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1 Vigilância clínica
Taxa de incidência de SG
■ A taxa de incidência de síndroma gripal (SG) foi de 69,5 por 100.000 habitantes.
2 Vigilância laboratorial
Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios
Caraterização do vírus da gripe
■ Na semana 5 foram predominantemente detetados em circulação os vírus da gripe dos subtipos A(H1)pdm09 e A(H3). Os vírus do tipo B foram detetados espo-radicamente e em número reduzido desde o início da época de vigilância.
3 Severidade
Internamentos por gripe em UCI Internamentos por gripe em Enfermaria
■ Foram reportados 17 casos de gripe pelas 25 Unidades de Cuidados Intensivos
que enviaram informação, tendo sido identificado o vírus Influenza A em todos
os doentes: 6 A(H1)pdm09, 1 A(H3) e 10 não subtipados.
Foram ainda reportados 3 casos de gripe por uma Enfermaria, tendo sido identi-
ficado o vírus Influenza A(H1)pdm09 em 2 e o A(H3) em 1.
4 Impacte
Mortalidade por todas as causas
■ Mortalidade com valores acima do esperado.
5 Monitorização da temperatura ambien-te, taxa de incidência de SG e mortalida-de
■ Na semana 5/2019 o valor médio da temperatura mínima do ar foi de 5,67°C, a
que correspondeu uma anomalia de +1,13 °C relativamente ao valor normal
1971-2000 para o mês de janeiro.
6 Situação internacional ■ Na semana 4/2019 a maioria dos países reportou atividade gripal baixa a mode-
rada. Co-circulação dos vírus A(H1N1)pdm09 e A(H3N2).
Boletim de Vigilância
Epidemiológica da Gripe
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
Av. Padre Cruz | 1649-016 Lisboa | Portugal
Tel.: +351 217 519 200 | Fax: +351 217 526 400
info@insa.min-saude.pt www.insa.pt
EDITOR: Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge I.P. | PERIODICIDADE: semanal | ACESSO: www.insa .p t
COLABORADORES: Direção-Geral da Saúde, Instituto dos Registos e Notariado, Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, Institut o Portu-
guês do Mar e da Atmosfera, Rede Médicos-Sentinela, Serviços de Urgência/Obstetrícia, Rede Nacional de Laboratórios para o Diagn óstico da Gripe, Rede
de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em Unidades de Cuidados Intensivos.
Departamento de Epidemiologia Unidade de Observação em Saúde e Vigi lância Epidemiológica Tel.: +351 217 526 488
Departamento de Doenças Infeciosas Laboratório Nacional de Referência da Gripe e outros Vírus Respiratórios Tel.: +351 217 526 455
ISSN: 2183-7392
Data de publicação: 07/02/2019
Atividade gripal epidémica Intensidade moderada, tendência estável
Resumo
Sumário
P O R T U G A L
Dados disponíveis à data da publicação passíveis de alterações em edições posteriores.
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Área de atividade basal
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Taxa de incidência SG (2018/2019)
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Atividade moderada
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Atividade moderada
Atividade baixa
Atividade elevada
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Tabela 1 — Número de casos, taxa de incidência de síndroma gripal e população sob observação semanal.
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Vigilância clínica
Na semana 5/2019 estimou-se uma taxa de incidência de síndroma gripal de 69,5 por cada 100.000 habitantes, indicando provável estabilização da atividade gripal.
Taxa de incidência de síndroma gripal REDE MÉDICOS-SENTINELA
Figura 1 — Evolução da taxa de incidência semanal provisória de síndroma gripal (SG).
Número de casos de síndroma gripal 43
Taxa de incidência semanal provisória 69,5/105
População sob observação 61.907
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Norte Área de atividade basalConsultas SG (2017/2018)Consultas SG (2018/2019)
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Alentejo
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Algarve
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IC97,5IC97,5
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IC90
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Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Vigilância clínica
Na semana 5/2019, o número de consultas por síndrome gripal registadas em cuidados de saúde pri-mários parece indicar uma tendência estável.
Consultas por síndroma gripal em cuidados de saúde primários
3
Figura 2— Número de consultas por síndrome gripal registadas em cuidados de saúde primários em Portugal Conti-nental e por regiões de saúde. Nota: O eixo dos yy dos gráficos têm diferentes escalas para permitir visualizar as curvas das regiões com menor número de consultas.
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Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Vigilância clínica
Na semana 5/2019, o número de consultas por síndrome gripal registadas em cuidados de saúde pri-mários parece indicar uma tendência estável em todos os grupos etários.
Consultas por síndroma gripal em cuidados de saúde primários
4
Figura 3— Número de consultas por síndrome gripal registadas em cuidados de saúde primários por grupo etário, em Portugal Continental. Nota: O eixo dos yy dos gráficos têm diferentes escalas para permitir visualizar as curvas dos grupos etários com menor número de consultas.
