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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL- CEPTI- CÂNDIDO BORGES CASTELO BRANCO Curso Técnico em Enfermagem PROJETO DE AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO PARA O TRATAMENTO DE FERIDAS

Ambulatório de feridas cepti

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL-

CEPTI- CÂNDIDO BORGES CASTELO BRANCO

Curso Técnico em Enfermagem

PROJETO DE AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO PARA O

TRATAMENTO DE FERIDAS

CAMPO MAIOR - PI2011

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Vivian Nunes Costa

PROJETO DE AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO PARA O

TRATAMENTO DE FERIDAS

Projeto de ambulatório especializado no tratamento de feridas apresentado à SEDUC para obtenção de recursos a fim de melhorar o aprendizado dos alunos do curso Técnico em Enfermagem do Centro Estadual de Educação Profissional Cândido Borges Castelo Branco.

CAMPO MAIOR - PI2011

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................04

2. OBJETIVO...............................................................................................05

3. METODOLOGIA......................................................................................06

4. REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................08

4.1. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS.........................................................08

4.2. CONCEITO DE CURATIVOS................................................................10

4.3. COBERTURAS, SOLUÇÕES E CREMES.............................................11

4.4. PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA EM FERIDAS...................................13

4.5. TÉCNICA DE LIMPEZA DA FERIDA.....................................................14

4.6. TROCA DE CURATIVO NA UBS...........................................................14

4.7. TROCA DE CURATIVO NO DOMICÍLIO...............................................15

5. CONCLUSÃO..........................................................................................17

6. REFERÊNCIAS........................................................................................18

7. ANEXO I...................................................................................................19

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1. INTRODUÇÃO

Cuidar de feridas é um processo dinâmico, complexo e que requer uma

atenção especial principalmente quando se refere a uma lesão crônica. Deve-se

levar em consideração que as feridas crônicas evoluem rapidamente, são refratárias

a diversos tipos de tratamentos e decorrem de condições predisponentes que

impossibilitam a normal cicatrização.

O enfermeiro deve ter uma visão ampla no que se refere ao tratamento de

uma ferida crônica. O papel desse profissional não se resume a apenas execução

dos curativos prescritos pelo médico. O profissional de enfermagem preenche uma

lacuna importante no tratamento de feridas; sua figura é preponderante. É ele quem

executa o curativo diariamente e está em maior contato com o paciente. Por essa

razão, em muitos aspectos sua ação se sobreporá à dos outros componentes da

equipe.

O tratamento de feridas vem sendo tema destacado em diversos setores

profissionais da área de saúde no mundo todo. É uma prática milenar que, nos

primórdios da civilização estava intimamente ligada a costumes e hábitos populares

e, com o desenrolar da história e do desenvolvimento tecnológico, conquistou seu

merecido cunho científico. O que vivenciamos nos dias de hoje, de forma crescente,

são profissionais, instituições, e indústrias se empenhando e buscando a excelência

para proporcionar ao portador de lesões, em especial àquelas de caráter crônico, um

tratamento eficaz, em curto prazo que possam trazer maior conforto e breve retorno

à normalidade de sua vida.

Dentro desse contexto torna-se importante que o enfermeiro realize a

sistematização da assistência de enfermagem a pacientes com feridas crônicas,

contribuindo assim para uma assistência qualificada, facilitando, dessa maneira, a

recuperação do paciente. Dessa forma a implantação de um ambulatório de feridas

proporciona aos alunos do curso Técnico em Enfermagem fixação do aprendizado

quanto às feridas e melhora o atendimento à comunidade adscrita.

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2. OBJETIVO

Implantar um ambulatório para o tratamento de feridas para que os alunos

do curso técnico em enfermagem possam realizar práticas de curativo, sob a

supervisão dos Enfermeiros que trabalham no local.

Paralelamente a isso, propomos protocolo voltado para um cuidado

sistematizado de enfermagem obtendo assim melhores resultados no tratamento de

feridas a padronização de produtos.

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3. METODOLOGIA

Em primeiro lugar, deve- se fazer uma avaliação situacional do perfil dos

pacientes atendidos na unidade básica de saúde próxima ao colégio, a fim de

sistematizar a assistência de enfermagem adequada a cada situação, já que a

unidade básica realizará a referência dos pacientes ao colégio. A partir daí, prever e

prover os recursos humanos e materiais necessários a um atendimento

especializado e individualizado.

