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Trabalho de Graduação Engenharia Civil
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
IVO VIEIRA LAMAS
ANÁLISE DE MODELOS DE GERAÇÃO DE VIAGENS A POLOS GERADORES
DE VIAGENS (PGVs). ESTUDO DE CASO: INSTITUTO DE INFECTOLOGIA
EMÍLIO RIBAS
SÃO CARLOS-SP
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
ANÁLISE DE MODELOS DE GERAÇÃO DE VIAGENS A POLOS GERADORES
DE VIAGENS (PGVs). ESTUDO DE CASO: INSTITUTO DE INFECTOLOGIA
EMÍLIO RIBAS
Ivo Vieira Lamas
Trabalho de Graduação Integrado apresentado ao Departamento de Engenharia Civil do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia da Universidade Federal de São Carlos, como parte dos requisitos para a obtenção do título Graduação em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Dr. Archimedes Azevedo Raia Junior
SÃO CARLOS-SP
2015
RESUMO
Os hospitais causam impactos significativos no tráfego local, por isso, se caracterizam
como potenciais Polos Geradores de Viagens – PGVs. Nesse sentido, este trabalho
objetiva apresentar os conceitos sobre o tema através da aplicação de quatro modelos
e taxas de geração de viagem já existentes no objeto de estudo, o Instituto de
Infectologia Emílio Ribas (IIER), localizado na cidade de São Paulo. Foram realizados
levantamentos de campo – contagens volumétricas e entrevistas – e, posteriormente,
os resultados obtidos para cada modelo foram analisados e comparados, utilizando-
se três parâmetros comum a eles: número de leitos, área construída e número de
funcionários. Assim, verificou-se que dentre os modelos estudados – CET (1983),
Gontijo (2012), ITE (2008) e SILVA, LEANIZ, RAIA Jr. (2012) – apenas a variável
número de leitos que apresentou bons resultados ao se comparar com a contagem de
pessoas que entraram no empreendimento durante o dia pico analisado: 07/10/2015
(quarta-feira). A partir da entrevista realizada com os usuários do IIER, aplicada a uma
amostra na hora pico determinada no trabalho, também foi possível realizar uma
caracterização dessas viagens com base em três fatores: sexo, tipo de usuário e meio
de transporte de chegada ao local.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO IIER ..................................................................................................11
FIGURA 2 – MAPA DE IMPLANTAÇÃO DO HOSPITAL EMÍLIO RIBAS .................................................................12
FIGURA 3 – MODELO DE FORMA ESQUEMÁTICA CET-SP .................................................................................22
FIGURA 4 – DIAGRAMA GERAL DA METODOLOGIA .........................................................................................25
FIGURA 5 – MODELOS DE VIAGENS PARA Nº DE LEITOS (CAMAS) ...................................................................28
FIGURA 6 – DIAGRAMA DE MÉTODOS DO TGI (LEVANTAMENTO DE CAMPO) ................................................30
FIGURA 7 – DIAGRAMA DE MÉTODOS DO TGI (LEVANTAMENTO DOS MODELOS) ..........................................33
FIGURA 8 – PORTARIA PRINCIPAL INSTITUTO DE INFECTOLOGIA EMÍLIO RIBAS..............................................35
FIGURA 9 – PESQUISADOR 1, AUTOR DESTE TRABALHO, REALIZANDO AS CONTAGENS VOLUMÉTRICAS NO HOSPITAL EMÍLIO RIBAS .................................................................................................................................36
FIGURA 10 – 2º PESQUISADOR REALIZANDO AS CONTAGENS VOLUMÉTRICAS NO HOSPITAL EMÍLIO RIBAS ..37
FIGURA 11 – DADOS VOLUMÉTRICOS DE PESSOAS ACESSANDO DO HOSPITAL EMÍLIO RIBAS, EM 07/10/2015 .......................................................................................................................................................................38
FIGURA 12 – MODELO DA ENTREVISTA FINAL .................................................................................................40
FIGURA 13 – APLICAÇÃO DA ENTREVISTA FINAL EM 11/11/2015....................................................................43
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – MODELOS DE GERAÇÃO DE VIAGENS ...........................................................................................21
TABELA 2 – EQUAÇÕES DO MODELO CET (1983) .............................................................................................22
TABELA 3 – MODELOS DE VIAGENS POR Nº DE FUNCIONÁRIOS ......................................................................23
TABELA 4 – MODELOS DE VIAGENS POR ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA ...............................................................24
TABELA 5 – MODELOS DE VIAGENS POR Nº DE LEITOS ....................................................................................24
TABELA 6 – MODELO DE VIAGENS ATRAÍDAS DIÁRIAS ....................................................................................26
TABELA 7 – MODELO VIAGENS HORA PICO DA MANHÃ ..................................................................................26
TABELA 8 – MODELO VIAGENS HORA PICO DA TARDE ....................................................................................26
TABELA 9 – EQUAÇÕES DO MODELO SILVA, LEANIZ, RAIA JR. (2012): VIAGENS ATRAÍDAS HORA PICO DA TARDE .............................................................................................................................................................27
TABELA 10 – EQUAÇÕES DO MODELO SILVA, LEANIZ, RAIA JR. (2012): VIAGENS ATRAÍDAS DIÁRIA ...............27
TABELA 11 – RESULTADO DA ENTREVISTA-PILOTO REALIZADA COM USUÁRIOS DO IIER ................................39
TABELA 12 – HORA PICO OBSERVADA NO LEVANTAMENTO DE CAMPO EM 07/10/2015 ...............................42
TABELA 13 – RESULTADO DA ENTREVISTA FINAL REALIZADA COM USUÁRIOS DO IIER, CATRACA C1 .............44
TABELA 14 – RESULTADO DA ENTREVISTA FINAL REALIZADA COM USUÁRIOS DO IIER, CATRACA C2 .............44
TABELA 15 – RESULTADO DA ENTREVISTA FINAL REALIZADA COM USUÁRIOS DO IIER, CATRACA C3 .............44
TABELA 16 – RESULTADO GERAL DA ENTREVISTA FINAL REALIZADA COM USUÁRIOS DO IIER ........................45
TABELA 17 – RESULTADO GERAL DA ENTREVISTA FINAL REALIZADA COM USUÁRIOS DO IIER, EM PORCENTAGEM ..............................................................................................................................................46
TABELA 18 – HOSPITAL EMÍLIO RIBAS EM NÚMEROS......................................................................................46
TABELA 19 – PREVISÃO DE VIAGENS ATRAÍDAS SEGUNDO O MODELO CET (1983) PARA HORA-PICO .............47
TABELA 20 – MODELO ITE (2008), DADOS DO HOSPITAL EMÍLIO RIBAS ..........................................................48
TABELA 21 – MODELO GONTIJO (2012), DADOS DO HOSPITAL EMÍLIO RIBAS .................................................48
TABELA 22 – MODELO SILVA, LEANIZ E RAIA JR. (2012), DADOS DO HOSPITAL EMÍLIO RIBAS .........................49
TABELA 23 – ESTIMATIVA DE VIAGENS PARA O IIER EM 2019 .........................................................................50
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – CONCEITOS DE POLOS GERADORES DE VIAGENS........................................................................15
QUADRO 2 – IMPACTOS DERIVADOS DA IMPLANTAÇÃO DE UM PGV .............................................................17
QUADRO 3 – METODOLOGIAS PGVS ...............................................................................................................18
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................................................ 3
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................................ 4
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................................ 5
LISTA DE QUADROS.......................................................................................................................................... 6
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 7
1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................................................... 8 1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................................................ 9 1.3 OBJETO DE ESTUDO ...................................................................................................................................... 10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................................................12
2.1 POLOS GERADORES DE VIAGENS ..................................................................................................................... 13 2.2 PGV DO TIPO HOSPITAL E SEUS MODELOS DE GERAÇÃO DE VIAGENS ...................................................................... 19 2.3 MODELOS DE GERAÇÃO DE VIAGEM APLICADOS À PGV ANALISADOS ........................................................................ 21
2.3.1 CET – SP (1983) .............................................................................................................................. 21 2.3.2 ITE (2008) ....................................................................................................................................... 22 2.3.3 GONTIJO (2012) ............................................................................................................................. 24 2.3.4 SILVA, LEANIZ, RAIA Jr. (2012) ....................................................................................................... 27
3 MATERIAIS E MÉTODO...........................................................................................................................28
4 RESULTADOS E ANÁLISES .......................................................................................................................34
4.1 LEVANTAMENTO DE CAMPO: CONTAGEM VOLUMÉTRICA DE VIAGENS ...................................................................... 34 4.2 LEVANTAMENTO DE CAMPO: CARACTERIZAÇÃO DAS VIAGENS NA HORA-PICO ............................................................ 39 4.3 CÁLCULO DAS VIAGENS ATRAÍDAS SEGUNDO OS MODELOS DE GERAÇÃO DE VIAGEM SELECIONADOS .............................. 46 4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDO PARA 2019 .................................................................................................. 50
5 CONCLUSÃO ..........................................................................................................................................51
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................................53
ANEXOS E APÊNDICES .....................................................................................................................................57
7
1 INTRODUÇÃO
Com o crescente processo de urbanização que o Brasil passou ao longo do
século passado, cidades de grande porte, como São Paulo, tiveram suas populações
aumentadas exponencialmente. Objetivando permitir o acesso de toda a população
aos serviços disponíveis houve a necessidade de se construir empreendimentos de
porte cada vez maiores, uma tendência que se espalhou por diversos lugares no
mundo.
Criaram-se os shoppings centers, os hospitais e as universidades.
Posteriormente, eles tiveram que ser ampliados, os mercados passaram a ser
hipermercados, ou seja, as construções seguiram a tendência mundial de crescimento
e passaram a fazer parte da paisagem local, principalmente nos grandes centros
urbanos. Isso gerou diversos tipos de impactos, positivos e negativos. Assim, esses
empreendimentos passaram a ser cada vez mais estudados e analisados para
identificar como eles afetam a mobilidade urbana em seu entorno.
