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Rigo DFH, Ross C, Alves DCI et al. Caracterização sociodemográfica e clínica...
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(12):4854-65, dec., 2017 4854
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v11i12a22534p4854-4865-2017
CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA E CLÍNICA DE ESTRANGEIROS/ IMIGRANTES ADULTOS INTERNADOS EM UM HOSPITAL
SOCIODEMOGRAPHIC AND CLINICAL CHARACTERIZATION OF FOREIGN ADULTS / IMMIGRANTS IN A HOSPITAL
CARACTERIZACIÓN SOCIODEMOGRÁFICA Y CLÍNICA DE EXTRANJEROS / INMIGRANTES ADULTOS INTERNADOS EN UN HOSPITAL
Denise de Fátima Hoffmann Rigo1, Claudia Ross2, Débora Cristina Ignácio Alves3, Luciana Magnani Fernandes4
RESUMO
Objetivo: realizar a caracterização sociodemográfica e clínica de estrangeiros/imigrantes adultos. Método: estudo quantitativo, retrospectivo, descritivo, composto por amostra de 46 prontuários médicos de adultos estrangeiros internados em um hospital escola. A coleta de dados foi realizada a partir de registros nestes prontuários, buscando-se informações sociodemográficas e clínicas por meio de instrumento de coleta construído com base no formulário de internação hospitalar e no laudo para a solicitação de Autorização de Internação Hospitalar (AIH). Os dados foram tabulados no Excel® for Windows 2007 e analisados no programa XLStat2016®. Resultados: a maioria dos pacientes era formada por homens, com idade média 36 anos, solteiros, com 1º grau completo, brancos, católicos, paraguaios, fluentes em português, trabalhadores da área de manutenção e reparação. Adentraram o hospital pelo SIATE e SAMU com diagnósticos frequentes para lesões, envenenamento e outras causas externas. A maioria evolui para a alta hospitalar. Conclusão: o estudo propiciou a caracterização de uma população específica atendida no serviço. Descritores: Emigração; Imigração; Áreas de Fronteira; Epidemiologia; Assistência à Saúde; Hospitalização.
ABSTRACT
Objective: to carry out the sociodemographic and clinical characterization of foreigners / adult immigrants. Method: quantitative, retrospective, descriptive study, composed of 46 medical records of foreign adults hospitalized in a school hospital. The data collection was done from records in these medical records, seeking sociodemographic and clinical information through a collection instrument constructed based on the hospital admission form and the report on the request for a Hospital Inpatient Authorization (HIA). The data was tabulated in Excel® for Windows 2007 and analyzed in the XLStat2016® program. Results: the majority of the patients were men, with a mean age of 36 years, single, full-grade, white, Catholic, Paraguayan, fluent in Portuguese, maintenance and repair workers. They entered the hospital through SIATE and MECS with frequent diagnoses for injuries, poisoning and other external causes. Most progress to hospital discharge. Conclusion: the study led to the characterization of a specific population served in the service. Descriptors: Emigration; Immigration; Border Areas; Epidemiology; Delivery Of Health Care; Hospitalization.
RESUMEN
Objetivo: realizar la caracterización sociodemográfica y clínica de extranjeros / inmigrantes adultos. Método: estudio cuantitativo, retrospectivo, descriptivo, compuesto por muestra de 46 prontuarios médicos de adultos extranjeros internados en un hospital escuela. La recolección de datos fue realizada a partir de registros en estos prontuários, buscando informaciones sociodemográficas y clínicas por medio de instrumento de recolección construido con base en el formulario de internación hospitalaria y en el laudo para la solicitud de Autorización de Internación Hospitalaria (AIH). Los datos se tabularon en Excel® para Windows 2007 y analizados en el programa XLStat2016®. Resultados: la mayoría de los pacientes estaba formada por hombres, con edad media 36 años, solteros, con 1º grado completo, blancos, católicos, paraguayos, fluentes en portugués, trabajadores del área de mantenimiento y reparación. Adentraron el hospital por el SIATE y SAMU, con diagnósticos frecuentes para lesiones, envenenamiento y otras causas externas. La mayoría evoluciona hacia alta hospitalaria. Conclusión: el estudio propició la caracterización de una población específica atendida en el servicio. Descriptores: Emigración; Inmigración; Zonas fronterizas; Epidemiología; Prestación de Atención de Salud; Hospitalización. 1Enfermeira, Especialista em gerenciamento de Enfermagem, Universidade Estadual do Oeste do Paraná/UNIOESTE. Cascavel (PR), Brasil. E-mail: denisehoffmannrigo@yahoo.com.br; 2Enfermeira, Professora Doutora, Universidade Estadual do Oeste do Paraná/UNIOESTE. Cascavel (PR), Brasil. E-mail: claudiross@gmail.com; 3Enfermeira, Professora Doutora, Universidade Estadual do Oeste do Paraná/UNIOESTE. Cascavel (PR), Brasil. E-mail: dcialves@gmail.com; 4Enfermeira, Professora Doutora, Universidade Estadual do Oeste do Paraná/UNIOESTE. Cascavel (PR), Brasil. E-mail: lumagna@terra.com.br
ARTIGO ORIGINAL
Rigo DFH, Ross C, Alves DCI et al. Caracterização sociodemográfica e clínica...
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(12):4854-65, dec., 2017 4855
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v11i12a22534p4854-4865-2017
Esta pesquisa foi motivada pelo visível
aumento de estrangeiros⁄imigrantes na cidade
de estudo advindos tanto de países da
fronteira Brasil - Paraguai/Argentina, quanto
de outros países, visto que, geograficamente,
Cascavel/PR é uma cidade de rota de
passagem para estes acessarem outros Estados
do país. No entanto, muitos permanecem na
cidade em busca de oportunidades de trabalho
na indústria e comércio locais, vindo a
utilizar-se do aparato do Estado no que tange
ao acesso à educação, saúde, assistência
social, entre outros. No hospital em estudo,
observou-se, de forma empírica, ao longo dos
últimos anos, um aumento no atendimento
dessa população, desencadeando o interesse
em conhecer as características da mesma.
Nesse contexto, define-se imigração como
um deslocamento de pessoas no espaço e no
tempo, entretanto, esse deslocamento no
espaço físico é determinado no sentido social,
econômico, político, cultural que, por sua
vez, é marcado pela língua, pelas práticas,
pelas crenças e pelos valores e saberes. Dá-se
o nome de estrangeiro ao indivíduo que
executa a imigração e este, por vários
motivos, realiza o ingresso em outro país.1
O Brasil oferta um sistema universal de
saúde e, com base nisso, o direito à saúde se
estende, inclusive, ao imigrante⁄estrangeiro.
