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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
MÊLIZE ALMEIDA DA SILVA
A IMPORTÂNCIA DO JOGO COM REGRAS NA APRENDIZAGEM
MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Natal- RN
2015
MÊLIZE ALMEIDA DA SILVA
A IMPORTÂNCIA DO JOGO COM REGRAS NA APRENDIZAGEM
MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao
Centro de Educação da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos
necessários para obtenção da licenciatura em
pedagogia, orientado pela professora Odenise
Maria Bezerra.
Natal- RN
2015
MÊLIZE ALMEIDA DA SILVA
A IMPORTÂNCIA DO JOGO COM REGRAS NA APRENDIZAGEM
MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Bancada Examinadora
Orientador(a): Prof.ª Odenise Maria Bezerra
Instituição: Universidade Federal Do Rio Grande do Norte
Assinatura:
Orientador(a): Prof.ª Dra Cláudia Rosana Kranz
Instituição: Universidade Federal da Paraíba
Assinatura:
Orientador(a): Prof.ª Elaine Souza de Macêdo
Instituição:
Assinatura:
Data de Aprovação: ___de __________de 2015
Dedico esta pesquisa aos meus sobrinhos Júlia
Beatriz e Gustavo Henrique e a todas as crianças
com as quais durante esta trajetória tive a
oportunidade de ensinar e aprender.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente e imensamente a Deus pela sabedoria dada em todos os
momentos, a Ele devo a minha vida.
Aos meus pais, irmãos e familiares pelo reconhecimento de uma carreira profissional
escolhida.
A meu esposo que sempre com carinho e dedicação me ajudou em todas as etapas para
realização deste sonho.
A professora Odenise Maria Bezerra pela dedicação, atenção e ajuda oferecida para
execução desta pesquisa.
As professoras Cláudia Kranz e Elaine Macêdo, pela avaliação ao meu trabalho.
A IMPORTÂNCIA DO JOGO COM REGRAS NA APRENDIZAGEM
MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
RESUMO
Esta pesquisa discute a importância do uso do jogo com regras na aprendizagem
matemática na Educação Infantil, buscando mostrar qual a relação existente entre a função
lúdica e educativa do jogo, como forma de dinamizar a prática pedagógica. A pesquisa foi
realizada com o jogo boliche, nas turmas do nível III e IV do Centro Municipal de Educação
Infantil Libânia Medeiros. Iremos descrever o planejamento e os resultados obtidos que
apontem para a importância dos jogos com regras na matemática no universo infantil
enquanto atividade lúdica que contribui para a formação global da criança, facilitando o
conhecimento e o interesse do aluno, ajudando no desenvolvimento de sua criatividade,
raciocínio lógico e na interação em grupo.
Palavras-chaves: Matemática. Jogos. Aprendizagem.
SUMÁRIO
1. O LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM ................................ 11
2. IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ................................................... 15
3. A PESQUISA ................................................................................................ 17
4. ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................... 23
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 25
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 27
8
INTRODUÇÃO
No processo de desenvolvimento da aprendizagem da criança em relação à
matemática, devem-se envolver recursos práticos promovendo momentos de partilhamento de
ideias, levantamento de hipóteses e discussões em grupo. Na fase entre 4 e 6 anos a criança já
apresenta uma linguagem clara, como forma de socializar, e desenvolver suas habilidades nos
registros escritos, desenhos e dramatizações. É essa fase classificada por Piaget (1973) como
primeiro nível do pensamento pré – operatório, em que a criança faz o uso do pensamento
simbólico e da linguagem de forma pré-lógica.
É favorável aproveitar essa fase em que a criança se encontra para estimular suas
aprendizagens de forma mais real para ela. Todo ambiente escolar em si já promove ao aluno
novas vivências na interação, socialização, o que irá enriquecer sua forma de comunicar suas
expressões e emoções. Então, nada mais enriquecedor do que usar as aulas de matemática
para além do fazer mecânico, pois o que ainda se pode observar nos estágios supervisionados
realizados na Educação Infantil é que algumas das atividades propostas para as crianças nesta
idade contemplam exercícios cansativos, em que elas têm que ligar conjuntos ao numeral,
cobrir numerais e escrever os números em ordem, fazendo-o sem nenhum significado, apenas
por repetição. É preciso atenção de acordo com Lara (2011, p.11):
A capacidade de resolver problemas, utilizar a imaginação e a criatividade passam a
ser requisitos cada vez mais indispensáveis, enquanto que a capacidade de
memorização, repetição e mecanização se tornam insuficientes frente à eficácia do
computador e das máquinas em geral.
