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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CAMPUS SÃO MATEUS
CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA
JOCASTA OLIVEIRA MACIELLORRAYNE CORRÁ
RAMON BENTOROSIANE COSME
CALDEIRAS
SÃO MATEUS
2011
1
JOCASTA OLIVEIRA MACIEL
LORRAYNE CORRÁ
RAMON BENTO
ROSIANE COSME
CALDEIRAS
Trabalho apresentado à disciplina
Máquinas Térmicas do Curso técnico em
Mecânica do Instituto Federal do Espírito
Santo, como requisito parcial para
avaliação.
Prof. Jairo de Almeida Montalvão.
São Mateus
2011
2
“Nós poderíamos ser muito melhores se
não quiséssemos ser tão bons.”
Sigmund Freud
3
SÚMARIO
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1. INTRODUÇÃO
Antigamente, ainda na revolução industrial, por volta do século XVIII, as indústrias
necessitavam de calor , esse era conseguido através da combustão do carvão,
porém haviam muitos problemas, deixando na maioria das vezes, as indústrias no
prejuízo. Para resolver esse problema, surgiram as primeiras máquinas geradoras
de vapor, posteriormente mais elaboradas vieram a se chamar Caldeiras, ou
geradores de vapor.
Caldeira ou Gerador de vapor é um equipamento que tem a função de gerar vapor
através de um troca térmica entre o combustível e a água. Ela é utilizada para
diversas funções, como mover locomotivas, mover turbinas, utilizadas também nas
indústrias alimentícias, de papel e celulose, têxtil, química, hospitais, lavanderias,
hotéis, dentre outras...
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2. CALDEIRAS
2.1. Descrição
De acordo com a NR-13¹ item 13.1.1. Caldeiras a vapor são equipamentos
destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica,
utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os refervedores e equipamentos
similares utilizados em unidades de processo.
2.2. Classificação
Conforme o tipo, as caldeiras podem ser classificadas em:
Quanto à forma construtiva:
• Flamotubulares;
• Aquatubulares.
Quanto ao fluido de transferência:
• Caldeiras para água quente,
• Caldeiras para fluido térmico,
• Caldeira a vapor.
Quanto a fonte de energia utilizada:
• Caldeira elétrica.
Quanto as categorias:
• Categoria “A” São aquelas cuja pressão de operação é igual ou superior a
1960 kPa (19,98 Kgf/cm²).
• Categoria “B” São todas as caldeiras que não se enquadram nas categorias
anteriores.
• Categoria “C” São aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a 588
kPa (5,99 Kgf/cm²)e volume interno igual ou inferior a 100litros.
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A seguir, alguns desses tipos descritos detalhadamente.
2.2.1. Flamotubulares
As caldeiras flamotubulares são aquelas em que os gases provenientes da
combustão "fumos" atravessam a caldeira por dentro de tubos que se encontram
rodeados por água, está que será aquecida e evaporada.
As caldeiras flamotubulares são empregadas apenas para pequenas capacidades e
quando se quer apenas vapor saturado de baixa pressão. Elas são de construção
mais simples, e podem ser classificadas quanto à distribuição dos tubos, que podem
ser tubos verticais ou horizontais. Podem ser do tipo Cornuália, Lancashire,
Multitubulares de fornalha interna, Multitubulares de fornalha externa, Escocesas,
Locomotivas e locomóveis.
2.2.1.1. Caldeiras de tubos verticais
Nessas caldeiras, os tubos são postos verticalmente num corpo cilíndrico e fechado
nas extremidades por placas, chamadas espelhos , pois elas refletem boa parte do
calor. A fornalha fica logo abaixo dos espelhos inferiores (ver ilustração 1 e 2).
Os gases provenientes da combustão sobem através dos tubos, aquecendo e
vaporizando a água que está em torno deles. Como combustível são utilizados:
palha, serragem, cascas de café, coco, ou amendoim, óleos e etc.
