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R ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA - AJES
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR
8,5
A GESTAO NA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
BÁSICA "1º DE JUNHO" EM BRASNORTE/MT
MARIA CARMEM KNAPP
makkempa@hotmail.com
Orientador: Ilso Fernandes do Carmo.
JUÍNA /2006.
ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA - AJES
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR
A GESTAO NA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
BÁSICA "1º DE JUNHO" EM BRASNORTE/MT
MARIA CARMEM KNAPP
Orientador: Ilso Fernandes do Carmo
―Trabalho apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Especialização em Gestão Escolar‖.
JUÍNA/2006.
ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA - AJES
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE
CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
ORIENTADOR
RESUMO
Entende-se que as escolas se tornam mais participativas, conforme a
gestão assim age e promove essa participação. Os objetivos deste estudo são:
estimular a reflexão sobre a docência, Contribuir para o estudo de práticas
alternativas para a administração escolar; avaliar práticas de administração para as
instituições escolares; trazer ao conhecimento das pessoas a importância de uma
boa administração escolar; verificar a real necessidade do espírito de equipe,
quando se trata de administração escolar.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 05
1 A ADMINISTRAÇÃO E A ESCOLA ...................................................................... 08
1.1 ADMINISTRAÇÃO: CONCEITOS ....................................................................... 08
1.2 HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO MODERNA ................................................... 09
1.3 A ADMINISTRAÇÃO NA EDUCAÇÃO ................................................................ 10
2 GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA .............................................................. 13
3 ANÁLISE ................................................................................................................ 17
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................25
ANEXOS....................................................................................................................27
INTRODUÇÃO
As últimas décadas estão sendo caracterizadas por profundas
alterações no mundo dos negócios. Observam-se mudanças econômicas,
tecnológicas, administrativas, que dão ênfase à qualidade.
As empresas, cada vez mais exigentes, vêm tentando acompanhar
essas mudanças, buscando profissionais qualificados como condição fundamental
para o aumento da qualidade e da produtividade.
Nesse contexto, a educação é um dos fatores de desenvolvimento
econômico e meio de seleção e ascensão social dos indivíduos, estando sua função
intimamente ligada ao mercado de trabalho, que exige indivíduos eficientes,
economicamente produtivos e em constante aperfeiçoamento profissional.
Na administração da educação, as funções básicas de estabelecimento
de políticas e de gestão da educação, assim como a resultante organização e
funcionamento das instituições educacionais, são fatores decisivos no desempenho
e no nível de qualidade de sua prática.
Durante longo período, a administração da educação, em nível
fundamental, consistiu numa tarefa bastante rudimentar. O diretor era encarregado
de zelar pelo bom funcionamento de sua escola. Hoje, tal perspectiva está
ultrapassada.
As transformações que surgiram tanto no interior do sistema de ensino,
quanto no meio social provocaram mudanças na concepção da educação, do papel
da escola na sociedade e do papel do professor no processo de aprendizagem.
Cada vez mais se ouve falar de gestão democrática e da participação
das famílias e da sociedade no processo de tomada de decisão no ambiente
escolar.Nesse contexto, a possibilidade de um diálogo entre a escola e a sociedade
passa pela capacidade que essa tiver de interrogar as práticas ou comportamentos
de dominadores e dominados, no interior escolar e pela capacidade de professores
e gestores de ouvir o ambiente externo representado, principalmente pelos familiares
dos alunos.
O presente trabalho aborda a questão da Administração Escolar na
Escola Municipal de Educação Básica “1º de Junho”, situada na Rua Curitiba,
município de Brasnorte – MT.
O primeiro capítulo aborda a administração, seus conceitos, a história
da administração moderna e, a seguir, a administração na educação.
Quanto ao segundo capítulo, aborda-se a gestão democrática na
escola, trazendo conceitos de vários autores e o que busca a gestão democrática.
No último capítulo verifica-se a pesquisa efetuada na Escola Municipal
de Educação Básica “1º de Junho”, enfim a parte prática do estudo.
1.1 PROBLEMA
Como avaliar práticas de administração para as instituições escolares?
1.2 OBJETIVOS 1.2.1 OBJETIVO GERAL
Estimular a reflexão sobre a docência.