Os critérios que serão utilizados:

- Número de usuários;

- Nível sócio-econômico-cultural desses usuários;

- Patologias mais freqüentes;

- Número de pacientes com feridas crônicas;

- Tipos de feridas predominantes;

- Capacidade física e administrativa do serviço para absorção dos casos.

A instituição em questão presta oferecer o curso Técnico em Enfermagem à

comunidade e para melhor aprendizado dos alunos, necessitam da implantação de

um ambulatório de atendimento para feridas, de forma a fixação dos conteúdos e

proporcionar à comunidade um atendimento diferenciado no cuidado em feridas.

No que diz respeito à estrutura física, o colégio possui uma sala que servirá

para realização da sistematização da assistência de enfermagem pelo professor que

acompanhará os alunos, enquanto estes ficarão responsáveis pela realização dos

curativos.

Nessa linha de preocupação, desencadearemos uma série de aulas e

apresentações com temas variados ligados ao tratamento das lesões cutâneas,

inclusive lançando alguns manuais educativos. Para implementar o tratamento

adequado e direcionar os cuidados, serão instituídos alguns impressos de inclusão

e acompanhamento do paciente no serviço.(Em anexo)

Outro fator de importância vital está relacionado ao atendimento ao paciente.

Visando a melhoria e a cura do portador de lesão crônica, concluímos ser

necessário que este se sensibilize e coopere com a terapêutica proposta.

Vários aspectos influenciam na aderência do paciente ao tratamento,

destacamos alguns: confiança nos profissionais, condições de transporte e acesso,

apoio da família ou conhecidos, facilitação na obtenção do material a ser utilizado

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nas trocas dos curativos, orientação constante e adequada ao paciente e familiares,

entre outros.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

Para melhor aprendizado dos alunos são necessárias aulas práticas sobre

as diversas temáticas propostas. O cuidado ao paciente portador de feridas é algo

dinâmico, pois o mesmo pode apresentá-la de diversos tipos, sua aceitação e

cuidados com a mesma, sendo esta porta de entrada para microorganismos

causadores de infecções. A fim de sistematizar o cuidado e proporcionar aos alunos

um contato prévio com os pacientes e as feridas se propõe a implantação de um

ambulatório de feridas.

As feridas são modificações da pele ocasionadas por: traumas, processos

inflamatórios, degenerativos, circulatórios, por distúrbios do metabolismo ou por

defeito de formação. É o rompimento da estrutura e do funcionamento da estrutura

anatômica normal, resultante de um processo patológico que se iniciou interna ou

externamente no(s) órgão(s) envolvido(s). Assim, as células envolvidas nesta ferida

tendem a se regenerar para voltar à sua estrutura e função normal.

4.1. CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS:

As feridas podem ser classificadas pela origem ou pelo tipo do agente

causal, analisando o grau de contaminação, onde este terá importante papel, pois

orientará no tratamento com antibióticos, pelo tempo de traumatismo, pela

profundidade das lesões.

Feridas do tipo agudas são mais fáceis de tratar, pois estas respondem ao

tratamento e cicatrizam sem maiores complicações, já as feridas crônicas não

respondem tão facilmente aos tratamentos, estas duram mais ou necessitam de

recidivas freqüentes.

4.1.1. QUANTO À ORIGEM:

As feridas podem ser originadas através de um trauma causado por um

objeto afiado ou a um golpe, por incisão cirúrgica, punção venosa, ferida de tiro,

caracterizando uma ferida aberta. Já a ferida fechada é obtida através de uma lesão

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sem que tenha havido corte, obtida através de torções, fraturas óssea, órgão

visceral rasgado.

A queimadura é uma ferida de origem acidental, ocorre em condições não

estéreis, sendo esta não intencional. Tiros e facadas podem ou não ser intencionais,

que também são obtidas sem assepsia. Já as feridas intencionais são provenientes

de incisões cirúrgicas ou introdução de agulha em uma parte do corpo, porém e feita

sob técnicas assépticas.

Existe a ferida resultante de pancadas, onde esta é dolorosa por causa da

exposição dos nervos superficiais, torna-se mais grave se um órgão interno for

atingido, podendo haver sangramento nos tecidos subjacentes e formação de

hematoma.