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Ilustração 2: Caldeira famotubular
Ilustração 1: Caldeira flamotubular
2.2.1.2. Caldeiras de tubos horizontais
As caldeiras de tubos horizontais abrangem vários modelos, desde as caldeiras
Cornuália e Lancashire, de grande volume de água, até as modernas unidades
compactas. As principais caldeiras horizontais apresentam tubulões internos nos
quais ocorre a combustão e através dos quais passam os gases quentes. Podem ter
de 1 a 4 tubulões por fornalha.
Tipos de caldeiras de tubos horizontais
2.2.1.2.1. Caldeira Cornuália
A caldeira Cornuália, foi um dos primeiros modelos desenvolvidos, é constituída de
um tubulão horizontal ligando a fornalha ao local de saída de gases. É de
funcionamento simples, porém de rendimento muito baixo.
Suas principais características são: pressão máxima de operação de 10 kgf/cm²,
vaporização específica 12 a 14 kg de vapor/m² e máximo de 100m² de superfície.
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Ilustração 3: Caldeira flamotubular cornuália
2.2.1.2.2. Caldeira Lancashire
Está caldeira é semelhante a cornuália, mas apresenta de dois a quatro cilindros
internos. Ela alcança uma superfície de aquecimento de 120 a 140 metros
quadrados, atingindo até 18 kg de vapor por metro quadrado de superfície de
aquecimento. Porém, este tipo de caldeira está sendo substituída gradativamente
por outros tipos.
2.2.1.2.3. Caldeira multitubular de fornalha interna
Como o próprio nome indica possui vários tubos de fumaça. Podem ser de três tipos:
• Tubos de fogo diretos: os gases percorrem o corpo da caldeira uma única
vez.
• Tubos de fogo de retorno: os gases provenientes da combustão na tubulação
da fornalha circulam pelos tubos de retorno.
• Tubos de fogo diretos e de retorno: os gases quentes circulam pelos tubos
diretos e voltam pelos de retorno.
2.2.1.2.4. Caldeira multitubular de fornalha externa
Em algumas caldeiras deste tipo, a fornalha é constituída pela própria alvenaria,
situada abaixo do corpo cilíndrico. Os gases quentes provenientes da combustão
entram inicialmente em contato com a base inferior do cilindro, retornando pelos
tubos de fogo.
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2.2.1.2.5. Caldeira escocesa
Essa caldeira, por ser bastante compacta, foi construída para uso marítimo. Em sua
concepção, utilizam-se tubulação e tubos de menor diâmetro. Os gases quentes,
oriundos da combustão verificada na fornalha interna, podem circular em 2,3 e até 4
passes.
Todos os equipamentos indispensáveis ao seu funcionamento são incorporados a
uma única peça, constituindo-se, assim num todo transportável e pronto para operar
de imediato. Elas operam exclusivamente com óleo ou gás, sendo a circulação dos
gases feita por ventiladores. Conseguem rendimentos de até 83%.
2.2.1.2.6. Caldeira locomotiva e locomóvel
Como o próprio nome já diz, nas caldeiras Locomotivas o vapor gerado serve para
movimentar a própria caldeira (e os vagões). Praticamente fora de uso hoje em dia,
por usar carvão ou lenha como combustível. A caldeira locomóvel é tipo multitubular,
apresentando uma dupla parede metálica, por onde circula a água do próprio corpo.
São de largo emprego pela facilidade de transferência de local e por proporcionarem
acionamento mecânico em lugares desprovidos de energia elétrica. São construídas
para pressão de até 21kg/cm2 e vapor superaquecido.
2.2.2. Vantagens das caldeiras Flamotubulares:
• São bastante robustas;
• Não exigem tratamento de água muito apurado;
• Exigem pouca alvenaria real ;
• Pelo grande volume de água que encerram, atendem também as cargas
flutuantes, ou seja, aos aumentos instantâneos na demanda de vapor;
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• Construção fácil e de custo relativamente baixo;
• Pressão elevada.