Os estudos sobre o tema passaram a denominar essas edificações como Polos
Geradores de Viagens – PGVs. O primeiro conceito desenvolvido no Brasil foi feito
pela CET (1983), definindo-os como empreendimentos de grande porte que atraem
ou produzem grande número de viagens, causando reflexos negativos na circulação
viária em seu entorno e podendo prejudicar a acessibilidade de toda uma região.
Portanto, é um tema intensamente ligado ao setor de transporte e planejamento
urbano de um município.
O tema “PGVs” está muito relacionado ao planejamento urbano de uma cidade,
devendo ser analisado desde a sua concepção e projeto a fim de se evitar problemas
futuros na mobilidade de seus habitantes.
Porém, na maioria das vezes, em países em desenvolvimento como o Brasil,
as cidades crescem de forma desordenada, sem um planejamento adequado e
eficiente, e isso influencia diretamente na condição de vida da população. No
município de São Paulo, por exemplo, o congestionamento viário é considerado um
de seus principais problemas urbanos, afetando principalmente a população de baixa
renda que, geralmente, possuem maior dificuldade de mobilidade e de acessibilidade
8
por muitas vezes morarem longe de seus locais de trabalho ou dependerem do
transporte público.
Adicionalmente, este estudo está inserido no âmbito da Rede Ibero-americana
de Estudo em Polos Geradores de Viagens (REDE PGV, 2015), que conduz um
grande projeto de pesquisa sobre PGVs e da qual o Núcleo de Estudos em Trânsito,
Transportes e Logística do Departamento de Engenharia Civil da UFSCar é membro
participante, através de pesquisadores em níveis de graduação, mestrado e
doutorado.
A partir dessas considerações, esta monografia procura avaliar a aplicabilidade
de modelos de geração de viagens já desenvolvidos anteriormente, em um hospital
de grande porte localizado na congestionada região das Clínicas, no município de São
Paulo. O objeto a ser estudado é o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, referência
nacional no combate às doenças infectocontagiosas.
1.1 OBJETIVOS
Os objetivos deste trabalho podem ser classificados em objetivo geral e objetivos
específicos.
O objetivo geral consta na avaliação da aplicabilidade de modelos de geração
de viagens a Polos Geradores de Viagens (PGVs) do tipo hospital, para o caso
específico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), no município de São Paulo.
Os objetivos secundários são:
Verificar, inicialmente, se os modelos propostos, que usam distintas variáveis
explicativas, são possíveis de serem aplicados para o hospital em estudo;
Analisar possível aderência dos modelos de geração de viagens ao hospital
selecionado;
Caracterizar, por meio de pesquisa na hora pico, as viagens e o perfil dos
usuários do hospital.
9
Comparar as taxas de geração de viagens obtidas para o caso do Instituto de
Infectologia Emílio Ribas (IIER), usando os modelos selecionados, com aquela
obtida através de levantamento de campo;
1.2 JUSTIFICATIVA
Esse trabalho foi idealizado para se obter um estudo recente de uma das áreas
mais importantes da cidade de São Paulo, a região das Clínicas, e, assim, os dados
poderão ajudar a traçar novas diretrizes para uma melhoria do trânsito no entorno dos
hospitais. Essa é uma área com um intenso tráfego de ambulâncias, veículos
particulares, além de acompanhantes e funcionários em serviço.
O Instituto Emílio Ribas é caracterizado como um grande empreendimento
urbano que produz uma série de impactos no meio urbano (positivos e negativos),
sendo que um dos principais é a geração de uma grande quantidade de viagens,
sejam elas pelos modos de transportes a pé, bicicleta, motocicleta, automóveis, linhas
de ônibus, metrô (Estação das Clínicas), e, principalmente, de veículos de serviços
hospitalares como as vans do SAMU e as ambulâncias.
Com exceção do caso americano, que tem uma longa tradição no
desenvolvimento e atualização de modelos os mais diversos tipos e características de
empreendimentos de saúde, de maneira geral, há nos outros países poucos estudos
que procuram desenvolver modelos matemáticos para a previsão de viagens aos
PGV, em geral, particularmente, do tipo hospital. No Brasil, eles são ainda em
pequena quantidade, razão pela qual foi criada, em 2004, a Rede Ibero-Americana de
Estudos de Polos Geradores de Viagens, da qual a UFSCar, através do NESTTRAL-
Núcleo de Estudos em Trânsito, Transportes e Logística, é signatária. É relativamente
comum que os modelos desenvolvidos em alguns países sejam elaborados a partir
de características típicas locais, quer seja do empreendimento, quer seja
sociodemográficas. Assim, é possível que os resultados produzidos por estes modelos
sejam mais difíceis de serem utilizados em outros países e condições da população e
econômicas, produzindo resultados pouco confiáveis e que não retratam bem nas
10
condições adaptadas. Isso pode ser observado análise de outros modelos já
realizados.
O desenvolvimento de modelos é sempre uma tentativa de prever
determinados aspectos que podem ser esperados a partir de diversos tipos de ações,
principalmente para efeitos de planejamento. No Brasil, particularmente, no setor de
planejamento de transportes, tem sido comum, na falta de modelos desenvolvidos
para a realidade brasileira, usar modelos importados de países mais desenvolvidos,
como é o caso dos Estados Unidos e os da Europa.
A partir da criação da Rede Ibero-Americana de Estudos de Polos Geradores
de Viagens, pesquisadores de cerca de 30 Universidades de 9 países têm procurado
sintetizar todo o conhecimento a respeito do tema, bem como adaptar e produzir novos
modelos que sejam adequados à realidade brasileira. Estes estudos abrangem, além
de modelos para hospitais, outros envolvendo uma grande quantidade de PGVs
(PORTUGAL, 2012).
Dessa forma, espera-se poder contribuir para a evolução do estudo sobre
PGVS, procurando verificar se os modelos já existentes no Brasil e no exterior,
considerando tipos distintos de empreendimentos hospitalares para os quais eles
foram desenvolvidos, e em diferentes locais e em períodos temporais distintos ao
objeto de estudo. Tem como objetivo analisar se estes modelos poderiam ou não ser
aplicados à previsão de novos hospitais de características semelhantes ao aqui
enfocado, ou seja, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
Importante ressaltar a escolha do objeto de estudo ocorreu também devido ao
fato de que, durante o ano de 2015, fui estagiário na obra de ampliação e reforma do
hospital em questão. Isso possibilitou um maior acesso às informações mais precisas
sobre o empreendimento e também facilitou a realização dos levantamentos de
campo, por meio de entrevistas e contagens no local.
1.3 OBJETO DE ESTUDO
O objeto de estudo é o Instituto de Infectologia Emílio Ribas – IIER, o maior
hospital especializado em doenças infectocontagiosas da América Latina, localizado
no município de São Paulo.
11
O empreendimento está localizado na região das Clínicas, próximo à interseção
entre a Avenida Doutor Arnaldo e a Avenida Rebouças, como está representado no
Figura 1.
Figura 1 – Mapa de Localização do IIER
Fonte: Google Maps (Adaptado)
O hospital, inaugurado em 1880, está passando pela maior reforma de sua
história. Ele passará dos atuais 24.837,61 m² de área construída para 37.599,32 m² –
Figura 2 – em 2018, previsão para o término da obra. Com isso, o empreendimento
ampliará seu número de leitos de internação, passando dos atuais 160 para 278.
Atualmente, o hospital conta com 1760 funcionários.
As variáveis citadas acima (área construída, número de leitos e número de
funcionários) serão de fundamental importância para a posterior análise dos modelos
de geração de viagens propostos.
12
Figura 2 – Mapa de implantação do Hospital Emílio Ribas
Fonte: Consórcio ER-Saúde (Modificado)
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Esta revisão bibliográfica objetiva apresentar os conceitos e características
principais dos Polos Geradores de Viagens, aprofundando-se, também, nos aspectos
mais importante sobre os empreendimentos do tipo PGV hospitalar, que, como citado
anteriormente, é o objeto de estudo desta monografia.
Além disso, serão explicitados quais são os principais parâmetros e índices
utilizados na elaboração dos diferentes modelos de geração de viagens abordados e
suas definições.
13
2.1 POLOS GERADORES DE VIAGENS
As grandes edificações estão cada vez mais presentes nas cidades, gerando
diversos tipos de impactos, positivos e negativos. Assim, esses empreendimentos são
cada vez mais estudados e analisados para identificar como eles afetam a mobilidade
urbana em seu entorno.
Com o passar dos anos, diversos autores e organizações criaram o conceito
de Polos Geradores de Viagens, para definir com maior precisão o que seriam esses
tipos de empreendimentos e como caracterizá-los. Portanto, é encontrado na literatura
um grande número de conceituações sobre o tema, levando em conta diferentes
fatores.
O DENATRAN (2001) conceitua os PGVs como sendo empreendimentos de
grande porte que atraem ou geram um grande número de viagens, causando reflexos
negativos na circulação viária em seu entorno imediato e, em certos casos,
prejudicando a acessibilidade de toda a região, além de agravar as condições de
segurança de veículos e pedestres.
Portugal e Goldner (2003), por sua vez, abordam o tema de uma forma mais
ampla, caracterizando PGVs como sendo as edificações que exercem grande
atratividade sobre a população, mediante a oferta de bens ou serviços, gerando um
elevado número de viagens, com grandes possibilidades de interferências no tráfego
do entorno e a necessidade de grandes espaços para estacionamento, tais como os
shopping centers, os hospitais, as universidades, as estações de transporte público,
entre outros.
