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As Cores da Amazônia: análise de Brosimum rubescens
para desenvolvimento de paleta cromática
1 Anais do IV Congresso de Design do Amazonas
de 9 a 11 de outubro de 2017 - Faculdade Fucapi
As Cores da Amazônia: análise de pau-rainha
(Brosimum rubescens) para desenvolvimento de
paleta cromática
The Colors of Amazon: Pau-rainha (Brosimum
rubescens’) analysis for chromatic palette development Braule Pinto, Lucas Ramos; Acadêmico; Faculdade DeVry / Martha Falcão
lucasrbp@hotmail.com
Guimarães, Giovana de Oliveira; Acadêmica; Faculdade DeVry / Martha Falcão
guimaraes.giovana@hotmail.com
Pacheco, Almir de Souza; Dr.; Faculdade DeVry / Martha Falcão
almirdesigner@gmail.com.br
Resumo Percebendo a constante procura de diversas áreas em como usufruir dos recursos naturais
amazônicos sem agredir o meio ambiente, buscou-se analisar a variação cromática da madeira
de Brosimum rubescens (pau-rainha) a partir de metodologias de natureza aplicada,
abordagem qualitativa, de objetivo descritivo, com levantamentos bibliográficos e de pesquisa
de campo e avaliação indutiva, obtendo como resultado uma paleta cromática que pode ser
aplicada em projetos de identidade visual dos mais variados segmentos.
Palavras Chave: Identidade Visual; Cores; Madeira.
Abstract
Noticing the several areas’ constant search on how to use Amazonian natural resources
without attacking the environment, it was sought to analyze the chromatic variation of
Brosimum rubescens’ (pau-rainha) wood based on methodologies of applied nature,
qualitative approach, descriptive purpose, with bibliographic and field research survey and
inductive reasoning, obtaining as result a chromatic palette which can be employed in visual
identity projects of the most varied segments.
Key Words: Visual Identity; Colors; Wood.
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1. Introdução
Em um âmbito global, os recursos naturais estão se tornando cada vez mais escassos
devido, principalmente, a extensa industrialização e a modernização das cidades. No Brasil,
percebe-se amplamente essa escassez na região litorânea do país, onde a Mata Atlântica ocupa
cada vez menos espaço em detrimento das grandes metrópoles costeiras. Na Amazônia Legal,
de 1988 a 2016, já foram desmatados mais de 420 mil quilômetros quadrados, segundo dados
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Dessa forma, a busca por maneiras de
aproveitar os recursos naturais sem prejudicá-los tem sido constante.
A madeira ocupa um papel importante para os povos amazônicos, que a utilizam na
construção de meios de transporte, moradias, confecção de utensílios, conferindo à mesma um
valor cultural no cotidiano do homem local. Segundo Camargos e Gonçalez apud Autran
(2006), as características visuais são o primeiro quesito de escolha de uma madeira, o que
resulta em utilização em larga escala de espécies mais comuns em detrimento de outras pouco
conhecidas, mas com características semelhantes. Tais aspectos, como cor e textura,
proporcionam ao design ampla inspiração para desenvolvimento de projetos de identidade
visual.
O intuito do presente trabalho é estudar a coloração da madeira de Brosimum rubescens,
de modo a utilizar esse recurso natural de maneira ecológica, visto que apenas seus atributos
visuais serão aproveitados.
2. Identidade Visual
De acordo com Peón (2009), a identidade visual é responsável por singularizar
visualmente determinado objeto, tornando-o diferente dos demais por seus elementos visuais.
O objeto pode ser pouco notado, sendo considerado fraco, ou memorável, sendo considerado
forte. Ou seja, para que uma empresa destaque-se ante os seus concorrentes, é mister que ela
seja construída de maneira a garantir a sua pregnância na mente do cliente.
Para o desenvolvimento de uma identidade visual, utilizam-se alguns elementos que são
primordiais para seu melhor entendimento: símbolos, logotipo e cores.
2.1 Símbolos
O símbolo em uma identidade visual possui um papel extremamente importante, uma
vez que possui grande capacidade de síntese (PEÓN, 2009). No caso de uma marca forte, seu
símbolo é observado pelo consumidor e é rapidamente associado à marca, o que denominou-
se anteriormente como pregnância. Para que ocorra esse reconhecimento da forma mais
imediata possível, é necessário que a maneira como o símbolo é desenhado seja limpa, sem
falhas ou deformações.
