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APRESENTAÇÃO
TEMA DE ESTUDO DA PROFESSORA PDE
O Espaço Rural e a Modernização da Agricultura
JUSTIFICATIVA DO TEMA DE ESTUDO
Com a Modernização da Agricultura Brasileira ocorreu um processo de propagação de
novas tecnologias agrícolas que estavam embasadas em centros de pesquisa localizados nos
“países ricos”, que foram criadas para atender as realidades naturais, econômicas e culturais
desses países. No Brasil, que apresenta aspectos naturais diferentes como solo e clima, essa
modernização trouxe alterações ambientais que culminaram em alterações econômicas,
políticas, sociais, culturais e demográficas no espaço geográfico brasileiro. Com essas
alterações vieram consequências na organização das terras, pois a modernização tecnológica
ocorreu de forma excludente, ou seja, não atingiu a todos os agricultores, provocando um
intenso processo de êxodo rural, interferindo na distribuição da população rural e urbana
brasileira. Também alterou a relação entre trabalho e trabalhador rural, pois esses passaram,
em sua grande maioria, a morar nas cidades. Conforme as Diretrizes Curriculares da
Educação Básica de Geografia (2008),
(...) a produção agrícola pressupõem alterações ambientais, culturais e sociais, que podem desencadear conflitos geopolíticos, movidos por interesses econômicos e pelas novas relações de poder geradas por essa transformação. (PARANÁ, 2008, p 57).
No âmbito cultural caminhou-se de encontro ao sistema educacional, que muitas vezes
não chega de maneira igualitária a todos os brasileiros. Principalmente a educação do campo,
que apresenta dados preocupantes com relação à permanência dessas crianças e jovens na
escola. Vários deles não conseguem ingressar numa universidade, muitas vezes não
conseguem nem concluir a Educação Básica, pois precisam trabalhar para auxiliarem na renda
familiar. Percebe-se, portanto, a urgência de políticas públicas educacionais eficazes que
venham de encontros aos anseios dessa parcela da população.
Justifica-se assim a realização desse estudo, sendo fundamental destacar a dificuldade
que os alunos do Curso Técnico em Agropecuária (a maioria filhos de agricultores familiares)
apresentam em vincular os conhecimentos teóricos práticos vivenciados no tempo/escola com
o tempo/comunidade, onde realizam atividades de pesquisa de sua realidade e fazem as trocas
de conhecimentos nos diversos aspectos.
Público objeto da intervenção: Alunos matriculados 1ª série do Curso Técnico em
Agropecuária da Casa Familiar Rural de Cândido de Abreu, que tem como Escola Base o
Colégio Estadual Professora Reni Correia Gamper – EMPN.
F) OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICOS
Objetivo Geral
• Eficácia do Curso Técnico em Agropecuária, no que diz respeito à efetivação
do processo ensino-aprendizagem baseado na Pedagogia da Alternância da
Casa Familiar Rural.
Objetivos Específicos
• Com os objetivos específicos pretende-se observar se o curso Técnico em
Agropecuária ofertado pelo Colégio Estadual Professora Reni Correia Gamper
- EMPN proporciona a integração dos conhecimentos teóricos e práticos, com
as atividades de pesquisa da realidade do aluno, instigando o aprendizado, bem
como o crescimento do professor/aluno na troca de experiências. Para tanto,
será necessário:
• Verificar se o Curso desenvolve e assegura melhores perspectivas de vida ao
aluno, de maneira que tenha possibilidades de permanecer no meio rural com
subsídios trazidos da escola, desenvolvendo em sua propriedade.
• Observar se o Colégio oferece meios para melhorar o processo ensino
aprendizagem e ampliar as oportunidades educacionais voltadas aos alunos do
Curso Técnico em Agropecuária.
• Investigar a importância e a utilização dos instrumentos: Visita de estudos nas
propriedades, Trabalho Externo, Plano de Estudos, Contato individual,
Colocação em Comum (a troca de experiências das atividades desenvolvidas
pelos alunos e professores, as quais foram realizadas, junto com suas famílias),
da Pedagogia da Alternância, para a formação dos alunos do curso Técnico em
Agropecuária.
• Acompanhar os resultados das visitas técnicas realizadas uma vez por semana
nas propriedades dos alunos para ver se estão cumprindo seu objetivo.
PROCEDIMENTOS
CONTEÚDO
A Modernização da Agricultura Brasileira
Foi durante a década de 1970 que a agricultura brasileira recebeu um maior
desenvolvimento tecnológico, caracterizado pela chegada da modernização da agricultura que
trouxe o uso intensivo de insumos agrícolas como tratores, máquinas, adubos e defensivos
químicos, tudo isso aliado ao processo desenvolvido nos paises ricos, a chamada “Revolução
Verde”.
A “revolução verde” recebeu esta denominação em função da ameaça da revolução-comunista que pairava no ar no período de sua introdução. Na verdade eram "pacotes tecnológicos" difundidos através de órgãos oficiais que incluíam máquinas agrícolas, sementes geneticamente modificadas, fertilizantes químicos, venenos químicos entre outros. O que representou para o setor agrícola dos países pobres uma maior dependência de importações tecnológicas e matérias-primas dos países ricos (MUSSOI, 1999, p.22).