A Rede Ibero-Americana de Estudos em Polos Geradores de Viagens (REDE
PGV, 2010), apresenta uma definição de Polos Geradores de Vagens, ainda mais
atual e abrangente:
São locais ou instalações de distintas naturezas que têm em comum o
desenvolvimento de atividades em um porte e escala capazes de exercer
grande atratividade sobre a população, produzir um contingente significativo de
viagens, necessitar de grandes espaços para estacionamento, carga e
descarga, embarque e desembarque, promovendo, consequentemente,
14
potenciais impactos. Os shopping centers, hipermercados, hospitais,
universidades, estádios, terminais de carga, estações de transportes público e
mesmo áreas protegidas do tráfego de passagem com múltiplas instalações
produtoras de viagens são alguns tipos de PGV.
Segundo Cavalcante et al. (2007), inicialmente, eram considerados como Polos
Geradores de Tráfego - PGTs, focando apenas no tráfego produzido pelos
empreendimentos analisados. Porém, a partir da década de 1980, esses polos
passaram a ser conceituados como Polos Geradores de Viagens - PGVs, contendo
uma abordagem mais ampla.
Enquanto isso, Kneib (2004) traz uma proposta diferente dos demais autores
conceituando PGVs com outro nome, “Centros Geradores de Viagens – CGVs”,
incluindo em suas análises o uso, a ocupação e a valorização do solo em estudo.
Kneib et. al. (2006) também abordam o fato da diferenciação que ocorreu nas
definições entre os termos de PGTs e PGVs. Estes autores passaram a considerar as
viagens de uma forma mais generalizada, levando em conta seus impactos referentes
ao desenvolvimento socioeconômico. O conceito de Polos Geradores de Tráfego
considerava apenas o tráfego individualizado motorizado gerado pela edificação.
Portanto, percebe-se que o conceito de Polos Geradores de Viagens realmente
possui diversas definições, sendo relacionadas aos diferentes impactos que são
considerados por cada autor, isso pode ser verificado em vários estudos (CET, 1983;
REDE-PGV, 2010; GRANDO, 1986; DENATRAN, 2001; PORTUGAL e GOLDNER,
2003). O Quadro 1 apresenta algumas definições de PGVs, bem como os impactos
que os autores levam em consideração em seus estudos.
15
Quadro 1 – Conceitos de Polos Geradores de Viagens
Fonte: Adaptado de REDE (2010) e GONTIJO (2012)
GONTIJO (2012) faz uma análise da tabela acima ressaltando as principais
características na abordagem feita por cada autor,
IMPACTOS
CONSIDERADOS
produção de viagens
FONTE CONCEITOS DE PGVs
Portugal e Goldner (2003)
Empreendimentos de grande porte que
atraem ou produzem grande número de
viagens, causando reflexos negativos na
circulação viária em seu entorno imediato
e, em alguns casos, prejudicando a
acessibilidade da região, além de agravar
as condições de segurança de veículos e
pedestres.
circulação viária
acessibilidade
segurança
Edificação onde são desenvolvidas
atividades de oferta de bens ou serviços
que geram elevada rotatividade de veículos
e interferem no tráfego do entorno, sendo
obrigatória a construção de
estacionamento obedecida a proporção
mínima entre o número de vagas e a área
do empreendimento.
interferência no
tráfego
estacionamento
interferência no
tráfego
estacionamento
CET
(1983)
DENATRAN
(2001)
Governo do Distrito Federal
(1998)
Prefeitura Municipal de São Paulo
(1992)
Edificação permanente ou transitória com
concentração de bens ou serviços, que
gere grande afluxo de população, com
substancial interferência no tráfego do
entorno, necessitando de grandes espaços
para estacionamento, carga e descarga, ou
movimentação de embarque e
desembarque.
16
Pode-se observar, através dos conceitos apresentados na ‘Tabela 1’ [Quadro
1], que alguns autores têm foco nos impactos referentes ao tráfego de veículos
(CET-SP, 1983), outros têm uma abordagem mais ampla (REDE-PGV, 2010;
PORTUGAL e GOLDNER, 2003), além de outras preocupações, como a
segurança e a acessibilidade (DENATRAN, 2001) e os impactos no padrão de
uso do solo (KNEIB, 2004).
Tolfo e Portugal (2006), dizem que os impactos relacionados ao sistema de
transportes são relacionados aos locais de acesso à entrada e saída de veículos, aos
locais para embarque e desembarque, interferências ao fazer conversões, conflitos
com pedestres e transporte coletivo ineficiente.
Para DENATRAN (2001), a implantação e operação de polos geradores de
tráfego, geralmente, causam impactos na circulação viária, necessitando assim de
uma abordagem sistêmica de análise e tratamento que leve em conta
simultaneamente seus efeitos indesejáveis na mobilidade e acessibilidade de pessoas
e veículos e o aumento da demanda de estacionamento em sua área de influência.
Os impactos sobre a circulação ocorrem quando o volume de tráfego nas vias
adjacentes e de acesso ao PGV se eleva de modo significativo, devido ao acréscimo
de viagens gerado pelo empreendimento, reduzindo os níveis de serviço e de
segurança viária na área de influência. Esses impactos foram listados por Kneib
(2004) e podem ser observados no Quadro 2.
17
Quadro 2 – Impactos derivados da implantação de um PGV
Fonte: REDE (2010), baseado em Kneib (2004).
A partir das definições sobre PGVs, alguns autores e instituições criaram suas
próprias metodologias de estudo e de avaliação dos impactos gerados pelos
empreendimentos, além de considerações sobre o tema.
Dessa forma, foram reunidas cinco dessas metodologias, as quais tiveram seus
pontos enumerados e sintetizados no Quadro 3, sendo possível compará-las e
analisá-las com maior clareza. Dentre os autores, Portugal e Goldener (2003), por
exemplo, não considera apenas os impactos gerados pelo PGV no sistema viário em
seu entorno, como faz a maioria. Ele leva em consideração, também, o tráfego gerado
por pessoas e automóveis no interior desses locais.
Outro aspecto notável no quadro abaixo é o intervalo de tempo entre as fontes
presentes na literatura falando sobre as metodologias para PGVs, a qual teve o estudo
IMPACTOS DESCRIÇÃO
Aumento do fluxo de veículos
Demanda por transporte público
Aumento do tempo de viagem
Congestionamento
Conflito de tráfego
Estacionamento
Número de acidentes
Alteração do valor do solo e dos imóveis
Níveis de emprego e renda
Fiscais
Custo de viagens
Uso de equipamentos urbanos e comunitários
Alterações no uso do solo e dos imóveis
Alterações na ocupação do solo e densidade
Paisagem urbana e patrimônio natural/cultural
Ecossistemas
Qualidade do ar
Nível de ruído
Vibrações
Ventilação e iluminação
Socioambiental
Uso do Solo
Socioeconômico
Mobilidade
18
CET, em 1983, e, depois disso, os trabalhos sobre o tema surgiram apenas no século
XXI.
Quadro 3 – Metodologias PGVs
Fonte: Adaptado Gontijo (2012) e Rede (2008).
Também é estruturado em 7 etapas: 1- Escolha das cidades, dos
empreendimentos e solicitação de dados; 2- Caracterização do
empreendimento escolhido; 3- Levantamento de dados piloto; 4- Contagens
volumétricas e entrevistas definitivas; 5- Desenvolvimento de modelos e taxas
de atração de viagens; 6- Processo de validação dos modelos elaborados; 7-
Comparações.
Gontijo (2012)
Portugal e Goldner (2003)
Considera não somente os impactos no sistema viário vinculados ao tráfego de
acesso, como também, as necessidades internas de armazenamento e de
circulação de veículos e pessoas no interior do PGV.
FONTE METODOLOGIAS
Sistematizada a partir de dados da cidade de São Paulo; Elabora modelos
matemáticos de previsão de demanda (análise de impacto e dimensionamento
de estacionamentos). Essa metodologia sugere a estimativa do número médio
de viagens atraídas na hora pico e uma avaliação de impacto em três níveis:
nas vias de entorno, nas vias de acesso e na área; As variáveis explicativas
utilizadas são: Área computável, Número de Leitos e Número de Funcionários
Estruturada em 7 fases: 1- Estudo do projeto baseado na discussão e
concordância dos órgãos locais; 2- Estimativa da situação futura do tráfego
sem o PGV (projetar o pico horário); 3- Análise exclusiva do PGV, do tráfego
por ele gerado e da organização de dados para serem combinados com os da
fase 2. 4- Identificação do horário de pico com o PGV plenamente desenvolvido
e ocupado; 5- Identificação e análise das alternativas de acessos ao PGV, com
as possíveis soluções e melhoramentos; 6- Negociação com órgãos locais e
planejadores; 7- Implementação do projeto de transportes.
CET
(1983)
Departamento de Transportes
EUA (1985) citado por
Portugal e Goldner (2003)
Tem como objetivo minimizar os impactos no sistema viário e na circulação.
As etapas dessa metodologia são: 1- Caracterização do empreendimento; 2-
Avaliação prévia dos seus impactos; 3- Recomendação de medidas
mitigadoras e compensatórias
DENATRAN
(2001)
19
CET-SP (1983) aborda os PGVs classificando-os por tipos distintos, conforme
a sua natureza e, de acordo com a intensidade de suas atividades. Eles são divididos
em micro polos ou macro polos, de acordo com a intensidade de seus impactos.
A área de influência de um determinado empreendimento também pode ser
definida e está diretamente relacionada ao serviço oferecido no empreendimento,
além de seu tamanho (porte). Freitas e Raia Jr. (2011 e 2012) e Freitas (2012), por
exemplo, apresentaram metodologias para o cálculo de área de influência de PGVs.
Segundo Silva (2006), a área de influência de um empreendimento, dentro do
conceito de PGV, é representada pela “delimitação física do alcance do atendimento
da maior parte da sua demanda”. As variáveis mais relevantes para a delimitação da
área de influência em ordem decrescente de prioridade são: a capacidade de
atendimento, tipo de atividade, tempo e distância de viagem.