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Segundo Peón (2009), os símbolos são classificados em quatro categorias: tipográfico,
quando é desenhado a partir de letras; figurativo, um ícone que expressa exatamente o que é;
ideograma, que representa uma ideia de algo; e abstrato, que não possui representação
figurativa.
2.2 Logotipo
Logotipo é o elemento da identidade visual composto especificamente por letras. Dessa
forma, é imprescindível que a tipografia com a qual o logotipo é escrito seja legível, caso
contrário ele deixa de ser um logotipo e assemelha-se a um símbolo (PEÓN, 2009). Assim
como os símbolos, Peón também classifica os logotipos, a partir da forma como fazem uso
das famílias de caracteres: família existente, quando usa-se uma tipografia já conhecida sem
modificá-la; família modificada, quando alguns caracteres são alterados para dar maior
singularidade; tipos especiais, que foram desenhados especialmente para o uso em
determinada identidade visual.
3. Cores
As cores em uma identidade visual configuram um elemento altamente importante, visto
que elas possuem alto grau de pregnância (PEÓN, 2009). A autora supracitada recomenda que
a identidade visual possua, no máximo, três cores e justifica dizendo que os custos para ter
mais cores não se faz necessário, uma vez que talvez não influa de forma positiva. É
importante citar também que as cores são sempre usadas nos mesmos tons indicados no
sistema de identidade visual, pois, caso não sejam, pode afetar a pregnância. A cor é um
fenômeno físico que carrega consigo uma gama de significados importantes para a
comunicação.
3.1 Aspectos Físicos da Cor
Para compreender a cor como fenômeno físico, é necessário entender, primeiramente, que
o elemento determinante para o aparecimento da cor é a luz (PEDROSA, 2009). Quando a luz
incide sobre determinado objeto, suas moléculas vibram, absorvendo e refletindo a
luminosidade. Aquilo que é absorvido pelo objeto não é visível em olho humano, mas aquilo
que é refletido por ele é o que chega até o olhar, fazendo-se visível ao homem. Sendo assim,
compreende-se que os corpos, na verdade, não possuem cor alguma, como cita Pedrosa
(2009), mas têm capacidade de absorver, refratar ou refletir os raios luminosos incidentes
sobre eles.
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3.2 Psicologia das Cores
Conhece-se muito mais sentimentos do que cores. Dessa forma, cada cor pode produzir
muitos efeitos, frequentemente contraditórios. Cada cor atua de modo diferente, dependendo
da ocasião (HELLER, 2013). É necessário saber utilizar o aspecto psicológico das cores em
benefício da empresa, gerando impressões psicológicas adequadas na comunicação visual.
Na psicologia, são citadas 13 cores: vermelho, amarelo, azul, verde, laranja, violeta, rosa,
cinza, marrom, preto, branco, ouro e prata, que são independentes e insubstituíveis. As
impressões causadas por cada cor são mutáveis e o contexto ao qual ela está inserida é um
fator determinante na percepção psicológica.
As cores podem agradar ou desagradar o observador. Na pesquisa feita com duas mil
pessoas para o livro A Psicologia das Cores, de Eva Heller, para 17% das mulheres e 22%
homens, o marrom é a cor que mais desagrada. No entanto, o contexto é o critério que irá
revelar se uma cor será percebida como agradável e correta ou errada e destituída de bom
gosto (HELLER, 2013). Dessa forma, mesmo o marrom presente nas madeiras possui a
capacidade de produzir efeitos positivos no receptor da mensagem. Tendo isso em vista, o
marrom se destaca em alguns segmentos do design, como moda e interiores.
Na decoração de moradias, o marrom é avaliado positivamente. A sua naturalidade,
a sua falta de artificialidade faz do marrom a cor do aconchegante. Semelhante a ele
é também o acorde do sentimento de estar em segurança. Marrom é a cor dos
materiais rústicos, como a madeira, o couro e o algodão. Espaços com móveis
marrons, tapetes marrons, revestimentos de madeira nas paredes e no chão dão uma
impressão de espaço reduzido; e é exatamente essa limitação que transmite uma
sensação de segurança. E o marrom gera um clima espacial ideal – é uma cor cálida,
sem ser quente. O marrom atua de modo especialmente agradável quando
combinado com cores alegres, como o laranja e o amarelo. (HELLER, 2013)
Mesmo que a reação à cor seja algo instintivo, não se pode negar as experiências que o
homem vai acumulando em sua memória no decorrer de sua vida que o define e o faz agir de
determinadas maneiras (FREITAS, 2007). Posto isso, a experiência mais elementar que temos
do marrom é a madeira.
