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DENISE LEITE VALENÇA
ANA EMILIA SILOS CRUZ
BRINQUEDOTECA AMBIENTAL
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário SENAC – Campus Jabaquara/SP, como exigência parcial para obtenção do grau de Pós Graduação em Gestão Ambiental.
Orientadora: Profª Gabriela Priolli de Oliveira
São Paulo
2010
2
RESUMO
A proposta principal deste trabalho é demonstrar que, através do brincar
livre, é possível o desenvolvimento de habilidades e a consequente
apropriação de conceitos ambientais. A Educação não-formal foi eleita como
uma metodologia para a implantação de uma brinquedoteca ambiental em uma
creche. A faixa etária previamente definida foi pensada com o intuito de eleger
linguagens adequadas para as atividades propostas. Algumas concepções de
ambiente foram apresentadas, buscando compreender conceitos como,
pertencimento, liberdade individual e coletiva. Foram sugeridas atividades na
brinquedoteca com o objetivo de colocar em prática os conceitos acima citados,
isto é, uma tentativa de motivar o educando a aprender a conhecer o ambiente
brincando. Foi feito um exercício prático (recorte de análise) com base nestes
conceitos e concepções, apresentados no desenvolvimento do texto, cujo
resultado final, apesar de surpreendente, foi satisfatório. Não poderia deixar de
ser dita a importância do papel do educador ambiental, este deve se preocupar
com a correta mediação/orientação, permitindo que o educando tenha a
possibilidade de fazer escolhas por meio de um brincar livre.
Palavras-chave: Educação não-formal - importância do brincar (brinquedoteca)
– desenvolvimento de habilidades – identidade individual e coletiva –
linguagens próprias a faixa etária definida - noção de pertencimento e liberdade
- apropriação de conceitos ambientais – concepções de ambiente – recorte de
análise – conclusões da experiência.
3
SUMÁRIO
Apresentação
Introdução...................................................................................... 06
Capítulo I - O Papel da Educação não-formal para o
desenvolvimento de habilidades.................................................... 08
Capítulo II - Paradigma da Educação Ambiental: construindo
conceitos........................................................................................ 17
2.1 O que é ambiente.................................................................. 17
2.2 Como o conceito ambiente pode ser trabalhado na
brinquedoteca................................................................................ 19
2.3 O papel do brinquedo confeccionado com material reutilizado.
....................................................................................................... 21
Capítulo III – A Brinquedoteca Ambiental...................................... 23
3.1 Resultados da instalação da Brinquedoteca Ambiental........ 39
Conclusão...................................................................................... 41
Referências.................................................................................... 43
4
APRESENTAÇÃO
Este trabalho foi inspirado num pré-projeto, de cinco anos atrás, de criar
uma brinquedoteca convencional, porém, itinerante, voltada às comunidades
carentes, na qual conceitos de cidadania através do brincar e de brinquedos
teriam o papel de trabalhar, também, outros conceitos como os de higiene e
saúde.
Com o decorrer do tempo e o ingresso no curso de pós-graduação de
gestão ambiental, àquela idéia inicial de brinquedoteca itinerante cedeu lugar
para uma brinquedoteca ambiental, utilizando brinquedos recicláveis e
conceitos de meio ambiente, como o tema principal do trabalho a ser
apresentado na conclusão do curso.
Fazendo uma analogia ao título do livro Encontros e Caminhos1, pode-se
observar que na natureza a semente encontra o solo e segue o seu caminho,
germinando e florindo. Trazendo essa reflexão para o dia a dia, na vida
também, encontram-se pessoas ou situações que modificam e enriquecem o
caminho. O encontro com a Ana Emília de Silos Cruz alterou a trajetória deste
trabalho, enriquecendo-o, com os seus conhecimentos, vivacidade e
inquietação, próprios da jovialidade. A comunhão de gerações e de vivências
tão distintas demonstrou como as diferenças enriquecem os conteúdos, desta
parceria, a completude.
O desenvolvimento do trabalho na direção de uma brinquedoteca
ambiental exigiu um novo olhar do brincar livre. A princípio, o brinquedo
reciclável teria o papel de trabalhar conceitos de educação ambiental. O local
a ser implantado poderia ser uma comunidade carente ou uma creche, ao
longo do trabalho, o tempo se incumbiu de mostrar qual seria a melhor opção
e, portanto, a mais viável.
1 Livro Encontros e Caminhos: Formação de Educadoras(es) Ambientais e Coletivos Educadores –
Volumes 1 e 2 – Secretaria do Meio Ambiente - Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania
Ambiental – Departamento de Educação Ambiental
5
E foi o que aconteceu nesta proposta, que resultou na criação de uma
brinquedoteca ambiental no Centro de Convivência Infantil – CC.I, conforme
relatado a seguir.
Como citado, no prefácio do livro Encontros e Caminhos2 o Prof. Carlos
Rodrigues Brandão escreve:
[...] o Meio Ambiente de nossas vidas e todas as outras vidas precisa ser urgentemente re-descoberto. Precisa ser re-sensibilizado, re-significado e, em síntese, re-vivido em suas verdadeiras origens e raízes. (BRANDÃO, 2007, p.7).
2 Livro Encontros e Caminhos: Formação de Educadoras(es) Ambientais e Coletivos Educadores –
Volume 2 – 2007 – Secretaria do Meio Ambiente - Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania
Ambiental – Departamento de Educação Ambiental
6
INTRODUÇÃO
A intenção do presente trabalho foi destacar a importância das diferentes
habilidades que podem ser trabalhadas na Educação Ambiental não-formal,
através da identificação de conteúdos relevantes para o desenvolvimento de
conceitos ambientais por parte dos educandos e demonstrar que o objetivo
pedagógico deve ter como preocupação o brincar livre.
Para tanto, foi proposta a implantação de uma brinquedoteca ambiental,
ou seja, o lugar onde as vivências lúdicas, através de brinquedos e
brincadeiras, pudessem ocorrer. Neste sentido, foi necessário eleger conteúdos
ambientais relevantes para a faixa etária definida no trabalho, com o cuidado
de oferecer uma linguagem adequada, que oferecesse a possibilidade de
exercitar habilidades tais como: comparação, identificação, análise, síntese e
generalização.
Para se alcançar o objetivo de exercitar estas habilidades, identificou-se
a necessidade de fazer uma formulação pedagógica, ou seja, definir o que e
como, se pretendeu ensinar. Foi importante ter como objetivo educacional uma
base sustentada por uma dupla construção educador-educando e ensino-
aprendizagem.
Neste contexto, o presente trabalho procurou oferecer alternativas e
vivências lúdicas que permitissem despertar nos educandos os conceitos de
pertencimento e liberdade na ação do brincar livre, propiciando uma interação
com a brinquedoteca ambiental.
Em nenhum momento foi descartada a idéia de múltiplas concepções
sobre o ambiente. Entendeu-se que estas últimas coexistem e cabe definir a
extensão delas na prática educacional.
Como exercício foi sugerido um recorte de análise exemplificado na
elaboração e desenvolvimento de uma brinquedoteca ambiental, proposta
pelas autoras, para crianças na faixa etária de 3-6 anos.
7
Nesta direção, o Capítulo I faz uma tentativa de ressaltar que o
desenvolvimento de habilidades permite apropriação de conceitos ambientais,
respeitando-se a linguagem adequada, assim como, a faixa etária proposta
para a brinquedoteca.