Segundo Gontijo (2012) e Gontijo e Raia Jr. (2012a, 2012b) a estimativa de
atração de viagens para novos empreendimentos (PGVs) pode ser realizada de
algumas maneiras, entre elas através de modelos e taxas de atração de viagens.
Esses modelos são funções matemáticas que tentam representar uma dada realidade,
podendo ser utilizados para simular o futuro. O objetivo da elaboração de taxas e
modelos de viagens é determinar a demanda de transporte associada às diversas
atividades por meio da definição de correlações entre o número de viagens que podem
ser geradas por um empreendimento específico e variáveis descritivas deste PGV.
O Institute of Transportation Engineers (ITE), dos Estados Unidos, é o órgão
que produz os principais estudos de taxas e modelos de geração de viagens no
mundo, englobando diversos tipos de PGVs, além dos hospitais e clínicas. Enquanto
isso, no cenário nacional, o boletim técnico da CET-SP (1983) era a principal e mais
antiga referência relacionada a estudos de PGVs, apresentando também modelos de
geração de viagens para os diferentes usos do solo.
2.2 PGV DO TIPO HOSPITAL E SEUS MODELOS DE GERAÇÃO DE VIAGENS
Segundo CET (1983), em diversos tipos, de acordo com o serviço oferecido
pelos empreendimentos e pelo seu porte. No caso do objeto de estudo dessa
20
monografia, o tipo de PGV escolhido é o hospital, o qual possui diferentes conceitos
abordados pela literatura sobre o tema.
Segundo Institute of Transportation Engineers (1995), PGVs do tipo hospital
foram definidos como qualquer empreendimento onde cuidados médicos e cirúrgicos
são dados a pacientes, sendo eles usuários do ambulatório ou não, e onde haja
acomodações para pernoites de pacientes.
Em uma abordagem mais recente, o mesmo ITE (2008), definiu um hospital
como uma instituição onde cuidados médicos ou cirúrgicos e acomodações são
disponibilizadas aos pacientes ambulatoriais e visitantes. Enquanto isso, o termo
‘hospital’ não se refere às clínicas médicas ou casa de enfermagem.
Para alguns autores (GONTIJO, 2012; GONTIJO e RAIA Jr., 2010a, 2010b,
2012; GONTIJO, RAIA Jr. e LEANIZ, 2012a, 2012b) esses empreendimentos, PGVs
do tipo hospital, podem ser classificados como postos de saúde, centro de saúde,
policlínicas, hospitais gerais, hospital especializado, pronto socorro geral, pronto
socorro especializado, consultórios e clínicas especializadas ou ambulatório de
especialidade.
Já Toledo e Demajorovic (2006), abordam os hospitais com outro enfoque,
ressaltando sua relevância econômica e modo particular de funcionamento. Esses
empreendimentos operam 24 horas por dia e 365 dias por ano, demandam recursos
em grandes quantidades, proporcionando atividades com alto potencial na geração
de impactos, incluindo os impactos no trânsito. Além disso, também se destaca outra
característica particular dos hospitais, os quais geram os resíduos que contém altos
riscos à saúde humana.
Por fim, segundo Gonçalves (1983), a demanda hospitalar é diferenciada por
seu caráter emergencial, sendo atribuído aos seus profissionais uma grande
responsabilidade profissional e moral. Enquanto o volume e a natureza de trabalho
são mutáveis e imprevisíveis.
21
2.3 MODELOS DE GERAÇÃO DE VIAGEM APLICADOS À PGV ANALISADOS
Como foi citado anteriormente, a presente monografia terá os seguintes modelos
de geração de viagens como referência (Tabela 1): CET (1983), Gontijo (2012), ITE
(2008) e SILVA, LEANIZ e RAIA Jr. (2012).
Tabela 1 – Modelos de geração de viagens
Fonte: Autoria própria.
Serão utilizados os três parâmetros comuns aos modelos citados (número total
de funcionários, número de leitos e área construída do hospital). Será feita uma
aplicação das equações presentes em cada modelo e suas respectivas taxas de
geração de viagens, encontrando assim um número de viagens teórico para o
empreendimento.
Por fim, os resultados obtidos serão comparados ao levantamento de campo,
procurando assim estabelecer uma análise crítica dos diferentes modelos estudos de
acordo com suas características e particularidades.
2.3.1 CET – SP (1983)
Os modelos desenvolvidos pela Companhia de Engenharia de Tráfego de São
Paulo, ao que se sabe, foram os primeiros modelos sobre Polos Geradores de Viagens
CET (1983)
Gontijo (2012)
ITE (2008)
SILVA, LEANIZ,
RAIA Jr. (2012)
MODELOSNº TOTAL DE
FUNCIONÁRIOSNº DE LEITOS ÁREA CONSTRUÍDA
ESPECIALIDADES
MÉDICAS
22
desenvolvidos no Brasil. Eles seguem o fluxograma (Figura 3) para explicar como são
elaborados seus modelos e índices. Na Tabela 2 estão os modelos criados pela CET,
com suas respectivas equações e parâmetros utilizados.
Foram utilizados 5 hospitais da região metropolitana de São Paulo para se obter
os modelos presentes nesse boletim técnico, procurou-se abranger os diferentes tipos
de hospitais: gerais, especializados e maternidades.
Figura 3 – Modelo de forma esquemática CET-SP
Fonte: CET (1983)
Tabela 2 – Equações do Modelo CET (1983)
V = Estimativa do número médio de viagens atraídas pelo PGT na hora de pico; NF = Nº de
funcionários; AC = Área construída; NL = Nº de leitos
Fonte: CET (1983)
2.3.2 ITE (2008)
O Institute of Transportation Engineers, é um orgão localizado nos Estados
Unidos, que produz os principais estudos de taxas e modelos de geração de viagens
no mundo, englobando diversos tipos de PGVs, além dos hospitais e clínicas.
Áreas de influência
Vias de acesso e do entorno
Modelo de geração de
viagens
Viagens na hora pico
Divisão modal
Análise do impacto
Tempo médio de permanência
Número de vagas necessário
R²
0,837
0,742
0,645
Equações
V = 0,483*NF + 362,69
V = 0,023*AC + 28,834
V = 36,065*1,5^[NL*(1/10)²] + 141,793
23
Esse modelo é considerado pioneiro mundial no tema e contribuiu para a
disseminação sobre Polos Geradores de Viagens em outros países. Ele tem uma
característica diferente aos outros modelos, enquanto a maioria realiza uma previsão
de pessoas que entram em um empreendimento por dia com base nas diferentes
variáveis, o ITE, por sua vez, analisa o número de veículos entrando e saindo do PGV.
Nos modelos criados pelo Institute of Transportation Engineers são analisados
diversos estudos para elaboração da equação, as quais apresentam um R² variável
com base nas variáveis utilizadas, como pode ser visto nos exemplos apresentados
nas Tabelas 3, 4 e 5. Nessas tabelas, a coluna “Número de estudos” indica o número
de unidades de PGVs estudados para a elaboração de cada equação do modelo.
Tabela 3 – Modelos de viagens por nº de funcionários
Fonte: Adaptado de Gontijo (2012), organizada segundo ITE (2008)
Número de
estudos
Número médio de
funcionáriosEquação/curva ajustada R²
19 896 T=4,40(X)+711,46 0,77
9 1.328 T=0,32(X)+35,15 0,77
8 1.419 T=0,28(X)+75,75 0,69
8 1.216 T=0,33(X)+66,57 0,83
15 885 T=0,36(X)+97,41 0,73
15 835 T=2,95(X)+691,43 0,84
14 852 T=2,56(X)+663,23 0,85
6 515 Ln(T)=0,70+1,26 0,72
T= Viagens médias veiculares entranto e saindo / X= Número de Funcionários
24
Tabela 4 – Modelos de viagens por área total construída
Fonte: Adaptado de Gontijo (2012), organizada segundo ITE (2008)
Tabela 5 – Modelos de viagens por nº de leitos
Fonte: Adaptado de Gontijo (2012), organizada segundo ITE (2008)
2.3.3 GONTIJO (2012)
Este trabalho faz parte da Rede Ibero-Americana de Estudos de Polos
Geradores de Viagens (Rede-PGV) e contou com o patrocínio do Ministério da Ciência
e Tecnologia, através do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico.
Número de
estudosÁrea (m²) Equação/curva ajustada R²
14 27.000 T=10,01(X)+2209,31 0,84
7 47.000 T=0,91(X)+145,24 0,68
7 47.000 T=0,71(X)+233,89 0,58
5 32.000 T=1,00(X)+160,90 0,78
9 27.000 T=0,77(X)+249,13 0,53
13 28.000 T=5,04(X)+2045,63 0,82
13 28.000 T=4,43(X)+1806,05 0,84
T= Viagens médias veiculares entranto e saindo / X= Área construída
Número de
estudosLeitos Equação/curva ajustada R²
20 396 T=7,42(X)+1733,31 0,69
9 439 T=1,33(X)-80,914 0,71
7 480 Ln(T)=1,15Ln(X)-0,76 0,69
15 321 Ln(T)=0,89Ln(X)+0,93 0,72
15 408 Ln(T)=0,58Ln(X)+4,65 0,71
15 408 Ln(T)=0,61Ln(X)+4,38 0,73
7 290 Ln(T)=0,60Ln(X)+2,31 0,64
7 90 Ln(T)=0,87Ln(X)-0,62 0,51
5 107 T=0,22(X)+14,27 0,74
T= Viagens médias veiculares entranto e saindo / X= Número de leitos
25
Modelos desenvolvidos em uma tese de doutorado da Dra. Geisa Gontijo,
analisando sete hospitais Santas Casas de Misericórdia, em sete cidades de porte
médio do interior de São Paulo. Para desenvolver o modelo, foi utilizado a metodologia
apresentada na Figura 4. Dessa forma, o intuito principal deste trabalho, como é citado
pela própria autora, era contribuir para análises de impactos referentes às viagens
produzidas por atuais e novas instalações de empreendimento hospitalar nessas
cidades.