2.2.3. Desvantagens das caldeiras Flamotubulares:
• Pressão limitada: até 15 atmosferas (hoje em dia existem caldeiras com
pressão superior a 15 atm). Isto se deve ao fato de que a espessura das
chapas dos corpos cilíndricos aumenta com o diâmetro.
• Pequena vaporização(kg de vapor /hora).
• São trocadores de calor de pouca área de troca por volume (menos
compactos). Oferecem dificuldades para a instalação de superaquecedor e
preaquecedor de ar.
2.2.4. Caldeiras Aquatubulares
Devido as caldeiras flamotubulares apresentar uma superfície de aquecimento
muito pequena, houve a necessidade de obter maior vapor, ou seja uma caldeira de
maior rendimento, então criou-se as caldeiras Aquatubulares.
Nesse tipo de caldeira, os tubos que, nas caldeiras flamotubulares, conduziam
gases aquecidos, passaram a conduzir a água, o que aumentou muito à superfície
de aquecimento, aumentando bastante à capacidade de produção de vapor.
2.2.4.1. Tipos de caldeiras aquatubulares
Para podermos compreender melhor, dividimos as caldeiras aquatubulares em três
grandes grupos:
• caldeiras aquatubulares de tubos retos, com tubulão transversal ou
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longitudinal;
• caldeiras aquatubulares de tubos curvos, com diversos tubulões transversais
ou longitudinais.
• Caldeiras aquatubulares de circulação positiva;
2.2.4.2. Caldeiras aquatubulares de tubos retos:
As caldeiras aquatubulares de tubos retos são constituídas de um feixe tubular de
transmissão de calor, com vários tubos retos e paralelos, interligados a uma câmara
coletora. Essa câmara comunica-se com os túbulos de vapor (superiores), formando
um circuito fechado por onde circula a água. A seguir, as ilustrações ajudam a
mostrar o sentido de circulação da água e a circulação dos gases quente mediantes
três passos.
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Ilustração 4: Ciculação da água na caldeira aquatubular
2.2.4.3. Caldeiras aquatubulares de tubos curvos
Esse tipo de caldeira tem uma ótima vantagem que é não apresentarem limites de
capacidade de produção de vapor. A sua forma construtiva foi criada por Stirling,
interligando os tubos curvos aos tubulões por meio de solda ou mandrilagem. A
ilustração a seguir apresenta um esquema de caldeira com quatro tubulões, embora
possa ter de três a cinco, o que confere a este tipo de gerador de vapor maior
capacidade de produção.
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Ilustração 5: Esquema da caldeira aquatubular
Ilustração 6: Esquema de caldeira aquatubular de tubos curvos
Vantagens das caldeiras aquatubulares de tubos curvos:
• Redução do tamanho da caldeira;
• Queda da temperatura de combustão;
• Vaporização específica maior, variando na faixa de 30 kg de vapor/m² a 50 kg
de vapor/m2 para as caldeiras com tiragem forçada;
• Fácil manutenção e limpeza;
• Rápida entrada em regime;
• Fácil inspeção nos componentes.
2.2.4.4. Caldeira de circulação positiva
Nessas caldeiras, a circulação da água ocorre por diferenças de densidade,
provocada pelo aquecimento da água e vaporização, ou seja, ocorre circulação
natural. Deve-se tomar cuidado pois, se ocorrer má circulação, poderá acarretar um
superaquecimento localizado e uma ruptura dos tubos. Veja o exemplo de circulação
da água na ilustração a seguir.
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Ilustração 7: Circulação da água na caldeira de circulação positiva.
Vantagens das caldeiras de circulação positiva:
• Tamanho reduzido;
• Não necessitam de grandes tubulões;
• Rápida geração de vapor;
• Quase não há formação de incrustações, devido à circulação forçada.
