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A INFLUÊNCIA DA INTERNET NOS HÁBITOS
DOS ADOLESCENTES EM RELAÇÃO
À ALIMENTAÇÃO, SEDENTARISMO E
ATIVIDADES FÍSICAS
Elisangela de Souza Cunha
Denise da Silva Martins
Resumo
O presente estudo buscou avaliar a percepção do
adolescente quanto a seus hábitos alimentares,
relacionando-os ao tempo dispendido e as formas de
acesso à Internet. Deste modo, discutiu-se a
importância da alimentação saudável, correlacionada
ao sedentarismo e à prática de exercícios físicos
como temas correlatos. A fim de traçar o perfil
desses alunos quanto as suas atividades diárias,
aplicou-se um questionário em três turmas do 6º ano
do Ensino Fundamental do Colégio Brigadeiro Newton
Braga (CBNB). Verificou-se que muitos adolescentes
não têm horário estabelecido para acessar a internet,
utilizando-a, pelo menos, uma vez por dia, por duas
horas, em média. Entre os entrevistados, 57%
admitiram consumir algum tipo de guloseima
enquanto acessam a internet. Com base nos dados
aferidos, percebeu-se que os discentes utilizam
diariamente a internet para diversas finalidades,
algumas consideradas positivas e outras
desnecessárias. Quando considerados o tempo
dispendido e a qualidade do material acessado,
conclui-se que tal questão vem se constituindo em
um grave problema da sociedade. Neste sentido, é
importante se destacar a necessidade de alguns
discentes em melhorar seus hábitos alimentares e
praticar mais esportes, a fim de evitar futuros
problemas de saúde.
Palavras-chave: Hábitos Alimentares, Sedentarismo,
Tecnologia.
INTRODUÇÃO
De acordo com Reichembach (2007), nas sociedades
tradicionais, a alimentação é vista como componente
fundamental da manutenção e recuperação da saúde, através
de um código rigoroso de escolha e combinação de alimentos.
No entanto, segundo Hallal (2012,apud MARQUES, 2016), “as
mudanças ocorridas na dieta alimentar e no estilo de vida da
população, resultantes da industrialização, do urbanismo e do
2
desenvolvimento econômico, têm ocorrido rapidamente nas
últimas décadas, contribuindo com uma combinação de uma
dieta pouco saudável com um estilo de vida sedentário,
trazendo um impacto significativo no estado de saúde, sendo já
considerado um problema global”.
É notório que os hábitos alimentares adotados pelos
adolescentes1, nos últimos anos, têm sido marcados por uma
participação mais expressiva dos alimentos industrializados
(ricos em carboidratos simples e gordura saturada), e um maior
consumo de alimentos das redes de fastfood2 (CAVADINI et al.,
2000).Como os hábitos alimentares e de atividade física
adquiridos nesta fase tendem a permanecer na vida adulta, é de
fundamental importância o melhor conhecimento dos grupos
populacionais de risco, bem como a identificação dos hábitos
não saudáveis e as suas causas, para que políticas e programas
de saúde sejam implementados, visando um melhor controle
das doenças crônicas da vida adulta (NUNES et al., 2007).
É importante mencionar que, nesta fase, há a
necessidade de se desenvolver programas de educação
alimentar e promoção da atividade física direcionados a este
1 No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069, de 1990, considera criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos,definindo a adolescência como a faixa etária compreendida entre os 12 e os 18 anos de idade (artigo 2º). Em casos excepcionais, descritos nos artigos 121 e 142, e quando disposto na Lei, o Estatuto é aplicável até os 21 anos de idade (BRASIL, 2010). 2 Com relação a este público, ainda não são conhecidos os diferentes impactos dos hábitos alimentares e de atividade física nesse novo cenário da obesidade no Brasil.
público, como forma de auxiliar na prevenção de agravos à
saúde, tais como o sedentarismo e a inadequação alimentar
(BRAGGION et al., 2000). Neste sentido, temos como proposta
introduzir na sala de aula informações importantes sobre
alimentos saudáveis, e reforçar que esses mesmos são fontes
de vitaminas, sais minerais, proteínas e gorduras insaturadas,
essenciais para o desenvolvimento e crescimento desses
indivíduos, e que não podem ser rotineiramente substituídos por
refeições pobres em determinados nutrientes.
