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JORNAL DOS JORNALISTAS OUTUBRO 2013 número 363 Mino Carta conta tudo à Comissão da Verdade VIOLÊNCIA Não! Campanha Salarial de Jornais e Revistas entra na reta final Pág 3 SJSP na luta contra as demissões em várias redações Págs 4 e 5 Pág 8 Relações perigosas entre os meios de comunicação e a ditadura Sindicato combate o aumento de agressões a jornalistas em pleno exercício profissional Págs 6 e 7 Pág 9 André Freire

Jornal Unidade nº 363 - Outubro/2013 - SJSP

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Jornal Unidade nº 363 - Outubro/2013 - Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

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Page 1: Jornal Unidade nº 363 - Outubro/2013 - SJSP

JORNAL DOS JORNALISTAS OUTUBRO 2013 número 363

Mino Carta conta tudo à Comissão da Verdade

VIOLÊNCIANão!

Campanha Salarial de Jornais e Revistasentra na reta final

Pág 3

SJSP na luta contra as demissões em várias redações

Págs 4 e 5 Pág 8

Relações perigosas entre os meios de comunicação e a ditadura

Sindicato combate o aumento de agressões a jornalistas em pleno exercício profissional

Págs 6 e 7

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VComissão de Registro e Fiscalização-,Titulares Douglas Amparo Mansur, José Fernan-des da Silva, Vitor Celso Ribeiro da SilvaSuplentes José Aparecido dos Santos e Luigi Bongiovani

Diretores de Base ABCDCarlos Eduardo Bazilevski Aragão, Vil-ma Amaro e Sandra Regina Pereira de Moraes.Bauru Luis Victorelli, Ieda Cristina Borges, Luiz Augusto Teixeira Ribeiro e Rita Cornélio Campinas Kátia Maria Fonseca Dias Pinto, Hugo Arnaldo Gallo Mantellato, Edna Mado-lozzo, Marcos Rodrigues Alves, Djalma dos Santos e Fernanda de Freitas Oeste Paulista Priscila Guidio Bachiega, Geraldo Fer-nandes Gomes e Altino Oliveira Correa Piracicaba Luciana Montenegro Carnevale, Fabri-ce Desmonts da Silva, Paulo Roberto Botão, Poliana Salla Ribeiro, Ubirajara de Toledo, Vanderlei Antonio Zampaulo e Carlos Castro Ribeirão Preto Antonio Claret Gouvea, David Batista Radesca, José Francisco Pimenta, Ro-naldo Augusto Maguetas, Fabio Lopes, Marco Rogério Duarte e Maria Odila Theodoro Netto Santos Edson Domingos Costa Baraçal, Eraldo José dos Santos, Glauco Ramos Braga, Emerson Pereira Chaves, Dirceu Fer-nandes Lopez, Ademir Henrique e Rey-naldo Salgado São José do Rio Preto Harley Pacola, José Luis Lançoni, Sérgio Ricardo do Amaral Sampaio, Cecília Dioní-sio e Marcelo Dias dos Santos Sorocaba Adriane Mendes, Fernando Carlos Silva Guimarães, Aldo Valério da Silva, Emídio Marques e Marcelo Antunes Cau, Vale do Paraíba Jorge Silva, Fernanda Soares Andrade e Vanessa Gomes de Paula.

Rua Rêgo Freitas, 530 - sobreloja CEP 01220-010 - São Paulo - SP * Tel: (11)

3217-6299 - Fax: (11) 3256-7191

Os artigos assinados não refletem necessa-riamente a opinião do jornal ou do Sindicato.

Órgão Oficial do Sindicato dos JornalistasProfissionais no Estado de São Paulo

E-mail: [email protected] site: www.jornalistasp.org.br

EXPEDIENTEDiretora responsável: Lílian Parise (MTb 13.522/SP) Editor: Simão Zygband (MTb 12.474/SP) Diagramação: Rubens M. Ferrari (MTb 27.183/SP) Redação: Ana Paula Carrion (MTb 8842/ RS) e Bárba-ra Barbosa (MTb 60.296/SP) - Foto da capa: Vanessa Carvalho Impressão: Forma Certa Fone (11) 3672-2727 Tiragem: 8.000 exemplares Conselho Editorial: Jaqueline Lemos, Luiz Carlos Ramos, Laurindo Leal Filho (Lalo), Assis Ângelo, Renato Yakabe e Adunias Bispo da Luz.

Diretoria Executiva PresidenteJosé Augusto de Oliveira Camargo Secretário Geral André Luiz Cardoso Freire Secretária de Finanças Cândida Maria Rodrigues Vieira Secretário do Interior e LitoralEdvaldo Antonio de Almeida Secretária de Cultura e Comunicação Lílian Mary Parise Secretária de Relações Sindicais e Sociais Evany Conceição Francheschi Sessa Secretária de Sindicalização Márcia Regina Quintanilha Secretário Jurídico e de Assistência Paulo Leite Moraes Zocchi Secretária de Ação e Formação Sindical Clélia Cardim

Conselho de Diretores Kepler Fidalgo Polamarçuk (adjunto de Sindicalização), Alan Felisberto Rodri-gues (secretário adjunto de Cultura e Comunicação), Luis Lucindo de Azeve-do, Wladimir Francisco de Miranda Filho, Alessandro Giannini, Claudio Luis Oli-veira Soares, Rosemary Nogueira, Fa-biana Caramez (secretária adjunta de In-terior e Litoral) e José Eduardo de Souza (secretário adjunto de Interior e Litoral) Diretores Regionais ABCDPeter Suzano SilvaBauru Ângelo Sottovia Campinas Agildo Nogueira Júnior Piracicaba Martim Vieira FerreiraRibeirão Preto Aureni Faustino de Menezes (secretária adjunta do Interior e Litoral)Santos Carlos Alberto Ratton Ferreira São José do Rio Preto Andréia FuzinelliSorocaba José Antonio Silveira Rosa Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira Fernanda SoaresOeste Paulista Tânia Brandão Conselho Fiscal TitularesSylvio Miceli Jr., James Membribes Ru-bio, Raul Varassin Suplentes, Manuel Alves dos Santos e Karina Fernandes Praça

Comissão de ÉticaDenise Fon, Roland Marinho Sierra, Alcides Rocha, Flávio Tiné, Fernando Jorge, Dr. Lúcio França, Sandra Rehder, Antonio Funari Filho e Padre Antonio Aparecido Pereira

Editorial

A Direção2

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ítimas do regime militar que to-mou conta do Brasil após o golpe de 1964, jornalistas foram assassina-dos, torturados, perseguidos, amea-çados, presos ou banidos do país. As redações em que trabalhavam foram ocupadas por agentes da repressão encarregados da censura prévia que manipulava informação e não ad-mitia diferenças de opinião. A ver-dadeira história da violência contra jornalistas, que arriscaram a vida e encararam a morte na luta pela rede-mocratização no país vem sendo pas-sada a limpo por várias Comissões da Verdade, especialmente a do SJSP.

Passados quase 50 anos do golpe militar, com o Brasil em plena rede-mocratização, uma cena está viran-do rotina nas manifestações de rua: profissionais de imprensa são alvo intencional de spray de pimenta, gás lacrimogêneo e balas de borracha, sofrem agressões verbais e físicas, recebem voz de prisão de policiais truculentos que agem com o aval de governos despreparados para o con-vívio democrático. Em São Paulo, essa é a política adotada pelo gover-nador Geraldo Alckmin (PSDB), que não consegue conter a onda de vio-lência crescente e os altos índices de criminalidade, mas tem uma polícia agressiva contra jornalistas.

Infelizmente, esses fatos não são isolados e a prática truculenta não está restrita às manifestações de rua. Quem se incomoda com o cli-que de uma máquina fotográfica ou com informações de um texto, não hesita em agir com violência. Repór-teres fotográficos sofrem com o des-preparo dos seguranças em eventos públicos, atos políticos e shows ar-tísticos. Até alguns manifestantes e jovens estudantes agridem profis-sionais de imprensa e querem impor censura ao exercício profissional, confundindo os trabalhadores com a linha editorial dos donos dos veí-culos de comunicação.

Enfim, vivemos tempos de bana-

Violência contra jornalistas, atentado à democracia

lização e cultivo da violência exata-mente por quem deveria garantir a segurança de profissionais e cida-dãos. O forte aparato militar que ainda existe no estado de deveria ser urgentemente desmontado e desmilitarizado. Caso contrário, o jornalista, que sempre esteve no olho do furacão na busca de notí-cias, continuará se transformando em alvo fácil.

A Fenaj, em sua Comissão Nacio-nal de Direitos Humanos e Liberda-de de Imprensa, acompanha a situa-ção da violência contra os jornalistas desde 1998, através de relatórios anuais, fazendo uma radiografia da situação brasileira. O próprio SJSP se incumbiu, durante os protestos de junho, em fazer um relatório dos jornalistas feridos e detidos pela PM e agredidos pelos manifestan-tes. Também a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) apontou em levantamento que, de vinte agressões registradas contra jornalistas, 85% foram cometidas pela PM. Em 2012, estudo do Comi-tê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) já apontava que o Brasil ocu-pava o terceiro lugar nas Américas e o 11º no mundo no ranking de im-punidade de crimes praticados con-tra os profissionais de imprensa.

