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Amanda Pereira RA 001200301534
8º Semestre
AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE CONFORTO
POSTURAL E SUAS RELAÇÕES COM O RISCO
OCUPACIONAL EM TRABALHADORES DE INDÚSTRIA
TÊXTIL
Bragança Paulista
2007
Amanda Pereira RA 001200301534
8º Semestre
AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE CONFORTO
POSTURAL E SUAS RELAÇÕES COM O RISCO
OCUPACIONAL EM TRABALHADORES DE INDÚSTRIA
TÊXTIL
Bragança Paulista
2007
Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, sob a orientação da Profa Dra. Rosimeire Simprini Padula, como exigência parcial para conclusão do curso de graduação.
PEREIRA, Amanda. Avaliação da Percepção de Conforto e suas Relações com o Risco Ocupacional em Trabalhadores da Indústria Têxtil. Monografia defendida e aprovada na Universidade São Francisco em 05 de Dezembro de 2007 pela banca examinadora constituída pelos professores
__________________________________ Profa Dra Rosimeire Simprini Padula
USF – orientadora
_________________________________ Profa Dra Elaine Cristina Pereira
USF – examinadora
_______________________________ Profa Patrícia Teixeira Costa
USF – examinadora
PEREIRA, Amanda; PADULA, Rosimeire Simprini. Avaliação da Percepção de Conforto e suas Relações com o Risco Ocupacional em Trabalhadores da Indústria Têxtil. 2007,34 p. Monografia – Curso de Fisioterapia da Unidade da Área de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade São Francisco, Bragança Paulista.
RESUMO
Este estudo teve como objetivo avaliar o grau de percepção de conforto postural em trabalhadores e estabelecer relações com o risco ocupacional, encontrado no ambiente de trabalho. Para isso foram avaliados 6 funcionárias de Indústria Têxtil, do sexo feminino, saudáveis e não estagiárias. Foram utilizados os seguintes materiais: ficha de identificação, protocolo de Rula, protocolo de avaliação de conforto (RPE de BORG), escala de desconforto postural, câmera fotográfica e câmera filmadora JVC (GR-DV 1800). Após responderem a ficha de identificação, escala de conforto e escala de desconforto postural, foram submetidos à avaliação do risco ocupacional, sendo realizada a filmagem das tarefas. Após isso, foi observado o ambiente ocupacional e o fluxograma da empresa. Os resultados mostraram que todas as funcionárias descreveram a tarefa realizada como “muito leve” e “leve”, sendo que após aplicação do protocolo de Rula, foi constatado que em alguns postos de trabalho, seriam necessárias algumas intervenções e em outros, é necessário mudanças imediatamente. Foi observado que não houve organização quanto à distribuição de tarefas e mobiliário e existe iluminação inadequada e risco de incêndio devido à exposição de fios elétricos no ambiente de trabalho. Os resultados mostraram que não houve percepção das funcionárias em relação ao risco ocupacional apresentado durante a jornada de trabalho e ainda que seriam necessárias intervenções ergonômicas como melhor organização de ambiente e distribuição de tarefas, adequação da iluminação e da distribuição dos fios elétricos para prevenção de acidentes.
PALAVRAS CHAVE: PERCEPÇÃO DE COMFORT, POSTURA, INDÚSTRIA TÊXTIL, ERGONOMIA
ABSTRACT Evaluation of the perception of comfort and its relations with the Occupational Risk Workers in Textil Industry.
This study aimed to assess the degree of perception of comfort in postural workers and establish relations with the occupational risk, found in the work environment. For that were evaluated 6 officials of Textile Industry, female, healthy, professional. They were used the following materials: identification sheet, protocol of RULA, protocol for assessing comfort (RPE of BORG), scale of postural discomfort, camera and camera JVC Camcorders (GR-DV 1800). After answering the identification sheet, scale of comfort and discomfort scale of postural were subjected to the evaluation of occupational risk, and achieving the filming of tasks. After it has been observed the environment and occupational flow of the company. The results show that all the officials described the task performed as "very light" and "mild", and that after implementation of the memorandum of Rula was found that in some jobs will be needed some assistance and others, it is necessary to change immediately. It was observed that there is no organization on the distribution of tasks and furniture, lighting is inadequate and risk of fire due to exposure to electrical wires on the desktop. The results showed that there was no perception of employees in relation to occupational risk presented during the day at work and still, it would be necessary ergonomic interventions as better organization of environment and distribution of tasks, adequacy of lighting and distribution of electrical wires to prevent accidents. It follows that the activities have risks of developing muscle injury yet the workers do not realize those conditions. KEYWORDS: PERCEPTION OF COMFORT, POSTURE, INDUSTRY TEXTILE ERGONOMIC.
DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha orientadora Rosimeire Simprini Padula, pela
dedicação, incentivo e compreensão durante toda a realização deste trabalho, aos meus pais, á minha amiga Priscila que me apoiou e incentivou durante todo curso e durante a realização deste.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primariamente a Deus por ter me dado força para superar as dificuldades. Agradeço a meus pais Sebastião e Mercedes que sonharam junto comigo e tornaram meu sonho realidade. À empresa, por ter permitido a realização deste trabalho, as funcionárias pela compreensão e colaboração e à minha orientadora Rosimeire.