As desvantagens são:
• Paradas constantes, com alto custo de manutenção;
• Problemas constantes com a bomba de circulação, quando operando em
altas pressões.
2.2.4.5. Partes das caldeiras aquatubularesAs caldeiras aquatubulares é formada por várias partes, dentre elas, os principais
componentes são:
• Tubulão superior: É onde se injeta a água de alimentação e de onde se
retira o vapor.
• Tubulão inferior: Nele, estão mandrilados tanto os tubos de água que descem do
tubulão superior quanto os tubos de vaporização que sobem para o tubulão superior.
• Feixe tubular: É um conjunto de tubos que fazem a ligação entre os tubulões da
caldeira.
• Fornalha: É onde ocorre a queima do combustível.
• Queimadores: Os queimadores são peças destinadas a promover, de forma
adequada e eficiente a queima dos combustíveis em suspensão.
• Superaquecedor: Aproveitam os gases de combustão para dar o devido aquecimento
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ao vapor saturado, transformando-o em vapor superaquecido.
• Economizador: O economizador tem a finalidade de aquecer a água de alimentação
da caldeira.
• Pré aquecedor de ar: O pré aquecedor de ar é um equipamento (trocador de
calor) que eleva a temperatura do ar antes que este entre na fornalha.
2.2.5. Caldeiras elétricas
Esse tipo de caldeira, como próprio nome já diz, funciona a base de eletricidade,
logo o custo para mantê-las em funcionamento é alto, logo elas não são comumente
usadas na industrias. São mais utilizadas em locais onde há pouca oferta de outros
tipos de combustíveis.
Elas são constituídas basicamente por um vaso de pressão não sujeito a chama, um
sistema de aquecimento elétrico e de um sistema de água de alimentação. Sendo
seu rendimento bastante elevado já que por efeito joule a troca de calor ocorre no
interior da massa líquida sem perda do calor gerado.
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3 COMBUSTÍVEIS
3.1. Combustão
A combustão pode ser definida como uma reação química exotérmica rápida entre
duas substancia, um combustível e um comburente. As reações exotérmicas são
aquelas que liberam energia térmica.
O combustível é a substancia que queima que se oxida. Contendo em sua
composição, principalmente carbono e hidrogênio, e, eventualmente e em menores
teores,outros elementos reagentes, como oxigênio e enxofre ou ainda outros
elementos ou compostos que não participa da reação de combustão como a água.
Comburente é o componente da reação de combustão que fornece oxigênio. Em
geral, é usado o ar atmosférico que apresenta a grande vantagem de não ter custo
de fornecimento.
3.2. Combustíveis
Os combustíveis utilizados como energia e aquecimento industrial apresentam
características importantes tais como:
• Baixo custo por conteúdo energético;
• Possibilidade de utilização dentro de tecnologia disponível;
• Baixo custo operacional e de investimento.
Os combustíveis podem ser classificados quanto a sua forma física:
• Sólidos, líquidos e gasosos.
• Sólidos : Lenha; Carvão Mineral; Bagaço de Cana; Casca de Arroz
• Líquido: Óleo Diesel; Óleo combustível; Álcool Gasoso :Gás Natural; GLP
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Poder Calorífico
é quantidade de energia liberada na combustão de 1 kg de combustível, expressa
em Kcal. Alguns exemplos de poder calorífico de alguns combustíveis estão
descritos na tabela a seguir.
Combustível Poder calorífico (Kcal/Kg)Lenha de eucalipto (umidade 30%) 3160Lenha de eucalipto (umidade 50%) 2260Óleo combustível 10200Bagaço da cana (umidade 50%) 2200
Composição dos combustíveis:
Os combustíveis industriais apresentam em sua composição alguns dos seguintes
elementos ou compostos.