A situação é tão preocupante que, recentemente, a ministra da Secre-taria de Direitos Humanos da Pre-sidência da República reconheceu que os ataques recentes da PM a jornalistas são "resquícios da dita-dura militar".

Mesmo diante de tanta adversidade, os jornalistas de SP têm dado demons-tração de força e unidade. É chegada a hora da reação e da discussão neces-sária para dar um basta aos aparelhos de repressão do Estado que assumem o papel de violadores da liberdade de imprensa e dos direitos humanos. Ver-dadeiro atentado à democracia.

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Campanha Salarial

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O SJSP já assinou a Convenção Cole-tiva dos jornalistas de Jornais e Revis-tas do Interior e Litoral, que aceitaram a proposta negociada na Campanha Sa-larial de 2013.

Por maioria esmagadora os trabalha-dores responderam sim ao plebiscito realizado em 12 cidades do Estado. No total, votaram 495 trabalhadores, dos quais 456 optaram em aceitar a pro-posta (92,12%) e apenas 39 foram con-trários (7,88%).

Os jornalistas que recebem o piso sa-larial terão reajuste de 7,01% em seus vencimentos. O menor salário para os profissionais do Interior e Litoral pas-

Maioria aprova e SJSP assina nova Convençãosa a ser de R$ 1.937,00 (jornada de 5 horas) e R$ 3.099,30 (7 horas).

Já os salários maiores que o piso e que não ultrapassam R$ 6.200,00 foram cor-rigidos pelo INPC (6,95%) e para ganhos acima disso, aumento de 6%.

Aumentos mais expressivos, en-tretanto, foram destinados à PLR, no valor de R$ 860,00 (ou 7,5%), vale re-feição de R$ 8,00 (o SJSP queria que fossem pagos sobre 26 dias e os patrões só aceitam pagá-lo nos dias efetiva-mente trabalhados), cesta básica de R$ 180,00 (o que representa um aumento de 9,09%) e as demais cláusulas econô-micas como Auxílio Creche, Convênio

Médico, Auxílio Funeral, entre outras, reajuste de 6,95%.

A direção do SJSP defendeu a aprova-ção por entender que não havia margem para mais avanços e, que esta beneficia 90% da categoria nas cidades do Interior, Litoral e Grande São Paulo.

O presidente do SJSP, José Augusto Camargo, disse que a proposta não foi a ideal, mas a possível. “Foi uma exaustiva negociação, onde as empresas insistiam em apresentar um quadro negativo, ape-sar dos avanços econômicos dos últimos anos, garantimos a justiça financeira para a grande maioria dos jornalistas do setor”, declarou.

Jornais e Revistas da Capital aprovam índices de reajuste com 82% dos votos

Os jornalistas de Jornais e Revistas da Capital aprova-ram no segundo plebiscito realizado pelo SJSP, a pro-

posta de reajuste de 6,95% para salários até R$11.863,54.

Para os vencimentos entre R$ 11.863,55 e R$ 13.740,00, haverá um valor fixo de R$ 824,51. Para os salários acima de R$ 13.740,00, o reajuste será de 6%.

Com a aprovação da proposta, o piso salarial para 5 horas de trabalho passará a ser de R$ 2.342,40. O reajuste é retroativo à data base da categoria que é 1º de junho. Na mesa de negociação, as empresas se comprometeram a reajustar o acumulado junto com os salários do mês de outubro (ou seja, até o 5º dia útil de novembro). Nessa data, os jornalistas devem receber o salário de outubro reajustado, a diferen-ça de salário dos quatro meses anteriores (junho, julho, agosto e setembro), além da diferença de férias, se foram gozadas neste período.

“A criação da faixa salarial fixa de R$ 824,51 foi uma forma de impedir injustiças, ou seja, que um trabalhador com o salário reajustado em 6,95% passe a ganhar mais do que aquele seu colega que receberá 6%, causando assim distorções no quadro sala-rial. Acima do valor de R$ 13.740,00, o re-ajuste de 6% não ocasiona esse problema”,

disse o presidente do SJSP, José Augusto Camargo (Guto).

“Defendemos até o final a reposição da inflação para todos, mas o índice mínimo de 6% acabou sendo a forma de impedir o reajuste fixo como única forma de cor-reção acima da faixa, o que provocaria um forte achatamento salarial, que as empresas queriam impor”, acrescentou.

A Campanha Salarial iniciada em julho foi marcada pela intransigência patronal que, alegando “baixos lucros”, insistiu na pro-posta de índices abaixo da inflação, ou seja, 6,5%. Só na quarta rodada, eles se renderam aos argumentos do Sindicato e à rejeição da categoria no primeiro plebiscito e concor-daram com o reajuste com base no INPC de 6,95% para mais de 80% dos salários.

No segundo plebiscito, realizado entre 10 e 14 de outubro, votaram 613 trabalha-dores, dos quais 503 pela aprovação (82%) - defendida pela direção do SJSP - e 110 pela rejeição (18%).

Votações expressivasForam cerca de quatro meses de nego-

ciação de uma Campanha Salarial na qual os patrões se mostraram irredutíveis em suas propostas, a maioria delas sempre abaixo da inflação. No primeiro plebiscito, realizado no mês passado, os jornalistas rejeitaram os índices que os empresários apresentaram até então, sempre abaixo de

6,95% para todas as faixas salariais.No último plebiscito da Campanha Sala-

rial há de se destacar a participação expres-siva dos jornalistas. Na Editora Abril, 207 trabalhadores votaram a favor e 19 contra, no jornal Valor Econômico, o sim obteve 60 contra 29 para o não. Também houve bom comparecimento às urnas no Estado de S. Paulo, nas editoras Três e Globo, no Valor Econômico e na Globo CondeNast.

O Sindicato dos Jornalistas Pro-fissionais no Estado de São Paulo (SJSP) discutiu, no final de setem-bro, o plano de Participação nos Lucros e Resultados da empresa, chamado "Superação" com represen-tantes da Editora Abril.

O secretário Jurídico do SJSP, Paulo Zocchi, que participou da reu-nião, apresentou uma proposta de garantia de pagamento mínimo de R$ 1.000,00, caso não fosse atingida a meta de PLR da empresa.

"O Sindicato quer que a cláusula seja estendida aos jornalistas. Os profissionais gráficos da empresa já têm esta garantia no Acordo Coleti-vo. A ideia é que todos trabalhadores tenham um tratamento igualitário por parte da empresa", disse Zocchi.

No final de setembro, o Departa-mento Jurídico do Sindicato enviou ofício à empresa para solicitar a in-corporação da cláusula ao Acordo Coletivo dos jornalistas, propondo a seguinte redação: "Em caso do não atingimento das metas previstas no Superação, a Empresa garantirá ao Empregado o pagamento mínimo de R$ 1.000,00, (hum mil reais) ou o valor estabelecido na Convenção Coletiva a título de multa indeniza-tória pela não efetuação de progra-ma próprio de PLR, caso esse seja maior.” O SJSP ainda aguarda res-posta da empresa

SJSP discute os critérios da PLR na editora Abril

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A direção do SJSP está acom-panhando a transição de administração que acontece nos jornais Diário de S. Paulo

e Bom Dia, antes pertencentes ao grupo Traffic e vendidos recentemente para a Ce-reja Comunicação Digital.

Todos os jornalistas da Rede Bom Dia foram demitidos e cumpriram aviso pré-vio, encerrado no dia 9 de outubro.. Até o fechamento do Unidade, a Cereja não tinha apresentado uma proposta formal de recontratação dos jornalistas.

Numa primeira reunião de negocia-ção com o novo proprietário, o SJSP

Novo proprietário do Diário de SP e Bom Dia tenta precarizar trabalho

assegurou a contratação de todos via CLT. A empresa tinha proposto contra-tação como PJ. Porém, a empresa está resistindo em sentar novamente com o Sindicato para discutir os termos dessa nova contratação.

No dia 7 de outubro, os diretores do SJSP entraram novamente em contato com a direção da Cereja que, desres-peitosamente, afirmou ainda não ter definido quem será o interlocutor da empresa para assuntos sindicais. A en-tidade recorreu, então, ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O SJSP está em contato permanente

com os trabalhadores e está tomando as medidas cabíveis para proteger os empre-gos e os direitos dos jornalistas. “Nós exigi-mos que todos sejam recontratados dentro da lei trabalhista e não como PJ, com carga horária, salário e condições de trabalho adequados. Utilizaremos todos os recursos necessários para garantir o cumprimento da lei”, afirma o secretário de Interior e Li-toral do SJSP, Edvaldo Almeida (Ed).