Já no Capítulo II, as autoras oferecem uma oportunidade de sugerir
concepções e conceitos ambientais para a ação prática na construção de uma
brinquedoteca ambiental.
Finalmente, no Capitulo III o leitor pode constatar o resultado final do
trabalho desenvolvido, isto é, todas as etapas para a implantação da
brinquedoteca ambiental.
8
Capítulo I - O Papel da Educação não-formal para o
desenvolvimento de habilidades
Foi definido neste trabalho que a ferramenta principal para o
desenvolvimento de habilidades com apropriação de conteúdos e conceitos da
Educação Ambiental não-formal é o brincar.
Brincando a criança, adulto ou idoso pode aprender, espontaneamente,
sem medo de errar, envolve-se com um grupo, adquire o prazer de participar,
e, assim, aprende a conviver e respeitar o direito do outro.
Nem todos têm a possibilidade de brincar em casa, por diversos motivos,
desde a falta de espaço físico, até a falta de companhia. Então, é necessário
que exista a disponibilidade de locais que possibilitem, favoreçam e estimulem
as brincadeiras. As brinquedotecas foram criadas justamente como alternativa
operacional para suprir estas carências.
As brinquedotecas devem ter como preocupação o objetivo de ser um
lugar que mantenha a disponibilização do conhecimento socialmente
construído, isto é, fazer com que o educando possa aprender a conhecer. É um
lugar que deve oferecer a oportunidade de aprender, de proporcionar
significados sobre o mundo, por parte de todos os sujeitos que compartilham
esta situação.
Mas isso, só é possível, a partir do momento que exista um vínculo entre
ensinar e aprender, isto é, a aprendizagem se torna viável quando e enquanto
ensinar e aprender ocorrerem juntos. Neste processo de aprendizagem
educandos e educadores são considerados sempre aprendizes.
As brinquedotecas têm uma finalidade pragmática e filosófica. Isto é, a
partir de alternativas lúdicas – brinquedos e brincadeiras – é possível obter-se
vivências lúdicas. O brinquedo e a brincadeira proporcionam uma
ressignificação do mundo, quer dizer, são ferramentas que permitem o
desenvolvimento de habilidades operatórias, tais como: comparação,
identificação, análise, síntese e generalização. Desenvolvendo essas
9
habilidades, permite que os educandos recebam um estímulo de leituras da
realidade, o que proporciona a apropriação de conceitos.
Existem diferentes formas de brincar, porém, todas elas envolvem o ato
de manipular objetos. Isto é, a partir da manipulação de brinquedos, jogos,
painéis, cartelas, entre outros, é possível estimular, proporcionar desafios, que
através da curiosidade permitirá aos educandos descobrir de maneira
satisfatória o mundo.
Segundo a autora Cunha (1994) existem quatro formas diferentes de
brincar: explorar, manipular, xeretar e descobrir. Estes atos podem ser
explicados consecutivamente por: possibilidades de movimento, produção de
sons, uso do espaço e de comunicação; descobrir o mundo pela curiosidade do
desafio; adquirir informações e; desenvolver o processo de criatividade e de
construção de um autoconceito positivo.
Ao pensar sobre o brincar, é importante lembrar que se trata de uma
atividade lúdica que se manifesta em um lugar. Mas o que se considera como
lúdico? Segundo Santos (2000) a palavra lúdico significa brincar e as
atividades lúdicas fazem parte da vida do ser humano, principalmente da
criança. Então, a brinquedoteca é compreendida como alternativa para o
lúdico, nas palavras da autora:
Falar sobre brinquedoteca é, portanto, falar sobre os mais diferentes espaços que se destinam à ludicidade, ao prazer, às emoções, às vivências corporais, ao desenvolvimento da imaginação, da criatividade, da auto-estima, do autoconceito positivo, da resiliência, do desenvolvimento do pensamento, da ação, da sensibilidade, da construção do conhecimento e das habilidades. (SANTOS, 2006, p.58).
Ao refletir sobre um espaço que favoreça o ato de aprender e conhecer
seria possível pensar sobre a escola. Porém, aqui, a idéia é valorizar espaços
compreendidos como recursos pedagógicos complementários à carência
escolar. Quer dizer, trata-se de uma diferente forma de ensino: a educação
não-formal com o recurso operacional (lugar) da brinquedoteca.
Esta educação não está vinculada somente às experiências diárias em
casa, nos limites de convívio de cada sujeito (educação informal), mas sim, em
uma tentativa organizada e sistemática que objetiva tornar o ensino-
10
aprendizagem mais prazeroso e aumentar o interesse dos educandos. Sendo
assim, a escolha metodológica, deste trabalho, para apresentar a educação
não-formal, foi partir de uma abordagem lúdica.
É impossível negar que, de maneira geral, a brincadeira, no âmbito
escolar, tornou-se algo limitado ao recreio ou a uma atividade exclusivamente
dirigida e repleta de proibições. Na concepção deste trabalho, o brincar, na
esfera da educação não-formal, deve ter como preocupação o desejo sincero
de procurar benefícios na brincadeira para o desenvolvimento pessoal.
Pode-se refletir sobre o brincar, enquanto metodologia de ensino-
aprendizagem em diferentes fases da vida. Isto é, o brincar pode ser um
recurso educacional para todas as faixas etárias. Portanto, os locais onde as
brincadeiras podem ocorrer, as brinquedotecas, podem e devem extrapolar a
infância.
Alguns autores apontam que o desenvolvimento humano pode ser
entendido a partir de certos marcos que, em geral, são observados
pontualmente por idades. Isto é, o ser humano, ao longo de sua vida, busca
meios para a sua sobrevivência que, dependendo dos recursos que lhe foram
oferecidos até o presente momento, irão lhe auxiliar no ato de pensar e
solucionar problemas.
Independentemente da idade, a educação tem um papel de
compreensão da condição humana, uma vez que se trata de algo inerente ao
homem. É uma ferramenta útil para a sobrevivência. Segundo Charlot (1997)
ao nascer o homem está submetido à obrigação de aprender como um instinto.
Para o autor, o homem é dotado de um desejo que se manifesta por uma
vontade de sobreviver.
Todos os indivíduos nascem em um ambiente social que irá conduzí-los
a construções de valores, normas e conceitos. Para isso, se torna necessária a
educação. Então, o homem se define através da história criando e sentido às
coisas, mas, a história não diz respeito a um só sujeito ou só uma pessoa, quer
dizer, algo que tenha sentido para este, deve ser significante para o coletivo.
11
Mas quem é este sujeito? É justamente aquele que se constrói
apropriando-se da humanidade exterior, é aquele que ocupa um lugar no
mundo agindo, produzindo e construindo uma teia de relações e interações
com outros elementos do mundo. Trata-se de um processo dinâmico de
reconhecimento de onde se vive. Nas palavras do autor:
Esse sistema se elabora no próprio movimento através do qual eu me construo e sou construído pelos outros, esse movimento longo, complexo, nunca completamente acabado, que é chamado educação. (CHARLOT, 1997, p.53).
O ser humano sofre uma constante adaptação que se manifesta por
desequilíbrios. Isto é, para modificar as estruturas é necessária a assimilação
de conceitos. Um conceito só se torna conceito quando o indivíduo se apropria
do mesmo.