4.1.2. QUANTO AO GRAU DE CONTAMINAÇÃO:

As feridas podem ser classificadas como Limpas, ou seja, são as produzidas

em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos sistemas como o digestório,

respiratório e geniturinário. A probabilidade da infecção da ferida é baixa, em torno

de 1 a 5%; Limpas, porém contaminadas, que são conhecidas como potencialmente

contaminadas; nelas há contaminação grosseira, por exemplo, nos ocasionados por

faca de cozinha, tiros ou nas situações cirúrgicas em que houve abertura dos

sistemas contaminados. O risco de infecção é de 3 a 11%; Contaminadas, que há

reação inflamatória; são as que tiveram contato com material como terra, fezes, etc.

Também são consideradas contaminadas aquelas em que já se passaram seis

horas após o ato que resultou na ferida. O risco de infecção da ferida já atinge 10 a

17%; e as Infectadas, que apresentam nitidamente sinais de infecção.

4.1.3. QUANTO À APARÊNCIA:

As feridas abertas que cicatrizam por segunda intenção podem ser

classificadas segundo a aparência em:

- Necrótica: Presença de placa necrótica dura (escaras) ou tecido necrosado;

- Infectada: Presença de processo inflamatório e exsudação supurativa;

- Com crosta: Exsudação que se modificou, composta de células mortas, retardam a

cicatrização;

- Granulada: Formação de tecido vascular novo (angiogênese) e matriz de colágeno;

- Epitelizada: Formação e migração de células epiteliais sobre uma superfície

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durante o processo de cicatrização.

4.1.4. QUANTO À COR:

Podem ser classificadas quanto à cor da ferida, ou seja, as vermelhas são

feridas crônicas em cicatrização, em que predomina o tecido de granulação e novo

epitélio; e o tratamento é promover um ambiente úmido, proteger os tecidos

neoformados e prevenir a infecção. As amarelas apresentam exsudato fibroso e

seus tecidos são moles, desvitalizados; podem estar colonizados, o que favorece a

instalação de infecção. Então, deve-se identificar se há colonização ou não, e no

caso de infecção deve-se promover o desbridamento dos tecidos desvitalizando e

estancar a infecção, preferencialmente por meio de terapia sistêmica. As pretas

apresentam necrose tecidual, com desnaturação e aumento de fibras colágenas e

conseqüente formação de escaras espessas, cuja coloração pode variar entre

castanho, marrom e preto. Devido à presença do tecido necrótico, o objetivo é

remover o tecido necrosado com a máxima brevidade, por meio do desbridamento.

4.1.5. QUANTO AO TIPO DE SECREÇÃO:

O transudato é um líquido que extravasa dos vasos é pobre em proteínas e

derivados celulares; O exsudato é um material fluido que extravasa dos vasos,

resultante de um processo inflamatório, é rico em proteínas derivadas celulares; O

exsudato caseoso é originado do soro sangüíneo ou secreções serosas da cavidade

peritoneal, pleural, pericárdica; O exsudato sanguinolento é derivado de lesões com

ruptura de vasos ou diapedese de hemácias; O exsudato supurativo é composto por

leucócitos e proteínas produzidas por processo inflamatório asséptico ou séptico; o

exsudato fibrinoso provém da passagem de proteínas plasmáticas pela parede do

vaso; A fibrina é uma proteína insolúvel, se forma durante o processo de

coagulação. Na ferida, apresenta-se aderida aos tecidos e tem cor esbranquiçada ou

amarela; e pode estar na secreção, relacionado a padrões mistos, ou seja,

serossanguinolento, seropurulento, serofibrinoso, fibrinopurulento. Podemos analisar

a coloração desta secreção, podendo ser esbranquiçada, amarelada, esverdeadas,

achocolatadas; ainda podem ser as secreções, derivadas de fístulas, podendo ser

biliar, entérica, pancreática, fecalóide.

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4.2. CONCEITO DE CURATIVOS

É o meio terapêutico que consiste na aplicação de uma cobertura estéril

sobre uma ferida previamente limpa. Tem como objetivo promover cicatrização (por

meio de técnica asséptica), prevenir a contaminação, e eliminar fatores negativos

que possa retardá-lo.

Por tanto, deve-se fazer limpeza da lesão, promover hemostasia, ou seja,

estancar o sangue, proporcionar um ambiente adequado à cicatrização da ferida,

absorver a drenagem para proteger a pele adjacente, proteger a ferida contra

contaminação e traumatismo mecânico, promover conforto físico e mental ao

paciente.

