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PLANETA FAVELA: O CLIMATÉRIO URBANO Mike Davis ROGER ANDERSON DA SILVA

Planeta Favela - Climatério Urbano

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PLANETA FAVELA: O CLIMATÉRIO URBANOMike Davis

ROGER ANDERSON DA SILVA

“Vivemos na era da cidade. A cidade é tudo para nós – Ela nos consome e

por essa razão a glorif icamos.”

Onookome Okome

Trecho citado por Davis (2006)

Prioriza a distribuição do Homem sobre o espaço • Enfatiza Fluxos populacionais campo – cidade e suas contradições quando o

mesmo insere-se, ou não, no urbano A população mundial em processo metamórfico: da predominância rural

para a urbana Países subdesenvolvidos como palco principal Mega – cidades Corredores, redes e hierarquia África enquanto espaço de exclusão social A cidade migra e não mais o Homem O capital se reproduz se levar em conta os mais abastados A contradição entre PIB e população Um novo sentido de atração para a cidade As favelas.• A partir destes o autor desenvolve um cenário ambicioso que

prima em quantificar e qualificar as moradias futuras, ou melhor, a distribuição do homem sobre o espaço.

No séc. XXI a população será predominantemente Urbana

Os fluxos, em escala planetária, advém das mais diversas regiões, na direção Campo – Cidade.

Esses novos contingentes, ao chegar no meio urbano nem sempre encontram locais adequadas de moradias.

FLUXOS POPULACIONAIS CAMPO – CIDADE E SUAS CONTRADIÇÕES QUANDO O MESMO INSERE-SE, OU NÃO, NO URBANO

“O campo no mundo todo, chegou a sua população máxima e começará a encolher a partir de 2020...

Em conseqüência, as cidades serão responsáveis por quase todo o crescimento populacional do mundo, cujo pico, de cerca de 10 bilhões de habitantes, espera-se para 2050.” (DAVIS, 2006, p. 14).

A POPULAÇÃO MUNDIAL EM PROCESSO METAMÓRFICO: DA PREDOMINÂNCIA RURAL PARA A URBANA

O boom populacional terá gênese nos países periféricos

Grandes taxas de crescimento vegetativo Daca (Bangladesh) e Lagos (Nigéria)

aumentaram aproximadamente quarenta vezes nos últimos cinquenta anos.

China que apresentou, nos anos 80, população urbana superior a da Europa do séc. XIX

PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS COMO PALCO PRINCIPAL

São as principais estrelas a urbanização Sustentabilidade bioecológica

MEGA – CIDADES

Região Metropolitana ampliada Rio – São Paulo

Cidade do México enquanto megalópole com cerca de 50 milhões de pessoas

A conurbação da África ocidental: 60 milhões de habitantes próximos ao Golfo da Guiné, em uma faixa de 600 quilômetros

China Oriental, onde é formado um corredor com cerca de 300 milhões de pessoas

CORREDORES, REDES e HIERARQUIA

CORREDORES, REDES e HIERARQUIA

A África mostra-se como um grande espaço em expansão, todavia configura-se desde já como a região de maior pobreza da face da Terra.

ÁFRICA ENQUANTO ESPAÇO DE EXCLUSÃO SOCIAL

Na China, a dicotomia que existia entre campo – cidade toma novas configurações, substituindo o campo por cidades de pequeno porte.

O choque entre o campo e o urbano, acaba por gerar uma paisagem hermafrodita, um campo parcialmente urbanizado,

“Na verdade, em muitos casos a população rural não precisa mais migrar para a cidade, a cidade migra até eles”

Desakotas (aldeias-cidades)

A CIDADE MIGRA E NÃO MAIS O HOMEM

O capital se reproduz se levar em conta os mais abastados

O crescimento populacio- nal nos centros urbanos não significou o aumen- to, seja do PIB, quanto sua apropriação pelos residentes

A CONTRADIÇÃO ENTRE PIB E POPULAÇÃO

POPULAÇÃO (2000)

PIB

1 Tóquio Tóquio 1

2 Cidade do México Nova York 3

3 Nova York Los Angeles 7

4 Seul Osaka 8

5 São Paulo Paris 25

6 Mumbai Londres 19

7 Délhi Chicago 26

8 Los Angeles São Francisco 35

9 Osaka Dusseldorf 46

10 Jacarta Boston 48

Retração da economia: 1970 – 1990 Capacidade de gerar empregos diminui Os fluxos Campo – Cidade não param Possível explicação

Não está na capacidade de atração das cidades, mas na capacidade do campo de gerar êxodo da mão-de-obra rural excedente para as favelas urbanas.

A população em geral é impulsionada pela reprodução da pobreza, não pela oferta de empregos

UM NOVO SENTIDO DE ATRAÇÃO PARA A CIDADE

As massas que chegam, ano após anos, nas cidades enfraquecidas, junto ao Estado reduzido, tornaram imprescindível a prol iferação de favelas.

Cidade do México: estima-se que até 60% do crescimento se dá em áreas inapropriadas

São Paulo: 1,2% (1973) - 20% (1993) moradores favelados.

Pequin: 200 mil novos moradores desse tipo de residência por ano

As favelas indianas crescem 250% mais rápido que a população em geral

A África, tem seu crescimento voltado quase que exclusivamente em favelas, 85%.

AS FAVELAS

O acúmulo de capital em poder de poucas pessoas, gera a desigualdade econômica e social

A contradição de poucos terem muito, agrava as condições de vida em geral

O Estado fraco, propiciou o aumento do exôdo rural

As cidades não atraem os fluxos, é o campo que não oferece condições necessárias a vida

As forças globais pressionam as pessoas para fora do campo, incentivando um desenvolvimento rápido da urbanização, sendo inevitável a produção em massa das favelas

CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Se a tendência continuar sem se abater... só teremos favelas sem cidades (Grifo meu)... Assim, as cidades do futuro, em vez de feitas de vidro e aço, como fora previsto por gerações anteriores de urbanistas, serão construídas em grande parte de tijolo aparente, palha, plástico reciclado, blocos de cimento e restos de madeira. “ (DAVIS, 2006. p. 28-29).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

DAVIS, Mike. O climatério urbano. In. Planeta favela. São Paulo: Ed. Boitempo, 2006. p. 13 – 29.

SINGER, Paul. À guisa de introdução: urbanização e classes sociais. Economia polít ica da urbanização. São Paulo: Brasilience, 1983, p. 11 – 28.

______ Índice de desenvolvimento humano. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_pa%C3%ADses_por_%C3%8Dndice_de_Desenvolvimento_Humano>. Acesso em: 05/10/2010.

IBGE. Mapa polít ico. Disponivel em <http://www.ibge.gov.br /mapas_ibge/pol.php>. Acesso em: 04/10/2010

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS