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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS A compartimentação da paisagem costeira Paraibana: Apontando áreas de riscos a desastres ambientais Autor: Francicléa Avelino Ribeiro João Pessoa 2012.1

A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

A compartimentação da paisagem costeira Paraibana:

Apontando áreas de riscos a desastres ambientais

Autor: Francicléa Avelino Ribeiro

João Pessoa

2012.1

Page 2: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

Francicléa Avelino Ribeiro

A compartimentação da paisagem costeira Paraibana:

Apontando áreas de riscos a desastres ambientais

João Pessoa

2012.1

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RIBEIRO, Francicléa Avelino.

A compartimentação da paisagem costeira: Apontando áreas de

riscos a desastres Ambientais

RIBEIRO, Francicléa Avelino. João Pessoa: UFPB, 2012.

92 p.

Monografia (Graduação em Geografia) Centro de Ciências

Exatas e da Natureza – Universidade Federal da Paraíba.

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Francicléa Avelino Ribeiro

A compartimentação da paisagem costeira Paraibana:

Apontando áreas de riscos a desastres ambientais

Monografia apresentada à Coordenação do

Curso de Geografia da Universidade

Federal da Paraíba, para obtenção do grau

de bacharel no curso de Geografia.

Orientador: Geógrafo Ms. Conrad Rodrigues Rosa

Co-orientador: Dr. José Paulo Marsola

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA

DGEOC

Francicléa Avelino Ribeiro

A compartimentação da paisagem costeira Paraibana:

Apontando áreas de riscos a desastres ambientais

Aprovada em: 06 / 11 / 2012

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A compartimentação da paisagem costeira Paraibana:

Apontando áreas de riscos a desastres ambientais

BANCA EXAMINADORA

______________________________________

Geógrafo Ms. Conrad Rodrigues Rosa

Orientador

________________________________________

Prof. Dr.Sergio Fernandes Alonso

Examinador

________________________________________

Prof. Dr. José Paulo Marsola

Examinador

João Pessoa

2012

Page 7: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

Agradecimentos

A meus pais: Maria da Conceição Avelino e Francisco R. Ribeiro Fernandes, por

acreditar e me guiarem por um caminho certo. Mãe, pelo cuidado e atenção desde a minha

primeira escrita até minha formação superior, Pai, pela sua força e garra e investimentos na

minha educação. Além de serem grandes exemplos de força e coragem.

A família ROSA pelo apoio e incentivo, mas em especial ao Geógrafo Conrad Rodrigues

Rosa pelo incentivo do inicio ao fim desse trabalho, pelas horas de enorme paciência em que se

dedicou a discutir conceitos e as etapas do trabalho, além dos seus ensinamentos nas atividades

técnicas e de Campo ao qual levarei pra sempre em minha carreira profissional.

A minha amiga Geógrafa Cleytiane Santos, pessoa com quem aprendi muito nessa minha

caminhada e por ser uma das pessoas mais fortes que já conheci, pelos momentos de

descontração e risadas, conselhos, além da sua dedicação em me ajudar nas atividades de campo

onde não importava se o tempo estava ensolarado ou chuvoso lá estávamos prontas para fazer as

coletas de dados dos perfis praiais a você Cleyt meu muito obrigado!

A equipe LABEMA onde pude compartilhar e aprender sobre a arte geográfica além do

apoio e pela ajuda em algumas atividades de campo e em laboratório, a vocês Geógrafa.

Cristiane Mello Neves, Geógrafa. Fransuelda Vieira de Farias, Bel em Geografia. Ivonaldo

Lacerda, e o futuro Geógrafo Paulo Rafael Vasconcelos meus sinceros agradecimentos.

O mais especial dos agradecimentos preferi deixar por ultimo, por não ter palavras para

expressar no inicio desta lauda o quanto sou grata a este homem, em memória ao Geógrafo

Mestre Paulo Roberto de Oliveira Rosa, ao qual infelizmente não se encontra mais entre nós, a

ele não devo apenas meus agradecimentos, mas um inicio de carreira acadêmica e profissional ao

qual tenho enorme orgulho de ter feito parte de sua equipe no LABEMA, onde nos ensinou a

importância do trabalho coletivo e colaborativo, a paixão que tinha a profissão e em especial a

Geografia que cativava a muitos pelo seu grande conhecimento e dedicação. Agradeço seu

investimento e dedicação para inicio e conclusão deste trabalho, pela sua orientação, conselhos

de vida, e por ter confiado e acreditado não só em mim, mas em todos que fizemos parte da

família LABEMA, onde nós não o considerávamos apenas como nosso professor, mas um

segundo pai.

Page 8: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

Dedicatória

Dedico este trabalho a meus pais: Francisco e Conceição, e in memória ao mestre Paulo

Rosa estes que sempre acreditaram e me incentivaram. Os primeiros que me ensinaram

a seguir o caminho correto, o segundo por ensinar que na vida não existem coisas

difíceis quando se tem força de vontade para seguir em frente.

Page 9: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

"Grandes realizações são possíveis quando se

dá importância aos pequenos começos”.

Lao Tse

Page 10: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

SUMÁRIO

Introdução 16

Primeira parte 19

1.0 – referencial teórico-conceitual 20

2.0 – métodos e técnicas 28

Segunda parte 33

Resultados e discussão

3.0- Localização e caracterização da área em estudo 34

3.1-Parâmetros climáticos e Parâmetros oceanográficos 34

3.1.1 - Ação eólica 35

3.1.2- Ondas e correntes litorâneas 39

3.1.3- As marés 39

3.2. Os pontos extremos do Litoral Paraibano 46

3.3. Planaltos e planícies na Zona costeira paraibana 49

3.3.1- As costas planálticas com declividades acentuadas 51

3.3.2 - As costas com planície no litoral paraibano 55

4.0 - Áreas de riscos a desastres ambientais: as planícies costeiras e flúvio

marinhas 58

4.1- mangues 70

4.2- Região estuarina-lagunar 72

4.3-. Rias

75

4.4- recifes 76

4.5- praias 79

4.5.1- Aspecto morfodinâmico – Perfis praiais 81

Considerações finais 89

Referencias Bibliográficas 91

Page 11: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

LISTA DE FIGURAS Figura 01 = representação das marés de acordo com as fazes da lua 21

Figura 02- Recifes na costa paraibana 23

Figura 03- Perfil Transversal do sistema praial 24

Figura 04 – limite entre a praia e a área urbanizada no Cabo Branco 24

Figura 05- limiar do estuário do Rio Jaguaribe 25

Figura 06 – transferidor utilizado 28

Figura 07- imagem do Google earth representando o limite territorial do estado

paraibano 29

Figura 08 - parte da carta topográfica digitalizada, Referente a João pessoa. E=

1:100.000 30

Figura 09- medindo a distancia entre os pontos 31

Figura.10- Apontamentos da coleta de dados 31

Figura 11- Mira topográfica 32

Figura 12-Leitura com nível topográfico 32

Figura. 13- Escala dos ventos Beaufort 35

Figura.14- Direção dos ventos 36

Figura. 15. Distancia entre os portos para demonstrar as diferenças entre maré 40

Figura.16: Mapa apresentando as isóbaras na América do Sul 43

Figura 17-indícios de uma maré 2.4 na praia do Cabo Branco 44

Figura 18 praça de iemanjá data:19/02/2011 maré 2.7 44

Figura 19– Litoral Norte Paraibano 46

Figura 20- Lagoa do saco litoral norte paraibano 47

Figura. 21 –No Litoral Sul –Além dos municípios de Cabedelo, João Pessoa e Conde

ficam demonstrados os Municípios de: Pitimbú, Distrito de Acaú e estuário

do rio Goiano como linha fronteiriça com o Estado de Pernambuco

48

Figura 22 - atividade marinha na praia do município de Pitimbu Litoral Sul 49

Fig 23- representação do planalto e planície 50

Figura. 24 – Divisão do Litoral paraibano em Norte e Sul 51

Figura 25- Falésia do Cabo Branco 51

Figura. 26 - Direção do vento na região sul 52

Figura 27 Desabamento de uma parte do topo da falésia 52

Fig 28- Erosão regressiva na falésia do Cabo Branco 53

Figura 29-erosão negativa, solapamento de base na falésia do Cabo Branco 53

Figura 30 delimitação das falésias inativas no litoral sul 54

Figura 31-. Praia abrigada. Local: Praia do Cabo Branco 55

Figura. 32 enseada praia de Manaíra 55

Figura 33- Restinga de Cabedelo 56

Figura 34- praia do Bessa contenção do impacto das ondas com rochas calcarias 56

Figura 35 Cúspide mais conhecido como ponta de Lucena 57

Figura 36- cordões litorâneos no município de Lucena 58

Figura 37-: Distribuição dos desastres naturais por tipo de fenômeno no Brasil (1948 -

2006) 59

Figura 38- Atuação da maré metereologica e astronômica Praça de iemanjá, Praia do

Cabo Branco-JP 60

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Figura 39 Av. Cabo Branco sendo inundada 60

Figura 40 pontos que ocorrem inundações devido a marés altas e ressacas 61

Figura 41 - Praia do poço em 12/08/2010 as 05h36min 61

Figura 42 - Praia do poço em 12/08/2010 as 05h55min 62

Figura 43- Praia do Seixas 62

Figura 44. Praia do Seixas ano 2010 63

Figura 45 Praia do Seixas ano 2011 63

Figura 46- Croqui da erosão negativa na praia do Seixas 64

Figura 47 - Medindo em campo a erosão negativa no Seixas 64

Figura 48- Área erosionada na praia do Seixas (croqui) 65

Figura 49: coqueiro 66

Figura 50- Planície Fluvio-marinha município de Lucena 67

Figura 51- Planícies fluvio marinha Litoral Norte 68

Figura 52- - Planície Fluvio-marinha litoral sul 68

Figura 53- Distancia das Ilhas Canárias até o Litoral Paraibano 69

Figura 54- Aterro no mangue no município de Lucena, para expansão imobiliária. 70

Figura 55- Mangue aterrado e com lixo 71

Figura 56- Erosão eólica no atual estuário do rio Jaguaribe 73

Figura 57 atual estuário do rio Jaguaribe-Bessa 74

Figura 58 atual estuário do rio Jaguaribe fechado pela ação eólica 74

Figura 59- Curso do Rio Jaguaribe 74

Figura 60- Laguna Jacarapé 75

Figuras 61- foz do rio Paraíba no Município de Cabedelo 76

Figuras 62-. Foz do rio Goiana limite entre os estados da Paraíba e Pernambuco 76

Figura 63 recifes de arenito Local: Praia do Cabo Branco JP 77

Figura 64- Picãozinho 78

Figura 65 - Fragmentos de recifes no litoral Praia do cabo branco 78

Figura 66- Praia da Penha PB 79

Figura 67- Berma Praia do Cabo Branco 80

Figura 68 - compartimentação morfológica praial em Cabo Branco 81

Figura 69- local: Leitura praial no Busto de Tamandaré 82

Figura 70-. Localização dos perfis 83

Figura 71: Praia do Seixas 84

Figura 72. Perfil praial 4 84

Figura 73 - Praia do Seixas, local onde foi efetuado o perfil. 85

Figura 74 perfil hotel Green 85

Figura 75- perfil Praial 3, 86

Figura 76. Perfil 2 próximo ao hotel íbis praia do Cabo Branco 86

Figura 77- Perfil praial 2 87

Figura. 78- Local do perfil 1 Busto de Tamandaré 87

Figura 79 - Perfil praial 1 87

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01- Direção eólica no equinócio de outono 37

Page 13: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

Gráfico 02- Direção eólica no Solstício de inverno 37

Gráfico 03- Direção eólica no equinócio de Primavera 38

Gráfico 04- Direção eólica no Solstício de verão (Final do ano de 2011 inicio do

ano de 2012)

38

Grafico 05- gráfico representando a diferença da amplitude de maré em

diferentes períodos nos portos de Cabedelo as 18h:23min, Natal as 19h:13min e

Pernambuco as 19h:08min

41

Gráfico 06- Senóide apontando a diferença de amplitude de maré em diferentes

locais e períodos. Dia 30 de Setembro de 2011

42

Gráfico 07- Senoide do primeiro semestre de 2011 45

Gráfico 08- Senoide do segundo semestre de 2011 45

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RESUMO

O presente trabalho discute a compartimentação do relevo costeiro apontando áreas de riscos a

desastres naturais. Para isso houve a necessidade da obtenção e tratamento de dados climáticos e

oceanográficos estes que colaboram diretamente para a formação e mudança do relevo, além da

revisão da literatura, e utilização de técnicas para elaboração de modelos do sistema praial.

