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DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃOAntónio Lopes Batista & José Piteira GomesInvestigadoresDepartamento de Barragens de BetãoLaboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)Lisboa, Portugal
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 2
Sumário Causas e efeitos das reações expansivas
Síntese das técnicas de reabilitação
Barragens portuguesas afetadas, casos particulares de Santa Luzia, Alto Ceira e Pracana
Barragem de Cahora Bassa
Barragem da Matala em Angola
Barragem de Kariba no rio Zambeze
Intervenção na barragem de Pian Telessio (Itália)
Notas finais
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 3
Em 1940 Thomas Stanton identificou, pela primeiravez, as reaçõesexpansivas e os seusefeitos, em viadutos naCalifórnia
A engenharia portuguesade barragens deparou-se com esta questão nadécada de 1980, no LNEC, com os casos das barragens de Pracana, Alto Ceira e Cahora Bassa
Desde quando se conhecem?
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 4
Tipo de reações
Reação álcalis-sílica (RAS): desenvolve-se um gel sílico-alcalino, expansivo, resultante da reação entre os álcalis do cimento, a água e a sílica (com estrutura cristalina “mal” organizada) dos agregados
Reação sulfática interna (RSI): temperaturas elevadas dão origem à formação de etringitesecundária (DEF) que, na presença de água, é expansiva.
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 5
Efeitos nas juntas: fecho generalizado, esmagamento de preenchimentos, deslizamentos entre blocos(desalinhamentos no coroamento)
Efeitos nos vãos (condutas, orifícios e descarregadores): ovalização de condutas, fecho e distorção de orifícios e encravamento de comportas
Fendilhação superficial: difusa e generalizada, devida à heterogeneidade local, e linear, devida à resposta estruturala deformações impostas
Produtos da reação: a RAS produz geles que podemexsudar nas superfícies aparentes, em geral em cavidades, fendas e juntas
Evidências das reações expansivas
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 6LNEC | 6
Impermeabilização de paramentos: para evitar a entrada da água, que alimenta a reação
Cortes estruturais: para aliviar tensões e recuperardeslocamentos progressivos
Reforços estruturais com fibras, barras e cabos: para ligar, cintar e confinar zonas deterioradas ou previamentecortadas
Injeção de fendas e zonas cortadas (calda de cimento e resinas): para restabelecer a continuidade estrutural
Técnicas de reabilitação
Estas técnicas são muitas vezes usadas em conjunto, parasolucionar os problemas de forma integrada
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 7
Barragem Tipoestrutural
Altura(m)
Ano de conclusão Barragem Tipo
estruturalAltura(m)
Ano de conclusão Barragem Tipo
estruturalAltura(m)
Ano de conclusão
Santa Luzia Abóbada 76 1942 Caia Contrafortes 52 1967 Ranhados Gravidade 41 1986
Alto Ceira I Abóbada 36 1949 Roxo Contrafortes 49 1968 Torrão Gravidade 70 1988
Penide Descarre-gadora 18 1949 Carrapatelo Descarre-
gadora 57 1972 Corgas Gravidade 25 1991
Castelo do Bode Arco gravidade 115 1951 Odivelas Abóbadas
múltiplas 55 1972 Funcho Abóbada 49 1991
Pracana Contrafortes 60 1951 Vilarinho das Furnas Abóbada 94 1972 Alto Lindoso Abóbada 110 1992
Venda Nova Arco gravidade 97 1951 Fratel Descarre-
gadora 43 1973 Caldeirão Abóbada 39 1993
