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8/18/2019 Cesarioverde Ave Marias
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CesárioVerde
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José Joaquim Cesário Verde, poeta português, nasceu em Lisboa, a 25 deFevereiro de 1855 e faleceu em Lumiar, no dia 19 de ul!o de 188"#
Fil!o do lavrador e comerciante os$ %nastácio Verde e de &aria da
'iedade dos (antos Verde, matriculou)se no Curso (uperior de Letras em18*+, onde freuentou, durante apenas alguns meses, o curso de Letras# %li con!eceu (ilva 'into, grande amigo pelo resto da vida# -ividia)se entre a produ./o de poesias 0publicadas em ornais e as
actividades de comerciante, !erdadas do pai#
3m 18** sentiu os primeiros sinais de tuberculose, doen.a ue á l!e tirarao irm/o e a irm/# 3stas mesmas mortes serviram de inspira./o a um de seus
principais poemas, Nós de 1884# % 19 de ul!o de 188" faleceu da doen.a contra a ual tin!a vindo a lutar
e, no ano seguinte, (ilva 'into organiou uma compila./o da sua poesia,
intitulado de O Livro de Cesário Verde , s6 dispon7vel ao pblico em 191# -e poesia delicada, Cesário empregou t$cnicas impressionistas, com
e:trema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, os seus cenários preferidos# 3vitou o lirismo tradicional, e:pressando)se de forma maisnatural poss7vel#
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Características da Poesia de Cesário Verde
Fig ; O Livro de Cesário Verde
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A Nível Temático
odeambulismo origina a uni/o entre as impress?estransmitidas pelo real e:terior e as refle:?es do poeta>
@posi./o cidadeAcampo ) a cidade $ conotada como adoen.a e como a morte> o campo aparece como umespa.o de energia e de for.a vital 0mito do %teu,como fonte de vida e de refgio>
Cr7tica social ) denncia da oposi./o entre a vidaego7sta daueles ue s/o social e economicamentefavorecidos e a mis$ria ue condena os pobres#
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Buest/o (ocial
@ poeta coloca)se ao lado dos desfavorecidos, dosinusti.ados, dos marginaliados e admira a for.af7sica, a puan.a do povo trabal!ador#
@ poeta interessa)se pelo conflito social do campo eda cidade, procurando documentá)lo e analisá)lo,embora sem interferir#%natomia do !omem oprimido pela cidade#ntegra./o da realidade comein!a no mundo
po$tico#
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A Nível Estilístico
-efesa de uma est$tica anti)romDntica> 'recis/o na constru./o da estrofe e do verso 0versos decassilábicos e
ale:andrinos ) de e doe s7labas m$tricas> Eradu./o plástica da realidade>
3:actid/o vocabular> Coe:istência de registos de l7ngua 0literário, corrente e familiar> -upla e tripla adectiva./o> tilia./o estil7stica do diminutivo> mpressionismo 0capta./o do real atrav$s de impress?es ) cor, lu, forma,
movimento> %ntecipa./o do surrealismo ) imagina./o transformadora do real#
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O Impressionismo adaptado ao Real
“% mim o ue me preocupa $ o ue me rodeiaH% poesia do uotidiano despoetia o acto po$tico, da7 ue a sua poesia sea
classificada como prosaica, concreta# @ poeta pretende captar as impress?esue os obectos l!e dei:am atrav$s dos sentidos#
%o vaguear, ao deambular, o poeta percepciona a cidade e o IeuH $ o
resultado dauilo ue vê#Cesário n/o !esita em descrever nos seus poemas ambientes ue, segundo a
concep./o da poesia, n/o tin!am nada de po$tico#Cesário n/o s6 surpreende os aspectos da realidade como sabe perfeitamente
faer uma refle:/o sobre as personagens e certas condi.?es#% representa./o do real uotidiano $, freuentemente, marcada pela capta./o
perfeita dos efeitos da lu e por uma grande capacidade de faer ressaltar asolide das formas 0viso o!"ectiva, embora sem menosprear uma certaviso su!"ectiva ; Cesário procura representar a impress/o ue o real dei:aem si pr6prio e Gs vees transfigura a realidade, transpondo)a numa outra#
