PRÉ-HISTÓRIA IDADE ANTIGA Linha do Tempo

Preview:

Citation preview

PRÉ-HISTÓRIA IDADE ANTIGA IDADE MÉDIA IDADE MODERNA

IDADE CONTEMPORÂNEA

4000 a.C. Surgimento da escrita

476 Queda do

Império Romano do Ocidente

1453 Tomada de

Constantinopla pelos turcos

1789 Revolução Francesa

Linha do Tempo História Geral

Principais acontecimentos Pré-História ( 3 000 000 a.C. a 4000 a.C.)

• Período Paleolítico – “Homens das cavernas”. Principais atividades econômicas: caça,

pesca, coleta. – Nomadismo (as comunidades humanas se mudavam de acordo

com a necessidade de alimento e água)

• Período Neolítico – Revolução Agrícola (ou Revolução Neolítica): o ser humano

aprende agricultura e domesticação de animais. Isso permite a fixação dos homens em um lugar só, chamado de sedentarização (oposto de nomadismo).

• Idade dos Metais

– Fabricação de ferramentas com metais (cobre, estanho e depois, ferro)

Principais acontecimentos História Antiga ( 4000 a.C. a 476)

• 4000 a.C.: desenvolvimento da escrita • Principais civilizações: Mesopotâmia e

Egito (“Antiguidade Oriental”), “Grécia” (Atenas e Esparta) e Roma (“Antiguidade Ocidental).

• Antiguidade Oriental: civilizações próximas de rios (Mesopotâmia – rios Tigre e Eufrates; Egito – rio Nilo), governos teocráticos e despóticos (faraós, reis, imperadores), servidão coletiva, construção de grandes obras (pirâmides, obras para irrigação), religião politeísta (vários deuses, muitas vezes antropozoomórficos) e crença na vida após a morte (mumificação).

• Antiguidade Ocidental: – “Grécia”: cidades-Estado ou pólis

(cidades autônomas política, econômica e militarmente); sociedade escravista ( do escravismo moderno, baseado na cor da pele). Duas polis são mais importantes: • Atenas: Desenvolvimento dos conceitos de

cidadania e democracia (a cidadania grega era limitada a homens livres adultos); desenvolvimento de ciência, medicina e filosofia. Era uma cidade de navegadores, agricultores, filósofos e artistas.

• Esparta: Cidade militarista, aristocrática e conservadora.

– Houve um período de expansão da “Grécia” (Macedônia), em que se fundiram as culturas grega (helênica) e oriental. A esse fenômeno chamamos helenismo.

– Roma: Sociedade escravista, conceito de cidadania, legislação (direito) que tem influência até hoje, língua latina, , arte, início do cristianismo, política do “pão e circo”.

Principais acontecimentos Idade Média (476 a 1453)

• Invasões “bárbaras” (germânicas) sobre o Império Romano do Ocidente.

• Sociedade: estamental (com pouca mobilidade entre as camadas sociais) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses, escravos) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corveia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).

• Estrutura política: o poder (jurídico, econômico e político) estava nas mãos dos senhores feudais, os quais se organizavam através de relações de suserania e vassalagem. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda militar ao seu suserano. O vassalo oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.

• Economia Medieval: A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias (in natura) eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O feudo era constituído pelo manso Senhorial (terras de domínio do senhor feudal como o moinho e o castelo), manso servil (área de produção de subsistência dos servos) e terras comunais (lugar onde os servos podiam coletar madeira, fazer pastagens, etc. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.

• Religião: Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.

• Educação, cultura e arte medieval: A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Esta era marcada pela influência da Igreja, ensinando o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros. A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião. Podemos dizer que, no geral, a cultura medieval foi fortemente influenciada pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais. No campo da Filosofia, podemos destacar a escolástica (linha filosófica de base cristã), representada pelo padre dominicano, teólogo e filósofo italiano São Tomás de Aquino.

Fim da Idade Média – “crise do século XIV” • Fome: As oscilações de índice populacional faziam com

que a fome fosse uma ameaça constante. A situação se agravou por volta de 1316 quando a população aumentou e a falta de alimentos tomou conta da Europa.

• Guerra: Algumas guerras eclodiram e dizimaram o que havia sobrado da população. A pior delas foi a “Guerra dos Cem Anos“, conflito entre a Inglaterra e a França.

• Peste: Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreram desta doença. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa.

• Revoltas camponesas ou Jacqueries: após a Peste Negra, a população europeia diminuiu muito. Muitos senhores feudais resolveram aumentar os impostos, taxas e obrigações de trabalho dos servos sobreviventes. Em muitas regiões da Inglaterra e da França estouraram revoltas camponesas contra o aumento da exploração dos senhores feudais. Combatidas com violência por partes dos nobres, muitas foram sufocadas e outras conseguiram conquistar seus objetivos, diminuindo a exploração e trazendo conquistas para os camponeses.