O marrom é uma cor clássica. Fica harmonioso com o azul-marinho, o bege, o marfim, o
laranja, o amarelo e o vermelho. Para o presente trabalho, focar-se-á nesses dois últimos.
Homens e mulheres gostam igualmente do vermelho: uma porcentagem de 12%, tanto de
um gênero quanto do outro, citou o vermelho como cor preferida (HELLER, 2013). Por ser a
cor do sangue, o vermelho também é a cor da vida. Ademais, o vermelho é a cor simbólica da
paixão e da alegria em viver, isso porque ela é uma cor ativa. Esse dinamismo característico
da cor vermelha é bastante utilizado na comunicação visual, por exemplo, ele é a cor oficial
dos carros de corrida da Ferrari e dos produtos da Coca-Cola, que evoca em suas propagandas
e slogans, como "Abra a felicidade", usado em 2009, a ideia de felicidade.
O amarelo é a cor predileta de 6% dos homens e das mulheres. As pessoas mais velhas
apreciam mais o amarelo do que os jovens (HELLER, 2013). O amarelo é a cor da
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maturidade, da inteligência e do otimismo. No entanto, para que o amarelo atue tão
alegremente, ele precisa sempre da companhia do vermelho e do laranja (HELLER, 2013).
Agora que já se sabe as sensações psicológicas causadas por nossas cores em foco, pode-
se falar sobre a colorimetria da madeira de pau-rainha.
4. Madeira
A madeira é um sistema biológico complexo, apresentando-se como um material
altamente variável, tanto em sua estrutura anatômica como em sua composição química
(MOREIRA, 1999). Para o presente trabalho, é necessário possuir conhecimento sobre a
anatomia básica da madeira, principalmente os conceitos de alburno e cerne.
Segundo Moreira (1999), o interior de um tronco é uma massa heterogênea, composto por
alburno e cerne, além do cambium, que é a camada presente entre a casca da árvore e seu
centro.
Figura 1: Anatomia da madeira (Constru-Básico, 2015)
Segundo Bom (2011), o alburno está situado entre o cambium e o cerne e é, geralmente,
de coloração mais clara que o cerne devido à atividade fisiológica. O cerne, diferentemente do
anterior, tem sua coloração normalmente mais escura, visto que apenas as camadas mais
periférias são fisiologicamente ativas.
A madeira estudada para o presente trabalho é Brosimum rubescens, uma árvore
amazônica de médio porte, com fuste retilíneo e cilíndrico com diâmetro superior a 90
centímetros, segundo a Coordenação de Pesquisa em Produtos Florestais (CPPF) do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
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4.1 Colorimetria
A cor é uma importante propriedade na madeira e no produto final, mas é difícil de ser
quantificada. Pode variar dentro da espécie, entre regiões da mesma árvore, influenciada por
solo, ataques de organismos xilófagos, fungos, umidade, exposição ao sol (MÖLLEKEN,
2013). Ou seja, a cor da madeira pode ser alterada por diversos fatores. Essa instabilidade está
relacionada diretamente aos elementos anatômicos constituintes da madeira que exercem
grande influência na formação da cor, segundo Cristine da Silva Autran e Joaquim Carlos
Gonçalez apud Camargos e Gonçalez (2001).
De acordo com Cristine da Silva Autran e Joaquim Carlos Gonçalez apud Panshin e
Zeeuw (1970), a coloração da madeira, em especial do cerne, é um caractere importante na
sua identificação. A coloração é oriunda da presença de extrativos nas paredes celulares, tais
como taninos, resinas e óleos depositados sobretudo no cerne. Conforme Cristine da Silva
Autran e Joaquim Carlos Gonçalez apud Burger e Ritcher (1991), algumas dessas substâncias
são tóxicas para insetos e fungos, o que confere à madeira uma coloração escura e maior
durabilidade.