Figura 4 – Diagrama geral da metodologia
Fonte: Gontijo (2012)
26
Nas tabelas 6, 7 e 8 estão os modelos criados por Gontijo (2012), cada um
apresentando equações diferentes e parâmetros utilizados. Onde pode ser observado
que ATC é a área construída do hospital a ser analisado, NL é uma abreviação para
número de leitos, NF para número de funcionários, enquanto EM refere-se às
especialidades médicas.
Tabela 6 – Modelo de viagens atraídas diárias
Fonte: Adaptado Gontijo (2012)
Tabela 7 – Modelo viagens hora pico da manhã
Fonte: Adaptado Gontijo (2012)
Tabela 8 – Modelo viagens hora pico da tarde
Fonte: Adaptado Gontijo (2012)
27
2.3.4 SILVA, LEANIZ, RAIA Jr. (2012)
Para a realização do estudo, foram escolhidos quatro hospitais públicos
universitários, localizados na cidade de Madri, na Espanha, e cinco hospitais
brasileiros, localizados em São Carlos, Marília, Sertãozinho, Rio Claro e Jaú.
Para elaboração desse modelo se utilizou três parâmetros (nº de funcionários,
área construída e nº de leitos), como pode ser observado nas Tabelas 9 e 10. As
equações presentes nessas tabelas foram criadas a partir dos hospitais do Brasil e no
exemplo de modelo apresentado na Figura 5, sendo que a linha pontilhada representa
a equação do modelo em questão.
Tabela 9 – Equações do modelo SILVA, LEANIZ, RAIA Jr. (2012): Viagens atraídas hora pico da
tarde
Fonte: SILVA, LEANIZ, RAIA Jr. (2012)
Tabela 10 – Equações do modelo SILVA, LEANIZ, RAIA Jr. (2012): Viagens atraídas diária
Fonte: SILVA, LEANIZ, RAIA Jr. (2012)
Variáveis independentesViagens 'hora em ponto da
tarde' (Vahpt)R²
m² de área construída (AC) Vahpt=1,49*(AC)^0,58 0,57
nº de leitos (NL) Vahpt=122,2+1,45*(NL) 0,98
nº de funcionários (NF) Vahpt=156*[e^0,0014*(NF)] 0,83
Variáveis independentes Viagens atraídas diária (Vad) R²
m² de área construída (AC) Vad=56,66*(AC)^0,43 0,67
nº de leitos (NL) Vad=1921,6*ln(NL)-6456,72 0,98
nº de funcionários (NF) Vad=1373+3,43*(NF) 0,88
28
Figura 5 – Modelos de viagens para nº de leitos (camas)
Fonte: SILVA, LEANIZ, RAIA Jr. (2012)
3 MATERIAIS E MÉTODO
Os materiais necessários para o desenvolvimento desta pesquisa são:
Mapa de implantação do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, contendo dados
sobre os acessos de veículos e pessoas, para análise dos pontos que serão
realizados os levantamentos de campo;
Número de leitos, área total do hospital e de funcionários do hospital;
Acesso à bibliografia através de pesquisas à internet, dissertações e teses,
livros, etc. relacionados com o tema;
Computador e software de texto e planilha eletrônica;
Dados de acesso dos diversos tipos de usuários do empreendimento
(pacientes, acompanhantes, funcionários, fornecedores, etc.);
29
Dados da quantidade de pessoas que acessam ao hospital na hora e dia de
maior movimento;
Levantamento dos modelos disponíveis para previsão de viagens a hospitais;
Arquivos fotográficos feito em visitas ao objeto de estudo;
Planilhas/questionário para levantamento de dados em campo;
Dados operacionais fornecidos pela direção do hospital.
O método desenvolvido para atingir os objetivos, geral e específicos, deste
estudo está sintetizado nas Figuras 6 e 7.
30
Figura 6 – Diagrama de métodos do TGI (Levantamento de Campo)
Fonte: Autoria própria.
O diagrama da Figura 6 apresenta de forma simplificada as etapas utilizadas para
a realização da parte de levantamento de campo, e cada uma delas será detalhada a
seguir:
1. Levantamento dia pico
2. Levantar hora pico
3. Contagem volumétrica de pessoas
4.Definição do tamanho da entrevista (na hora pico)
5. Elaboração da entrevista piloto
6. Aplicação da entrevista piloto
7. Avaliação do questionário piloto
8. Ajustes no questionário
9. Aplicação da entrevista final
10. Análise de resultados
31
Etapa 1 – Levantamento do dia pico: O dia pico, ou seja, o dia da semana
considerado como o de maior movimento de acesso dos diversos usuários, será
identificado através de levantamentos realizados junto à Direção do Hospital Emílio
Ribas;
Etapa 2 – Levantamento da hora pico: Depois de obtido o dia de pico da semana,
será feita uma contagem volumétrica do número de viagens atraídas (usuários
adentrando no hospital) para o objeto de estudo durante o dia pico. Dessa forma, será
possível conhecer as horas pico da manhã e da tarde;
Etapa 3 – Contagem volumétrica: Como descrito na Etapa 2 será uma contagem
do número de pessoas entrando na portaria do hospital. Esse levantamento será feito
no dia pico, definido na primeira etapa;
Etapa 4 – Definição do tamanho da amostra para entrevista: Através de
formulação matemática será calculado o tamanho da amostra, de forma a ser
estatisticamente significativa para a caracterização dos usuários na hora pico. Dessa
forma será definido o número de pessoas a serem entrevistas a fim de obter uma
amostra significativa do total de viagens que o empreendimento recebe normalmente
em seu dia pico e na hora pico;
Etapa 5 – Elaboração de entrevista piloto: A entrevista junto aos usuários para a
definição da caracterização dos usuários e viagens será feita através de um
formulário, simples e fácil, para não tomar muito tempo das pessoas que acessam ao
hospital. Este formulário, considerado como piloto no primeiro momento. Nele
deverão constar dados, tais como: sexo, classificação do usuário e modo de
transporte utilizado para chegar ao hospital;
Etapa 6 – Aplicação da entrevista piloto: A entrevista piloto será aplicada no dia
pico, levantados anteriormente na Etapa 1 e ela é importante para se conhecer
possíveis problemas que possam dificultar ou inviabilizar a realização da pesquisa e
também o tempo médio gasto para a sua realização;
32
Etapa 7 – Avaliação do questionário piloto: A partir dos dados obtidos na entrevista
piloto será analisado questões, por exemplo: se alguma das perguntas foi mal
formulada, necessidade de acrescentar alguma alternativa como resposta para as
perguntas ou se o tempo necessário para a realização da entrevista foi suficiente;
Etapa 8 – Ajustes no questionário: Caso seja identificada alguma falha ou
oportunidade de melhoria no questionário piloto, definido na etapa anterior, esta deve
ser corrigida para a elaboração da planilha que será usada no processo de entrevista
final;
Etapa 9 – Aplicação da entrevista final: A aplicação da entrevista final será
realizada na hora pico do dia pico levantados nas etapas 1 e 2, com o uso do
formulário devidamente testado;
Etapa 10 – Análise de resultados: Os resultados obtidos na etapa 9 serão
analisados a fim de realizar uma caracterização dos usuários e viagens dos usuários
que entraram no hospital, em uma hora pico do dia pico.
Paralelamente ao processo apresentado na Figura 6, haverá um segundo
processo do método, que prevê o levantamento de dados feito a partir dos resultados
encontrados junto aos modelos de geração de viagens a hospitais, obtidos na literatura
especializada, escolhidos para serem analisados neste estudo. Essas etapas estão
sintetizadas na Figura 7 e descritas em seguida.
.
33
Figura 7 – Diagrama de métodos do TGI (Levantamento dos modelos)
Fonte: Autoria própria
Para um melhor entendimento do esquema abordado no diagrama da Figura 7,
cada uma das etapas será descrita a seguir:
Etapa 1 – Escolha dos parâmetros a serem analisados: Foi realizado um
levantamento dos parâmetros utilizados (variáveis dependentes e independentes) nas
equações para se calcular o número previsto de viagens atraídas diariamente por
empreendimentos, utilizando-se diferentes modelos de previsão de viagens a hospitais,
existente na literatura. Esses parâmetros são abordados no item 2.3 da revisão
bibliográfica;
Etapa 2 – Levantamento de dados do IIER: Será realizada uma entrevista junto
à Direção do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, com o intuito de se conhecer dados
necessários para o cálculo de viagens previstas ao PGV (viagens atraídas) a partir de
variáveis independentes: número de funcionários, número de leitos e área construída;
Etapa 3 – Aplicação de modelos: Os dados das três variáveis independentes
obtidas na 2ª etapa serão utilizados nas equações dos diversos modelos de atração de
1. Escolha dos parâmetros a serem analisados
2. Levantamento de dados do IIER
3. Aplicação de modelos
34
viagens, aqui escolhidos, para calcular o número estimado de viagens atraídas, segundo
cada um dos modelos selecionados anteriormente.
Após a realização de todas as etapas descritas anteriormente e sintetizadas
nas Figuras 6 e 7, poder-se-á, finalmente, realizar o processo de comparação entre
os dados reais de número de viagens estimados pelos modelos, considerando as
diferentes variáveis independentes, com os dados reais obtidos através dos
levantamentos de campo. Dessa forma, pode-se verificar que algum dos modelos
desenvolvidos para outros hospitais apresenta resultados aproximados com os dados
reais e, por conseguinte, poderiam ser usados na estimativa de viagens do PGV
estudado.
4 RESULTADOS E ANÁLISES
O método desenvolvido e apresentado no capítulo anterior, com o apoio dos
materiais previstos, foi aplicado com o intuito de se atingir aos objetivos estabelecidos
para este estudo, e permitiram chegar a estes resultados, que serão agora
apresentados.