Amanda Pereira
“Somente aqueles que acreditam na verdade dos sonhos é que chegam à vitória” (Walter Hugo de Almeida)
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS....................................................................................10
LISTA DE TABELAS ..................................................................................11
1- INTRODUÇÃO..........................................................................................4
2-OBJETIVO...............................................................................................11
3- MÉTODO..................................................................................................12
3.1- Sujeitos...................................................................................................12
3.2- Materiais e equipamentos...................................................................... 12
3.3- Procedimentos........................................................................................12
3.4- Análise dos Dados..................................................................................13
4- RESULTADOS.........................................................................................14
5- DISCUSSÃO.............................................................................................21
6- CONCLUSÃO..........................................................................................24
7- CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................25
8- REFERÊNCIABIBLIOGRAFICAS.........................................................26
ANEXOS.......................................................................................................27
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1...................................................................................................10
FIGURA 2...................................................................................................15
FIGURA 3...................................................................................................16
FIGURA 4...................................................................................................16
FIGURA 5...................................................................................................17
FIGURA 6...................................................................................................17
FIGURA 7...................................................................................................18
FIGURA 8...................................................................................................18
FIGURA 9...................................................................................................19
FIGURA 10.................................................................................................19
FIGURA 11.................................................................................................20
FIGURA 12.................................................................................................23
LISTA DE TABELA
Tabela 1 .........................................................................................................20
1. INTRODUÇÃO
A Indústria do Vestuário tem como marco o início da Indústria Têxtil no Brasil,
onde as primeiras fábricas, ainda rudimentares, surgiram após a Independência. Por ser um
setor onde a presença do capital estrangeiro é pequena, possui muitas limitações e
dificuldades de produção devido à atrasos tecnológicos, maquinário obsoleto, desigualdade
salarial entre os sexos e a ameaça constante do desemprego (BARRETO, 2000).
Nos países periféricos, entre os quais o Brasil se encontra, a situação é mais
dramática, pois nestas indústrias, predominam a precarização do trabalho, explícito em
desigualdades entre os sexos, baixos salários, pouca qualificação profissional,
subcontratação da força de trabalho, perda de direitos, aumento do trabalho sem carteira
assinada, transferência e terceirização dos riscos para outras regiões do país ou para as
empresas de pequeno porte. Caracterizam-se também por absorver um grande contingente
de mulheres, onde predominam ‘verdadeiros guetos rosas’. Nestes guetos, as mulheres
desempenham tarefas consideradas ‘pouco qualificadas’, o que justificaria os baixos
salários (BARRETO, 2000).
As atividades de trabalho que exigem uma alta demanda ao trabalhador, seja em
função da sobrecarga de atividades, que envolve repetitividade e esforço excessivo, seja em
função dos riscos gerados por diferentes fatores inerentes à condição de trabalho. Fatores de
risco podem ser definidos como toda e qualquer possibilidade de que algum elemento ou
circunstância existente num dado processo e ambiente de trabalho possa causar dano à
saúde, seja através de acidentes, doenças ou do sofrimento dos trabalhadores, ou ainda
através da poluição ambiental (PORTO, 2000).
Pode ser considerada também como a modificação do processo saúde/doença,
através das características da organização dos trabalhadores e do perfil tecnológico nos
processo de trabalho (BRITO 1991 apud LAURELL, 1988).
A carga de trabalho relaciona-se a um conjunto de fatores interatuantes que são
experimentados pelos trabalhadores no seu processo de trabalho direto, fruto da
organização do trabalho e da tecnologia (BRITO apud LAURELL, 1988).
O risco pode estar presente em forma de substâncias químicas, agentes físicos e
mecânicos, agentes biológicos, inadequação ergonômica dos postos de trabalho ou ainda
em função das características da organização do trabalho e das práticas de gerenciamento
das empresas como organizações autoritárias que impedem a participação dos
trabalhadores, tarefas monótonas e repetitivas ou ainda a discriminação nos locais de
trabalho em função do gênero ou raça (PORTO, 2000).
Os riscos podem afetar não somente o corpo físico do trabalhador, mas o
psicológico e as relações familiares, porém as organizações e ambientes de trabalho podem
ser mais saudáveis quando incorporam as necessidades dos trabalhadores enquanto pessoas
e cidadãos (PORTO, 2000).
Assim, é importante definir qual o nível de intensidade na qual um indivíduo prefere
trabalhar e a que nível deve adaptar-se para realizar o seu trabalho diário. Se o nível de
adaptação diária estiver perto demais de uma intensidade máxima, a pessoa ficará
estressada e o custo energético do trabalho será demasiadamente grande (BORG, 2000).
Um dos fatores de risco considerados primários e que apresentam relação direta
com as atividades realizadas é o risco biomecânico gerado pela má postura. A postura é a
atitude assumida pelo corpo, quer com apoio, durante a inatividade muscular, quer por meio
de ação coordenada de muitos músculos trabalhando para manter estabilidade, ou para
formar uma base essencial, que está sendo constantemente adaptada ao movimento que se
superpõe à ela (GARDINER,1995).
Segundo KISNER (2005), postura é uma posição ou atitude do corpo, o arranjo
relativo das partes do corpo para uma atividade específica ou uma maneira característica de
alguém sustentar seu corpo.