Inicialmente foram caracterizados e descritos os pontos extremos do litoral paraibano, ou seja, o

Litoral Norte e Litoral Sul que contém as compartimentações de planaltos e planícies apontando

as principais vulnerabilidades existentes. Observou-se que os locais mais vulneráveis a riscos de

desastres estão nas planícies onde ocorrem as inundações e erosão costeiras, e é o local em que

está sendo bastante ocupado pela população e na maioria dos casos não é respeitado o limite para

ocupação estabelecido pelo Art. 23 da lei n. 7.661, de 16 de maio de 1988. Destacam-se também

as principais unidades geomorfológicas a citar as planícies fluvio-marinhas, mangues, região

estuarina-lagunar, rias, recifes e as praias nesta última foi observado a dinâmica na feição praial

na enseada do Cabo Branco através de perfis topográficos feitos em campo para saber os pontos

onde existem maior acresção e erosão sedimentar, apontando os locais que são mais propícios

aos desastres. A importância do conhecimento da compartimentação morfológica costeira

oferece subsídios importantes para o planejamento costeiro e o uso do solo ao definir os graus de

risco que cada compartimentação ou unidade geomorfológica possui.

Palavras Chave: Compartimentação costeira; Desastres naturais; Unidades geomorfológicas.

Page 15: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

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INTRODUÇÃO

O litoral como um compartimento da paisagem tem sido motivos para muitos estudos

porque desde o inicio da colonização do país foi marcante para habitação de moradias

individuais e ocupação pelas cidades. A zona costeira é uma área onde, há uma constante

dinâmica devido à ação de elementos como vento, ondas, sedimentos, correntes e a ação

antrópica. Baseando-se em como se encontra a morfologia da paisagem costeira paraibana vemos

que este contém falésias em torno de 75° de inclinação, planícies e planaltos.

Como o litoral apresenta uma dinâmica erosiva muito intensa e constante nos últimos

tempos tem se dado mais atenção a esse tempo de atuação devido aos ajustes que o mar tem feito

na zona litorânea deixando as pessoas bastante vulneráveis aos riscos de desastres.

Nesse sentido de vulnerabilidades e desastres faz-se necessário o aprofundamento com

mais rigor que se estabelece na zona litorânea adentrando para zona costeira

A compartimentação topográfica corresponde à individualização de um conjunto de

formas que podem ou não apresentar características semelhantes, o que leva a se admitir que

tenham sido elaboradas em determinadas condições morfogenéticas ou morfoclimáticas.

O conhecimento da compartimentação do relevo em especial costeiro oferece subsídios

importantes para o uso e ocupação do local, observando assim as evidencias de vulnerabilidade e

riscos de desastres naturais. .

O exposto no Decreto nº 5.300, de 7 de dezembro de 2004 regulamenta a definição

legal de zona costeira

Art. 3º A zona costeira brasileira, considerada patrimônio nacional pela

Constituição de 1988, corresponde ao espaço geográfico de interação do

ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não,

abrangendo uma faixa marítima e uma faixa terrestre, com os seguintes

limites:

I - faixa marítima: espaço que se estende por doze milhas náuticas,

medido a partir das linhas de base, compreendendo, dessa forma, a

totalidade do mar territorial;

II - faixa terrestre: espaço compreendido pelos limites dos Municípios

que sofrem influência direta dos fenômenos ocorrentes na zona costeira.

Page 16: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

17

As unidades geomorfológicas costeiras são os ambientes físico-naturais da porção

terrestre costeira, ou seja, sistemas naturais presentes nos planaltos ou nas planícies Dentre as

unidades geomorfológicas estão os mangues, as praias, os recifes, estuários, lagunas, praias e

rias, estes que de acordo com a ação climática e oceanográfica apresentam dinâmicas em suas

feições. Para uma melhor análise das mudanças nos compartimentos vê-se necessário a utilização

de métodos sistemáticos como os perfis topográficos praiais, análise de dados climatológicos e

oceanográficos para assim ser observada a dinâmica natural da erosão e acresção sedimentar

ocasionada pelos agentes climáticos e oceanográficos onde em alguns locais podem correr risco

a desastres.

Para a mudança de feição e de comportamento nas unidades e compartimentações

costeiras é necessário destacar os processos costeiros, responsáveis pela modificação

morfológica, estes associados aos fatores de erosão e acresção sedimentar ao qual podem ou não

indicar áreas de risco, entre os principais processos costeiros destacam-se as marés e os ventos.

A dinâmica das marés é ocasionada pela influencia lunar e também eólica onde as

maiores marés se encontram nos períodos de lua cheia e luas novas consideradas marés de sizígia

estas que são ocorrentes pelo alinhamento dos corpos rochosos: sol, Terra e lua em 180°, quando

estes corpos se encontram em um ângulo de 90° correspondem às marés de quadratura causando

assim marés não muito altas e nem muito baixas. O outro fator importante é a ação eólica este

que é um dos principais fatores de erosão ao qual se pode observar sua velocidade, direção e

rajada. Porém alem destes dois agentes modificadores também se pode citar a ação pluvial,

fluvial, correntes marinhas e ondas.

Para muitas pessoas a presença de erosão não é perceptível por não ser algo imediato e

sim ocorre cautelosamente isto em alguns lugares. Nota-se a dinâmica em diferentes períodos

isto se referindo aos Solstícios e Equinócios que sofrem diferentes variações climáticas.

O processo de ocupação no litoral vem se intensificando cada vez mais. Na maioria das

vezes não é observado os limites e o local adequado para sua ocupação e os impactos causados

nos ambientes que servem como proteção a costa, tornando-se assim a população vulnerável a

riscos naturais.

Para um melhor planejamento para uma prevenção a desastres nesta área, se fez

necessário para a produção do presente trabalho de caráter regional, o seguinte problema: Como

se encontra estabelecida a compartimentação morfológica no litoral da zona costeira Paraibana?

Page 17: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

18

Com o objetivo de compreender a paisagem, apontando se existem áreas de riscos a desastres

ambientais. Sendo assim foram definidos e descritos os pontos extremos do Litoral Paraibano

caracterizando e delimitando os planaltos e planícies na Zona costeira e distinguindo neles suas

principais unidades Mangues; Praias, Região estuarina-lagunar, Rias e recifes.

Este trabalho se baseou na descrição da paisagem, ou seja, foi descrito as unidades que

compõem o litoral paraibano, não foi possível definir in loco todas as compartimentações, pois

isto requeria um pouco mais de tempo e de recursos ao qual no momento não era disponível,

sendo assim recorremos ao uso das imagens de satélite estabelecidas pelo Google Earth e a

utilização de cartas topográficas de escala de 1:100000 para uma visualização com dados mais

precisos na área a ser trabalhada.

Em campo foram coletados dados para elaboração de perfis topográficos para que fosse

observada a dinâmica da morfologia praial detectando se esta havendo mais erosão ou acresção

sedimentar no local, esta por se encontrar em área urbanizada e ser susceptível a desastres

naturais.

Por fim pode-se dizer que o mapeamento geomorfológico e das áreas susceptíveis aos

eventos que podem ocorrer desastres é de grande importância para o gerenciamento costeiro.

Page 18: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

19

PRIMEIRA PARTE

Page 19: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

20

1 – REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL

Para a descrição da paisagem utilizamos como referencia DOLFUSS (1973) onde o autor

descreve a função do Geógrafo onde o mesmo traz conceitos como a Descrição e a Localização

do espaço, sobre as Estruturas Geográficas, Sistemas em Geografia, neste contexto vemos que a

paisagem sofre constantes transformações e até diferentes comportamentos vendo assim a

necessidade de fazer uma decomposição e descrição dos lugares.

CHIAVENATO (1999) vai definir Sistemas como um conjunto de elementos com

características próprias que se interagem entre si formando um todo, onde há troca de materiais,

informações e energia, e qualquer alteração em um de seus elementos reagirá de forma a abalar

todo o sistema.

Os sistemas abertos possuem seis funções primárias ou principais (CHIAVENATO,

1999) a citar a ingestão, processamento, a reações ao ambiente onde, por exemplo, uma mudança

climática vai alterar o tamanho das ondas e a feição praial; suprimento das partes onde a praia é

abastecida pelos sedimentos que são trazidos pelos rios, a regeneração das partes onde o sistema

tende a querer se manter em equilíbrio; organização representa a ação de que caso haja qualquer

déficit de qualquer elemento no sistema que este seja reposto para que não haja um prejuízo

maior futuro, como por exemplo medidas para que haja um maior aporte sedimentar,onde estas

podem ocorrer de forma natural ou pela ação do próprio homem.

Seguindo Katz e Kahn in CHIAVENATTO vemos a entropia negativa onde a

“entropia é um processo pelo qual todas as formas

organizadas tendem a exaustão, a desorganização, a

desintegração e no fim à morte. Para sobreviver, o sistema

aberto precisa mover-se para deter o processo entrópico e se

reabastecerem de energia mantendo indefinidamente a sua

estrutura organizacional. A esse processo reativo de reservas

de energia, dar-se o nome de entropia negativa ou

negentropia”, (CHIAVENATO, Teoria de Sistemas,

pag.504).

O conhecimento sobre sistemas é importante para fazer uma organização do mesmo

obtendo procedimentos adequados para que este não tenha ou cause um problema futuro.

As estruturas geográficas citadas por Dolfuss (1973) são organizadas por um sistema. A

observação das relações entre o sitio e a posição dos elementos que ocupam o espaço geográfico

Page 20: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

21

leva ao conhecimento das estruturas e dos sistemas que o regem, neste caso a ação das ondas,

marés, correntes, entre outros. As marés são influenciadas pela atração lunar (ver figura 01) onde

destaca-se as marés de sizígia nas lua cheias e as marés de lua novas.

Figura 01 = representação das marés de acordo com as fazes

da lua

Fonte: http://www.aprh.pt/rgci/glossario/mare.html

Page 21: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

22

O geógrafo localiza, descreve e classifica os elementos que compõe o espaço, então o

todo para ser compreendido tornar-se um mosaico, ou seja, se fragmenta em pequenas partes,

para assim facilitar a descrição das estruturas geográficas. Estas estruturas são denominadas

“táxons” e a descrição da sua distribuição são denominados “coros”.

A corologia vai fazer o estudo das unidades espaciais que se distribuem e se diferenciam

em diversas partes da superfície terrestre, ou seja, vai notar a distribuição de uma unidade

espacial, de um fenômeno suas diferenciações e a sua localização,

Se levarmos em consideração o mosaico citado por Dolfuss, vemos que cada nível tem

uma ordem de classificação: 1 zonas e áreas, 2 domínio, 3 província, 4 região, 5 pays, 6

geossistema, 7 geofácies, 8 geótopo veremos que todas as peças juntas formam o nível de

primeira ordem e na medida em que separamos as peças vemos que podemos chegar ao nível de

oitava ordem, ou seja, no geótopo. As unidades geomorfológicas como as planícies costeiras e

fluvio-marinha, mangues, região estuarina lagunar, rias, recifes a praia estão no nível de sexta

ordem, ou seja, são um geossistema, onde na medida em que é escolhida uma parte deste

geossistema para ser estudado iremos ao último nível que é o geótopo.

As planícies fluvio-marinha são de acordo com DILORENZO (2009) “planícies

originadas da acumulação de sedimentos oriundos da erosão vertical e laminar nas encostas

continentais”, assim podemos ver que alem da ação pluvial a ação fluvial é de grande

importância no modelado do relevo estes que em seu baixo curso irá compor as planícies fluvio-

marinhas que denominamos como de unidades geoambientais localizada no curso baixo do rio e

são influenciadas pela ação da maré.

Nas planícies fluvio-marinhas podemos destacar os mangues estes que segundo.

CABRAL, 2002 é o conjunto da vegetação capaz de suportar a presença de sal no ambiente, que

cresce sobre terreno junto à costa e sempre sujeito às inundações das marés.

Os estuários são de acordo com o IBGE (2004) ambientes de transição entre os

ecossistemas terrestres e os marinhos. Grisi (2000) nos mostra no Glossário de ecologia e

ciências naturais a definição de laguna, esta que é o represamento de água salgada num braço de

mar pouco profundo, entre bancos de areia ou de um rio que não consegue desembocar no mar,

ou ainda, um ajuntamento de água no interior de um recife ou coral, as lagunas do litoral

paraibano estão próximos aos estuários dos rios entre os bancos de areia ou cordões litorâneos e

recebem a ação do mar nos períodos de maiores marés.