Belver Descarre-gadora 21 1952 Régua Descarre-
gadora 42 1973 Touvedo Gravidade 43 1993
Covão do Meio Abóbada 28 1953 Valeira Descarre-gadora 48 1975 Sordo Gravidade 36 1997
Salamonde Abóbada 75 1953 Varosa Abóbada 76 1976 Catapereiro Arco gravidade 48 1999
Cabril Abóbada 132 1954 Penha Garcia Gravidade 25 1980 Alqueva Abóbada 96 2002
Bouçã Abóbada 65 1955 Coimbra Descarre-gadora 40 1981 Bouçoais-Sonim Gravidade 43 2004
Caniçada Abóbada 76 1955 Raiva Gravidade 36 1981 Rebordelo Gravidade 36 2004
Bravura Abóbada 41 1958 Aguieira Abóbadasmúltiplas 89 1981 Pedrógão Gravidade 43 2005
Picote Abóbada 100 1958 Monte Novo Gravidade 30 1982 Ferradosa Gravidade 34 2008
Miranda Contrafortes 80 1961 Pocinho Descarre-gadora 49 1982 Olgas Gravidade 35 2009
Alto Cávado Gravidade 29 1964 Fagilde Gravidade 27 1984 Pretarouca Gravidade 29 2009
Alto Rabagão Abóbada 94 1964 Fronhas Abóbada 62 1984
Bemposta Arco gravidade 87 1964 Crestuma Descarre-
gadora 65 1985
Grandes barragens de betão afetadas em Portugal (19)
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 8
Barragens de betão observadas (52) e afetadas por reações expansivas (19)
Não há sinais de processos expansivos nas barragens construídas nos últimos 30 anos
Barragens portuguesas afetadas por reações expansivas
Organização por idadeOrganização por tipo estrutural
17
2
4
16
9
4
7
1
1
4
3
3
Abóbada
Abóbadas múltiplas
Arco gravidade
Gravidade
Descarregadora
Contrafortes
Barragens de betão observadas
Barragens afetadas por reações expansivas
3
11
6
8
10
7
7
3
5
4
2
5
0
0
1941-1950
1951-1960
1961-1970
1971-1980
1981-1990
1991-2000
2001-2010
Barragens de betão construídas
Barragens afetadas por reações expansivas
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 9
Formações geológicaspredominantes emPortugal
e
Localização das barragens de betãoafetadas por reaçõesexpansivas(19 barragens, 36% do total de grandesbarragens de betãoobservadas)
Barragens portuguesas afetadas por reações expansivas
Silicioso
Calcário
Argiloso
Fagilde
Covão do Meio
Bemposta
Caniçada
Fratel
Santa Luzia
Pracana
Caia
Coimbra
Raiva
Alto Rabagão
Picote
Penha Garcia
Miranda
Monte Novo
Alto Ceira I
Cabril
Aguieira
Penide
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragens portuguesas afetadas por reações expansivas
BARRAGEM TIPO ESTRUTURAL
ANO DE CONCLU-
SÃO
ALTURA(m)
TIPO DE REAÇÃO
AGREGADOS EXTENSÃO VERTICAL
ACUMULADA (x 10 -6)
VALOR MÉDIO DA TAXA DE
EXPANSÃO NOS ÚLTIMOS 5 ANOS
(x 10 -6)GROSSOS AREIA
Santa Luzia Abóbada 1942 76 RAS Quartzito Quartzito 2200 - 500 20 - 5
Alto Ceira Abóbada 1949 36 RAS Quartzito Quartzito 4600 – 600 120 - 10
Penide Descarregadora 1949 18 RAS (?) Granito ? ? ~10
Pracana Contrafortes 1951 60 RSI - RAS Quartzito/granito Quartzito 1800 - 900 10 - 5
Covão do Meio Abóbada 1953 28 RAS Granito ? ? 30 – 10
Cabril Abóbada 1954 132 RSI – RAS Granito ? 200 - 100 < 5
Caniçada Abóbada 1955 76 RAS Granito ? 200 - 100 < 5
Picote Abóbada 1958 100 RAS Granito Granito ~50 < 5
Miranda Contrafortes 1961 80 RAS Granito Granito 200 - 100 < 10
Alto Rabagão Abóbada 1964 94 RAS Granito Granito ~100 10 – 5
Bemposta Arco gravidade 1964 87 RAS Granito ? ~200 < 5
Caia Contrafortes 1967 52 RSI – RAS Granito Quartzito 50 - 20 < 5
Fratel Descarregadora 1973 43 RSI – RAS Granito Sílica 200 – 100 15 – 5
Penha Garcia Gravidade 1980 25 RAS (?) Quartzito Sílica ~50 < 5
Coimbra Descarregadora 1981 40 RAS (?) ? Sílica ? ?
