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Organização Comunitária Rural de Poção proporciona espaços de união e solidariedade entre agricultores familiares do norte de Minas.
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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano • nº 16048
Capitão Enéas
Associação Comunitária Rural de Poção: espaço de lutas e sociabilidades
Fundada em vinte e sete de fevereiro de 1989, a Associação
Comunitária Rural de Poção surgiu com o objetivo de fortalecer
coletivamente as lutas sociais e políticas dos moradores da
comunidade de Poção, localizada no município de Capitão Éneas,
norte de Minas Gerais. É um espaço coletivo onde os moradores e
moradoras buscam juntos construir uma comunidade melhor, mais
humana e social.
Como uma maneira de apresentar os trabalhos desse coletivo vamos
mostrar os projetos que a associação articulou para melhorar a
qualidade de vida da comunidade, a partir de duas mulheres, dona
Marlene Ferreira da Silva, atual presidente, e Maria do Carmo, atual
tesoureira e ex-presidente, personagens importantes para a história do
associativismo da comunidade de Poção. Essas duas mulheres são
pessoas que estão extremamente envolvidas com a vida política da sua comunidade, participam dos eventos da
ASA – intercâmbios, capacitações – e das comissões municipais. Também participam do conselho de saúde e
ação social do sindicato de trabalhadores rurais de Capitão Enéas, assim são fundamentais para compreender o
processo de atuação da associação comunitária de Poção. A
Associação tem trinta e quatro famílias associadas, dessas,
trinta já foram atendidas com tecnologias sociais da ASA.
Dona Marlene Ferreira da Silva, que participa das reuniões
do coletivo de Poção desde 1991, data em que assinou a ata
pela primeira vez, afirma que a associação de moradores
vem há tempos melhorando a qualidade de vida, tanto dos
associados, quanto dos não associados. Maria do Carmo
Lima relata que uma das principais lutas do coletivo de
Poção foi a “construção da sede, e que a caminhada
proporcionou várias melhorias para a comunidade”.
Agosto 2014
Quintal produtivo: fonte de segurança e s o b e r a n i a a l i m e n t a r
D i r e t o r a s e a s s o c i a d o s a p r e s e n t a n d o o quintal produtivo: produção agroecológica fonte de saúde
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Minas Gerais
Ao começarem a contar as histórias da associação elas
fizeram questão de falar das atividades desenvolvidas, mas
também do que foi conquistado pelo coletivo. Elas nos
apresentaram um quintal produtivo com diversas frutas,
dentre elas, manga, abacate, laranja, banana, limão, jaca,
acerola e outros, as diretoras fizeram questão de afirmar que
toda produção é feita de forma natural, sem uso de nenhum
agrotóxico. O maquinário é de uso coletivo, os associados
pagam um valor simbólico somente para manutenção dos
equipamentos, que são um trator, grade, arado, tanque de
leite e outros.
Em 1995 a associação participou de um dos primeiros projetos articulados com entidades públicas, o Projeto
Amanhã. Esse projeto visava incentivar os jovens a ficarem no campo através da implantação de uma granja
de corte para gerar renda
Infelizmente segundo Marlene, não houve sucesso em manter o funcionamento da granja e o projeto não foi
adiante. Contudo, a experiência deixou como fruto a vontade de coletivamente mudar a vida das pessoas.
Com o trabalho constante da comunidade, outros projetos foram desenvolvidos, entre eles está o Programa de
Aquisição de Alimentos-PAA, que visa promover a inclusão social e econômica no campo por meio do
fortalecimento da agricultura familiar. Os 73 moradores da comunidade de Poção e arredores que participam
do programa abastecem as escolas da região com alimentos de qualidade e sem agrotóxicos.
Várias pessoas são beneficiadas pela ação do associativismo da comunidade de Poção, segundo Marlene, “a
associação possibilitou às pessoas da comunidade a terem acesso às políticas púbicas, o que aumentou a
qualidade de vida das pessoas daqui da comunidade”, e afirma ainda que, “a força da associação vem do fato
de que possibilitamos o acesso às políticas públicas, uma vez que sozinho o pequeno produtor ia ter muitas
dificuldades”, diz Marlene.
História de resistências, de conquistas, de perdas, mas
principalmente da convicção de que coletivamente pode-
se transformar o mundo. “Vale a pena lutar, não
compensa pensar negativo, pensar positivo e lutar
sempre, lutando a gente consegue” afirma Marlene. O
passado de lutas irá proporcionar um futuro onde os
agricultores familiares serão valorizados em seus modos
e formas de vida, que proporcionam um equilíbrio e
respeito à natureza.
Realização Apoio
Espaço de troca de experiências, mas também de fortalecer sociabilidades
Momento de formação: agricultores e agricultoras trocam experiências
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