A Brosimum rubescens é uma madeira pesada (0,89 g/cm3); cerne vermelho-
brilhante às vezes com tanalidade amarelo-claro, apresentando veios castanho-
escuro, aspecto fibroso com figuras tangenciais em faixas longitudinais e forma em
de "V", causada pelas camadas de crescimento; alburno creme; grã direita a revessa;
textura média. (SILVA, 2002)
Na pesquisa feita por Cristine da Silva Autran e Joaquim Carlos Gonçalez no Laboratório
de Produtos Florestais (LPF) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA) e na Universidade de Brasília (UnB), foram utilizados nas
medições os parâmetros colorimétricos L* (luminosidade), a* (coordenada do eixo vermelho-
verde), b* (coordenada do eixo azul-amarelo), C (saturação) e h* (ângulo de tinta),
permitindo a caracterização da maneira de forma quantitativa e qualitativa. Levando, assim,
ao Sistema CIELAB 1976.
5. Sistema CIELAB
O modelo de cores CIE (Commission Internationale de l’Éclairage, em português
Comissão Internacional de Iluminação) foi desenvolvido para ser completamente
independente de qualquer dispositivo ou outros meios de emissão ou reprodução e baseia-se,
tanto quanto possível, sobre a forma como os seres humanos percebem a cor. (MÖLLEKEN,
2013).
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Em 1976, a CIE adotou o sistema CIE-L*a*b*, que fornece um espaço mais uniforme da
distribuição das cores, baseado em três elementos: luminosidade ou claridade; tonalidade ou
matiz e saturação ou cromaticidade. (MÖLLEKEN, 2013).
A tonalidade corresponde ao comprimento de onda da cor dominante, isto é, da cor
observada: as diferentes sensações que a cor produz no olho humano dependem de
seu comprimento que, por sua vez, é determinado pela energia vibratória do
elemento radiante.
Saturação: diz respeito à pureza, isto é, ao quanto a cor é diluída pela luz branca. A
pureza de uma luz colorida é a proporção entre a luz pura da cor dominante e a luz
branca necessária para produzir a sensação. Por exemplo: é por meio da saturação
que o rosa é diferenciado do vermelho. (AUTRAN e GONÇALEZ, 2006)
A luminosidade é expressa pela variável L*, que assume a variável 0 para o preto absoluto
e 100 para o branco total. É expressada graficamente por uma reta vertical perpendicular ao
centro de um círculo (AUTRAN e GONÇALEZ, 2006). A variável a* representa as cores
opostas verde (-a*) e vermelho (+a*), enquanto que a variável b* mostra as matizes azul (-b*)
e amarelo (+b*).
Figura 2: Representação gráfica do Sistema CIELAB (Konica Minolta – Sensing Americas, ano desconhecido)
Na pesquisa feita por Cristine da Silva Autran e Joaquim Carlos Gonçalez, forma
obtidos os seguintes valores:
Tabela 1 – Classificação de Brosimum rubescens de acordo com o Sistema CIELAB
Espécie L* a* b* C h*
Brosimum rubescens 42,39 22,02 15,56 26,99 35,10
De acordo com a Tabela 1, observa-se que a madeira de muirapiranga caracteriza-se
pela coloração vermelha, que é definida pelo alto valor do parâmetro a*
(pigmentação vermelha). Sua luminosidade (L* = 42,39) está entre as das madeiras
mais escuras, como é o caso do ipê (39,00) e do mogno (55,48). A predominância do
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pigmento vermelho a* (22,02) é a característica marcante da espécie; no entanto o
pigmento amarelo dado pela coordenada b* (15,56) exerce uma forte influência na
caracterização da cor dessa madeira, explicando a sua coloração “vermelha
amarronzada”. A variável h*, que determina o ângulo de tinta da espécie, confirma a
influência do pigmento vermelho nesta madeira, colocando-a próxima ao eixo a*.
(AUTRAN e GONÇALEZ, 2006)
6. Materiais e Métodos
Segundo Prodanov & Freitas (2013) o estudo monográfico resultado de uma
investigação científica que é caracterizada por abordar um único tema, específico, a fim de
apresentar uma contribuição importante, original e pessoal à ciência, por isso, é necessário o
uso de metodologia científica para sua realização. O método científico é importante, pois
instrui com regras básicas a maneira de se proceder com o objetivo de produzir
conhecimento dito científico. As normas técnicas do documento também são parte da
metodologia científica e são regidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Visando a melhor estruturação do presente trabalho, os métodos científicos utilizados
serão divididos em tópicos. A seguir:
• Quanto à natureza da pesquisa: aplicada
De acordo com Prodanov & Freitas (2013), esse tipo de pesquisa tem como objetivo
gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos. Ela
envolve verdades e interesses locais.