As estruturas inertes que suportam o corpo são ligamentos, fáscias, ossos e
articulações, enquanto que os músculos e suas inserções tendíneas são as estruturas
dinâmicas que mantêm o corpo em uma postura ou o movem de uma postura para outra. A
gravidade sobrecarrega as estruturas responsáveis por manter o corpo numa postura ereta.
Normalmente, a linha de gravidade passa através das curvaturas fisiológicas da coluna
vertebral e elas são equilibradas. Se o peso em uma região desloca-se para longe da linha da
gravidade, o restante da coluna compensa para recuperar o equilíbrio (KISNER, 2005).
A intensidade e a distribuição do trabalho muscular necessário tanto para posturas
estáticas como para posturas dinâmicas varia consideravelmente com o padrão da postura e
as características do indivíduo que a assume. Os grupos de músculos mais freqüentemente
empregados são os usados para manter a posição ereta do corpo, trabalhando para
contrabalançar os efeitos da gravidade. Em conseqüência disso, são conhecidos como
músculos antigravitacionais e sua ação com relação às articulações geralmente é de
extensão (GARDINER,1995).
KENDALL (1995) relata que a boa postura é um bom hábito que contribui para o
bem estar do indivíduo. A estrutura e função do corpo proporcionam todas as
potencialidades para obter e manter a boa postura. GARDINER (1995) diz que a postura é
boa quando cumpre a finalidade para a qual é usada com eficiência máxima e esforço
mínimo. Como as características físicas de duas pessoas nunca são idênticas, o padrão
exato de boa postura tem que variar para cada indivíduo.
Se a falha postural fosse meramente um problema estético, as questões sobre ela
seriam limitadas a problemas sobre a aparência. Mas os defeitos posturais que persistem
podem dar origem a desconforto, dor ou incapacidade. A amplitude de efeitos desde o
desconforto até o problema incapacitante relaciona-se com a gravidade e persistência dos
defeitos (KENDALL, 1995).
A emoção e a atitude mental têm um efeito profundo sobre o sistema nervoso como
um todo e isso se reflete na postura do indivíduo. Alegria, felicidade e confiança são
estimulantes e refletem-se em uma postura alerta na quais predominam posições de
extensão. Inversamente, infelicidade, conflito e sentimento de inferioridade têm efeito
exatamente oposto e resultam em posturas nas quais são visíveis as posições de flexão
(GARDINER, 1995).
As causas da má postura são freqüentemente bastante obscuras e, mesmo quando
conhecidas, são difíceis de erradicar. Os fatores que mais freqüentemente contribuem para
o estabelecimento de um padrão deficiente de postura são a atitudes mentais do individuo e
más condições de higiene e principalmente as condições de mobiliário e atividades
ocupacionais (GARDINER, 1995).
Uma noção errada a respeito do que constitui uma boa postura também pode
contribuir para o estabelecimento de um padrão ineficiente através de esforço voluntário
repetido (GARDINER, 1995).
Manter o bom alinhamento do corpo na posição sentada pode reduzir ou prevenir
dor associada com problemas relacionados à postura. Geralmente, as pessoas são alertadas
para que se sentem com os pés planos sobre o solo ou com os pés cruzados e para evitar
que cruzem os joelhos (KENDALL, 1995).
As vantagens da postura sentada, segundo GRANDJEAN (1998) são o alívio das
pernas, a possibilidade de evitar posições forçadas do corpo, o consumo de energia
reduzida e o alívio de circulação sanguínea. À estas vantagens opõem-se obviamente
algumas desvantagens como a postura sentada prolongada que levaria à flacidez dos
músculos abdominais e ao desenvolvimento da cifose. O sentar-se curvado para frente
deve, além disso, ser desfavorável para os órgãos internos, em especial os órgãos da
digestão e da respiração (GRANDJEN, 1998).
O ser humano se caracteriza pela postura vertical, contudo, ao longo da jornada de
trabalho, adota diferentes posturas, que, muitas vezes, são mantidas durante longos
períodos (AGUIAR, 1996).
Os constrangimentos posturais e os desconfortos corporais gerados pelo trabalho
são situações que podem atingir qualquer indivíduo que segue um padrão de trabalho onde
as atividades e tarefas são mal realizadas em virtude da má adaptação do ambiente e da
rotina de trabalho às capacidades e características individuais de cada trabalhador
(AGUIAR, 1996).
Os desconfortos corporais são caracterizados por dor ou perda de conforto
decorrente de diversos fatores, entre eles: trauma, sobrecarga mecânica e condições
patológicas (LÉO, 1998).
A sensibilidade dos vários canais de percepção – os órgãos sensoriais – varia
enormemente. A teoria de detecção de sinais se preocupa com o que constitui a força do
sinal, sendo que, a força absoluta exigida para um sinal depende da quantidade presente de
“ruído”. Há, freqüentemente, uma discrepância entre o que realmente ocorre e o que é
percebido (PALMER, 1976).
O termo “percepção” se refere à captação, por parte do operador, das informações
sobre o serviço, tanto diretamente da área de trabalho, como dos medidores, sinais auditivos
e outros mostradores. Mesmo quando as condições físicas não são suficientemente adversas
para constituir perigo para a saúde, os acidentes poderão surgir (PALMER, 1976).