Isto institui uma lógica que está por trás de
todo o sistema e faz com que o atendimento
não possa ser negado. No Sistema Único de
Saúde (SUS), não há custos financeiros para o
paciente e os imigrantes não são diferenciados
em relação aos brasileiros, todos são
igualmente pacientes em busca de atenção à
saúde. Mas, numa lógica explícita, isso não
quer dizer que não existam barreiras para o
acesso dos imigrantes à saúde no Brasil, sendo
necessário mais do que o estabelecimento do
direito à saúde na Constituição. A
implementação das políticas que garantem
esse direito no Brasil ainda é um desafio para
os gestores públicos.2
Ao estudar sobre os direitos das minorias,
levanta-se a necessidade de se estabelecerem
políticas públicas multiculturais que
enfrentem as desigualdades verificadas nas
práticas cotidianas de
estrangeiros/imigrantes. A heterogeneidade
com a presença de indivíduos e coletividades
que partilham de outras matrizes culturais,
como os estrangeiros/imigrantes, apresentam
novos desafios para os gestores públicos nos
processos de implantação de políticas e
programas governamentais em todos os
setores da sociedade.2
Nesse contexto, a saúde dos
estrangeiros/imigrantes é um desafio para os
gestores públicos no que concerne à garantia
do direito de acesso aos serviços de saúde,
bem como da necessidade de criação de
políticas e estratégias de promoção,
prevenção e cura.
Assim, a questão norteadora deste estudo
foi: quem são os pacientes
estrangeiros/imigrantes internados em
hospital escola do oeste do Paraná e suas
características sociodemográficas e clínicas?
Nesse sentido, esta pesquisa proporciona
conhecimento acerca do assunto, ainda
deficitário na literatura científica, e é de
suma importância, já que essa população
utiliza o SUS e necessita de acesso e
assistência de forma integral e igualitária.
Realizar a caracterização
sociodemográfica e clínica de
estrangeiros/imigrantes adultos.
Estudo quantitativo, retrospectivo,
descritivo, que apresenta a caraterização
sociodemográfica e clínica de
estrangeiros/imigrantes adultos internados em
um Hospital Escola do oeste do Paraná (PR),
Brasil. Este hospital conta com 210 leitos
ativos3, sendo referência na região para
atendimento de traumas e abrangendo os 25
municípios da 10ª Regional de Saúde da
Secretaria da Saúde do Estado do Paraná – PR
(SESA-PR).
A amostra do estudo foi composta por 46
prontuários médicos de
estrangeiros/imigrantes adultos que
cumpriram os critérios de inclusão, de um
total de 52 prontuários obtidos no sistema de
prontuário eletrônico Tasy Philips (sistema de
gestão em saúde) e prontuários manuais
acessados no setor do Serviço de Arquivo
Médico e Estatística (SAME) do Hospital
referentes ao período de 2011 a 2016.
Os critérios de inclusão foram todos os
pacientes estrangeiros/imigrantes adultos
internados em um hospital escola do oeste do
Paraná. Os de exclusão, todas as mulheres
estrangeiras que internaram por causas
obstétricas, bem como crianças, e prontuários
incompletos e não localizados no SAME e Tasy
Philips.
A coleta de dados foi realizada a partir dos
registros nestes prontuários médicos,
buscando-se informações sociodemográficas e
clínicas pertinentes aos internamentos. O
instrumento de coleta de dados foi construído
INTRODUÇÃO
MÉTODO
OBJETIVO
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com base no formulário de internação
hospitalar da instituição pesquisada e no laudo
para a solicitação de Autorização de
Internação Hospitalar (AIH). Este contemplou:
sexo; idade; escolaridade; estado civil;
portador cartão SUS; profissão; nacionalidade;
município de residência; motivo de
internação; diagnóstico principal; tempo de
internação; internamento por causas externas;
especialidade de atendimento; unidade de
internação; exames laboratoriais e de
imagem; medicamentos; procedimentos;
condutas e desfechos.
Para a variável idade, utilizou-se uma
classificação de faixa etária a cada dez anos.
Para a escolaridade, adotou-se a classificação
disponível no sistema de prontuário eletrônico
do Tasy Philips. Para a profissão, empregou-se
a Classificação Brasileira de Ocupações 4 e
para o diagnóstico principal, usou-se a
Classificação Estatística Internacional de
Doenças (CID10) registrada na AIH do
paciente.5
Destaca-se que, para os exames de
laboratório e imagem, medicamentos e
procedimentos, foram computados somente os
primeiros registros de cada um destes em
prontuário médico. Os medicamentos foram
agrupados conforme sistema de classificação
Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) para
o grupo principal e primeiro nível de
classificação.6
As informações foram tabuladas no Excel®
for Windows 2007 e todas as análises
estatísticas, realizadas no programa
XLStat2016®. A caracterização
sociodemográfica foi realizada por meio de
estatística descritiva (frequências absolutas e
relativas percentuais, médias e desvio padrão
e teste de Qui quadrado para Aderência) para
as variáveis do perfil geral dos
estrangeiros/imigrantes. Para a
caracterização clínica, as frequências
absolutas e relativas foram obtidas e,
posteriormente, o teste de Qui Quadrado para
a Independência foi realizado para cada grupo
de variáveis (exames laboratoriais, exames de
imagem, medicamentos em nível terapêutico,
comorbidades, procedimentos), para verificar
diferença significativa nas frequências das
categorias de respostas das mesmas. O Qui
Quadrado para a Aderência foi realizado para
as variáveis: características do internamento;
medicamentos em nível de classificação de
grupo anatômico; condutas e desfechos.
O nível de decisão dos testes foi p=0,05,
onde p<0,05 indica que as categorias são
estatisticamente diferentes, ou seja, “p
significativo” e p>0,05 indicam que as
categorias não são estatisticamente
diferentes, são iguais, ou seja, “p não-
significativo”.
A pesquisa foi desenvolvida respeitando
todos os preceitos éticos de acordo com a
Resolução n.º 466/12 do Conselho Nacional de
Saúde (CNS), com parecer favorável do Comitê
de Ética e Pesquisa (CEP) da Unioeste sob o
n.º 1.664.856, CAAE 57044616.6.0000.0107 e
assinado o termo de comprometimento para a
utilização de dados pelos pesquisadores.