A nutrição tem papel fundamental, pois delimita
condições favoráveis ao crescimento e desenvolvimento, onde o
consumo alimentar, os saberes e as representações sobre uma
alimentação saudável na adolescência vêm recebendo grande
atenção, considerando-se principalmente as relações de hábitos
alimentares inadequados ao desenvolvimento de determinadas
enfermidades na idade adulta. A prática de hábitos alimentares
inadequados pode causar consequências, tanto físicas quanto
psicológicas, afetando a saúde e a qualidade de vida dos
adolescentes (SILVA et al., 2014). Por isso, faz-se necessário
que eles adquiram hábitos mais saudáveis, como, por exemplo,
ingerir preferencialmente alimentos mais balanceados,
reduzindo o consumo de produtos industrializados; praticar
atividades físicas regularmente; evitar o consumo de
refrigerantes, e beber mais água;fazer as refeições em horários
regulares e adequados; evitar ficar acordados de madrugada,
acessando a internet; ou seja, estimular e estipular padrões de
consumos alimentares, bem como estabelecer horários fixos
para suas diferentes atividades.
3
A obesidade é definida pela Associação Brasileira para o
Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO, 2016)
como o acúmulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado,
provocado por desequilíbrio nutricional associado ou não a
distúrbios genéticos ou endocrinometabólico. Nesse sentido, é
fortemente estimulado o desenvolvimento de estratégias de
intervenção nutricional, inseridas no campo da educação em
saúde, como uma perspectiva para o controle do problema
nessa fase da vida. É importante a inclusão da família na
intervenção nutricional, por ser considerada uma influência
tanto positiva, como negativa, para a adoção de uma
alimentação saudável (TORAL et al., 2009).
Podemos citar que o sedentarismo é reconhecido como
importante fator de risco para doenças cardiovasculares, sendo
definido como a falta ou a grande diminuição de atividade física.
Além de não representar apenas um risco pessoal de
enfermidades, ele tem um custo econômico elevado para o
indivíduo, para sua família e para a sociedade (OLBRICH, 2009).
Dessa forma, uma atenção especial à prática de atividades
físicas durante a adolescência pode ser o primeiro passo para
reverter o crescente quadro de sedentarismo e suas
consequências entre as populações (AZEVEDO, 2006). O estudo
realizado por CRAIG et al. (2003) utilizou o Questionário
Internacional de Atividades Físicas (IPAQ) para validar a
recomendação de que são considerados sedentárias as pessoas
que não praticam atividades físicas,por, no mínimo 150 minutos
por semana.
Durante a adolescência, especificamente, há evidências
de que a atividade física traz benefícios associados à saúde
esquelética (conteúdo mineral e densidade óssea) e ao
controle da pressão sanguínea e da obesidade (HALLAL et
al.,2006). No entanto, os jovens nesta fase convivem com uma
grande fração de tempo livre, do qualmuito pouco é revertido
em prol de atividades físicas, privilegiando-se o uso de
dispositivos eletrônicos.A despeito disto, Biddleet al. (2009)
defendem que a pesquisa sobre o comportamento sedentário
deve avaliar múltiplos comportamentos, e não depender
exclusivamente da visualização de TV e da participação de
jogos eletrônicos.
Ainda sobre a tecnologia, para que o educador possa
conduzir o processo educativo com o uso do computador,faz-se
necessário que este conheça as diversas formas de dispor da
tecnologia. Ele deve se guiar com curiosidade pelos sites da
internet e pelas novas formas de comunicação que surgem na
rede mundial de computadores. É necessário, também, que ele
esteja sempre atento ao que atrai os alunos nesse mundo
virtual, onde inovações e novidades fazem parte da sua
própria dinâmica. É importante que o educador saiba como
alertar para os riscos e benefícios que a internet traz,
estimulando os discentes a usarem a rede de forma crítica, e
em atividades que lhes proporcionem crescimento e lazer. A
liberdade que o mundo virtual oferece leva necessariamente a
uma responsabilidade e bom senso à altura, e os jovens, que
4
são introduzidos nesse mundo cada vez mais cedo, necessitam
ser conduzidos nesse processo3 (TEIXEIRA e ARAÚJO, 2007).