O principal objetivo da modernização tecnológica era aumentar os resultados de
produção da agropecuária brasileira. Todo esse processo veio favorecer o desenvolvimento
das grandes propriedades monocultoras, com potencial de compradores de produtos
industriais e cuja produção era voltada ao mercado externo, observa-se:
Inovações técnicas e organizacionais na agricultura concorrem para criar um novo uso do tempo e um novo uso da terra. O aproveitamento de momentos vagos no calendário ou o encurtamento dos ciclos dos vegetais, a velocidade da circulação de produtos e de informações, a disponibilidade de crédito e a preeminência dada à exportação constituem, certamente, dados que vão permitir reinventar a natureza, modificando solos, criando
sementes e até buscando, embora pontualmente, impor leis ao clima. Eis o novo uso agrícola do território no período técnico-científico-informacional. (SANTOS, 2005, p.118).
Outro fato importante que podemos destacar da década de 1970 foi a chegada dos
Complexos Agroindustriais que trouxeram a integração tecnológica da indústria com a
agropecuária, a agricultura brasileira sempre se apresentou subordinada ao capital, sofrendo a
transformações e as conseqüências que a transnacionalização da economia provocou, [...] a
chamada modernização da agricultura não é outra coisa, para ser mais correto que o processo
de transformação capitalista da agricultura, que ocorre vinculado às transformações gerais de
economia brasileira recente. (GRAZIANO, 1985, p.27).
O Brasil esteve baseado em três elementos fundamentais: um desenvolvimento
desigual, nos diferentes produtos agrícolas e nas diferentes regiões; um processo excludente,
que expulsou e continua expulsando camponeses para as cidades e para regiões diferentes de
sua origem e um modelo de agricultura que convive e reproduz simultaneamente relações
sociais de produção atrasadas e modernas.
A modernização da agricultura dentro dos parâmetros capitalistas não inclui todos os
agricultores e isso tem gerado discussões e lutas sociais entre a população rural, capitalistas e
poder público. A extraordinária migração campo-cidade combinada com a hegemonia de um
modelo de vida urbano tem levado a concluir que a agricultura familiar passou e está
passando por sérias dificuldades, onde
Vamos começar identificando quais são os principais problemas da educação no meio rural hoje. O primeiro deles é a própria escassez de dados e análises sobre este tema, o que já identifica o tipo de tratamento que a questão tem merecido, tanto pelos órgãos governamentais quanto pelos estudiosos. Mas, mesmo sem o acesso a muitos dados e estudos científicos, não é difícil fazer um primeiro diagnostico a medida que uma simples observação da realidade, combinada com algumas informações disponíveis, nos permite perceber vários problemas preocupantes. (ARROYO; CALDART; MOLINA, 2005, p.34).
A Modernização da Agricultura e a Agricultura Familiar
Atualmente os pequenos agricultores buscam uma maior valorização da agricultura
familiar, lutam por políticas diferenciadas, que garantam condições de melhores produções
para que possam permanecer no campo. Mas, apesar de terem ocorrido mudanças sociais,
políticas e econômicas, ainda assim a situação apresenta muitas dificuldades, como observado
por Pochmann (2001):
As mudanças tecnológicas nesta década, impetradas como forma de redução de custos, qualidade dos produtos, competitividade, etc., exigiram a necessidade de qualificação do
trabalhador, para adaptar-se ao novo ambiente produtivo, fazendo que o trabalhador tenha a possibilidade de operar diferentes máquinas em diferentes etapas do processo de produção, tornando-se assim, um operário polivalente, fazendo o trabalho de vários trabalhadores. (POCHMANN 2001, p. 182).
Na década de 1990 a agricultura familiar brasileira surge num contexto em que os
problemas sociais, políticos e econômicos do Brasil estão num momento de efervescência,
nesse meio a agriculturas familiar mostra-se importante, garantindo o sustento de uma parcela
da população brasileira.
De outro lado, a afirmação da agricultura familiar no cenário social e político brasileiro estão relacionados à legitimação que o Estado lhe emprestou ao criar, em 1996, o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Esse programa, formulado como resposta às pressões do movimento sindical rural desde o início dos anos de 1990, nasceu com a finalidade de prover crédito agrícola e apoio institucional às categorias de pequenos produtores rurais que vinham sendo alijados das políticas públicas ao longo da década de 1980 e encontravam sérias dificuldades de se manter na atividade. (SCHNEIDER, 2010).
Atualmente a agricultura familiar conta com a maioria dos produtores rurais do Brasil
que produzem produtos voltados ao mercado interno, ou seja, para a alimentação dos
brasileiros, e chega a ser responsável por 60% da produção. Esses pequenos agricultores, na
sua maioria, apresentam um baixo nível de escolaridade, fazendo com que permaneçam no
campo, pois se forem para a cidade dificilmente conseguirão trabalho formal, o que faz com
que diversifiquem sua produção, aumentando a renda e aproveitando a oportunidade de oferta.
O PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) é um
programa para atender as famílias mais carentes, para os que querem abrir seu próprio
negócio ou ampliar seu empreendimento.
Segundo Amadeo (1998, p. 22) com esse programa a estimativa é de que tenham sido
criados mais de 550 mil postos de trabalho no período de 1995 a 1997.