Segundo Aranão (2013), algumas atividades são apenas uma forma de preencher
exercícios mecanicamente. Segundo esse mesmo autor é preciso destacar a participação da
criança nas atividades:
Cabe a ela, através de suas ações sobre os objetos, inventar e reinventar relações,
buscando estruturar seu pensamento lógico-matemático principalmente no que diz
respeito às noções de quantidade e medida, para posteriormente praticar a grafia
numérica (ARANÃO, 2013, p.13).
Torna-se, portanto, necessário refletir sobre a forma de ensinar o conteúdo para a
criança como um processo de construção, em que ela possa ser capaz de resolver problemas
desenvolvendo suas habilidades, privilegiando sua espontaneidade e favorecendo experiências
que sejam enriquecedoras. Para essa perspectiva o uso de materiais manipulativos e de fácil
9
acesso será relevante à medida que esse recurso proporcionará vivências diante de atividades
que lhe são sugeridas.
Dessa maneira, a presente pesquisa aborda a importância dos jogos na aprendizagem
matemática, proporcionando aos alunos a oportunidade de vivenciar situações lúdicas e
divertidas, porém de aprendizagens sendo a própria criança capaz de resolver conflitos que
possam existir durante a aplicação da atividade, o que irá contribuir para construção do
raciocínio matemático.
Ramos (2002, p.2), relata que ao avaliar sobre o tipo de jogo, o ambiente e as regras
que deverão ser aplicadas, “as crianças desenvolvem sua capacidade de raciocinar, de julgar
(...), de argumentar, de como chegar a um consenso, reconhecendo o quanto isto é importante
para iniciar à atividade em si”. Tomamos como referência esses objetivos e o que diz as
Diretrizes Nacionais para Educação Infantil no que se refere às práticas pedagógicas que
devem ter como eixos norteadores além da interação e brincadeira também,
Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências
sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão
da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança e recriem, em
contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e
orientações espaço temporais; (2010, p.25)
Portanto, é muito importante que o professor possa estar disposto a buscar atividades
facilitadoras nesse processo de conhecimento/aprendizagem compreendendo que existem
brincadeiras que ensinam e que podem ser eficazes, além de ser algo do interesse e realidade
da criança, no caso, os jogos que podem se transformar em materiais didáticos com objetivos
e intencionalidades do saber matemático. Mas, para que isso ocorra, o professor deve planejar
tendo um olhar sobre a sala de aula, trabalhando coletivamente e estabelecendo uma interação
entre a vida cotidiana deles.
Segundo Smole, Diniz e Milani (2007, p. 13), existem formas de propor e explorar os
jogos nas aulas de matemática: “(...) para que os alunos possam aprender e desenvolver-se
enquanto jogam, é preciso que o jogo tenha nas aulas tanto a dimensão lúdica quanto a
educativa”. Nesse sentido, buscaremos verificar se o jogo pode ser uma atividade lúdica e
também educativa, observando se a sua prática poderá ser uma ferramenta eficaz para a
motivação nas aulas de matemática, especificamente para as crianças.
10
Procuramos analisar o jogo com regras, usando três etapas para o desenvolvimento da
metodologia da pesquisa como Smole, Diniz e Milani (2007) já sugerem a exploração do jogo
por etapas. A primeira conversando sobre o jogo, a segunda produzindo um registro a partir
do jogo e a terceira problematizando um jogo. Então, assim fizemos, sendo a primeira etapa
denominada “conhecendo o jogo boliche”, em que apresentaremos o jogo como esporte e suas
principais regras oficiais. A segunda etapa será “construindo o jogo”, onde faremos a
confecção dos materiais que serão utilizados e a terceira etapa será “a jogada”, em que enfim
faremos a prática a partir das regras estabelecidas.
Partindo da perspectiva do jogo com regras como ferramenta pedagógica para as aulas
de matemática na Educação Infantil, refletiremos também durante essa pesquisa sobre a
importância de se planejar para que os momentos em sala de aula usando os jogos possam ser
produtivos e a sua prática seja significativa em sala de aula.