• Carbono C
• Hidrogênio H
• Oxigênio O
• Enxofre S
• Nitrogênio N
• Água H2O
• Cinzas Z
Combustíveis líquidos
Os combustíveis líquidos são amplamente utilizados na industria pela facilidade de
armazenamento, operação e transporte, e os derivados de petróleo praticamente
estão presentes na maioria das aplicações. A caracterização dos combustíveis
líquidos compreende a medição de algumas propriedades aplicáveis a estes, as
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quais serão definidas a seguir..
Ponto de fulgor – é a temperatura do combustível na qual, sob a ação de uma
chama escorvadora sobre a superfície liquida do mesmo, provoca uma ignição na
temperatura do ponto de fulgor a combustão não é mantida. Esta propriedade é
muito importante para o armazenamento do combustível.
Ponto de ignição – é a temperatura do combustível na qual a chama escorvatória
provoca uma combustão continuada sobre a superfície do mesmo.
Temperatura de auto-ignição – é a temperatura mínima de uma mistura
ar/combustível na qual a combustão é iniciada e se mantém, sem presença de uma
chama escorvadora.
Ponto de fluidez – é a temperatura mínima necessária para que o combustível se
torne um fluido.
Viscosidade – é uma importante propriedade pois determinam as temperaturas de
armazenamento, bombeamento econômico e pulverização(atomização) para
combustão.
Óleo combustível
O óleo combustível: é a fração mais importante para os sistemas de aquecimento
industrial, devido a seu baixo preço. Apesar de no inicio da utilização do petróleo
,frações mais leves tais como diesel e o querosene terem sido utilizados,
atualmente, tais derivados são reservados a utilização com maior exigência de
qualidade de combustível, tais ,como motores de combustão interna e turbinas de
aviação.
A tendência atual é adequar o perfil de refino a maior produção de diesel e
consequentemente, o óleo combustível utilizado pela industria tem sua densidade e
viscosidade aumentada, além de maior teor de enxofre. A especificação básica para
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óleos combustíveis é a viscosidade, o ponto de fluidez e o teor de enxofre.
Combustíveis gasosos
Os combustíveis gasosos têm aumentado sua aplicabilidade na industria nacional,
respondendo a demanda por fontes de energia mais limpas e eficientes. A limitação
de seu crescimento está na disponibilidade e distância dos centros consumidores
pela sua maior dificuldade de transporte, apesar de hoje este problema começa a
ser solucionado.
Propriedades dos combustíveis gasosos:
A composição química pode ser facilmente determinada através da análise em
laboratório, em cromatógrafos químicos. O poder calorífico é normalmente dado em
termos de energia/volume, relativa a determinada condição de temperatura e
pressão. Em alguns casos pode ser fornecido em termos de massa/energia.
Densidade relativa – é a densidade do gás em relação ao ar nas mesmas condições
de pressão e temperatura.
Número de Wobb – é uma relação entre o poder calorífico e densidade relativa e é
calculado pela seguinte equação: W=PCI / √d
Em que:
PCL = Poder calorífero
d = Densidade do ar
Combustíveis sólidos:
Dentre os principais combustíveis sólidos estão a lenha e o carvão mineral. Este tem
grande importância na produção de energia térmica e elétrica na Europa, mas no
Brasil está restrita a região Sul, próximos aos grandes centros produtores. A lenha
tem grande importância dada o seu potencial de utilização no Brasil.
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Analise imediata da composição de um combustível sólido:São determinados alguns parâmetros relacionados com a utilização do combustível:
• Carbono Fixo
• Material Volátil
• Cinzas
• Umidade
• Enxofre Total
Durante o aquecimento do combustível, a matéria volátil se separa em forma de
gases. O teor de voláteis tem influência no comprimento da chama, no acendimento
e no volume necessário da fornalha.
O carbono fixo é o resíduo combustível deixado após a liberação do material volátil.
A umidade presente no combustível sólido é importante para determinação do seu
poder calorífico. A seguir estão descritos alguns processos.