Page 22: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

23

Dentre os indícios de erosão que ocorreram no quaternário em especial na época do

Holoceno estão as rias onde de acordo com a classificação estipulada por MUEHE, Dieter in

GUERRA, Antonio José 1994 pag. 255, consideramos que esta unidade é de uma feição

primaria, pois são vales fluviais afogados estas que foram erodidas ao longo das épocas pela

ação fluvial e marinha.

Como proteção natural a força das ondas na praia, encontramos os recifes (ver figura 02)

onde de acordo com a classificação fornecida por CHRISTOFOLETTI (1980) constata-se que a

maioria dos recifes presentes na costa paraibana é em barreiras, ou seja, de arenito, estes que

segundo Discussões com ROSA são resquícios do Grupo Barreiras na época do quaternário.

Figura 02- Recifes na costa paraibana

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Souza et.al (2005) nos fala que o sistema praial (figura 03) pode ser subdividido em

ambientes, usualmente referidos como zonas ou setores. Ele geralmente é representado em duas

dimensões, por meio da diferenciação dos ambientes e respectivos processos ao longo de um

perfil transversal a linha de costa ao qual são divididas em: Pós-praia, Estirancio, Face litorânea

ou antipraia, Praia subárea, Zona de surfe e de arrebentação de ondas, Onde podemos dizer que

os principais responsáveis por esta diferenciação são os fatores climáticos e oceanográficos

causando variações do nível de maré e a atuação dos ventos, agindo no comportamento do clima

de ondas e, interferindo nas características das correntes costeiras estas que influenciam no

controle do transporte sedimentar.

Page 23: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

24

Figura 03- Perfil Transversal do sistema praial.

Fonte: Souza et al, 2005.

Em observação a demarcação da extensão nota-se que na natureza não existe limites e

sim limiares onde limites é imposto pelo homem como uma cerca ou qualquer outro marco que

imponha uma divisão (figura 04), por exemplo, um estuário seria o limiar entre o rio e o mar

(figura 05).

Figura 04 – limite entre a praia e a área urbanizada no Cabo Branco.

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Data: 19/ 02/ 2011

Page 24: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

25

Figura 05- limiar do estuário do Rio Jaguaribe

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro Data: 01 /03/ 2012

Dolfuss (1973) nos fala sobre banalidade e singularidade, ou seja, aquilo que para nós

acontece no cotidiano (banal), para muitos pode ser o singular (algo excepcional), por exemplo, a

ação das ondas a dinâmica das marés, a retirada e o aporte sedimentar é banal nas praias, quando

ocorre algum outro evento que altere um desses elementos como ondas muito fortes e marés

muito altas que chegue a lugares onde normalmente não ocorrem estes tipos de eventos (algo

fora do cotidiano) se tornam singular. Não devemos nos preocupar e observar apenas o que é

singular, mas também temos que observar o que para nós é banal, pois devido a eventos não

notáveis em nosso cotidiano é que ao longo do tempo poderemos notar uma grande diferença se

fizermos comparações com anos atrás. Como diz Dolfuss “Portanto, uma banalidade cuja análise

apresenta tanto interesse quanto o de sua singularidade” (1973, pag.56).

A Geomorfologia, definida por Guerra como “o estudo das formas de relevo, levando-se

em conta a sua natureza, origem, desenvolvimento de processos e a composição de materiais

envolvidos” (1989 p. 204). Assim a geomorfologia costeira que é um dos ramos da

geomorfologia que contribui para as pesquisas em nível local nas questão de riscos de

degradação, dinâmica e processos costeiros entre outros.

Zona costeira é o mesmo que litoral, ou seja, de acordo com a proposta do Código

Municipal do Meio Ambiente de João Pessoa, artigo 18: VI.

Page 25: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

26

Zona Costeira – ZC, espaço geográfico de interação entre o continente e o

oceano. Estão incluídos aí todos os recursos ambientais contidos numa faixa que

compreende doze milhas de ambiente marinho propriamente dito, medidas a

partir da linha de costa em direção ao mar aberto e vinte quilômetros medidos da

linha de costa em direção ao interior do continente, sendo constituída, essa última

faixa, de ambientes terrestre, lacunar, estuarino e fluvial.

Guerra (1980) aponta a diferenciação entre as estruturas geomorfológicas destacando as

principais compartimentações: os planaltos e as planícies onde remetendo a nível local são

apontados os pontos mais vulneráveis no litoral paraibano, este que em alguns locais sua feição

morfológica proporciona uma maior ação, a exemplos das praias não abrigadas, enseadas e até

mesmo a degradação dos recifes na praia do Cabo branco.

As regiões litorâneas são importantes não somente pela rica diversidade natural,

composta por um rico conjunto de elementos como os recifes, estuários, manguezais entre

outros, como também por ser um setor estratégico de desenvolvimento econômico ao qual atrai o

turismo, exercem fascínio na população, como opção de ocupação residencial ou para o lazer

local, mas que pode ser o espaço para vários eventos inclusive os desastres ambientais.

Araújo aborda os desastres como sendo “resultado de eventos adversos naturais ou

humanos sobre um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais ambientais e

consequentes prejuízos econômicos, culturais e sociais” (2010 pag.19).

Percebe-se a falta do aporte sedimentar nas praias onde a ação antrópica tem sua

influência nessa situação a citar como o exemplo a construção de barragens nos rios e a

urbanização acelerada onde Souza et al (2005). Mostram que pode trazer várias consequências,

dentre elas, a redução na largura da praia, perda e desequilíbrio de habitat natural, aumento na

frequência de inundações das ressacas, destacando que a erosão não acontece com a mesma

intensidade ao longo do litoral. Diante destes fatos vê-se a preocupação com os fenômenos

ocorrentes já citados.

Nota-se que a ocupação na zona costeira incluindo suas compartimentações vem

ocorrendo de forma acelerada, este que degrada o meio ambiente e ainda a população ficam

susceptíveis a desastres por causa dessa ocupação especialmente em áreas de mangues e que se

vê a importância da preservação desses ambientes. O Art. 23 da lei n. 7.661, de 16 de maio de

Page 26: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

27

1988 resalta que os limites da orla marítima ficam estabelecidos de acordo com o seguinte

critério:

II - terrestre: cinquenta metros em áreas urbanizadas ou duzentos metros em áreas não

urbanizadas, demarcados na direção do continente a partir da linha de preamar ou do limite

final de ecossistemas, tais como as caracterizadas por feições de praias, dunas, áreas de

escarpas, falésias, costões rochosos, restingas, manguezais, marismas, lagunas, estuários,

canais ou braços de mar, quando existentes, onde estão situados os terrenos de marinha e

seus acrescidos.

Page 27: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

28

2 – MÉTODOS E TÉCNICAS.

As atividades realizadas neste trabalho foram divididas em três etapas: gabinete, campo e

laboratório.

A revisão da literatura em livros, leis federais e municipais, e documentos recentes

escritos relacionados ao tema e tratamento dos dados preexistentes climáticos do ano 2011

fornecidas pelo INMET (Instituto Nacional de Metereologia) especificamente análise dos dados

de chuva, velocidade, direção e rajada do vento, de acordo com a hora local era dado a angulação

que representava a direção ao qual com a utilização de um transferidor demarcado com os pontos

cardiais, colaterais e subcolaterais (figura 06), obteve-se a direção aproximada da ação eólica no

litoral paraibano, os dados de maré foram fornecidas pela Marinha do Brasil.

Figura 06 – transferidor utilizado

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Para as compartimentações foi efetuado uma observação da linha de costa através das

cartas topográficas do Ministério do Exército-Departamento de Engenharia e Comunicações de

escala 1:100000 referentes a Cabedelo, Guarabira , Itamaracá,João Pessoa e São José do Mipibu.

“Em todo estudo, classifica o geógrafo os elementos que compõem o espaço” TRICART

(1982). A metodologia utilizada para a compartimentação do relevo costeiro se apoia no conceito

de paisagem estabelecido por TRICART (1982). Com a utilização de imagens de satélites, daí

então além das visitas aos locais em campo foram importantes para o mediante trabalho imagens

já estabelecidas pelo Google Earth (fig. 07) para representação regional da área em estudo, e

visualização temporal das compartimentações morfológicas mencionadas no decorrer do trabalho

para uma melhor compreensão da área observada, ao qual a escala regional em estudo, ajustou-se

Page 28: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

29

ao determinado nível taxonômico e a corologia estabelecida por Dolffus, ou seja, o estudo

descritivo das principais compartimentações morfológicas com riscos a desastres como planaltos

e planícies a segunda mais vulnerável apresentando os mangues, estuários, cúspides, rias entre

outros.

Figura 07- imagem do Google earth representando o limite territorial do estado paraibano

Mangues- para a descrição do mangue foram efetuadas idas a campo, este com a apenas

uma análise visual nas áreas onde ocorreu ação antrópica.

Page 29: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

30

Planícies costeiras e fluvio-marinhas - imagens obtidas em campo e através de imagens

de satélite estabelecidas pelo Google earth para delimitar as áreas das planícies fluvio-marinhas.

Região estuarina - lagunar – Foram visitados em campo os estuários do Rio Paraíba,

Gramame, Jaguaribe e Goiana e registrados os indícios de erosão com anotações in loco da

dinâmica ocorrente no local assim como também se fez indispensável o uso das imagens de

satélite para ver a dinâmica ocorrente durante os últimos anos.

Rias- as rias foram identificadas através dos conceitos estabelecidos pela literatura, e as

imagens estabelecidas pelo Google earth que nos proporcionou uma melhor visibilidade do

ambiente,

Recifes - Os recifes foram identificados através

das cartas topográficas de escala 1:100000

correspondente as João pessoa (Figura 08), Cabedelo e

Itamaracá e as imagens de satélite alem de registros

fotográficos em campo, do corpo rochoso e da

dinâmica que ocorre durante o tempo.

Enseadas, cúspides e restingas, foram

identificadas através de imagens de satélite.

Os cordões litorâneos - Foram obtidas imagens

em Campo no município de Lucena, porém estas

unidades não ficaram bem nítidas nas imagens

fotografadas, fazendo necessária a identificação dos

mesmos pelas imagens do Google earth.

Dentre os subsídios que a compartimentação do

relevo oferecem destacam-se a vulnerabilidade a riscos

a desastres. Ao qual, na perspectiva geomorfológica, destacamos a suscetibilidade erosiva do

relevo, as inundações e as possibilidades de outros riscos de maior proporção, que podem ocorrer

tanto pelas condições naturais quanto em função de ações antrópicas.

Para a análise de erosão e riscos a inundações e outros desastres ao longo da zona costeira

foram feitas comparação de fotografias obtidas em épocas distintas, medições feitas em campo

de uma área erodida no Seixas onde foram utilizados trena de 5 e 30 metros para fazer as

medições na horizontal e na vertical onde também foi desenhado um croqui do estado em que se

Figura 08: parte da carta topográfica

digitalizada, Referente a João pessoa. E=

1:100000

Fonte: ministério do exercito

Page 30: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

31

encontrava o local, alem de ver sua distancia em relação a maré com o objetivo de obtermos

esses dados para futuramente fazer uma análise comparativa.

Na enseada do Cabo Branco foram utilizados os perfis topográficos com fins de observar

o comportamento da feição praial e futuramente ver se houve uma estagnação ou uma

progradação do fenômeno no local, a escolha do lugar surgiu devido aos acontecimentos

presenciados de avanço marinho em direção as áreas urbanizadas e também a mudança da

morfologia praial notada principalmente na área do estirancio ao longo dos últimos anos. Foram

escolhidos quatro pontos distintos os três primeiros localizados na praia do Cabo Branco e o

quarto na Praia do Seixas.

Os materiais utilizados em campo foram Nível Topográfico, Tripé; Mira topográfica;

Trena de 30 m, fichas de campo, e anemômetro digital.

Estes perfis são transversais a linha de costa e foram executados na baixa–mar das marés

de sizígia referentes as luas cheias e luas novas durante uma translação, com o intuito de

apresentar maior dinâmica ocorrente no estirâncio.