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Contribuir para o estudo de práticas alternativas para a administração
escolar;
Avaliar práticas de administração para as instituições escolares;
06
Trazer ao conhecimento das pessoas a importância de uma boa
administração escolar;
Verificar a real necessidade do espírito de equipe, quando se trata de
administração escolar.
1.3 JUSTIFICATIVA Historicamente, pontos de vista limitados sobre a administração escolar
têm apoiado práticas pedagógicas inconseqüentes que subestimam a complexidade
dos processos de aprendizagem. Muitos projetos de ensino falham pela frágil
articulação de seus meios e metas à compreensão dos condicionantes sócio-
pedagógicos e dos processos de ensino aprendizagem.
A administração escolar é essencial para o funcionamento de uma
escola, portanto, devido à pesquisadora estar fazendo o curso de Gestão Escolar,
decidiu-se por esse tema de muita importância.
1.4 METODOLOGIA Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, baseada em materiais como
livros e artigos científicos, revistas, com autores conceituados. Buscou-se também
sites na Internet fazendo a pesquisa eletrônica. Foi realizada também uma pesquisa
de campo, distribuindo-se questionários aos professores da Escola Municipal de
Educação Básica “1º de junho” do município de Brasnorte – MT.
07
1 A ADMINISTRAÇÃO E A ESCOLA
1.1 ADMINISTRAÇÃO: CONCEITOS A administração consiste em tomar decisões, partindo de objetivos e
utilizando recursos da instituição. De acordo com Oliveira (2002, p. 126-127),
Administração é:
―Administrar consiste em tomar decisões sobre os objetivos a serem alcançados pela organização e sobre a utilização de seus recursos. Essas decisões classificam-se em quatro tipos principais: planejamento, organização, direção e controle. Tomar decisões desse tipo é administrar‖.
Portanto, administrar é um processo de planejar, organizar, dirigir e
controlar a aplicação de recursos visando à realização de objetivos:
De acordo com Bateman (2000, p. 27):
Administração é o processo de trabalhar com pessoas e recursos para realizar objetivos organizacionais. Bons administradores fazem essas coisas eficaz e eficientemente. Ser eficaz é atingir os objetivos organizacionais. Ser eficiente é atingir os objetivos com um mínimo de perdas de recursos, isto é, fazer o melhor uso possível do dinheiro, do tempo, materiais e de pessoas. Alguns administradores falham em ambos os critérios, ou focalizam um deles em detrimento do outro. Os melhores administradores mantêm uma focalização clara tanto na eficácia quanto na eficiência.
A administração é um processo onde se trabalha com pessoas e
recurso, buscando alcançar objetivos. A eficiência é conseguir os objetivos, fazendo
a melhor utilização de todos os recursos e a eficácia é atingir esses objetivos. Deve-
se enfatizar ambos na Administração.
A administração tem dois objetivos principais: proporcionar eficiência e eficácia às empresas. A eficiência se refere aos meios: os métodos, processos, regras e regulamentos sobre como as coisas devem ser feitas na empresa, a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados. A eficácia se refere aos fins; os objetivos e resultados a serem alcançados pela empresa. Obviamente, cada empresa tem os seus próprios objetivos. (CHIAVENATO, 1989).
A administração trabalha com pessoas e recursos, realizando assim os
objetivos da empresa. A eficiência e eficácia são importantíssimas neste contexto,
portanto, um bom administrador deve procurar ficar atento às duas ordens.
1.2 HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO MODERNA
Esta análise procura demonstrar que a administração escolar ou da
educação tem seus fundamentos gerais na Teoria Geral da Administração.
Historicamente, a teoria administrativa do século XX desenvolveu-se
através de três escolas: a clássica, a psicossocial e a contemporânea.
A moderna administração surgiu no início do século passado, quando
dois engenheiros publicaram suas experiências. Um era americano, Frederick
Winslow Taylor (1856-1915), que veio a desenvolver a chamada Escola da
Administração Científica, com a preocupação de aumentar a eficiência da indústria
através da racionalização do trabalho dos operários.
Oliveira (2002, p. 114) explica:
Taylor acreditava que o dever das empresas era dar aos trabalhadores uma oportunidade justa para ganhar o máximo possível; logo, se um trabalhador dificultasse ou descuidasse de suas obrigações havia de deixá-lo tratar de sua vida em outra parte. Neste sentido Taylor era implacável. A principal contribuição de Taylor à Teoria da Administração foi a sua insistência em aplicar o método científico aos problemas de Administração, baseando-se em leis, regras e princípios claramente definidos. Mostrou também que esses princípios fundamental de Administração Científica são aplicáveis a todos os tipos de atividades humanas.