• Secagem: É o processo através do qual o combustível perde toda a umidade
macroscópica que o acompanha. Quando a partícula começa a receber calor
a umidade abandona o material através de seus poros e sai ao exterior em
forma de vapor. Supõe-se que a uma temperatura de 105-110°C, toda a
partícula esteja seca completamente.
• Emissão de voláteis: É o processo por meio do qual o combustível perde
uma parte da matéria combustível que forma parte de sua composição
química. Esta etapa começa sobre uma temperatura de 140-150°C e se
mantém até os 230°C aproximadamente, sendo emitidos neste período, as
frações voláteis mais ágeis,de menor peso molecular.
• Ignição de voláteis: É o processo por meio do qual as frações de voláteis
gerados e liberados na primeira etapa de desvolatilização alcançam a
temperatura de ignição.
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• Queima dos voláteis na chama: É o processo por meio do qual as frações
de voláteis gerados e liberados na primeira etapa de desvolatilização
começam a queimar em forma de chama.
• Combustão do resíduo de coque: É o processo pelo qual as frações de
voláteis gerados na primeira etapa de desvolatilização alcançam a
temperatura de ignição.
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4 APLICAÇÕES DAS CALDEIRAS
4.1. Aplicações das caldeiras em indústrias:
• Indústria alimentar: Padarias industriais, matadouros, processos de
desmanche, fabricação de comida processada e comida para bebê, bebidas,
produtos derivados do leite;
• Indústria têxtil: Secadores giratórios, tinturarias, laminação e tecelagem;
• Indústria química: Reatores e armazenamento;
• Farmacêuticas: Fabricação de medicamentos, vacinas, vapor estéril;
• Cosmética: Perfumes, cremes;
• Papel / Impressão: Rolos de secagem, secagem de impressão, cartão
canelado;
• Indústria do cimento: Fabrica de peças em cimento;
• Indústria do petróleo: Armazenamento e distribuição de óleos pesados;
• Hospitais, Hotéis: Lavandaria, cozinha;
• Tratamento de superfície & Indústria automóvel: Acabamentos metálicos,
eletrodeposição, etc...
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4.2. Aplicação conforme o porte da caldeira
• Caldeira Muito Pequena: capacidade de até 1,5 t vapor/h e pressão máxima
de 14 kg/cm2. Usada para serviço doméstico, comercial e indústrias de
pequeno porte. Geralmente apta a queimar qualquer combustível.
• Caldeira Pequena: capacidade de até 25 t vapor/h e pressão máxima de 14
kg/cm2. Usada em empresas de médio porte.
• Caldeira Média: capacidade de 25 t vapor/h e pressão máxima de 30 kg/cm2
até 50 t vapor/h e pressão máxima de 42 kg/cm2. Utilizada em grandes
indústrias e navios.
• Caldeira Grande: capacidade até 200 t vapor/h e pressão máxima de 50 a 60
kg/cm2. Usada em termoelétricas.
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5 INSPEÇÃO E SEGURANÇA DE CALDEIRAS
As caldeiras precisam frequentemente passar por inspeções de segurança, tais
inspeções regulamentadas pela norma NR13.
NR-13 é a norma regulamentadora 13 do Ministério do Trabalho e Emprego do
Brasil, e tem como objetivo condicionar inspeção de segurança e operação de vasos
de pressão e caldeiras.
O não atendimento das regras descritas pela NR-13 pode acarretar situações de
grave riscos. A seguir, algumas regras:
• A inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras novas, antes da
entrada em funcionamento, no local de operação, devendo compreender
exame interno e externo, teste hidrostático e de acumulação.
• A inspeção de segurança periódica, constituída por exame interno e externo,
deve ser executada nos seguintes prazos máximos:
a) 12 (doze) meses para caldeiras das categorias “A”, “B” e “C”;
b) 12 (doze) meses para caldeiras de recuperação de álcalis de qualquer categoria;
c) 24 (vinte e quatro) meses para caldeiras da categoria “A”, desde que aos
12(doze) meses sejam testadas as pressões de abertura das válvulas de segurança;
d) 40 (quarenta) meses para caldeiras especiais conforme definido no item 13.5.5.