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
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SG negativos
SG positivos para vírus respiratórios
SG positivos para gripe
Cas
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SG(n
)
Semanas 2018/19
Negativos257; 39%
Gripe285; 43%
Outros Vírus
Respirat.123; 18%
n=665
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Vigilância laboratorial
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe
Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios
REDE MÉDICOS-SENTINELA/EuroEVA | REDE DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA/OBSTETRÍCIA
5
Figura 5 — Número e percentagem dos casos de síndroma gripal (SG) positivos para vírus da gripe e outros vírus res-piratórios detetados na época 2018/2019.
Figura 4 — Distribuição semanal de casos de síndroma gripal (SG) positivos para vírus da gripe e outros vírus respira-tórios detetados na época 2018/2019.
No âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, foram analisados no Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios, 665 amostras de casos de síndroma gri-pal (SG), das quais 285 (43%) são positivas para o vírus da gripe. Na semana 5/2019 foram analisadas 71 amostras de casos de SG, das quais 43 foram positivas para o vírus da gripe.
Desde o início da época, foram detetados outros vírus respiratórios em 18% das amostras de casos de SG: rinovírus (54), coronavírus (39), vírus parainfluenza (11), infecções mistas (9), vírus sincicial respira-tório (7), metapneumovírus humano (2) e adenovírus (1).
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
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Vírus da gripe B (Victoria)
Vírus da gripe B (Yamagata)
Vírus da gripe B
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Vírus da gripe A(H1)pdm09
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Semanas 2018/19
A(H1)pdm09111; 39%
A(H3)171; 60%
B/Yam3; 1%
n=285
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Vigilância laboratorial
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 6
Figura 6— Número e percentagem dos casos positivos para vírus da gripe detetados na época 2018/2019, por tipo/subtipo.
Figura 5 — Distribuição semanal e percentagem de casos positivos para o vírus da gripe nas épocas 2017/2018 e 2018/2019.
Na semana 5/2019 foram analisadas 71 amostras de casos de SG, das quais 43 foram positivas para o vírus da gripe: 35 do subtipo A(H3) e 8 do subtipo A(H1)pdm09.
Até à semana 5/2019 foram analisadas amostras de 665 casos de SG, das quais 285 são positivas para o vírus da gripe: 171 do subtipo A(H3), 111 do subtipo A(H1)pdm09 e 3 do tipo B (linhagem Yamagata).
Diagnóstico do vírus da gripe
REDE MÉDICOS-SENTINELA/EuroEVA | REDE DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA/OBSTETRÍCIA
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
RSV7; 6%
hRV54; 44%
PIV11; 9%
AdV1; 1%hMPV
2; 1%
hCoV39; 32%
IM9; 7%
n=123
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Outros VR
hCoV
hRV
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VR
(n
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Semanas 2018/19
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 7
Figura 8- Número e percentagem de casos positivos para outros vírus respiratórios detetados na época 2018/2019.
Figura 7 — Distribuição semanal de casos positivos para outros vírus respiratórios (VR) detetados na época 2018/2019.
Vigilância laboratorial
Diagnóstico de outros vírus respiratórios
REDE MÉDICOS-SENTINELA/EuroEVA | REDE DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA/OBSTETRÍCIA
Nota: AdV—adenovírus; hRV-Rinovirus Humano; hCoV - Coronavírus Humano; RSV-Vírus sincicial respiratório; PIV-Parainfluenza; hMPV-Metapneumovirus Humano; IM - Infeção mista.
Desde o início da época de vigilância foram detetados outros vírus respiratórios em 123 casos de SG: 54 rinovírus (hRV), 39 coronavírus (hCoV), 11 vírus parainfluenza (PIV), 9 infecções mistas (IM), 7 vírus sin-cicial respiratório (RSV), 2 metapneumovírus e 1 adenovírus (AdV).
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
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Infecções Mistas
C
B
A NS
A(H3)
A(H1)pdm09
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Semanas 2018/2019
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epo
rtad
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9
Bocavirus
Metapneumovirus
Coronavirus
RSV
Infecções Mistas
Bacteria
Adenovirus
Parainfluenza
Picornavirus (hRV/hEV/hPeV)
Semanas 2018/19
Cas
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AR
n=1471
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 8
Vigilância laboratorial
Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios
HOSPITAIS /REDE PORTUGUESA DE LABORATÓRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DA GRIPE
A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe conta na época de 2018/2019 com a par-
ticipação de 18 laboratórios, localizados em hospitais do continente e regiões autónomas da Madeira e
dos Açores, assegura a deteção e caraterização dos vírus da gripe e outros vírus respiratórios que podem
estar associados a casos de infeção respiratória grave.