11
1. O LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
A ludicidade é algo que não deve faltar na Educação Infantil, pois o universo da
criança gira em torno do brincar, e nada mais coerente em tornar esse momento de
aprendizagem de forma didática realizando vários tipos de atividades com o intuito de
alcançar uma aprendizagem significativa. Nesse sentido, Brougère (1986, 55) já dizia que
existe uma estreita ligação entre infância e jogo, onde o interesse parte pela própria criança.
Compreende-se, então, que o lúdico está inserido no contexto da criança desde
sempre, por esse motivo na Educação Infantil o uso de atividades que promovam o bem estar
e o desenvolvimento são de suma importância, pois pensar em criança é pensar em
brincadeira, e quando isso torna-se uma prática com fins pedagógicos pode-se dizer que a
aprendizagem ocorrerá de forma mais satisfatória, respeitando o ritmo e a particularidade de
cada uma delas. Vários pesquisadores contribuíram para um pensamento amplo em relação às
crianças que são capazes de aprender, também na fase inicial da vida de forma lúdica. De
acordo com Soares (2009, p.27), destacam-se:
Rousseau (1712-1778) e Pestallozzi (1746-1827), que ressaltaram o
desenvolvimento natural infantil, passando a Fröbel (1782-1852), precursor de
Pestallozzi, que enfatizou uma educação com intuito de respeitar a evolução natural
da criança, abrindo espaço para o brincar. Foi ele quem criou o primeiro jardim de
infância, e defendeu que os currículos escolares se fundamentassem nas atividades e
interesses de cada fase da vida.
Na fase da Educação Infantil, deve-se priorizar o desenvolvimento conforme ressaltam
os autores citados anteriormente de maneira natural, respeitando a evolução de cada criança.
Para Aranão (2011, p.23), um dos objetivos do ensino da matemática, nessa fase, deve ser o
de desenvolver a capacidade de dedução (raciocínio lógico) e não a habilidade para calcular
mecanicamente. A autora ainda discorre sobre o papel fundamental do professor, o qual
precisa estar atento às manifestações dos pensamentos das crianças, desenvolvendo atividades
em que elas sejam participantes ativos, sentindo-se atraídas e com o interesse de participar das
atividades. Dessa forma, sua aprendizagem ocorrerá de maneira mais eficaz, e é com esse
intuito que sugerimos o jogo como uma atividade didática capaz de desenvolver e despertar
habilidades.
12
Através do jogo a prática pedagógica pode acontecer de maneira variada, usando
diferentes materiais de fácil acesso, além de podermos utilizar outros ambientes que não o da
sala de aula, como a quadra, biblioteca, pátio ou qualquer outro lugar que seja adequado para
a atividade proposta. Ao envolver o grupo com jogos lúdicos que desenvolvam a
aprendizagem no ensino da matemática, o professor permitirá aos seus alunos uma postura
autônoma, sendo assim, capazes de identificar elementos matemáticos como números, fazer
contas, usar a memória, o raciocínio lógico, e toda essa aprendizagem pautada na iniciativa
que o próprio jogo oferece.
Ao jogar pode-se estabelecer uma relação de prazer que possibilita ao aluno aprender
com motivação e autoestima, ou seja, essa prática tem em si uma função lúdica. O
envolvimento do aluno com o conteúdo caracteriza-se um estudo que favorece o seu
desenvolvimento na cognição e também na interação com o próximo, pois o lúdico
desenvolve o espírito construtivo, a capacidade de pensar, de sistematizar e interagir
socialmente, como bem dizem Silva e Kodama (2004, p.3): “A atividade lúdica é,
essencialmente, um grande laboratório em que ocorrem experiências inteligentes e reflexivas
e essas experiências produzem conhecimento”.
O jogo essencialmente tem sua natureza livre e sua organização caracteriza uma
atividade sistemática, pois cada um tem sua regra, sua estrutura, tempo e espaço. Pelo seu
caráter envolvente dizemos que a criança aprende brincando, é o que nos diz Kishimoto
(2011, p.20):
Tais estruturas seqüenciais de regras permitem diferenciar cada jogo, permitindo
superposições com a situação lúdica, ou seja, quando alguém joga , está executando
as regras do jogo e, ao mesmo tempo, desenvolvendo uma atividade lúdica.