Cada organismo (indivíduo), segundo a teoria de Piaget e interpretada
por Wadsworth (2001), faz uma interpretação da realidade, cabendo ao
educador apresentar algo novo, sugerir diferentes ferramentas para a
compreensão do mundo. Ao apresentar algo novo, o educando recebe uma
informação antes desconhecida e imediatamente ocorre um desequilíbrio. Para
reequilibrar é necessário um conhecimento, e, portanto, neste momento, a
aprendizagem ocorre.
Deste modo, pode-se dizer que a aprendizagem ocorre no desequilíbrio
e a ação de brincar opera o pensamento, quer dizer, a partir do exercício de
brincar é possível desenvolver o conhecimento cognitivo.
Segundo Henri Wallon (1995) o desenvolvimento da individualidade, das
manifestações pessoais, estudado através da criança, não deve sofrer a
interferência adulta. Quer dizer, para o autor, o desenvolvimento humano tem
etapas claramente diferenciadas, porém todos sofrem influência do meio. Isto
é, toda criança (sujeito) está contextualizada em uma realidade, existe um tipo
particular de interações entre sujeito e seu ambiente. Portanto, linguagem e
conhecimento são exteriores e, cabe a cada um, a apropriação destes. Nas
palavras do autor:
12
“É a cultura e a linguagem que fornecem ao pensamento os instrumentos para sua evolução”. (WALLON, 1995, p. 41).
A psicogenética walloniana é definida por um ritmo de desenvolvimento de
rupturas, retrocessos, reviravoltas. O desenvolvimento da pessoa se dá por
fases alternadas de afetividade e cognição. Segundo o autor, existem cinco
estágios de desenvolvimento:
� Impulsivo- emocional (um ano). Consiste em uma predominância de
afetividade. É um momento em que se percebe uma inaptidão para agir
diretamente sobre a realidade exterior;
� Sensório- motor e projetivo (1- 3 anos). Consiste na exploração do
mundo físico. Nota-se uma maior autonomia (andar, manipulação de
objetos, exploração do espaço), inicia-se o desenvolvimento da função
simbólica e da linguagem;
� Personalismo (3- 6 anos). Consiste na formação da personalidade, no
autoconhecimento. É possível identificar uma re-orientação do interesse
pelos outros, é o retorno da predominância de relações afetivas;
� Categorial (a partir de 6 anos até a adolescência). Consiste em
progressos intelectuais que orientam o interesse da criança pelo mundo
exterior (aspecto cognitivo);
� Adolescência. Consiste em uma crise pubertária, é um momento de
nova definição identitária, quando os contornos da personalidade
começam a ser definidos. Isto é, existe uma intensa reflexão sobre
questões pessoais, morais e existenciais (aspecto afetivo).
Em função da teoria de Wallon (1995) foi definida uma faixa etária para o
presente trabalho, que compreende as idades entre 3 a 6 anos. Esta escolha
direcionou a definição de uma linguagem apropriada para a idade, bem como,
a utilização de recursos didáticos adequados para esta faixa etária.
13
Entende-se por linguagens a comunicação entre pessoas. Estas podem
ser feitas de diversas maneiras, como oral, escrita, cartográfica, visual, tátil,
etc. Cada grupo social mantém formas diferenciadas de comunicação.
Dependendo do saber de cada povo e de suas referências locacionais, surgem
as identidades particulares de cada grupo.
A noção de identidade pode estar relacionada à noção de pertencimento
e este último relacionado a uma referência locacional. Quer dizer, existe um
vínculo dos indivíduos com os lugares, ou ainda, as relações se materializam
locacionalmente. Silva (2006) faz uma elucidação sobre a associação entre
construção de uma identidade com construção de uma territorialidade. A partir
do reconhecimento que cada indivíduo mantém do seu “estar” no mundo, isto
é, ao movimentar-se, ir e vir pelo mundo, este se ordena territorialmente:
Essa atividade implica o entendimento de que o ser está carregado de possibilidades e permite apontarmos para o fato de, a cada momento em que os homens estão construindo os marcos referenciais que identificam os lugares (para que possam saber onde está o que lhe é significativo), reconhecermos que estão concomitantemente construindo as suas próprias identidades. Por isso podemos dizer que, ao construírem as suas geografias diárias, constroem distinções do ali e do acolá, assim como entre o que eu sou e quem é o outro. (SILVA, 2006, p. 12).
Este reconhecimento do lugar é interpretado pelo autor, como o
estabelecimento de ordenamentos de significados sobre como as coisas estão
dispostas no mundo, de construções simbólicas da realidade. Esta construção
simbólica ordenada utiliza-se de linguagens, e a identidade do ser humano se
dá através do fato de possuir linguagens. Quer dizer, a partir de linguagens,
sejam elas quais forem à comunicação se torna socialmente compreendida.
Conseqüentemente, o processo de aprendizagem é justamente apropriar-se de
linguagens que proporcionarão significados e um sentimento maior de
pertencimento a um grupo.
Portanto, as linguagens derivam de processos de apropriação de
estruturas simbólicas, um desenvolvimento da capacidade de significação e
uma necessidade de ordenação (SANTOS, 2003). É entendida pelo autor
como uma materialidade da ordem do pensar. Trata-se de uma estrutura lógica
14
dos símbolos apropriados de uma dada cultura na qual um dado sujeito está
inserido.
Então, a linguagem da fala ou da escrita, dentre outras, são ferramentas
que possibilitam a expressão de diversos significados que constantemente
trazem novas re-significações da relação sujeito-objeto. Esta dinâmica da
materialidade da ordem do pensar é o processo de ensino-aprendizagem que
nada mais é que uma prática contínua da alfabetização.
A ação de alfabetizar alguém, de propagar o ensino da leitura, não pode
estar reduzida única e exclusivamente ao processo de letramento, entendido
aqui como simples transmissão de conteúdos. “Ler” o mundo é identificar o
significado da distribuição locacional dos fenômenos. Cabe ao educador
disponibilizar o acesso a certas linguagens que permitam aos educandos
analisar locacionalmente as relações, para assim terem a possibilidade de
desenvolver habilidades que serão úteis para desvendar significados desses
fenômenos.
Então, a alfabetização deve ser feita através de um processo que
envolva o desenvolvimento de habilidades, a partir de conteúdos que
possibilitem a construção de conceitos que servem de instrumento para leituras
de mundo.
Existe um ponto importantíssimo sobre o processo de ensino-
aprendizagem: a individualidade. Perceber, que cada indivíduo dispõe de
interpretações subjetivas e objetivas dos significados apropriados, é permitir
que cada um realize suas potencialidades enquanto pessoa.
O saber prévio pode estimular em cada educando a capacidade de se
distinguir entre “eu” e o mundo, pode proporcionar a qualidade humana da
autoconsciência que existe sob a aptidão humana para usar símbolos. Quer
dizer, a capacidade de se distinguir do outro possibilita um reconhecimento
próprio da identidade, e assim da individualidade.
15
É uma busca de sua natureza, que deve ser escolhida e confirmada por
si mesmo. May (1971) descreve a relevância da individualidade, exemplificando
um caso de duas meninas gêmeas, na qual é revelada a exigência por parte de
uma delas, de ser alguém independente, de possuir e valorizar uma identidade
pessoal:
[...] Finalmente, seguindo um pressentimento, perguntaram: “quando vocês duas saem para passear você gosta de ouvir as pessoas que encontram dizerem: “olhe aquelas gêmeas?”Imediatamente a garotinha exclamou:“ não, quero que digam: ‘olhe para aquelas duas meninas diferentes. (MAY, 1971, p.77).