Com base nestas questões, o presente estudo buscou
avaliar a percepção do adolescente quantoa seus hábitos
alimentares,relacionando-os ao tempo dispendido e as formas
de acesso à Internet. Deste modo, discutiu-se a importância da
alimentação saudável, correlacionadaao sedentarismo e à
prática de exercícios físicos como temas correlatos, introduzindo
conceitos-chave para a sua compreensão no cotidiano desses
adolescentes.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no Colégio Brigadeiro Newton
Braga (CBNB), uma instituição de ensino administrada pela
Força Aérea Brasileira (FAB), e contou-se com a participação de
três turmas do 6º ano do Ensino Fundamental. Foi aplicado pela
professora de Ciências um questionário padronizado, tendo
como principal intuito conhecer melhor o perfil desses alunos
em suas atividades diárias. Neste instrumento, constavam
perguntas referentes à sua rotina, tais como os hábitos
alimentares; a ocorrência e o nível de atividade quanto à prática
de exercícios físicos; a frequência com que acessam à internet,
3 É importante destacar que é essencial o uso dos elementos tecnológicos no cotidiano do aluno, para o lazer, interação com a família e amigos, e também como ferramenta complementar para o estudo. Contudo, o problema recai quando seu uso se mostra excessivo.
bem como os conteúdos acessados e o tempo gasto; e se eles
comem guloseimas quando utilizam o computador.4
Foi realizada uma atividade em sala de aula, tendo como
proposta uma discussão sobre os tipos de alimentos
considerados mais saudáveis, a presença de nutrientes em sua
composição, bem como sua importância e requerimentos
diários. Essa atividade foi orientada utilizando as informações
do Guia Alimentar para a População Brasileira(BRASIL, 2014).
O Índice de Massa Corporal (IMC) dos alunos
participantes foi avaliado na enfermaria do CBNB, utilizando a
balança mecânica de peso/altura. Atualmente, o método mais
aplicado para a classificação do estado nutricional em
adolescentes é o Índice de Massa Corporal (IMC = kg/m2) por
Idade (IMC/I) (Brasil, 2008). De acordo os parâmetros
estabelecidos, seriam considerados com sobrepeso os
adolescentes que apresentassem IMC igual ou superior a 25
kg/m2(SICHIERI e ALLAM, 1996).
A fim de problematizar os resultados, o professor de
Ciências explicou o que é sedentarismo. Para padronizar os
critérios utilizados para identificar o padrão de comportamento
sedentário, incluímos as atividades das aulas de Educação Física
da escola, equivalentes a 90 minutos semanais, tendo sido
consideradas adicionalmente as atividades regulares realizadas
4 Quanto ao uso da internet, tomou-se como referência para se avaliar o tempo adequado ao seu uso a recomendação da Academia Americana de Pediatria, que preconiza que as crianças e adolescentes não ultrapassem mais de duas horas por dia em frente a telas de computador, televisão e jogos eletrônicos (American AcademyofPediatrics, 2001).
5
fora da escola, com o auxílio de um professor, ou às associadas
ao lazer (jogar bola, brincar na rua, jogar vôlei, correr, andar de
bicicleta, caminhada, corrida e andar de skate). A partir destes
critérios, foram identificados como sedentários os indivíduos
que obtiveram um escore inferior a 150 minutos de atividades
físicas por semana, ou seja, aqueles que não realizavam
nenhuma atividade física fora da escola (regular ou de lazer).
Tal critério segue as recomendações atuais para a prática de
atividades físicas, segundo Craig et al., 2003.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tecnologia é fundamental para aquisição de conceitos
básicos em diversas culturas, sendo uma ferramenta que
oferece vários meios de abordagem, contribuindo para expor
sua criatividade. Logo, o computador não pode ser descartado
da vida do aluno. Em contrapartida, é importante enfatizar que
a presença dessas novas tecnologias não pode contribuir para
que este estudante acabe por assumir maus hábitos
alimentares, e por se afastar de alguma atividade física, devido
ao excesso no uso.
Os países da América Latina vêm atravessando um
período de transição demográfica e nutricional, resultando no
aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade em todas as
idades e nas diferentes classes sociais (UAUY et al., 2001).
Nesse contexto, o educador deve ser um facilitador, que saiba
utilizar várias estratégias de ensino, contribuindo para a
melhoria da alimentação das crianças (DAVANÇO et al., 2004;
BIZZO e LEDER, 2005).
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE, 2011) relatou que, entre os adolescentes, o número de
meninos com sobrepeso passou de 3,7% (1974-75) para 21,7%
(2008-09). Já entre as meninas, o crescimento do sobrepeso foi
de 7,6% para 19,4%. Contudo, em nossa pesquisa, não foi
encontrado nenhum aluno com IMC que indicasse sobrepeso ou
obesidade. Todos os participantes foram classificados como
normais (IMC≥18,5 e ≤25,0 kg/m2). Os dados de IMC desse
trabalho, em discrepância com os dados nacionais, podem ser
relacionados com observação de Kinraet al. (2000), onde a
reversão de casos como o da tendência nacional é alterada
apenas pela cultura da população, acesso à informação e aos
serviços de saúde.