A percepção de conforto é a influência particular de cada sujeito, de acordo com a
forma que o trabalho é realizado, gerando sensações de prazer ou sofrimento. O prazer é
definido como a valorização e reconhecimento no trabalho e o sofrimento, como fator de
desgaste, sensação de cansaço, desânimo e descontentamento em relação ao trabalho
(FERRREIRA e MENDES, 2001).
BORG (2000) relata que a percepção desempenha um papel fundamental em nosso
comportamento e em como nos adaptamos à uma situação, sendo que é definida a partir da
experiência subjetiva do indivíduo.
Os trabalhadores que sentem desgaste são submetidos à atividades cansativas,
desagradáveis, repetitivas, com mais sobrecarga, gerando frustrações. Assim, a percepção
de sofrimento se relaciona às condições externas das situações de trabalho impostas aos
funcionários, expressas nos modos de organização do trabalho em termos das
características de atividade (FERREIRA e MENDES, 2001).
Durante ou logo após um exercício físico intenso, a fadiga e o esforço percebido são
muito semelhantes, porém existem algumas diferenças importantes entre os dois conceitos.
Fadiga pode ser descrita como um estado de “sonolência” ou um alto nível de cansaço ou
exaustão, ocorrendo diminuição da capacidade de desempenho do indivíduo. É definida
então, em termos fisiológicos ou em relação a diminuições no desempenho, e não em
termos perceptivos (BORG, 2000).
A percepção de esforço (e de empenho) em intensidades muito altas está também
conectada à redução da capacidade de trabalho, mas em intensidades baixas ou moderadas,
essa percepção pode estar relacionada a um estado de ativação (vigília) que exerce um
efeito positivo no desempenho. Assim, podemos dizer que o esforço e a fadiga são estados
que têm aspectos tanto fisiológicos quanto psicológicos (BORG, 2000).
O conceito de intensidade do exercício também está relacionado à fadiga e ao
esforço e pode receber significado físico, baseado no estímulo e definido por mensurações
como força, trabalho, energia, freqüência cardíaca (FC) ou ainda conforme a percepção do
indivíduo, que proporciona diretamente uma medida individualizada da intensidade do
exercício (BORG, 2000).
A percepção de esforço pode ser considerada também como configuração das
sensações: tensão, dores, fadiga dos músculos superficiais e do sistema pulmonar e alguns
outros índices sensitivos. Ao realizar uma tarefa muscular intensa, recebemos sensações
dos músculos e das articulações, de receptores somatossensitivos, dos sistemas
cardiovascular e respiratório e de outros órgãos do corpo. A situação especial em que o
trabalho é realizado pode enfatizar alguns dos seus aspectos, suprimindo algumas sensações
e fazendo com que o indivíduo perceba e concentre-se em outras, podendo ser influenciada
pela motivação e pelas emoções durante o exercício (BORG, 2000).
A atividade realizada durante o trabalho é um processo permanente de regulação
que visa responder adequadamente aos objetivos das tarefas, às múltiplas determinações do
contexto de trabalho (situacionais, físicas, materiais, instrumentais, organizacionais,
sociais) e à avaliação que o sujeito faz de seu estado interno (FERREIRA e MENDES,
2001).
LINDEN e GUIMARÃES (2006) apresentaram um modelo descritivo para a
percepção de conforto e de risco. Neste modelo, a percepção de conforto e de risco com
relação aos produtos é considerada uma resposta afetiva que se dá a partir de quatro
parâmetros: características do produto (aparência, usabilidade e funcionalidade); forma
como o produto estimula a pessoa (como objeto, como agente ou como evento); referência
dominante para a pessoa (prazer ou dor) e nível de processamento em que se dá a avaliação
(visceral, comportamental ou reflexivo). Considerando este modelo, as respostas afetivas
podem ocorrer como diferentes sentimentos. Assumindo como extremos as emoções
prazerosas e as emoções desprazerosas, entre essas há um amplo espectro de sentimentos,
incluindo sentimentos de indiferença (FIGURA 1).
No modelo para a percepção de conforto e risco, as respostas afetivas decorrem das
avaliações de três fatores: aparência, conforto e risco. Cada fator pode ser avaliado em uma
escala própria. A percepção de conforto decorre da qualidade, intensidade e valência da
avaliação do conforto. Pode variar de um profundo mal-estar, decorrente de aspectos físicos
ou psicológicos a um estado de êxtase. A percepção de risco, por seu lado, pode assumir
desde uma atitude de indiferença, caracterizada pela negação do risco, à uma forte emoção
negativa, como um pavor extremo diante da exposição a um dado produto. (LINDEN e
GUIMARÃES, 2006).
Figura 1: Modelo para percepção de conforto e risco (LINDEN e GUIMARÃES,
2006).
Devido ao grande número de micro e pequenas empresas existentes no ramo de
indústria têxtil, expondo diversos trabalhadores aos riscos ocupacionais, é importante
avaliar a percepção do risco oferecido por esses trabalhadores durante a jornada de
trabalho, já que, em muitas situações, é primordial o aumento do conforto e a minimização
de risco, porém, em alguns casos, as pessoas percebem-se confortáveis mesmo
vivenciando situações em que estão expostas a riscos de acidentes.
2. OBJETIVO
Avaliar o grau de percepção de conforto postural em trabalhadores e estabelecer
relações com o risco ocupacional encontrado no ambiente de trabalho.
