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1 DESCONSTRUINDO O SISTEMA PAGÃO 2 Crônicas 33:17 Mauro RS Batatais SP 2015 Estudo Bíblico Introdução O mundo atual é distorcido de tal modo que absolutizamos o que é relativo (dinheiro, poder, sucesso) e relativizamos o que é absoluto (verdade, relacionamentos, ética, Deus). Isso significa que fazemos daquilo que é passageiro, algo eterno, e daquilo que é eterno algo passageiro. Poder, riquezas, fama, sucesso e dominação são idolatrados e tidos por absolutos e eternos, contrariando o que Jesus disse que a vida de qualquer um não consiste na abundância do que possui . Humildade,

Desconstruindo o sistema pagão

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DESCONSTRUINDO O SISTEMA PAGÃO

2 Crônicas 33:17 Mauro RS – Batatais – SP 2015

Estudo Bíblico

Introdução

O mundo atual é distorcido de tal modo que absolutizamos

o que é relativo (dinheiro, poder, sucesso) e relativizamos o

que é absoluto (verdade, relacionamentos, ética, Deus). Isso

significa que fazemos daquilo que é passageiro, algo eterno, e

daquilo que é eterno algo passageiro. Poder, riquezas, fama,

sucesso e dominação são idolatrados e tidos por absolutos e

eternos, contrariando o que Jesus disse que a vida de qualquer

um não consiste na abundância do que possui. Humildade,

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modéstia, sacrifício e serviço ao próximo são vistos como sinais

de fraqueza e derrota, e relativos e passageiros, contrariando as

verdades fundamentais do Evangelho de Cristo. Ou seja,

vivemos no mundo mais paganizado de todos os tempos, pois

todas as formas de paganismo permeiam todas as áreas da vida

humana (pessoal, família, Estado, escola, igreja, etc...) Pagão é

aquele que não conhece o verdadeiro Deus como deveria.

Mundo pós-moderno – mundo da dissolução.

Sodoma – Ez. 16:49,50; Judá – Is. 57:4 - Mundo grego –

At.17:21 – Mundo atual - 2Tm.3:1-5

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Vamos entender o paganismo e suas vertentes.

Manassés foi o pior rei de Judá e teve o reinado mais longo

da história monárquica do Antigo Testamento; 55 anos de

governança. Só por misericórdia. Era filho de Ezequias, um bom

rei, que pediu a Deus que o curasse de uma enfermidade mortal.

Foi atendido e viveu mais 15 anos. Depois de sua morte,

Manassés aos 12 anos de idade começou a reinar; portanto, ele

foi gerado

após a

cura de

seu pai.

Talvez a

morte de

Ezequias

antes

fosse

melhor.

Deus

atende

muitas

orações em razão de nossa insistência que acabam em situações

complicadas. Seria mais adequado aceitarmos a vontade divina:

“seja feita a tua vontade, Senhor”. Se Manassés não tivesse

nascido, muita coisa ruim não teria acontecido na história do

povo judeu. Ele foi um dos pivôs da decadência que culminou

no cativeiro babilônico. A primeira parte do seu reinado, que

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não se tem a noção de quanto tempo durou, foi uma tragédia

sem precedentes na vida do povo de Deus. 2 Crônicas 33:9. O

culto aos demônios tipificados nos postes-ídolos ou na

adoração ao falo, também configurada no obelisco de

Tamuz, se tornou uma prática comum na vida do povo de Deus.

A nação havia se prostituído com o mistério

da BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES

E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA. Apocalipse 17:5.

Aqui está a chave para se entender a corrupção das realidades

espirituais. A idolatria é a oficina de fazer adeptos de

Satanás. O adultério espiritual é muito mais sério do que

podemos imaginar. Tanto os ídolos concretos como a

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idolatria ideológica são instrumentos satânicos para

nos afastar da comunhão com o Deus verdadeiro. O

rei Manassés foi um idólatra contumaz, reconstruindo todos os

altares e ídolos que seu pai havia destruído. Era um revoltado.

Tornou-se adepto de Ninrode, pai do humanismo teomânico e

grão-mestre do satanismo. 2 Crônicas 33:3. Além da idolatria

ordinária que grassou entre o povo judeu, ele queimou seus

filhos como oferta no vale do filho de Hinom, adivinhava

pelas nuvens, era

agoureiro,

praticava

feitiçarias, tratava

com necromantes e

feiticeiros e

prosseguiu em

fazer o que era mau

perante o

SENHOR, para o provocar à ira. 2 Crônicas 33:6. Acredito

que ninguém na monarquia bíblica chegou tão longe, nas

questões malignas, quanto Manassés. Nem mesmo Acabe e

Jezabel, no reino do norte, foram além dele. Esta primeira fase

de sua biografia é a própria encarnação de Satã. As trevas

espirituais tomaram conta da nação e não havia esperança para

este povo. Assim como Israel havia se desmanchado sob o poder

dos assírios, Judá estava no mesmo caminho. Mas, a

misericórdia do Senhor tem seus planos secretos. 2 Crônicas

33:11. O melhor lugar para se mexer e remexer com um idólatra

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é levá-lo ao ninho da idolatria. Deus providenciou uma

permanência de Manassés na capital do inferno na terra, por um

tempo, para fazê-lo considerar sobre a sua demência. Foi nesta

viagem ao condado do capeta, que Manassés passa por uma

experiência cambial em sua crença. “Gato escaldado tem medo

de água fria”. Na tortura do príncipe das trevas, o rei Manassés

se desassossega. 2 Crônicas 33:12-13. Tudo indica que

Manassés foi convertido. As piores pessoas são sempre as que

levam vantagens na obra da salvação, pois elas não têm nada a

que se agarrar. Por

outro lado, só uma

pessoa

transformada por

Cristo abre mão, de

fato, de qualquer

forma de idolatria.