Raiva Gravidade 1981 36 RAS (?) Granito Sílica ? ?
Aguieira Abóbadas múltiplas 1981 89 RAS Granito Sílica ~50 < 5
Monte Novo Gravidade 1982 30 RAS Granito ? ~100 ~10
Fagilde Gravidade 1984 27 RSI Calcário Sílica 2200 - 700 120 – 30
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 11
Primeira barragem abóbada construída em Portugal (1942), com 76 m de altura, projetada por André Coyne
Primeira barragem estudada no LNEC através de modelos físicos estruturais
Barragem de Santa Luzia
Silicioso
Calcário
Argiloso
Fagilde
Covão do Meio
Bemposta
Caniçada
Fratel
Santa Luzia
Pracana
Caia
Coimbra
Raiva
Alto Rabagão
Picote
Penha Garcia
Miranda
Monte Novo
Alto Ceira I
Cabril
Aguieira
Penide
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem de Santa LuziaPequena taxa de evolução dos deslocamentos, a reação tem vindo a esgotar-se
Deslocamentos radiais
Deslocamentos tangenciais
Nível da água na albufeira
CalculadoObservado
Mon
tant
e
ano
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 13
Barragem de Santa LuziaTENSÕES PRINCIPAIS NA ZONA DE LIGAÇÃO DA ABÓBADA PRINCIPAL COM O ARCO GRAVIDADE
Nível da água na albufeira
Nível água
arco gravidade
abóbada
contraforte
Fenda
compressão
tração
Nível água
abóbadaabóbada
contrafortecontraforte
arcogravidade
ano
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
Silicioso
Calcário
Argiloso
Fagilde
Covão do Meio
Bemposta
Caniçada
Fratel
Santa Luzia
Pracana
Caia
Coimbra
Raiva
Alto Rabagão
Picote
Penha Garcia
Miranda
Monte Novo
Alto Ceira I
Cabril
Aguieira
Penide
LNEC | 14
Abóbada delgada construída em 1949, com 34 m de altura e 85 m de comprimento do coroamento
Barragem do Alto Ceira I
• Fendilhação progressiva do corpoda barragem
• Deslocamentos progressivos, radiais para montante e verticaispara cima
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 15
643,0
653,0
663,0G F E D C B
ESCALA DOS DESLOCAMENTOS
0 2 4 mm
MD ME
Barragem do Alto Ceira I
-10
0
10
20
30
40
50
60
Jan-
84
Jan-
89
Jan-
94
Jan-
99
Jan-
04
Jan-
09
643,0
653,0
663,0G F E D C BMD ME
Interpretação quantitativa dos deslocamentos radiais
MD ME
(mm)
Deslocamentos horizontais (geodesia)
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
Evolução da fendilhaçãoentre 1994 e 2001 (mediçãocom técnicas tradicionais eatravés de ultrassons)
Fendilhação generalizada dos paramentos
Fendas identificadas em 1994Novas fendas detetadas em 2001
Barragem do Alto Ceira IDispositivos para medição dos repasses
pelas fendas na zona dos rins
LNEC | 16
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 17
Barragens do Alto Ceira I e II
Vista das barragens em julho de 2014, no final do primeiro enchimento da nova albufeira
Primeiro enchimento da albufeira da nova barragem: o trecho central da barragem antiga foi demolido
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 18
Principais características:- 60 m de altura- coroamento com 245 m- 12 contrafortes (cabeça diamante)- espessura mínima dos contrafortes: 4 m
Principais características:- 60 m de altura- coroamento com 245 m- 12 contrafortes (cabeça diamante)- espessura mínima dos contrafortes: 4 m
Barragem de Pracana
Depois dos trabalhos de reabilitação
Antes dos trabalhos de reabilitação
Silicioso
Calcário
Argiloso
Fagilde
Covão do Meio
Bemposta
Caniçada
Fratel
Santa Luzia
Pracana
Caia
Coimbra
Raiva
Alto Rabagão
Picote
Penha Garcia
Miranda
Monte Novo
Alto Ceira I
Cabril
Aguieira
Penide
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem de PracanaFendilhação generalizada do paramento de montante e das almas dos contrafortes
A análise quantitativa dos deslocamentos observados por métodosgeodésicos mostrou parcelas não reversíveis com as seguintestaxas: deslocamentos horizontais (jusante): 1,2 mm / ano deslocamentos verticais (cima) : 1,0 mm / ano
Deslocamentos
Passagenssignificativas de água
através de fendashorizontais em juntas de betonagem, com espessos depósitos