• Esses fatores sinalizaram o fim da Idade Média, da estrutura e das relações de trabalho feudais.

• A Idade Média (476 a 1453) costuma ser conhecida como a época em que a economia europeia esteve praticamente estagnada. Essa afirmação é feita porque a maior parte da população vivia nos feudos, que eram grandes áreas cercadas e isoladas uma das outras, com uma economia quase autossuficiente. Desse modo, costuma-se dizer que o comércio de produtos praticamente desapareceu no período medieval.

• No entanto, devemos relativizar essa ideia. Durante a Idade Média continuaram a existir profissionais como os artesãos (ferreiros e construtores de máquinas, por exemplo), comerciantes e negociantes. As pessoas não deixaram de adquirir certos equipamentos fundamentais à prática da agricultura (como enxadas e arados), que eram, portanto, fabricados e comercializados. Ainda que essas atividades de comércio tenham sido bastante restritas, numa Europa separada por feudos e ameaçada por guerras entre os povos do continente, isso não significa que elas tenham desaparecido, ou que não tenha havido desenvolvimento de tecnologia e ciência durante esse período.

Principais acontecimentos Idade Moderna (1453 a 1789)

• Características gerais: O fato é que a História Moderna representa um período de diversificação dos costumes e das tradições medievais. As relações humanas e as formas de interpretar o mundo se alteram. O novo período oferece novas reflexões e recupera a grandiosa cultura da Antiguidade.

• A História Moderna é fruto de inovações que começaram a se desenvolver ainda durante a Idade Média. A fase final deste período viu crescer o comércio através das feiras, das Cruzadas e dos Burgos. O renascimento do comércio fez nascer uma nova classe social: os burgueses. Estes seriam os homens que conduziriam as alterações sociais no novo período através do desenvolvimento do nascente Capitalismo.

• Grandes Navegações: Durante os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com dois objetivos principais: descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas terras. – Chegada dos europeus às Américas e

colonização dessas terras. – Brasil: Período colonial (escravidão,

capitanias hereditárias e sesmarias, governo geral, engenhos de cana-de-açúcar baseados no sistema de plantation, início da mineração, colonização mais litorânea).

– América hispânica: Encontro com grandes civilizações pré-colombianas: incas, maias e astecas, os quais possuíam religião, economia, política e sociedade muito bem estruturadas e desenvolvidas. A colonização aqui se desenvolve no interior do continente, baseada na mineração de ouro e prata e utilizando servidão indígena.

• Renascimento comercial e urbano: Os pequenos burgos (cidades) começaram a crescer e se tornar importantes concentrações de trabalhadores livres e comerciantes, onde passaram a ser organizadas feiras permanentes, o que resultou no surgimento de inúmeras cidades. As cidades voltaram a se tornar importantes núcleos econômicos. Ao mesmo tempo, isso indicou também a decadência dos vínculos feudais, pois os moradores da cidade passaram a negociar com os senhores o fim do pagamento de tributos e serviços. O aumento da liberdade política e econômica foi propiciando o aprimoramento do trabalho urbano. Os artesãos, que faziam os produtos consumidos pelos europeus, passaram a ser organizar em entidades para além de suas cidades. Para isso, formaram as guildas e as corporações de ofícios, que eram associações de trabalhadores de determinadas profissões.

• Renascimento cultural: É a intensificação artística e científica que ocorreu nos séculos XV e XVI na Europa. Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas. Cidades como Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.

Principais características do Renascimento cultural: – Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos

e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais (que valorizavam mais o divino e viam o homem como um ser incompleto, imperfeito);

– Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em deus (teocentrismo), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo);

– A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo (empirismo).

• Mercantilismo: Política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime (séculos XVI a XVIII). O governo absolutista (ver próximo slide) interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um reino, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional.

Principais características do Mercantilismo: – Metalismo ou bulionismo: Acúmulo de metais preciosos, especificamente o

ouro e a prata. – Industrialização: o governo estimulava o desenvolvimento de indústrias em

seus territórios. Como o produto industrializado era mais caro do que matérias-primas ou gêneros agrícolas, exportar manufaturados era certeza de bons lucros.

– Protecionismo Alfandegário: os reis criavam impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de moedas para outros países.

– Pacto Colonial: as colônias europeias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles. Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa. Dentro deste contexto histórico ocorreu o ciclo econômico do açúcar no Brasil Colonial.

– Balança Comercial Favorável: o esforço era para exportar mais do que importar, desta forma entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira.