Na época 2018/2019, os laboratórios da Rede notificaram 8209 casos de SG, dos quais 2118 positivos para
o vírus da gripe: 2107 do tipo A [546 do subtipo A(H1)pdm09, 576 do subtipo A(H3), 984 vírus A não subti-
pados e 1 infeção mista A(H3)+A(H1)pdm09]; 11 do tipo B. Na semana 5/2019 foram detetados 85 vírus A
(H1)pdm09, 158 A(H3) e 240 vírus A não subtipados.
Foram também identificados outros agentes respiratórios em 1471 casos de SG. O RSV, as infeções mistas
e os Picornavírus são os agentes mais frequentemente detetados desde o início da época.
Figura 9— Distribuição semanal de casos positivos para o vírus da gripe detetados na época 2018/2019, pela Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (Hospitais).
Figura 10 — Distribuição semanal de casos positivos para outros agentes respiratórios (AR) detetados na época 2018/2019, pela Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (Hospitais).
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 9
Vigilância laboratorial
Caraterização do vírus da gripe REDE MÉDICOS-SENTINELA/EuroEVA | REDE DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA/OBSTETRÍCIA E
REDE PORTUGUESA DE LABORATÓRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DA GRIPE
Vírus da gripe A(H3):
Do subtipo A(H3) foram caracterizados 35 vírus: 27 do subgrupo genético 3C.2a1b (o subgrupo actual-
mente com maior dispersão a nível europeu e representado pela estirpe de referência A/
Alsace/1746/2018), 6 do subgrupo genético 3C.2a3 (A/Cote d’Ivoire/544/2016), 1 do subgrupo 3C.2a2
(A/Switzerland/8060/2017) e 1 do subgrupo 3C.3a (A/England/538/2018).
Vírus da gripe A(H1)pdm09:
Foram caracterizados 28 vírus do subtipo A(H1)pdm09, todos do grupo genético 6B.1 (semelhantes à
estirpe de referência, A/Michigan/45/2015).
Vírus da gripe B:
Foi caracterizado geneticamente 1 vírus do tipo B (linhagem Yamagata), do clade 3 (semelhante à estir-
pe de referência B/Phuket/3073/2013).
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
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2016-20172012-2013 2013-2014 2014-2015 2015-2016Semanas
%
2017-2018
Proporção de doentes com gripe em UCI
2018-2019
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Total
Nº de casos de gripe
0 0 0 1 0 0 0 0 2 0 1 2 7 6 16 26 32 17 110
Nº de hospitais 20 19 20 21 21 21 18 16 22 19 20 20 20 21 23 23 22 19 -
Nº de UCI 24 28 28 30 30 29 25 23 30 26 28 27 25 27 31 31 29 25 -
Nº de Admissões na UCI
191 229 208 223 245 242 204 200 273 224 209 236 215 204 301 318 273 262 -
Proporção de doentes com
gripe em UCI
0,0 0,0 0,0 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7 0,0 0,5 0,8 3,3 2,9 5,3 8,2 11,7 6,5 -
Tabela 2— Nº de casos de gripe, Hospitais e UCI, que reportaram admissões em UCI, por todas as causas e proporção (%) de doentes com gripe em UCI, por semana, na época 2018/2019.
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Severidade
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe
Internamentos por gripe em Unidades de Cuidados intensivos REDE DE HOSPITAIS PARA A VIGILÂNCIA CLÍNICA E LABORATORIAL EM UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS
Informação da responsabilidade da Direção-Geral da Saúde. uesp@dgs.pt.
10
Figura 11 - Evolução semanal da proporção (%) de doentes com gripe em Unidades de Cuidados Intensivos desde a época
Foram reportados 17 casos de gripe pelas 25 Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) que enviaram infor-mação. Em relação aos doentes sobre os quais foi possível obter informação adicional verificou-se que: 13 (76%) eram homens; 4 (24%) tinham 65 e mais anos e 13 (76%) tinham entre 25 e 64 anos. Treze (76%) tinham doença crónica. Dos 13 com recomendação para a vacinação contra a gripe sazonal (65 e mais anos ou doença crónica subjacente) o estado vacinal é conhecido em 8; destes, 2 (25%) estavam, de facto, vacinados. Foi identificado o Influenza A em todos os doentes: 6 (35%) A(H1)pdm09, 1 (6%) A(H3) e 10(59%) não subtipados. Um doente teve suporte de ECMO. A proporção de casos com gripe admitidos em UCI foi de 6,5%. Foi reportado 1 óbito.