Conforme o autor, os princípios de Administração Científica de Taylor
são aplicáveis a qualquer tipo de atividade humana.
Taylor sistematizou os princípios da organização do trabalho,
estabelecendo as funções de planejamento, supervisão e execução, a idéia de
hierarquia dentro da empresa e a realização do trabalho por tarefas.
09
Afirma Oliveira (2002, p. 112):
―O fayolismo teve um primordial cuidado de definir exatamente o chefe para isolar a função direcional das atividades diversas, com as quais freqüentemente é confundida. Para o fayolismo, toda administração significa previsão, organização, mando, coordenação e fiscalização‖.
―O fayolismo é uma ―escola de chefes‖. Fayol pôs a serviço dessa
idéia sua grande experiência industrial e pode-se dizer que seu êxito constitui
principalmente em se colocar em uma doutrina o método científico‖. (OLIVEIRA,
2002, p. 112)
1.3 A ADMINISTRAÇÃO NA EDUCAÇÃO
1.3.1 PÚBLICOS DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL
Segundo Kotler e Fox (1994, p. 45), os públicos principais da instituição
educacional são: administradores, corpo docente, funcionários, voluntários,
consumidores, doadores, públicos locais, públicos ativistas, público geral e público
de mídia.
―Administradores. A administração é responsável em dirigir a instituição. Reportando ao reitor estão administradores de alto nível organizados por função, produto, mercado e/ou área geográfica. Assim, subordinando-se aos reitores estão os responsáveis por funções (como o diretor de assuntos administrativos), programas (como o diretor da faculdade de engenharia) e mercados (coordenador de exames de seleção)‖. (KOTLER, FOX, 1994, p. 44).
Segundo o autor, os administradores devem dirigir a instituição, são
diretores, reitores e outros.
Quanto ao corpo docente, Kotler e Fox afirmam que “Corpo Docente.
Consiste em profissionais habilitados – professores e outros instrutores – que
prestam os serviços educacionais da instituição a seus consumidores‖. (KOTLER,
FOX, 1994, p. 45).
Funcionários. Os funcionários não fazem parte do corpo docente da
escola, são remunerados em base salarial e incluem administração intermediária,
secretárias, seguranças, telefonistas e outros.
―Voluntários. São participantes não remunerados que trabalham na
instituição, freqüentemente em levantamento de fundos e recrutamentos”. (KOTLER,
10
FOX, 1994, p. 45). Ou seja, pessoas que querem auxiliar a instituição educacional,
sem cobrar nada.
―Consumidores. As instituições educacionais têm freqüentemente
vários grupos de consumidores e devem distingui-los de acordo com suas
importâncias relativas‖. (KOTLER, FOX, 1994, p. 46). Neste caso são os alunos ou
futuros alunos.
Doadores. São aqueles indivíduos e organizações que fazem
contribuições em dinheiro e outros ativos para a instituição. Como ex-alunos, amigos
da instituição, fundações, grandes empresas e órgãos governamentais. (KOTLER,
FOX, 1994, p. 46).
Públicos Locais. Moradores vizinhos e organizações comunitárias.
Públicos Ativistas. Grupos consumidores, ambientais, organizações
minoritárias e outros.
Público Geral. Conduzem imagem da instituição que afetam patrocínio
e apoio legislativo.
Público de Mídia. Empresas de mídia como jornais, revistas, estações
de rádio e televisão.
1.3.2 ADMINISTRAÇÃO NA EDUCAÇÃO
A administração na escola se originou, é claro, também a partir dos
princípios de Taylor, por Franklin Bobbit, que aplicou estes princípios, segundo
Falsarella:
Na educação, o primeiro trabalho surge em 1913 com Franklin Bobbit, que aplica os princípios de Taylor à administração da escola, definindo a função do diretor como ―identificador e distribuidor das tarefas inerentes à organização escolar‖. No Brasil, Querino Ribeiro, em 1938, escreve trabalho pioneiro sobre o fayolismo na administração da escola pública. (FALSARELLA, 2006, p. 1).