4.3. INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES DE COBERTURAS, SOLUÇÕES E

CREMES:

4.3.1. CREME DE SULFADIAZINA DE PRATA + NITRATO DE CERIUM:

- Anti-séptico;

- Composição: sulfadiazina de prata micronizada e nitrato cerium hexahidratado;

- Ações: eficaz contra uma grande variedade de microrganismos, tais como:

bactérias gram-negativas, fungos, protozoários e alguns vírus; reepitelizante;

promove melhor leito de enxertia e ação imunomoduladora;

- Indicação: tratamento de queimaduras, e feridas que não evoluem com coberturas

oclusivas e feridas extensas (com área superior à 350 cm²);

- Contra-indicação: presença de hipersensibilidade aos componentes;

- Reações adversas: disfunção renal ou hepática, leucopenia transitória, raríssimos

casos de hiposmolaridade, raríssimos episódios de aumento da sensibilidade a luz

solar;

- Troca com período máximo de 24 horas.

4.3.2. POLIVINILPIRROLIDONA-IODO (PVP-I): PVP-I aquoso é um composto

orgânico de iodo, atualmente não indicado para tratamento de feridas, considerando

que não reduz a incidência de infecção nas feridas, não age na presença de

materiais orgânicos e eleva o nível sérico de iodo; PVP-I degermante só deve ser

usado em pele íntegra, com a finalidade de remover sujidade e reduzir a flora

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Page 11: Ambulatório de feridas cepti

transitória e residente, devendo ser retirado após o uso. Tem indicação também na

degermação da pele, mãos, área cirúrgica e procedimentos invasivos; PVP-I

alcoólico é indicado para uso em pele íntegra, após degermação das mãos, com a

finalidade de fazer luva química e demarcar a área operatória, reduzindo a flora da

pele; SF 0,9% é utilizada para limpeza de todos os tipos de feridas e inserção de

cateteres venosos e arteriais, por ser inócua.

4.3.3. PAPAÍNA: Princípio extraído do látex do mamoeiro Carica papaia.

- Constituintes químicos: O látex é composto por enzimas proteolíticas e

peroxidases: Papaína, Quimiopapaína A e B, Papayapeptidase;

- Tem ação como desbridante químico, facilitando o processo cicatricial;

- Tem ações bacteriostáticas, bactericidas e antiinflamatórias;

- Proporciona alinhamento das fibras de colágeno, promovendo crescimento tecidual

uniforme;

- Age como desbridante químico e facilitador do processo cicatricial. Em ulcerações

e feridas onde há presença de tecido necrosado. Como coadjuvante da

antibioticoterapia sistêmica de feridas infectadas. Na presença de tecido de

granulação a concentração deverá ser de 2% incorporado a uma base cremosa;

- Na presença de necrose de liquefação a ferida deverá ser lavada em jatos com

solução de papaína de 4 a 6% diluída em solução fisiológica. Na presença de

necrose de coagulação na concentração de 8 a 10%, após efetuar a Escarectomia.

4.3.4. ÓLEO DE GIRASSOL + ÓLEO DE COPAÍBA A 7%:

É composto por Óleo de girassol: Ácidos graxos essenciais (ácido linoléico),

triacilgliceróis, ácidos insaturados ( ácido linolênico, ácido caprílico, ácido cáprico,

vitamina A, E).

- Óleo de Copaíba: Sesquiterpenos (β-Bisaboleno, β-Cariofileno, humuleno, entre

outros), taninos e ácido copálico;

- As principais ações do óleo de copaíba são como antiinflamatório, tanto no uso

tópico como no uso sistêmico e cicatrizante;

- O Óleo de girassol por sua vez promove a quimiotaxia (atração de leucócitos) e

angiogênese (formação de novos vasos sangüíneos), mantém o meio úmido e

acelera o processo de granulação tecidual favorecendo assim a cicatrização;

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- É indicado em feridas em fase proliferativa com exsudato, úlceras abertas com ou

sem inflamação. Deve ser aplicado no local após assepsia, 1 a 2 vezes ao dia;

- É contra-indicado em casos de hipersensibilidade ao produto.

4.4. PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA PARA PORTADORES DE FERIDA:

- Desprezar o curativo retirado juntamente com as luvas no lixo;

- Calçar nova luva de procedimento;

- Irrigar o leito da ferida exaustivamente com o jato de soro numa distância em torno

de 20 cm até a retirada de toda a sujidade;

- Fazer limpeza mecânica (manual) da pele ao redor da lesão com gaze umedecida

em SF 0,9%. Em caso de sujidade pode-se associar sabão líquido hospitalar;

Obs.: Quando necessário, utilizar espátula de madeira e tesouras estéreis avulsas

(depende do procedimento). Não secar o leito da ferida.