de carbonato de cálcio
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 20
• Obras de reabilitação da barragem
Elementos de travamento entre as almas doscontrafortes, na base, a jusante
Plinto de fundação a montante
Tratamento da fundação
Regeneração do betão (injeções)
Impermeabilização do paramento de montante
Melhoramento do sistema de observação
• Construção de um descarregador auxiliarna encosta da margem esquerda
• Reforço da potência instalada (nova tomada de água)
Barragem de Pracana
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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INSTALAÇÃO DA MEMBRANA DE IMPERMEABILIZAÇÃO NO PARAMENTO DE MONTANTE
Barragem de Pracana
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem de PracanaDeslocamentos axiais e verticais no topo do contraforte central P6, medidos
por métodos geodésicos, entre 1951 e 2011
A albufeira esteve vazia durante 14 anos (1978-1992)
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem de Cahora Bassa
Altura máxima: 170 m
Espessura na base: 23 m
Espesssura no coroamento: 4 m
Maciço de fundação: gnaisses
Construção entre 1972 e 1975
Albufeira com 66000 hm3
Expansões totais acumuladas: ~500 x 10-6
Taxa de expansão atual: ~15 x 10-6 /ano
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem de Cahora Bassa
N3 N4 N5 N6 N7 N8 N9 N10 N11 N12
25
20
15
10
5
0
(mm)
Des
loca
men
tos
para
o c
oroa
men
to
Julho de 2007
Junho de 2004
Junho de 2001
Junho de 1998
Julho de 1996
Julho de 1992
Julho de 1983
Julho de 1979
Base: Julho de 1977
Deslocamentos verticais na galeria próxima do coroamento, obtidosem nivelamentos de precisão, entre 1997 e 2007
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem de Cahora Bassa MEMD 20(m)
330
310
290
270
250
230
210
190
170
150
130
22 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19326,00
296,00
271,00
248,50
224,75
203,50
183,50
171,00
152,00160,05
Convenções:
Carbonatos no paramento de jusante da barragemCarbonatos no paramento de jusante dos descarregadores
145,00
Fendas e depósitos no paramentode jusante em 2009
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem da MatalaPrincipais características:- descarregadora com 16 m de altura-- coroamento com 1035 m-- 29 vãos de 17,5 m com comportas automáticas-- pilares de 2,5 m de espessura- 2 viadutos (rodoviário e ferroviário)- entrada em serviço em 1959
Principais características:- descarregadora com 16 m de altura-- coroamento com 1035 m-- 29 vãos de 17,5 m com comportas automáticas-- pilares de 2,5 m de espessura- 2 viadutos (rodoviário e ferroviário)- entrada em serviço em 1959
Principais patologias:
Fendilhação generalizada dos betões
Abertura das juntas dos pilares
Grande depreciação da resistência dos betões
Obra não tinha sistema de observação
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem da Matala
Aberturasdas juntas
dos pilares, medidasem 2002
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem da MatalaIntervenções projetadas
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem de Kariba
Devido à sua importância, a barragem de Kariba serviu de caso de estudo no tema A, Effect of concrete swelling on the equilibrium and displacements of an arch dam, do XI ICOLD Benchmark Workshop on Numerical Analysis of Dams, realizado em Valência (Espanha) em 20 e 21 de outubro de 2011
Principais características:- Abóbada com 128 m de altura- coroamento com 617 m- espessura no topo de 13 m- contrução entre 1957 e 1959- albufeira com 181000 hm3
Principais características:- Abóbada com 128 m de altura- coroamento com 617 m- espessura no topo de 13 m- contrução entre 1957 e 1959- albufeira com 181000 hm3
Expansões totais acumuladas: > 500 x 10-6
Taxa de expansão nos últimos anos: 10 x 10-6 /anoFendilhação muito expressiva na zona dos descarregadores
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem de Kariba
Deslocamentos verticais do coroamento