A mais recente pesquisa do Centro de Estudos sobre as
Tecnologias da Informação e da Comunicação do Brasil mostrou
que o número de usuários de Internet também tem crescido
constantemente ao longo dos últimos anos. Atualmente, há no
país cerca de 94,2 milhões de usuários de Internet, o que
corresponde a 55% da população com 10 anos ou mais de
idade. Em 2008, o percentual de usuários correspondia a
apenas 34% da população nessa faixa etária. (BARBOSA,
2016).
As três turmas que participaram desse trabalho
totalizaram 72 alunos, sendo que 56% eram do sexo feminino,
e 44%, do sexo masculino. Foi relatado que apenas 17% dos
6
alunos utilizam a internet para complementar as atividades
escolares. A maioria (51%) respondeu que a utilizam para
jogos. Muitos estudos relacionam o uso de jogos eletrônicos à
maior facilidade de aprendizado, ao desenvolvimento de
habilidades cognitivas e motoras, à melhora na capacidade de
orientação espacial e à facilitação da socialização (GARDNER,
1991; GRIFFITHS, 2004).
Destacamos que a maioria dos alunos relatou usar a
internet, pelo menos, uma vez por dia (Figura1), sendo que a
totalidade informou ficar, no mínimo, duas horas diárias
navegando. Portanto, a maioria dos participantes ultrapassou o
período de duas horas de acesso à internet, tempo máximo
sugerido pela Academia Americana de Pediatria (2001). Neste
sentido, nosso estudo corrobora os resultados encontrados no
estudo de Spizzirriet al. (2012) em relação ao tempo de
navegação, dado que, segundo os resultados aqui
apresentados, 38,2% usam por 2h a 3h pela tarde, 18,4% faz
uso por 1h pela manhã e 36,9% utilizam por 2h a 3h à noite.
Tais dados estão, também, de acordo com os estudos
multicêntricos de característica epidemiológica, como o estudo
HELENA (HealthyLifestyle in Europe by Nutrition in
Adolescence) (SANTALIESTRA-PASÍAS, MOURATIDOU et al.,
2012) e o IDEFICS (Identification and prevention of dietary
and lifestyle-induced health effects in children and infants)
(SANTALIESTRA-PASIAS, MOURATIDOU et al., 2014), que
demonstraram que esta recomendação não está sendo
atendida.
Figura 1 - Uso diário da internet
O consumo alimentar tem sido associado à obesidade
não apenas pelo volume, mas pela composição e pela qualidade
da dieta, com pouco consumo de frutas, hortaliças e leite,
aumento das guloseimas e refrigerantes, bem como omissão do
desjejum (WHO, 1995). No relato de experiência de Teles de
Lima et al. (2015), estes afirmam que ações de promoção da
saúde com incentivo à prática de atividade física e alimentação
saudável podem vir a favorecer a consolidação de
conhecimentos sobre o tema e prevenir a obesidade futura.
Segundo Tojo et al. (1991), é muito comum, entre os
adolescentes, omitir refeições. Essa atitude pode representar
um fator de risco nutricional. Por esse motivo, a preocupação
com a alimentação vem sendo um dos temas mais abordados
diariamente pela sociedade científica (LIMA, 2007). São poucos
os estudos, no Brasil, sobre hábitos alimentares, particularmente
Quantas vezes por dia você acessa a internet ?
0
5
10
15
20
25
30
35
Dis
cen
tes (
%) 1 vez
2 vezes
3 vezes
4 vezes
Mais de 4 vezes
7
com adolescentes. Porém, Levy-Costa et al. (2005), em um
estudo da disponibilidade domiciliar de alimentos no país entre os
anos de 1974 e 2003, verificou excesso de consumo de açúcar e
a presença insuficiente de frutas e hortaliças na dieta.
Foi relatado que 57% dos jovens consomem algum tipo
de guloseimas enquanto acessam a internet (Tabela 1),
revelando um resultado preocupante, pois tal hábito pode ser o
iniciador para o aumento de peso.