É inegável que exista uma identidade pessoal, porém, é evidente que
existem identidades de grupos, de comunidades que, como foi visto
anteriormente, se materializam locacionalmente. Cada educando carrega
consigo experiências e vivências de sua comunidade de origem que não
poderão em nenhum momento ser descartadas na prática educacional, pois, é
justamente a partir dessas experiências, vivências (sua cultura) que o
educando se relacionará com os conteúdos aplicados na brinquedoteca.
Então, os educadores devem se preocupar com a compreensão e
desenvolvimento das habilidades necessárias que serão relevantes para os
educandos com a finalidade de que cada um compreenda as diferentes
concepções de mundo por si mesmo e possa eleger aquilo que lhe pareça mais
sensato.
May (1971) explica que, quanto mais se explora a potencialidade maior é
a realização da natureza humana que, se baseia na experiência da própria
identidade, como um ser dotado de valor e dignidade:
Qualquer organismo que deixe de cumprir suas potencialidades adoece. As pernas se atrofiariam caso a pessoa não andasse. Mas seu vigor não seria a única perda. A circulação sanguínea, as batidas cardíacas, todo o organismo enfraqueceria. Igualmente, caso o homem não preencha suas potencialidades como pessoa humana, torna-se limitado e doente. Esta é a essência da neurose- as aptidões em desuso, bloqueadas por condições hostis do ambiente (passado ou presente) e por conflitos interiorizados, voltam-se para dentro, causando a morbidez. (MAY, 1971, p. 78).
16
A autoconsciência/individualidade pode ser alcançada por meio de
elementos para a formação do indivíduo. A criança necessita se sentir capaz,
autêntica, querida, ser ouvida, fazer escolhas, e assim, pode-se estimular
leituras sobre a realidade percebida.
A intenção é demonstrar que deve haver uma preocupação, no processo
ensino-aprendizagem, de não indução, isto é, uma autonomia do pensamento,
que os indivíduos possam pensar por si. Porém, deve existir e persistir a
correta orientação/ mediação do educador, no sentido de desenvolvimento de
habilidades.
Para tanto, é necessário que haja um objetivo pedagógico, ou seja, definir
os objetivos de aprendizagem. Para este trabalho, foi definido que o brincar
pode estimular a apropriação de conteúdos e conceitos ambientais. Então, é
importante definir quais são esses conteúdos e conceitos.
17
Capítulo II - Paradigma da Educação Ambiental: construindo
conceitos
2.1 O que é ambiente
Para entender a educação ambiental como prática, é necessário
compreender a sua evolução, a partir das diferentes concepções do ambiente,
permitindo compreender algumas correntes e seus objetivos pedagógicos.
Trata-se de identificar e definir as principais concepções paradigmáticas sobre
o ambiente.
Segundo Sauvé (1997), existem seis concepções tipológicas sobre o
ambiente: ambiente como natureza, ambiente como recurso, ambiente como
problema, ambiente enquanto lugar para se viver, ambiente como biosfera e
ambiente enquanto projeto comunitário.
O ambiente como natureza é aquele que deve ser apreciado, respeitado
e preservado. Quer dizer, esta concepção tem como base que o indivíduo deve
interagir com o meio de forma apropriada. Partindo do pressuposto de que o
homem está dissociado da natureza, este último deve aprender a se relacionar
experimentando sensações para compreender como a natureza funciona.
Já o ambiente como recurso natural é entendido enquanto o correto
gerenciamento e gestão. Trata-se de compreender e eleger as melhores ações
de planejamento urbano/ ambiental, com o intuito de assegurar os recursos
para a geração atual e para as futuras. Neste sentido, o processo de ensino-
aprendizagem se dá a partir de estratégias de interpretações do meio ambiente
relacionadas ao que se considera como patrimônios históricos e ambientais
(museus e parques). O meio ambiente também é o mote de campanhas de
conscientização, tais como, reutilização, reciclagem, consumo, etc.
A terceira concepção de ambiente, ambiente como problema, pode ser
compreendida como o meio biofísico, que está sendo ameaçado e, assim
necessita, urgentemente, de soluções práticas para evitar a degradação e a
poluição. Entende-se aqui, a necessidade de um enfoque pragmático, isto é,
18
identificado um problema através da pesquisa, torna-se necessário definir e
conceituar um plano de ação para minimizá-lo ou resolvê-lo.
O ambiente enquanto lugar para se viver, é aquele que diz respeito à
noção de pertencimento, quer dizer, é o espaço de vivência, do dia-a-dia.
Todos devem aprender a apreciar e desenvolver o senso de pertencer a ele. A
individualidade é bem marcada neste contexto, pois, aqui o processo
pedagógico é pautado na transformação de cada indivíduo, ou seja, cada um
deve aprender a conviver harmonicamente com o meio.
Já a concepção de ambiente enquanto biosfera está relacionada a uma
educação numa perspectiva planetária, isto é, compreender as múltiplas
dimensões do mundo e suas inter-relações. O mundo é um só, alguns
problemas pontuais são também globais, e, portanto, estratégias utilizadas em
um lugar específico podem e devem ser multiplicadas em outros lugares.
A sexta concepção de ambiente é do ambiente enquanto projeto
comunitário. Trata-se de uma compreensão de ambiente em que estamos
envolvidos, e este necessita de um envolvimento individual e coletivo.
Dito isto, fica uma indagação: será, então, necessário adotar uma destas
concepções para a prática da ação educativa na brinquedoteca ambiental?
Ao analisar estas concepções de forma crítica, percebe-se que todas
elas coexistem na realidade. Cabe definir a extensão e a importância de cada
uma delas para o melhor desenvolvimento da rede de inter-relação pessoa-
sociedade-natureza.
Sauvé (1997) aponta que as escolhas educativas na Educação
Ambiental, são definidas através destas concepções, mas também, pelo
próprio conceito de educação ambiental. Para tanto, existem paradigmas
educacionais: paradigma educativo racional, paradigma educativo humanístico
e paradigma educativo inventivo.
19
O paradigma educativo racional está associado à idéia de uma
capacidade intelectual dos educandos, quer dizer, eles são alentados a
memorizar fatos e marcos importantes da questão ambiental. A partir disto,
entendem a relação da sociedade e natureza como dominação, subjugação.
Já o paradigma educativo humanístico entende que o processo de
ensino-aprendizagem está relacionado ao educando. Isto é, considera e
respeita a individualidade e subjetividade.
O terceiro paradigma, educativo inventivo, é compreendido como uma
construção pragmática. A partir de conhecimentos específicos, é possível
eleger soluções para problemas concretos, nesta concepção tem-se como
objetivo pedagógico a elaboração de projetos interdisciplinares.
Apresentadas as concepções tipológicas de ambiente, assim como os
paradigmas educativos, cabe agora definir como os educandos podem
perceber o ambiente a sua volta.
2.2 Como o conceito ambiente pode ser trabalhado na brinquedoteca
Como já foi dito anteriormente, a intenção deste trabalho foi demonstrar
que através do brincar, a criança pode desenvolver habilidades que
possibilitem a apropriação de conceitos ambientais.
Para a faixa etária definida, tornou-se importante o reconhecimento da
existência de três principais elementos do ambiente: do ar, da água e do solo e
da interdependência dos seres vivos.