Indenização de 2,5 saláriosO SJSP assegurou o pagamento de 2,5

salários a todos os jornalistas demitidos do Bom Dia a título de indenização pelo

acordo assinado pela Traffic de estabi-lidade até dezembro. As homologações aconteceram no dia 16 e 17 de outubro na capital para os jornalistas do Bom Dia ABC e Jundiaí e nas respectivas Re-gionais para os jornalistas de Bauru, São José do Rio Preto e Sorocaba. Quanto a “franquia” de Itatiba, o jornal foi fechado e todos os jornalistas demitidos. O pro-prietário queria parcelar as verbas resci-sórias, o que não foi aceito pelo SJSP. As homologações aconteceram no dia 21.

Os sete jornalistas demitidos antes das negociações com o Sindicato terão seis meses de convênio médico.

Teve início no dia 2 de outubro, em Brasília, a Campanha Salarial Unifica-da da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que contou com a participação do presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), José Augusto Camargo (Guto) na mesa de negociação. A data base é 1º de novembro. A reivindicação econômica é de reposição da inflação, mais ganho real de R$ 400 para todos trabalhadores da empresa.

Além das cláusulas sociais de melho-res condições de trabalho e de segurança eles pedem uma atuação específica na or-ganização de trabalho, já que se trata de empresa pública.

Trabalhadores da TV Brasil iniciam campanha salarial unificada

"Esta é a primeira campanha nacional unificada envolvendo os estados de SP, DF, RJ e MA, onde há sedes da EBC. Esta unidade dará um caráter diferenciado e favorável a negociação, que até então, era feita separadamente por setor de Rá-dio e TV de cada região", disse o presi-dente do SJSP.

A negociação unificada é composta pelos sindicatos dos Jornalistas Pro-fissionais no Estado de São Paulo e do Distrito Federal, dos Radialistas de São Paulo, do Distrito Federal e do Rio de Janeiro, além Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicação e Publicidade e da Comissão de Trabalha-dores da EBC.

Assembleia dos trabalhadores na porta da TV Brasil em São Paulo

A direção do SJSP, através da Regional de Sorocaba, realizou negociações com o presidente da TV Comunitária da cidade (TVCOM) e obteve importante vitória para sanar problemas na emissora refe-rentes ao não cumprimento da Conven-ção Coletiva de Trabalho e da legislação trabalhista, como acúmulo de função, indefinição na escala de trabalho, proble-mas com férias vencidas, assédio moral, utilização de estagiário em desacordo com a lei, entre outros.

Nas negociações, a emissora se com-prometeu a regularizar situações como apresentar escala de trabalho do mês seguinte na última semana do mês cor-rente, pagar o adiantamento salarial no dia 20 de cada mês, entregar holerites no prazo e formato determinados pela legis-

Na TVCOM de Sorocaba, jornada de trabalho e direitos são regularizados

lação, acabar com o acúmulo de funções, regularizar a situação do estagiário (que foi contratado de maneira irregular) e implantar o adicional por tempo de ser-viço, como é previsto em lei. O Sindicato também garantiu o pagamento do abono salarial no 5° dia útil de novembro e me-lhorias nas condições de trabalho.

Segundo a diretora adjunta de Inte-rior e Litoral do SJSP, Fabiana Caramez, as conquistas se deveram, sobretudo, à participação dos jornalistas. “Depois de receber as denúncias, efetuamos reuni-ões com os trabalhadores, onde foram apontados os principais problemas. São vitórias que podemos atribuir, não so-mente à ação do SJSP, mas também à determinação e unidade da categoria”, disse.

O SJSP, em conjunto com as outras entidades sindicais que representam os trabalhadores da Imprensa Oficial con-seguiram restabelecer os efeitos da limi-nar que impede a demissão de funcioná-rios, admitidos pelo concurso público de 1995, cuja contratação é contestada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Num processo administrativo que du-rou de 1997 a 2010, no qual nenhum tra-balhador foi ouvido, o TCE considerou ir-regular a atribuição de pontos por títulos do concurso. Os trabalhadores admitidos

Liminar impede demissões na IMESPapenas seguiram as normas do edital.

Os advogados dos sindicatos, incluin-do os do Departamento Jurídico do SJSP, recorreram para manter a ação na Justiça do Trabalho e ao mesmo tempo ingressaram com cautelar solicitando o restabelecimento dos efeitos da liminar, que foi conquistado em 24 de setembro.

Em agosto, o presidente da Imprensa Oficial comunicou que, caso prevaleces-se a posição do TCE, 19 trabalhadores entre os quais duas jornalistas, estariam sob a ameaça de demissão.

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A crise na TV Alesp, que já perdurava por mais de seis meses, acabou tendo uma definição, que se não é a

definitiva, teve a intenção de atenuar o impacto das demissões, previstas desde o final do contrato entre a Assembleia Legislativa de São Paulo e a Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação (Fundac). Todos os traba-lhadores, em um total de 22, estavam em aviso prévio e iriam para a rua com nenhum benefício. Após várias assem-bleias de trabalhadores (que incluiu os radialistas) e diversas negociações, a Fundac, após a decretação de estado de greve pelos trabalhadores, aceitou abrir um Programa de Demissão Voluntária (PDV), que garante o pagamento de dois pisos salariais para os demitidos.

O prazo para adesão ao PDV foi en-cerrado no último dia 16 de outubro, quando onze jornalistas optaram por aderir ao Programa, que prevê ainda 11 meses de manutenção do plano de saúde nas mesmas condições atuais. A direção do Sindicato dos Jornalistas

Em estado de greve, jornalistas da TV Alesp garantem a opção ao PDV

Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) insistirá para que quatro traba-lhadores que foram demitidos antes do início das negociações sejam também incorporados ao PDV.

As negociações com a Fundac foram realizadas pelo presidente da entidade, José Augusto Camargo (Guto) e pela se-

cretária de Relações Sindicais e Sociais, Evany Sessa. Eles acreditam que diante das dificuldades ocorridas durante o des-gastante processo de negociação, a ado-ção do PDV foi a única saída encontrada para atenuar as dispensas. “É primeira vez que um programa desta natureza é implantado como instrumento de res-

sarcimento aos trabalhadores demitidos em uma empresa de comunicação, sem que tenha sido necessário recorrer à Jus-tiça do Trabalho”, destacaram os dirigen-tes do SJSP.

Contrato emergencialHá meses os trabalhadores da TV

Alesp enfrentavam uma situação an-gustiante, fruto do descompasso da presidência da Assembleia Legislati-va, que conduziu de maneira desco-ordenada a licitação para a escolha da produtora que sucederia a Fundac, que em um primeiro momento, foi desqualificada para participar do pro-cesso licitatório. A empresa recorreu à Justiça e, por possuir o menor preço, foi convidada a realizar um contrato emergencial, mas com valores inferio-res aos anteriores. Este foi o principal motivo alegado pela empresa para de-mitir os trabalhadores, quando par-te deles, optou em sair no PDV. Mas o Programa somente foi implantado após os jornalistas decretarem o esta-do de greve.

Assembleia dos trabalhadores da TV Alesp

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eA Comissão de jornalistas da TVT e do

jornal ABCD Maior, com a intermedia-ção do SJSP, conquistou mais benefícios aos 19 trabalhadores demitidos. Os re-presentantes dos dois veículos aceitaram pagar mais cinco meses de vale - refeição e vale- alimentação, além dos três meses de plano de saúde já acertados anterior-mente em negociação.

Dos 19 demitidos, 11 eram da TV e 8 do impresso. Em nota oficial, Valter San-ches, presidente da Fundação Comunica-ção, Cultura e Trabalho, responsável pe-los veículos, declarou que as demissões só ocorreram “após diversas tentativas de encontrar uma alternativa finan-ceira que viabilizasse a manutenção da estrutura inicial”. Diante disso, o SJSP em reunião de negociação, reivindicou o pagamento de cinco meses de plano de saúde, vale-refeição e vale-alimentação pelo mesmo período aos jornalistas des-ligados, para minimizar os efeitos das demissões.

Comissão da TVT e ABCD Maior conquista mais benefícios a demitidos

E entidade reivindicou ainda a reali-zação de reuniões mensais com as Co-missões de Jornalistas dos dois veículos, junto com o SJSP, o Sindicato dos Meta-lúrgicos do ABC e a Fundação. O objetivo é garantir uma negociação permanente e a manutenção da relação de transparência entre as partes. Além disso, a Fundação assumiu o compromisso de priorizar os jornalistas desligados para recontratações e de não promover mais demissões.

"É preciso que os veículos alternativos de comunicação tenham o mesmo trata-mento na destinação das verbas publicitá-rias que os órgãos de governos destinam a grande mídia. Desta forma, estariam garantidas a isonomia na distribuição das verbas e a sobrevivência dos veículos de comunicação popular e sindical, que abordam os temas de interesse da classe trabalhadora", disse o secretário geral da entidade, André Freire, que acompanhou as negociações com a Fundação que man-tém os dois veículos.