Com isso, considera-se o jogo uma forma de auxiliar o aluno na evolução da
aprendizagem de concepções não compreendidas, fazendo com que ele seja capaz de superar
seus limites ludicamente. Tudo pensado na busca em alcançar resultados proveitosos,
conforme o nível de desenvolvimento da criança.
Quanto ao uso de jogos como estratégia de ensino em sala de aula, os PCN (BRASIL,
1998, p. 47) defendem o seu uso, afirmando que:
Os jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem
que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na
elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções. Propiciam a simulação
13
de situações-problema que exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o
planejamento das ações; possibilitam a construção de uma atitude positiva perante os
erros, uma vez que as situações sucedem-se rapidamente e podem ser corrigidas de
forma natural, no decorrer da ação, sem deixar marcas negativas.
Por que usar o jogo nas instituições de ensino? O jogo na sala de aula atua como um
meio de integração, o qual está associado à educação e, portanto deve-se atribuir-lhe valor
educativo e pedagógico, fazendo com que essas atividade lúdica torne-se um meio de
aprendizagem. Para complementar essa questão citarei o pensamento de Kishimoto (2011, p.
89),
O jogo, como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento, passa a ser
considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que
colocar o aluno diante de situações de jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola, além de poder
estar promovendo o desenvolvimento de novas estruturas cognitivas.
Portanto, a importância da utilização dos jogos refere-se ao desenvolvimento do
próprio aluno na aquisição dos conceitos matemáticos de forma espontânea, pois ao jogar
estará interagindo com outro colega e o professor será responsável por mediar esse momento
não alterando sua jogada, mas fazendo com que o aluno pense.
Segundo Oliveira (1993), Vygotsky já se preocupava com essas questões, abordando a
relação social, do meio e da mediação para a aprendizagem, e é através da relação social, do
meio e da mediação que o próprio aluno poderá ser capaz de ampliar suas habilidades
adquiridas ou desenvolver outras que o oriente em determinada jogada, observando qual foi o
seu erro e analisando uma melhor forma de conseguir pontos ou terminar a jogada para
vencer. Muitos são os jogos que podem ser utilizados nas aulas como o dominó, o baralho,
dama, xadrez, boliche e outros que podem ter suas regras adaptadas pelo professor para que
ele possa atingir seus objetivos.
Ao jogar, o aluno poderá criar hipóteses, buscando suposições, usando a argumentação
e organizando suas ideias. Isso está totalmente ligado ao raciocínio lógico-matemático e a
capacidade que cada criança tem de delimitar suas ações, no qual, Piaget (1977) cita que o
conhecimento lógico matemático é construído a partir da própria ação da criança sobre
objetos e ao pensar o mundo, essas habilidades desenvolvidas são de extrema importância,
tendo em vista que o aluno terá a oportunidade de resolver problemas, investigar e descobrir
como melhorar sua jogada, refletir e analisar as regras estabelecidas.
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Busca-se sugerir, através desse trabalho, uma proposta que possibilite o aprender
favorecendo o conhecimento através dos jogos de forma prazerosa, em que a criança torna-se
participante de todo o processo de construção do jogo desde a sua produção com materiais
acessíveis até o combinado das regras.
15
2. IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
Toda atividade desenvolvida em sala de aula deve ser bem planejada para que sua
execução torne-se mais tranquila e eficaz. Ao elaborarmos atividades de matemática
envolvendo jogos devemos, inicialmente observar o contexto da turma e quais objetivos
almejamos, buscando assim, o jogo adequado para a situação referenciada, proporcionando
uma interação entre seus objetivos e sua importância. De acordo com o Referencial Curricular
Nacional para Educação Infantil – RCNEI (1998, p.211):
O jogo pode tornar-se uma estratégia didática quando as situações são planejadas e orientadas pelo adulto visando a uma finalidade de aprendizagem, isto é,
proporcionar à criança algum tipo de conhecimento, alguma relação ou atitude. Para
que isso ocorra, é necessário haver uma intencionalidade educativa, o que implica
planejamento e previsão de etapas pelo professor, para alcançar objetivos
predeterminados e extrair do jogo atividades que lhe são decorrentes.
O educador tem a responsabilidade de planejar suas aulas, para atingir
intencionalidades educativas e não somente lúdicas. O lúdico e o educativo devem estar
interligados favorecendo um efeito positivo na realização das atividades. Kishimoto diferencia
essas duas funções,
1. Função lúdica: o brinquedo propicia diversão, prazer e até desprazer, quando
escolhido voluntariamente; e 2. Função educativa: o brinquedo ensina qualquer
coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão
de mundo (2011, p. 41).