Desde o início da época, foram reportados 110 casos de gripe. Em relação aos doentes sobre os quais foi possível obter informação adicional verificou-se que 64 (62%) eram homens; 55 (53%) tinham 65 e mais anos de idade, 45 (44%) tinham entre 35 e 64 e 3 (3%) menos de 35 anos. Setenta e oito (76%) tinham doença crónica subjacente. Dos 84 com recomendação para a vacinação contra a gripe sazonal (65 e mais anos ou doença crónica subjacente) o estado vacinal é conhecido em 43; destes, 15 (35%) estavam, de facto, vacinados. Foi identificado o vírus Influenza A em 75 doentes: 21 (28%) A(H1)pdm09, 17 (22%) com A(H3) e 37 (49%) não subtipados. Foi identificado o vírus Influenza B em 1 (1%) doente. Tiveram suporte de ECMO 10 doentes. A Reserva Estratégica Nacional de zanamivir foi ativada para 4 doentes. Foram reportados 17 óbitos.
Nota: Considerando o reduzido número de casos, os resultados deverão ser interpretados com cautela.
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
Tabela 3— Número de casos de gripe, número de Hospitais e Enfermarias que reportaram, número de admissões em Enferma-rias por todas as causas, e proporção (%) de doentes com gripe em Enfermarias, por semana na época 2018/2019.
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Severidade
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe
Informação da responsabilidade da Direção-Geral da Saúde. uesp@dgs.pt.
11
44 45 46 47 48 49 50 51 52 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Total
Nº de casos de gripe
0 0 1 0 0 0 1 1 2 5 3 6 11 3 33
Nº de hospi-tais
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 -
Nº de Enfer-marias
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 -
Nº de admis-sões em Enfermaria
8 9 9 10 10 9 12 8 4 10 11 31 39 9 -
Proporção de doentes com gripe em Enfermaria
0,0 0,0 11,1 0,0 0,0 0,0 8,3 12,5 50,0 50,0 27,3 19,4 28,2 33,3 -
Internamentos por gripe em Enfermaria
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
Na semana 5 foram reportados 3 casos de gripe por uma Enfermaria. Verificou-se que 2 doentes tinham menos de 3 anos de idade e 1 entre 3 e 5 anos. Nenhum dos doentes tinha recomendação para a vacina-ção contra a gripe sazonal (doença crónica) e nenhum estava vacinado. Foi identificado o vírus A(H1)pdm09 em 2 doentes e o A(H3) em 1. A proporção de casos com gripe admitidos em Enfermarias foi de 33,3%.
Desde o início da época foram reportados 33 casos de gripe pelas Enfermarias que colaboram na vigilân-cia. Verificou-se que 18 (55%) tinham menos de 3 anos de idade, 11 (33%) entre 3 e 10 anos e 4 (12%) mais de 10 anos. Onze (33%) tinham doença crónica subjacente. Dos 11 doentes com recomendação para a vacinação contra a gripe sazonal (doença crónica), 2 (18%) tinham esquema vacinal incompleto. Foi iden-tificado o vírus A(H1)pdm09 em 23 (70%) doentes e o A(H3) em 10 (30%).
Nota: Considerando o reduzido número de casos, os resultados deverão ser interpretados com cautela.
0
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Limite de confiança 95% da linha de base
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Taxa
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inci
dên
cia
de
SG /
10
5h
ab
ita
nte
s
Ób
ito
s (n
)
Semana
Óbitos Linha de base Limite de confiança 95% da linha de base Taxa de incidência
A(H1)pdm09/B
A(H3) A(H1)pdm09
A(H3)
B/A(H1) B/A(H1)pdm09
A(H1)pdm09/A(H3)
A(H1)pdm09
B/A(H3)
A(H3)
B/A(H1)pdm09
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe
Figura 13 — Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, desde a semana 40 de 2017.
Impacte
Mortalidade por todas as causas SISTEMA DA VIGILÂNCIA DIÁRIA DA MORTALIDADE | INSTITUTO DOS REGISTOS E NOTARIADO |
INSTITUTO DE GESTÃO FINANCEIRA E EQUIPAMENTOS DA JUSTIÇA
12
Figura 12— Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, taxa de incidência semanal provisória de sín-
droma gripal por 105
habitantes e vírus predominante por época gripal, desde a semana 40 de 2007.
Mortalidade observada com valores acima do esperado.
À data de emissão deste boletim a informação relativa aos óbitos não se encontra atualizada.
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
Monitorização da temperatura ambiente, taxa de
incidência de síndrome gripal e mortalidade
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P . Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 13
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em Portugal continental, no mês de
janeiro, o valor médio da temperatura mínima do ar foi de 3,31°C, valor inferior ao normal em -1,23°C .
Na semana 5/2019 o valor médio da temperatura mínima do ar foi de 5,67°C, a que correspondeu uma
anomalia de +1,13°C relativamente ao valor normal 1971-2000 para o mês de janeiro.