3. MÉTODO
3.1. Sujeitos
Esta pesquisa foi realizada na Fábrica Aparecido Cardoso Confecções, localizada na
cidade de Bragança Paulista. Foram avaliados 6 funcionárias do sexo feminino que
realizavam, durante o maior tempo de trabalho, a costura em posição sentada. Não existe
padrão de modelo de produção, são produzidos vários tipos de vestimenta, na qual os
trabalhadores relataram ser de alta dificuldade. Cada funcionário é designado a realizar a
costura de um segmento do modelo a ser confeccionado, realizando assim, a mesma
atividade durante a jornada de trabalho. Não foram incluídos no estudo mulheres gestantes.
3.2. Materiais e Equipamentos
- Questionário de identificação
- Protocolo de Rula – Software de Análise
- Protocolo de avaliação conforto – RPE (escala de percepção de esforço) de BORG
- Escala de desconforto postural
- Termo de consentimento
- Câmera fotográfica
- Câmera filmadora JVC (GR-DV 1800)
3.3 Procedimento
Para a realização deste estudo, o projeto de pesquisa foi encaminhado e aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco (USF) (AnexoI) com o
protocolo n.oFR136357. Foi realizada a seleção dos voluntários de acordo com os critérios
estabelecidos. Os voluntários foram esclarecidos a respeito dos objetivos e procedimentos
pela pesquisadora. Após concordar em participar do estudo, assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (AnexoII). As avaliações foram realizadas no início e
no final do período de trabalho. Foi realizada uma avaliação utilizando um questionário
para identificação dos sujeitos (AnexoIII), escala de desconforto(AnexoIV), Escala RPE de
BORG para percepção do conforto (BORG, 2000) (AnexoV) e o protocolo de RULA
(AnexoVI), para avaliação biomecânica dos riscos ocupacionais, em um único dia. Foi
aplicado o questionário individualmente para todos os participantes, sendo as respostas
registradas e posteriormente analisadas. Foi realizada também a análise das posturas de
trabalho e aferição da freqüência cardiaca que foram registradas nesse dia de avaliação.
3.4 Análise dos Dados
Os resultados obtidos pela utilização do protocolo de Rula, foram realizados calculando a
pontuação final com as respectivas Categorias de ação: Postura aceitável se não mantida ou
repetitiva (1 ou 2); Requer investigação adicional – medidas de controle podem ser
necessárias (3 ou 4); Requer investigação adicional – medidas de controle são necessárias
brevemente (5 ou 6); Requer investigação e medidas de controle imediatamente (7).
4. RESULTADOS
Trabalham na fábrica de confecções um total de 6 funcionários os quais foram
avaliados durante sua jornada de trabalho, sendo todos do sexo feminino.
A empresa é de pequeno porte e funciona em um galpão improvisado próximo à
casa da proprietária. As instalações elétricas são antigas e muitos fios ficam empilhados
pelo chão. As funcionárias utilizam mobiliários inadequados já que as cadeiras não
possuem nenhum tipo de regulagem ou conforto. A iluminação do local resulta em riscos
visuais já que existem lâmpadas suspensas no teto e muito próximas às funcionárias, e
focos de iluminação nas máquinas de costura, onde se apresentam muito próximos aos
olhos.
A carga horária de trabalho ultrapassa a 8 horas diárias. Elas são contratadas como
autônomas e não possuem nenhum beneficio trabalhista. A empresa costura para grandes
magazines a partir de peças previamente cortadas por eles.
As peças costuradas são camisas, casacos e blazer. No dia da avaliação, o produto
confeccionado era o blazer. A empresa possui 6 postos de trabalho sendo que 5 realizam
atividade de costura e 1 auxilia a produção.
A figura 2 descreve o fluxograma da produção desde a chegada do pedido até sua
finalização.
O fluxograma da produção é descrito da seguinte maneira: De inicio ocorre à
chegada do pedido (peças), após é realizado o registro, entregue posteriormente às
costureiras, onde ocorre a separação das peças, com prazo para finalização do produto em
15 dias. Após é finalizado com a realização do acabamento e posteriormente a passadoria,
sendo realizado, a entrega do produto para o cliente, finalizando com o pagamento. O
cliente não recebendo o produto dentro do prazo estabelecido é entregue novamente para o
seu término, dentro de um novo prazo estabelecido pelo cliente.
Figura 2: Fluxograma da Produção
A seqüência das atividades realizadas e o tempo de realização da costura são
descritos em etapas:
A funcionária 1 é responsável pela colocação do forro do blazer. Após o término de
suas peças, ajuda outra funcionária que realiza o mesmo serviço (Figura 3). Tempo de
atividade: 1’53”
Figura 3: Costura do forro.
A funcionária 2 realiza a atividade de trabalho de pregar a gola do blazer, após o
termino realiza a prega do bolso (Figura 4). Tempo de atividade: 2’20”
Figura 4: Costura da gola.
A funcionária 3 é responsável pela costura dos ombros (Figura 5). Após o término
de sua tarefa, ajuda outra funcionária a pregar a ombreira (Figura 6). Tempo de atividade:
2’46”.
Figura 5: Costura do ombro.
Figura 6: Costura da ombreira.
A funcionária 4 é responsável pela costura da parte anterior do blazer (presponto
revel). Tempo de atividade: 2’34” (Figura 7). Após o término, realiza acabamento do
ombro (Figura 8). Tempo de atividade: 20”.