• Quanto à abordagem do problema: qualitativa
Segundo Prodanov & Freitas (2013), a interpretação dos fenômenos e a atribuição de
significados são básicas e características da pesquisa qualitativa. Para esta, não é necessário o
uso de métodos e técnicas estatísticas, o ambiente natural estudado é a fonte direta para coleta
de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. Os focos principais desse tipo de pesquisa é
o processo e seu significado.
• Quanto aos objetivos: descritiva
Esse tipo de pesquisa é um levantamento das características conhecidas, componentes
do processo, sendo feita por meio de levantamentos ou observações sistemáticas do processo
(SANTOS, 2007).
• Quanto às fontes de dados: bibliografia e pesquisa de campo
Segundo Prodanov & Freitas (2013), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir
de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas, publicações em
periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material
cartográfico, internet. Esse tipo de fonte de informação coloca o pesquisador em contato
direto com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa.
De acordo com Santos (2007), a pesquisa de campo é aquela que recolhe os dados in
natura, como são percebidos pelo pesquisador. Normalmente é feita por observação direta e
levantamento de dados.
• Quantos aos instrumentos de coleta de dados: bibliografia e observação
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A pesquisa bibliográfica é feita a partir de materiais que contenham informações já
elaboradas e publicadas por outros autores. Segundo Santos (2007), o uso total ou parcial de
livros, publicações periódicas, fitas gravadas de áudio ou vídeo, páginas de website, entre
outros, caracteriza a coleta de dados por pesquisa bibliográfica.
A observação, segundo Prodanov & Freitas (2013), consiste na observação de fatos e
fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, os sentidos são utilizados para a obtenção de
dados. Na coleta de dados são feitos os registros de variáveis que presumimos relevantes, para
analisá-los. A observação a ser utilizada será sistemática, onde será feito um plano de
observação previamente para coleta de dados relevantes, e não participativa, pois a intenção
não é a integração e influência sobre o observado.
• Quanto à avaliação de dados: método indutivo e dedutivo
O método indutivo segundo Gil (2008) parte do particular e a generalização é
posicionada como um produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares. Os dados
obtidos através de levantamento de dados e observação serão analisados por esse método,
visto que, segundo Prodanov & Freitas (2013), no raciocínio indutivo, a generalização deriva
de observações de casos da realidade concreta. As constatações particulares que são
levantadas levam à elaboração de generalizações.
7. Resultados e Conclusões
A partir da pesquisa realizada, desenvolveu-se uma paleta cromática tendo como base as
cores de alburno e cerne de Brosimum rubescens. As imagens a seguir trazem as referências
para chegar aos resultados:
Figura 2: Composição de fotos exibindo alburno (área mais clara) e cerne (área mais escura) de Brosimum
rubescens (Os autores, 2017)
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De acordo com os estudos realizados, percebeu-se que, como diz a literatura, o cerne
de Brosimum rubescens é mais escuro que seu alburno, sendo classificado como marrom
avermelhado escuro, enquanto seu alburno é classificado como marrom claro, de acordo com
o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).
A partir das fotos e das classificações existentes, utilizou-se o software Adobe
Illustrator para obter os resultado a seguir:
Figura 3: Paleta Brosimum rubescens (Os autores, 2017)
Analisando as fotos (figura 2), nota-se pouca variação entre as tonalidades obtidas, não
destoando significativamente do marrom. Portanto, baseando-se nos estudos realizados sobre
colorimetria, torna-se possível gerar matizes vermelhas e amarelas para compor a Paleta
Brosimum rubescens.
Todas as cores da paleta em questão trazem as tonalidades nos sistemas RGB, pra
aplicações digitais, e CMYK, para material impresso.
A partir desses tons, é possível desenvolver quaisquer projetos de identidade visual,
para empresas locais, nacionais ou internacionais, de quaisquer segmentos, dado que, como
verificou-se anteriormente, os matizes de marrom, amarelo e vermelho possuem atributos
psicológicos positivos que podem ser bem trabalhados no desenvolvimento de um projeto.
8. Considerações Finais
Os resultados do presente artigo foram considerados excelentes, tendo em vista que seu
objetivo inicial fora alcançado. Desta maneira, pode-se usufruir dos recursos naturais
amazônicos sem ofender a natureza, visto que apenas as características visuais da madeira
estudada foram aproveitada.
A busca pela utilização dos recursos naturais de forma ecológica tem sido constante e é
papel também do design fazer parte dessa busca, tendo em vista que a função básica do
profissional dessa área é a solução de problemas.
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