Essas pequenas propriedades são responsáveis pela geração de muitos empregos, pois
utilizam em sua maioria mão-de-obra humana e toda renda gerada é revertida no comércio e
nos serviços prestados às comunidades, provocando uma melhoria na renda da população e
levando a uma inserção no mercado. Isso está abrindo maiores créditos aos agricultores,
levando a mais investimentos e em melhorias para sua propriedade. Também não podem ser
deixados de lado os programas do governo federal, além dos programas estaduais de
assistência técnica, associativismo, como pode ser observado no trabalho desenvolvido por
Wesz Junior (2008):
O objetivo desse trabalho é analisar a inserção da agricultura familiar no sistema agroalimentar globalizado, percebendo primeiramente a situação nas cadeias alimentares integradas diante dos novos Standards de coordenação e, posteriormente, considerado como esses agricultores se inserem nos sistemas alternativos de distribuição. Portanto, procura-se entender os reflexos da nova dinâmica dos mercados sobre os agricultores e as estratégias assumidas por estes para se assegurar na atividade e no meio rural. (Wesz Junior, 2008, p.36).
Outra maneira de valorizar a agricultura familiar, o pequeno agricultor e sua família
seria o desenvolvimento de uma educação voltada para a realidade das pequenas propriedades
agrícolas, que venha de encontro aos anseios dos alunos, filhos desses pequenos agricultores,
para que eles permaneçam na terra e se conscientizem de que seu aprendizado será de extrema
importância para sua propriedade, assim proporcionando uma melhor qualidade de vida para
sua família.
A Agricultura Familiar e a Educação no Campo
Desde a colonização do Brasil a educação foi privilégio das classes dominantes. A
educação era vista como algo desnecessário para aqueles que trabalhavam na lavoura, o saber
ler, escrever, pensar e refletir não tinha nenhuma utilidade para a atividade que desenvolviam.
No entanto, o homem é um ser cultural, o processo educacional ocorre mesmo fora das
escolas, a partir da vivência diária, dos costumes, hábitos, festas e histórias contadas de pai
para filho.
Então, pode-se dizer que os problemas com a educação não são privilégio dos dias
atuais, mas se arrasta há muito tempo pela história do Brasil.
A educação oferecida aos camponeses sempre esteve fora das agendas políticas, o que
evidencia sua marginalização e exclusão. Tem-se feito muito para que a Educação Básica do
Campo seja reconhecida e passe a ser vista de forma que as pessoas que vivem no campo
tenham acesso a uma educação de qualidade, que atenda aos anseios dessa população.
Maluf (2004) argumenta que a agricultura de base familiar é a forma mais conveniente
de ocupação social do espaço agrário, onde a ascensão dos pequenos produtores de alimentos
requer a igualdade e a inclusão social em simultâneo a uma maior, mais diversificada e mais
sustentável oferta de alimentos de qualidade à população.
O pequeno agricultor precisa de uma educação que contribua com o seu dia a dia,
sendo importante para que realmente ocorra a modernização da agricultura no campo e nas
pequenas propriedades, mas de uma forma coerente, madura e sustentável.
É necessário que sejam feitos investimentos no desenvolvimento de escolas do campo
que desenvolvam e preparem os alunos para trabalharem e permanecerem no campo, e que
saibam utilizar as novas tecnologias em prol da agricultura. Ainda segundo ARROYO;
CALDARDT; MOLINA (2005):
[...] Existe a urgência de investimentos na interpretação e produção de conhecimentos desde um modelo alternativo de agricultura, e de outros processos de trabalho que com ela se combinem. Um passo importante é reconhecer a necessidade da escola do campo e para o campo. [...].
Se as escolas públicas dos centros urbanos enfrentam sérios problemas e desafios
falhando em pontos fundamentais na formação de seus alunos, como podem as escolas do
campo sobreviver e cumprir o seu papel de formadores de cidadãos com referências culturais
e políticas?
Nesse contexto, está surgindo, a partir da iniciativa da própria população, movimentos
que cobram políticas públicas voltadas a formação dos filhos de pequenos proprietários
trabalhadores da agricultura familiar. Tais escolas têm o dever de formar esses jovens para
trabalharem e permanecerem junto com sua família e comunidade, no campo.
Estevam (2003, p.14) quando afirma: “a necessidade de estudar as CFRs surgiu devido
a pouca referência de estudo sobre o tema no Brasil. Outro agravante é a quase inexistência de
literatura sobre o assunto, e especialmente em relação às metodologias de formação por
alternância” presentes em contexto das Casas Familiares.
Dentro dessa lógica surge no Brasil as Casas Familiares Rurais, trazidas da França na
década de 1960, que, como pode ser observado:
É uma proposta voltada para a defesa de uma formação escolar ligada à realidade local, com o envolvimento das famílias e da comunidade, no qual o aprendizado é baseado nas atividades desenvolvidas na própria propriedade do jovem, além de se comprometer em fixá-lo no campo proporcionando melhoria na qualidade de vida. Outra proposição contida na proposta é oferecer uma educação atrativa e que prepare o jovem para ser agricultor e para a vida em comunidade sem afastá-lo de seu meio: pois, o conteúdo teórico é nela ministrado (Casa familiar Rural) – em regime de semi-internato – e a parte prática do conteúdo, no estabelecimento rural onde o aluno vive e trabalha. (SCHMIDT, apud, ESTEVAM, 2003, p. 14).
Nas Casas Familiares Rurais adotou-se a Pedagogia da Alternância como projeto de
formação apropriado ao meio rural, em que dá momentos alternados de formação entre escola,
família e comunidade visando a formação integral do jovem, levando em conta todas as
dimensões da pessoa, formando cidadãos autônomos, com consciência critica e solidária que
constitui a base do desenvolvimento pessoal e comunitário.