Neste momento da infância (3-6 anos), existe um grande valor de
relacionamento com as “coisas” a partir do encantamento. Torna-se vaga e
nula a pretensão de almejar que crianças nesta idade compreendam o
ambiente enquanto recurso e problema. Porém, elas, certamente, podem
entender o ambiente enquanto natureza (apreciado, respeitado e preservado),
lugar para se viver (noção de pertencimento), biosfera (múltiplas dimensões do
mundo e suas inter-relações) e projeto comunitário (envolvimento individual e
coletivo).
20
Ao pensar que estas concepções de ambiente coexistem na realidade,
pode-se dizer que a Educação Ambiental, que orienta este trabalho, deve-se
preocupar em ensinar e promover um relembrar de conhecimentos oriundos de
várias ciências, permitindo conhecer a condição humana, e assim, evidenciar a
multidimensionalidade e a complexidade humanas como explicitada por Morin
(2001):
Somos originários do cosmos, da natureza, da vida, mas, devido à própria humanidade, à nossa cultura, à nossa mente, à nossa consciência, tornamo-nos estranhos a este cosmos, que nos parece secretamente íntimo.
[...] Conhecer o humano é, antes de mais nada, situá-lo no universo, e não separá-lo dele. Como vimos, todo conhecimento deve contextualizar seu objeto, para ser pertinente. “Quem somos?” é inseparável de “Onde estamos?”, “De onde viemos?”, “Para onde vamos?. (MORIN, 2001,p.51).
Outro conceito educacional que embasa a proposta da brinquedoteca é
a transdisciplinaridade. As atividades propostas na brinquedoteca podem se
basear na concepção de transdisciplinaridade. Este termo foi proposto pelo
romeno Nicolescu (2001), e, em linhas gerais, pretende que a compreensão
sobre temas seja feita por meio da unidade do conhecimento. Trata-se de um
olhar complementar da pesquisa pluridisciplinar (estudo de disciplina na visão
de outras) e interdisciplinar (transferência de métodos adotados por uma
disciplina a outra), de maneira que se alcance uma visão mais complexa sobre
as realidades percebidas, nas palavras do autor:
O estudo da Natureza viva pede uma nova metodologia – a metodologia transdisciplinar -, que é diferente tanto da metodologia da ciência moderna como da metodologia da ciência antiga do ser. É a co-evolução do ser humano e pede uma nova metodologia. [...] Uma tarefa prioritária da transdisciplinaridade é a elaboração de uma nova filosofia da Natureza, mediadora privilegiada do diálogo entre todos os campos do conhecimento. (NICOLESCU, 2001, p. 50).
Mas o que é o complexo? Compreender que existem partes da realidade
que tecem um contexto é compreender que existe uma complexidade dos
elementos presentes em nossa vida que se inter-relacionam. Segundo Morin
(2001), o complexo trata de:
21
O conhecimento pertinente deve enfrentar a complexidade. Complexus significa o que foi tecido junto; de fato, há complexidade quando elementos diferentes são inseparáveis constitutivos do todo (como o econômico, o político, o sociológico, o psicológico, o afetivo, o mitológico), e há um tecido interdependente, interativo e inter-retroativo entre o objeto de conhecimento e seu contexto, as partes e o todo, o todo e as partes, as partes entre si. Por isso, a complexidade é a união entre a unidade a multiplicidade. Os desenvolvimentos próprios a nossa era planetária nos confrontam cada vez mais e de maneira cada vez mais inelutável com os desafios da complexidade. Em conseqüência, a educação deve promover a “inteligência geral” apta a referir-se ao complexo, ao contexto, de modo multidimensional e dentro da concepção global. (MORIN, 2003, p. 38).
Portanto, trata-se de um esforço para promover o conhecimento não-
fragmentado, fazer com que as pessoas percebam-se como parte da natureza,
sintam-se pertencentes ao lugar onde vivem.
2.3 O papel do brinquedo confeccionado com material reutilizado
Ao pensar em uma brinquedoteca, seja ela ambiental ou não, ocorre
uma associação imediata ao brinquedo. A partir do momento em que se define
uma brinquedoteca ambiental, existe uma preocupação na escolha de
materiais reutilizados para a construção de brinquedos que possibilitem a
apropriação DOS conceitos ambientais que se pretende trabalhar. O brinquedo
serve como ferramenta para possibilitar a vivência lúdica.
Sobre a vivência lúdica na educação ambiental, Costa e Lopes (2009)
comentam que:
“Muitas vezes a associação necessária para que o jogo se desenvolva é feita só de forma visual (cor, forma) não pressupondo leitura do texto e compreensão do conteúdo”. (COSTA e LOPES, 2009, p. 5).
Além da preocupação com os brinquedos e brincadeiras, considera-se
importante a adequada mediação dos educadores e neste trabalho,
compreendidos como educadores ambientais, na compreensão e
desenvolvimento de habilidades relevantes aos educandos, para que eles
tenham a possibilidade de compreender as diversas concepções de mundo por
si mesmo, elegendo aquela que é possível dentro de seu contexto de vida.
Segundo Brandão (2005) o papel do educador ambiental é:
22
[...] não acredito que o educador ambiental – este ser de difusa e difícil identidade e vocação - seja um especialista em ensinar a crianças e jovens sobre “como lidar com o meio-ambiente” ou “como cuidar da natureza”. Digo isto porque creio que ele é – somos - um educador dos sentidos, dos sentimentos, das sensibilidades e dos saberes. Um educador atento a re-acordar afetos, re-ordenar saberes e re-encantar o mundo. Um estudioso (aquém, dentro e além dos “novos paradigmas”), um pesquisador e um sujeito de diálogos imprevisíveis e, busca das virtudes e dos valores essenciais da aura dos seres, em um mundo a cada estação do ano mais ameaçado pela voracidade do preço das coisas. (BRANDÃO, 2005, p.7).
Podemos dizer que integrar estes conceitos de educação, meio
ambiente, educação ambiental e transdiciplinaridade a pratica educativa, na
implantação da brinquedoteca ambiental, foi o grande desafio proposto neste
trabalho.
23
Capítulo III - A Brinquedoteca Ambiental
Seguindo a concepção de uma brinquedoteca comum, a brinquedoteca,
a ambiental, precisava de brinquedos, porém, recicláveis onde os conceitos
ambientais pudessem ser trabalhados num espaço que poderia ser numa
comunidade ou creche.
A idéia inicial era um espaço com brinquedos recicláveis onde as
crianças, num brincar livre, estariam absorvendo conteúdos ambientais. De
forma a conhecer o universo das brinquedotecas, foram executadas algumas
visitas técnicas antes da implantação da brinquedoteca ambiental, proposta
neste trabalho.
Com o decorrer das visitas técnicas, a concepção inicial de uma
brinquedoteca convencional foi se modificando para uma proposta de criação
de painel interativo, entendido como instrumento pedagógico que poderia tomar
forma e se definir como a própria brinquedoteca ambiental.
A primeira visita técnica foi ao Centro de Educação Ambiental – CEA do
Instituto Estre em Paulínia – SP, onde foi apresentado o trabalho que vem
sendo realizado junto às escolas da comunidade (Figura 1).
Figura 1 – Centro de Educação Ambiental – Paulínia – SP
Fonte: Valença, 2010
No local há uma maquete do aterro sanitário, gerenciado por uma das
empresas do Grupo e que é utilizada para repassar aos visitantes, os conceitos
ambientais de resíduos sólidos e tratamento de áreas degradadas (Figura 2).