Foram analisados 46 prontuários manuais e
eletrônicos de pacientes
estrangeiros/imigrantes internados em
hospital escola do oeste do Paraná. Os
resultados foram agrupados em caracterização
sociodemográfica e clínica.
Caracterização Sociodemográfica
Os resultados apontam que, do total de 46
prontuários analisados, a maioria dos
pacientes estrangeiros/ imigrantes internados
era formada por homens (69,57%; n= 32). A
idade mínima foi de 18 anos e a máxima, de
82, com média e desvio padrão de 36+18 anos.
A maior parte dos pacientes era solteira
(43,48%; n= 20) e casada/amasiada (32,61%;
n= 15), destacando-se que, para 17,39% (n=
8), Não Consta Registro (NCR) para esta
variável. Em relação à escolaridade, 23,91%
(n= 11) tinham 1º grau de escolaridade
completo, porém, em 41,30% (n= 19) NCR. A
maioria se declarou da cor branca (69,57%; n=
32), seguida de pardos (15,22%; n= 7) e negros
(13,04%; n= 6). Quanto à religião,
prevaleceram os católicos (45,65%; n= 21),
seguidos de evangélicos (19,57%; n= 9) e NCR
para 13,04% (n= 6).
Em relação ao país de origem, cerca da
metade dos pacientes internados era
proveniente do Paraguai (50%; n= 23), seguido
de Argentina (13,04%; n=6) e Haiti (13,04%; n=
6). Porém, a maioria apresentava fluência no
idioma português (80,43%; n= 37) e 10,86% (n=
5) NCR acerca desta variável. Mais da metade
(54,35%; n= 25) não portava o Cartão SUS. O
município de residência da maioria era
Cascavel (71,74%; n= 33).
Na variável profissão, obteve-se registro
em apenas 50% (n=23) dos prontuários que, de
acordo com os grupos ocupacionais da
classificação brasileira de ocupações, 4
verificou-se que predominaram os grupos de
“Trabalhadores de manutenção e reparação”
(15,22%; n= 7), “Trabalhadores da produção
de bens e serviços industriais” e
“Trabalhadores dos serviços, vendedores do
comércio em lojas e mercados” (10,87%; n=
5), respectivamente. Todas as variáveis
RESULTADOS
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apresentaram diferença significativa entre as
suas frequências (p<0,05), exceto para a
variável faixa etária (p=0,384) e possuir cartão
SUS (p=0,553).
Caracterização Clínica
Características da internação
A porta de entrada mais frequente no
hospital escola do oeste do Paraná ocorreu
por meio do Sistema Integrado de
Atendimento ao Trauma e Emergências
(SIATE), (21,74%; n=10), seguido da Unidade
de Pronto Atendimento (UPA), (19,57%; n=9).
Transferência da UPA, com pacientes
transportados pelo Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU) e livre demanda
contabilizaram (17,39%; n= 8),
respectivamente. A maioria dos pacientes
permaneceu internada até sete dias (58,69%;
n= 27), seguida de 08-14 dias (21,73%, n= 10)
e com mais de 21 dias de internamento
(13,04%; n= 6). Ocorreu um maior número de
internamentos nos anos de 2015 (41,30%; n=
19), 2014 (21,74%; n= 10) e 2013 (19,57%; n=
9).
Entre os tipos de internamento, 39,13% (n=
18) destes foram decorrentes de causas
externas, destacando-se acidente de trânsito
(19,57%; n= 9), acidente de trabalho (10,87%;
n= 5) e violências (8,7%; n= 4). O restante dos
internamentos ocorreu por outros motivos,
sendo os mais frequentes os referentes ao
trato gastrointestinal (17,39%; n=8), Sistema
Neurológico (8,79%; n= 4) e Sistema
respiratório (6,52%, n= 3). A especialidade
com maior número de internamentos foi
Traumatologia e Ortopedia (41, 30%; n= 19),
seguida de Clínica Cirúrgica (34, 78%; n= 16) e
Neurologia (13,04%; n= 6). A unidade com
maior número de internamentos foi o pronto-
socorro (54, 35%; n= 25), seguido de sala de
emergência e unidade cirúrgica (13,04%; n=
6), respectivamente, e Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) (10,87%; n= 5). Todas as
variáveis apresentaram diferença significativa
entre as suas frequências (p<0,05), exceto
para a variável internamento por causas
externas (p=0,1403).
Neste estudo, não houve diferenças
estatísticas significativas entre as frequências
de diagnósticos principais, pois ocorreu uma
grande variedade destes distribuídos entre os
pacientes (p>0,05). No entanto, quando estes
foram analisados por grupos do CID 10,5
verificou-se significância estatística (p<0,05),
destacando-se, com maior frequência, o grupo
“Lesões, envenenamento e outras causas
externas” (50%; n= 23), seguido de aparelho
digestivo (13,04; n=6), “infecciosas e
parasitárias” (10,87%; n= 5) e “Achados
anormais de exames clínicos e de laboratório”
(8,70%; n= 4). O restante dos diagnósticos dos
pacientes (n=8) foi distribuído entre
“Aparelho circulatório”, “Aparelho
respiratório”, “Pele e tecido subcutâneo e
Sistema osteomuscular e tecido Conjuntivo”,
“neoplasias” e “Aparelho geniturinário”.
(Tabela 1).
Acerca dos motivos de internação, os que
prevaleceram foram relacionados à lesão
osteomuscular e cutânea (41,30%; n=19),
seguidos de comprometimento no trato
gastrointestinal (17,39%; n= 8), politrauma e
sistema neurológico, com 8,70%; n= 4 cada,
infecção hospitalar e sistema respiratório,
com 6, 52%; n=3, trauma cranioencefálico e
sistema geniturinário, com 4,35%; n= 2.
Exames Laboratoriais e de Imagem
Em torno de 50 tipos de exames foram
solicitados e realizados nos pacientes
internados. Entre os diversos tipos de exames,
observaram-se 259 (59,82%) exames
bioquímicos; 76 (17,55%), hematológicos; 34
(7,86%), imunológicos; 33 (7,62%),
microbiológicos; dez (2,31%) de urina; sete
(1,62%), hormonais; cinco (1,15%),
coprológicos; cinco (1,15%), patológicos; dois
(0,46%), micológicos; um (0,23%), toxicológico
e um (0,23%) de líquido pleural, totalizando
433 (100%) exames solicitados.