As estações foram fixadas no pós-praia, onde tiveram como referencia elementos fixos

como postes de iluminação pública, muros de casas, Com estes elementos fixos foram realizadas

leituras em intervalos espaçados de acordo com a necessidade apresentada, tendo como base os

dados do primeiro perfil para assim termos uma padronização pra melhor análise dos dados

coletados. A leitura prossegue desde o berma seguindo até o inicio da antepraia. O nivelamento

do terreno representado pelas cotas foi realizado a partir das visadas na mira, sobrepostas a

superfície do terreno.

Figura 09- medindo a distancia entre os

pontos

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Data: 25/01/2012

Figura.10- Apontamentos da coleta de

dados

Foto: Francicléa Avelino ribeiro.

Data:31/03/2011

Page 31: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

32

Figura 11- Mira topográfica

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Data:10/01/2012

Figura 12-Leitura com nível topográfico

Foto: Cleytiane Santos

Data:10/01/2012

Para as atividades em laboratório foram utilizados os mapeamentos topográfico na escala

de 1:100000 da Ministério do Exército-Departamento de Engenharia das cartas referentes a

Cabedelo, Guarabira e Itamaracá, João Pessoa e São José do Mipibu a partir desse start foi

elaborado um mosaico com as cartas para a realização de estudos empíricos sobre os fenômenos

particulares para que se caracterize o estabelecimento dos aspectos morfológicos atuais.

Foi utilizado software de desenho assistido por computador: o sistema CAD, para a

elaboração dos perfis topográficos coletados em campo, digitalização das cartas topográficas,

Para o tratamento dos dados de clima e oceanográficos foram utilizadas planilhas do

Excel, para gerar gráficos de linha para a melhor visualização do comportamento da maré e

gráficos de dispersão para o comportamento do vento no decorrer de uma translação.

Page 32: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

33

SEGUNDA PARTE Resultados e discussão

Page 33: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

34

3.0- Localização e caracterização da área em estudo

O estado Paraibano esta localizado na Região Nordeste Brasileira, O seu litoral é o mais

conhecido diante das outras mesorregiões paraibanas, abriga o extremo oriental das Américas

que é um dos principais atrativos turísticos do estado ao qual está sendo aos pouco destruído

devido a ação natural da chuva causando desabamento de terra e pela ação marinha com o

solapamento de base.

Por conta da movimentação econômica na região tem sido observado o aumento da

urbanização local em direção a costa,assim como as mudanças na morfologia do sistema praial e

eventos ocorrentes ao longo dos anos como cheias, avanço marinho, erosão, ou seja, é uma área

susceptível aos desastres ambientais.

Para uma melhor compreensão faz-se necessário o conhecimento das compartimentações

costeiras do estado paraibano os processos e suas implicações que ocorrem em todo o litoral.

3.1-Parâmetros climáticos e Parâmetros oceanográficos

O estado morfodinâmico praial depende de uma série de fatores entre eles os fatores

climáticos e oceanográficos.

A ação do clima conforme afirma PENTEADO (1978) pode acontecer de dois modos

direta ou indiretamente, onde a ação direta se faz através da intensidade de elementos do clima,

principalmente: temperatura, umidade, precipitação e ventos. A ação indireta se processa através

da vegetação e dos solos.

O clima da área de estudo é classificado como tropical quente-úmido, As’ da

classificação de Koppen isto é “com chuvas abundantes ( média anual de 1800 mm)no outono-

inverno( abril, maio , junho) temperatura média anual de 26°C e umidade relativa do ar de 80%.

Com essas características, esse tipo climático domina em todo o litoral”1.

Os principais Parâmetros oceanográficos são: ondas, correntes litorâneas e as marés

agindo juntamente com a ação do clima com a retirada, transporte e deposição sedimentar.

1 Atlas escolar da Paraíba, espaço geo-historico e cultural, 3 edição editora grafset. P. 112.

Page 34: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

35

3.1.1 - Ação eólica

O vento é um dos agentes modificadores do relevo, dependendo da velocidade

classificada por Beaufort (figura. 13) ele movimenta de pequenas partículas até grandes

estruturas. Em campo foi identificado ventos de força 4 considerado moderado, por agir no

continente levantando poeira e movendo ramos de árvores.

Figura. 13- Escala dos ventos Beaufort

Fonte: http://autoridademaritima.marinha.pt/PT/informacao/Documents/ESCALA%20DE%20VENTOS.pdf

A direção do vento (figura 14) é variável no tempo e no espaço, em virtude da situação

geográfica do local, da rugosidade da superfície associada ao relevo e a vegetação, do clima e da

época do ano. Com a ocorrência da mudança de direção dos ventos, ocorre Também a mudança

do modelado praial, o vento assim como a diferença do nível da maré transporta sedimentos, ou

Page 35: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

36

seja, ele retira e deposita em um outro local o que causa um aumento do aporte sedimentar em

outra área, isto depende de fatores como a intensidade, velocidade e rajadas de ventos.

A rajada de vento trata-se da maior velocidade do vento registrado num período de uma

hora. As rajadas são instantâneas, com dimensões de centímetros e duração de segundos. No

estado Paraibano em um dia a variação das rajadas fica entre 1.0 a 8.0 m/s (dados coletados em

campo no dia 03 Julho de 2011 na praia do Cabo branco e Seixas)

Embora a direção predominante seja a Sudeste Durante a mudança entre solstício e

equinócio há uma pequena variação na direção eólica o que ocasiona uma mudança na direção

do transporte sedimentar causada pela ação dos ventos e consequentemente uma mudança na

feição praial nesses períodos.

Figura.14- Direção dos ventos

Fonte Google Earth e Google images

Page 36: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

37

No equinócio de Outono que vai do dia 20 de Março a 20 de Junho a linha média

permanece em 160°. ou seja, a direção do vento permanece sul-sudeste (Gráfico. 01).

No solstício de inverno observa-se que a linha média sai de 170°, ou seja, na direção Sul-

sudeste para 150° direção sudeste. (Gráfico 02)

Gráfico 02- Direção eólica no Solstício de inverno

Dados: INMET adaptado por Francicléa Avelino Ribeiro

Gráfico 01- Direção eólica no equinócio de outono

Dados: INMET adaptado por Francicléa Avelino Ribeiro

Page 37: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

38

No equinócio de Primavera a mudança ocorre de sudeste para leste num ângulo de 100°.

(Gráfico 03).

No solstício de verão a direção do vento continua sua variação, mas desta vez parte de

leste para leste-sudeste nota-se que no mês de Março a direção do vento predominante é de Oeste

para Noroeste (Gráfico 04).

Gráfico 04- Direção eólica no Solstício de verão (Final do ano de 2011 inicio do ano de 2012)

Dados: INMET adaptado por Francicléa Avelino Ribeiro

Gráfico 03- Direção eólica no equinócio de Primavera

Dados: INMET adaptado por Francicléa Avelino Ribeiro

Page 38: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

39

3.1.2- Ondas e correntes litorâneas

“As ondas são geradas no oceano aberto pelos ventos e dependem fundamentalmente de

sua velocidade, duração e da extensão da pista na superfície do oceano sobre a qual eles atuam”

2. Quanto mais se aproxima do litoral menor é a sua velocidade e em alguns lugares maior a

altura isso depende da diminuição da profundidade e da difração ao redor de obstáculos como

recifes, ilhas, promontórios etc.

As correntes marítimas são massas de água que migram nos oceanos e mares, elas

resultam da ação dos ventos e do movimento de rotação e a força da gravidade que faz com que

as correntes migrem para direções contrárias onde no hemisfério norte tem sentido horário e

hemisfério sul sentido anti-horário. (fenômeno de corioles). As correntes de deriva litorânea são

correntes originadas pelas ondas e que movimentam e transportam sedimentos. “Cada setor de

costa com um determinado sentido de deriva litorânea resultante forma uma célula de circulação

costeira. Cada célula consiste em três zonas: a) zona de erosão, onde se origina a corrente

(barlamar) e há maior energia das ondas; b) zona de transporte, onde os sedimentos são

transferidos ao longo da costa; c) zona de deposição e acumulação onde a corrente termina

havendo diminuição da energia de ondas3”. No litoral paraibano as correntes são sentido sul-

norte.

3.1.3- As marés

As marés são importantes modeladores da paisagem costeira onde a sua mudança de

nível acarreta a deposição, a erosão e o transporte sedimentar, elas estão relacionadas com as

forças astronômicas causadas entre o movimento de rotação e translação e a força gravitacional

entre sol, Terra e Lua, como a terra e a lua são elementos rochosos e possuem uma força

gravitacional entre eles os líquidos tendem a ser atraídos por esta força causando assim o nível

de subida e descida.

A posição desses astros também influencia: quando sol lua e terra se alinham formando

assim as marés de sizígia, nas fases da lua cheia e lua nova, quando os astros formam um ângulo

de 90° denominam-se marés de quadratura constituídas pelas luas em fase crescente e

minguante. A lua é a que exerce uma maior influência, pois esta é a que esta mais próxima do

2 SOUZA, Celia Regina de Gouveia et al (ed.). Quaternário do Brasil. Ribeirão Preto: Holos,2005.

3 SOUZA, Celia Regina de Gouveia et al (ed.). Quaternário do Brasil. Ribeirão Preto: Holos, 2005

Page 39: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

40

planeta Terra (lua cheia) observa-se uma maré de sizígia, com preamares (pm) bastante altas e

baixa-mares (bm) muito baixas e a maré de quadratura. (quarto minguante com PM mais baixas

e BM mais altas). Nesse período, a amplitude da maré é bem menor.

As marés variam em um período de 12 horas e 24 minutos, doze horas devido à rotação

da Terra e 24 minutos devido à órbita lunar. E não é a mesma em diversos pontos da Terra. Esta

é considerada um fenômeno quase periódico ao qual pode ser representada com um somatório de

sinuosidades, a amplitude da maré, ou seja, a altura em relação a baixa-mar e a preamar varia de

um local para outro em diferentes períodos ou seja tempo podemos observar a comparação das

marés em diferentes portos na região Nordeste temos como exemplo os estados de Rio Grande

do Norte, Paraíba e Pernambuco ( figura 15) onde nota-se uma diferença de amplitude das marés

em diferentes períodos e locais.( Grafico 05).

Figura. 15. Distancia entre os portos para demonstrar as diferenças entre maré

No gráfico 06 nota-se que quanto mais se distancia para norte a altura aumenta tanto da

preamar quanto da baixa mar, observa-se também que em Cabedelo a maré é alta porém baixa

em relação aos outros estados e a preamar em relação aos outros locais se mantém em alguns

horários maior que nos outros lugares, podemos dizer então que a ação da maré no estado

paraibano permanece alta em relação aos outros estados, enquanto no Rio Grande do Norte

apresenta maré mais alta e mais baixa.

Page 40: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

41

Grafico 05- gráfico representando a diferença da amplitude de maré em diferentes períodos nos portos de

Cabedelo as 18h:23min, Natal as 19h:13min e Pernambuco as 19h:08min

2,4

2,45

2,5

2,55

2,6

2,65

2,7

2,75

19:13 18:23 19:08

Natal Cabedelo Pernambuco

Alt

ura

da

Mar

é

Hora/ Local

Maré dia 30 /09/2011 (última preamar)

Page 41: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

42

Grafico 06- Senóide apontando a diferença de amplitude de maré em diferentes locais e períodos. Dia 30 de Setembro de 2011

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73 76 79 82 85 88 91 94 97 100 103 106 109 112 115

Natal

Cabedelo

Pernambuco

Page 42: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

43

Isso ocorre devido à ação dos diversos elementos como o vento e a pressão, o que ocorre

é que os três estados Brasileiros estão entre as isóbaras, que são linhas que possuem o mesmo

valor de pressão atmosférica, e que quanto mais próximos das isóbaras maior é a pressão, e

também velocidade do vento, causando assim uma maior maré (Figura 16 ).

Em uma maré 2.4 astronômica e meteorológica as ondas chegam a espraiarem no pós-

praia próximo a área asfaltada (ver figura 17). No dia 19/02/2011 foram registradas a ação das

ondas em uma maré metereológica e astronômica de 2.7 na conhecida Praça de Iemanjá

localizada na praia do Cabo Branco (Ver figura 18), onde foi quase toda destruída pela ação das

ondas

Figura. 16: Mapa apresentando as isobaras na América do Sul.