4.1 LEVANTAMENTO DE CAMPO: CONTAGEM VOLUMÉTRICA DE VIAGENS
O dia pico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas foi definido, por meio de
contatos com a sua Direção e funcionários. Assim foi passada a informação de que
as quartas feiras são os dias de maior movimento em uma semana tipo. Esse dado
foi obtido a partir de entrevistas com funcionários da portaria e da Direção do hospital,
além de dados e planilhas apresentadas pela responsável pela área de estatística do
objeto de estudo, Sra. Cecília Silva.
O IIER conta, no período de realização desta pesquisa, com apenas uma
portaria, considerada como principal, como mostra a Figura 8, a qual é utilizada para
35
o acesso e saída de funcionários do hospital, visitantes, acompanhantes e pacientes.
O local tem entrada livre nas três catracas disponíveis, para o acesso a pé e duas
entradas adicionais, com cancelas, para entrada e saída de veículos, todas elas
funcionando 24 horas por dia.
Antes de acessar as catracas, os novos visitantes devem se identificar,
primeiramente, nos quatro guichês existentes junto à portaria.
Na fotografia da Figura 8 pode-se verificar, à esquerda, as três catracas
destinadas ao acesso de pessoas a pé e, no lado direito, pode-se visualizar uma das
entradas para veículos com cancela.
Figura 8 – Portaria principal Instituto de Infectologia Emílio Ribas
Fonte: Autoria própria
Como citado anteriormente, foi definido com dia pico de movimentação de
usuários do hospital a quarta-feira. Dessa forma, a pesquisa de contagem volumétrica
de acesso de usuários foi realizada em um destes dias, considerando-se uma semana
tipo (sem feriados). A pesquisa foi realizada no dia 07/10/2015, no período das 6:00
horas (horário que começam os atendimentos) até as 18:00 horas (o horário de
consultas se encerra diariamente às 15 horas e 30 minutos).
O levantamento foi realizado através de uma contagem volumétrica, fazendo-
se uso de uma planilha, onde os volumes de acesso eram assinalados e,
36
posteriormente, contabilizados a cada cinco minutos. Foram considerados
separadamente os acessos realizados pelas catracas (C1, C2 e C3), além dos
volumes de pessoas que acessaram com seus veículos. A cada veículo que adentrava
em uma das duas cancelas era realizada a contagem das pessoas que neles estavam.
A Figura 9 mostra um momento do levantamento realizado pelo pesquisador 1,
autor deste trabalho. Como o período de pesquisa durou 12 horas seguidas, foi
necessário que o levantamento fosse realizado, entre o período de 12 horas 30
minutos e 14 horas, por um segundo pesquisador, estagiário da obra, Guilherme
Raymundo, como pode ser visto na Figura 10.
Figura 9 – Pesquisador 1, autor deste trabalho, realizando as contagens volumétricas no
Hospital Emílio Ribas
Fonte: Autoria própria
Ao final da contagem volumétrica, registrou o total de 3.172 pessoas entrando
no PGV, e um total de 341 veículos. O clima durante todo o período da contagem se
manteve bom, ensolarado, sem chuvas, portanto, um dia bastante típico. Os dados
37
detalhados da contagem volumétrica, em intervalos de 5 em 5 minutos, podem ser
verificados no Apêndice A1.
Figura 10 – 2º pesquisador realizando as contagens volumétricas no Hospital Emílio Ribas
Fonte: Autoria própria
A partir dos dados da contagem volumétrica de pessoas acessando ao IIER,
pode-se construir um gráfico representando o número de pessoas entrando em função
do momento de entrada, este considerado no período de 5 em 5 minutos, como já
afirmado anteriormente. Este gráfico pode ser visualizado na Figura 11. Tem-se no
eixo y, a quantidade de pessoas acessando ao IIER a cada 5 minutos e, no eixo x, o
respectivo período de tempo.
Foi definida, a partir da análise da contagem volumétrica, a hora-pico do hospital
no dia-pico (quarta-feira). Esta hora-pico é obtida pelo somatório de 12 períodos
consecutivos de 5 minutos. Na hora-pico foi registrado o acesso de 464 pessoas,
durante o intervalo 8:40h e 9:40h, do dia 07 de outubro de 2015. Os picos encontrados
na Figura 11 podem possuir relações, diretas ou indiretas, com alguns dos seguintes
fatores, enumerados por funcionários responsáveis pelo controle da portaria do
hospital:
7:00h – entrada de funcionários da manutenção e turno da segurança;
38
9:00h – entrada de funcionários em geral (e servidores públicos) e início
das consultas;
12:00h – início das visitas;
18:00h – entrada de funcionários do turno da noite.
Ainda, analisando-se o gráfico da Figura 11, pode-se também levantar a hora-
pico da tarde, ou seja, das 12:00h às 13:00h, com o registro de 414 pessoas. O pico
de acesso de veículos foi registrado das 7:50h às 8:50h, com registro de 48
automóveis.
Figura 11 – Dados volumétricos de pessoas acessando do Hospital Emílio Ribas, em
07/10/2015
Fonte: Autoria própria
39
4.2 LEVANTAMENTO DE CAMPO: CARACTERIZAÇÃO DAS VIAGENS NA HORA-
PICO
Durante o mês de agosto foi realizada uma entrevista-piloto com 28 usuários
do Hospital Emílio Ribas, em sua portaria principal. As entrevistas aconteceram entre
as 8h e 10h da manhã do dia 26 de agosto, fazendo parte do método da monografia,
ilustrado na Figura 6, sendo considerada a 5ª etapa do processo. A entrevista teve
seus resultados expressos na tabela 11.
Dessa forma foi possível definir o formato da entrevista final que será descrita
posteriormente, onde foram adicionadas, por exemplo, as opções “visitante” e “outro”
devida a uma necessidade observada pelos próprios entrevistados, como pode ser
vista na Figura 12. Outro aspecto interessante observado na entrevista-piloto foi que
muitos dos usuários do hospital que optaram pelo transporte público, responderam na
pergunta 3 que necessitam utilizá-los de maneira conjugada, um trecho de ônibus e
outro de metro, por exemplo.
Tabela 11 – Resultado da entrevista-piloto realizada com usuários do IIER
Fonte: Autoria própria
A Figura 12 apresenta a versão final do modelo utilizado na pesquisa com os
usuários do hospital Emílio Ribas, tal como foi utilizada para a pesquisa de
caracterização das viagens para uma amostra da hora-pico. A planilha definitiva usada
nas entrevistas aborda o sexo (masculino e feminino); tipo de usuário (funcionário,
Nº de entrevistados 28
Funcionário Paciente
13 9
À pé Ônibus
0 8
Moto Taxi Metro Carro
2 4 10 4
3. Meio de transporte de chegada
Acompanhante
5
Ambulância
0
1. SexoMasculino Feminino
12 16
2. Tipo de usuário
40
paciente, acompanhante e visitante); e meio de transporte de chegada (a pé, ônibus,
metrô, carro, moto, taxi, ambulância e outro).
Figura 12 – Modelo da entrevista final
Fonte: Autoria própria
Como pode ser observado na figura 6, na 9ª etapa do método utilizado na
monografia aborda a aplicação de uma entevista final com os usuários do Hospital
Emílio Ribas, na hora pico e no dia pico definidos anteriormente nas etapas 1 e 2 –
Capítulo 3. Para definir uma amostra que fosse estatisticamente significativa para
essa entrevista, foi estudada a literatura sobre o assunto e foi realizada uma
consultoria com os professores Dr. Luis Ernesto Salasar e Dr. Afrânio Vieira, do
Departamento de Estatística da UFSCar, sobre o assunto.
Devido a essa não ser uma área normalmente estudada no curso de
engenharia civil, foi encontrada uma maior dificuldade na obtenção de dados e
fórmulas a serem utilizadas para o cálculo de uma significativa para a entrevista final
dessa monografia. Por isso foi de grande importância a participação dos
pesquisadores do Des/UFSCar.
Segundo Bussab e Moretin (2002), há vários tipos de amostragens dependendo
dos tipos de dados que se pretendem coletar, do objetivo da pesquisa e da realidade
com que se trabalha. Assim, se faz necessário selecionar essas amostras de acordo
41
com um processo de amostragem probabilística, onde os elementos da população
terão as mesmas chances de ser incluído na amostra.
Para eles, quando é realizado um estudo de inferência estatística, uma das
etapas mais importantes é o cálculo do tamanho da amostra que satisfaz o erro de
estimação previamente estipulado e, ao mesmo tempo, tem-se um determinado grau
de confiança.
Após um estudo de caso junto a professor do DES/UFScar, Dr. Afrânio Vieira,
foi verificado que, como a entrada principal do hospital possui três catracas, a
amostragem deveria ser feita para cada uma delas. Portanto, foi elaborada a Tabela
12 com a finalidade de analisar o desvio padrão e média de pessoas que entraram no
local na hora de pico, separado por catraca. Como para esse caso não existe uma
população finita, pois os usuários variam a cada dia e não há um limite diário de
entrada de pessoas no empreendimento, não é necessário realizar um ajuste da
amostra. Assim foi possível utilizar a seguinte equação para o cálculo da amostra:
𝑛 = [(𝑧.𝑠)
(𝑟.𝑦)]
2 (1)
Onde:
𝑛 = tamanho da amostra
z = quantil normal
s = desvio padrão
r = margem de erro percentual
y = média da quantidade
42
Tabela 12 – Hora pico observada no levantamento de campo em 07/10/2015
Fonte: Autoria própria
Para efetuar os cálculos foram utilizados uma margem de erro de 10% e
adotou-se um grau de igual a 95%.
A fim de encontrar o quantil normal, ou z, da equação deve-se converter o grau
de confiança a um decimal (0,95) e dividí-lo por 2 para obter 0,475. Em seguida, deve-
se consultar a tabela do valor z para encontrar o valor correspondente ao 0,475.