Foi possível observar diferenças estatísticas
significativas para os exames Bilirrubina,
Cloro, Ácido Úrico, Desidrogenase Lática,
Ácido Lático, Creatininofosfoquinase,
Fosfatase Alcalina, Cálcio, Fósforo, Magnésio,
Pró-Calcitonina, Gasometria, Pesquisa de
fungos, Sorologia de Paracoccidioidomicose,
Rotina Líquido Pleural, Perfil Toxicológico,
Hemograma, Velocidade de
Hemossedimentação, pesquisa Bacilos Álcool-
Ácido Resistentes, Hemocultura, Cultura de
Líquor, Cultura de Ponta de Cateter, Cultura
de Secreção, Urocultura, Parcial de Urina,
Exame Anatomopatológico, Albumina,
Clostridium Difficile - Toxina A/B, β-
Gonadotrofina Coriônica Humana, Tiroxina
Livre, Sorologia para Hepatite C, Anticorpo
Antiácido desoxirribonucleico, Fator
Antinuclear (FAN), Sorologia para Vírus da
Imunodeficiência Humana (anti-HIV), Antígeno
Prostático Específico (PSA), sorologia para
Citomegalovírus, sorologia para Herpes
Simples, sorologia para Hepatite B, sorologia
para Leptospirose (p<0,05), porém, não sendo
estes os mais frequentemente realizados.
Apesar de os exames Creatinina, Potássio,
Sódio, Ureia, Proteína C Reativa (PCR), Tempo
de Protrombina (TP), Tempo de
Tromboplastina Parcial Ativado (KPTT),
Rigo DFH, Ross C, Alves DCI et al. Caracterização sociodemográfica e clínica...
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Transaminase Aminotransferase de Aspartato
(TGO/AST) e a Transaminase Aminotransferase
de Alanina (TGP/ALT) e Glicose não
apresentarem diferenças estatísticas (p>0,05),
estes foram considerados os mais frequentes
entre os pacientes estrangeiros. O único
exame considerado estatisticamente
significativo e mais frequente entre estes
pacientes foi o Hemograma (p<0,05).
Em torno de 106 (100%) exames de imagem
foram solicitados e realizados nos pacientes
internados, destacando-se o RX de tórax, com
18 (16,98%) solicitações; a tomografia de
crânio, com 13 (12,26%); o RX de Membro
Superior Direito (MSD), com nove (8,49%) e o
ECG, com oito (7,55%), entre outros.
Foi possível observar diferenças
significativas para os exames de imagem
referente ao Raio X (RX) coluna torácica, RX
coluna lombar, RX coluna sacral, RX pelve, RX
Membro Inferior Esquerdo (MIE), RX Membro
Inferior Direito (MID), RX Membro Superior
Esquerdo (MSE), RX Membro Superior Direito
(MSD), RX de abdome superior, tomografia de
crânio, tomografia do tórax, tomografia de
coluna cervical, tomografia de coluna lombar,
tomografia de abdome inferior, tomografia de
abdome superior, ultrassonografia (USG) de
abdômen total, eletrocardiograma (ECG),
ecografia transtorácica e ecografia
transvaginal (p<0,05). O único exame que não
apresentou diferença significativa foi o RX de
tórax (p=0,1403), contudo, foi o exame mais
realizado.
Medicamentos - Classificação de
Medicamentos Anatomical Therapeutic
Chemical (ATC)
De acordo com a classificação ATC (6) para o
grupo principal, predominaram os seguintes
grupos anatômicos: A - Trato Alimentar e
metabolismo; B - Sangue e órgãos
hematopoiéticos; C - Aparelho Cardiovascular;
D - Medicamentos Dermatológicos; H -
Preparados hormonais para uso sistêmico; J -
Anti-Infecciosos gerais para uso sistêmico; M -
Sistema Musculoesquelético; N - Sistema
Nervoso; R - Aparelho Respiratório. Estes
grupos referem-se ao órgão ou sistema no qual
os medicamentos atuam. Foi possível observar
que houve diferença estatística na
distribuição das frequências entre as classes
(p<0,05), indicando haver maior consumo de
medicamentos relacionados ao Sistema
Musculoesquelético (70%) e Sangue e Órgãos
Hematopoiéticos (62%).
As classes de medicamentos em segundo
nível, que se referem ao subgrupo
terapêutico, apresentaram diferença
estatística significativa (p<0,05) para: A02 -
Antiácidos; A07 - Antidiarreicos, agentes anti-
inflamatórios, anti-infecciosos intestinais; A10
- Medicamentos utilizados no diabetes; B05 -
Substitutos do sangue e soluções para
perfusão; C01 - Terapia cardíaca; C02 - Anti-
hipertensivos; C03 - Diuréticos; C05 -
Vasoprotetores; C08 - Bloqueadores do canal
de cálcio; C10 - Agentes modificadores de
lipídeos; D04 – Antipruriginosos, incluindo
anti-histamínicos; H02 - Corticosteroides para
uso sistêmico; J04 - Antibacterianos
(Tuberculose); J05 - Antivirais; M01 - Anti-
inflamatórios; N01 - Anestésico; N02 -
Analgésico; N05 - Psicoepiléticos; N06 -
Psicoanapléticos e R06 - Anti-histamínico para
uso sistêmico. As classes A03 - Agentes
antiespasmódicos, anticolinérgicos e
propulsivos (p=0,0768), A04 - Antiemético,
antinauseantes (p=0,1403) e B01 - Agentes
antitrombóticos não apresentaram diferença
(p>0,05) (Tabela 1).
Rigo DFH, Ross C, Alves DCI et al. Caracterização sociodemográfica e clínica...
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Tabela 1. Frequências absolutas (FA) e relativas (%) do uso de medicamentos (sim) ou (não). P valor do teste de Qui-quadrado de Independência. Cascavel (PR), Brasil, 2016.