Tabela 1 - Frequências relacionadas aos sites e
ao consumo durante a navegação
Variáveis Frequência (%)
Sites Acessados (1)
Rede Social33 (18%)
Jogos51 (28%)
e-mails46 (25%)
Informações referentes a estudo31 (17%)
Outros23 (12%)
Costuma beber ou comer guloseimas enquanto navega (2)
Sim41 (57%)
Não31 (43%)
n= (1)184; (2)72;
Foi verificado em nosso estudo que 4% desses alunos
têm consciência de que possuem hábitos alimentares ruins;
43% desses adolescentes relataram hábitos regulares: e 35%
acreditam ter uma boa alimentação (Figura 2)5. Corroborando o
5 Tais resultados foram obtidos tendo como parâmetro o Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014)
estudo de Toral et al. (2009), onde os jovens demonstraram
conhecimento adequado sobre o padrão de uma alimentação
saudável, os discentes participantes de nosso estudo
demonstraram ter conhecimento do que é mais saudável, ainda
que que tais hábitos sejam adquiridos, sobretudo, em
decorrência da influência da educação alimentar dos pais, do
grupo de convívio, bem como do ambiente escolar.6
Figura 2 - Percepção dos hábitos alimentares
6 Destacamos que o docente, durante as aulas, enfatizou a importância da alimentação saudável, no entanto, frisamos que o nosso estudo visa a refletir as preferências, os hábitos, a cultura, o convívio social e a estrutura familiar desses adolescentes.
8
Foi constatado, também, que poucos praticam atividades
regulares fora da escola com algum profissional operando como
mediador, dado que a grande maioria realiza apenas atividades
de lazer. As únicas atividades regulares são as realizadas no
colégio, em horários de aula, e algumas outras,
extracurriculares. Mesmo assim, em nosso estudo, 61% dos
discentes não se consideram sedentários (Figura 3). Em
contrapartida, nos Estados Unidos, mais de 60% dos adultos e
em torno de 50% dos adolescentes são considerados
sedentários, segundo o Center for Disease Control e Prevention
(CDC, 1999).Ressalta-se, assim, a importância da escola no
desenvolvimento físico adequado do aluno.
Segundo Strong et al. (2005), apesar das evidências que
apontam os benefícios da atividade esportiva para a saúde física
e mental, no Brasil, a exposição a baixos níveis de atividades
físicas é elevada, e parecem atingir 39% a 93,5% dos
adolescentes, dependendo do método de avaliação. (TASSITANO
et al., 2007)
Um estudo realizado em escolas públicas no Rio de
Janeiro apontou índice de sedentarismo de 89,5% entre os
adolescentes (SILVA e MALINA, 2000). A participação em
atividades físicas declina consideravelmente com o crescimento,
especialmente no período da adolescência para o adulto jovem.
Estudos identificam alguns fatores de risco para esse
sedentarismo: pais inativos fisicamente; escolas sem atividades
esportivas; sexo feminino; residir em área urbana; e TV no
quarto da criança (MALINA, 2001).
Figura 3 - Percepção do perfil de atividades do discente
CONCLUSÕES
Todos os discentes que participaram desse estudo
relataram que ficam, no mínimo, duas horas por dia navegando
na rede, principalmente entretidos com os jogos. Os alunos
dedicam pequena fração do tempo em que utilizam a internet às
atividades de caráter acadêmico.
É importante mencionar que o excesso de tempo gasto é
algo preocupante, pois existem várias outras atividades
relevantes para melhoria da sua qualidade de vida. Logo, torna-
se fundamental o papel do professor nesse contexto, pois ele
pode divulgar sites de caráter educativo, e até mesmo jogos
Você se considera um sedentário?
0
10
20
30
40
50
60
70
Dis
cen
tes (
%)
Não sei avaliar
Sim
Não
9
interativos e músicas; pode, também, propor mais atividades
que utilizem o computador como uma ferramenta de ensino.
Foi observado que alguns alunos têm consciência de que
possuem uma alimentação inadequada. Ressalta-se que tiveram
todo o embasamento teórico sobre a importância de uma boa
alimentação, mas é sabido que a cultura, a vida social e a
própria família são as maiores influenciadoras dessas escolhas.
Mesmo considerando os índices normais de IMC
encontrados para esse grupo de alunos, é importante alertar
que eles próprios relatam estar desenvolvendo hábitos de risco,
como tempo excessivo de uso da internet, acrescido da ingestão
concomitante de guloseimas e da ausência de atividade física
regular e supervisionada fora do âmbito escolar. Levando em
conta que esses alunos estão na fase inicial da adolescência, e
que a bibliografia relata uma tendência ao agravamento da
obesidade e do sedentarismo no avançar da adolescência para
jovens adultos, este trabalho sinaliza um estado de alerta para
o risco de obesidade, sendo importante para a comunidade
escolar e familiar conhecer a realidade e as necessidades dos
discentes e, com isso, planejar atividades físicas, que,
respeitando sua faixa etária e disponibilidade de tempo, tenham
como propósito estimular um estilo de vida saudável.