A fórmula encontrada por agricultores e lideranças foi a criação da Casa Familiar Rural, que tem como objetivo a formação profissional e pessoal do jovem agricultor, bem como, e um a proposta voltada para a defesa de uma formação escolar ligada a realidade local. (ESTEVAM, 2003, p.13).
Dessa forma poderá desempenhar seu papel de agente multiplicador de um
conhecimento técnico, proporcionando não apenas o desenvolvimento da família, bem como
de toda comunidade onde vive e trabalha.
Alterna-se assim, o desenvolvimento agrícola na propriedade com a formação teórica
total na escola que, além das disciplinas básicas, se junta uma preparação para a vida
associativa comunitária. Também se dá evidência na participação das famílias a condução do
projeto educativo e na gestão da escola, assim como a perspectiva de desenvolvimento
comunitário rural que, articulados à alternância, sustenta o trabalho pedagógico dos
conhecimentos no que pulsa à formação em alternância, ainda segundo Martins (s/d, pp. 3-4):
Pensar numa proposta Educacional em oposição à educação convencional foi uma necessidade frente à realidade rural brasileira. Os fatores que contribuíram para o surgimento das Casas Familiares Rurais no Brasil tiveram relação direta com a economia agrícola baseada na produção de subsistência, a falta de conhecimento de técnicas alternativas para a preservação ambiental, o rápido processo de desmatamento, o uso do fogo de modo indevido, preparo adequado do solo, uso intensivo de agrotóxicos, baixo uso de práticas conservacionistas nas áreas de cultivos, a monocultura, êxodo rural, evasão escolar pela falta de respostas das escolas existentes às reais necessidades dos jovens camponeses e pela falta de escola básica do campo.
A agricultura familiar e a Pedagogia de Alternância se ajustam por esta alternar a
formação do aluno entre momentos no ambiente escolar e momentos no ambiente familiar e
comunitário, desenvolvendo um processo de ensino-aprendizagem contínuo em que o aluno
percorre o trajeto propriedade – escola – propriedade, voltando-se para a observação, pesquisa
e descrição da realidade sócio-profissional do contexto no qual se encontra.
A formação do jovem pela alternância implica o seu envolvimento em atividades
produtivas, de maneira a relacionar suas ações com a reflexão sobre o porquê e o como das
atividades desenvolvidas (Silva, 2003). Ou seja, essa formação busca a interação entre as
atividades práticas e a reflexão teórica sobre elas. Nessa perspectiva educativa o jovem deve
ser o protagonista de sua própria formação (Gimonet, 2005).
Também o aluno na escola socializa, analisa, reflete, sistematiza, conceitua e interpreta
os conteúdos identificados na etapa anterior, voltando para a propriedade para aplicar,
experimentar e transformar a realidade sócio-profissional, de modo que, novos conteúdos
surgem, novas questões são colocadas, podendo novamente ser trabalhadas no contexto
escolar.
ATIVIDADES TEÓRICAS:
ATIVIDADE I
Abordagem quantitativa: pesquisa referente ao uso da teoria e prática adquiridos na
escola e utilizados em sua pequena propriedade;
Aplicar na sala de aula pesquisa quantitativa referente ao uso da teoria e prática
adquiridos na escola e utilizados em sua pequena propriedade:
1.Você utiliza os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos na escola em sua
propriedade?
( ) Sim
( ) Não
2. Você através do diálogo com os monitores e colegas, consegue visualizar, avaliar e
buscar soluções às dificuldades de sua propriedade?
( ) Sim
( ) Não
3.A sua família aceita sugestões das informações que você leva da escola para sua
propriedade?
( ) Sim
( ) Não
4.Você tem percebido mudanças na forma de trabalho de sua família na propriedade, a
partir do momento que você ingressou na CFR?
( ) Sim
( ) Não
5. Durante o internato você se sente um ser ativo e participativo da construção de sua
aprendizagem?
( ) Sim
( ) Não
6. Você sentiu mudanças no seu relacionamento com as pessoas de sua família e
comunidade, a partir do momento que você começou estudar na CFR?
( ) Sim
( ) Não
7. O que você está aprendendo na CFR está de acordo com a realidade?
( ) Sim
( ) Não
8. Em sua opinião, a CFR está colaborando na formação de sujeitos pensantes, que lhe
permitam mais do que saber coisas, mais do que receber uma informação, colocar-se frente à
realidade, apropriar-se do momento histórico de modo a pensar historicamente essa realidade
e reagir a ela?
( ) Sim
( ) Não
Previsão de 1h aula
ORIENTAÇÕES
Após aplicação do questionário será feito um levantamento dos dados coletados para o
desenvolvimento do estudo e a fim de se trabalhar os resultados com leitura e interpretação
de textos para que venham despertar o interesse dos jovens com relação ao tema .
ATIVIDADE II
Apresentação do tema aos jovens com leitura e interpretação de textos, elaboração e
análise de charges produzidas pelos alunos que venham de encontro com o tema.