Nesse caso o valor mais próximo é igual a 1,96, no cruzamento da linha 1,9 e a coluna
de 0,06.
Por exemplo, para a catraca C1 a equação é:
𝑛 = [(1,96.2,5)
(0,1.13,67)]
2
= 12,85 ~ 13 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠
Assim, para cada catraca da portaria principal foi encontrado um tamanho de
amostra igual a:
13 pessoas para a catraca C1;
20 pessoas para a catraca C2;
24 pessoas para a catraca C3.
C1 C2 C3
08:40 08:45 15 12 16 43
08:45 08:50 13 17 8 38
08:50 08:55 15 12 15 42
08:55 09:00 10 17 12 39
09:00 09:05 12 12 16 40
09:05 09:10 17 13 11 41
09:10 09:15 12 9 15 36
09:15 09:20 18 13 10 41
09:20 09:25 13 10 8 31
09:25 09:30 15 15 13 43
09:30 09:35 10 9 11 30
09:35 09:40 14 17 9 40
2,50 2,95 2,98 TOTAL
13,67 13,00 12,00 464
IntervalosEntradas (catracas) - Fluxo de pessoas entrando Total a cada
5min
desvio padrão
média
43
A partir dos números apresentados acima, foi possível realizar a entrevista final
– Figura 13 – no dia 11 de novembro, na hora pico (8h40 às 9h40). Todas as respostas
referentes ao questionário estão apresentadas no Apêndice B1.
Figura 13 – Aplicação da entrevista final em 11/11/2015
Fonte: Autoria própria
Através das entrevistas realizadas foi possível obter informações importantes
sobre o objeto de estudo, essenciais para caracterização dos padrões de viagens.
Esses padrões envolvem três características qualitativas: sexo, tipo de usuário e o
modo de transporte de chegada.
Como resultado da entrevista com os 57 usuários definidos pela Equação 1,
temos as Tabelas 13, 14 e 15, separadas por catraca da portaria, e agrupando os
itens de maneira que fosse viável efetuar uma caracterização dos usuários que entram
no instituto na hora-pico do dia-pico.
44
Tabela 13 – Resultado da entrevista final realizada com usuários do IIER, catraca C1
Fonte: Autoria própria
Tabela 14 – Resultado da entrevista final realizada com usuários do IIER, catraca C2
Fonte: Autoria própria
Tabela 15 – Resultado da entrevista final realizada com usuários do IIER, catraca C3
Fonte: Autoria própria
Nº de entrevistados 24
Funcionário Paciente Acompanhante Visitante
5 12 4 3
À pé Ônibus Metro Carro
0 15 17 0
Moto Taxi Ambulância Outro
0 1 0 0
2. Tipo de usuário
3. Meio de transporte de chegada
1. SexoMasculino Feminino
13 11
45
A partir de uma rápida análise das características de cada catraca, pode
observado primeiramente que a catraca C3, por estar no lado direito de quem entra
no hospital, recebeu um maior número de pacientes e acompanhantes, os quais
geralmente se dirigiam ao ambulatório que fica localizado nesse lado.
Enquanto isso, a catraca C1, por se localizar no lado esquerdo de quem entra
no empreendimento, recebeu um maior número de funcionários em relação aos outros
usuários, que normalmente se dirigiam ao Prédio Principal do Emílio Ribas. Nota-se
também que o resultado para a terceira pergunta nas tabelas 19 e 20 tem uma
contagem maior que o ‘nº de entrevistados’, isso ocorre, pois, alguns usuários
utilizaram mais de um meio de transporte para chegar ao hospital.
Outro aspecto importante a se ressaltar é o meio de transporte de chegada ao
hospital. A grande maioria das pessoas entrevistadas utilizaram principalmente o
ônibus e o metro para chegar ao local, sendo que muitas vezes eles foram usados de
maneira combinada.
Ao realizar uma análise geral da entrevista final, pode-se perceber através das
Tabela 16 e 17 que o transporte público é o meio de transporte mais utilizado para se
chegar ao hospital na hora pico, representando mais de 90% dos casos. Como foi
citado anteriormente, a 3ª pergunta pode ter mais de uma resposta e a maioria dos
usuários entrevistados disseram que utilizaram mais de um meio de transporte para
chegar ao Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
Nota-se também que a maioria dos usuários que entram no hospital nesse
horário são funcionários e pacientes (mais de 75% dos entrevistados).
Tabela 16 – Resultado geral da entrevista final realizada com usuários do IIER
Fonte: Autoria própria
Nº de entrevistados 57
Funcionário Paciente Acompanhante Visitante
18 25 7 7
À pé Ônibus Metro Carro
0 37 35 2
Moto Taxi Ambulância Outro
1 2 0 0
3. Meio de transporte de chegada
1. SexoMasculino Feminino
24 33
2. Tipo de usuário
46
Tabela 17 – Resultado geral da entrevista final realizada com usuários do IIER, em
porcentagem
Fonte: Autoria própria
4.3 CÁLCULO DAS VIAGENS ATRAÍDAS SEGUNDO OS MODELOS DE GERAÇÃO
DE VIAGEM SELECIONADOS
O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, ou simplesmente o hospital, iniciou, em
2014, a maior reforma e ampliação de sua história, sendo previsto um aumento de
número de leitos e novas áreas para estacionamento e coleta de resíduos, por
exemplo. Segundo dados da Direção e do Consórcio ER SAÚDE, responsável pela
realização da obra, o hospital conta, em 2015, com 160 leitos ativos e 24.837,61 m²
de área construída. Ao final de 2018, data prevista para o término da reforma, está
especificado em projeto que o hospital passará a ter 278 leitos e mais de 37.000 m²
de área total construída. Esses dados podem ser conferidos na Tabela 18.
Tabela 18 – Hospital Emílio Ribas em números
Fonte: Direção do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Consórcio ER SAÚDE
Nº de entrevistados 57
Funcionário Paciente Acompanhante Visitante
31,58% 43,86% 12,28% 12,28%
À pé Ônibus Metro Carro
0,00% 64,91% 61,40% 3,51%
Moto Taxi Ambulância Outro
1,75% 3,51% 0,00% 0,00%
2. Tipo de usuário
3. Meio de transporte de chegada
1. SexoMasculino Feminino
42,11% 57,89%
Ano 2015 2019
Número de funcionários 1760 2300
Área construída [m²] 24.837,61 37.599,32
Número de leitos 160 278
47
Tal como consta na seção 2.3 da revisão bibliográfica, os autores que
desenvolveram modelos para a previsão de viagens a hospitais (CET, 1983; ITE,
2008; GONTIJO, 2012 e GONTIJO, LEANIZ e RAIA Jr., 2012) e que terão seus
modelos de atração de viagens diárias aqui testado com dados do hospital IIER.
Para todos os modelos aqui utilizados, a variável dependente corresponde
sempre ao número de viagens atraídas diárias e como variáveis independentes, o
número de funcionários (NF), a área construída (AC) e o número de leitos (NL).
Para cada modelo testado desenvolvido pelos pesquisadores citados, foi
realizada a previsão de viagens, utilizando os dados dispostos na Tabela 18, com
dados relativos ao ano de 2015. Os resultados para cada conjunto de modelos estão
representados nas tabelas 19, 20, 21 e 22 para, respectivamente, CET, 1983; ITE,
2008; Gontijo, 2012 e Silva, Leaniz e Raia Jr., 2012.
Tabela 19 – Previsão de viagens atraídas segundo o modelo CET (1983) para hora-pico
Vad = Viagens atraídas diárias; NF = número de funcionários; AC = Área total construída; NL = Número de leitos
Fonte: Autoria própria
Analisando-se os dados da Tabela 19, verifica-se que os modelos
desenvolvidos por CET (1983) não produziram resultados satisfatórios. A equação
que produziu o menor erro entre os valores estimados para as viagens atraídas na
hora-pico foi aquela que levou em consideração como variável independente o
número de leitos, com uma diferença igual a 29,33% do observado em campo. Os
outros dois modelos que levaram em conta as variáveis independentes número de
funcionários e área construída total produziram resultados com uma margem de erro
Equação R2 VhpPrevisão
viagens
Viagens
reaisErro (%)
Vhp = 0,483*NF + 36,269 0,837 Vhp (AC) 886 91,02%
Vhp = 0,023*AC + 28,834 0,742 Vhp (NL) 600 29,33%
Vhp = 36,065*1,5^(NL*(1/10)²) + 141,793 0,645 Vhp (NF) 211 -54,57%
464
MODELOS CET (1983)
48
de 91,02% e -54,57%, respectivamente. Há que se verificar que o modelo com maior
valor de R2 (0,837) foi o modelo que produziu o pior resultado. Lembrando que quanto
mais próximo do módulo de 1 for o valor de R2, melhor o modelo exprime o fenômeno
estudado e representado no modelo.
Tabela 20 – Modelo ITE (2008), dados do Hospital Emílio Ribas
T = Viagens médias veiculares entrando e saindo / x = Número de leitos
Fonte: Autoria própria, organizado segundo ITE
Analisando-se os dados da Tabela 20, verifica-se que os modelos
desenvolvidos pelo ITE (2008) também não produziram resultados satisfatórios, na
maioria dos casos. Um dos principais fatores para que isso ocorresse é que o modelo
americano calcula o número de viagens de veículos particulares que entram e saem
do objeto de estudo, não de pessoas e veículos em geral, como é feito nos outros
casos. A equação que produziu o menor erro entre os valores estimados para as
viagens médias veiculares foi aquela que levou em consideração como variável
independente a número de leitos, com erro igual a 9,19%, o qual possui o menor valor
de R² (0,53).