A direção do Sindicato dos Jornalis-tas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) conquistou importante vitória para os jornalistas que produzem o Por-tal R7, vinculado à Rede Record. É que eles voltarão a trabalhar na escala 3x1, ou seja, folgam três finais de semana e trabalham um. Anteriormente, cum-priam a 2x1 (folgam dois dias e traba-lham um).

Esta conquista ocorre em um mo-mento importante em que os redatores e repórteres que trabalham em portais, pois, muitas vezes, não são considera-dos jornalistas pelas empresas (o que não é o caso do R7). E são vinculados erroneamente ao Sindicato dos Traba-lhadores nas Empresas e Cursos de In-formática (Sindiesp).

“É por isso que lutamos pela sindica-lização dos jornalistas que trabalham em portais”, diz a secretária de Ação e Formação Sindical, Telê Cardim. A di-rigente, que trabalha na Rede Record,

SJSP negocia e conquista a escala 3x1 para os jornalistas do Portal R7

representou o Sindicato na negociação com o R7 que garantiu a escala 3x1. “É importante que estes profissionais se sindicalizem ao SJSP, pois somente des-ta maneira se fortalece a luta e se obtém conquistas, não somente dentro da Re-cord, como na categoria como um todo”, avalia a dirigente.

TV RecordTelé Cardim disse ainda que a direção

do SJSP está empenhada também em negociar a escala 3x1 para os trabalha-dores da TV Record, que ainda efetuam a 2x1.

A direção do SJSP tem negociado com a Rede Record a contratação dos jorna-listas em carteira assinada, acabando a modalidade de trabalhadores contrata-dos como Pessoa Jurídica (PJ).

A Record firmou o compromisso com o SJSP de que, a partir de janeiro, todos os PJs serão contratados com vínculo empre-gatício. Vamos cobrar!

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Detentor de muitas infor-mações que permearam a imprensa naquele perío-do, Mino foi ouvido pelos

membros da Comissão da Verdade dos Jornalistas, Audálio Dantas (coordena-dor), José Augusto Camargo (presidente do SJSP), André Freire (secretário geral da entidade), Vilma Amaro (diretora de base do ABCD), Silvério Rocha, Miguel Varene (Tortura Nunca Mais/SP) e Pris-cila Chandretti. Rose Nogueira, que tam-bém compõe a Comissão, enviou suas perguntas por e-mail.

Além de Veja e JT, Mino foi também criador da revista Quatro Rodas, Jornal da República e editor da Istoé. Atual-mente dirige Carta Capital.

Veja os principais trechos de seu de-poimento:

Sobre a censura – Ajudei a criar o Jor-nal da Tarde, que sofreu uma censura in-direta antes da decretação do AI-5. Den-tro do grupo Estado passei quase quatro

Mino Carta fala sobre a censura na Comissão da Verdade

anos. No JT fomos submetidos a uma espécie de censura. Não sei de que miste-riosíssima caverna chegava pelo telefone uma voz que dizia: não falem disso, não falem daquilo. Era uma falsa e hipócrita censura. Quem recebia as orientações era o chefe de reportagem, Ulisses Alves de Souza. A certa altura surgiu em cena um senhor chamado Liz Monteiro, que era homem da polícia. Sentava no meio da redação e ficava olhando a rapaziada trabalhar. Deitava olhares especiais so-bre o Luiz Merlino, que trabalhava lá e teve a vida impiedosamente ceifada. Já era início dos anos 70.

A censura por telex - Já estávamos na época do telex. Aquela voz acabou se transformando em telex, que che-gava dizendo o que poderia ou não ser noticiado. E, tempo depois, essa prá-tica criou situações grotescas, por que eu descobri que havia uma guerrilha no Araguaia por que eles diziam “não fa-lem da Guerrilha do Araguaia”.

Na Veja - Deixei o Estadão no início de 68 e fui fazer estágios fora do Brasil para analisar as revistas semanais. A Abril me chamou, disseram se queria trabalhar lá e eu disse que poderia ser, desde que eles não interferissem na pauta, que não impu-sessem nenhum tipo de censura. A revis-ta poderia ser discutida após a sua saída. Nada que precedesse a feitura da revista.

A voz - Nunca fiquei sabendo de onde vinha aquela voz. Era uma ditadura que se pretendia fingir de democracia. Manteve o Congresso aberto para poder fechá-lo quando bem entendesse. Havia o bipar-tidarismo. O MDB nasceu com a Arena para fazer uma oposição de mentirinha e subitamente começou a fazer oposição de verdade. Isso com o Ulysses Guimarães, que teve seus méritos. Então acontece-ram cassações, rapas brutais, mandaram embora do país um monte de gente.

Ideiais - No JT, tinha o Liz Monteiro, que se sentava no meio da redação, com

olhares para o Merlino, mas para outros também. Ele deveria estar desconfia-do de muita gente, o que era um tanto precipitado, por que no caso do Merlino, ainda se justificava. Mas em relação aos outros, eram bons meninos que tinham sonhos, ideiais, mas não creio que repre-sentassem um perigo. Aliás, nem mesmo o Merlino representava.

Suscetibilidades - A Veja foi lançada finalmente após um longo processo de gestação, em 8 de setembro de 68. A edi-tora Abril tinha um diretor responsável, Edgar de Silvio Farias, que tinha acesso às matérias para cuidar que elas não fe-rissem suscetibilidades, fardadas ou não. Eu não aceitei este tipo de fiscalização. Eu não aceitei que eles interferissem a priori, mas a posteriori, sim. Mas, na quinta edição, Veja foi apreendida em banca. Ela tinha a cobertura do Congres-so da UNE, com a manchete: Todos Pre-sos. A apreensão em banca era o hábito na época. Uma operação capilar, infer-

A Comissão da Verdade do Sindicato dos Jornalis-tas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) colheu no dia 30 de setembro de 2013 o depoimen-to do jornalista Mino Carta, que no período da ditadura militar e da “distensão” foi o responsável pela criação da revista Veja e do Jornal da Tarde.

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Mino Carta fala sobre a censura na Comissão da Verdade

nal, por que englobava o país todo. Trato - A Abril não tomou nenhuma

medida (contra a apreensão). Por um longo período, eles respeitaram o trato comigo, que me dava uma autonomia grande, uma liberdade de vôo que eu não tivera no Estadão. Mas eu também não reivindicava isso, por que quando se tra-balha com os Mesquitas você sabe com quem está lidando. Muito embora, no JT, eles me dessem liberdade de fazer um jornal diferente do Estado mas, do pon-to de vista político, ele foi monitorado constantemente pelo Ruy Mesquita, que ditava as regras políticas.

Torturas fatais - No dia 13 de de-zembro de 68 desaba sobre o país o AI-5. Vieram ainda duas edições de Veja apre-endidas em bancas. Entramos em um ano terrível, o de 69, ano em que adoece Costa e Silva e entra a Trempa, o terceto farda-do. Há os sequestros dos embaixadores, a situação está muito tensa. O divisor de águas foi uma edição especial, no final de 69, sobre tortura. O Raimundo Pereira comandou uma equipe de sete repórte-res, que partiram para um longo levanta-mento que durou meses, muito sólido em informações, que contavam três casos de tortura fatais e arrolavam mais 150 casos de tortura. Então, surge em cena o Médi-ci. Queríamos inventar um ardil sutilíssi-mo. Fizemos uma capa em que a Estátua da Justiça, em pose estranhíssima e a chamada era: Médici não admite tortura. E a proibição já veio na terça-feira. Não se podia falar de tortura. Na noite de sexta, a revista fechava no fim da tarde de sábado, veio aquele telefonema proibindo falar de tortura. Eu fingi que não tinha recebido o telefonema, mandei desligar os telefones e saímos com a capa de tortura. Foi um Deus nos acuda.

Censores civis e militares - Eu só

posso dizer que se eu tivesse que esco-lher entre os censores militares e os ci-vis, que depois eu tive a oportunidade de conhecer, eu preferiria os militares que, por incríveis que pareça, eram mais se-guros. Eles não se metiam em nada que não fosse política e economia. Eles não interferiam na pauta. Eles interferiam no texto. Podiam vetar uma foto ou cortar parte dos textos. Várias vezes os censores sugeriam apenas uma mudança de palavra. No governo Médici, os cen-sores militares foram substituídos pelos censores da Polícia Federal. E esses eram muito piores: eles liam tudo, rasuravam fotos, metiam a tesoura pra valer. Nun-ca nenhum deles chegou e disse: troca esta palavra que está tudo bem. Eu sentia neles mui-ta insegurança. Eram ape-nas bagrinhos que execu-tavam tarefa.

Golbery - Quando co-meçaram as negociações para levar Ernesto Geisel à presidência da Repúbli-ca, eu tive muito acesso a informações. O Golbery do Couto e Sil-va havia virado uma fonte minha e ele estava brigado com os militares em ge-ral e, mesmo sendo militar, tinha uma aversão pelo Médici. Ele era um homem de direita, mas uma figura extraordiná-ria. Ele teve um papel determinante no golpe e depois, ao desfazer o golpe. Ele fez um plano que previa eleições diretas em 85, que deveria ter como adversá-rios Paulo Maluf e o Tancredo Neves. Estava previsto. Ele havia traçado todas as etapas.