Fonte: http://www.slideshare.net/uraeus/clima-e-climas-do-brasil-aula

Page 43: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

44

Figura 17-indícios de uma maré 2.4 na praia do Cabo

Branco

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Data: 19/01/2011

Figura 18 praça de iemanjá data:19/02/2011 maré 2.7

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Data: 19/02/2011

No primeiro semestre de 2011 nota-se que as maiores e as menores marés se encontram

no período de lua cheia e a partir do segundo semestre (julho a dezembro) as maiores marés se

encontram nos períodos de lua nova. Durante o corrente ano a menor maré foi de 0.0 e a maior

2.8 (ver gráfico 05 e 06).

Page 44: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

45

Gráfico 07- Senoide do primeiro semestre de 2011

Gráfico 08- Senóide do segundo semestre de 2011 Autor: Francicléa Avelino Ribeiro

Fonte de dados: Marinha do Brasil ano de 2011

Page 45: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

46

3.2. Os pontos extremos do Litoral Paraibano

Quando se fala em pontos extremos (Fig 26), normalmente nos remetemos para os

extremos da territorialidade, não pensamos num primeiro momento em outros extremos, e no

nosso trabalho pensamos exatamente nessa questão de territorialidade. No estado da Paraíba

podemos destacar o litoral Sul onde se encontram os municípios de João Pessoa, Gramame,

Conde e Pitimbú, estes, porém apresentam as seguintes praias: Cabo Branco, Penha, Jacarapé, do

Sol, Gramame, Carapibús, Tabatinga, Coqueirinho, Tambaba, Praia Bela, Abiaí, Pitimbú e Acaú

onde a sua paisagem é constituída ao longo de sua costa por estuários, falésias, dunas, Planícies e

os tabuleiros.

No litoral Norte destacam-se os seguintes municípios (ver Fig. 19): Cabedelo, Baía da

Traição, Lucena, Marcação, Mataraca e Rio Tinto. Em Cabedelo tem-se a praia de Intermares a

praia do Poço, a praia do Jacaré que é uma praia flúvio - marinha praia de Camboinha, Além de

Areia Vermelha que é

um banco arenoso que

aparece durante a baixa-

mar que é protegida por

recifes. A partir do

município de Cabedelo,

chega-se ao extremo

norte do litoral

paraibano, que é

separado pelo estuário

do Rio Paraíba chega-se

ao município de Lucena,

constituídas pelas praias

de Costinha, Fagundes e

da Ponta de Lucena,

logo após encontra-se as praias de Barra de Mamanguape, Baía da traição e Barra de

Camaratuba.

Figura 19– Litoral Norte Paraibano

Fonte: Google Earth acessado em fevereiro de 2012

Page 46: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

47

Podemos através da imagem do Google Earth observar a compartimentação morfológica

do nosso litoral, sendo assim apontam-se as compartimentações dos dois extremos: O nosso

litoral é constituído por planaltos e planícies onde os planaltos com grande declividades formam

as falésias, estas presentes em boa parte do litoral sul, e as planícies. Estas duas

compartimentações são constituídas por unidades geomorfológicas como os mangues, restingas,

falésias, marismas, dunas, rias.

O litoral norte abrange as unidades morfológicas como dunas estacionárias, neste

extremo as falésias são mais afastadas da linha do mar e não recebe mais a ação deste,

constituindo as "falésias mortas", também é constituída por lagoas de praia. Que são depressões

na região costeira ao qual contem acumulo de água e que não mantém contato direto com o mar

(ver figura 20).

Figura 20- Lagoa do saco litoral norte paraibano

Fonte: Google earth

O extremo Sul (Figura 21) é marcado pela presença do município de Pitimbú, Alhandra;

Caaporã e pedras de fogo e seu distrito de Acaú, bem junto ao estuário do rio Goiana. É marcado

por falésias, enseadas, cúspides, mangues, recifes, os dois últimos que colaboram para a proteção

da costa.

A dinâmica no litoral é perceptível aos olhos do observador, e essa mudança é

influenciada principalmente pelos fatores climáticos e oceanográficos. Os elementos como o

vento e a maré colaboram para formação do relevo.

Page 47: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

48

Todo o litoral é marcado por rios que abastece a planície costeira com os sedimentos. No

litoral Paraibano destacam-se os rios: Goiana onde seu estuário está localizado no município de

Caaporã, Rio Paraíba em Cabedelo, Rio Gramame em Gramame, Rio Mamanguape, destaco

estes porque são os maiores em nosso litoral.

imagens

Fig. 21 –No Litoral Sul –Além dos municípios de Cabedelo, João Pessoa e Conde ficam

demonstrados os Municípios de: Pitimbú, Distrito de Acaú e estuário do rio Goiano como

linha fronteiriça com o Estado de Pernambuco.

Fontes: Imagem do Google Earth e mapeamento do site City Brazil4

4 http://www.citybrazil.com.br/pb/microregiao_detalhe.php?micro=23

Pitimbú

Acaú

Estuário do rio Goiana

Page 48: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

49

Na região sul ocorre um processo intenso de erosão (figura 22) e seguindo em direção ao

norte vemos que em poucos lugares há uma acresção sedimentar, como os sedimentos são

provenientes dos rios que degradam as rochas, não está havendo perda de sedimentos, e sim,

pouco recebimento deles, já que um

dos rios localizados mais próximos,

como o rio Gramame, possui a

barragem, esta nomeada como

Gramame Mamoaba evitando que uma

boa parte de sedimentos chegue a

nossa costa e com a ação marinha e

eólica ocorre a retirada natural do

mesmo, ocasionando assim um déficit

de sedimentos causando a erosão.

3.3. Planaltos e planícies na Zona costeira paraibana

O termo planalto é usado para definir uma superfície elevada mais ou menos plana que

normalmente perde sedimentos por conta da inclinação de sua superfície que possui vertentes

que chegam a escarpas íngremes onde o processo de degradação pode ser bastante elevado, nesse

caso quando há ação degradadora do mar essa superfície é chamada de falésia. A planície é

segundo Guerra (1980) “a extensão de terreno mais ou menos plano onde os processos de

agradação superam o de degradação, ou seja, há nesse lugar a deposição dos materiais

sedimentares que são degradados nos planaltos”.

Estes tipos de relevo são esculpidos através da ação natural oriundos da pluviosidade,

fluviosidade e a eólica. O planalto sofre processos erosivos que vão abastecer as planícies com

os sedimentos, nesse sentido considera-se que estas são as áreas mais vulneráveis. (ver figura

23).

Figura 22 - atividade marinha na praia do município de

Pitimbu Litoral Sul

Foto: Paulo Rosa Data:11/06/2011

Page 49: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

50

Fig 23- representação do planalto e planície Fonte Google Earth

Page 50: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

51

3.3.1- As costas planálticas com declividades acentuadas

O Relevo paraibano é constituído em sua grande parte por relevo planáltico e, é bem

nítida a forma que está constituída esse relevo: planalto cristalino correspondente à superfície da

Borborema e os Baixos Planaltos Costeiros, estruturado com sedimentos oriundo do grupo

geológico Barreiras que chegam até ao litoral, junto ao mar. Nesse caso iremos dividir o litoral

em duas partes, tomando como base o que SOUSA propôs em seu trabalho sobre

compartimentação costeira (2010), ou seja,

Litoral Norte e Sul tomando como ponto

central o estuário do rio Paraíba (Figura.

24).

As encostas muito íngremes,

normalmente chamadas de falésias quando

erodidas pela ação marinha, formam

angulações elevadas como podemos ver na

Figura 33.

A extensão do litoral Sul é de um pouco

mais de 71 km, sendo coberto por quase

toda sua extensão com áreas de topografia

íngreme, praticamente com toda essa

extensão com falésias: ativas (figura 25) e

inativas. As falésias inativas estão em

Figura. 24 – Divisão do Litoral paraibano em Norte e

Sul

Fonte: Google Earth, acessado em 2012

Figura 25- Falésia do Cabo Branco

Fonte: ROSA, 2000

Litoral Norte

Litoral Sul

Page 51: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

52

Pitimbú, tanto ao Sul com o distrito de Acaú como um pouco mais ao Norte da cidade e, em João

Pessoa e Cabedelo, ao longo da restinga.

(Fig. 30).

Partimos da premissa que o litoral Sul tem

uma conformação oriunda não apenas da força do

estuário do rio Goiana e do rio Gramame, e outros

de menor porte, mas também por conta da direção

das correntes litorâneas predominantes, ou seja,

Sul para o Norte, essa situação tomamos como

sendo o resultado da direção predominante da

orientação da direção do vento: SE / NW (Fig. 26).

No litoral Sul há a alternância de Planaltos

e Planícies, porém os Planaltos aparentemente se

apresentam com maior fragilidade em relação a

ação climática. O intemperismo é intenso e,

quando combinado com a ação humana inadequada

em relação à ocupação da superfície do solo,

amplia de forma profunda com marcas de erosão

regressiva (Figura 27).

Os planaltos que possuem um grau de

declividade muito elevada e íngreme são

conhecidos como falésias. Estas estão localizadas

ao longo do litoral paraibano. Existem áreas onde

há indícios de desabamento devido à diferença

climática, ora com estiagem ora com pluviosidade

intensa; e na zona de contato com o mar há o

solapamento de base por conta da ação marinha. A

mais conhecida falésia no litoral Sul paraibano é a

do Cabo Branco, e nesta falésia estão detectados

os dois processos erosivos: tanto com a infiltração

Figura 27 Desabamento de uma parte do topo

da falésia

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Figura. 26 - Direção do vento na região sul-

Rio Goiana

Rio Gramame

Page 52: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

53

causada pelas grandes chuvas, acarretando, nesse caso os deslizamentos. (ver figura 28)

Fig 28- Erosão regressiva na falésia do Cabo Branco Foto: Paulo Rosa. Data: 20/07/2011

E há a erosão a partir do solapamento na base acarretando os desmoronamentos e

desabamentos da estrutura (ver Figura 29.). A partir dessa situação podemos observar em todo o

litoral paraibano que há o contato do planalto com o mar, possui falésias sujeitas a processos

intensos de erosão.

Figura 29-erosão negativa, solapamento de base na falésia do Cabo Branco.

Foto: Paulo Rosa. Data:20/07/2011

Page 53: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

54

Figura 30 delimitação das falésias inativas no litoral sul

Fonte: Google arth

Falésias inativas

Delimitação das planícies

Presença de falésias

inativas

LEGENDA

Page 54: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

55

3.3.2 - As costas com planície no litoral paraibano

Costa é o mesmo que litoral área de contato entre a rocha e o mar, ou seja, tanto o relevo

que se encontra emerso quanto o submerso até a plataforma continental. O Litoral paraibano é

constituído por costas alcantiladas, costa de abrasão, costas baixas constituídas por sedimentos

arenosos e também pelos chamados acidentes de costa como, por exemplo, a restinga, cúspides,

enseadas em alguns pontos o mar é determinado como fechado a exemplo a maioria das praias

do litoral sul, pela grande presença de recifes (ver Figura 31) estes que apresentam uma proteção

a planície contra o forte ataque das ondas, a compartimentação deste litoral pode ser determinado

por enseadas, que é um arco praial aberto em direção ao mar onde em suas extremidades

destacam-se dois promontórios, porém o centro das enseadas são áreas mais vulneráveis do que

suas extremidades(Figura. 32).

Figura 31-. Praia abrigada. Local: Praia do Cabo

Branco .Data: 19/03/2011

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro.

Figura. 32 enseada praia de Manaíra

Fonte: Google earth

A restinga de Cabedelo também conhecida como flecha litorânea é uma deposição

arenosa possivelmente formada pelas correntes de deriva que se movimentam paralela ao litoral

onde segundo GUERRA (1980) a restinga possui aspectos físicos como: faixas paralelas de

depósitos de areia, lagoas, resultantes do represamento de antigas baías, pequeninas lagoas

formadas entre as diferentes flechas de areias, dunas resultantes do trabalho do vento sobre a

areia de restinga, formação de barras obliterando a foz de alguns rios. A restinga de Cabedelo é

urbanizada (ver Figura 33), mas ela ainda apresenta vegetação de mangue.

Page 55: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

56

Figura 33- Restinga de Cabedelo

Fonte: Google earth e foto: Francicléa Avelino Ribeiro

As praias do Município de Cabedelo podem ser classificadas como abrigadas por

apresentarem recifes, porem essa orla encontra-se em um grande processo de erosão

apresentando gabiões e muro de arrimo pra conter o impacto das ondas na urbanização que tende

a crescer em direção a planície litorânea (ver figura 34).