Figura 7: Costura da parte anterior do blazer (presponto revel).
Figura 8: Acabamento no ombro.
A funcionária 5 é responsável pela costura do contorno do blazer. Tempo de
atividade: 3’20” (Figura 9).
Figura 9: Contorno do blazer
A funcionária 6 é responsável por passar todas as costuras do blazer (Figura 10).
Tempo de atividade: 5’ Após é responsável por riscar o revel e a gola do blazer (Figura
11). Tempo de atividade:1’8”
Figura 10: Passadoria
Figura 11: Riscar o revel e a gola
A Tabela 1 apresenta os resultados do esforço percebido (RPE) nos locais em que as
funcionárias relataram queixas álgicas e de desconforto, com os respectivos valores da
escala de classificação com os resultados do Protocolo Rula para avaliação dos risco
Músculo-esqueléticos.
Tabela 1: Avaliação do Conforto e do Risco Ocupacional Funcionaria RPE FC Região do Desconforto Valores Rula
1 (fig3) 9 71 bpm Cabeça Intensa 7
2 (fig.4) 11 74 bpm Braço Intensa 6
3 (fig.5e6) 9 64 bpm Lombar Dor suportável 5
4 (fig7e8) 9 78 bpm Nenhuma Nenhuma 4
5 (fig9) 9 67 bpm Ombro Dor suportável 6
6 (fig.10e11) 11 57 bpm Joelho Dor suportável 6
Pode ser identificado na Tabela 1 que os indivíduos percebem certo grau de
desconforto na realização do trabalho, variando de 9 a 11. As regiões do corpo em que
sentem desconforto foi diferente para cada funcionária; contudo a maior incidência foi de
membros superiores e coluna. A graduação do risco pelo método Rula (Tabela 1) mostra
que apenas uma das trabalhadoras não necessitou de medidas de controle imediatas. A
graduação das outras voluntárias mostrou que as ações foram necessárias brevemente (5 ou
6) ou realizadas controle imediatamente (7)
5. DISCUSSÃO
Com base nos dados obtidos através da pesquisa, é possível afirmar que os postos de
trabalho investigados sugerem mudanças e rearranjo ambiental para que os trabalhadores
possam desenvolver suas atividades laborais em locais que cumpram as normas
ergonômicas.
As tarefas para cada funcionária são estabelecidas apenas para o início da jornada de
trabalho, sendo que, ao finalizarem o processo estabelecido, auxiliam outras funcionárias
ou iniciam uma nova etapa para finalização do produto, prejudicando o processo
organizacional da empresa. É notável a grande pressão para o bom acabamento na
finalização do produto e para o cumprimento de prazo para entrega final.
Segundo BARRETO (2000), as condições e organizações de trabalho que se
caracterizam em pressão para produzir a , sobrecarga e a dupla jornada, o aumento de
responsabilidades no posto de trabalho, a terceirização e transferência dos riscos com
conseqüente precarização do trabalho, a violência sexual explicitada no assédio sexual
assim como o ‘assédio moral’ também conhecido como ‘mobbing’, (caracterizados como
vivências de rebaixamentos, humilhações e constrangimentos) constituem fatores de riscos
visíveis e invisíveis, que predispõem à doenças e acidentes no mundo do trabalho.
No setor de passagem, existe pequeno risco de queimaduras já que o ferro de passar
possui local específico para ser posicionado quando não utilizado, porém as funcionárias
deste setor não utilizam nenhum tipo de proteção para as mãos, como luvas. Segundo
BARRETO (2000), queimaduras são acidentes freqüentes no setor de passar,
principalmente em micro e pequenas empresas que usam o “ferro de passar” comum, cuja
posição de descanso é vertical.
Quanto à fiação elétrica, há grande exposição de fios e tomadas dispostos entre as
máquinas e grande quantidade de tecidos dispersos pela empresa. De acordo com
BARRETO (2000), existe um risco potencial de incêndio devido ao tipo de material
utilizado e retalhos espalhados pelo piso. O risco é potencializado pelas instalações
elétricas, que, muitas vezes, são mal dimensionadas, sendo mal instaladas com cruzamentos
de fios no chão e teto. As principais causas são: layout inadequado, sem local apropriado
para estoque das peças de tecidos e roupas, moldes e retalhos que se espalham entre
máquinas e outros equipamentos.
O fluxograma seguido pela empresa é muito semelhante ao proposto a seguir por
BARRETO (2000), onde se observa que as etapas realizadas para a confecção do produto
são mais simplificadas (como corte, revisamento e costura). A fase de modelagem é
inexistente na fábrica avaliada onde o tecido é recebido cortado, de acordo com o molde do
produto final a ser executado.
Figura 12: Fluxograma sugerido por BARRETO (2000).
Após verificar os dados coletados pode se observar que a percepção para o
desconforto correlacionando a FC com a escala de RPE, não apresenta grandes alterações.
Pois a pontuação da escala variou entre 9 a 11(“muito leve” e “leve”) e a FC verificada
durante a jornada de trabalho variou entre 57 a 78 bpm, resultando em “sem nenhum
esforço” e “extremamente leve” na escala de RPE. Sendo assim, a percepção de
desconforto das funcionárias avaliadas está próxima daquela apresentada através da FC.