TEXTO I
Agricultura familiar
Agricultura familiar, na atualidade, além das dificuldades ocasionadas pelo processo
de modernização, enfrenta outro problema não menos grave, ligado ao ensino formal. O
mesmo, além de ser considerado inadequado é pouco atrativo, e ainda desestimula o jovem
para continuar na atividade. Tudo isso, aliado ao empobrecimento das famílias que tem sido
cada vez maior, ocasionado também pelo mau uso dos fatores de produção, faz a situação
piorar ainda mais. E, ainda existe a dificuldade de relacionamento entre pais e filhos,
provocando o distanciamento das relações familiares e comunidade; visto que não há uma
educação agrícola voltada para formação integral do jovem em conjunto com a sua família e
que envolva no processo educacional a comunidade. Outro problema esta relacionado com o
ensino praticado nas Escolas Agrícolas, por ser considerado muito distante da realidade da
pequena produção. Os jovens formados nestes estabelecimentos, em sua grande maioria,
raramente retornam à propriedade de origem e quando fazem, a formação está muito distante
da realidade. O ensino praticado nestes colégios, além de não ter envolvimento da família no
processo de formação, é voltado para as grandes propriedades e com uso intensivo de
tecnologias incompatíveis com a realidade da agricultura familiar, o que acaba gerando um
choque de idéias no regresso do jovem à sua família (CFR,s/d).
Para enfrentar estas dificuldades a fórmula encontrada por agricultores e lideranças foi
a da CFR (Casa Familiar Rural) que tem como objetivo a formação profissional e pessoal do
jovem agricultor, bem como, despertar o jovem para:
1 – Ser um ente coordenador do meio – não protagonista.
2 – Fomentar no jovem o sentido de comunidade, vivência grupal, desenvolvendo o
espírito associativista.
3 – Despertar nos jovens e nas famílias a tomada de consciência de suas necessidades
e busca de soluções.
4 – Estimular as pessoas a descobrirem as potencialidades existentes na comunidade e
canalizá-las para a solução dos problemas.
5 - Formar os jovens no sentido integral e amplo em todos os sentidos de suas
necessidades, tornando-os dinâmicos e questionadores.
6 – Oferecer possibilidades de desenvolvimento e crescimento econômico familiar e
social.
7 – Orientar o jovem quanto a possibilidade de trabalhar no meio rural, condições de
vida normal, evitando com isso o êxodo rural.
8 – Objetivar a elevação do nível de vida das famílias por meio de melhores
conhecimentos da administração e capacitação do processo produtivo.
9 – Desenvolver práticas capazes de melhorar as ações de saúde, higiene, nutrição e
lazer na comunidade (CFR, s/d)[...].
REFERÊNCIA
ESTEVAM, Dimas de Oliveira. Casa Familiar Rural: a formação com base na pedagogia da
alternância p - 13-14. Florianópolis: Insular. 2003.
ORIENTAÇÕES
O ponto de partida será a leitura do texto com os jovens, após fazer um debate sobre as
principais idéias do texto e uma interpretação oral. Depois, em grupos, deverão escolher o
trecho do texto que acharam mais importante e em seguida produzirem um cartaz, para
apresentarem à classe e defenderem a idéia do grupo.
Previsão 4h aulas
TEXTO II
A Formação integral nos CEFFAs na Visão dos Sujeitos da Alternância – O [a]
Educando [a]
Olá, meu nome é Tânia Dias Martins, tenho 16 anos, sou filha de Antônio Alves Dias
e Maria de Lourdes Martins Dias. Estudo na Escola da Família Agrícola “Pe. Ezequiel
Ramim” no município de Cacoal em Rondônia. Estou cursando o 2º ano de Ensino Médio
Curso Técnico em Agropecuária.
Assim que iniciei o estudo na Escola Família Agrícola foi um pouco difícil ficar longe
de casa, dos pais, mas fui me acostumando e hoje vejo que a escola está sendo muito
importante.
A Escola da Família Agrícola representa para mim uma comunidade onde todos
constroem uma comum união para assim buscar a formação integral e o desenvolvimento
sustentável solidário, valorizando a realidade local e, principalmente respeitando cada um e
suas idéias.
A escola, por ter uma grande preocupação em preservar o meio ambiente, orienta a
preservação das matas ciliares, do solo, não o agredindo com agrotóxicos, desmatamentos,
queimadas desnecessárias, fomentando também a coleta de lixo. Todas essas questões
realizadas na escola são desenvolvidas na propriedade.
A escola valoriza muito o saber dos avós, dos pais e o que eles aprenderam, a cultura
de antigamente em cada família, a religião e a influência sobre as famílias. A escola leva em
consideração e valoriza os trabalhos em grupos dos alunos, o diálogo entre os jovens e suas
famílias, amigos e com a comunidade do meio do qual se relaciona. O jovem não perde suas
raízes, pois a escola nos ensina a criar e recriar aspectos de identidade camponesa, cultivando
a auto-estima e rompendo com os preconceitos existentes em relação às pessoas que vivem no
campo e a agricultura familiar, numa perspectiva agroecológica.
A EFA não é uma escola que está somente preocupada a ensinar o filho do agricultor a
ler e a escrever, ela contribui e proporciona aos jovens uma formação integral e global, como
também um desenvolvimento social, humano e cultural, permitindo-os questionar, refletir e
agir sobre a realidade local, tendo como resultado a qualidade e a dignidade de vida no
campo.
[...]
Em nossa Regional, são promovidos todos os anos o Encontrão dos Alunos, evento de
um dia que reúne os alunos de todas as Escolas Famílias do Estado: encaro isso como mais
um instrumento pedagógico, pois já se confirmou como tradição e durante mais de dez anos
nos encontramos em uma escola para um dia cheio de apresentações musicais, teatrais, ou
seja, cultural de diversas maneiras.
[...]