Por isso, a importância de realmente se preocupar com o planejamento pautado
coerentemente nos dois aspectos, lúdico e educativo, para que não haja apenas a diversão sem
compromisso com a aprendizagem.
É preciso também enfatizar que a criança necessita da contribuição do adulto para
mediar esse caminho, e na sala de aula esse mediador deverá ser o professor, no qual o aluno
terá suporte e confiança, sendo sua participação tão necessária com interferências de forma
amável, elogiando e nunca comparando uma criança a outra para não gerar sentimentos de
inferioridade. Para Brougère (1986, p.57),
Ao pedagogo cabe fornecer um conteúdo, dando-lhe a forma de um jogo, ou
selecionar entre os jogos disponíveis na cultura lúdica infantil aqueles cujo conteúdo
corresponde a objetivos pedagógicos identificáveis.
16
Sendo assim, o professor precisa estar atento a sua prática e especialmente com os
jogos que apesar da sua metodologia criativa e divertida precisa de mais atenção, para que
justamente não se torne um mero divertimento sem significado. É preciso promover desafios,
obstáculos, problematizações para que a criança exercite sua inteligência explorando todos os
aspectos favoráveis para ela no momento da atividade.
Portanto, o professor precisa ter um planejamento organizado, a fim de ajudá-lo na
execução. E nas práticas referentes ao jogo com o planejamento elaborado, o mesmo poderá
registrar e fazer adaptações durante e após as aulas.
17
3. A PESQUISA
Considerando tudo que já foi exposto, elaboramos e realizamos todas as etapas de uma
pesquisa de metodologia qualitativa, pois há uma relação dinâmica e prática em campo para
vivenciar a questão discutida.
A pesquisa foi realizada com alunos do Centro Municipal de Educação Infantil
Libânia Medeiros - CMEI, no município de Natal, no estado do Rio Grande do Norte - RN.
No mês de maio do ano de 2015, desenvolvemos as etapas do jogo escolhido com 18 crianças
dos níveis III e IV tendo uma faixa etária entre 4 e 6 anos. A escolha dessa turma foi
justamente baseada na intencionalidade da atividade em relação a suas idades, em que elas se
encontram no nível de pensamento pré – operatório.
Permanecemos no CMEI para realização da prática durante uma semana, a turma foi
apresentada pela professora titular, que observou a metodologia sendo aplicada. Fizemos
registros fotográficos e escritos das etapas para posterior análise dos dados.
Escolhemos como jogo o boliche, cujo objetivo era verificar a possibilidade de
proporcionar às crianças, momentos de aprendizagem de forma lúdica e dinâmica,
vivenciando e experimentando novos desafios, além da própria confecção do material
construído por eles. O jogo realizado além de explorar a matemática por meio da contagem de
quantidades, também visa relacionar outros conteúdos, propiciando o desenvolvimento em
variadas áreas de conhecimento como, representação por meio do desenho, coordenação
motora, criatividade e noção de espaço.
Para melhor compreensão do desenvolvimento da pesquisa dividimos o jogo em três
etapas: conhecendo o jogo boliche, construindo o jogo e a jogada. Durante a descrição dessas
etapas, usaremos nomes fictícios para preservação da identidade das crianças.
Primeira etapa: Conhecendo o jogo boliche
Nessa etapa foi o momento de conhecer o jogo, reunimos as crianças e conversamos
sobre como se joga profissionalmente, esclarecendo para as crianças que o boliche já é um
esporte praticado há muito tempo no Brasil e em outros países e que existem regras que
tornam esse esporte um jogo de competição. Nesse momento citamos as principais regras:
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Uma partida consiste em dez jogadas, cada jogador lança a bola duas vezes em
cada jogada;
No caso de derrubar todos os pinos no primeiro arremesso chamamos de
"strike";
Existe uma área de arremesso e uma pista;
Usa-se uma bola com três furos;
O objetivo é arremessar uma bola sobre uma pista para atingir dez pinos
dispostos em uma formação triangular;
Cada pino derrubado vale um ponto.