Armando Falcão - Eu almocei duas vezes com o Ministro da Justiça, Arman-do Falcão, no Rio de Janeiro, para tratar da retirada dos censores da Veja. Ele dis-

se: vai sair do Estadão e da Veja. Então, em março de 74, o Geisel empossado, Armando Falcão me chama em Brasília e diz: vocês estão livres de censura. Acaba-da a censura, extrai da gaveta uma ma-téria sobre os exilados. Tinha uma foto do Brizola no Uruguai. Esta edição foi recebida muito mal. A segunda edição foi sobre o aniversário da Redentora. Esta matéria caiu pior ainda. Na terceira edição, já nas bancas, o Vitor Civita me chama na sala e diz: a censura voltou. A revista foi apreendida novamente nas bancas. Isso foi um divisor de águas. Os militares odiaram uma charge do Millôr Fernandes. Da sala do Civita, eu liguei para o Golbery. Ele me disse tínhamos

exagerado. Na noite se-guinte, liguei para o Gol-bery e ele me convidou para conversar. Estranha-mente, o Civita estava na ante-sala do Golbery. Ele queria entrar comigo. Eu aceitei, desde que ele não fizesse nenhuma inter-venção.

Prisões - Eu devo ter prestado mais de 40 depoimentos. Fui preso duas ve-zes. Uma vez no período Médici, quando Veja publicou as cartas do (Carlos) La-marca. Fui levado ao quartel general do 2º Exército, mas logo fui liberado por um coronel. Na segunda vez, fui preso pelo Fleury em pessoa. O Fleury que matou o Toledo. No “aparelho” do Toledo eles encontraram material que eram dos ar-quivos de Veja. Eles me prenderam para saber como aquilo tinha chegado no apa-relho do Toledo. No Dops, fiquei numa sala junto com alguns torturados. Fleury entrou e me disse que, se ele quisesse, fe-charia a Veja. Reconheci que o material possivelmente seria do arquivo de Veja e ele me liberou.

Vladimir Herzog - Dom Paulo Eva-risto Arns me mandou para Santos à procura do coronel Erasmo Dias. Ele ti-nha conseguido falar com o governador Paulo Egydio, na manhã de sábado, 25 de outubro de 75, no dia da prisão do Vlado. Ele me ligou e disse: ele pede que você vá a Santos, à Vila Belmiro, que lá está o coronel Erasmo Dias. É para ele voltar imediatamente a São Paulo e assumir o controle da situação. Eu disse: Dom Pau-lo, desculpe, se eu for a Santos é capaz que ele me prenda. Não. Você vai sim por que este foi o recado que recebi. Fui, en-tão, com o Paulo Totti e com minha mu-lher. Erasmo Dias não estava. O pessoal da Vila Belmiro me disse que ele vinha de vez em quando, mas possivelmente estava na casa do Carlos Caldeira (um dos sócios da Folha de S. Paulo). Aí liguei para a casa do Caldeira e eles me encho-taram. Então, voltei a São Paulo e estava comendo uma pizza com o Totti, quan-do fui comunicado pelo Juca de Oliveira (que era casado com a filha do Fernando Faro) da morte do Vlado.

Sacrifício - Eu fui sacrificado pela editora Abril para o pagamento de uma dívida de U$ 50 milhões. Havia um em-préstimo que seria realizado pela Caixa Econômica Federal para sanar a dívida. Armando Falcão dizia que não poderia liberar um empréstimo para a Abril que tinha uma revista inimiga do governo. Roberto Civita foi negociar com Falcão, que pediu a minha cabeça e de outros co-laboradores como o Plínio Marcos. Eles me informaram sobre esta condição e, então, eu me demiti.

FHC e Lula - Carta Capital foi perse-guida pelo governo Fernando Henrique. Nunca investiu um único centavo em publicidade na revista. Nem no atual go-verno. O Caetano Veloso disse que Carta Capital é a Veja do Lula. Mas, não é ver-dade. Pergunte para a dona Helena Cha-gas, que é uma empregada da TV Globo e instalada para tomar decisões da publi-cidade governista. Ou o Paulo Bernardo, que também é funcionário da Globo.

Folha de S. Paulo - A Folha teve uma série de contribuições especiais em cer-tos momentos. O Cláudio Abramo foi de-cisivo para botar a Folha como um jornal importante em São Paulo. Ela viveu al-guns momentos aparentemente difíceis. Por exemplo, no episódio do Lourenço Diaféria. Golbery me disse que os pro-blemas na Folha aconteceram principal-mente por conta da disputa interna no comando do Exército.

“Golbery me disse que havíamos exagerado”

A Comissão da Verdade do Sindicato dos Jornalis-tas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) colheu no dia 30 de setembro de 2013 o depoimen-to do jornalista Mino Carta, que no período da ditadura militar e da “distensão” foi o responsável pela criação da revista Veja e do Jornal da Tarde.

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3 Unidade: A Comissão da Verdade de São Paulo "Rubens Paiva" apurou o envolvimen-to dos meios de comunicação com os interes-ses do regime militar?

Adriano Diogo: O Globo até divulgou um editorial fazendo auto crítica por ter participado e apoiado o golpe. Embora ele tenha sido militar, teve apoio fan-tástico das empresas jornalísticas. Para se ter uma ideia, no 31 de março e 1 de abril, todas as rádios criadas pelo regime entraram em rede nacional. A rádio El-dorado não precisou entrar por que era do Estadão. Como ela apregoou o golpe praticamente um mês antes, ficou isen-ta de entrar na cadeia de rádio, que cha-mavam de cadeia da legalidade. Tal era o grau de envolvimento, de adesão pela de-lação, pela prisão de pessoas. Os jornais na época foram unânimes.

U: Eles respondem algum processo pela participação?

AD: Ninguém no Brasil que apoiou a ditadura, que torturou, que matou so-freu alguma consequência. Ao contrá-rio, enriqueceram. Há indícios de que a mudança do Grupo TimeLife no Brasil foi uma ação organizada para intervir no país. Acho que nem se colocássemos todos economistas do mundo podería-mos mensurar a quantia envolvida. Isso sem falar que o dinheiro não foi o maior problema porque mesmo com o "fim" da ditadura nada mudou. Tudo que eles avançaram no tempo da ditadura per-manece intacto até hoje.

U: Como era articulação a ação entre mi-litares e os meios de comunicação?

AD: Existem estudos acadêmicos so-bre a forma de atuação deles, mas o que sabemos de fato foi quem resistiu, que foi a chamada imprensa alternativa. Agora essa história do monopólio nacio-nal das principais famílias brasileiras do ramo de comunicação, Marinho, Frias, Mesquita, Saad e Silvio Santos constru-íram impérios de comunicação e todas as concessões, que são políticas, foram

Para Adriano Diogo, empresários de comunicação se beneficiaram da ditadura

para aqueles que apoiaram o golpe e até hoje é assim. O Sarney, Antonio Carlos Magalhães, os Bornhausen foram bene-ficiados. Hoje, com a internet, está se tentando mudar.

U: Algum jornal de grande circulação na época conseguiu resistir e não aderiu ao golpe?

AD: Sim. Teve o Última Hora, que era o jornal mais à esquerda de grande circu-lação na época.

U: E os chamados informativos clandes-tinos foram eficazes dentro do quadro de censura que se vivia?

AD: Sim, as gráficas dos partidos eram as mais visadas, mais que o comitê cen-tral. Qualquer publicação clandestina ou alternativa tinha um efeito multipli-cador impressionante. Inclusive, contra os jornais dos sindicatos a repressão foi brutal. Os Diários Associados de Chate-aubriand parou o centro de São Paulo, a rua 7 de abril, para fazer uma campanha intitulada "Dê ouro para o bem do Bra-sil".

As pessoas iam diante das câmeras de televisão da TV Tupi para doar seus pertences como correntes, anel, alian-ça de ouro para ter fundos financeiros para combater o comunismo. Isso em rede nacional durante uma semana com participação dos atores e artistas que também faziam contribuições e pronun-ciamentos. Havia uma histeria contra o comunismo. Era um clima de guilhotina, de morte aos comunistas. E foi o Assis Chateaubriand quem fez essa campanha.

U: Como presidente da Comissão da Ver-dade de São Paulo, Rubens Paiva, o que chamou mais chamou a sua atenção nos de-poimentos?

AD: É que ainda existe gente interessa-da neste assunto. Ainda tem gente com os olhos bem abertos.

Ela gerou uma reação muita interes-sante e como a política que veio depois do golpe, foi a política do esquecimento, da conciliação e gerou estruturas parti-dárias nojentas como essas que temos

hoje, tem muito gente interessada em saber a história da ditadura para saber quem foram os caras que deram o golpe e qual a representação políticas e o poder que esses caras têm até hoje.