24
Figura 2 – Maquete do Aterro Sanitário (CEA)
Fonte: Valença, 2010
Esta visita deixou clara a necessidade e a importância de se manter um
Centro de Educação Ambiental, como local de referência, junto aos Aterros
Sanitários, para que as futuras gerações saibam que naquele local não
poderão ser feitas escavações e entendam a importância do tratamento
adequado dos resíduos gerados por todos nós (Figura 3).
Figura 3 – Maquete - Aterro Sanitário (CEA)
Fonte: Valença, 2010
A segunda visita executada foi na Brinquedoteca da Escola Indianópolis
cuja diretora é pioneira e referência no assunto brinquedoteca com diversos
livros publicados. A partir de sua vivencia e conhecimento na área, a diretora
considera o brinquedo fundamental no processo de ensino-aprendizagem.
(Figura 4).
25
Figura 4 – Brinquedoteca Indianópolis e Casa de Boneca
Fonte: Valença, 2010
Neste espaço, Encontramos um amplo espaço e com diversas opções
de brinquedos como bonecos, jogos, carrinhos, dentre muitos outros (Figura 5).
Foi possível também encontrar brinquedos confeccionados com material
reciclado, como visto na figura (Figura 6).
Figura 5 – Brinquedos da Brinquedoteca Indianópolis
Fonte: Valença, 2010
Figura 6 – Brinquedos de Material Reciclável
Fonte: Valença, 2010
26
O parque Villa Lobos, em São Paulo, foi à terceira visita técnica
programada neste trabalho. No parque tivemos a oportunidade de conhecer o
Espaço Villa Ambiental – Criança Ecológica, um projeto da Secretaria Estadual
do Meio Ambiente e Governo do Estado de São Paulo em parceria com o
Grupo MAPFRE Seguros. O espaço Villa Ambiental se destaca por abordar
todas as agendas ambientais em atividades divertidas e educativas mostrando
às crianças a importância de proteger o meio ambiente. No Villa Ambiental, as
crianças conhecem os heróis da natureza, como o Bob Água, Frida Flor, Fred
Fauno, Nika Valente e Max Limpo que lutam contra os vilões do meio ambiente
(Figura 7).
Figura 7 – Espaço Villa Ambiental – Criança Ecológica
Fonte: Valença, 2010
A última visita empreendida foi à Praça Victor Civita, em Pinheiros – SP,
terreno que foi revitalizado graças à parceria da Prefeitura de São Paulo com o
Grupo Abril, que transformou o local onde funcionava um incinerador de lixo em
um espaço público repleto de informações e questões ambientais (Figura 8).
Figura 8 – Painel Ambiental da Praça Victor Civita
Fonte: Valença, 2010
27
Além de ser uma aula ambiental a céu aberto, com painéis
explicativos sobre conceitos de ar, água e solo, a praça oferece ainda o
Instituto Verdescola que proporciona várias atividades (Figura 9).
Figura 9 – Instituto Verdescola na Praça Victor Civita
Fonte: Valença, 2010
Existe uma oficina permanente de brinquedos ecológicos que podem ser
confeccionados pelos freqüentadores da praça a partir de materiais recicláveis
disponibilizados no local e com a assistência de monitores (Figura 10).
Figura 10 – Oficina Permanente de Brinquedos Recicláveis
Fonte: Cruz, 2010
Assim como na natureza há o tempo para o solo ser preparado e a
semente semeada pelos pássaros e pelo o vento, na vida temos as estações
de outono, inverno, primavera e verão e há de se respeitar essas épocas para
que se compreenda a lição. Foi seguindo esse sentimento de respeito que
repousou todos os aprendizados e conteúdos das visitas executadas neste
trabalho para emergir do coração, ao seu tempo, como seria a Brinquedoteca
28
Ambiental levando-se em consideração a simplicidade, ações intuitivas e a
interação das partes – os seres vivos - com o todo – o planeta.
Dessa forma, a Brinquedoteca Ambiental, idealizada na razão e
concebida no coração, foi tomando forma. A idéia de criar um painel interativo,
trabalhando conceitos ambientais como ar, água e solo, teve inspiração a partir
da junção da maquete do CEA, de Paulínia, com o painel explicativo da Praça
Victor Civita, em São Paulo.
A proposta, que ganhou forma neste trabalho, foi a construção de um
painel interativo pedagógico com altura acessível às crianças, na faixa etária de
3 a 6 anos, de forma que elas pudessem interagir livremente com o painel.
Cada cor exposta no painel foi associada a uma representação ambiental: azul
escuro: água; marrom e verde: solo/mata; azul claro: ar, onde as figuras e
imagens pudessem ser retiradas e recolocadas em posições diversas e,
portanto, dando mobilidade, vida ao painel.
Essas foram algumas das preocupações na concepção das atividades a
serem desenvolvidas no painel que, dependendo do direcionamento desejado,
tomaria formas diversas, permitindo que a coordenação pedagógica, por
exemplo, de uma creche, desenvolvesse atividades como a identificação de
animais em seu ambiente, o ciclo da água, desmatamento, ocupação urbana,
perda ou aumento da biodiversidade, classificação de espécies animais e
vegetais, dentre outras.
Tudo isso até parecia um sonho, mas, tornou-se realidade. E assim, aos
poucos, descansando, conversando e trocando sensações e sentimentos as
idéias foram tomando formas e o local para a instalação do painel tornou-se
realidade.
O local escolhido para a implantação da Brinquedoteca Ambiental,
proposta neste trabalho, foi o Centro de Convivência Infantil - C.C.I, creche que
atende aproximadamente 65 crianças, filhos de funcionários públicos lotados
no Departamento de Estradas e Rodagem na Secretaria dos Transportes do
Estado de São Paulo - D.E.R.
29
O painel foi instalado em frente à entrada da brinquedoteca, que já
existia no local, em um espaço amplo e arejado permitindo, desta forma, uma
maior interação da brinquedoteca com o painel. Após a definição do espaço,
foi dado início a montagem do painel com a aquisição dos materiais, como:
papel E.V.A, papel colorido, fita velcro, cola comum, cola quente e fita adesiva
(Figura 11).
Figura 11 – Espaço C.C.I para a Brinquedoteca Ambiental
Fonte: Cruz, 2010
Em seguida foram escolhidas as figuras e imagens relacionadas com os
elementos da natureza como ar, solo-mata e água que iriam compor as
cartelas do painel (Figura 12).
Figura 12 – Painel Interativo Pedagógico
Fonte: Cruz, 2010
30
As cartelas foram feitas de papelão onde foram cortadas e coladas as
figuras e imagens correspondentes aos ambientes: ar, solo-mata e água. No
verso das cartelas foram coladas às folhas de papel na cor correspondente ao
local a ser fixada no painel, vejam os exemplos abaixo a ave que pode estar
tanto no ar como na mata, teve no verso da cartela a cor azul claro
representando o ar e a cor verde representando a mata (Figura 13);
Figura 13 – Modelo Cartela Ar e Mata
Fonte: Valença, 2010
já o golfinho teve, no verso da cartela, apenas a cor azul escuro que
representa a água (Figura 14);
Figura 14 – Cartela Água
Fonte: Valença, 2010
31
e a cobra representando o solo, no verso, teve a cor marrom (Figura 15).
Figura 15– Modelo Cartela Solo
Fonte: Valença, 2010
Outras imagens do painel como: nuvens claras e escuras, trovão, raios,
céu, sol, lua, arco íris, prédios e casas foram feitas em E.V.A coloridos, já as
árvores foram elaboradas a partir de tubos de rolos de papel higiênico pintados
na cor marrom, formando o tronco e o papel crepom verde a copa da árvore
(Figura 16).