Na vida dos filhos

de Deus não há

lugar para o culto

aos deuses deste

mundo. O veraneio

forçado de

Manasses na casa

do coisa-ruim foi a

melhor coisa que poderia ter acontecido a ele. Quando retornou

a Jerusalém, ele tirou da Casa do SENHOR os deuses

estranhos e o ídolo, como também todos os altares que

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edificara no monte da Casa do SENHOR e em Jerusalém, e

os lançou fora da cidade. 2 Crônicas 33:15. Que ídolo seria

este? Os postes-ídolos, em hebraico são denominados

de asherah, ou aserá em português, significando bosque. São

ídolos de troncos de madeira ou mesmo de árvores frondosas

representando o órgão masculino em pé em direção ao deus

sol e que têm a mesma identidade desse ídolo colocado no

templo do Senhor, que para alguns estudiosos, seria o

obelisco de Tamuz, feito de pedra.

No templo era visto o símbolo da fertilidade humana e a

bandeira do humanismo hasteada no santuário que apontava para

a graça plena de

Cristo. Era uma

aberração sem

precedentes na

história do povo de

Deus. Manassés, que

o havia construído e

colocado no templo,

agora, depois de ter se

lambuzado nas

latrinas da latria e se

empanturrado deste

deusinho babilônico,

sabendo do seu verdadeiro significado, toma a decisão de retirá-

lo do local sagrado dos judeus. A sua reforma foi muito

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importante, entretanto era tardia. Mesmo que tirasse o ídolo

do templo, o coração do povo estava nos altos. Ainda que

eles adorassem ao Senhor, essa adoração era feita em lugares

profanos. O povo se voltou para Deus, embora mantivesse o

culto com a metodologia idólatra.

Sacrificavam ao Senhor, mas indo aos lugares altos. As

montanhas têm o mesmo principio da torre de Babel. A

eclesiologia protestante em qualquer ramificação segue a

mesma metodologia pagã. O humanismo é a doutrina maligna

da elevação do

ser humano.

Sofremos da

síndrome de

altar. O cume

dos outeiros, os

palcos,

plataformas,

pódios, palanques e púlpitos são espaços de visibilidade pública,

mas ambientes perigosos para o ego. A religião sempre buscou

uma elevação palpável, colocando as pessoas em seus tamancos

para construir suas torres, templos, tablados para o seu show, a

fim de viverem no topo da crista. É comum se ouvir: vamos ao

monte para orar! Por que não no vale? Porque temos medo do

anonimato. O ser humano não gosta da obscuridade pessoal.

Não suporta a ausência de holofotes e a falta de reconhecimento

dos outros. Pedro, como porta-voz dos discípulos de Jesus,

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recebeu uma revelação do Pai para ninguém duvidar que se

tratasse de algo sobrenatural. Afirmar que Jesus era o Cristo, o

Filho do Deus vivo, estava fora da competência humana. Mas,

quando Jesus assegurou como imperativo, que a sua missão

acabaria numa cruz, Pedro protestou veementemente: isso de

modo algum te acontecerá. Neste momento, o Senhor deixou

bem claro o projeto das trevas: Jesus, voltando-se, disse a

Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço,

porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.

Mateus 16:23. Quem é o técnico do jogo humanista? Quem

investe na elevação de nossa imagem? Quem está por trás da

disputa de

poder, a fim de

sermos

considerados?

Quem cogita

dos

acontecimentos

que valorizem

a atuação dos

homens?

Quem se

apetece em

inflar o ego

para nos tornar tão importantes ou cheios de direitos? Satanás!

Ele ama o humanismo.

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Manassés foi esvaziado, mas o povo continuava cheio de

elevação; queria adorar a Deus nos lugares altos. Muitos,

hoje em dia, até abrigam uma mensagem ortodoxa, mas não

querem abrir mão da sua glória. São fieis aos princípios

doutrinários, conquanto que recebam os aplausos da plateia.

Querem, antes de tudo, continuar na

idolatria do ego. Por exemplo: tudo que

se faz na e como igreja está voltado ao

homem e não à Cristo. Para desconstruir

este velho modelo insidioso só tem uma

receita: a cruz de Cristo. Paulo foi

alcançado por esta revelação íntima, que

mostra onde se encontra a sua celebridade.

Ele vê que a sua fama se resume nisto: Mas

longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso

Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado

para mim, e eu, para o mundo. Gálatas 6:14. A idolatria do

ego é muito pior do que os postes-ídolos ou o obelisco de

Tamuz no cimo das colinas. A glória humana não se expressa

só nos montes e amontoados da natureza adâmica. Ela também

constrói altares até nos vales da “humildade”, para chamar a

atenção dos espectadores para uma grandeza bizarra: “eu sou

dos maiores em modéstia”. O maior perigo que se pode observar

é ver um rei arrogante vestido de mendigo.

Ó Senhor, esvazia-nos com graça, por sua obra consumada no

Calvário. Amém.

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Cristãos do 1º. ao 4º. Século – 32 D. C. a 323 D.C.

“Cristãos” após Constantino – 323 a 1517 - Paganismo total

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Cristãos pós reforma protestante 1517 – Semi-paganismo –

eclesiologia e metodologia de culto pagã – estatal –

hierárquica – liturgia de sinagoga, templo, altar, foco no

homem e na lei do Antigo Testamento.

Após a Reforma até hoje o povo se voltou para Deus, mas

manteve o culto com a metodologia pagã.

Sacrificam ao Senhor, mas indo aos lugares altos. A eclesiologia

protestante em qualquer ramificação segue a mesma

metodologia pagã humanista. O ensino do Novo Testamento é:

“Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu

vitupério.” Hebreus 13:13