O autor afirma ainda que a partir de estudos sobre relações humanas,
na década de 30, Elton Mayo introduziu novas variáveis à já sistematizada teoria da
organização formal. A partir dos componentes da organização informal, como:
motivação, liderança, satisfação no trabalho e moral, passaram a surgir trabalhos na
11
educação que destacavam a necessidade da vivência de valores democráticos nas
relações internas da escola.
A partir do estudo sobre comportamentalismo (pelos anos 50) é que se
aprofundou a preocupação com a construção da “teoria da administração
educacional”, derivada de princípios gerais que pudesse ser aplicada à ação
administrativa. Há a substituição do enfoque normativo e prescritivo pelo analítico e
experimental. (FALSARELLA, 2006, p. 1)
Administração escolar: De modo geral, é a atividade que tem a função de ―buscar a realização dos fins educativos, tanto as atividades-meio quanto as atividades-fim que se desenrolam na escola — e não somente as atividades de direção‖ (MENEZES, 2006, p. 1).
A administração na escola é a atividade que busca realizar os fins
educativos, mas não somente as atividades de direção, e sim também as atividades
meio e fim.
Neste tipo de administração, a escolar, entra também o professor, que
passa a ser um elemento fundamental. Ele é homem de ciência, competência. Se a
escola for pequena ele pode, além de ensinar, também administrar.
Estão reunidas nas atividades desse professor as três grandes funções
que vão passar para a Administração. A função de administrar propriamente a
classe; a função de planejar os trabalhos e a função de orientar o ensino. Se o
professor for sumamente competente, a Administração fica sumamente
insignificante.
As instituições educacionais devem desenvolver uma abordagem organizada pra levantamento de fundos. Pequenas escolas podem ter uma pessoa diretamente responsável por esta tarefa. Esta pessoa pode ser o presidente ou o diretor de desenvolvimento. (KOTLER, FOX, 1994, p. 407).
Como já foi dito, o professor, além de acumular outras funções, pode
assumir também a arrecadação de fundos, no caso da escola ser pequena.
12
2 GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA
A escola e a educação não possuem um papel somente de educar,
mas também a necessidade da vivência de valores democráticos nas relações
internas e externas da escola. Segundo Abicalil:
―Educação escolar e conhecimento, são, pois, portadores de uma mesma substantividade. A história da educação escolar, contudo, revela seu vínculo intrínseco com a consideração dos papéis sociais, econômicos e políticos atribuídos a cada segmento da coletividade no seu contexto‖. (ABICALIL in: ZART, 2004, p. 74).
A escola, além de ensinar, deve transmitir valores democráticos,
sociais, econômicos e políticos. Afinal, quando a criança sair desta instituição, ela
terá já uma experiência de vida, baseada em democracia, em valores sociais, em
valores econômicos e também os valores políticos.
―O processo de ensino e aprendizagem são os meios com os quais os adultos organizam a atividade das crianças e é através desta realização que reproduzem, se apropriam e reelaboram entre si as necessidades surgidas historicamente, indispensáveis para solucionar e executar as diversas tarefas existentes na vida produtiva e social das pessoas‖. (ZONIN, in:. ZART, 2004, p. 57).
É através da aprendizagem com atividades que as crianças e jovens
apreendem os valores, atividades e a parte social da vida.
Cada vez mais se ouve falar de gestão democrática e da participação
das famílias e da sociedade no processo de tomada de decisão no ambiente
escolar. Uma das mais importantes e comentadas formas de gestão atual é a gestão
participativa.
Na escola democrática, a participação da comunidade é fundamental
para o sucesso da gestão e concretização dos objetivos por ela propostos. Nesse
sentido, a democracia está associada ao conceito de participação, segundo Ricci
(2001), no Procad:
―Participação para uma pedagogia crítica, é transformar a escola em espaço público em que diferentes vozes tenham possibilidade de articular seus discursos, estabelecendo um diálogo no qual as diferenças sejam respeitadas, tendo como objetivo a busca do bem coletivo‖. (RICCI, 2001, p.101).
Neste tipo de gestão da escoa, a pedagogia é crítica, a escola é um
espaço onde todos têm direito de colocar seus discursos, onde os diálogos são
respeitados, e se busca o bem coletivo.
Deve-se atentar também para o fato de a escola estar inserida em um
ambiente em constante mudança. Novas tecnologias, novas culturas, diferentes
pessoas impulsionam a mudança dentro da escola. Dessa forma, a escola tem que
estar sempre em sintonia com o ambiente externo, pronta para se adaptar aos novos
cenários.