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@ sentimento deum @cidental
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Ave#$arias
http://var/www/apps/conversion/tmp/scratch_7/Ave%20Marias,%201%C2%AA%20parte%20do%20Poema%20O%20Sentimento%20dum%20ocidental,%20de%20Ces%C3%A1rio%20Verde.avihttp://var/www/apps/conversion/tmp/scratch_7/Ave%20Marias,%201%C2%AA%20parte%20do%20Poema%20O%20Sentimento%20dum%20ocidental,%20de%20Ces%C3%A1rio%20Verde.avi
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Jas nossas ruas, ao anoitecer,Ká tal soturnidade, !á tal melancolia,Bue as sombras, o bul7cio, o Eeo, a maresia-espertam)me um deseo absurdo de sofrer#
@ c$u parece bai:o e de neblina,@ gás e:travasado enoa)me, perturba>3 os edif7cios, com as c!amin$s, e a turbaEoldam)se duma cor mon6tona e londrina#
atem os carros de aluguer, ao fundo,Levando G via f$rrea os ue se v/o# FeliesM@correm)me em revista, e:posi.?es, pa7sesN&adrid, 'aris, erlim, (# 'etersburgo, omundoM
(emel!am)se a gaiolas, com viveiros,%s edifica.?es somente emadeiradasNComo morcegos, ao cair das badaladas,(altam de viga em viga os mestrescarpinteiros#
Voltam os calafates, aos magotes,-e auet/o ao ombro, enfarruscados, secos>3mbren!o)me, a cismar, por boueir?es, por becos,@u erro pelos cais a ue se atracam botes#
3 evoco, ent/o, as cr6nicas navaisN&ouros, bai:$is, !er6is, tudo ressuscitadoMLuta Cam?es no (ul, salvando um livro a nadoM(ingram soberbas naus ue eu n/o verei amaisM
3 o fim da tarde inspira)me> e incomodaM-e um coura.ado inglês vogam os escaleres>3 em terra num tinir de lou.as e tal!eresFlameam, ao antar, alguns !ot$is da moda#
Jum trem de pra.a arengam dois dentistas>m trOpego arleuim bracea numas andas>@s uerubins do lar flutuam nas varandas>Ps portas, em cabelo, enfadam)se os loistas!
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Vazam-se os arsenais e as
ofcinas;
3 num cardume negro, !ercleas,gal!ofeiras,Correndo com firmea, assomam as varinas#
Vêm sacudindo as ancas opulentasM(eus troncos varonis recordam)me pilastras>3 algumas, G cabe.a, embalam nas canastras
@s fil!os ue depois naufragam nastormentas#
-escal.asM Jas descargas de carv/o,-esde man!/ G noite, a bordo das fragatas>3 apin!am)se num bairro aonde miam gatas,
3 o pei:e podre gera os focos de infec./oM
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NOAS
%ás e&travasado ) refere)se ao gás dos candeeiros# Ja $poca de Cesário Verde, ailumina./o da cidade era feita com candeeiros a gás#
tur!a ; multid/ocala'ates ) !omens ue trabal!avam na calafetagem dos barcos, o ue se faia com
alcatr/o, da7 o eles se apresentarem enfarruscados# 3sta t$cnica continua ainda a serutiliada artesanalmente na calafetagem, por e:emplo, dos barcos moliceiros, na regi/o de%veiro#
!oqueiro ) grande boca> rua ou travessa ue vai dar ao cais de um rio ou canal#escaler ) peueno barco para servi.o de navio ou de reparti./o mar7tima# @s escaleres
faiam a liga./o entre o navio e a margem, uma ve ue os grandes barcos nem sempre
ficam atracados ao cais, mas ao largo#'lame"ar ) 0de flama Qc!amaQ ) lan.ar c!amar> bril!ar, resplandecer#aren%am ) d/o G l7ngua> falam, conversamtr(pe%o arlequim ) Jesta $poca á !avia publicidade# m arleuim $ uma personagem da
antiga com$dia italiana, com traes de várias cores, ue a tornavam vistosa e atra7am ool!ar# 3sta figura andava trOpega, isto $, balan.ando de um lado para o outro, porue
andava sobre umas andas, para c!amar mais aten./o das pessoas ue circulavam na rua#queru!ins do lar ) 3sta e:press/o fa)nos imaginar mais do ue uma situa./o poss7vel#
Buerubim $ uma palavra ue significa Qano da primeira !ieraruiaQ# Reralmente, as donasde casa s/o designadas em linguagem familiar e carin!osa como Sfadas do larT# Eratar)se)á, neste caso, das donas de casa, ue se vislumbram, lá em cima, nas varandasU Eodavia, overbo flutuar fa)nos pensar noutra !ip6tese, talve mais sugestiva do ue a anterior e,