Sul Norte
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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As taxas anuais de expansão parecem estar a diminuir, a reação pode estar a esgotar-se
Barragem de KaribaDeslocamentos radiais do alvo T434
Nível da albufeira e campanhas geodésicas
Deslocamentos radiais
Des
loca
men
tos
radi
ais
(+ p
ara
jusa
nte)
Nív
el d
a ág
ua n
a al
bufe
ira
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem de Pian Telessio (Itália)
Principais características:- arco gravidade- altura de 80 m- coroamento com 515 m- espessura no topo de 5,7 m- espessura na base de 34,6 m- contrução entre 1950 e 1955- maciço de fundação: gnaisses
Principais características:- arco gravidade- altura de 80 m- coroamento com 515 m- espessura no topo de 5,7 m- espessura na base de 34,6 m- contrução entre 1950 e 1955- maciço de fundação: gnaisses
O processo expansivo iniciou-se cerca de 25 anos após a construção Taxa de expansão nos últimos anos: 10 x 10-6 /ano (valor moderado) Valores acumulados das expansões superiores a 250 x 10-6
Intervenção precoce para evitar a fendilhação estrutural
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 33LNEC | 33
Barragem de Pian Telessio (Itália)
Deslocamentos radiais paramontante
Deslocamentos calculadosDeslocamentos observados
MD ME
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
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Barragem de Pian Telessio (Itália)
Água de lavagem
Fiodiamantado Roldana
Roldanas
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 35
Algumas barragens intervencionadas ou substituídas
Barragens substituídas:- Drum Afterbay, EUA, 1966- American Falls, EUA, 1978- Maentwrog, Gales, 1992- Abóbada do descarregador de emergência, barragem de Fontana, EUA, 2002- Lady Evelyn, Canadá, 2009- Serra, Suíça, 2010- Alto Ceira, Portugal, 2013
Barragens com grandes reabilitações:- Pracana, Portugal, 1978 a 1992 (que tem sido considerada, internacionalmente,
como um grande êxito)- Chambon, França (impermeabilização parcial , cortes e cintagens)- San Esteban, Espanha (impermeabilização parcial)- Mactaquac, Canadá (cortes parciais todos os anos, desde a década de 1990)- Fontana, EUA (cortes nas décadas de 1970 e 2000)- Salanfe, Suíça, 2012 (cortes nas juntas) e 2013 (cortes nos blocos)- Pian Telessio, Itália (cortes em 2013)
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 36LNEC | 36
Notas finais (1/2) Nas obras novas deve dar-se especial atenção à conceção
das estruturas e à prevenção dos fenómenos: Estruturas com formas e juntas adequadas, verificadas
com coeficientes de segurança confortáveis parasituações extremas de utilização
Especificações para materiais (E461 do LNEC, recomendações da RILEM)
Planos de observação que permitam a deteção de comportamentos anómalos, permitindo o planeamentoatempado da realização de estudos e de intervenções
As reabilitações das obras, quando necessárias, são, emgeral, complexas e onerosas, pelo que deverão ser mobilizados os agentes melhor preparados
DIAGNÓSTICO E REABILITAÇÃO DE BARRAGENS AFETADAS POR REAÇÕES EXPANSIVAS DO BETÃO
LNEC | 37LNEC | 37LNEC | 37
Notas finais (2/2) Portugal e França têm cerca de 1/3 das barragens de betão
afetadas por reações expansivas; Suíça, Itália, Espanha, Brasil e Estados Unidos da América também têm um númerosignificativo de barragens deterioradas; a situação maisgrave é no Canadá, onde existe um grande número de barragens danificadas
Na África Austral há casos reportados na África do Sul; as barragens de Kariba e Cahora Bassa, devido à sua enormeimportância e perigosidade, requerem um acompanhamentoespecialmente cuidado da evolução desta patologia
Moçambique deve prosseguir os esforços de capacitaçãotécnica no domínio da segurança de barragens, por forma a também estar preparado para este tipo de problemas
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