A escola oferece uma aprendizagem por meio da dedicação dos profissionais e dos
monitores e ainda por meio dos cursos, palestras, momentos espirituais e de momentos de
integração com interventores externos e parceiros da escola família na promoção da educação
do campo. Essa intervenção caracteriza mais um instrumento pedagógico da escola família.
Contudo, posso dizer não só por mim, mas também por muitos outros da minha
família que já passaram pela formação dentro da Escola Família “Pe. Ezequiel Ramin”, a
formação humana que nos é concedida nesse processo de educação, que se dá de maneira
construtiva e sem igual, vai muito além da visão crítica do mundo e da sociedade,
indescritivelmente me faz sentir um ser humano melhor. Vejo os frutos da Escola Família
vencendo os desafios do meio sócio-profissional aqui na nossa região, superando limites,
ultrapassando fronteiras e se engajando em organizações sociais de respeitável valor social
como verdadeiras lideranças e penso que também estou caminhando para o comprometimento
com o social do meio em que vivo e participo e imagino ainda que só sentimos esse
compromisso porque nos é permitido criticar, questionar e refletir sobre a realidade política,
econômica, ecológica e social. E só a partir dessa vivência. É possível edificar dentro de nós a
vontade pela mudança, pelo melhor das nossas vidas e de nossas famílias.
MARTINS, Tânia Dias. Escola Família Agrícola “Pe. Ezequiel Ramin” do município de Cacoal – RO, Revista da Formação por Alternância. – v.1 (2007) p-30-32 Ano3 – N° 5 Dezembro de 2007. Brasília: União Nacional das Escolas Famílias Agrícola do Brasil, 2006. Editora Social “O Lutador” Belo Horizonte – MG.
GIMONET, Jean Claude. Praticar e compreender a pedagogia da alternância dos CEFFAs. Tradução Thierry de Bughgrave. Petrópolis, RJ: Vozes, Paris, 2007. (Coleção AIDEFA – Alternativas Internacionais em Desenvolvimento, Educação, Família e Alternância).
ORIENTAÇÕES
Iniciarei a aula conversando com os jovens sobre a opinião deles da CFR, se sentiram
muita diferença das escolas que vieram, se foi muito difícil a adaptação no sistema da CFR e
se concordam com a forma como são colocadas as práticas pedagógicas da Pedagogia da
Alternância, após entregarei o texto da jovem para fazerem a leitura. Depois instigarei os
alunos a fazerem uma comparação da experiência da jovem com a deles, se eles perceberam
mudanças em suas atitudes, se passaram a ver a sua propriedade, a sua família e a comunidade
de forma diferente. Após pedirei para que produzam um texto contando a história deles com a
CFR.
Previsão 4h aulas
TEXTO III
A problemática do meio rural
A cada ano que passa a situação da agricultura familiar se torna mais problemática. As
políticas agrícolas existentes, por si só, não tem conseguido amenizar os problemas
enfrentados pela agricultura familiar. Basta citar apenas um exemplo: o caso da política
econômica na questão dos preços dos produtos agrícolas produzidos internamente são
controlados, enquanto os preços dos insumos estão livres. Além de o setor ainda enfrentar a
importação de produtos externos sem nenhuma proteção, numa concorrência desleal, visto
que seus similares são subsidiados em seus países. Para a FAO (1995), a revalorização do
setor agrícola, principalmente da pequena propriedade, poderia ser uma forma de solucionar
muitos problemas urbanos. A marginalização do campo gera tantas consequências negativas
na cidade que não seria exagero afirmar: ou se salva o meio rural ou se perde a nação (no
desemprego, na delinqüência, nas drogas, etc.). Os agricultores familiares são injustamente
considerados como o grande problema rural (que repercute negativamente no meio urbano),
deveriam ser a grande solução, diretamente para o meio rural e indiretamente para o urbano
(FAO, 1995).
Outra questão importante diz respeito à difusão das tecnologias agrícolas. Segundo
Mussoi (1999), elas estavam alicerçadas na superioridade do “saber cientifico” e tecnológico
gerados em centros de pesquisa ou adaptadas, como foi o caso da “Revolução Verde”1, sendo
os mesmos transferidos aos agricultores via serviços de assistência técnica e extensão rural2.
Desta forma, os agentes de extensão no município eram meros executores de programas
elaborados externamente e os agricultores familiares adotavam estes “pacotes tecnológicos”3
em suas propriedades sem muita discussão. Este trabalho durou mais de duas décadas, num
período de autoritarismo em que o processo de decisão era centralizado.
No entanto, apesar de toda imposição do aparato estatal, ao longo do tempo houve
inúmeras iniciativas na busca de alternativas para a agricultura familiar, contrapondo a forma
imposta e autoritária de difusão dos pacotes tecnológicos. Na tentativa de estancar as altas
taxas de migração para as áreas urbanas que, além dos problemas descritos, também eram
ocasionadas pela falta de uma educação voltada para atender as necessidades do meio rural.