O instrumento manual utilizado pelas costureiras é a tesoura porém, esta não possui
nenhuma característica apontada no protocolo de avaliação, mas de acordo com as
entrevistadas, este instrumento de trabalho é bom.
Com relação a uso de cadeira nos locais de trabalho, MONTEIRO e
PASCHOARELLI (2006) afirmam que uma boa cadeira oferece uma série de variáveis
relacionadas ao conforto como: altura do assento regulável, borda inferior do assento
arredondada para evitar compressão das coxas, assento estofado e com espaço para
acomodação das nádegas, apoio para as costas, espaço entre assento e encosto para
acomodar as nádegas e também ser giratória para evitar torções do tronco. De acordo com
as afirmações acima, o posto de trabalho analisado apresenta apenas apoio para as costas.
A postura dos ombros e pescoço foi considerada de risco pelo fato das costureiras
não terem um bom apoio e, do ponto de vista das trabalhadoras, foi considerada regular. As
queixas relatadas por elas principalmente em membros superiores, juntamente com a
pontuação final do Rula, mostram que a atividade apresenta posturas de risco. A postura do
cotovelo e punho foi considerada irregular, pois exige movimentos rápidos, repetitivos e
contínuos, mas, para as entrevistadas, esta postura é considerada boa. A postura da coluna é
curvada e pobremente apoiada, portanto, foi considerada de risco, mas, para as
entrevistadas, esta postura foi considerada boa. As posturas dos membros inferiores são
boas, mas ficam limitadas pela atividade.
O período do ciclo de atividade variou de acordo com o tamanho da peça a ser
costurada, ou seja, de 20 seg. a 3 seg. 20minutos. Para as entrevistadas, este ciclo está entre
o bom e o médio. De acordo com MONTEIRO e PASCHOARELLI (2006) o tempo do
ciclo não deve ser inferior a 1 ½ min., pois concentram a fadiga em poucos músculos e
provocam a alienação mental.
Através dos dados verificados, pode-se correlacionar que a escala de RPE obteve
como resultados “sem nenhum esforço” e “extremamente leve”, sendo que, através do
protocolo de Rula obtive-se como resultados pontuações entre 4 a 7, resultando em
“investigações posteriores e algumas intervenções podem ser necessárias”, “necessidade de
investigar e mudar em breve” e “necessidade de investigar e mudar imediatamente”; sendo
assim, podemos observar que nenhuma das funcionárias apresentou percepção de
desconforto, mascarando então a percepção do risco presente durante a jornada de trabalho
6. CONCLUSÃO
Os resultados mostraram que não houve percepção das funcionárias quanto ao risco
presente no ambiente de trabalho, sendo que, muitos problemas foram detectados como
falta de organização durante a jornada de trabalho onde as tarefas são mal distribuídas entre
as funcionárias, prejudicando o processo organizacional da fábrica.
Foram detectados mobiliário inadequado na fábrica, onde a cadeira não possui
nenhum tipo de regulagem ou conforto,o ambiente geral de trabalho inadequados, com
iluminação do local muito próxima das funcionárias e a instalação elétrica precária,com
grande exposição de fios e tomadas disposto entre as máquinas.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pôde-se constatar que os principais aspectos a serem melhorados na disposição da
fábrica estão relacionados à:
- Melhor organização da distribuição do mobiliário, adequando-o aos funcionários
onde o assento poderia possuir ajuste de altura (pois há grande rotatividade de funcionários
na empresa), apoio lombar para melhorar a postura e estofado com revestimento;
- Melhor distribuição das tarefas, associando-a com o fluxograma para facilitar a
produção;
- Iluminações adequadas, evitando assim o uso de focos auxiliares que resultam em
fadiga visual.
- Adequação da fiação elétrica, prevenindo assim o risco de incêndios;
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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estudo multi-casos. 1996. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/Santa Catarina.
BARRETO, M.; A indústria do vestuário e a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras;
Cadernos de Saúde do Trabalhador; Nov.; 2002.
BORG, G.; Escalas de BORG para a Dor e o Esforço percebido; ed. Manole, 2000, p 3-
10.
BRITO, J. C.; Procurando compreender os conceitos de carga, trabalho e risco
(tecnológico). Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 19, n. 72, 38-396, 1991.
FERREIRA, M. C.; MENDES, A. M.; “Só de pensar em vir trabalhar, já fico de mau
humor”: atividade de atendimento ao público e prazer-sofrimento no trabalho. Estud.
Psicol. (Natal), v.6; n.1; p93-104, 2001.
GARDINER, M. D.; Manual de terapia por exercicios. São Paulo: Livraria Santos, 1995.
316 p.
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homem. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 1998. 338 p.
KENDALL, F. P.; MCCREARY, E. K.; PROVANCE, P. G.; RIBEIRO, L. B.; Músculos:
provas e funções. 4. ed. São Paulo: Manole, 1995. 453 p.
LAURELL, A. C.; NORIEGA, M.; Processo de produção e saúde; Trabalho e desgaste
operário. São Paulo, 1988.
LINDEN, J. C. S. V.; GUIMAÃRES, L. B. M.; Modelo Descritivo para a Percepção de
Conforto e Risco; 2º ABERGO Jovem; 14º Congreso Brasileiro de Ergonomia, Curitiba,
2006.