Questionamos se alguém já tinha algum conhecimento sobre o jogo em questão, foi
nesse momento que algumas crianças descreveram o que sabiam. O aluno João chamou a
atenção ao levantar e demonstrar através do movimento do corpo, como faz para jogar a bola
até os pinos, confirmando que “usa uma bola que tem três buraquinhos” e os pinos que ficam
a frente para que a bola possa acertá-los. Ao perguntar como se ganha esse jogo Maria falou
“quem derruba mais pinos é o campeão”, o que está correto.
Após a explicação das regras oficiais do jogo, foi proposta a criação de uma regra para
o jogo que estava sendo orientado, dentro da nossa realidade. Os alunos participaram da
construção coletiva ficando assim decidido após discussão:
Regras:
Cada jogador tem direito a duas jogadas;
O jogador deve jogar a bola a partir da linha marcada;
Cada pino derrubado vale um ponto;
O vencedor será o jogador que ao final das duas jogadas tiver
derrubado mais pinos.
Ao final desse momento lançamos a proposta para cada criança fazer um registro das
regras em forma de desenho, utilizando folhas de ofício, lápis e coleções de cor para colorir,
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elas escolheram qual regra ou material (bola/pinos) gostariam de expressar em forma de
desenho. Todos os registros foram colocados em um cartaz coletivo na sala de aula.
Segunda etapa: Construindo o jogo
Materiais:
Uma bola
Dez pinos
Para confecção dos materiais do jogo, usamos folhas de revistas para produzir a bola,
garrafas PET e papel crepom para fazer os pinos. Três crianças ficaram responsáveis pela
confecção das bolas e as demais ficaram com a construção dos pinos.
As crianças que confeccionaram as bolas amassaram folhas de revistas até formar uma
esfera firme e em volta colocamos fita adesiva. As outras crianças que ficaram responsáveis
pelas garrafas colocaram um pouquinho de areia até a marca de dois dedos, confeccionando
assim os pinos. Cortamos papel crepom em tiras e colocamos dentro das garrafas para ficarem
coloridas.
Em relação ao uso destes materiais acessíveis, chamados também de alternativos
Aranão (2011, p.46), ressalta que “(...) é possível fazer um trabalho criativo, prazeroso e
educativo. Basta exercitar a criatividade e permitir que a criança também o faça”, permitindo
que o aluno encontre a maneira de construir, manipulando os materiais e sentindo que ele
também é o criador do que está sendo feito, favorecendo um ambiente oportuno para trocas de
ideias.
Nesse momento de construção do material houve participação de todos os alunos
envolvidos. Pode-se observar a socialização, concentração e coordenação motora, pois alguns
alunos sentiram dificuldades em passar o papel crepom pela garrafa.
Após compartilhar o que os alunos já sabem sobre o boliche, construir as regras e os
materiais para o jogo seguimos para próxima etapa.
Terceira etapa: O jogo
20
Todos já estavam envolvidos e com interesse em participar e para o registro das
jogadas de cada criança foi produzido um cartaz conforme o modelo a seguir:
JOGADOR
1ª JOGADA
2ª JOGADA
TOTAL
ALUNO 1
ALUNO 2
Os próprios alunos formaram uma fila para iniciar a jogada, que foi realizada da
seguinte forma: O jogador da vez após lançar a bola deve contar quantos pinos derrubou e
fazer o registro no cartaz. Em seguida vai para o final da fila e aguarda sua segunda jogada.
Ao término das jogadas, cada jogador irá fazer a soma de seus pontos observando o registro
feito.
Para ajudar na contagem dos pontos as crianças tinham a disposição tampinhas de
garrafa, mas algumas preferiram registrar por meio dos tracinhos.
Alguns questionamentos surgiram por parte dos alunos durante a aplicação do jogo.
Ao jogar a bola até os pinos e derrubá-los a aluna Beatriz ficou confusa na contagem, pois
contava mais de uma vez os pinos derrubados. Foi quando fizemos a pergunta problema:
Como posso fazer para contar meus pinos derrubados sem contá-los mais de uma vez?
Ana Júlia que já tinha feito sua contagem deu a dica: “Você conta o pino um por um e
vai separando para não confundir”
Beatriz então voltou a contar separando cada pino contado de um lado e descobriu que
tinha derrubado cinco.
Outro questionamento surgia por parte de algumas crianças que não sabiam a forma
convencional da escrita numérica ao fazerem o registro no cartaz, cada um deles tinha que
registrar do seu jeito e mais uma vez a pergunta problema surgiu:
Como posso representar (escrever) a quantidade de pinos derrubados no cartaz?