Tabela 21 – Modelo GONTIJO (2012), dados do Hospital Emílio Ribas
Vad = Viagens atraídas diárias; NF = número de funcionários; AC = Área total construída; NL = Número de leitos
Fonte: Autoria própria
Funcionários Equação/curva ajustada R²
Viagens
médias
veiculares
Resultado
Viagens
reais
veiculares
Diferença
(%)
1.328 T=0,32(X)+35,15 0,77 T (NF) 121 341 64,65%
1.419 T=0,28(X)+75,75 0,69 T (NF) 86 341 74,68%
290 Ln(T)=0,60Ln(X)+2,31 0,64 T (NL) 892 341 -161,68%
321 Ln(T)=0,89Ln(X)+0,93 0,72 T (NL) 232 341 31,95%
27.000 T=10,01(X)+2209,31 0,84 T (AC) 3811 341 -1017,57%
27.000 T=0,77(X)+249,13 0,53 T (AC) 372 341 -9,19%
MODELO ITE
Equação R2 VadPrevisão
viagens
Viagens
reaisErro (%)
Vad=2005,85+0,1*AC 0,837 Vad (AC) 4490 41,54%
Vad=1899,3+8,63*NL 0,742 Vad (NL) 3280 3,41%
Vad=1373,41+3,43*NF 0,645 Vad (NF) 7410 133,61%
MODELO GONTIJO (2012)
3172
49
A partir dos dados da Tabela 21, verifica-se que um dos modelos desenvolvidos
por GONTIJO (2012) produziu um bom resultado, para a variável número de leitos,
com um erro de apenas 3,41% – o menor entre os modelos observados. Já para os
outros parâmetros, número de funcionários e área construída total, que para esse
caso produziram resultados com erros de 91,02% e -54,57%, respectivamente. A
equação que produziu o menor erro entre os valores estimados para as viagens
atraídas na hora-pico foi aquela que levou em consideração como variável
independente a número de leitos, com erro igual a 29,33% (R2 = 0,742). Os outros
dois modelos que levaram em conta as variáveis independentes número de
funcionários e área construída total produziram resultados com erros de 133,61% e
41,54%, respectivamente. Esses percentuais são considerados muito elevados.
Tabela 22 – Modelo SILVA, LEANIZ e RAIA Jr. (2012), dados do Hospital Emílio Ribas
Vad = Viagens atraídas diárias; NF = número de funcionários; AC = Área total construída; NL = Número de leitos
Fonte: Autoria própria
Observando-se os resultados da Tabela 22, verifica-se que os modelos
desenvolvidos por SILVA, LEANIZ e RAIA Jr. (2012) apresentaram dados muito
próximos ao modelo da GONTIJO (2012), pois foram elaborados para alguns objetos
de estudo semelhantes no Brasil. Um item interessante de se analisar nesse modelo
é que, a variável independente número de leitos, mais uma vez, é a que apresenta os
valores mais aproximados do real, e, dessa vez, possui R² igual a 0,98, ou seja, esse
é um dos modelos que melhor exprime o fenômeno estudado.
Equação R2 VadPrevisão
viagens
Viagens
reaisErro (%)
Vad=56,66*(AC)^0,43 0,67 Vad (AC) 4397 38,62%
Vad=1921,6*ln(NL)-6456,72 0,98 Vad (NL) 3296 3,90%
Vad=1373+3,43*(NF) 0,88 Vad (NF) 7410 133,60%
MODELO SILVA, LEANIZ e RAIA Jr. (2012)
3172
50
4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDO PARA 2019
Como foi apresentado no capítulo 1.3, o empreendimento escolhido como
objeto de estudo para a monografia está passando por uma reforma e ampliação de
suas instalações. De acordo com a Tabela 18, em 2019 – ano previsto para o término
da obra –, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas irá contar com 2300 funcionários,
278 leitos e aproximadamente 38.000 m² de área.
Assim, utilizando as equações de GONTIJO (2012) e SILVA, LEANIZ, RAIA Jr.
(2012) para a variável número de leitos, que foram os modelos que apresentaram uma
menor variação em relação à contagem volumétrica realizada no dia-pico (3,41 e 3.90,
respectivamente), foi realizada a Tabela 23, onde pode ser encontrado uma estimativa
para 2019 no dia pico de uma semana tipo. Foi considerado o número de leitos igual
a 278.
Tabela 23 – Estimativa de viagens para o IIER em 2019
Fonte: Autoria própria
Dessa forma pode-se perceber que, ao final das obras, o Hospital Emílio Ribas
provavelmente terá um aumento de mais de 1000 viagens em um dia pico,
acarretando em um maior impacto no tráfego e acessibilidade em seu entorno e
medidas de trânsito devem ser adotadas no futuro.
Equação/curva ajustada R² Vad Estimativa
Vad=1899,3+8,63*NL 0,94 Vad (NL) 4298
Vad=1921,6*ln(NL)-6456,72 0,98 Vad (NL) 4357
51
5 CONCLUSÃO
De acordo com o desenvolvimento do trabalho ficou cada vez mais notável as
diferenças e particularidades de cada estudo e modelos de geração de viagem
desenvolvidos. O porte dos objetos de estudo e a localização desses
empreendimentos geralmente são distintas, o que é um dos maiores motivos que
dificultam o processo de se comparar e analisar realidades diferentes. Apesar disso,
também é possível encontrar algumas características semelhantes a serem
analisadas.
Durante a elaboração da monografia também foram observadas divergências
em pontos importantes da literatura, como conceitos, impactos produzidos e seus
aspectos gerais. O que ficou mais destacado, por exemplo, foi quanto à maneira de
abordar os impactos produzidoss – alguns focam no tráfego gerado no entorno do
empreendimento, outros no uso do solo, ou mesmo quanto à acessibilidade no local
Os modelos escolhidos apresentaram variáveis semelhantes ao serem
elaborados – área construída, número de leitos e número de funcionários – porém
foram realizados em três países distintos: Brasil, Espanha e EUA. Isso notavelmente
influenciou em relação à utilização dos meios de transporte de chegada no objeto de
estudo.
Ao se comparar a mobilidade gerada por empreendimentos em países
diferentes, deve-se levar em consideração que as taxas de motorização são distintas
– nos EUA é muito superior aos outros analisados, por exemplo – e que os percentuais
de utilização de transportes públicos e particulares tem uma relevante variação de
acordo com a cidade e o país onde é feito o levantamento.
Uma das principais diferenças entre os modelos de geração de viagens
estudados é que os modelos da GONTIJO e SILVA, LEANIZ, RAIA Jr. trabalharam
com PGVs/hospitais padronizados, enquanto os modelos ITE e CET utilizaram
empreendimentos de diferentes portes. Outro fator que contribuiu para a não
aderência do modelo ITE ao caso do Instituto de Infectologia Emílio Ribas foi que o
modelo norte americano trabalha somente com as viagens por automóveis
particulares, diferentemente dos outros três modelos que consideram todos os modos
de transportes, assim como foi considerado nesse trabalho.
52
Através das análises realizadas concluiu-se que os resultados das aplicações
dos quatro modelos apresentaram-se satisfatórios apenas para dois modelos –
GONTIJO e SILVA, LEANIZ, RAIA Jr. – quando se utilizou a variável independente
número de leitos do hospital em consideração. Porém, de maneira geral, houve uma
baixa aderência entre os modelos analisados e o caso real do Hospital Emílio Ribas.
Além da análise dos modelos escolhidos, um aspecto importante realizado
nessa monografia foi a contagem volumétrica de pessoas entrando no hospital no dia
pico, para assim descobrir a hora pico – item necessário para as análises dos modelos
estudados. É valido ressaltar que esse levantamento tem seus limitantes, pois para
um melhor resultado do ponto de vista estatístico, seria importante mais análises
sobre outros dias da semana que também poderiam vir a ser de pico e sobre a hora
pico, em outros dias considerados pico.
A partir disso foi possível realizar as entrevistas com os usuários do IIER, outro
levantamento essencial para uma melhor análise e caracterização dessas pessoas
que entram nesse PGV durante a hora pico, no dia pico. Dessa forma, esse também
é outro item que depende de um controle estatístico, principalmente para o cálculo de
uma amostra que fosse estatisticamente significativa. Foi obtida uma amostra
representativa e que proporcionou um resultado satisfatório, porém é importante
ressaltar que novas abordagens sobre esse empreendimento diminuiriam os erros
relativos ao tamanho da amostra.
Apesar de faltarem outras pesquisas para reforçarem esses dados (em outros
dias da semana ou em meses distintos do ano, por exemplo), essas entrevistas foram
essenciais para a caracterização final dos usuários do objeto de estudo, sendo que
um dos aspectos que foi possível constatar é que, durante a hora pico, no dia pico da
semana, a maioria das pessoas que entraram no hospital chegaram por meio de
transporte público.
Um aspecto interessante que foi observado nas entrevistas foi o fato de que,
mais da metade das pessoas que foram questionadas, utilizaram dois meios de
transporte ou mais para chegar ao seu destino. Isso se deve, entre outros motivos, ao
fato de São Paulo ser uma cidade de grande porte e muitas pessoas morarem em
cidades de sua região metropolitana, necessitando, geralmente, fazer integrações
entre ônibus e metro.
53
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57
ANEXOS E APÊNDICES
APÊNDICE A1: Dados volumétricos do Hospital Emílio Ribas
Data:
Clima: Manhã Tarde
C1 C2 C3
06:00 06:05 2 0 3 5 0
06:05 06:10 3 3 0 6 0
06:10 06:15 2 3 0 5 1
06:15 06:20 1 5 2 8 0
06:20 06:25 2 3 1 6 1
06:25 06:30 5 2 2 9 0
06:30 06:35 8 3 8 19 1
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Ensolarado Ensolarado
Contagem volumétrica:
IntervalosEntradas (catracas) - Fluxo de pessoas entrando Total a cada
5minCarros
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Pessoas chegando - Instituto de Infectologia Emílio Ribas
07/10/2015 Dia da semana: Quarta-feira
58
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61
APÊNDICE B1: Entrevista final do Hospital Emílio Ribas – 11/11/2015
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