- Aplicar a cobertura escolhida conforme a prescrição do enfermeiro ou médico

(calçar luvas cirúrgicas quando a cobertura demandar);

- Passar hidratante na pele íntegra adjacente à lesão, quando necessário, sempre

após colocação de coberturas;

- Fazer uso da cobertura secundária, se alginato de cálcio ou carvão ativado;

- Enfaixar os membros em sentido distal-proximal, da esquerda para a direita, com o

rolo de atadura voltado para cima. Em caso de abdômen utilizar a técnica em z (em

jaqueta com atadura de crepom de 20 ou 25 cm);

- Fazer o enfaixamento compressivo em caso de úlcera venosa;

- Registrar a evolução no prontuário e na ficha de Registro de Avaliação da Lesão;

- Desprezar o frasco com resto de soro no final do dia;

- Promover limpeza dos instrumentais utilizados conforme o Manual de Esterilização;

- Realizar a limpeza e organizar a sala de curativo.

RESSALVAS:

- Se utilizar pinças ou tesouras, o instrumental deve ser colocado dentro de um

recipiente com água e sabão enzimático.

- Se utilizar o tanquinho, deve-se fazer a limpeza e a desinfecção do mesmo, após o

procedimento;

- Retirar o plástico da bacia, de forma que não a contamine, desprezando o mesmo

no lixo;

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Page 13: Ambulatório de feridas cepti

- Se não houver contaminação da bacia, utiliza- la para o próximo curativo,

realizando o mesmo procedimento já citado.

4.5. TÉCNICA DE LIMPEZA DA FERIDA:

Segundo o dicionário da língua portuguesa, limpeza é o ato de tirar

sujidades. Logo, limpeza das feridas, é a remoção do tecido necrótico, da matéria

estranha, do excesso de exsudato, dos resíduos de agentes tópicos e dos

microrganismos existentes nas lesões objetivando a promoção e preservação do

tecido de granulação.

A técnica de limpeza ideal para a ferida é aquela que respeita o tecido de

granulação, preserva o potencial de recuperação, minimiza o risco de trauma e/ou

infecção.

A melhor técnica de limpeza do leito da lesão é a irrigação com jatos de soro

fisiológico a 0,9% morno. A seguir, etapas da técnica de limpeza do soro fisiológico

em jato.

4.6. TROCA DE CURATIVO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE:

Material necessário:

- luvas de procedimento;

- luvas cirúrgicas;

- bacia;

- soro fisiológico 0,9% - 250 ml ou 500 ml;

- agulha 25 x 8 mm (canhão verde);

- saco plástico de lixo (branco);

- lixeira;

- máscara;

- óculos protetores;

- cobertura, creme ou pomadas indicadas;

- gaze dupla, gaze aberta, ou ambas;

- atadura crepom, conforme a necessidade;

- álcool a 70%;

- sabão líquido.

Descrição do Procedimento:

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- Lavagem das mãos;

- Reunir e organizar todo o material que será necessário para realizar o curativo;

- Colocar o paciente em posição confortável e explicar o que será feito;

- Realizar o curativo em local que proporcione uma boa luminosidade e que preserve

a intimidade do paciente;

- Fazer uso do EPI (óculos, máscara, luvas e jaleco branco);

Obs.: Não realizar curativo trajando bermudas, saias e sandálias, para assim evitar

acidentes de trabalho.

- Envolver a bacia com o saco plástico, retirar o ar e dar um nó nas pontas. Depois,

usá-la como anteparo para a realização do curativo;

- Utilizar frasco de soro fisiológico a 0,9%, fazer a desinfecção da parte superior do

frasco com álcool a 70%, e perfurar antes da curvatura superior, com agulha 25 x 8

mm (somente um orifício);

Obs.: O calibre da agulha é inversamente proporcional à pressão obtida pelo jato de

soro.