talve, mais plaus7vel# Jas varandas, por falta de outro lugar, costumam pendurar)se asroupas para secar#
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Tempo Espa)o Persona%ens Estados de Alma do Poeta
%o anoitecer>(ombras>
%s ruas de Lisboa#
ul7cio, Eeo,maresia#
Conclui)seNmuita gente
nas ruas#
(oturnidade e melancolia#-eseo absurdo
0inustificado de sofrer#
-epreende)seN oapro:imar da noite
0ilumina./o, edif7ciosonde se prepara o
antar, pessoas acamin!o de casa#
C$u bai:o e deneblina# Rás
e:travasado, c!eiro agás# 3dif7cios e
c!amin$s# Cormon6tona e londrina#
Eurba# 3noo pelo gás e:travasado#nfere)se a tristea do 'oeta,
provocada pela cormon6tona e londrina#
) %o fundo, carros dealuguer, em direc./o
ao comboio#
) % felicidade dos ue partem,em oposi./o G infelicidade
dos ue ficam, entre osuais o 'oeta# @ 'oeta
manifesta deseo de evas/o para capitais europeias onde
$ poss7vel c!egar decomboio# % felicidade está
onde n/o se está#
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Tempo Espa)o Persona%ens Estado de Alma doPoeta
%o cair das badaladas
0vel!a tradi./o,anunciando o fim dotrabal!o com o toue
dos sinos#
%s casas de madeira
parecem gaiolas# %scasas s/o comoviveiros, nelas se
amontoam as pessoas#
nfere)se a e:istência de
pessoas no interior dascasas# @s mestrescarpinteiros saltam deviga em viga, como
morcegos, abandonandoo trabal!o#
)
) oueir?es, becos#Cais a ue se atracam
botes#
@s calafates, aosmagotes,
de auet/o ao ombro,enfarruscados, secos,
regressam a casa#
@ 'oeta, a cismar, por boueir?es, por becos#@ 'oeta erra pelos caisa ue se atracam botes#
Eempo de evas/oN recuoao
tempo dos-escobrimentos
3spa.o de evas/oN os-escobrimentos#
'ersonagens de evas/oNmouros, !er6is
ressuscitados# Cam?es asalvar @s Lus7adas a
nado#
% realidade dura fa o'oeta ter consciência danecessidade ue sente
de evas/o#
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Tempo Espa)o Persona%ens Estado de Alma doPoeta
Fim da tarde#Kora de antar#
Jo mar, vogam osescaleres de umcoura.ado inglês# 3mterra serve)se o antar
nos!ot$is da moda#
nfere)se a presen.a dosingleses, nos coura.ados,os
privilegiados da sorte a antar nos !ot$is da moda#
@ 'oeta declara)seincomodado com ofim detarde#
) m comboio de pra.a0onde
discutem doisdentistas# %s varandas
das casas# %sloas#
-ois dentistas 0arengamnum comboio de pra.a#
m trOpego arleuim 0umdesfavorecido da sorte
bracea numas andas# @suerubins do lar 0a
crian.ada, G espera dos pais, aos saltin!os, nasvarandas# @s
comerciantes, em cabelo0descompostos, enfadam)se, G porta das loas, por
falta de clientes#
@ 'oeta revelasimpatia pelos
desfavorecidos e!ostilidade para com
os bafeados pelasorte#
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Tempo
Espa)o Persona%ens Estado de Alma do Poeta
) %rsenais eoficinas# @
rio a reluir,viscoso#
@ operariado dei:a o trabal!o eregressa a casa# %s obreiras, apressadas#
%s varinas, em grupo, !ercleas,gal!ofeiras#
Conectura)seN o 'oeta mostra terconsciência da vida miserável das
varinas, mas tamb$m de ue elas n/otêm consciência disso 0a felicidadeestá na ordem inversa da
consciência#
) ) %s varinas, de troncos fortes como
pilastras, agitam, ao andar, as ancasopulentas# @s seus fil!os 0ue elasembalam G cabe.a, v/o dentro das
canastras#
@ 'oeta compadece)se com a vida
das varinas e antevê a desgra.a dosseus fil!os, ue prevê a naufragaremnas tormentas# @ 'oeta, consciente,sofre pelas varinas, ue n/o revelamter consciência da realidade ue as
afecta#
) ) %s varinas trabal!aram, de man!/ Gnoite, nas descargas de carv/o, nas
fragatas, v/o descal.as# 3stas moramnum bairro sem condi.?es 0a7 miamgatas, o pei:e podre gera focos de
infec./o#
)
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% primeira divis/o do poema,designada de %v$)&arias ;denomina./o das seis da tarde,ironicamente sugestiva daorgania./o da vida segundo os