REDE MÉDICOS-SENTINELA | INSTITUTO PORTUGUÊS DO MAR E DA ATMOSFERA |
SISTEMA DA VIGILÂNCIA DIÁRIA DA MORTALIDADE
Figura 14— Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, temperatura mínima média (Continente) e taxa de incidência semanal provisória de síndroma gripal (SG) por 105 habitantes na época 2018/2019.
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P . Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 14
Na semana 4/2019, 45 países ou regiões reportaram dados de atividade gripal. Um país referiu atividade
gripal abaixo da linha de base, 22 reportaram atividade gripal de baixa intensidade, 16 atividade gripal
moderada e 6 países reportaram atividade gripal elevada. No que se refere à dispersão geográfica, 5 paí-
ses ou regiões reportaram atividade gripal esporádica, 5 atividade gripal local, 9 atividade regional e 26
atividade gripal disseminada.
Na semana 4/2019, 1.899 (51,3 %) das 3.705 amostras-sentinela testadas foram positivas para o vírus da
gripe, a maioria dos quais (99 %) era do tipo A. Dos 1.235 vírus do tipo A subtipados, 58 % eram do subti-
po A(H1N1)pdm09 e 42 % eram do subtipo A(H3N2). Desde o início da época foram identificados mais
casos por vírus do tipo A (98,8 %) do que por vírus do tipo B (1,2 %). Dos casos subtipados, 57,1 % eram
do subtipo A(H1N1)pdm09 e 42,9 % do subtipo A(H3N2). Dos 92 casos por vírus do tipo B a que foi possí-
vel atribuir uma linhagem, 29 eram B/Yamagata.
Na semana 4/2019, 13.074 amostras não-sentinela (num total de 36.825) foram positivas para o vírus da
gripe. Destas 99,4 % era do tipo A e 0,6 % do tipo B. Das amostras referentes aos casos por vírus do tipo
A subtipadas 67,5 % pertencia ao subtipo A(H1N1)pdm09.
Desde a semana 40/2018 foram caraterizados geneticamente 1.158 vírus, dos quais 684 eram casos por
vírus do subtipo A(H1N1)pdm09 pertencentes ao grupo genético 6B.1 (A/Michigan/45/2015), 457 eram
casos por vírus do subtipo A(H3) e 17 casos do tipo B. Do total de vírus do tipo A(H3) caraterizados, 283
pertenciam ao grupo genético A/Alsace/1746/2018 (3C.2a1b), 31 pertenciam ao grupo genético A/
Switzerland/8060/2017 (3C.2a2), 14 pertenciam ao grupo genético A/Cote d’Ivoire/544/2016 (3C.2a3),
62 pertenciam ao grupo genético A/England/538/2018 (3C.3a), 37 ao grupo genético A/singapore-16-
0019/2016 (3C.2a1), 1 ao grupo genético A/Hong Kong/4801/2014 (3C.2a), 3 vírus pertenciam um grupo
genético não listado e 26 não foram atribuídos a nenhum grupo genético. Nove casos por vírus B/
Yamagata foram caraterizados como pertencentes ao grupo genético B/Phuket/3073/2013, 2 vírus do
tipo B/Victoria foram caraterizados como pertencentes ao grupo genético B/Brisbane/60/2008, outros 2
como pertencentes ao grupo genético B/Colorado/06/2017, 3 pertencentes ao grupo genético B/Hong
Kong/269/2017 e um vírus não foi atribuído a nenhum grupo genético.
Desde a semana 40/2018 foi testada a suscetibilidade aos inibidores da neuraminidase em 726 casos
[454 (AH1N1)pdm09; 260 A(H3N2) e 12 casos por vírus do tipo B]. Sete vírus do subtipo (AH1N1)pdm09,
3 vírus do tipo B e um vírus do subtipo A(H3N2) mostraram uma redução da inibição pelos inibidores da
neuraminidase.
Na semana 4/2019 foram reportados 439 casos de gripe internados em UCI e 481 casos de gripe interna-
dos noutras enfermarias. A maioria dos casos internados por gripe que foram subtipados desde o início
da época, quer em UCI quer em outras enfermarias, pertence ao subtipo A(H1N1)pdm09.
A nível europeu, a mortalidade por todas as causas esteve acima do esperado, em especial na população
idosa, devido ao excesso de mortalidade observado em alguns países.
Informações disponíveis em: http://flunewseurope.org/
Situação internacional: Europa
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P . Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 15
Situação internacional: Europa
Figura 15 — Intensidade da atividade gripal na Europa, semana 4/2019.
Fonte: Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças e Organização Mundial de Saúde
Nota: A informação da situação internacional à data da publicação deste boletim é referente à semana anterior.
Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Nota metodológica
Em Portugal, o sistema de vigilância da gripe é composto pelas
seguintes redes:
■ Rede Médicos-Sentinela;
■ Serviços de Urgência /Obstetrícia;
■ Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico do
Vírus da Gripe;
■ Unidades de Cuidados Intensivos;
Este programa tem início no princípio de outubro, termina em maio
do ano seguinte e integra componentes clínicas e laboratoriais
Na presente época, o Sistema de Nacional de Vigilância da Gripe foi
ativado em outubro de 2018, na semana 40 e funcionará até à
semana 20, em maio de 2019. A componente clínica deste sistema
manter-se-á ativa durante todo o ano de 2019.
Parte da informação resultante da vigilância é semanalmente
publicada, à quinta-feira, no presente boletim, publicado pelo
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e basea-
do no conjunto de dados e informações gerados pelos 7 compo-
nentes descritos a seguir, sumariamente.
Fontes de informação e indicadores produzidos
Fontes Indicadores
Rede Médicos-Sentinela
Taxa de incidência de síndroma gripal na população geral, identificação e
caraterização laboratorial dos vírus da gripe em circulação (análise
antigénica, genética e de suscetibilidade aos antivirais)
Serviços de Urgência/Obstetrícia Identificação e caraterização laboratorial dos vírus da gripe em circulação
(análise antigénica, genética e de suscetibilidade aos antivirais)
Rede Nacional de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe
Vigilância Laboratorial Resistência do vírus da gripe aos antivirais por tipo e subtipo
Rede de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em Unidades de Cuidados Intensivos
Caraterização epidemiológica e laboratorial dos casos de infeção
respiratória admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos
Vigilância Diária da Mortalidade Evolução do número de óbitos por semana, em Portugal
SIM@SNS Número de consultas por síndrome gripal registadas em cuidados de
saúde primários
Rede Médicos-Sentinela
A Rede Médicos-Sentinela (MS) é um sistema de informação em
saúde constituído por cerca de 123 Médicos de Família, distribuí-
dos pelo território do Continente e Regiões Autónomas, cuja
atividade profissional é desempenhada em Unidades de Saúde
Familiar (USF) ou Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados
(UCSP).
A participação destes médicos é voluntária e consiste na notifica-
ção semanal, para o Departamento de Epidemiologia do INSA,
dos novos casos de síndroma gripal (numerador para o cálculo da
taxa de incidência) que ocorreram nos utentes inscritos das res-
petivas listas (componente clínica do sistema de vigilância);
simultaneamente, enviam para o laboratório, exsudados nasofa-
ríngeos de doentes com suspeita de gripe, para identificação e
tipificação dos vírus (componente laboratorial).
As estirpes do vírus da gripe isoladas são caraterizadas antigénica
e geneticamente, permitindo avaliar a sua semelhança com as
estirpes vacinais e ainda monitorizar a ocorrência de mutações.
A população sob vigilância é constituída pelo somatório dos
utentes inscritos nas listas dos MS que estiveram “ativos” em
determinada semana, i.e., que reportaram, pelo menos, 1 caso
de doença ou que informaram explicitamente não terem casos
para reportar.
Definição de caso:
Síndroma gripal (usada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC):
Início súbito,
+ 1 dos seguintes sintomas sistémicos:
■ Febre ou febrícula,
■ Mal-estar, debilidade, prostração,
■ Cefaleia,
■ Mialgias ou dores generalizadas.
+ 1 dos seguintes sintomas respiratórios:
■ Tosse,
■ Dor de garganta ou inflamação da mucosa nasal ou
faríngea sem sinais respiratórios relevantes,
■ Dificuldade respiratória.
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 16 Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Serviços de Urgência/Obstetrícia
A Rede dos Serviços de Urgência/Obstetrícia é operacionalizada pelos Servi-
ços de Urgência Hospitalar e Serviços de Atendimento Permanente ou
similares dos Centros de Saúde do Serviço Nacional de Saúde. Participam na
componente laboratorial que constitui um indicador precoce do início de
circulação do vírus da gripe em cada época de vigilância. Enviam para o
Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus
Respiratórios no INSA, exsudados nasofaríngeos de doentes com suspeita
de gripe, para identificação e tipificação dos vírus da gripe e outros vírus
respiratórios. Os casos são selecionados de acordo com a opinião do médi-
co tendo em conta a definição de caso de síndroma gripal usada pelo ECDC.
Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnósti-co da Gripe
Rede ativada em 2009 pelo Despacho Ministerial nº 16548/2009, de 21
de julho (Diário da República, 2ª série, nº 139: 28507), é atualmente
constituída por 16 laboratórios, na sua maioria de hospitais do Continen-
te e Regiões Autónomas. Assegura a deteção e caraterização dos vírus da
gripe que estão na origem de casos mais graves de infeção respiratória
viral. A análise laboratorial envolve a utilização de métodos de biologia
molecular para a caraterização dos vírus da gripe em circulação na popu-
lação. Em colaboração com o laboratório de referência do INSA é efetua-
do o isolamento das estirpes do vírus da gripe e a sua caraterização
antigénica e genética. A população sob vigilância é constituída pelos
utentes com infeção respiratória, pertencentes à área de influência dos
hospitais ou laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o
Diagnóstico da Gripe.
