociedade a fim de esclarecer a população sobre as iniciativas e ações desenvolvidas para a Copa do Mundo. Os debates serão realizados em todas as cidades­sede da Copa e terão à frente, por parte do governo, o ministro Gilberto Carvalho.

Ainda devemos aguardar o andamento de toda esta conversa, mas isso tudo faz com que acreditemos que as manifestações serão retomadas na época da Copa do Mundo.