AGRADECIMENTOS
Aos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do CBNB,
que participaram para o desenvolvimento desse trabalho.
Ao professor Maurício Luz pelas sugestões pertinentes
que contribuíram muito para o desenvolvimento do artigo
A toda a comunidade escolar, pelo apoio dado ao nosso
projeto.
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Sobre as autoras
Elisangela de Souza Cunha
Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas.
Especialização em Ensino de Ciências e Biologia pelo Instituto
de Bioquímica Médica da UFRJ (2008). Mestrado em Ciências
pela UFRJ/ Hospital Clementino Fraga Filho (HUCFF) (2009).
Atualmente sou professora do Ensino Fundamental II e Ensino
Médio do Colégio Brigadeiro Newton Braga (CBNB).
E-mail: eliangelasz@yahoo.com.br
Denise da Silva Martins
Graduação em Ciências Biológicas (UFMG). Mestrado em
Microbiologia Agrícola (UFV). Coordenadora do Curso Técnico
em Controle Ambiental do IFRJ - Campus Nilópolis, onde sou
professora de Biologia e Microbiologia Ambiental. Atuo em
pesquisas na área de biorremediação.
E-mail: denise.martins@ifrj.edu.br
THE INFLUENCE OF THE INTERNET ON
TEENAGER’S HABITS RELATED TO
NUTRITION, SEDENTARY LIFESTYLE AND
PHYSICAL EXERCISES.
ABSTRACT
This research evaluates adolescents' perception of their
eating habits and relates them to the time they spend and
the ways through which they access the Internet. Thus,
we discuss the importance of healthy eating correlated
with sedentary lifestyle and the practice of physical
exercises as related themes. In order to obtain a profile of
these students regarding their daily activities, a
questionnaire was applied in three classes of the 6th
grade of Primary School Brigadeiro Newton Braga
(CBNB).It has been found that many adolescents do not
have established hours to access the internet, using it at
least once a day for two hours, on average. Among the
interviewees, 57% admitted to consume some kind of
candy while they access the internet. Based on the data,
it was noticed that students use the internet daily for
various purposes, some considered positive and others
unnecessary. When considering the time spent and the
quality of the material they accessed, it was possible to
conclude that this issue is becoming a serious problem in
14
society. Therefore, it is important to highlight the need for
some students to improve their eating habits and practice
more sports in order to avoid health problems in the
future.
Keywords: Eating habits, Sedentary lifestyle,
Technology.
LA INFLUENCIA DE INTERNET EN LOS
HÁBITOS DE LOS ADOLESCENTES EN
RELACIÓN A LA ALIMENTACIÓN,
SEDENTARISMO Y ACTIVIDADES FÍSICAS.
Resumen
El presente estudio buscó evaluar la percepción del
adolescente en cuanto a sus hábitos alimentarios,
relacionándolos con el tiempo gastado y las formas de
acceso a Internet. De este modo, se discutió la
importancia de la alimentación sana, correlacionada al
sedentarismo ya la práctica de ejercicios físicos como
temas relacionados. A fin de trazar el perfil de esos
alumnos en cuanto a sus actividades diarias, se aplicó un
cuestionario en tres grupos del 6º año de la Enseñanza
Fundamental del Colegio Brigadeiro Newton Braga
(CBNB). Se ha comprobado que muchos adolescentes no
tienen horario establecido para acceder a Internet,
utilizando por lo menos una vez al día, por dos horas, en
promedio. Entre los entrevistados, el 57% admitió
consumir algún tipo de golosinas mientras acceden a
internet. En base a los datos evaluados, se percibió que
los estudiantes utilizan diariamente Internet para diversas
finalidades, algunas consideradas positivas y otras
innecesarias. Cuando se considera el tiempo gastado y la
calidad del material accedido, se concluye que tal cuestión
se viene constituyendo en un grave problema de la
sociedad. En este sentido, es importante destacar la
necesidad de algunos discentes en mejorar sus hábitos
alimentarios y practicar más deportes, a fin de evitar
futuros problemas de salud.
Palabras clave: Hábitos Alimentares, Sedentarismo,
Tecnología.
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