• Estabelecimentos que possuam “Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos”, podem estender os períodos entre inspeções de segurança,
respeitando os seguintes prazos máximos:
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a) 18 (dezoito) meses para caldeiras das categorias “B” e “C”;
b) 30 (trinta) meses para caldeiras da categoria “A”
• Ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua inspeção subsequente,as
caldeiras devem ser submetidas à rigorosa avaliação de integridade para
determinar a sua vida remanescente e novos prazos máximos para inspeção,
caso ainda estejam em condições de uso.
• As válvulas de segurança instaladas em caldeiras devem ser inspecionadas
periodicamente conforme segue:
a) Pelo menos uma vez por mês, mediante acionamento manual da alavanca, em
operação, para caldeiras das categorias “B” e “C”;
b) Desmontando, inspecionando e testando, em bancada, as válvulas flangeadas e,
no campo, as válvulas soldadas, recalibrando-as numa frequência compatível com a
experiência operacional da mesma, porém respeitando-se como limite máximo o
período de inspeção estabelecido.
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6 CONCLUSÃO
Ao realizarmos esse trabalho, percebemos que já tínhamos aprendido bastante
sobre as caldeiras, mas não o suficiente, pois as caldeiras abrange um estudo
minucioso, já que existem vários tipos de caldeiras, sendo classificadas de acordo
com suas categorias, quanto a forma construtiva, o tipo de fluido de transferência, ou
ainda quanto a forma de energia utilizada.
Percebemos que cada tipo de caldeira tem um especificação diferente, apesar de
todas apresentarem o mesmo principio, o de gerar vapor através de trocas térmicas.
Cada uma também tem seus acessórios específicos, os quais aprendemos para que
servem e qual a importância deles estarem bem instalados nas caldeiras.
Aprendemos que erros mínimos podem acarretar grandes problemas, como um
superaquecimento da caldeira e ela vir a explodir. Por isso, estudamos a Norma
NR13 que rege como instalar as caldeiras e como dar manutenção da forma mais
segura possível.
Assim, concluímos que as caldeiras são muito diversificadas, podendo ser de vários
tamanhos, vários tipos, e podem ser usadas para os mais variados processos,
desde hotéis e hospitais a industrias nucleares, navais, têxteis, dentre outras.
Dessa forma, percebemos a grande importância do estudo das caldeiras para nosso
curso técnico em mecânica, em que pudemos aprender como lidar com esse
equipamento na área de trabalho, visando a segurança e a maior produtividade na
empresa .
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7 REFERÊNCIAS
IFES Instituto Federal do Espírito Santo, Princípios da metodologia e normas para apresentação de trabalhos acadêmicos e científicos. 4. ed. Vitória. Ifes,
2009.
HILDO PERA. Geradores de vapor. Editora FAMA. São Paulo.
Geradores de Vapor. Disponível em:
<>http://www.fem.unicamp.br/~em672/GERVAP4.pdf <> Acessado em: 12.jun.2011
Caldeiras. Disponível em:
<> http://pt.wikipedia.org/wiki/Caldeira_(gerador_de_vapor) <> Acessado em:
12.jun.2011
Caldeiras Flamotubulares. Disponível em:
<> http://www.chdvalvulas.com.br/artigos_tecnicos/caldeiras/flamotubulares.html <>
Acessado em: 17.jun.2011
Caldeiras Aquatubulares. Disponível em: <> http://pt.shvoong.com/exact-
sciences/engineering/1766923-geradores-vapor/ <> Acessado em:17.jun.2011
JAIRO DE ALMEIDA MONTALVÃO. Caldeiras. Slides Ifes. São Mateus. 2011
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