Sob uma perspectiva emancipadora da educação, a tecnologia
contribui pouco para a emancipação dos excluídos se não for associada ao exercício
da cidadania. A escola deixará de ser “lecionadora” para ser “gestora do
conhecimento”. Pela primeira vez, a educação tem a possibilidade de ser
determinante sobre o desenvolvimento. A educação tornou-se estratégica para o
desenvolvimento. Mas, para isso, não basta “modernizá-la”, como querem alguns.
Será preciso transformá-la profundamente.
Buscar uma gestão democrática que possua cunho pedagógico e
político. De acordo com Pris (1992):
―A gestão democrática possui um duplo significado: pedagógico, porque pode levar a escola pública a ajudar na construção da cidadania, educando com responsabilidade; político, por buscar o equilíbrio entre decisões de vários segmentos, sem renunciar ao princípio da unidade de ação‖. (PRIS, 1992, p.23).
O significado pedagógico da gestão democrática faz com que se
construa a cidadania e educa com responsabilidade e o significado político
demonstra o equilíbrio entre decisões, procurando não renunciar ao princípio da
unidade de ação.
Cidadania. Trata do tema da autonomia da escola, de seu projeto
14
político-pedagógico, da questão da participação, da educação para e pela cidadania.
A partir dessa categoria pode-se discutir particularmente o significado da concepção
de escola-cidadã e de suas diferentes práticas. Educar para a cidadania ativa
tornou-se hoje projeto e programa de muitas escolas e de sistemas educacionais.
Apesar de se manifestarem em diversas realidades, as práticas de
gestão escolar podem ser percebidas como vinculadas a duas formas básicas – uma
autoritária e outra democrática. Em termos gerais, a gestão autoritária defende a
centralização de processos decisórios na figura do diretor, do professor em sala de
aula ou, ainda, de outros grupos dentro da escola.
Já em uma outra direção, a gestão democrática caracteriza-se por
entender que todos devem conhecer os princípios da gestão e interferir nos
processos que eles orientam, decidindo os rumos que a escola deverá tomar.
Observe como GADOTTI & ROMÃO (1997), pesquisadores deste tema,
estabelecem esta relação:
A escola deve formar para a cidadania e, por isso, ela deve dar o exemplo. A gestão democrática da escola é um passo importante no aprendizado da democracia. A escola tem um fim em si mesma. Ela está a serviço da comunidade. Nisso, a gestão democrática da escola está prestando um serviço também a comunidade que a mantém (GADOTTI & ROMÃO, 1997, p.35)
Qualquer proposta de gestão democrática e participativa divulga um
movimento onde as atividades são pensadas, com intenção clara e definida,
buscando resultar de decisões desenvolvidas pelo coletivo. Um ponto muito
importante deve ser considerado: uma proposta de gestão democrática acontece em
um processo de construção permanente e contínuo.
A escola do século XXI precisa ter projeto, precisa de dados, precisa
fazer sua própria inovação, planejar-se a médio e a longo prazos, fazer sua própria
reestruturação curricular, elaborar seus parâmetros curriculares, enfim, ser cidadã.
Deve-se buscar as mudanças de dentro das escolas, pois estas são
mais duradouras. As escolas possuem capacidade de inovar, registrar, sistematizar
a sua prática, a sua experiência, dependerá o seu futuro. Nesse contexto, o
educador é um mediador do conhecimento diante do aluno, que é o sujeito da sua
própria formação. Ele precisa construir conhecimento a partir do que faz. Para isso
ele também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos
sentidos para “o que fazer” dos seus alunos.
15
A escola está desafiada a mudar a lógica da construção do
conhecimento, pois a aprendizagem agora ocupa toda a vida do aluno. E porque o
aluno e o professor passam uma boa parte de seu tempo de vida na escola, eles
devem ser felizes nela.
16
3 ANÁLISE
Pesquisa realizada entre 25 e 30 de outubro de 2006, através de
questionário aplicado ao universo de todos os professores da “Escola Municipal de
Educação Básica “1º de junho”, situado no município de Brasnorte – MT., tendo a
intenção de conhecer, de forma mais aprofundada a gestão escolar.
Gráfico 1 - O que deveria mudar em sua escola?