Participantes em 2018/2019:
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. (Laboratório Nacio-
nal de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios),
Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E., Hospital de São João, E.P.E.,
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E., Hospital Central do
Funchal, E.P.E., Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada,
E.P.E.R., Hospital do Santo Espírito da Ilha Terceira, E.P.E.R., Centro Hos-
pitalar de Lisboa Norte, E.P.E., Centro Hospitalar do Porto, E.P.E., Instituto
Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil, E.P.E., Centro Hospi-
talar da Cova da Beira, E.P.E., Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E., Centro
Hospitalar do Alto Ave, Hospital do Espírito Santo (Évora), Laboratório de
Saúde Pública Dra. Laura Ayres (ARS Algarve), Centro Hospitalar de Vila
Nova de Gaia/Espinho, Unidade Local de Saúde da Guarda, Centro Hospi-
talar Lisboa Ocidental, E.P.E.
Vigilância Laboratorial
O diagnóstico laboratorial do vírus da gripe e outros vírus respiratórios é
efetuado em amostras biológicas do trato respiratório superior (exsudado
da nasofaringe) de doentes com SG. São utilizadas metodologias de diag-
nóstico molecular, nomeadamente a amplificação do genoma viral por
PCR em multiplex.
Estas metodologias permitem a identificação dos tipos e subtipos do vírus
da gripe [A(H1)pdm09, A(H3), B(Yamagata), B(Victoria)] e a identificação
de outros vírus respiratórios [Rinovirus Humano (hRV), Vírus sincicial
respiratório (RSV), Coronavírus Humano (hCoV), Adenovirus (AdV),
Metapneumovirus Humano (hMPV) e Vírus Parainfluenza (PIV)].
A caraterização antigénica dos vírus da gripe é efetuada pela metodologia
clássica de inibição de hemaglutinação e a caraterização genética é baseada
na sequenciação genómica do gene da hemaglutinina. Para a monitorização
da suscetibilidade dos vírus da gripe aos antivirais inibidores da neuramini-
dase (oseltamivir e zanamivir) é efetuada a pesquisa de marcadores
moleculares de resistência e a caracterização fenotípica (determinação do
IC50) em estirpes do vírus da gripe isoladas em cultura celular no Laborató-
rio Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respirató-
rios.
Unidades de Cuidados Intensivos
Na época 2011/2012 foi realizado um estudo piloto com o objetivo de fazer
a vigilância epidemiológica dos casos graves de gripe admitidos em Unida-
des de Cuidados Intensivos de alguns hospitais. Participaram nesse ano 6
hospitais. Nas épocas seguintes, utilizando a metodologia testada, foi
possível estender a vigilância a mais hospitais.
Hospitais participantes em 2018/2019:
Hospital Dr. Manoel Constâncio; Hospital do Divino Espírito Santo;
Hospital São José; Hospital Santa Marta; Hospital Curry Cabral; Hospital
dos Capuchos; Hospital D. Estefânia; Hospital de Cascais – Dr. José de
Almeida; Hospital Amato Lusitano; Hospital Pêro da Covilhã; CUF Desco-
bertas; Hospital de São Francisco Xavier; Hospital Egas Moniz; Hospital
Professor Doutor Fernando Fonseca; Hospital da Senhora da Oliveira;
Hospital Beatriz Ângelo; Hospitais da Universidade de Coimbra; Hospital
do Litoral Alentejano; Hospital Pulido Valente; Hospital de Santa Maria;
Hospital São João; Hospital Vila Franca de Xira; Hospital de São Teotónio;
Hospital dos Lusíadas; Hospital Dr. Nélio Mendonça.
Definição de caso:
Doentes admitidos nas Unidades de Cuidados Intensivos dos hospitais
participantes, com gripe confirmada laboratorialmente.
Enfermarias
Na época 2018/2019 foi iniciado a vigilância da gripe em Enfermarias.
Hospitais participantes em 2018/2019:
Hospital D. Estefânia e Hospital Pulido Valente.
Definição de caso:
Doentes internados com gripe confirmada laboratorialmente em enfer-
marias (exclui doentes internados em cuidados intensivos).
Vigilância Diária da Mortalidade
O VDM é um sistema de vigilância epidemiológica que pretende detetar e
estimar de forma rápida os impactes de eventos ambientais ou epidémi-
cos relacionados com excessos de mortalidade. Este sistema funciona
com base num protocolo de cooperação entre o INSA e Instituto de
Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, I.P. (IGFEJ) do Minis-
tério da Justiça. Para isso, diariamente o IGFEJ envia de forma
automática o número de óbitos registados no dia anterior em
todo o país. Esta componente pretende avaliar o impacte da
epidemia de gripe em termos de severidade.