- Vestir com a luva de procedimento apenas a mão de maior destreza, deixando a

outra livre;

- Retirar a atadura e a cobertura da ferida com a mão vestida com a luva de

procedimento;

- Se na remoção da cobertura e/ou atadura da ferida, os mesmos estiverem bem

aderidos (grudados) na lesão, pegar com a mão que está sem luvas o frasco de soro

fisiológico (furado) e aplicar os jatos, removendo com muita delicadeza, evitando

traumas e assim, retrocessos no processo cicatricial;

4.7. TROCA DE CURATIVO NO DOMICÍLIO:

- Organizar todo o material que será necessário para a realização do curativo no

domicílio;

- Encaminhar-se ao domicílio após agendamento prévio com a família ou cuidador;

Obs.: É de fundamental importância, a presença de um dos familiares ou cuidador

para acompanhar a realização do curativo com o objetivo de prepará-lo para o

procedimento;

- Providenciar um local bem iluminado, confortável e que preserve a intimidade do

paciente durante o atendimento;

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Page 15: Ambulatório de feridas cepti

- Utilizar um recipiente, providenciado pelos familiares, para servir de anteparo

durante a realização do curativo. O mesmo ficará separado e será utilizado apenas

para este procedimento; Quando não for possível, o profissional de saúde deverá

levar uma bacia do Centro de Saúde, sendo que, ao final do curativo, retornará com

a mesma á Unidade de Saúde;

- Lavar as mãos com água e sabão, se não for possível, fazer a anti-sepsia das

mesmas com álcool glicerinado (levar almotolia);

- Colocar o paciente em posição confortável e orientar sobre o procedimento a ser

realizado;

- Fazer uso do EPI (óculos, máscara, luvas e jaleco branco);

- Envolver o recipiente em saco plástico conforme já descrito;

- Realizar procedimento de troca de curativo;

- Retirar o plástico da bacia, de forma que não a contamine, desprezando o mesmo

no lixo;

- Leve um saco de lixo a mais, no qual desprezará as coberturas, gazes e ataduras

sujas e no final do curativo dê um nó e coloque-o dentro do lixo externo da casa (lixo

do domicílio);

- Organizar o local onde foi realizado o curativo e fazer as anotações devidas;

RESSALVAS:

- Proteger pinças e tesouras utilizadas no próprio papel do pacote (Kraft) e depois

colocá-lo dentro da luva de procedimento. Ao chegar na Unidade de Saúde, efetuar

limpeza;

- Proteger o frasco de Soro Fisiológico, com o plástico do mesmo, caso não tenha

sido todo utilizado, e orientar a família a guardá-lo em lugar limpo, seco e fresco por

no máximo 01 semana. Evitar guardá-lo na geladeira para evitar risco de

contaminação dos alimentos.

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Page 16: Ambulatório de feridas cepti

5. CONCLUSÃO

Por meio da implantação deste projeto de ambulatório especializado no

tratamento de feridas para o CEPTI Cândido Borges poderão ser realizadas as

práticas de realização de curativos pelos alunos, permitindo assim a sistematização

da assistência de enfermagem, proporcionando diagnóstico de enfermagem mais

preciso, maior eficácia no tratamento, redução de custos e continuidade precisa no

atendimento ao paciente.

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Page 17: Ambulatório de feridas cepti

6. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS

Mobiliário:

· mesa e cadeira

· armário

· bancos giratórios (altura regulável)

· maca para exame

· Foco de luz

· Bancada para material

. Autoclave

. Lixeira com tampa acionada por pedal

Material

Saboneteira e sabão líquido

Papeleira e papel toalha

Tanque (de preferência em inox) contendo ducha, para limpeza das feridas.

Ataduras

Cuba redonda.

Campo fenestrado

Colagenase

Ácidos Graxos

Papaína

Bisturi

Espátulas de madeira

Papel Kraft

Fita identificadora

Fita zebrada

Almotolias

Agulhas 40 x 12

Pinças Kelly

Pinças Anatômicas

Gaze

Livro Ata (2)

Sulfadiazina de prata

7. REFERÊNCIAS

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Page 18: Ambulatório de feridas cepti

ÍRION, Glenn. Feridas: novas abordagens, manejo clínico e atlas em cores.

Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2005.

SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Enfermagem na Prevenção e Controle de

Infecções Hospitalares. Iátria. 2ª Edição, São Paulo, 2003.