E, porque os partidos com estruturas progressistas que resistiram ao golpe se aliaram a estes golpistas? Aqui no Brasil tem um problema ao contrário da Argen-tina e da África do Sul. Aqui a ditadura não perdeu militarmente. Ela perdeu po-liticamente, ou seja, ela não foi derrota-da no campo dela. O que houve foi uma vitória democrática que os derrotou. Mas tudo que eles tinham permaneceu. É como se a gente tivesse derrotado os nazistas na segunda guerra mundial mas nenhum julgamento pudesse ter sido feito e nenhuma estrutura pudesse ser mexida.

Aqui a ditadura não foi derrotada poli-ticamente e nem militarmente. Foi feito um acordo de transição expresso em do-cumentos como a Lei da Anistia e a pró-pria Constituição de 88, que é um acordo com os ditadores e com os golpistas. E depois, sucessivas vezes, principalmente na interpretação da Lei de Anistia que o Supremo deu que os torturadores não podem ser incomodados, nem processa-dos. Então, a ditadura aqui foi perdoada.

U: Que avaliação você faz da reação da população com a instalação da Comissão da Verdade?

Deputado petista que preside a Comissão da Verdade de São Paulo denuncia: “a maior derrota que sofremos com a ditadura foi a criação dos grandes impérios de comunicação, que continu-am ditando a agenda política do país”

AD: Gerou uma enorme rea-ção popular. Eles não esperavam por isso. Eles não esperavam a manifestação dos núcleos de consciência po-lítica, criado pelos familiares dos presos desa-parecidos e por outras pessoas que não deixa-ram morrer, não deixaram apagar esta história. Ló-gico que isso traz um incomodo na agenda política, porque ela é do

esquecimento, da conciliação, do perdão. É muito difícil fazer uma Comissão da Verdade num pais da mentira. Você fala de escravidão e ninguém sabe o que foi o Quilombo dos Palmares e, tem como ver-dade que foi a princesa Isabel que acabou com ela.

U: Como você definiria hoje a ditadura militar?

AD: A revelação da ditadura só é defen-dida hoje por quem usufruiu, por quem ganhou poder e dinheiro com ela e, neste contexto, podemos citar principalmente, os grandes meios de comunicação.

Para mim a maior derrota que sofre-mos com a ditadura foi a criação destes grandes impérios, que continuam fazen-do a agenda política do país. Ainda são eles que elegem e tiram presidentes. Eles têm um poder absurdo e ninguém mexe com eles. No meu entender, faltou a visão de que não se negocia, não se faz acordo com torturadores. Tinha que ter havido um período de transição jurídica e não uma conciliação.

São Paulo tem 154 casos dos 540 mor-tos e desaparecidos no Brasil e a nossa missão é saber quem os matou.

Adriano Diogo é deputado estadual (PT/SP), líder da Minoria na Assembleia

Legislativa paulista e presidente da Comis-são Estadual da Verdade "Rubens Paiva"

Adriano Diogo: “ainda tem gente interessada no assunto”

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Violência contra trabalhadores

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Cada vez mais, jornalistas são alvo de agressão durante exercício profissional

A violência contra jornalistas tem sido alvo de preocupa-ção por parte da direção do Sindicato dos Jornalistas

Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e da Federação Nacional dos Jor-nalistas (Fenaj).

Os episódios se sucedem e se transfor-maram em epidemia de violência contra profissionais de imprensa, o que fez com que o tema justificasse a realização de um Seminário Internacional dentro da pro-gramação do 35º Prêmio Vladimir Her-zog de Anistia e Direitos Humanos, que contou com a participação dos diretores do SJSP.

Agredido por PMsO repórter fotográfico Yan Boechat,

que presta serviços para várias publica-ções, foi espancado covardemente nos protestos ocorridos no dia 15 de outu-bro, em São Paulo.

Yan, que é jornalista profissional há

15 anos, foi agredido com chutes, socos e golpes de cassetetes por um grupo de 13 policiais militares por que tentava registrar a violência realizada pelos PMs contra os manifestantes.

Ele costuma utilizar capacetes para impedir que se machuque, já que as agressões por parte da polícia têm sido constantes nos protestos. “Fui agredido pela única razão de estar com uma câme-ra na mão registrando o abuso de poder dos PMs. Minha carteira da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que ampliei e colei em uma antiga creden-cial para evidenciar minha condição de jornalista não foi suficiente para inibir a agressão”, conta.

A direção do SJSP está à disposição de qualquer jornalista que tenha sua in-tegridade física ou moral ameaçada por atos que violem o pleno exercício da pro-fissão, sejam eles ocasionados por por agentes do estado ou mesmo pelas em-presas de comunicação.Segurança quase mata repórter

fotográfico por estrangulamento O Sindicato dos Jornalistas Profis-

sionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Associação de Repórteres Fotográ-ficos e Cinematográficos do Estado de São Paulo (ARFOC/SP) repudiaram a agressão sofrida pelo repórter fotográfi-co, William Volcov, da Brasil Foto Press, durante cobertura do Festival das Cores (Holi), ocorrido no final de agosto, no Parque Villa Lobos, na capital.

"Fui impedido de fazer meu trabalho mesmo com identificação”, relata Volcov. Questionei com quem eu poderia falar para fazer a liberação. Ele falou: "não in-teressa". Imediatamente, eu pedi a identi-ficação dele, que disse não ser obrigado a apresentar. Como tinha número na cami-sa, continuei fotografando o evento. Ele pediu para parar e ameaçou me agredir. Tentei fotografar a identificação dele e ele me deu uma gravata (golpe de estrangu-lamento). Perdi o fôlego e quase desfaleci. Por sorte, algumas pessoas presenciaram a cena e o fizeram parar".

Punição aos agressores"Serão tomadas medidas judiciais

ao caso do William, para que tamanho desrespeito contra os profissionais de

imagem não se perpetue. No mesmo mês foram registradas outras ocorrên-cias de agressão a repórteres fotográfi-cos em outros locais", disse o presiden-te da ARFOC/SP, Inácio Teixeira.

O repórter fotográfico chegou a procurar a empresa de segurança, que se recusou a divulgar o nome do funcionário agressor, em uma clara e inaceitável atitude de conivência com o desrespeito ao profissional.

O SJSP e ARFOC/SP realizam no dia 11 de novembro, às 19 horas, no auditório Vladimir Herzog do Sindi-cato, a primeira do Ciclo de Palestras “Papo de Repórter”, com a partici-pação dos jornalistas Jorge Araujo e Douglas Pina.

A direção do SJSP tem se pronuncia-do contra as agressões sofridas pelos profissionais de imprensa em todo o estado. Um deles, Adílson Oliveira foi agredido por estudantes durante cober-tura fotográfica que realizava em escola estadual, no Taboão da Serra, na Gran-de São Paulo.

Eles tirava fotos para jornais locais, quando ocorreu um acidente durante um número de malabarismo com tochas de fogo realizado por uma aluna. Por registrar o fato, ele foi cercado e ameaçado por cerca de 10 alunos que exigiam que ele inutili-zasse o material. Diante da recusa, foi es-pancado por eles com chutes e socos.

Metrô NewsNas manifestações do dia 15 de ou-

tubro, o repórter fotográfico Guilher-me Kastner, do jornal Metrô News, foi agredido por policiais militares com golpes de cassetetes nas costas. O jor-nalista procurou o comando da PM em São Paulo com o intuito de localizar o agressor e lavrou um Boletim de Ocor-

Truculência virou rotina nas coberturas de imprensa no estado de SP

rência sobre a violência policial.

Ação contra AlckminO repórter fotográfico Sérgio Andrade

da Silva, que perdeu a visão no olho es-querdo após ter sido atingido por um tiro de bala de borracha disparado por PMs durante uma manifestação em São Paulo, ingressou com ação indenizatória contra o governo de Geraldo Alckmin.

A ação pede R$ 800 mil por dano mo-ral, R$ 400 mil por dano estético e pensão mensal de R$ 2.034,00, além do reem-bolso dos cuidados médicos já pagos. No total, o pedido de tutela antecipada ficou em R$ 3.894,67.00.

Rio PretoA Regional Rio Preto do SJSP repudiou

a agressão contra o jornalista e repór-ter fotográfico Thiago Passos, do jornal DHoje Interior.

A violência ocorreu durante evento da 52ª Expô Rio Preto, no Recinto de Ex-posições “Alberto Bertelli Lucatto” e foi provocada por seguranças.William imobilizado com uso de força

Yan Boechat foi atacado por PMs que queriam impedir a cobertura

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Jornal

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Moagem Eduardo Ribeiro

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Interior

SMidias Digitais

Rádio

Assessoria

ão destaques desta edição do Moagem, entre outros, José Occhiuso, David Frie-dlanger, Decio Trujilo, Ediana Balleroni, Flávia Vigio e Costábile Nicoletta. A edição também destaca novidades no Fantástico, que ganhou uma nova dupla de apre-sentadores, e na Cultura FM, que tem de volta à grade de programação o Diário da Manhã, com Salomão Schwartzman, e a transferência de Alexandre Machado para o De volta pra casa, no período da tarde. Boa leitura!