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 17 Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .
Definição de caso: Óbito, por qualquer causa, de individuo residente em Portugal .
Consultas por síndroma gripal
A monitorização semanal do número de consultas por síndroma
gripal em cuidados de saúde primários complementa a
informação recolhida pelas Redes que compõem o Programa
Nacional de Vigilância da Gripe (PNVG), ao permitir a análise por
região de saúde e grupo etário.
Os dados são disponibilizados pela plataforma SIM@SNS dos Serviços
Partilhados do Ministério da Saúde, estando apenas disponíveis para
Portugal Continental. Os dados publicados neste boletim são atualizados,
semanalmente, às quintas-feiras.
Os limiares de intensidade são definidos usando o método Moving Epidemic
Method (MEM), tendo sido definidos os seguintes níveis de atividade: basal,
baixa, moderada, elevada e muito elevada. A interpretação deste indicador
no âmbito da vigilância da gripe necessita da integração de outros
indicadores do PNVG, nomeadamente, indicadores virológicos.
Definição de caso Consulta em cuidados de saúde primários ocorrida em Portugal Continental
e codificada com código R80 (segunda versão da Classificação Internacional
para os Cuidados de Saúde Primários).
Definições utilizadas
Época de Gripe
Definida como o período de tempo de aproximadamente 33 semanas que
decorre entre a semana 40 de um determinado ano (início de outubro) e a
semana 20 do ano seguinte (meados de maio).
Área de atividade basal
Designada também por área de atividade basal, constitui o intervalo de
valores da taxa de incidência correspondente a uma circulação esporádica
de vírus da gripe. Permite definir períodos epidémicos, comparar as
epidemias anuais em função da sua intensidade e duração e determinar o
impacte dessas epidemias na comunidade. Foi estimada utilizando o
método MEM.
Atividade gripal
Definida pelo grau de intensidade da ocorrência da doença, medido pela
estimativa semanal da taxa de incidência de SG e do seu posicionamento
relativo à área de atividade basal, e pelo número de vírus circulantes
detetados.
Indicadores de dispersão geográfica da atividade gripal
Ausência de atividade gripal
Pode haver notificação de casos de SG mas a taxa de incidência permanece
abaixo ou na área de atividade basal, não havendo a confirmação
laboratorial da presença do vírus da gripe.
Atividade gripal esporádica
Casos isolados, confirmados laboratorialmente, de infeção por vírus da
gripe, associados a uma taxa de incidência de SG que permanece abaixo ou
na área de atividade basal.
Surtos locais
Casos agregados, no espaço e no tempo, de infeção por vírus da gripe
confirmados laboratorialmente. Atividade gripal localizada em áreas .
delimitadas e/ou instituições (escolas, lares, etc.), permanecendo a
taxa de incidência de SG abaixo ou na área de atividade basal.
Atividade gripal epidémica
Taxa de incidência de SG acima da área de atividade basal, associada
a uma confirmação laboratorial da presença de vírus da gripe.
Atividade gripal epidémica disseminada
Taxa de incidência de SG, por mais de duas semanas consecutivas,
acima da área de atividade basal e com uma tendência crescente,
associada à confirmação da presença de vírus da gripe.
Indicadores da intensidade da atividade gripal
A intensidade da atividade gripal é definida com base em toda a
informação de vigilância recolhida através das várias fontes de dados
e é avaliada, tendo em consideração a informação histórica nacional
sobre a gripe, segundo o método MEM.
Ausência
Nível de atividade gripal caraterizado por uma taxa de incidência de
SG abaixo ou na área de atividade basal.
Baixa
Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e
correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG superior à
área de atividade basal e inferior ou igual a 73,0/105.
Moderada
Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e
correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG superior a
73,0/105 e inferior ou igual a 126,4/105.
Elevada
Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e
correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG superior
126,4/105 e inferior ou igual a 161,0/105.
Muito Elevada
Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e
correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG superior
161,0/105.
Indicadores da tendência da atividade gripal
Estável
Os últimos três valores da taxa de incidência não se encontram em
tendência crescente nem decrescente.
Crescente
Os últimos três valores encontram-se em tendência crescente.
Decrescente
Os últimos três valores encontram-se em tendência decrescente.
Proporção de doentes com gripe admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos
Proporção de doentes com gripe admitidos, em Unidades
de Cuidados Intensivos (UCI) = número de admissões por gripe
confirmada, em UCI, na referida semana/número de admissões por
qualquer causa, em UCI, na mesma semana x 100 (no boletim a
proporção é expressa na forma de percentagem).
Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 18 Época 2018/2019 Semana 05 | 28 jan a 03 fev 2019
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