Figura 16 – Outras Imagens do Painel Interativo Pedagógico
Fonte: Valença, 2010
O planeta azul, sorrindo, segurando uma flor no formato do símbolo de
reciclagem teve a intenção de levar a compreensão dos conceitos ambientais
do ar, solo e água que compõem o planeta, onde as partes formam o todo, em
harmonia, com a diversidade de espécies que co-habitam o mesmo espaço
(Figura 17).
Os brinquedos, que fariam parte da brinquedoteca ambienta
ser de materiais reutilizáveis
conceito de transformação e reutiliz
um Concurso de Brinquedos Ecológicos
conseguir os brinquedos recicláveis e, não menos importante, motivar, não só
os pais das crianças do C.C.I, mas também todos os funcionários d
exercitarem o voluntariado, a ação sem recompensa material, encontrando
apenas na participação, a satisfação pessoal da ação para o outro (Figura
Na elaboração do regulamento do concurso (Anexo A) houve a
preocupação de incentivar a participação de todos
demonstrar a transparência em todas as ações. Os integrantes da comissão
organizadora não votaram e foram imparciais na
Figura 17 – Planeta Azul - Brinquedoteca Ambiental
Fonte: Valença, 2010
que fariam parte da brinquedoteca ambienta
reutilizáveis e/ou recicláveis, trabalhando, desta forma, o
conceito de transformação e reutilização. Atendendo esse quesito
um Concurso de Brinquedos Ecológicos, que teve como objetivo principal
conseguir os brinquedos recicláveis e, não menos importante, motivar, não só
os pais das crianças do C.C.I, mas também todos os funcionários d
exercitarem o voluntariado, a ação sem recompensa material, encontrando
apenas na participação, a satisfação pessoal da ação para o outro (Figura
Figura 18 – Cartaz Concurso de Brinquedos Ecológicos
Fonte: Valença, 2010
Na elaboração do regulamento do concurso (Anexo A) houve a
preocupação de incentivar a participação de todos os funcionários do D.E.R
demonstrar a transparência em todas as ações. Os integrantes da comissão
organizadora não votaram e foram imparciais na condução do concurso.
32
Brinquedoteca Ambiental do C.C.I
que fariam parte da brinquedoteca ambiental, deveriam
, trabalhando, desta forma, o
ação. Atendendo esse quesito, foi lançando
que teve como objetivo principal
conseguir os brinquedos recicláveis e, não menos importante, motivar, não só
os pais das crianças do C.C.I, mas também todos os funcionários do órgão a
exercitarem o voluntariado, a ação sem recompensa material, encontrando
apenas na participação, a satisfação pessoal da ação para o outro (Figura 18).
de Brinquedos Ecológicos
Na elaboração do regulamento do concurso (Anexo A) houve a
os funcionários do D.E.R e
demonstrar a transparência em todas as ações. Os integrantes da comissão
condução do concurso.
33
Foi oferecido aos funcionários do D.E.R uma Oficina de Brinquedos
Recicláveis, durante um dia inteiro, com o intuito de ensiná-los a criar
brinquedos recicláveis a partir de diversos tipos de resíduos: papelão, tubos de
pasta de dente, rolos de papel higiênico, palitos de churrasco, papel, jornal,
dentre outros (Figura 19).
Figura 19 – Cartaz Oficina de Brinquedos Ecológicos
Fonte: Valença, 2010
A conclusão desta etapa deu-se com a inscrição de 25 (vinte e cinco)
brinquedos ecológicos, todos entregues com as instruções de como foi
elaborado detalhadamente o brinquedo, cujo objetivo foi proporcionar a
coordenação pedagógica da creche C.C.I a possibilidade, no amanhã, de
reproduzir o mesmo brinquedo sem nenhuma dificuldade (Figura 20).
.
Figura 20 – Brinquedos ecológicos inscritos no Concurso
Fonte: Valença, 2010
Na etapa seguinte os 25 brinquedos foram colocados à apreciação de
uma Comissão Julgadora composta por cinco membros, pertencentes às
seguintes instituições: CEA - Grupo Estre, Ong 3for1, Diretoria do C.C.I, Polícia
34
Rodoviária e Departamento de Meio Ambiente do D.E.R. A comissão teve
como tarefa indicar, do seu ponto de vista e de acordo com o regulamento, os
três melhores brinquedos. Os participantes da Comissão Julgadora receberam
brinde e um Diploma de Participação no evento.
Os brinquedos finalistas escolhidos pela Comissão Julgadora foram:
Carrinho Big Fut, Boliche Mickey e Minnie e Vai e Vem (Figura 21).
Figura 21 – Brinquedos Ecológicos Finalistas
Fonte: Valença, 2010
Na última etapa os três brinquedos selecionados pela Comissão
Julgadora foram expostos durante dois dias em local de grande circulação para
que todos participassem da votação e escolhessem o brinquedo vencedor,
independentemente de terem aderido ou não ao concurso. Para isso, foi
disponibilizada uma urna que foi colocada, no primeiro dia, no período da
manhã, no hall de entrada e, no segundo dia, no horário de almoço, no
restaurante. Terminada a votação a urna foi lacrada e só foi aberta no dia da
inauguração da Brinquedoteca Ambiental para a apuração dos votos (Figura
22).
Figura 22 – Apuração dos votos do Concurso Fonte: Valença, 2010
35
Na apuração, foram computados um total de 250 votos onde o vencedor
foi o Boliche Mickey e Minnie (Figura 23).
Figura 23 – Boliche Mickey e Minnie
Fonte: Valença, 2010
O 2º lugar foi o brinquedo Carrinho Big Fut (Figura 24).
Figura 24 – Carrinho Big Fut
Fonte: Valença, 2010
E o 3 º lugar foi o Vai e Vem (Figura 25).
Figura 25 – Brinquedo Vai e Vem
Fonte: Valença, 2010
36
A finalização do concurso ocorreu com a premiação do vencedor que
recebeu um troféu e a sua nomeação como patrono da Brinquedoteca
Ambiental por um ano. Essa premiação também objetivou o desapego, onde o
ganho estava no fato das crianças terem um novo espaço para brincar,
livremente, levando conceitos ambientais, permanentes e dinâmicos, para
serem trabalhados no dia a dia.
No sentido de estimular algumas ações simples, foi disponibilizado para
a Brinquedoteca Ambiental um local para o descarte de resíduos sólidos
através de cestos de lixo confeccionados com a reutilização de caixas de papel
sulfite que foram encapadas com papéis coloridos, identificadas com adesivos
ilustrativos (orgânico, papel, plástico, vidro e metal) e ensacadas para
acondicionar os resíduos a serem descartados (Figura 26).
Figura 26 – Cestos de Lixo para descarte de resíduos sólidos
Fonte: Valença, 2010
As crianças receberam uma breve explicação de como jogar o lixo no
local correto (Figura 27).
Figura 27 – Cestos de Lixo do C.C.I
Fonte: Cruz, 2010
37
Além do local de descarte de lixo para a coleta seletiva, foi instalada
uma horta urbana feita a partir da utilização de pneus usados que teve como
objetivo principal demonstrar a importância da reutilização de materiais, o
reaproveitamento dos espaços e a prática de cuidar da terra, pois é dela que
provém o nosso alimento (Figura 28).