Sites:

http://www.fmt.am.gov.br/manual/curativos.htm

http://www.rrferidas.com

http://www.pbh.gov.br/smsa/biblioteca/protocolos/curativos.pdf

http://www.abenpe.com.br/diversos/sae_tfc.pdf

8. ANEXO I

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Page 19: Ambulatório de feridas cepti

Ficha de Registro de Atendimento à Pessoa Portadora de Ferida

Centro Estadual de Educação de Tempo Integral

Data: _____/_____/______

FICHA DE REGISTRO DE ATENDIMENTO À PESSOA PORTADORA DE

FERIDA

Identificação e perfil sócio-econômico

Nome:

__________________________________________________________________

Prontuário ___________________

Sexo: ________ Data de nascimento: _____/______/_________ Estado

civil:______________ No filhos: _____

Religião: _________________ Cor ( ) amarela ( ) branca ( )indígena ( ) negra ( )

parda (auto-denominação)

Escolaridade: _____________Profissão: ___________________________ Vínculo

empregatício: _______________________

Ocupação atual: ________________________________ Renda familiar: _______

salários mínimos

Habitação: ( )própria ( ) aluguel Saneamento básico: ( ) não ( ) sim No de moradores:

________________________

Endereço:

___________________________________________________________________

__________________________

_____________________________________________________CEP:

____________________ Fone:__________________

Hábitos pessoais

Refeições: No/dia: _____ Preferência alimentar:

______________________________________________________________

Ingesta hídrica: _______ l/dia Sono: ______ h/noite Insônia: ( ) sim ( ) não

Motivo:_________________________

Hábito intestinal: Freqüência: ______ vezes/dia Consistência:_____________ N° de

micções:______ vezes/dia Cor: _______

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Page 20: Ambulatório de feridas cepti

Etilismo: ( ) não ( ) sim Tipo de bebida: __________________ Freqüência:

____________ Ingestão total: ________ ml/dia

Tabagismo: ( ) não ( ) sim No de cigarros/dia:_______ Alergia tópica: ( ) não ( ) sim

Produto:_________________

Anamnese

Doenças atuais ( ) Diabetes Tipo I ( ) Diabetes Tipo II ( ) Drepanocitose ( ) Doença

Neurológica

( ) Câncer ( ) Insuficiência Arterial ( ) Insuficiência Venosa ( ) Hanseníase

( ) Doenças cardiovasculares ( ) Doenças respiratórias ( ) Outras

__________________________________________________________________

Medicamentos em uso:_________________________________________________

Lesão cutânea prévia ( ) não ( ) sim Local: _________________________________

Amputação prévia ( ) não ( )sim Local: ____________________________________

Vacina anti-tetânica: ( ) não ( ) sim Data da última dose ____/____/____

Tempo de existência da(s) ferida(s): _______________ Tratamentos anteriores

da(s) ferida(s): _______________________________________________________

Mobilidade: ( ) deambula ( ) deambula com auxílio ( ) não deambula

Exame físico:

Dados antropométricos

Peso: ______________Kg Altura: _______________m IMC: ____________ Kg/m2

(Referência: <18,5 Kg/m2baixo peso, 18,5 a 24,9 Kg/m2normal, 25,0 a 29,9

Kg/m2sobrepeso, >30 Kg/m2obeso)

Circunferência: MID: Panturrilha ______cm Tornozelo _______cm MIE: Panturrilha

_______cm Tornozelo _______cm

Dados vitais

P. A. ____________mm/Hg Pulso apical: _____________bpm Temperatura axilar:

_________ºC

Pulsos: pedial dorsal – MID ( ) sim ( ) não – MIE ( ) sim ( ) não

poplíteo – MID ( ) sim ( ) não – MIE ( ) sim ( ) não

tibial posterior – MID ( ) sim ( ) não – MIE ( ) sim ( ) não

Exame local

Edema de MMII ( ) ausente ( ) +1/+4 ( ) +2/+4 ( ) +3/+4 ( )+4/+4

Número de feridas: _____ Localização: ____________________________________

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Page 21: Ambulatório de feridas cepti

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Perda tecidual (considerar a ferida mais profunda):

( ) superficial (até derme) ( ) profunda parcial (até subcutâneo) ( ) profunda total

(estruturas mais profundas)

Protocolo de Assistência para Portadores de Ferida

Extensão:

Ferida 01 Ferida 02 Ferida 03 Ferida 04 Ferida 05 Ferida 06 Ferida 07 Ferida 08

Ferida 09

Horizontal (cm)

Vertical (cm)

Área (cm²)

Profundidade (cm)