KISNER, C.; COLBY, L. A.; Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 4. ed.
Barueri: Manole, 2005. 841 p.
LÉO, J. A. Em que os distúrbios osteomoleculares relacionados ao trabalho (DORT) se
diferenciam das lesões por esforços repetitivos (LER)? Revista Fisioterapia em
Movimento. Curitiba, out./mar. 1998, n.2, v.10, p.93-101.
MONTEIRO, C.C.F.; PASCHOARELLI, L.C.; CAMARGO, M.G.; SILVA, J.C.P.;
ALENCAR, F.; Análise do Posto de Trabalho das Costureiras da Indústria de
Confecções de Cianorte/PR: aplicando a Metodologia do Finnish Institute of
Occupational Health; 7º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design,
Paraná, 2006.
NASSER, E.T.; BOBRINHO, F.P.N.; JÚNIOR, U.B.C.; LEVY, G.C.T.; Níveis de
conforto postural em trabalhadores de uma escola especial para deficientes mentais,
2º Abergo Jovem, 2006.
PALMER, Colin. Ergonomia. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1976. 207
p.
PAVANI, R. A.; QUELHAS, O. L. G.; A Avaliação dos Riscos Ergonômicos como
Ferramenta Gerencial em Saúde Ocupacional; XIII SIMPEP, Bauru - São Paulo, Nov.
2006.
ANEXO II
TERMO DE CONSENTIMENTO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA –
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DO CONFORTO POSTURAL E SUAS
CORRELAÇÕES COM O RISCO OCUPACIONAL EM TRABALHADORES DE
INDÚSTRIA TÊXTIL
Responsáveis: Amanda Pereira
Rosimeire Simprini Padula
Eu__________________________________________________________, _______ anos,
RG_______________________________, endereço
________________________________________________________________________
Declara que é de livre e espontânea vontade que está participando como voluntário do
projeto de pesquisa supra-citado, de responsabilidade do pesquisador. O abaixo assinado
está ciente que:
i – O objetivo da pesquisa é avaliar o grau de percepção de conforto em trabalhadores e
correlacioná-la ao risco ocupacional.
ii – Durante o estudo, deverá ser entregue ao participante um questionário contendo
perguntas sobra a atividade de trabalho e como ela é percebida, avaliando assim a
percepção do conforto no trabalho. Será entregue também, um mapa de desconforto
postural onde o participante irá assinalar a área onde é percebido o desconforto e seu grau
de intensidade. Será realizada ainda, a avaliação de risco no local de trabalho onde o
participante deverá estar trajando as roupas comuns usadas durante a jornada de trabalho.
Será filmada e fotografada a posição em que é mais utilizada e depois avaliada através da
utilização de um software.
iii – Obteve todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a
participação dói referido ensaio clínico.
iv – Está livre para interromper a participação no ensaio clínico a qualquer momento, a não
ser que esta interrupção seja contra-indicada por motivo médico.
v – Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo, e a USF não
identificará o voluntário por ocasião da exposição e/ou publicação dos mesmos.
vi – Poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa para apresentar recursos ou
reclamações em relação ao ensaio clínico (fone 11 – 4034-8028).
Vii – É condição indispensável para participação no ensaio clínico que esteja em boa saúde,
e portanto, não esteja no momento sob tratamento médico ou fazendo uso de quaisquer
drogas ou medicações.
Viii – Poderá contactar o responsável pelo estudo, sempre que necessário pelo telefone 11
7199-6960 (Amanda).
Bragança Paulista, de 2006 .
Nome do voluntário
Nome do responsável pelo estudo e assinatura
ANEXO III
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
1 - Nome______________________________
2 – Sexo Masculino ( ) Feminino ( )
3- Idade_______________________
4- Quantas horas de trabalho por dia?_________________________
5- Possui algum tipo de doença ostemioarticular?_________________________
6- Já realizou algum tipo de cirurgia?____________________________________
ANEXO V
ESCALA RPE DE BORG (BORG, 2000)
6
7
Extremamente leve
8
9 Muito leve
10
11 Leve
12
13 Um pouco intenso
14
15 Intenso (pesado)
16
17 Muito intenso
18
19 Extremamente intenso
20 Máximo esforço
Considerando que:
- 6 siginifica “sem nenhum esforço” e 20 significa “máximo esforço”.
- 9 corresponde a um exercício “muito leve”
- 13 na escala está como exercício “um pouco intenso”,mas o indivíduo ainda se sente bem
para continuar.
- 17 “muito intenso” é igual a muito vigoroso, o exercício é percebido como muito puxado
e a pessoa está muito cansada.
- 19 na escala é um nível de exercício extremamente desgastante, para a maior parte das
pessoas este é o exercício mais vigoroso que o indivíduo pode ter vivenciado em toda a sua
vida.
ANEXOVI
NÍVEL DE INTERVENÇÃO PARA OS RESULTADOS DO MÉTODO RULA
Nível de Ação Pontuação Intervenção 1 1-2 A postura é aceitável se não for mantida ou repetida
por longos períodos.
2 3-4 São necessárias investigações posteriores; algumas
intervenções podem se tornar necessárias.
3 5-6 É necessário investigar e mudar em breve.
4 >/= 7 É necessário investigar e mudar imediatamente.
(PAVANI e QUELHAS, 2006)
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