Classes detalhadas dos medicamentos (n= 46) Sim Não p-valor FA % FA %
A02 – Antiácidos 30 65% 16 35% 0,039* A03 – Agentes Antiespasmódico, anticolinérgicos e propulsivos
29 63% 17 37% 0,0768
A04- Antieméticos e antinauseantes 18 39% 28 61% 0,1403 A07- Antidiarreicos, agentes anti-inflamatórios, anti-infecciosos intestinais
1 2% 45 98% <0,001*
A10- Medicamentos utilizados no diabetes 4 9% 42 91% <0,001* B01- Agentes antitrombóticos 19 41% 27 59% 0,2381 B05- Substitutos do sangue e soluções para perfusão 38 83% 8 17% <0,001* C01- Terapia cardíaca 6 13% 40 87% <0,001* C02- Anti-hipertensivos 2 4% 44 96% <0,001* C03- Diuréticos 7 15% 39 85% <0,001* C05- Vasoprotetores 3 7% 43 93% <0,001* C08- Bloqueadores do canal de cálcio 1 2% 45 98% <0,001* C10- Agentes modificadores de lipídeos 2 4% 44 96% <0,001* D04- Antipruriginosos, incluindo anti-histamínicos 1 2% 45 98% <0,001* H02- Corticosteroides para uso sistêmico 4 9% 42 91% <0,001* H03- Terapia da tireoide 1 2% 45 98% <0,001* J01- Antibacterianos para uso sistêmico 30 65% 16 35% 0,039* J02- Antimicóticos para uso sistêmico 1 2% 45 98% <0,001* J04- Antibacterianos (Tuberculose) 4 9% 42 91% <0,001* J05- Antivirais 3 7% 43 93% <0,001* M01- Anti-inflamatórios 32 70% 14 30% 0,0079* N01- Anestésico 8 17% 38 83% <0,001* N02- Analgésico 45 98% 1 2% <0,001* N05- Psicoepiléticos 9 20% 37 80% <0,001* N06- Psicoanapléticos 2 4% 44 96% <0,001* R06- Anti-histamínico para uso sistêmico 2 4% 44 96% <0,001*
Comorbidades
Apenas oito pacientes apresentaram uma
ou mais comorbidades, sendo que nenhuma
delas apresentou diferença significativa
(p=0,880), e as comorbidades mais frequentes
foram HIV (10%; n= 3), Diabetes Mellitus (10%;
n=3), Tabagismo (6%; n= 2) e Hipertensão
Arterial (6%; n= 2).
Ao avaliar a associação entre os diferentes
tipos de comorbidades destes pacientes e seus
respectivos diagnósticos de internação, (CID 10)
verificou-se que não havia nenhum tipo de
relação entre a comorbidade e o diagnóstico
destes pacientes (p=0,448).
Procedimentos
Todos os procedimentos apresentaram
diferenças significativas (p<0,05), exceto
sondagem vesical de demora (p=0,3763) e
cirurgia (p=0,7680). Os procedimentos
considerados mais frequentes foram punção
venosa periférica, cirurgia e sondagem vesical
de demora.
Condutas e Desfechos
Tanto para as condutas e desfechos,
verificaram-se diferenças significativas
(p<0,05). O tratamento cirúrgico (cirurgia,
drenagem torácica, suturas e traqueostomia)
foi a conduta mais utilizada (73,91%; n= 34),
seguido pelo tratamento clínico (21,74%; n=
10), e apenas um indivíduo (2,17%) em
tratamento cirúrgico e clínico e mais um
paciente (2,17%) em estabilização. Acerca do
desfecho os pacientes, tiveram alta hospitalar
67,39%; n= 31; alta com encaminhamento para
ambulatório 15,21%; n= 7; transferência
hospitalar 8,69%; n= 4 e óbito 8,69%; n= 4.
Caracterização Sociodemográfica
Este estudo não aspira a reconhecer um
perfil da demanda real da população, mas
verificar características de uma demanda
específica, sem inferir a magnitude do
problema e, sim, como este se apresenta no
âmbito de um hospital escola do oeste do
Paraná. Destaca-se que, em revisão de
literatura acerca da temática em questão,
verificou-se uma baixa produção científica, o
que dificultou a discussão dos resultados. Para
tal, buscou-se referencial disponível que mais
se aproximasse da realidade estudada.
Os resultados da caracterização
sociodemográfica apontam que a maioria dos
pacientes estrangeiros/imigrantes internados
no hospital eram homens, com média de idade
de 36 anos, solteiros, com 1º grau de
escolaridade completo, brancos e católicos.
O maior número de internações de homens
pode estar relacionado à maior
vulnerabilidade destes às causas externas, ora
na condição de autor ou vítima, e ainda pela
maior propensão a doenças crônicas
decorrentes de fatores de riscos e negligência
ao autocuidado.7
A média de idade encontrada também pode
estar relacionada à maior exposição a riscos,
DISCUSSÃO
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considerando-se esta uma época da vida onde
o indivíduo encontra-se em idade produtiva. O
baixo nível de escolaridade pode influenciar
os cuidados com a saúde e, no caso do
estrangeiro, ocasionar problemas culturais e
de inclusão social. Acerca dos aspectos cor de
pele e religião, estes podem estar
relacionados à discriminação do
estrangeiro/imigrante.8
Em relação ao país de origem, cerca da
metade dos pacientes internados no hospital
era proveniente do Paraguai e não portava o
Cartão SUS. Em sua maioria, estes pacientes
tinham fluência no idioma português e
residiam em Cascavel.
Conhecer o país de origem e o município de
residência dos pacientes internados possibilita
conhecer o fluxo dos mesmos no sistema local
de saúde, o diagnóstico de possíveis
problemas e distorções e a avaliação dos
encaminhamentos nos diversos pontos de
atenção à saúde.9
No Brasil, o direito à saúde é universal e,
assim, qualquer indivíduo,
independentemente de sua nacionalidade,
pode ter acesso ao SUS, sendo de extrema
importância possuir o Cartão SUS, também
conhecido popularmente como “carteirinha do
SUS”. No entanto, o processo para a obtenção
de tal documento tem se tornado barreira de
acesso aos serviços médicos, principalmente,
para estrangeiros. Nesta pesquisa, destaca-se
que cerca da metade dos
estrangeiros/imigrantes internados no hospital
estudado não possuía o cartão, porém,
recebeu atendimento no hospital.2
O domínio do idioma do país receptor, por
parte de estrangeiros/imigrantes, contribui
para a sua aculturação e, consequentemente,
para uma melhor percepção das necessidades
médicas e na busca por tratamentos formais
de saúde.2
Na variável profissão, obteve-se registro
desta em metade dos prontuários,
verificando-se o predomínio de
“Trabalhadores de manutenção e reparação”.
Muitos estrangeiros/imigrantes,
principalmente os recém-chegados,
submetem-se a empregos instáveis e mal
remunerados, em função de menos
oportunidades decorrentes da familiarização
com o idioma e a cultura local, a obtenção de
documentos legais e o isolamento social.