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O FANTÁSTICO, da Rede Globo, tem nova dupla de apresentadores: Tadeu Sch-midt, que já participava do programa, assumiu o posto principal, tendo ao seu lado Renata Vasconcellos, que dei-xou a bancada do Bom Dia, Brasil e ali foi substituída por Ana Paula Araújo. Zeca Ca-margo e Renata Ceribelli, que pilotavam o dominical, têm novas incumbências. Camar-go foi vai para o Vídeo Show a partir de novembro e Ceribelli segue para Nova York, como repórter exclusiva do mesmo Fantástico.

JOSÉ OCCHIUSO trocou São Paulo por Brasília, e ali as-sumiu a Chefia de Redação da sucursal do SBT. Entrou no lu-gar de Cecília Maia, que saiu.

JOSÉ DONIZETE, que esta-va desde abril na reportagem da TV Gazeta, concluiu seu perío-do contratual e deixou o canal. Ainda por lá, Karina Zasnicoff começou como repórter.

ANAPAULA ZIGLIO come-çou na CNT como repórter e pro-dutora dos telejornais da casa.

MUDANÇAS na Cultura FM: no horário matinal, de 8h às 9h, sai o Começando o dia, com Alexandre Machado, e volta o Diário da Manhã, com Salomão Schwartzman; e no horário vespertino, de 18h às 19h, acaba o Estúdio Cultura, que era apresentado por Gil-son Monteiro, e entra o De volta pra casa, com Alexandre Machado, tendo ao seu lado o próprio Gilson Monteiro.

A RÁDIO ESTADÃO es-treou, exclusivamente na web

e como opção à Voz do Brasil, o programa Estadão Online (www.estadao.radio.com.br), que traz diariamente, das 19h às 20h, os assuntos mais co-mentados na rede. A apresen-tação é de Roxane Ré e Cley Scholz.

MIRIAM RAMOS estreou na Rádio 9 de Julho (AM 1.600) no programa Falando com você, pro-duzido por Wellington Trindade.

DAVID FRIEDLANDER dei-xou o Estadão e regressou à Fo-lha de S.Paulo, como repórter da Secretaria de Redação.

GUILHERME WALTEN-BERG deixou o Grupo Estado, onde ultimamente estava na co-bertura de Macroeconomia.

ARMANDO ANTENORE e Marcelo Zorzanelli passaram a integrar o time de colunistas da VIP, na Abril.

NATÁLIA FLACH e Ana Paula Machado começaram na IstoÉ Dinheiro, respectiva-mente como editora-assistente de Finanças e Investimentos e repórter de Negócios. Entra-ram nas vagas der Patrícia Al-ves e Rafael Freire, que saíram. Outra novidade por lá foi a promoção de Ralphe Manzoni Jr. a diretor de Conteúdo Digi-tal na vaga antes ocupada por Clayton Melo.

MARIO CICCONE foi con-tratado como redator-chefe e publisher da The President, da Custom Editora.

FILIPE SERRANO começou como editor da revista Info (Abril).

FLÁVIA VIGIO, que era vi-ce-presidente de Comunicação Corporativa da Arcos Dourados (McDonald’s América Latina) foi contratada como diretora executiva da multinacional de RP GolinHarris, para atuar nos Estados Unidos, onde passa a morar.

EDIANA BALLERONI assu-miu a Diretoria de Comunica-ção Corporativa da Telefônica Latinoamérica.

JULIA SALCE é a nova coor-denadora de Comunicação no Brasil da Poöyry, empresa fin-landesa de consultoria e servi-ços de engenharia.

DIANA FERREIRA NETO e Alan de Faria são os novos as-sessores de imprensa da Rede Record. Substituem a Milena Murno, que passa à função de assessora de Gestão Artística, e Mauricio Storelli, agora como gerente de Relacionamento da agência Spokesman.

ANNINHA GUERRA come-çou na Assessoria de Comunica-ção da Discovery.

CASSIO NEVES chega à Tex-tual para assumir o cargo de gerente de Novos Negócios no escritório da agência em São Paulo.

JULIANA ROCHA e Car-la Gullo fundaram a Primeira Palavra Comunicação (www.primeirapalavra.com.br), para atuar na produção de conteúdo, inovação e RP. Os novos conta-tos são 11-3807-8466 / 8451 e e-mails formados por [email protected].

QUEM também partiu para novos projetos pessoais foi Marcello Pimentel (ex-Nextel), com a Rapporto, consultoria com foco na construção da re-putação de empresas e profis-

sionais liberais. O novo contato dele é [email protected].

TAMBÉM Janaína Freitas e Surama Chaul decidiram em-preender e fundaram a Mix (www.mixcomunica.com.br), para atuar na área de comuni-cação empresarial e geração de conteúdo. Os contatos são 11-3644-3717 e [email protected].

DECIO TRUJILO, que dei-xou o Estadão de abril, assu-miu a recém-criada Diretoria de Redação do Diário da Re-gião, de São José do Rio Pre-to. A editora executiva Rita Magalhães deixou o jornal e o cargo foi extinto.

A EDITORA ABRIL fechou parceria com o Huffington Post para lançar a edição brasileira do já consagrado portal de no-tícias, que tem sede nos EUA. No Brasil, terá o nome de Brasil Post e sua estreia está prevista para o começo de novembro. Ricardo Anderaos será o diretor de Redação.

ESTREOU na rede a revista eletrônica Dedução (www.de-ducao.com.br), focada nos cerca de 500 mil contadores registra-dos nos conselhos da categoria no País. Seu objetivo é mostrar como a contabilidade pode contribuir para a melhoria do ambiente de negócios no Bra-sil. A publicação é editada pela De León Comunicações e nasce com periodicidade mensal, com a perspectiva de se transformar em quinzenal. Além da revista eletrônica, o projeto contará, no mesmo endereço, com um portal com atualização diária de conteúdos úteis ao dia a dia dos profissionais que atuam no mundo contábil e aos empre-sários que se utilizam dos seus serviços. Costábile Nicoletta é o diretor de Redação. Integram a equipe a publisher Lenilde Plá De León, o editor colaborador Luciano Feltrin e os repórteres Danielle Ruas, Débora Luz, Ka-

myla Cardoso, Paloma Minke e Paulo Prendes, com projeto gráfico e diagramação de Dênia Oliveira. E-mails formados por [email protected].

ALBERTO VILLAS estreou o Villanews, blog em que abor-da música, política, literatura, curiosidades, modernidades, jornalismo, fotografia e “coisas do fundo do baú”. O endereço é http://albertovillas.com.br.

A EDITORA Letras& Lucros, de Mara Luquet, está de site novo no endereço www.letrase-lucros.com. É dedicado a finan-ças pessoais.

FERNANDO OLIVEIRA des-pediu-se do iG e foi para o R7, ali assumindo a coluna Mundo da TV. Daniel Castro, que era do R7, saiu para montar o site Notícias da TV (www.noticiasdatv.com.br).

BETH CALÓ começou como editora da Gold, empresa que produz conteúdo impresso (li-vros) e digital (plataformas como smartphone e e-book).

ELIANE BRUM despediu-se de Época online, onde manteve por quatro anos um dos mais concorridos blogs do País.

O JORNAL DO CARRO, que migrou para o Estadão desde o fechamento do Jornal da Tarde, ganhou um site próprio no en-dereço www.jornaldocarro.com.

BRUNA LENCIONI é a nova editora de Conteúdo da Elemidia.

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Livros

Registros

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PAULO FREITAS O repórter fotográfico, residente em San-tos, foi assassinado em Itanha-ém, litoral paulista, onde havia ido para vender um imóvel. Ele ficou desaparecido por quatro dias até seu corpo ser localizado na noite do dia 3 de outubro, em uma vala, às margens da Rodo-via Padre Manuel da Nóbrega.

Freitas trabalhou em A Tribu-na por 27 anos. A Regional de Santos do SJSP cobrou da polí-cia uma rápida definição sobre o desaparecimento de Paulo.

O corpo foi velado e sepulta-do no dia 4, no Memorial Ne-crópole Ecumênica de Santos.

MARCO ANTONIO SOUTO MAIOR, em 29/9, aos 66 anos, em São Paulo, em decorrência de complicações pulmonares. Conhecido pelo texto marcan-te, foi um dos primeiros profis-sionais a atuar na mídia espe-cializada sobre caminhões no Brasil, quando, no começo dos anos 1970, editou a revista O Carreteiro, na época ainda pela Editora Abril. Pelo vasto conhe-cimento do setor, foi escolhido para ser um dos consultores da TV Globo para a primeira tem-porada da série Carga Pesada.

AUDALIO DANTAS, ex-presidente de nosso Sindicato, foi eleito Intelectual do Ano pela UBE – União Brasileira de Escritores, pelo lançamento em 2012 de As duas guerras de Vlado Herzog. O título valeu também o Troféu Juca Pato e o Prêmio Jabuti.