• Absolutismo: Forte centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial forneceu apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e melhorando a segurança dentro de seus reinos. Nesta época, o rei concentrava praticamente todos os poderes (daí vem o termo “absolutismo”, seu poder era quase absoluto). Criava leis sem autorização ou aprovação política da sociedade. Criava impostos, taxas e obrigações de acordo com seus interesses econômicos. Agia em assuntos religiosos, chegando, até mesmo, a controlar o clero em algumas regiões. Todos os luxos e gastos da corte eram mantidos pelos impostos e taxas pagos, principalmente, pela população mais pobre, a qual tinha pouco poder político para exigir ou negociar. Os reis usavam a força e a violência de seus exércitos para reprimir, prender ou até mesmo matar qualquer pessoa que fosse contrária aos interesses ou leis definidas pelos monarcas.

• Reforma Protestante: A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. A burguesia comercial estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos. Os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza. O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão. Neste contexto, surgiram pessoas que contestaram (protestaram contra) os comportamentos da Igreja Católica, inclusive fundando novas correntes religiosas. – Reforma Luterana (Alemanha): O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros

a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica.

– Reforma Calvinista (França): De acordo com Calvino, a salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa ideia calvinista, atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade.

– Reforma Anglicana (Inglaterra): O rei Henrique VIII funda o anglicanismo, que se torna a religião oficial da Inglaterra, e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras.

• Contrarreforma Católica: Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de Trento ficou definido: – Catequização dos habitantes de terras

descobertas, através da ação dos jesuítas;

– Retomada do Tribunal do Santo Ofício – Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias;

– Criação do Index Librorium Proibitorium (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de idéias contrárias à Igreja Católica.

• Iluminismo: Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade. Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé.

• Século das Luzes: O apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema: “Liberdade, igualdade e fraternidade”. Também teve influência em outros movimentos sociais como na independência das colônias inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil.

• Revolução Francesa (1789): A situação da França no século XVIII era de extrema injustiça social na época do Antigo Regime. O Terceiro Estado era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos somente por este segmento social com o objetivo de manter os luxos da nobreza. A França era um país absolutista nesta época. O rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. Havia a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar, nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia) ou condenados à guilhotina. O clero tinha o privilégio de não pagar impostos. A nobreza, formada pelo rei, sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. A base da sociedade era formada pelo terceiro estado (trabalhadores, camponeses e burguesia) que, como já dissemos, sustentava toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em seu trabalho.

A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa. O lema dos revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado francês. Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793.O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução. No mês de agosto de 1789, a Assembleia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo.

• Girondinos e Jacobinos: Após a revolução, o terceiro estado começa a se transformar e partidos começam a surgir com opiniões diversificadas. Os girondinos, por exemplo, representavam a alta burguesia e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política. Por outro lado, os jacobinos representavam a baixa burguesia e defendiam uma maior participação popular no governo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, os jacobinos eram radicais e defendiam também profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres.

• A Fase do Terror: Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder e organização as guardas nacionais. Estas, recebem ordens dos líderes para matar qualquer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política são as marcas desta época.

• Napoleão Bonaparte – implantação do governo burguês: Em 1795, os girondinos assumem o poder e começam a instalar um governo burguês na França. Uma nova Constituição é aprovada, garantindo o poder da burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômico. O general francês Napoleão Bonaparte é colocado no poder, após o Golpe de 18 de Brumário (9 de novembro de 1799) com o objetivo de controlar a instabilidade social e implantar um governo burguês. Napoleão assumi o cargo de primeiro-cônsul da França, instaurando uma ditadura.

A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. Os ideais políticos (principalmente iluministas) presentes na França antes da Revolução Francesa também influenciaram a independência de alguns países da América Espanhola e o movimento de Inconfidência Mineira no Brasil.

• Revolução Industrial: A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas a vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção.

As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.

Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como, por exemplo, o ludismo. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta com relação a vida dos empregados. O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela via política, conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores.

A Revolução Industrial tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram consequências nocivas para a sociedade.

Principais acontecimentos Idade Contemporânea (1789 a hoje)

• Guerras Napoleônicas (1799-1815)

• Independência da América Espanhola (1808-1829) e da América Portuguesa (1822)

• Imperialismo na África e na Ásia • Guerra Civil dos Estados Unidos

(1861-1865)

• Unificação da Itália e da Alemanha (1870, 1871)

• Belle Époque (1871-1914)

• Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

• Revolução Russa (1917)

• Crise de 1929

• Modernismo • Comunismo • Fascismo e Nazismo • Segunda Guerra Mundial (1939-

1945)

• Descolonização da África (déc. 1940-déc. 1980)

• Guerra Fria (1945-1991)

• Atentados de 11 de setembro (2001)

• Crise econômica de 2008-2009 • Primavera árabe de 2010-2011