55%
25%
10% 10%5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Trazer
especialização aos
professores
Promover
treinamento e
palestras
Melhorar a Infra-
estrutura
Melhorar a
qualidade dos
professores
Aumentar a
quantidade de
professores
Segundo os resultados dos questionários, observa-se que, dos
professores entrevistados, 55% afirmam necessitar de especialização, enquanto
25% querem treinamentos e palestras. Quanto à melhoria da infra-estrutura e da
qualidade dos professores, alcançou-se 10% e 5% da quantidade de professores.
Gráfico 2 - O que você acha que deveria mudar nos professores?
75%
15%
5% 5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Eles deveriam
fazer cursos
de
especialização
Deveriam dar
maior atenção
aos alunos
Preparar
melhor as
aulas
Outras
Quanto à mudanças nos professores sugeridas, verificou-se que 75%
imagina que deveriam fazer cursos de especialização, 15% que deveriam dar maior
atenção aos alunos, 5% que deveriam preparar melhor as aulas, e mais 5% deram
outras sugestões.
Gráfico 3 - A escola oferece serviços de apoio para melhor desenvolver seu
trabalho?
50% 50%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Sim
Não
No quesito sobre a escola oferecer serviços de apoio para
desenvolvimento dos trabalhos, observa-se uma discrepância, pois 50% afirmam
18
que sim e 50% que não.
Gráfico 4 - A escola permite a participação do corpo docente nas decisões relacionadas às ações pedagógicas?
90%
10%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim
Não
No quesito participação do corpo docente em decisões relacionadas às
ações pedagógicas, observa-se que 90% afirmam que existe.
Gráfico 5 – Você tem fácil acesso à Direção da Escola?
90%
10%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim
Não
Quanto ao acesso à direção, somente 90% afirmam que possuem esse
fácil acesso, enquanto 10% que não.
Gráfico 6 – Você considera importante a realização mensal de reuniões pedagógicas e administrativas?
19
100%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim
100%, ou seja, a unanimidade da escola concorda com a realização de
reuniões pedagógicas e administrativas.
Gráfico 7 – Você é convidado a participar da elaboração do planejamento anual da Escola?
70%
30%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Sim
Não
Quanto a participação em planejamento anual da escola, somente 70%
afirmam participar.
Gráfico 8 – Quando você enfrenta algum problema em sala de aula, a quem você recorre para pedir sugestões?
20
40%
30% 30%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
aos colegas
a coordenaçãopedagógica
resolvesozinho
Quanto à pedir sugestões na resolução de problemas, verifica-se que
40% solicitam ajuda aos colegas de trabalho, 30% pedem auxílio à coordenação
pedagógica e mais 30% resolvem sozinhos o problema.
21
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das análises feitas, considera-se, aqui, refletir acerca dos
objetivos que moveram o presente estudo, visando verificar o alcance através da
execução das diversas etapas desta pesquisa.
A busca dos objetivos específicos propostos levou-nos a execução de
atividades para atingir-se o objetivo geral. Buscou-se a compreensão em relação aos
objetivos: contribuir para o estudo de práticas alternativas para a administração
escolar; avaliar práticas de administração para as instituições escolares; trazer ao
conhecimento das pessoas a importância de uma boa administração escolar;
verificar a real necessidade do espírito de equipe, quando se trata de administração
escolar. Verificando a importância dessas questões para um processo educativo de
qualidade.
A gestão Democrática e Participativa de uma escola representa a
interação entre os diversos segmentos da comunidade escolar visando o melhor
aprendizado e a formação de cidadãos conscientes de seus deveres e direitos.
Certamente, não se tem aqui a pretensão de estar apresentando um
modelo pronto, perfeito, que não precise ser constantemente repensado. Em
verdade, esta parece ser a chave para qualquer instituição que prime pela
incessante busca na qualidade do ensino: repensar-se constantemente, repensar
seu comportamento, suas abordagens, as relações pessoais dos envolvidos com a
mesma.