Por que se constata que os jovens formados nas escolas agrotécnicas raramente retornam as
propriedades de origem, preferindo fazer do curso sua nova profissão. A partir destas
1 A “revolução verde” recebeu esta denominação em função da ameaça da revolução comunista que pairava no ar no período de sua introdução. Na verdade eram “pacotes tecnológicos” difundidos através de órgãos oficiais que incluíam máquinas agrícolas, sementes geneticamente codificadas, fertilizantes químicos, venenos químicos, entre outros. O que representou para o setor agrícola dos países pobres uma maior dependência de importações tecnológicas e matérias-primas dos países ricos. (MUSSOI, 1999).2 Conforme Dias (1990) o desenvolvimento da extensão rural pode ser dividida em três momentos: o primeiro está ligado a um projeto educacional extensionista, realizado em um período de vinte anos, ou seja, entre os anos de 1948 a 1968. O segundo inicia-se em 1968 que se caracterizou pela “transferência tecnológica”, indo até o início da década de 1980. E o terceiro teve início na década de 1980 e ainda não se cristalizou como um novo projeto de assistência técnica.3 Segundo Oliveira (1988), existem duas críticas entre tantas ao serviço de extensão rural que são básicas: “a que aponta o Serviço como uma extensão do capital no campo e que diz que a Extensão impõe o seu saber ” (p. 198).
dificuldades que surgiu a necessidade de buscar uma formação adequada, que cobrisse esta
defasagem e ao mesmo tempo tivesse o máximo de envolvimento com o meio; participação
das famílias na formação dos jovens; uma educação que fosse atrativa e integral e ainda, com
um calendário escolar compatível com sua realidade.
[...]
A modalidade de educação proporcionada pela CFR, além de se propor a enfrentar o
empobrecimento cada vez maior das famílias que vivem no meio rural e pesqueiro, poderá ser
um fator de aproximação das relações familiares e comunitárias tão distanciadas nos dias
atuais. Além disso, a Casa Familiar também se propõe a oferecer uma educação voltada para a
formação integral do jovem envolvendo sua família e a comunidade, respeitando o seu espaço
de atividade. Objetiva-se com esta metodologia de construção coletiva do saber que os filhos
dos agricultores e pescadores venham conquistar uma formação qualificada e plural.
Os desafios impostos são inúmeros. No entanto, para cada desafio é necessário um
novo conhecimento. Na atualidade o conhecimento não pode ser mais “levado” pelo técnico,
como acontecia no passado em que os agricultores eram meros “receptores” de informações.
Isso pôde ser considerado importante para um determinado período da historia. Todavia, este
modelo não consegue mais solucionar os atuais desafios. É preciso ir muito além do mero
repasse de informações, é preciso construir o conhecimento, gerado e partilhado
coletivamente.
Na sociedade do novo milênio, inúmeros pensadores têm pregado a necessidade de
socialização do conhecimento. É preciso livrá-lo do caráter historicamente centralizador. De
acordo com Handy (1995), o conhecimento deverá ser acessível a todos. No entanto, ele não
poderá ser adquirido por “osmose” ou “hereditariedade”, cada um precisa ter o seu. Ou seja, é
necessário dar condições para as classes menos favorecidas para que tenham o seu
conhecimento. Para Toffler (1990) o poder da mais alta qualidade, vem da aplicação do
conhecimento. Ele demonstra que para ser poder é necessário ter o conhecimento. Para estes
autores é a arma mais poderosa atualmente, tanto quanto o poder da riqueza.
Os agricultores e pescadores precisam do conhecimento para poder olhar a sua volta,
compreender a sua realidade e transformá-la. Cada um precisa ter a sua própria visão de
mundo para tomar as decisões mais apropriadas. Para cada propriedade, é necessário um tipo
de conhecimento, cada um tem as suas características próprias, suas limitações e
complexidades; é necessário, portanto, um conhecimento diferenciado e apropriado.
Outro aspecto é que cada pessoa tem uma maneira diferente de ver o mundo, as
pessoas são diferentes entre si. Então todos precisam ter seu próprio conhecimento para fazer
a leitura das coisas. Para isso, cada um deve buscar o seu conhecimento, o conhecimento útil,
aquele adequado as sua necessidades, pois ao mesmo tempo em que se alardeia que se vive no
mundo da informação, nunca esteve tão distante dela. Outro na proposta da CFR é a
possibilidade de resgatar valores “esquecidos” na sociedade atual. Como é o caso da
cidadania, do desenvolvimento sustentável, da participação, da aplicação do acesso ao
conhecimento e ao mercado e a livre organização. O projeto precisa ter o máximo de
envolvimento com o meio; ter a participação das famílias na formação dos jovens e uma
educação atrativa e integral que prepare o jovem, dando condições para enfrentar à vida
dignamente.
Tendo por base a prática da pedagogia da alternância é que se percebe que a Cf é um
investimento na formação não apenas de trabalhadores mais qualificados, mas também é a
transformação dos agricultores e pescadores em sujeitos, em cidadãos. É uma formação
permanente, ensinando o jovem à “aprender a aprender”, através de um processo de
aprendizagem capaz de proporcionar o seu desenvolvimento social, pessoal: incentivando a
imaginação, a criatividade e a cooperação, naquilo que vivem a cada dia: no seu trabalho, suas
atividades, suas diversões, abrindo inúmeras possibilidades de crescimento.
Segundo Demo (1994), para sair deste caos e mudar a realidade, aponta como caminho
a educação de qualidade. Considera como aquela voltada para a construção do conhecimento.
Aquela que vai muito além da mera transmissão, cópia ou reprodução do conhecimento,
aquela que ensina a aprendera aprender e saber pensar. Considera o modelo atual arcaico e
não contemporâneo. Por isso, é preciso colocar nas mãos dos marginalizados o acesso ao
conhecimento.