Presença de tecido necrótico ( ) não ( )sim (média em caso de mais de 01

ferida)_____________%

Sinais de infecção: ( ) não ( ) sim

Quais: ______________________________________________________________

Exsudato: ( ) não ( ) sim

Odor ( ) ausente ( ) discreto ( ) acentuado

Característica ( ) purulento ( ) serosa ( ) sero sanguinolenta ( ) sanguinolenta

Volume ( ) pouco (5 gazes) ( ) moderado (10. gazes) ( ) acentuado (> 10 gazes)

Dor/Escore: ( ) 0-ausente ( ) 1-leve ( ) 2-moderada ( ) 3-intensa

Área peri-ferida: ( ) intacta ( ) macerada ( ) eritema ( ) descamação ( ) prurido ( )

dermatite

Sinais e sintomas locais

( ) Hiperpigmentação ( ) Claudicação ( ) sensibilidade da

extremidade

( ) Mobilidade comprometida

( ) Lipodermatoesclerose ( ) Ausência de pêlos ( ) Anidrose ( ) Proeminências ósseas

salientes

( ) Edema ( ) Cianose ( ) Fissuras ( ) Área de pressão

( ) Linfedema ( ) Pulso débil ( ) Hiperceratose Estadiamento: ______

( ) Varizes ( ) Pulso ausente ( ) Rachaduras Solapamento: ______

( ) Dermatite ( ) Hipotermia ( ) Calos ( ) Incontinência urinária

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Page 22: Ambulatório de feridas cepti

( ) Pele ressecada ( )Edema ( ) Deformidades ( ) Incontinência anal

( ) Outros: especificar__________________________________________________

Hipótese etiológica da ferida:

( ) Úlcera Arterial (arteriosclerótica) ( ) Úlcera microangiopática

( ) Úlcera Venosa (estase) ( ) Úlcera Neurotrófica

( ) Úlcera Mista ( ) Úlcera de pressão

( ) Queimadura ( )Úlcera Anêmica

( ) Outras _______________________________________________________

Resultados de exames laboratoriais:

Hemoglobina _______g/dl (4,0 a 6,2 milhões) Glicose jejum _______mg/dl (ver item

exames complementares)

Leucócitos _________cel./ mm³ (4 a 11 milhões/mm³) Albumina __________g/dl

(3,5 a 5,0 g/dl)

Plaquetas _________/mm³ (150 a 450 milhões/mm³) Cultura com antibiograma:

___________________________________________________________________

Outros:______________________

___________________________________________________________________

________________________________________

Auto-cuidado:

Forma de limpar:______________________________________________________

Material usado: _______________________________________________________

Produtos utilizados: ___________________________________________________

Uso de terapia compressiva: ( ) não ( ) sim Qual?

_____________________________________________

Repouso: ( ) não ( ) sim

Descrever (técnica/tempo): _____________________________________________

Condutas

Tratamento indicado: __________________________________________________

Exames solicitados: ___________________________________________________

Encaminhamentos: ____________________________________________________

Observações:________________________________________________________

Responsável pela consulta (nome/assinatura/data): __________________________

22

Page 23: Ambulatório de feridas cepti

ANEXO II

PRODUTO QUANTIDADE VALOR TOTAL TOTAL GERALarmário 1 unidade 428,6 428,6 10840,33

Autoclave 1 unidade 2.571,48 2571,48agulhas 40 X 12 1 caixa 5 5almotolias 3 unidades 1,9 5,7Ataduras 50 unidades 0,48 24bisturi 1 caixa 14,91 14,91campo fenetrado 1 pacote 38,46 38,46colagenase 2 unidades 16,46 32,92cuba redonda 3 unidades 14,8 44,4Esparadrapo 5 unidades 5,53 27,65espátulas de madeira 2 pacotes 3,16 6,32fita identificadora 5 unidades 4,1 20,5fita zebrada 5 unidades 4,1 20,5gaze 1 pacote 14,18 14,18luvas 5 caixas 20,64 103,2Micropore 2 unidades 3,5papaína 2 unidades 17,14 34,28papel kraft 100 unidades 69,99 6999papel toalha 4 unidades 0Papeleira 1 unidade 0pinças anatômicas 6 unidades 49,92 299,52pinças kelly 6 unidades 20,49 122,94sabão líquido 10 unidades 0Saboneteira

1 unidade 26,77 26,77soro fisiológico 50 unidades 2,06 103sulfadiazina de prata 2 unidades 12,22 24,44

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