Figura 34- praia do Bessa contenção do impacto das

ondas com rochas calcarias

Foto:Francicléa Avelino Ribeiro. Data: 19/10/2010

Page 56: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

57

Os cúspides (ver figura 35.) são estruturas morfológicas praiais com poucos metros que

pode variar entre 10 cm a 70 metros de espaçamento (MASSELINK et al.,1997) compostas por

um formato triangular,entre duas cavas em forma de meia lua. O município de Lucena localiza-

se nessa compartimentação morfologica.

Figura 35 Cúspide mais conhecido como ponta de Lucena

Fonte: Google earth

O município de Lucena é composto também por rios de planícies estes resultado do

escoamento superficial ocorrente das chuvas, podemos observar também em Lucena a presença

de cordões litorâneos (ver figura 36) estes que são acumulações arenosas que vão sendo

depositadas ao longo dos anos e ficando estáveis,atualmente devido a urbanização do lugar fica

difícil a visualização imediata dos cordões litorâneos sendo necessário um pouco mais de

atenção para serem visualizados.

Page 57: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

58

Figura 36- cordões litorâneos no município de Lucena

4.0 - Áreas de riscos a desastres ambientais: as planícies costeiras e flúvio

marinhas

Atualmente o tema de vulnerabilidades vem recebido uma crescente atenção quanto a

estudos para interações entre o homem e o ambiente. Aonde se vem observando ao longo do

tempo áreas de riscos, em que a vida humana se encontra expostos. Devido ao crescente aumento

populacional e questões econômicas a população passa a habitar áreas que são consideradas

áreas instáveis e vulneráveis a eventos como as inundações, como o caso das planícies costeiras

e flúvio-marinhas.

As informações disponibilizadas sobre riscos de desastres no litoral brasileiro ressalvam o

risco a inundação, (ver figura 37) essas informações são importantes para o planejamento, nos

aspectos relacionados principalmente ao uso adequado do solo e a conservação dos recursos

ambientais, fazendo-se assim medidas que reduzam riscos a catástrofes.

Page 58: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

59

Figura 37-: Distribuição dos desastres naturais por tipo de fenômeno no Brasil (1948 - 2006).

Fonte: TESSLER M. 2008. Potencial de Risco Natural. In: MMA (ed.) Macro Diagnóstico

da Zona Costeira e Marinha do Brasil. (Ed.) Ministério do Meio Ambiente. Brasília.

As planícies costeiras possuem uma sensibilidade natural devido ao depósito sedimentar,

que possuem capacidade de infiltração e escoamento superficial, e sofre influencia de atuação

das marés. (figura 38). As inundações costeiras (ver figura 39) são causadas por ressacas ou

marés metereológicas em conjunção com marés astronômicas muito elevadas, afetam as praias,

ocupações próximas a linha de costa. As inundações na planície costeira são causadas pelo

transbordamento de regiões lagunares e estuarinas, ou em áreas com influência de marés.

Page 59: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

60

Figura 38- Atuação da maré metereologica e astronômica

Praça de iemanjá, Praia do Cabo Branco-JP Data:19/02/2011

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Figura 39 Av. Cabo Branco sendo inundada

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro Data: 19/02/2011

No litoral Paraibano todas as áreas são suscetíveis a inundações, mas as áreas onde

ocorrem com frequência em períodos de marés astronômicas e metereologicas estão localizadas

no município de pitimbu, Praça de Iemanjá na Praia do Cabo Branco, praia do Seixas, área onde

se localiza o Hotel Tambaú, praia do poço, município de Baía da traição. (ver figura 40).

Page 60: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

61

Figura 40 pontos que ocorrem inundações devido a marés altas e ressacas

Imagem: Google earth

Figura 41 - Praia do poço em 12/08/2010 as

05h36min

Fonte: LABEMA

Page 61: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

62

Figura 42 -Praia do poço em 12/08/2010 as 05h55min Fonte: LABEMA

A praia do Seixas (imagens abaixo) faz limite com a praia da penha e a praia do Cabo

Branco, é bastante conhecida por abrigar o extremo oriental das Américas e ser bastante

frequentada por turistas e moradores locais. Nos últimos anos vem se notando uma grande

diferença nesta paisagem ao qual se vê o estreitamento da linha de costa e estragos oriundos da

atividade marinha no local ao qual se faz com que haja evacuação de pontos econômicos como

bares e áreas de lazer.

.

Figura 43- Praia do Seixas

Fonte: Sr. Luiz da Palhoça do Seixas (s/data)

(Acervo Paulo Rosa)

Page 62: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

63

Em uma conversa com moradores e trabalhadores antigos do local afirmam que o mar

naquela região se encontrava a mais de dez metros de distancia de onde é atualmente, e esta área

típica de lazer vem sendo aos poucos destruídas pela ação marinha.

Fazendo uma comparação de duas imagens do local nos últimos 20 anos onde se

localizava a antiga palhoça do Seixas, percebemos a diferença na paisagem local na figura 43

temos uma área plana onde vemos o limiar da maior maré

Atualmente essa paisagem encontra-se modificada houve o recuamento da palhoça do

Seixas e a preamar chega a muitas vezes causar transtornos devido a erosão. (Figuras 44 e 45)

Figura 44. Praia do Seixas ano 2010

Foto: Fransuelda Vieira

Figura 45 Praia do Seixas ano 2011

Foto: Francicléa Avelino

No local há presença de erosão negativa, esta que ocorre pelo solapamento de base. Em

campo foi feito croqui com medições da área erodida de uma extremidade a outra da erosão, e da

erosão até a linha d’água da maré de sizígia 2.4 (ver figura 46).

Page 63: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

64

Figura 46- Croqui da erosão negativa na praia do Seixas

Nota-se que a erosão já avançou

em direção a área urbanizada

dificultando o acesso a praia (ver

figura48), a partir do topo onde esta

localizado o estacionamento até a base a

atividade erosiva mede 1,30 metros (ver

medição em campo na figura 47) este que

na verdade ocorre pela falta de chegada

de sedimentos junto com ação natural de

retirada do mar. para evitar o forte ataque

das ondas foi colocado rochas calcarias

no local.

Figura 47 -medindo em campo a erosão negativa no

seixas

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Data: 05/02/2011

Page 64: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

65

Figura 48- área erodida na praia do seixas (croqui)

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro. Data:09/01/2012

Page 65: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

66

Indo em direção sul em relação à palhoça do Seixas encontramos outros vestígios da falta

de aporte sedimentar um exemplo é o coqueiro com suas raízes expostas possuindo 1,80 metros

(ver figura 49), o Seixas é uma área em que os ventos chegam em dias normais a 8.0 m/s.

Figura 49: coqueiro

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Data: 03/07/2011

Durante a maré baixa, o vento retira a areia na face da praia, abastecendo as dunas depois

com uma mudança de direção é soprado de volta para a praia onde continua a erosão e o

transporte pelas ondas e correntes litorâneas, e dependendo do balanço sedimentar presentes na

faixa litorânea, pode causar impactos como, por exemplo, o estreitamento da faixa arenosa.

As planícies Fluvio-marinhas (figura 50) são unidades geoambientais formadas através da

deposição de material aluvial que são depositados pelos rios e também pelo transporte marinho.

Por ser uma área que sofre a influencia de marés seu solo é propício a colonização de

manguezais, onde se acontecer qualquer alteração neste ecossistema de defesa, torna-se uma área

de risco.

Deve-se ter um pouco mais de atenção com estas áreas já que uma vez que os processos

erosivos tendem a destruir barreiras naturais como as restingas, dunas, falésias, mangues etc., e

Page 66: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

67

deixam as regiões mais propensas à inundação, pois os setores costeiros que apresentam uma

situação de acréscimo de sedimentos e, consequentemente, progradação da linha de costa

diminuiriam as faixas de risco a catástrofes de percas humanas e materiais.

Figura 50- Planície Fluvio-marinha município de Lucena

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro. Data: 17/02/2012

Abaixo foram mapeadas as planícies fluvio-marinhas no estado paraibano, onde na zona

costeira os municípios que são constituídos por essa compartimentação morfológica são os

municípios de Rio Tinto Lucena, Cabedelo e Bayeux (ver figura 51), litoral sul: João Pessoa,

Jacumã e Pitimbu (ver figura 52)

Page 67: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

68

Figura 51- Planícies fluvio marinhas Litoral Norte Fonte: Google earth

Figura 52- - Planície Fluvio-marinhas litoral sul Fonte: Google earth

Page 68: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

69

"Não estamos deitados em berço esplêndido". Com esta frase o Geógrafo Paulo Rosa, fez

um alerta estarrecedor, tratando da possibilidade de um tsunami (onda gigante) atingir o litoral

paraibano.

(Entrevista do Geógrafo Paulo Rosa ao Clik PB)

Como podemos ver o litoral é uma área totalmente vulnerável a desastres naturais, foram

detectados nos últimos anos tremores de terra nos estados vizinhos (Pernambuco e Rio Grande

do Norte) em 2007 surgiu a polemica do tsunami que possivelmente atingiria a costa nordestina,

este fato não foge a realidade e surge devido ao Cumbre de Vieja vulcão que se encontra inativo

nas ilhas canárias próximo a costa da África onde segundo pesquisas feitas por cientista

americano Steven Ward, da Universidade da Califórnia O vulcão entrou em erupção no sec. 18 e

segundo ROSA o seu ciclo e de 250 anos.

Com a atividade o corpo vulcânico alem de expelir lava desmoronaria uma parte do corpo

rochoso ao qual se encontra fissurado o que causaria uma onda em torno de 360° o que causaria

transtornos nas áreas próximas.

Em 2010 o Hawaí emitiu um sinal de alerta de tsunami que fica a 7.500 quilômetros da

costa do Chile onde teve terremoto, a onda chegou no local com pouco mais de dois metros. O

estado Paraibano esta situado a 4 343 km das ilhas canárias. (ver figura 53). Não é possível

prever o tamanho exato da onda visto que depende dos fatores oceanográficos e climáticos

ocorrentes na presente data.

Figura 53- Distancia das Ilhas Canárias até o Litoral Paraibano

Fonte: Google earth

Page 69: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

70

4.1- Mangues

“Dá-se o sentido da palavra mangue ao conjunto da vegetação capaz de suportar a

presença de sal no ambiente, que cresce sobre terreno junto à costa e sempre sujeito às

inundações das marés. E manguezal tem o significado de ecossistema litorâneo e tropical onde

predominam os mangues, formador de uma associação singular de espécies de animais e plantas

que vivem na faixa entremarés das costas: estuários, deltas, lagoas e lagunas”.

(Direito do Mangue, Gutenberg Cabral)

Figura 54- Aterro no mangue no município de Lucena, para expansão imobiliária. Foto: Francicléa Avelino Ribeiro. Data: 17/02/2012

Os mangues (figura 54) não estão sempre em um mesmo lugar E segundo afirma Guerra

(1980) “estes terrenos são quase em toda totalidade constituídos por vasas de depósitos

recentes”. Este ecossistema corrobora para proteção do continente.

Sua origem é devido a sua topografia que possibilita o contato da água salina do mar

tornando assim o solo propício para o tipo de vegetação. A vegetação serve para fixar o solo

evitando assim a erosão estabilizando a linha de costa

A vegetação das terras úmidas dos mangues atua como amortecedor natural, ou seja,

absorve as inundações e dissipa as ressacas. Isto protege os organismos terrestres, e também as

propriedades, de tormentas e danos por inundações.

Page 70: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

71

É um ecossistema produtivo complexo e rico, mas que nos últimos anos vem sofrendo

com o a expansão da urbanização. No litoral Paraibano esta ocorrendo aterros nos mangues para

expansão imobiliária e desmatamento, além de ser depósito de lixo e despejo de esgoto sanitário

(ver Figura 55) que irá resultar em um desequilíbrio no ecossistema deixando assim o continente

vulnerável a riscos.

Figura 55- Mangue aterrado e com lixo Foto : Francicléa Avelino Ribeiro. Data: 17/02/ 2012

Segundo Cabral (2002) “Os fatores determinantes para a defesa da manutenção do

ecossistema manguezal são os benefícios indiretos, como na fundamental retenção de sedimentos

continentais trazidos por rios e pelo escorrimento pluvial, os quais contribuem significativamente

para a melhoria das águas, como se existisse um filtro natural para diluir as águas poluídas e

alguns estimam que um hectare de estuário de maré representa o equivalente a uma economia de

cento e cinquenta mil dólares nos custos do tratamento de resíduos, segundo contabilidade

ambiental”.