A falta de oportunidade de desenvolver o seu potencial humano elevar a sua
autoestima e o fraco desejo de superação fazem com que muitos produtores rurais e
pescadores não tenham a consciência de que poderiam solucionar seus problemas. Com isso
muitos deixam de fazer aquilo que está ao seu alcance para tentar fazer o que não podem
(FAO, 1995). Este fato acontece devido à falta de conhecimento e uma formação adequada.
[...]
ESTEVAM, Dimas de Oliveira. Casa Familiar Rural: a formação com base na Pedagogia da Alternância p -26-30. Florianópolis: Insular. 2003.
ORIENTAÇÕES
Em duplas deverão fazer a leitura do texto grifando as palavras, termos e siglas que
não conhecerem e, quando terminarem, será aberto um espaço para discussão e construção
dos significados dessas palavras, termos e siglas. Após deverão fazer novamente a leitura do
texto, agora destacando os trechos que considerarem importantes. Quando terminarem, as
duplas serão divididas em dois grupos e um tempo será dado para que as mesmas socializem o
que consideraram importante. Na sequência, um grupo irá apresentar os trechos escolhidos
pelas duplas e o outro grupo fará questionamentos sobre o que está sendo apresentado. Depois
se inverte, o grupo que apresentou fará os questionamentos e o que questionou apresentará
seus trechos considerados importantes. Para concluir, as duplas elaborarão uma conclusão
sobre o tema estudado.
Previsão 4h aulas
ATIVIDADE III
ORIENTAÇÕES
Após o trabalho com os textos, passarei para análise das charges encontradas nos links
abaixo indicados, procurando despertar nos jovens criatividade para que, individualmente,
produzam sua própria charge, voltada ao estudo que realizamos até o momento.
BALBUENO. Rafael. Universos de Vivências. Disponível em: http://www.revistaovies.com/reportagens/2010/06/universos-de-vivencia/. Acesso em 21 de junho de 2011.
Educação do Campo: uso de charge para discutir o estereótipo do camponês. Disponível em: http://gismeirehaconhecimentocritico.blogspot.com/2010/08/educacao-do-campo-uso-de-charge-para.html. Acesso em 21 de junho de 2011.
Ela tem a força. Disponível em: http://donadani.com/2009/10/01/ela-tem-a-forca/. Acesso em 21 de junho de 2011.
ORIENTAÇÕES
Quando terminarem a produção, pedirei que dêem um título aos seus trabalhos, após
farão a apresentação do mesmo para a turma. Depois que terminarem, cada um deverá colocá-
lo em exposição no pátio da escola, para que os outros jovens possam conhecer seus
trabalhos.
Previsão 2h aulas
ATIVIDADES PRÁTICAS E CULTURAIS:
ATIVIDADE IV
ORIENTAÇÕES
- Excursão para uma feira ou exposição agropecuária da região, com o objetivo de
levar os jovens a conhecerem as novidades ligadas ao campo e também como um momento de
integração da turma com seus colegas e professores.
Previsão 8h aulas
ATIVIDADE V
ORIENTAÇÕES
- Palestra como um técnico de uma cooperativa da região, sobre temas que abordem a
agricultura familiar.
- Previsão 2h aulas
ATIVIDADE VI
ORIENTAÇÕES
- Os jovens irão preparar uma peça de teatro, sobre as dificuldades que enfrentam no
dia a dia do tempo/escola e do tempo/comunidade utilizando todas as atividades
desenvolvidas até o momento como uma fundamentação para essa prática.
Previsão 8h aulas
ATIVIDADE VII
ORIENTAÇÕES
- Ao término dessas atividades os alunos montarão um portfólio mostrando os
momentos importantes para eles, destacando o envolvimento da turma nas atividades
desenvolvidas.
- Previsão 4h aulas
AVALIAÇÃO
Os alunos serão avaliados individualmente e coletivamente durante o desenvolvimento
das atividades.
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓDICO
O objetivo deste estudo é o de investigar a eficácia do Curso Técnico em Agropecuária
no que diz respeito à efetivação do processo ensino aprendizagem baseado na Pedagogia da
Alternância da Casa Familiar Rural.
No que se refere ao trabalho que será desenvolvido na Casa Familiar Rural, espera-se
buscar soluções para as dificuldades que os jovens encontram em relacionar a teoria do
tempo/escola com a prática do tempo/comunidade, onde realizam atividades de pesquisa de
sua realidade e fazem as trocas de conhecimentos nos diversos aspectos.
Também com essa Produção Didático-pedagógica pretende-se levar o jovem agricultor
a um amadurecimento para que ele perceba as dificuldades que a agricultura familiar enfrenta
na atualidade em conseqüência de uma modernização da agricultura excludente. Espera-se
que o jovem agricultor, com seu aprendizado baseado na Pedagogia da Alternância, assegure
condições para que possa solucionar as dificuldades que virá a enfrentar, com os subsídios
trazidos da Escola, desenvolvendo melhores condições de vida a sua família no campo e
fazendo com que ele ali permaneça.
REFERÊNCIAS
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ESTEVAM, Dimas de Oliveira. Casa Familiar Rural: a formação com base na pedagogia da alternância. Florianopolis:Insular.2003.
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SANTOS, Milton. A natureza do espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. 4ª. Ed. 2. reimpr. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006.
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WESZ JUNIOR. Valdemar João. Agricultura Familiar Brasileira Frente as Transformações do Sistema Agroalimentar Contemporâneo: A Estratégia de Verticalização da Produção. Cadernos de Economia - Curso de Ciências Econômicas – Unochapecó Ano 12, n. 23, Jul./Dez. 2008.
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