Associado a isto, vale ressaltar que os
estrangeiros enfrentam conflitos de valores na
família, escola e trabalho, dificuldades
econômicas e moradias precárias, tornando-se
mais vulneráveis social e economicamente.8
Nesse contexto, estes são mais vulneráveis
e compõem um grupo cujo acesso aos serviços
de saúde é dificultado por vários fatores que
propiciam maior risco à saúde.
Caracterização Clínica
Características da internação
O internamento é definido como um
conjunto de serviços destinados a situações
em que os cuidados de saúde são prestados ao
indivíduo a partir do momento em que é
admitido no serviço hospitalar.10 A porta de
entrada a este serviço pode variar conforme a
forma de regulação do acesso e características
da região. Neste estudo, pôde-se constatar
que a maioria dos pacientes
estrangeiros/imigrantes adentrou o sistema
por meio de atendimento pré-hospitalar, ou
seja, SIATE e SAMU.
A verificação da porta de entrada para o
serviço constitui um importante observatório
da condição de saúde de determinada
população, pois, ao se identificar a origem do
paciente, possibilita programar melhorias da
rede de atendimento e da resolubilidade do
sistema de saúde.9
Outra variável, que está diretamente ligada
à questão de resolubilidade e qualidade da
assistência na instituição prestadora do
cuidado ao paciente, é o tempo de
internamento hospitalar, constantando-se que
a maioria permaneceu internada por até sete
dias, seguida de oito a 14 dias de internação.
O tempo de permanência hospitalar,
especialmente em hospitais universitários,
pode apresentar períodos de internação
prolongados, revelando-se superiores às
médias regionais e nacionais, que variam de
4,5 a 6,8 dias. A complexidade do hospital, o
papel da internação via pronto-socorro na
demanda do hospital, o perfil clínico dos
pacientes e o tipo de procedimentos ofertados
são fatores que interferem no período de
permanência do paciente na instituição.10
No que se refere ao quantitativo de
internações, verificou-se que houve um
aumento gradual das internações entre 2011 e
2015. Essa busca de estrangeiros/imigrantes
por atenção à saúde pode ser um fator
dificultador para a gestão, uma vez que, nos
recursos do SUS repassados aos municípios e
serviços de saúde, não é contabilizada a
população itinerante e, sim, per capita.12
Dentre os tipos de internamento,
destacaram-se aqueles decorrentes de causas
externas (acidente de trânsito, acidente de
trabalho e violência). Tal achado corrobora
com resultados observados para outras
variáveis analisadas neste mesmo estudo,
como para as especialidades onde se verificou
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um maior número de internamentos na
ortopedia, clínica cirúrgica e neurologia; para
a classificação dos grupos do CID 10, no qual
se constatou maior frequência do grupo
“Lesões, envenenamento e outras causas
externas” e para os principais motivos de
internação, onde prevaleceram aqueles
relacionados à lesão osteomuscular e cutânea,
comprometimento no trato gastrointestinal e
politrauma.
As internações por causas externas geram
impacto econômico para o sistema de saúde,
no qual refletem negativamente, gerando um
ônus pelo aumento crescente de internações
que, em alguns casos, são de longa
permanência, devido ao grau de
complexidade, bem como ônus para o
paciente, uma vez que pode causar danos,
lesões, incapacidade e, em alguns casos, até
mesmo a morte.13
Entre as causas externas, os acidentes de
trânsito e violência representam as principais
causas de internação. Sua ocorrência está
relacionada, na maioria das vezes, a atitudes
e posturas que levam ao aumento de riscos e a
situações a eles vinculados, sendo necessária
a vigilância epidemiológica destas causas. A
vigilância objetiva subsidiar ações de
enfrentamento dos determinantes e dos
condicionantes das causas externas, visando à
prevenção da saúde.14
Internações por causas externas
caracterizam, em sua maioria, trauma, que é
definido como o conjunto das perturbações ou
qualquer lesão de tecido, órgão ou parte do
corpo causada subitamente por um agente
físico de etiologia, natureza e extensão
variadas e, predominantemente, de origens
externas. Representa um sério problema de
saúde pública com relevância crescente, pois
causa importantes consequências sociais e
econômicas, além do iminente risco de óbito
ou incapacidade temporária ou permanente. O
alto custo com a recuperação e a piora da
qualidade de vida são fatores desafiantes ao
SUS.13
Nessa conjuntura, o estrangeiro é mais
vulnerável, uma vez que este se submete mais
frequentemente a atividades laborais
insalubres, baixos salários, condições
precárias de moradia, ficando mais exposto a
tensões, conflitos, violências, doenças e
exclusão social.8
Ainda verificou-se que a unidade com maior
número de internação foi o pronto-socorro
(PS), o que indica uma possível baixa
rotatividade de leitos na instituição, gerando
superlotação neste setor, ambas justificadas
pelo fato de o hospital ser referência para
traumatologia e ortopedia. Destaca-se que, na
rotina da instituição, o paciente é submetido
a procedimento cirúrgico e retorna ao PS e ali
permanece internado até a alta hospitalar, o
que acaba por descaracterizar a unidade de
emergência, que deve prestar o primeiro
atendimento e destinar o paciente para uma
conduta definitiva em outra unidade.9
Exames Laboratoriais e de Imagem
Os exames laboratoriais Creatinina,
Potássio, Sódio, Ureia, PCR, Tempo de
Protrombina (TAP), KPTT (TTPA), TGO, TGP e
Glicose foram considerados os mais frequentes
entre os pacientes estrangeiros, porém, não
apresentaram diferença significativa (p<0,05).
O único exame laboratorial considerado
estatisticamente significativo e mais
frequentemente realizado entre os pacientes
foi o Hemograma (p<0,05).
Exames laboratoriais auxiliam no
diagnóstico, tratamento e manejo adequado
dos pacientes. A interpretação da bioquímica
sanguínea, na rotina do cuidado com os
pacientes, é extremamente importante, pois
muitos exames bioquímicos auxiliam na
detecção de alterações do organismo frente a
diferentes enfermidades.