21
João que desde o início se mostrou bem solícito observando os materiais dispostos
para contagem falou: “pode usar os palitos”!
Então explicamos que se, por exemplo, Beatriz derrubou cinco pinos ela pode pegar
cinco palitos o que representará a quantidade de pinos que ela derrubou e seu registro no
cartaz pode ser feito por “tracinhos”.
É importante ressaltar que nessa pesquisa não objetivamos desenvolver a escrita
numérica convencional, mas sim a relação entre número e quantidade e percepção da própria
criança através do raciocínio lógico matemático para aplicação no jogo desenvolvendo
espontaneamente essas habilidades.
Vamos exemplificar com a jogada de João e Maria, sendo João o primeiro jogador e
Maria a segunda, conforme descrito no quadro a seguir. João usou a escrita numérica
convencional para registrar suas jogadas, Maria usou os tracinhos com o número de vezes
correspondente aos pinos que derrubou, vejamos:
JOGADOR
1ª JOGADA
2ª JOGADA
TOTAL
1-JOÃO 5 7 12
2-MARIA 5
Observamos durante a aplicação do jogo que quando o aluno João estava contando os
pinos ele estava ao mesmo tempo fazendo a assimilação de sua jogada, usando o raciocínio e
praticando a sequenciação dos numerais. Ao ter a oportunidade de registrar o numeral na
tabela ela poderia fazê-lo do seu jeito de forma natural ou consultando os colegas.
Para saber o total de pontos João sentiu dificuldades em fazer a contagem, então foi
proposta mais uma pergunta problema:
Como posso fazer a contagem total de pontos juntando a primeira mais a segunda
jogada?
As crianças ficaram pensativas por alguns instantes, foi quando a aluna Gabriela
sugeriu: “se usar as tampinhas? Acho que dá pra saber.”
22
Então foi orientado que ele utilizasse 5 tampinhas representando a primeira jogada e
colocasse mais 7 tampinhas representando a segunda jogada, dessa forma ele contou todas as
tampinhas dispostas e descobriu o resultado 12.
Maria que tinha usado os tracinhos no quadro, percebendo como João achou seu
resultado, foi logo contando os tracinhos que fez descobrindo o resultado 5, o qual quis
escrever numericamente pedindo a ajuda dos colegas que mostraram em baixo do quadro os
numerais recortado. Esses numerais do zero ao nove ficam anexados na parede da sala e a
professora utiliza em alguns momentos em sua aula.
Após todos jogarem e registrarem o total de seus pontos no quadro nos reunimos em
roda para saber qual criança fez a maior pontuação. Como Gabriela já tinha dado a dica, isso
cada um pegou a quantidade de tampinhas ou palitos referente a sua pontuação total, e
comparando os resultados e as quantidades descobrimos quem foi o ganhador.
Quando cada criança estava com a quantidade de tampinhas referente a sua jogada
total, foi possível levantar algumas questões com elas, para que pudessem pensar e encontrar
a respostas.
Quem fez mais pontos?
Quem fez menos pontos?
Alguém fez a mesma pontuação?
João fez 12 e Pedro 9 quanto pontos falta para Pedro empatar com João?
Esse foi um momento de troca e de encontrar possibilidades para achar resultados com
as ferramentas que cada uma tinha em mão, contextualizando o boliche através de perguntas
relacionadas ao jogo.
23
4. ANÁLISE DOS DADOS
Essa pesquisa permitiu identificar alguns pontos positivos para a utilização dos jogos
na Educação Infantil. Durante todo o processo de realização da pesquisa percebemos que as
crianças permaneceram envolvidas, permitindo assim uma maior interação entre a turma e
fazendo com que os alunos ficassem interessados no que estava sendo proposto. Dessa forma
o estímulo para participar era próprio aluno.
Notamos que ao estabelecerem regras, os alunos se propuseram a contribuir para sua
elaboração de forma positiva, pois nada foi imposto autoritariamente, pelo contrário cada
etapa foi sendo construída, por isso, é preciso estar atento ao construir junto contextualizando
a realidade da sala de aula que está inserida, transmitindo para o aluno, algo que seja do seu
interesse para que esse possa se sentir estimulado e seguro na realização da atividade.