Figura 28 – Preparação dos pneus para o plantio das sementes
Fonte: Valença, 2010
Na figura abaixo, as crianças do C.C.I plantam as sementes para a horta
urbana (Figura 29).
Figura 29 – Plantio das sementes
Fonte: Valença, 2010
38
Destacamos ainda a doação de uma palmeira feita de garrafas “pet” que
compôs e enfeitou o espaço com a imponência e a importância da árvore na
vida de todos (Figura 30).
Figura 30 – Palmeira na Brinquedoteca Ambiental
Fonte: Valença, 2010
Após a implantação do painel na creche, foi colocada em funcionamento
a Brinquedoteca Ambiental que seguiu o mesmo critério de funcionamento das
atividades da brinquedoteca comum, ou seja, uma vez por semana, em
períodos alternados, manhã e tarde (Figura 31).
Figura 31 - Brinquedoteca Ambiental do C.C.I
Fonte: Resende, 2010
39
Tiveram acesso às atividades do painel, trinta crianças na faixa etária de
3 a 6 anos (Figura 32).
Figura 32 – As crianças do C.C.I na Brinquedoteca Ambiental
Fonte: Valença, 2010
As atividades que se seguiram foram desde a preparação de novas
cartelas para o painel interativo pedagógico, como também, a confecção de
brinquedos ecológicos, a partir de materiais reutilizáveis e/ou recicláveis
A programação das atividades seguiu a abordagem pedagógica de
interesse da creche, que vai desde o brincar livre até o desenvolvimento de
novos conceitos, utilizando-se do painel interativo pedagógico, da horta urbana
e dos cestos para o descarte adequado de resíduos sólidos.
3.1 Resultados da instalação da Brinquedoteca Ambie ntal
O resultado da Brinquedoteca Ambiental surpreendeu a todos, a partir
do momento em que o papel do painel interativo pedagógico passou a ser a
ferramenta mais importante da proposta da educação ambiental. Esta
constatação se deu na inauguração da brinquedoteca, quando imediatamente
as crianças participaram das ações e, nesse momento, ficou constatado o
sucesso da empreitada. O resultado de todo o trabalho, desde a fase de
concepção, organização do concurso, implantação da brinquedoteca ambiental,
instalação das lixeiras ambientais e da horta urbana foi reconhecido
positivamente por todos os envolvidos e por funcionários do D.E.R. (Figura 33).
40
Figura 33 – As crianças no Painel Interativo Pedagógico
Fonte: Valença, 2010
A grande surpresa como resultado do trabalho foi a constatação de que
os brinquedos recicláveis deixaram de ter o papel principal na brinquedoteca
ambiental e o painel interativo pedagógico passou a ocupar o lugar de
destaque da brinquedoteca, passando a ser a própria brinquedoteca ambiental,
num conceito novo e de simples abordagem e utilização.
Os 25 brinquedos ecológicos, obtidos no Concurso de Brinquedos, foram
guardados e são utilizados respeitando-se a idade e a proposta do brinquedo
dentro do funcionamento da brinquedoteca ambiental (Figura 34).
Figura 34 – Brinquedos Ecológicos da Brinquedoteca Ambiental do C.C.I
Fonte: Valença, 2010
Um resultado interessante, que também demonstra a continuidade da
proposta, é que a coordenação pedagógica do C.C.I vem desenvolvendo
atividades na confecção de brinquedos, a partir de materiais reutilizáveis,
buscando construir conceitos ambientais que possam vir a ser usados no
painel interativo da brinquedoteca ambiental da creche.
41
CONCLUSÃO
Desta forma simples, mas, rica e intensa de significados, foi concluída e
implantada a Brinquedoteca Ambiental na creche do C.C.I.
Esta experiência foi única e muito enriquecedora para aprendizes de
educadoras ambientais. Constatou-se, como esperado na concepção desta
proposta que, a partir do brincar, foi possível a apropriação de conceitos
ambientais, noções de pertencimento e de liberdade individual, concebidas
através do painel interativo pedagógico da Brinquedoteca Ambiental.
Assim fica a esperança que futuras gerações possam encontrar nas
atividades disponibilizadas no painel interativo pedagógico, o significado de
integração no ambiente, o respeito às diferenças e a liberdade nas ações,
compreendendo o importante papel de cuidar de sua primeira casa – o planeta.
O planeta como unidade, o todo, sugere um sentido de pertencimento
em todas as formas manifestadas de vida onde a convivência, em harmonia, é
possível, desde que, o ser humano se sinta fazendo parte dele e, com isso, as
ações brotam, naturalmente, na direção do cuidar, do preservar, não só para si,
mas, para todas as formas de vida.
Abaixo segue uma citação do Prof. Carlos Rodrigues Brandão (2005)
que no prefácio do livro Encontros e Caminhos3 apresenta um conceito de
Educação Ambiental:
A Educação Ambiental é, ao lado de tudo que a fundamenta e acompanha, um outro ponto de partida. É um outro aprender a saber olhar, sentir, viver e interagir entre nós, os seres humanos. Pois somente aprenderemos a preservar ou a tornar sustentável e biodiverso o Meio Ambiente quando aprendermos a criarmos entre e para nós, um mundo igualitário, diferenciado, solidário e livre. (BRANDÃO, 2007, p.7).
3
Livro Encontros e Caminhos: Formação de Educadoras(es) Ambientais e Coletivos Educadores – Volume
2 – 2007 – Secretaria do Meio Ambiente - Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental
– Departamento de Educação Ambiental
42
“Compreender é também aprender e reaprender incessantemente”
(MORIN, 2003, p.102), portanto, na vida nem tudo é definitivo e/ou inacabado,
a natureza demonstra, a cada segundo, que nada é perene. Há de se ter a
humildade perante a exuberância do universo para aceitar outras contribuições,
nas atividades práticas do painel interativo, em relação aos estímulos que
possam enriquecer o brincar livre.
43
REFERÊNCIAS
CHARLOT, Bernard. Du rapport au savoir: Éléments pour une théorie . Paris: Anthropos, vol. 1, 1997.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Encontros e caminhos: Formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores – Volume 2 , 2007.
COSTA, Adriana Teixeira da; LOPES, Luciano. A ludicidade na educação ambiental . Disponível em: http://www.ecoar.org.br/website/pesquise_publi_ecoar.asp#4. Acesso em 09 out. 2009.
CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca - Um mergulho no brincar . Editora Maltese, 1994.
___________. Brinquedo linguagem e alfabetização . Editora Vozes, 2004.
MAY, Rollo. O homem à procura de si mesmo . Editora Vozes, 1995.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro . Editora Cortez, 1999.
NICOLESCU, Basarab. O manifesto da transdisciplinaridade . Trad. Lucia E.Souza, São Paulo, Ed. Trion, 1999.
SANTOS, Douglas. Uma consultoria para a educação escolar no Amapá - Relatório de discussões – PUCSP - Instituto de Estudos Especiais, 2003.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca – A criança, o adulto e o lúdico . Editora Vozes, 2000. SAUVÉ, Lucie. Educação ambiental e desenvolvimento sustentável: uma análise complexa. Revista de Educação Pública, Mato Grosso: UFMT, vol. 6, nº 010, 72-103, jul-dez, 1997.
SILVA, Jorge L. B. Atlas geográfico do Brasil, leituras da territorial idade e a construção da brasilidade . Tese de Doutorado. PUCSP. 2006.
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