O Art. 23 da lei n. 7.661, de 16 de maio de 1988 fala que qualquer utilização para

urbanização deve ser feito a partir de 50 metros do limite final do ecossistema, mas vemos que

por conta do crescimento e devido a problemas sociais como falta de renda, a população tende a

Page 71: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

72

tomar conta deste espaço ao qual se deve tomar bastante cuidado, pois com a degradação desses

ambientes, a própria população perde uma segurança ecológica.

4.2- Região estuarina-lagunar

Estuário é a área de encontro entre o rio e o mar por causa da influencia das marés,

próximos aos estuários podem ocorrer a presença de áreas alagadiças e marismas.

No litoral Paraibano existem vários estuários a citar os maiores que são os dos rios

Goiana, Mamanguape, Paraíba e Gramame, estes, porém trabalham para alimentação sedimentar

costeira. Os estuários são considerados sistemas abertos onde segundo CHIAVENATO esse tipo

de sistema possui uma relação com o meio ambiente por meio de entrada e saídas, há uma troca

de matéria e energia com o meio ambiente, e são eminentemente adaptativos, isto é para

sobreviver devem reajustar-se constantemente as condições do meio.

Alguns estuários estão ameaçados como, por exemplo, a do Rio Jaguaribe que sofreu

agressões no decorrer da década de 30.

“O Rio Jaguaribe nasce ao sul de João Pessoa, no conjunto Esplanada, em uma lagoa,

hoje aterrada. O curso d’água possui uma extensão aproximada de 21 km, até a sua

desembocadura, no Oceano Atlântico, entre a Ponta de Campina e o Bessa, no Maceió do Jardim

América, hoje Intermares. Seus principais afluentes são: o Timbó, pela margem direita, e o

Riacho dos Macacos na margem esquerda, hoje desaparecido em razão da expansão do bairro da

Torre e de parte do bairro de Jaguaribe. Pequenos córregos e drenos completam o sistema de

drenagem . O Rio Jaguaribe é alimentado por várias fontes e ressurgências situadas entre o seu

curso superior e o lago de barragem da reserva florestal do buraquinho (hoje Jardim Botânico

Benjamim Maranhão).” (MELO 2001 s.p.).

Estas agressões fizeram com que este rio que era um principal virasse um afluente do

Paraíba, e ficou com alguns resquícios de antigos estuários no decorrer da zona litorânea de João

pessoa, o que demonstra a busca pela sobrevivência em forma de tentativa de adaptação com o

meio, atualmente seu estuário localiza-se no município de Cabedelo, porém ele não possui muita

força, ou seja, apresenta a negentropia também conhecida como energia negativa.

A negentropia é classificada por Katz e Kahn como um processo ao quais as formas

organizadas tendem a entrar em exaustão, desorganização e no fim a morte, O Rio Jaguaribe não

consegue chegar até seu destino final: o mar, e neste caso a força eólica que chega a ser um F4

Page 72: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

73

(onde de acordo com Beaufort é um vento moderado entre 5,1 a 7,2 m/s onde levanta poeira ver

figura 56), essa força é maior que a ação erosiva do rio.

Figura 56- Erosão eólica no atual estuário do rio Jaguaribe

Data: 01 de Março de 2012

Foto: Paulo Rosa

A ação eólica ocasiona uma deposição sedimentar no estuário, causando assim o

impedimento do desaguamento do rio no mar, onde este fica por muito tempo retido, causando

desconforto e mau cheiro no local, fazendo com que a população abra o caminho para passagem

das águas para o mar.(ver figuras. 57 e 58).

Figura 57 atual estuário do rio Jaguaribe - Bessa

Data: 01 Março 2012

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Figura 58 atual estuário do rio Jaguaribe fechado

pela ação eólica

Data: 10 Março 2012

Foto: Paulo Rosa

Page 73: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

74

É uma área vulnerável a inundações devido a grande precipitação. Os locais que são

constatados esses acontecimentos são as que foram significativamente alterados para ocupação

humana. A maioria delas estão situadas em áreas ribeirinhas ou antigos canal do rio, porém é

uma área sujeita a ocorrência a desastres naturais.e a maior influencia seria a topografia propícia

para eventos como enchentes e alagamentos podemos ver na figra 60 o curso do Rio Jaguaribe.

Figura 59- Curso do Rio Jaguaribe

Fonte: Google earth

As lagunas (figura

60) são terrenos

rebaixados que contém

acumulo de água salobra

e que por se localizar na

borda litorânea sofrem

com a influencia das

marés mais altas. No

litoral paraibano

podemos destacar a

laguna da planície fluvio- marinha da Barra de Jacarapé (ver figura 60). Esta laguna está na foz

do rio Jacarapé onde juntamente com a ação eólica, fluvial e marinha, causa um aumento no

acumulo sedimentar no local construindo assim uma barra que represa a laguna ao qual o mar

Figura 60-Laguna Jacarapé

Fonte: Google earth

Page 74: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

75

invade em períodos de preamar. Cabe resaltar a diferença entre lagunas e lagoa costeira esta

mencionada no item 2.2.

4.3-. Rias

Existem muitos tipos de costas, que são originados por diferentes eventos, a costa

litorânea e formada pela sedimentação trazida pelos rios e também pela ação marinha, existem as

costas vulcânicas, em Deltas, mas entre estes cabe destacar as costas formadas por rias.

Rias são entradas costeiras formadas por vales fluviais que foram imersas e erosionadas

através da ação dos rios e estas também foram invadidas pela ação marinha, elas formam ilhas

próximas as largas desembocadura dos rios, estas que foram os picos dos montes pré-existentes,

elas estão principalmente expostas em litorais que são recortados a citar como exemplo o estado

paraibano onde a foz dos grandes rios são rias (ver figuras. 61 e 62)

Figuras 61- foz do rio Paraíba no Município de Cabedelo

Fonte: Google earth

Figuras 62-. Foz do rio Goiana limite entre os estados

da Paraíba e Pernambuco

Fonte: Google earth

Na costa Paraibana. Podemos identificar as principais rias que são no sentido norte-sul:

Foz do rio Camaratuba no município de Mataraca, foz do rio Mamanguape no município de Rio

Tinto, Foz do rio Paraíba no Município de Cabedelo e foz do Rio Goiana no município de

Pitimbu.

As rias podem ser altas, baixas ou relativamente acidentadas a Paraíba e composta por

rias baixas, estes que foram vales imersos e que ao longo do tempo ficaram submerso pela unção

Page 75: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

76

da ação marinha e fluvial provavelmente num período pós-glaciação, e formaram ilhas e flechas

litorâneas que se formaram com a deriva litorânea que transportavam sedimentos paralelos à

costa.

4.4- Recifes

Recife é segundo GUERRA formações geralmente litorânea que aparecem próximos a

costa, eles podem ser de arenito ou de corais. Estes apresentam uma grande importância na

morfologia litorânea, pois interceptam o impacto das ondas, mas é um grave problema para as

navegações.

Os recifes do litoral paraibano são em sua maioria de arenito (ver figura 63) estes

resultantes da consolidação de antigas praias, e são do tipo arenítico, ou seja, situado próximo a

costa. Segundo GUERRA resultam da cimentação de antigas praias isto é, dos grãos de quartzo e

Distingue dos recifes de corais que são acumulação dos corais em rochas.

Figura 63 recifes de arenito Local: Praia do Cabo Branco JP

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro. Data: 19/03/2011

Na Paraíba os recifes estão distribuídos ao longo o litoral, a maioria são de arenito e

poucos são os coralígenos, um exemplo de recifes que contem corais é a mais conhecida

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77

Picãozinho, picãozinho é um recife arenítico onde sua formação foi iniciada devido aos corais

que vão se acumulando e crescendo ao redor e fixando na rocha esta que fica submersa nas

preamares e é um dos principais pontos turísticos quando esta surge no período de baixa-mar

(ver fig 64).

Figura 64- Picãozinho

Fonte:

http://joaopessoaturismo.blogspot.com.br/2010/04/piscinas-

naturais-de-picaozinho.html

Figura 65 - Fragmentos de recifes no litoral

Praia do cabo branco data:25/Nov./2011

Foto : Francicléa Avelino Ribeiro

Os recifes estão sendo também destruídos não apenas pelo homem por causa da

navegação, mas pela força das ondas (ver figura 65) na praia do Cabo Branco foram encontrados

fragmentos de arenito provenientes dos recifes. Provavelmente essa situação ocorreu devido a

grande força das ondas geradas pelo vento nessa época o que se não houvesse os recifes a

degradação ocorreria em maior intensidade no litoral.

Page 77: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

78

4.5- Praias: áreas de riscos a desastres ambientais

As praias (figura 66) são

Segundo Guerra (1980) depósitos

de areia acumuladas devido os

agentes fluviais ou marinhos,

estas, porém podem variar de

acordo com a granulometria

resultado da dinâmica que ocorre

no sistema praial. As praias

servem como proteção da ação

erosiva ocasionada pelas ondas.em

áreas urbanizadas.

As praias do litoral

Paraibano são bastante frequentadas por turistas e pelos moradores, além de servir como

economia para algumas famílias, este sistema sofre transformações devido a sua dinâmica

ocasionadas pela ação eólica, marinhas, pluvial, fluvial. Por se tratar de uma planície é uma área

vulnerável, onde ocorrem processos de erosão.

As formas do relevo costeiro podem resultar da ação erosiva como também da sua

deposição, esta ocasionada por diversos elementos como o nível da maré, ação das ondas,

direção das correntes, ação dos ventos, e a ação antrópica causam interferências na dinâmica

sedimentar.

As areias das praias litorâneas são geralmente originárias dos rios que erodem as rochas e

transportam seus fragmentos até o litoral, onde o mar encarrega-se de distribuí-los pela costa.

Pode-se também encontrar praias formadas por conchas ou outros materiais, bastando que

tenham um tamanho, densidade e quantidade suficientes para tanto.

O sistema praial é dinâmico, portanto não é padronizado em todas as localidades, este é

caracterizado por falésias, dunas e bermas que estão localizados no pós-praia, o estirancio que

compreende a área entre a Preamar e a baixamar e é onde ocorre a ação mais ativa da dinâmica

sedimentar, a face praial localiza-se entre a o nível da maré baixa de sizígia até o limite da ação

Figura 66- Praia da Penha PB

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Page 78: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

79

das ondas, a zona de Surfe se estende desde a formação da linha de arrebentação ate a ultima

quebra.

Os Bermas (figura. 67) formam- se na região pós-praia devido a deposição de

sedimentos, onde este encontra-se em constante dinâmica devido a ação das ondas nas marés de

sizígia ou metereológicas.

Figura 67- Berma Praia do Cabo Branco

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Data:04/06/2011

As “Dunas costeiras se formam em locais em que a velocidade do vento e a

disponibilidade de areias praiais de granulometria fina são adequadas para o transporte eólico”.

(GUERRA E CUNHA, 1994. pag.298). Podemos encontrar dunas protegidas por vegetação na

praia do cabo Branco onde estas segundo Strahler e Strahler (1989) são dunas inativas, por

estarem fixadas pela vegetação. Devido ao balanço sedimentar causado pelas forças exógenas

gera-se a configuração litorânea tornando-se assim praias com enseadas, baias, cúspides, ou até

mesmo retilíneas, porém essas configurações em nosso litoral podem ser modificadas caso haja

qualquer tipo de alteração sendo ela natural ou antrópica em qualquer elemento que colabore

para o desenvolvimento da costa.

A erosão costeira é um processo que ocorre na linha de costa que decorre do balanço

sedimentar negativo, nas praias há períodos de acresção e erosão dependendo do tempo e

período, na época de verão há acresção sedimentar e no inverno a erosão, porém os elementos

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80

deste sistema estão sempre acrescentando e retirando-os e que há épocas em que há mais

deposição do que retirada do mesmo ( figura 68).

Figura 68 - compartimentação morfológica praial em Cabo Branco,

Data: 02/04/2011.

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

4.5.1- Aspecto morfodinâmico – Perfis praiais

O perfil transversal de uma praia varia de acordo com o ganho e a perca de sedimentos,

que pode ocorrer de acordo com os parâmetros climáticos, oceanográficos e até mesmo a

exaustão das forças supridoras. Com estes parâmetros podemos observar situações de

engordamento (período de tempo bom) e erosão (época de tempestade).