Exames identificados neste estudo, como a
creatinina e ureia, são utilizados para a
avaliação da função renal; o potássio e sódio,
para a detecção de alterações
hidroeletrolíticas; o PCR, como um marcador
de infecção/inflamação; TAP e KPTT, para a
avaliação de hemostasia; AST (TGO) e ALT
(TGP), para a avaliação de função hepática e
a glicose, para alterações glicídicas. Já o
hemograma é, sem dúvida, o exame mais
solicitado na clínica médica cirúrgica, pois
permite a avaliação de qualquer doença
sistêmica.15
Exames laboratoriais são mais
frequentemente solicitados em unidades como
PS e UTI e, neste estudo, o maior número de
internamentos ocorreu nestes setores. Em
estudo realizado em unidade de emergência
de um hospital de ensino, os exames mais
solicitados pela equipe médica foram exame
laboratorial (sangue), diagnóstico por imagem
(raios X, ultrassom e tomografia), fita urinária
e eletrocardiograma.16 Já em outro estudo
realizado em UTI de um hospital universitário,
os exames mais comumente solicitados foram
sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio,
creatinina e ureia sérica, tempo de
protrombina (TAP), tempo de tromboplastina
e parcial ativada (TTPA), ácido lático,
gasometria arterial, glicemia capilar, glicemia
de jejum, hemograma e plaquetas.17 Em se
tratando de exames de imagem, foi possível
observar diferenças significativas para vários
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exames. O exame de RX de tórax foi o mais
realizado, seguido da tomografia de crânio, no
entanto, o RX de tórax não apresentou
diferença significativa (p=0,1403).
Exames de imagem permitem diagnósticos
rápidos de pacientes para o tratamento em
situações agudas, bem como auxiliam no
acompanhamento e tratamento do paciente
crônico. A radiografia, conhecida como raios-
X, é utilizada para o diagnóstico de várias
condições clínicas e cirúrgicas, sendo o
primeiro exame de imagem executado em
uma unidade de emergência, pois,
normalmente, é indolor e de baixo custo. Já a
tomografia computadorizada, também uma
técnica baseada em raio X, devido ao uso de
contraste, aumenta a capacidade de
diferenciação entre tecidos, facilitando a
visualização de lesões quando comparado com
imagens não contrastadas adquiridas
previamente e, com isso, acompanhar a
evolução do paciente e intervir com maior
eficácia.18
Neste estudo, observou-se que, acerca dos
motivos de internação, prevaleceram aqueles
relacionados à lesão osteomuscular e cutânea,
comprometimento no trato gastrointestinal,
politrauma e sistema neurológico, o que
poderia justificar a maior frequência de
exames de imagem envolvendo estes sistemas
fisiológicos.
Ressalta-se, ainda, que este estudo foi
realizado em um hospital escola onde não
existem diretrizes para a solicitação de
exames, o que dificulta uma análise mais
aprofundada acerca dos resultados
encontrados.
Medicamentos - Classificação de
Medicamentos Anatomical Therapeutic
Chemical (ATC)
Foi possível observar que houve diferença
estatística na distribuição das frequências
entre as classes de medicamentos, conforme
grupo anatômico (p<0,05), indicando haver
maior consumo de Medicamentos relacionados
ao Sistema Musculoesquelético (70%) e Sangue
e Órgãos Hematopoiéticos (62%), o que
corresponde aos achados anteriores deste
estudo, nos quais se apresentam, como
principais motivos de internação, lesão
osteomuscular e cutânea, comprometimento
no trato gastrointestinal e politrauma.
As classes de medicamentos em segundo
nível, nos grupos terapêuticos, apresentaram
diferença estatística significativa (p<0,05)
para várias classes, conforme disposto na
tabela 1, destacando-se, entre estes, os
seguintes medicamentos com significância
estatística e maior frequência: N02 -
Analgésico (Dipirona, tramal e nalbufina); B05
- Substitutos do sangue e soluções para
perfusão (solução de cloreto de sódio 0,9%) e
M01 - Anti-inflamatórios (cetoprofeno).
Novamente, se observa que estes resultados
corroboram com aqueles apresentados
anteriormente, nos quais se evidencia a
maioria das internações decorrente de trauma
e mais da metade submetida à conduta
cirúrgica, o que justifica o uso destes
medicamentos.
No setor de emergência, prevalecem os
atendimentos decorrentes de causas externas,
como acidentes e violências, e um dos
principais sinais em casos de trauma é a dor,
sendo, de extrema importância, seu controle
por meio de analgésicos.19 Outro resultado
importante para esta discussão é o fato de
mais de 50% dos pacientes estrangeiros terem
sido submetidos a procedimentos cirúrgicos
durante a internação, cujo sinal frequente é a
dor, o que reforça o uso de analgésicos e anti-
inflamatórios. Tanto na emergência, quanto
na cirurgia, a reposição de volume é
necessária para a manutenção da hemostasia
do paciente, justificando o uso de soluções
para perfusão como a solução salina de
cloreto de sódio 0,9%.
Nesse contexto, estudo realizado em um
hospital no Sul do Brasil obteve resultados
semelhantes no que tange ao uso de
analgésicos e anti-inflamatórios, sendo o mais
comumente empregado o cetoprofeno, um
anti-inflamatório não-esteroidal (AINE),
pertencente à classe dos não opioides. Ainda,
o único opioide utilizado foi o tramadol,
associado, muitas vezes, à dipirona,
paracetamol ou outro. Estes medicamentos,
comumente, são utilizados nos setores de
emergência.20 Na instituição de pesquisa, não
existe protocolo ou padronização do uso de
analgesia em pacientes traumatizados e pós-
cirúrgicos, nem instrumento de mensuração
da dor no setor de emergência. Instituir
protocolos é de extrema relevância no sentido
de criar processos de trabalho bem
estruturados, buscando oferecer uma
assistência de qualidade ao paciente e
avaliando suas necessidades específicas.
Comorbidades
As comorbidades mais frequentes entre os
pacientes estrangeiros/imigrantes internados
foram vírus da imunodeficiência humana
(HIV), Diabetes Mellitus, Tabagismo e
Hipertensão Arterial, sendo que todas não
apresentaram diferença significativa. Ainda,
ao se associar as comorbidades destes
pacientes e seus respectivos diagnósticos de
internação (CID 10), verificou-se não existir
relação entre estes. Apesar de não existir tal
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relação, o conhecimento das comorbidades
torna-se relevante na medida em que estas
podem interferir na assistência à saúde destes
indivíduos.
O HIV ocasiona déficit primário da
imunidade celular, fragilizando o sistema
imunológico e, consequentemente,
proporcionando o aparecimento de infecções
oportunistas, neoplasias e o
comprometimento do sistema nervoso. A
infecção pelo HIV não apresenta distinção de
sexo, etnia, faixa etária ou classe social e se
relaciona diretamente a comportamentos de
risco. O conhecimento de tal comorbidade
detectada no estudo é importante porque
pessoas imunodeprimidas possuem
necessidades e características peculiares,
demandando estratégias e ações específicas
dos serviços de saúde.21
Estudo realizado em unidade de Doenças
Transmissíveis de um Hospital Universitário de
Londrina-PR, sobre o perfil epidemiológico de
adultos portadores de HIV/AIDS internados,
revelou considerável predomínio da infecção
em indivíduos do sexo masculino, solteiros,
com baixo nível de escolaridade e renda.