ritmos bem ordenados de umasociedade ligada pela devo./oreligiosa ; inicia descrevendo aangustiada reac./o psicol6gica ao
impacto das variadas sensa.?es doanoitecer nas ruas familiares 0asnossas ruas de Lisboa#
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% vis/o das sombras ue se salientam, o escutar dos sonsininterruptos gradualmente sufocados e o c!eiro a maresiaelevado pelo rio, avivam um universaliado desejo absurdo de
sofrer ue $ a e:press/o subectiva da pavorosa melancolia da pr6pria cidade# % noite desce como uma barreira opressiva uevem fec!ar a cidade tamb$m de cima> na crescente escurid/o,os pr$dios e os seres come.am a fundir)se numa massa
irregular> num todo morfol6gico ue torna o ar repleto da suasombria !umanidade# 0## 0est# 12
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% cor ue escurece os pr$dios e as c!amin$s e
ue altera as pessoas numa
negra multid/o ; a turba ;$ descrita como monótona e londrina, o ue aomesmo tempo vem
contradier e difundir as$rie de associa.?es
evocadas pela descri./o dacidade 0Londres grande
capital mercantil da
civilia./o industrial#
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@ efeito enclausurador da cidade,ue se encerra sobre si pr6pria, G
medida ue as sombrasescurecem e o ar se infeccionacom o c!eiro nauseabundo dogás e:travasado, fomenta no
sueito uma Dnsia inacess7vel de
fugir, n/o obrigatoriamente paraualuer outra das cidadese:postas, mas para a ampla
plenitude delas e:trapolada, omundo, ironicamente
caracteriada na passagem doscarros de aluguer ue levam a
via)f$rrea os ue literalmente sevão. 0est# +
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Jeste mundo indeterminado ue, no conte:to do poema, vai
aduirindo progress?es aleg6ricas continuamente fortalecidas, o passeante solitário atravessa ruas ue se abrem como abismos eestreitas passagens ue inesperadamente se fec!am, osboqueirões e os becos unto aos cais de onde aparecem os
calafates, em grupos, escurecidos da fuligem# 0est#5
&as, a lembrar)l!e o espa.o real eo obectivo do momento presente,
logo vê tamb$m a cidadeaprisionante a alastrar)se,
desmultiplicando)se em novas, peuenas pris?es, ainda inacabadas#
0est# 4
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@s peuenos barcos atracados nos cais reavivam o deseo defugir> no entanto, enuanto ue na terceira uadra a passagemdos carros de aluguer representara a Dnsia de abra.ar
espacialmente o mundo real, este deseo e:pressa)se agora naDnsia pelo mundo do passado glorioso, por uma viagemsaudosa no tempo# 0est# "
% evoca./o de Cam?es, ue resume a grandefase criadora do passado português, centralia
numa s6 imagem multifacetada o esfor.o!er6ico ue tornou poss7vel lan.ar ao mar as soberbas naus ue o narrador, reduido acismar unto aos botes atracados, n/o verá
amais ) ele está em terra amarrado ao presentecrepuscular do fim da tarde nas ruas da cidade
ue $ a sua incomodada inspira./o#
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% referência aos hotis da moda e ao coura!ado ingl"s n/o $ apenas uma
coincidência, simboliam a riuea da alta burguesia citadina e do poder
naval ue a garantia#
Eodas as personagens á anteriormente mencionadas, s/o relacionadas umas
Gs outras pelo uso adectival das formas verbais complementares ue descreve
as suas actividades 0arengam# braceja# flutuam# enfadam$se de forma a
criarem uma imagem !eterog$nea da vaidade da vida burguesa citadina#
% vis/o deste mundo $ imediatamente sobreposta com o contrastante uadro
vivo das massas trabal!adores 0est# 19 ue, como um sopro de liberdade
vindo do mar, o cardume negro das varinas entra na cidade# 0est#9)1
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Eema
@ tema deste e:tenso poema 0uarenta e uatro
uadras $ o sentimento de desespero e protesto
ue atormenta um português 0um IocidentalH face