Durante uma translação foi obsevada a dinâmica morfológica no pós-praia e limite

inferior da face de praia, na enseada do Cabo Branco, onde esta é uma praia bastante frequentada

pela população e que ao longo dos anos vem sendo notada uma diferença em sua fisiografia, o

que despertou o interesse pela área. Com a análise de dados disponibilizados pelo INMET-

Instituto Nacional de Metereologia, e dados fornecidos pela tabua de maré da Marinha do Brasil,

tivemos os parâmetros climáticos e oceanográficos para a interpretação dos perfis topográficos

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81

transversais feitos em campo com nível topográfico e régua graduada de cinco metros. (ver

figura 69)

Figura 69- local : Leitura praial no Busto de Tamandaré

Foto: Fransuelda Vieira

Estes perfis foram feitos de forma sistemática iniciando em 19 Março de 2011 sempre

nos períodos de Lua Cheia e Lua Nova onde nestas é onde ocorre uma grande variação no nível

da maré, e sempre no período de baixa-mar. E estes perfis estão localizados em quatro pontos: o

Perfil 1 no Busto de Tamandaré, Perfil 2 em frente ao Hotel Tropical duas quadras antes do

Hotel Íbis, Perfil 3 em Frente ao Hotel Green Sunset e o Perfil 4 na praia do seixas ( ver figura

70 ).

No Busto de Tamandaré (coordenadas 7° 7’ 11” LS e 34° 49’ 25” LW) o pós praia é o

maior apresentando 91,53m localiza-se próximo ao hotel Íbis (coordenadas 7° 8’32” LS e 34°

48’ 51” LW) onde seu pós praia apresenta 36,65 m, e o terceiro ponto localiza-se próximo ao

Hotel Green Sunset (coordenadas 7° 8’ 37” LS e 34° 48’ 45” LW) apresentando 29,35 m, e o

quarto ponto na praia do seixas (coordenadas7°09’31.63” LS, 34° 47’ 39.25” LW ) este que não foi

medido o pós praia devido a falta de aceso ao mesmo por conta das dunas estacionarias.

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82

Figura 70-. Localização dos perfis

Fonte: Google earth

As praias destacadas foram escolhidas por ser ao longo dos anos notados uma diferença

em suas feições, onde observa-se um acréscimo em um lugar e decréscimo em outro notando-se

assim sinais de erosão, onde são consideradas áreas vulneráveis a riscos a desastres.

Foi observado o comportamento das praias nos meses correspondentes aos solstícios e

equinócios nas fazes da maré de sizígia nas Luas Cheias e Lua Nova correspondente as maiores

marés.

Para entendermos a dinâmica que está ocorrendo nesta enseada foi consultado os

parâmetros climáticos e oceanográficos para analisar os perfis. Seguindo o sentido das correntes

litorâneas na Paraíba que são sentido sul-norte, direção eólica predominante estes também

responsáveis pelo transporte e deposição sedimentar.

Para realização dos perfis foram estabelecidos limites, ou seja, uma distancia para cada

ponto indo em direção ao nível da maré, partindo da estação (E0) localizado no pós-praia, o

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83

primeiro ponto refere-se ao berma ao qual.foi observado seu comportamento e é através deles

que observamos os primeiros sinais de deposição e erosão na praia.

No sentido sul-norte iniciamos nossa análise com o perfil 4 localizado na praia do seixas

esta que apresenta um déficit maior de sedimentos.(Figura 71)

Figura 71: Praia do seixas

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro. Data: 03 julho de 2011

Figura 72. Perfil praial 4. Coordenadas7°09’31.63” LS, 34° 47’ 39.25” LW

Local : Praia do Seixas

No local nota-se a ausência do berma o que representa índices de erosão sedimentar. Na

figura 72 observa-se que durante o mês de julho efetuou-se o primeiro perfil na área o que nos

serviu de parâmetro para comparação com os outros, este mês é o período onde ocorrem as

maiores marés de sizígia durante a lua nova, observamos um déficit sedimentar onde que nos

períodos do mês de Setembro ocorreu um aumento de 40 cm no aporte e que durante o ciclo da

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84

translação observamos que durante o mês de maio de 2012 o perfil do estirancio encontra-se

quase em mesmo nível do mês de julho o que se subentende que há uma perca considerável de

sedimentos ao longo dos anos o que explica os fatos registrados e apontados no local de grande

perca sedimentar causada não apenas pela maré (ver figura 73) mas também pela ação eólica, ao

qual constatou-se através de um anemômetro digital que em dias de tempo bom a velocidade

chega 8.0 m/s e sua direção predominante é sudeste .

Figura 73 - Praia do Seixas, local onde foi efetuado o perfil

Data: 08 de março de 2012 maré 2.7 lua cheia

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Seguindo em direção Norte chegamos a uma área de sotavento após a falésia do Cabo

Branco ponto identificado como perfil 3 em frente ao hotel Green Sunset.( figura 84)

Figura 74 perfil hotel Green

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Data:25/01/2012

Page 84: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

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Figura 75- perfil Praial 3, coordenadas 7° 8’ 37” LS e 34° 48’ 45” LW.

Local: em frente ao hotel Green Sunset

No perfil 3 (figura 75)constata-se a presença do berma o que representa uma deposição

sedimentar no local proveniente do transporte das correntes litorâneas que trazem do seixas , mas

neste local nota-se uma variação na feição no decorrer da translação , em Março de 2011 a praia

encontra-se íngreme sem a presença do berma este é o período do equinócio de outono onde há

um aumento na velocidade eólica, em Março de 2012 houve uma diferença de 26,50 cm de

déficit sedimentar no correspondente ao p2 localizado a 8,94 m de distancia do E0. O período de

maior acresção sedimentar é no equinócio de primavera mês de setembro e o período de maior

erosão é em abril onde em relação a março de 2012 apresentou um déficit sedimentar no p5

correspondente a 28,75 m de distancia do E0 de 70 cm. Nota-se que é no período de solstício de

Verão e Inverno que começam a ocorrer as

maiores transformações na feição com o

estado da praia íngreme e com sua dinâmica

de ganho e perca sedimentar, sendo estes

resultados notados mais precisamente nos

equinócios de Outono e Primavera.

O perfil 2 ( figura 86) localiza-se a

220 metros do perfil 3 próximo ao hotel Íbis

( figura 76) , nota-se através dos perfis

(figura 77) que o mês de junho foi o que

ocorreu maior erosão sedimentar .

Em Março de 2012 ocorreu uma

Figura 76. Perfil 2 próximo ao hotel íbis praia do

Cabo Branco.

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Page 85: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

86

acresção decorrente do transporte trazido do ponto anterior. Fazendo uma comparação entre

Março de 2011 e Março de 2012 nota-se que ocorreu uma acresção sedimentar no local.

Figura 77- Perfil praial 2 , coordenadas 7° 8’32” LS e 34° 48’ 51” LW

Local: próximo ao hotel íbis

O Busto de Tamandaré

(figura 88) representado pelo perfil 1

(figura 79) é o que apresenta o

menor estirancio com 22,73 metros

de comprimento porem é o que

apresenta o maior pós praia

A dinâmica ocorrida no local

é mais para acresção sedimentar,

onde os dados coletados

apresentaram acresção de 46 cm do

p1 correspondente a 7,53 metros de

distancia do E0, porém nota-se a mesma dinâmica de erosão e acresção nos diferentes momentos

de equinócio e solstício encontrados nos outros perfis.

Figura 79 -Perfil praial 1. Coordenadas 7° 7’ 11” LS e 34° 49’ 25” LW

Local : Busto de Tamandaré

Figura. 78- Local do perfil 1 Busto de Tamandaré

Data: 31/03/2011

Foto: Francicléa Avelino Ribeiro

Page 86: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

87

Com a sobreposição dos perfis fica mais nítida a ocorrência do que se vem ao longo dos

tempos sendo observadas: um estreitamento continental nos últimos perfis correspondentes ao

perfil 4 e 3 e uma acresção nos dois primeiros pontos, o que significa ser um local com maior

chances de ocorrência de desastres por causa do déficit sedimentar Como inundação, avanço

marinho e possivelmente o desaparecimento desta própria linha de costa.

Faz-se necessário obedecer ao limite estabelecido pelo decreto de linha da preamar média

do ano de 1831 o que segundo Dieter Muehe “o limite de 33m dos terrenos de marinha, medidos,

em direção à retroterra, além de ser de difícil determinação”, frequentemente não ultrapassa a

largura da berma de praias mais largas. Porém de acordo com o Art. 23 da lei n. 7.661, de 16 de

maio de 1988 resalta que os limites da orla marítima ficam estabelecidos de acordo com o

seguinte critério:

II - terrestre: cinquenta metros em áreas urbanizadas ou duzentos

metros em áreas não urbanizadas, demarcados na direção do

continente a partir da linha de preamar ou do limite final de

ecossistemas, tais como as caracterizadas por feições de praias,

dunas, áreas de escarpas, falésias, costões rochosos, restingas,

manguezais, marismas, lagunas, estuários, canais ou braços de mar,

quando existentes, onde estão situados os terrenos de marinha e

seus acrescidos.

Page 87: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

88

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o estudo e metodologias utilizadas para a realização do presente trabalho

verificou que a zona costeira Paraibana é dividida em dois grandes compartimentos: os planaltos

e as planícies esta que é constituída pelo que chamamos de unidades geomorfológicas como os

mangues, restingas, cúspides, região estuarina, lagunas, rias, recifes, praias ao qual são áreas

vulneráveis com riscos a desastres naturais, mas que ao mesmo tempo é uma proteção natural se

não forem mal conservadas. É considerado desastres todo evento ou fenômeno que por ventura

aconteça e que prejudica o ser humano.

Os desastres ocorrem porque muitas vezes não é respeitado o limite proposto pela Lei n°

7.661, de 16 de maio de 1988 que indica a distancia para que se iniciem as áreas urbanizadas, a

partir de 50 metros da maior maré de sizígia ou de um ecossistema, nota-se que na maior parte

do litoral paraibano não é respeitado este limite.

O compartimento da planície vem sendo bastante ocupado pela população assim como as

unidades presentes a citar principalmente os mangues que perante a efetuação do trabalho notou-

se que é o mais ameaçado devido aos aterramentos e ao não cumprimento do que determina o

Art. 23 da lei n. 7.661, de 16 de maio de 1988. Os planaltos são as áreas menos vulneráveis.

Os principais desastres que ocorreram na zona costeira Paraibana constatada foram as

inundações e a erosão. Para muitos o fenômeno da erosão não é perceptível por ser algo que

ocorre cautelosamente apenas os frequentadores dos locais percebem a modificação da paisagem

ocorrida nos últimos anos. O que para estes seja apenas o mar que esta avançando em direção ao

continente.

A partir dos perfis topográficos feitos em campo constatou a dinâmica que está ocorrendo

na enseada do Cabo Branco esta por ser a mais conhecida e ser perceptível a diferença em sua

paisagem, onde a praia do seixas que é o primeiro ponto após a falésia do Cabo Branco e em

frente ao hotel Green Sunset estão sofrendo com a erosão esse evento resultado não apenas da

ação marinha, mas o fator principal é a falta de aporte sedimentar que são trazidos pelos rios

estes com deficiência no transporte devido a ação antrópica representada pelas barragens

causando assim um estreitamento e uma diminuição da faixa arenosa fazendo com que haja uma

acresção nos outros locais até a área conhecida como Busto de Tamandaré.

Page 88: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

89

Os períodos de maior erosão ocorreram no equinócio de outono e o de maior acresção no

equinócio de primavera, durante os solstícios a praias permanece em sua dinâmica natural de

ganho e perca, porém o que podemos dizer é que durante este período ela mantém um equilíbrio.

As áreas em que ocorrem grandes avanços constatados do que vamos chamar de

“agressão marinha” estão presentes no litoral sul que são as praias do município de Pitimbu,

praça de iemanjá na praia do Cabo Branco esta registrada não somente a erosão, mas as

inundações costeiras, praia do poço no município de Cabedelo, e Baía da traição no Litoral norte.

Assim foram detectadas que o litoral Paraibano possui áreas vulneráveis a risco a

desastres onde alem dos ecossistemas, a área mais notável são os dois últimos pontos onde foram

elaborados os perfis da enseada do cabo Branco ao qual está havendo déficit sedimentar, o que

causa um avanço marinho e possivelmente o desaparecimento da linha de costa.

Vemos então a importância do conhecimento e descrição das compartimentações

morfológicas para o planejamento e gestão costeira, pois a área exerce forte influencia na

economia e habitações de uma parte da população.

Page 89: A compartimentação da paisagem costeira paraibana apontando áreas de riscos a desastres ambientais

90

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