Acerca das condições clínicas entre os
principais motivos de internação, destacaram-
se a tuberculose, monilíase/candidíase oral e
neurotoxoplasmose; com uma média de 9,4
dias de internação; com predomínio de óbitos
no sexo feminino e, entre as causas terminais
de morte, o choque séptico e a disfunção de
múltiplos órgãos.21
Ressalta-se que doenças como o diabetes e
a hipertensão arterial constituem-se como
primeira causa de hospitalizações no Brasil. O
diabetes é uma doença crônica que tem
repercussões multissistêmicas de natureza
vascular e não vascular, perfazendo 9% dos
óbitos mundiais. Este é frequentemente
acompanhado de dislipidemias, hipertensão
arterial e alterações metabólicas que
culminam em doenças cardiovasculares e
neuropáticas. Já a hipertensão é considerada
uma doença crônica e degenerativa, que
deteriora vários órgãos, além de ser fator de
risco para doenças cardiovasculares e
acidentes vasculares encefálicos, sendo causa
de eventos fatais e não fatais.18
Neste estudo, observou-se, ainda, o
tabagismo como uma das comorbidades
registradas em prontuário médico. Ressalta-se
que entre os principais fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) estão o tabagismo, o
consumo excessivo de bebidas alcoólicas, as
dietas inadequadas e a inatividade física,
sobressaindo-se o tabagismo. Este se relaciona
com o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, diabetes, neoplasias e
doenças respiratórias crônicas. A prevalência
do tabagismo é maior entre indivíduos do sexo
masculino, raça/cor preta, provenientes de
região rural, com menor grau de instrução e
com baixa renda.22
Procedimentos, Condutas e Desfechos
Durante o período de internação, os
pacientes foram submetidos a vários
procedimentos invasivos e não invasivos, de
acordo com suas especificidades clínicas. Foi
possível verificar, em análise estatística, que
todos os procedimentos apresentaram
diferenças significativas (p<0,05), exceto a
sondagem vesical de demora (p=0,3763; n=
20) e cirurgia (p=0,7680; n= 24), apesar de
terem sido os procedimentos mais
frequentemente realizados depois de punção
venosa periférica (p< 0,01; n= 46).
Estudo realizado em um hospital
universitário apresentou resultados
semelhantes, onde 70% dos pacientes
passaram pelo procedimento de sondagem
vesical de demora e 70,8% foram submetidos a
algum tipo de cirurgia.23 Neste estudo, não foi
contabilizada a punção venosa periférica,
porém, esta é um procedimento de rotina no
hospital, uma vez que as medicações, em sua
grande maioria, são administradas por via
endovenosa.
Ao analisar a variável procedimentos, foi
possível verificar que o resultado vem de
encontro às condutas médicas para o
tratamento dos pacientes, principalmente o
tratamento cirúrgico (73,91%; n= 34), ao qual
ainda se pode vincular o fato de que a maioria
dos internamentos de estrangeiros/imigrantes
foi decorrente de trauma associado a causas
externas e atendidos pela especialidade de
ortopedia.
O cenário apresentado neste estudo, sobre
a saúde do imigrante⁄estrangeiro no âmbito
hospitalar, mostra impacto para o Sistema
Único de Saúde (SUS), para a sociedade e para
o próprio indivíduo que está fora do seu
contexto social. O impacto para o sistema de
saúde pode ser verificado a partir dos gastos
realizados com os atendimentos em pronto-
socorros e pronto atendimentos, assistência
em unidades de terapia intensiva, altas taxas
de internação hospitalar e na recuperação
pós-alta hospitalar. Além disso, o maior gasto
em sistema de saúde diz respeito ao
atendimento em alta complexidade, ou seja,
hospitais como o desta pesquisa, onde se
efetuam procedimentos complexos que
exigem uma estrutura adequada e equipe
profissional preparada e capacitada,24 além de
especial preparo para assistência
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individualizada, de modo a atender as
especificidades que demandam o público
estrangeiro/imigrante.
No desfecho da internação dos pacientes
estrangeiros/imigrantes, constatou-se que a
maioria destes teve alta hospitalar, poucos
continuaram em acompanhamento no serviço
ambulatorial do próprio hospital e apenas
quatro evoluíram para óbito.
Estudos que propiciam o conhecimento das
características de determinada população que
utiliza os serviços de saúde do SUS
constituem-se em instrumentos para o
planejamento em saúde, bem como em
subsídio aos profissionais de saúde para
prestar assistência de qualidade a esta
clientela.
O subregistro de informações no prontuário
médico foi um dos fatores que dificultaram o
desenvolvimento desta pesquisa, uma vez
que, conforme exposto, algumas variáveis não
constavam no registro completo para todos os
pacientes. Deste modo, reforça-se a
importância do registro de dados pessoais dos
pacientes, bem como anotações dos
profissionais de saúde acerca dos
procedimentos, condutas e intercorrências
durante o período de internação. Ações de
educação continuada com toda a equipe de
saúde, acerca da falha encontrada, se fazem
necessárias para melhorias do serviço e
segurança do paciente.
Além disso, a escassez de estudos sobre a
temática limitou a discussão dos resultados e
apontou a necessidade de se ampliar as
investigações sobre o assunto. Ainda, sendo a
saúde do imigrante uma temática
relativamente nova no Brasil, destaca-se a
relevância deste estudo para o incremento da
prática clínica, do ensino e da pesquisa.
Entende-se, a partir do estudo, que
conhecer as características de uma população
específica atendida por serviços de saúde é de
extrema importância para o planejamento em
saúde e para a busca de alternativas que
minimizem as dificuldades enfrentadas pelos
imigrantes no acesso a estes serviços, bem
como pela busca de um atendimento de
qualidade.
1. Mazza D. Mobilidade humana e educação:
os estudantes estrangeiros na Unicamp.
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http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v22n2/en_v
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Submissão: 18/05/2017 Aceito: 27/10/2017 Publicado: 01/12/2017
Correspondência
Denise de Fátima Hoffmann Rigo Rua Comandante Carlos Alberto Doro, 986 Bairro Jardim Padovani
CEP: 85803-336 Cascavel (PR), Brasil
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