G cidade de Lisboa, percorrida desde o anoitecer
at$ G completa escurid/o das I!oras mortasH#
% cidade provoca ImelancoliaH> IenooH> Ideseo
absurdo de sofrerH, ue $ ao mesmo tempo um produto da cultura vigorante e um protesto contra
ela#
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3strutura nterna
@ poema, com uma sinfonia em uatro andamentos, desenvolve)se em
uatro sec.?es# Cada uma com one uadras# Erata)se dum registo das
Ipercep.?es e impress?es de um observador camin!ando nas ruas
nocturnas da cidadeH, desde o anoitecer 0I%v$)&ariasH, continuando
na IJoite Fec!adaH, depois á com a ilumina./o pblica acesa 0I%o
RásH e, finalmente, altas !oras da noite 0IKoras &ortasH#
3ste passeio $ uma viagem para dentro da noite, na ual ele $confrontado pelas sombras reais ue simboliam a cidade nocturna
0Joite Cidade#
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3strutura 3:terna
Jeste poema temos presente a uadra composta por um
decass7labo e três ale:andrinos# 3sta escol!a de Cesário prov$m
do teor descritivo# do modo anal%tico de observar a realidade
circunstante e do gosto do e:acto#
@ poeta vai evocando e:periências de repetidas deambula.?es
pela Ivel!a cidadeH ue o deprime e nauseia#
% estrutura estr6fica austa)se bem ao entendimento do real, ue $
ainda valoriado pelas pausas m$tricas#
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3mbora abundem as frases independentes ou coordenadas ue
coincidem com um s6 verso, $ muito mais elevado o nmero de frases
constitu7das por dois versos#'or outro lado, $ abundante a utilia./o de frases de tipo e:clamativo
para representar as reac.?es subectivas G realidade e:terior, seam elas
de invea, de amor, de piedade, de indigna./o, de revolta ou de deseo#
3m Cesário a emo./o limita)se, por vees, G sensa./o de surpresa, de
praer e de espanto ue o real, apenas pelo facto de e:istir, desperta no
sueito po$tico#
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3m todas as uadras, a rima $ interpolada e emparel!ada, segundo o esuema
rimático %%# Jeste dom7nio, s/o ainda de assinalarN
)rimas Iem ecoHN turbaAperturba> andasAvarandas, etc#
)rimas por associa./o dos mesmo sufi:osN viveirosAcarpinteiros> dentistasAloistas, etc#
)rimas por vocábulos de categorias gramaticais diferentes 0rima ricaN navaisAamais,
etc#
) @ uso da alitera./oN
I*evando G via)f$rrea os ue se v/o# FeliesMH
0%litera./o em v
I3mbren!o)me a cismar, por !oqueir?es, por !ecos,
@u erro pelo cais a que se atracam !otesH#
0%litera./o em ! e em +
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Cesário Verde aproveita, assim, a entidade f6nica natural das
palavras e prova ue reprodu na sua poesia o ritmo do natural,
sem convencionalismos#
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-e forma resumidaW
'oema representativo da cidade em várias fases dodia>
'oesia do uotidiano>
Captura factos sem referir causaAefeito>
@pta pelas formas impessoais, constru.?es nominaise sinestesias 0materialiar o abstractoAimaterial e oseu estado de esp7rito#
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'erguntas G turmaW
Buais s/o as uatros partes constituintes do poema
I@ (entimento dum @cidentalHU
&v$'arias está referente a ue altura do diaUBual $ o estrato social ue o 'oeta criticaU
Bual a figura !ist6rica referida no poemaU
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ibliografia
Cabral, %velino (oares ) Cesário Verde, 'ropostas de %nálise ) (ebenta 3ditora> Ruerra, o/o %ugusto da FonsecaA Vieira, os$ %ugusto da (ilva ; %ula Viva,
Literatura 'ortuguesa # 11Xano ; 'orto 3ditora>
YYY#YiZipedia#org 0Jovembro, 29>
V7deoN
YYY#[outube#com 0Jovembro, 29>
magensN
YYY#ol!ares#aeiou#pt 0Jovembro, 29#
Fotos de autoria de %na Catarina
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Escola ,ecundária -. A'onso /enriques
Erabal!o realiado porNo %na Catarina
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