Reiterando o exposto no referencial teórico deste estudo em relação
aos novos cenários de competência administrativa no âmbito escolar, de modo
sintético, os respondentes parecem ter corroborado, direta ou indiretamente, a
importância dos seguintes aspectos na atuação da gestão escolar:
- possuir consciência clara de sua missão;
- ter visão de futuro;
- estar ligado ao cotidiano da sala de aula;
- conhecer os alunos, professores, pais e funcionários;
- promover a comunicação aberta;
- construir equipes participativas;
- incentivar a capacitação e o desenvolvimento de todos os segmentos
envolvidos no processo educacional;
- criar um clima de confiança e receptividade;
- ser paciente, motivador, entusiasta e dinâmico;
- definir objetivos e focalizar as metas;
- ser ético e compreender as diversidades;
- apresentar flexibilidade para mudanças;
- fazer-se presente e maestrar todos os processos, salvaguardando
para que todos os pontos de vista sejam respeitados e considerados.
Frente a esse quadro, foram constatados na pesquisa, os seguintes
resultados na pesquisa através de questionários com os professores na Escola
Municipal de Ensino Básico 1º de Maio: sugere-se que o gestor precisa trazer
especialização aos professores, precisa também ampliar serviços de apoio aos
professores no desenvolvimento dos trabalhos, promover um maior acesso dos
professores à diretoria e ouvir mais os problemas destes docentes. Solicitar também
que todos participem do planejamento anual.
As habilidades e competências sugeridas como necessárias ao gestor
escolar, hoje, contemplam apenas uma pequena parcela da totalidade de funções,
se pensadas as cada vez mais novas atribuições desse cargo, uma vez que o diretor
23
deixa de ter uma atuação fixa e reduzida ao gabinete da direção. O gestor tem,
também, assim como qualquer outro segmento (professores, alunos, pais,
funcionários), que se envolver com questões que, tradicionalmente, não competiam
a ele. Isto exige o desenvolvimento constante de novas habilidades e competências.
Hoje, busca-se uma visão mais holística em relação às funções: sai a especificidade,
entra a cooperação, a participação, a pesquisa.
.
24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATEMAN, Thomas. S. SNELL, Scott. A. Administração: construindo vantagens competitivas. 1 ed. São Paulo: Makron books, 2000. CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração geral. São Paulo: McGraw Hill, 1989. FALSARELLA, Ana Maria. As origens da administração escolar. Disponível em: <http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=831. Acesso em 17 jul. 2006.
GADOTTI, M & ROMÃO, J. E. (Org). Autonomia da escola: princípios e propostas. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1997.
KOTLER, Philip; FOX, Karen F. A. Marketing estratégico para instituições
educacionais. São Paulo: Atlas, 1994.
OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Sociologia das organizações: uma análise do homem e das empresas no ambiente competitivo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
PRIS M. de L. M. Administração colegiada na escola pública. 2 ed. Campinas: Papirus, 1992.
RICCI, R. Gestão. Projeto de capacitação de dirigentes. PROCAD. Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, 2001.
TEIXEIRA, Anísio S. Que é administração escolar? Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v.36, n.84, 1961. p.84-89. Disponível em: <http://www.prossiga.br/anisioteixeira/fran/artigos/quee.html> Acesso em 25 jul 2006. ZART, Laudemir Luiz (org.). Educação e sócio-economia solidária: paradigmas de conhecimento e de sociedade. Série Sociedade Solidária. Ano I, vol. 1. Cáceres: Unemat, 2004.
26
ANEXOS
QUESTIONÁRIO 1 - O que deveria mudar em sua escola? ( ) Melhorar a Infra-estrutura ( ) Aumentar a quantidade de professores ( ) Melhorar a qualidade dos professores ( ) Promover treinamento e palestras ( ) Trazer especialização aos professores 2 - O que você acha que deveria mudar nos professores? ( ) Eles deveriam fazer cursos de especialização ( ) Deveriam dar maior atenção aos alunos ( ) Preparar melhor as aulas ( ) Outras 3 - A escola oferece serviços de apoio para melhor desenvolver seu trabalho? ( ) Sim ( ) Não
4 - A escola permite a participação do corpo docente nas decisões relacionadas às ações pedagógicas? ( ) Sim ( ) Não 5 – Você tem fácil acesso à Direção da Escola? ( ) Sim ( ) Não 6 – Você considera importante a realização mensal de reuniões pedagógicas e administrativas? ( ) Sim ( ) Não 7 – Você é convidado a participar da elaboração do planejamento anual da Escola? ( ) Sim ( ) Não 8 – Quando você enfrenta algum problema em sala de aula, a quem você recorre para pedir sugestões? ( ) aos colegas ( ) a coordenação pedagógica ( ) a direção ( ) a todos ( ) resolve sozinho
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