GAUDÊNCIO TORQUATO é o mais novo integrante da Academia Paulista de História, ocupando a cadeira nº 7 cujo pa-trono é Alexandre de Gusmão e que foi ocupada anteriormente por Samuel Pfromm Netto.

PEDRO LUIZ RONCO com-pletou em setembro 40 anos de Grupo Bandeirantes.

O INSTITUTO Internacional de Ciências Sociais (IICS) está com inscrições abertas para o Programa de Jornalismo de Da-dos e Visualização, que será pro-movido nos dias 4 e 5/11 e 16 e 17/12. Inscrições pelo http://migre.me/g23J5.

O FOTÓGRAFO Sebastião Salgado apresenta até 1º/12, no Sesc Belenzinho (rua Padre Adelino, 1.000), a exposição Gênesis, focada em questões sociais e ambientais e fruto de viagens que fez para várias par-tes do mundo. São 245 fotogra-fias, divididas em cinco seções geográficas, feitas entre 2004 e 2011. A curadoria é de sua mu-lher, Lélia Wanick Salgado. De 4ª a sábado, das 10h às 21h, e domingos das 10h às 19h30.

APÓS quatro anos, o MEC homologou recentemente as novas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Jornalismo. O próximo passo será solucio-nar dúvidas dos professores da área e acompanhar o processo de transição das novas medi-das. Elaborada em 2009 por uma comissão de especialistas composta por José Marques de Melo (que a presidiu), Alfredo Vizeu, Carlos Chaparro, Luiz Gonzaga Motta, Lucia Araújo, Sergio Mattos, Sônia Virgínia Moreira e Eduardo Meditsch, a proposta foi formulada a par-tir de consulta pela internet e de três audiências públicas que contaram com a participação

da comunidade acadêmica, pro-fissionais, empresas do setor e representantes de entidades da sociedade civil.

A FUNDAÇÃO Padre Anchie-ta e a Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão assinaram um termo de cooperação inédito no Brasil. Inspirado no Canadian Broad-casting Co., o acordo estabelece algumas formas de coprodução entre a emissora e produtores independentes.

A REVISTA Brasileiros lan-çou o caderno Literatura, edita-do por Daniel Benevides.

ARLETE SALVADOR com Como escrever para o Enem- Roteiro para uma redação nota 1.000 (Contexto), destinado a jovens que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio.

BERNARDO CARVALHO com Reprodução (Companhia das Letras) romance que tem como protagonista um estudan-te de chinês.

CARLOS MOTTA com o e-book O riso frouxo do home in-significante. A obra está dispo-nível para download em pdf no blog do autor (contosdomotta.blogspot.com.br).

CLÁUDIO FRAGATA e Ra-quel Matsushita com Alfabeto Escalafobético – Um abecedário poético, obra infantil em que as letras são representadas por poemas.

DIRCEU FERREIRA com Máximas de Dirceu (Guten-berg), coletânea de frases ácidas sobre a sociedade atual.

EDSON ARAN com O amor é outra coisa (Jardim dos Livros), em que reúne pensamentos so-bre a dor da existência, os des-caminhos da humanidade e a busca da felicidade.

EDUARDO NEIVA com o Di-cionário Houaiss de Comunica-ção e Multimídia (Publifolha), que traz 7.435 verbetes com informações sobre publicidade, internet, fotografia, artes grá-ficas, sociolinguística, entre ou-tros temas.

HENRIQUE FREITAS com o

e-book O gato da vizinha lança (Amazon), com contos.

LIGIA TEREZINHA com Serviço de Escuta – O que é e como implantá-lo? (Editora Ave-Maria), que busca fornecer instruções para incentivar a im-plantação dessa atividade soli-dária em igrejas, organizações e público em geral.

MARCOS LINHARES com Cartas ao poeta dormindo – João Cabral de Melo Neto (The-saurus), obra que reúne textos de Arnaldo Niskier, Heródoto Barbeiro, Miriam Leitão, Cris-tovam Buarque, José Pacheco, Miguel Sousa Tavares e outras personalidades brasileiras e lu-sitanas.

Orlando Duarte com Paixão – O Brasil de todos os mundiais (aBooks), obra em que conta a trajetória do Brasil nos campeo-natos mundiais, dados estatísti-cos e outras curiosidades.

Conheça os premiados do Vladimir Herzog

O SJSP e a FENAJ fizeram parte da escolha dos ganha-dores do Prêmio Vladimir Herzog . O presidente do Sin-dicato, José Augusto Camargo (Guto), representou a entida-de e a diretora do Departa-mento de Relações Institucio-nais, Márcia Quintanilha, a FENAJ.

A cerimônia de premiação ocorreu no dia 22 de outubro, no Auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina.

Confira quais foram os premia-dos em 2013:

Artes (ilustrações, charges, car-

tuns, caricaturas e quadrinhos)Vencedor: Comissão da Ver-

dade – Angeli (Jornal Folha de S.Paulo)

Menção Hon-rosa: A vulnerabi-lidade e a força das mulheres negras - Kleber Soares de Sales (Jornal Cor-reio Braziliense)

FotografiaVencedor: De-

pósito Humano – Jefferson Botega (Jornal Zero Hora)

Menção Honrosa: Nota 0 – Allan Douglas Costa Pinto (Jornal Tribuna do Paraná)

Reportagem de TVVencedor: Adoção irregular

– José Raimundo e equipe (TV Globo)

Menção Honrosa:: SOS Criança – Marcelo Canellas e equipe (TV Globo)

Documentário de TVVencedor: Carne osso: o tra-

balho em frigoríficos - Carlos Juliano Barros e equipe Repór-ter Brasil (GloboNews)

Menção Honrosa: Caran-diru, a marca da intolerância – Bianca Vasconcellos e equipe (TV Brasil / EBC)

RádioVencedor: Voz Guarani-

Kaiowá – Marilu Cabanãs e equipe (Rádio Brasil Atual)

Menção Honrosa: Dores do parto – Anelize Moreira e equi-pe (Rádio Brasil Atual)

JornalVencedor: Os Suruí e a

Guerrilha do Araguaia – Ismael Soares Machado e equipe (Jor-nal Diário do Pará)

Menção Honrosa:: Os ar-quivos ocultos da ditadura – Rubens Valente Soares e equipe (Jornal Folha de S.Paulo/DF)

RevistaVencedor: O primeiro vôo

do condor – Wagner Willian Knoeller (Revista Brasileiros)

Menção Honrosa:Caderno Especial: Subsídios

para uma Comis-são da Verdade da USP – Pedro Pomar e equipe (Revista Adusp – Associação dos Docentes da USP)

Em busca da ver-dade – Fausto Sal-vadori Filho (Apar-tes – Revista da Câmara Municipal de São Paulo )

InternetVencedor: Pelo menos um

– Julliana de Melo Correia de Sá e Ciara Núbia de Carvalho Alves (Portal NE10)

Menção Honrosa: Infân-cias devolvidas – Edcris Ribeiro da Silva Wanderley (Site Diário de Pernambuco)

Categoria Especial“Violências e agressões físi-

cas e morais contra jornalistas e contra o direito à informação

”Vencedores:- Jornalistas assassinados no

Vale do Aço – Mateus Parreiras de Freitas e equipe (Jornal Es-tado de Minas)

- Existe terror em SP: o dia em que PMs atiraram ante aplausos e pedidos de não vio-lência – Janaina de Oliveira Garcia (Portal UOL)

Page 12: Jornal Unidade nº 363 - Outubro/2013 - SJSP

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12

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Antonio Bertazzo David Capistrano

Djalma Maranhão Edmur Péricles Camargo

Hiran de Lima Preira

Ieda dos Santos Delgado Jane Vanini

Jayme Amorim Miranda Joaquim Câmara Ferreira

José Roberto Spiegner Luís Eduardo Merlindo

Luiz Guilhardini Luiz Ignácio Maranhão

Mario Alves Maurício Grabois

Orlando Bonfim Jr. Pedro Pomar

Rui Osvaldo Vladimir Herzog

“Vítimas da

Ditadura ou

Heróis da

Resistência”O SJSP, que após o assassina-

to do jornalista Vladimir Her-zog ganhou relevante papel na defesa dos Direitos Humanos, homenageia nesta edição os jornalistas assassinados duran-te o regime militar.

Diante de tantas vítimas fa-tais e de tantas outras tortura-das e perseguidas pelo regime de exceção, os jornalistas for-maram a sua própria Comissão da Verdade para apurar tortu-ras e mortes de profissionais de imprensa, exigir punição aos al-gozes da repressão e da censu-ra e contribuir para reescrever verdadeira história do Brasil.

Dos 25 jornalistas assassi-nados não foram encontrados registros fotográficos de Tho-maz Antônio da Silva Mei-relles Neto, Wanio José de Mattos, Lincoln Cordeiro Oest, Nestor Vera e Sidney Fix Marques dos Santos. Os outros 20 estão com seus ros-tos estampados nesta página, não como fizeram os ditadores em cartazes, chamando-os de terroristas, mas como heróis combatentes da ditadura.

Que a verdade prevaleça!

Gilberto Olimpio Maria