Observamos também que o diálogo contribuiu para que os alunos se sentissem
confiantes durante todas as etapas, com informações claras e atentas mantendo uma relação de
troca recíproca.
Não podemos deixar de citar algumas competências que se destacaram como o
raciocínio lógico, a criatividade e o pensamento independente. Na prática do jogo, a criança
estava exercitando essas competências estabelecendo conceitos e formas de assimilar e
concretizar o seu conhecimento.
Essa atividade então se caracteriza como uma atividade lúdica com valor educativo, ao
ser algo planejado em que se pôde vivenciar aquilo que em primeiro plano estava no abstrato,
ou seja, o aluno foi estimulado a pensar sobre o que estava exercitando, formular as regras,
registrar através do desenho e construir os materiais.
Ao levar em consideração todas as informações compartilhadas pelos alunos,
percebemos os avanços de cada um e as dificuldades, tentando sempre da melhor forma
possível ajudá-los nessa etapa de aprendizagens. Essas aprendizagens foram desenvolvidas de
maneira criativa e lúdica, em que o contato com o material favoreceu uma dinâmica real em
relação aos conhecimentos possíveis de serem adquiridos.
24
Na prática em sala de aula, a atividade proposta refletiu positivamente, além de toda
participação e envolvimento, pode-se observar também que cada criança pensava sua
estratégia antes de chegar à sua vez. Ao contar a quantidade de garrafas derrubadas a maioria
separou as já contadas, as outras apenas apontavam com o dedo enquanto iam contando até
descobrir ao final a quantidade de garrafas acertadas.
Com a espontaneidade de todos os participantes houve crescimento e a melhoria da
convivência dos alunos, visto que não estava presente apenas a diversão no jogo proposto
havia a intenção de desenvolver competências de forma natural nas crianças, como já citado a
preocupação de se planejar com base na dimensão lúdica e na dimensão educativa, pois nem
todo jogo é direcionado para uma intencionalidade pedagógica, portanto é preciso que os
objetivos estejam claros.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabemos da importância do jogo como estratégia no ensino da Matemática em sala de
aula, acreditamos que sua função consiste em uma metodologia criativa, contagiante e
desafiadora, porque ao utilizar essa abordagem metodológica como atividade que favoreça a
aprendizagem o professor estará comprometido em tentar melhorar a sua prática de ensino
estimulando a construção do conhecimento.
Nesse sentido a utilização dos jogos na escola poderá contribuir para que a criança
torne-se um indivíduo crítico e reflexivo, porquanto sua prática promove variadas
possibilidades de aprendizagens as quais, demandam o pensamento e capacidade de ação que
o aluno terá sobre suas escolhas, tornando o jogo um elemento de ensino em que sua proposta
irá variar de acordo com o que o professor estará planejando.
A ação pedagógica do professor precisa estar enraizada no ato de contribuir para o
aprimoramento dos conhecimentos prévios dos alunos, fazendo com que eles desenvolvam
suas habilidades e competências a cada passo. Baseados no Referencial Nacional para
Educação Infantil - RCNEI, esse jogo possibilitou o desenvolvimento de conteúdos como
sequencia numérica e a relação entre número e quantidade ao proporcionar a utilização da
contagem oral, comunicação de quantidades, registros não convencionais e comparação de
escritas numéricas.
Sendo assim, o professor deve considerar as possibilidades da utilização dos jogos
pedagógicos, fazendo com que as habilidades e competências da criança possam acontecer
espontaneamente, partindo de práticas inovadoras.
A realização dessa pesquisa proporcionou um momento de grande valor na concepção
dos jogos como atividades lúdicas e de aprendizagem. Todo o processo realizado buscou
mostrar que pode ser possível realizar aulas diferenciadas e com materiais acessíveis para os
alunos. No entanto, é preciso dedicação e prazer na condução desses recursos didático-
pedagógico, pois o educador tem uma função fundamental no processo de realização das
atividades propostas em sala de aula objetivando para o desenvolvimento das aprendizagens
que possam ser aprendidas pelas crianças.
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Dessa maneira, percebemos que ao utilizar o jogo, além do lúdico podemos ter outras
possibilidades como o desenvolvimento social e intelectual da criança. É importante um novo
olhar para o processo de ensino/aprendizagem da matemática que devam contemplar para o
aluno a oportunidade de aprender e ampliar seus conhecimentos, buscando metodologias
envolventes e não apenas exercícios mecânicos.
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