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ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO DE MIRAFLORES
PLANO ANUAL DE ATIVIDADES ANO LETIVO 2011-2012
GRUPO: Filosofia/Núcleo de Estágio
Objetivos Gerais
Comuns ao grupo
Promover o desenvolvimento integral e harmonioso do aluno.
Facilitar a comunicação entre os intervenientes no processo educativo.
Contribuir para a atualização científica interdisciplinar.
Promover o espírito crítico e reflexivo.
Fortalecer a imagem positiva da escola no meio.
Enquadramento
no ponto 3.
Objetivos e metas
do projeto
educativo
Atividades Objetivos específicos da atividade Dinamizado
res Destinatários Data Local
Avaliação da
atividade
em relação ao
objetivos
propostos
3.1.1 -
Desenvolvimento
integral e
harmonioso de
todos os alunos,
nos planos
individual e
social, com vista
Aulas de Yoga
. Compreender as bases éticas
(Yamas e Niyamas) para uma vida
de não-violência, autenticidade e
de autossuperação.
. Tornar consciente a forma de
respirar, através de exercícios de
pránáyama, tendo em vista uma
Alice
Santos
Comunidade
Escolar
Todo o ano
letivo
Sala C6
Os alunos
inscritos
desejam a
continuidade
do projeto
-1-
Escola Secundária de Miraflores
Ano letivo 2011/2012 - 11º ano
Ficha de trabalho sobre as falácias informais
De acordo com as “Orientações para efeitos de avaliação sumativa externa das aprendizagens
na disciplina de Filosofia”, homologadas a 02/11/2011, devem merecer especial atenção as
seguintes falácias informais: petição de princípio, falso dilema, apelo à ignorância, ad hominem,
derrapagem (ou “bola de neve”) e boneco de palha.
→ Reveja as falácias da petição de princípio, do falso dilema, do apelo à ignorância e ad
hominem na ficha referente aos Argumentos Legítimos e aos Principais Tipos de Falácias e nas pp.
89-90 do manual A Arte de Pensar 11º ano.
Falácia do boneco ou do homem de palha (ver em http://www.defnarede.com/f.html) - Esta
falácia consiste em atacar as ideias de uma pessoa apresentando-as numa versão imperfeita ou
distorcida (um boneco de palha). Constitui uma violação do princípio de caridade — a exigência
de que, no debate racional, se ataque a versão mais sólida das ideias que queremos contestar. Ao
utilizar esta falácia, o orador cria uma posição/argumento que atribui ao seu oponente, algo fácil de
refutar/destruir - como um boneco de palha – e semelhante ao que o oponente realmente defende.
Assim, dá a ideia de que o refutou. O argumento inicial foi modificado, ou mesmo transformado
em algo indefensável, para criar a ilusão de que foi rebatido.
Um artigo do New York Times descreve muito bem a técnica do boneco de palha: “O truque consiste nisto: leva o argumento do teu oponente até um extremo ridículo — e depois ataca os
extremistas”. E acrescenta um método eficaz para o detectar: quase sempre se antepõem frases
introdutórias como “Há quem diga que…” ou “Alguns afirmam…”.
Exemplos desta falácia:
a) As pessoas que querem legalizar a eutanásia, não gostam dos seus pais. Nós somos
eticamente responsáveis. Por isso, a eutanásia não deve ser legalizada.
b) Aqueles que não estão prontos a defender o seu país não são patriotas. Logo, as pessoas que
estão contra esta guerra não são patriotas. As suas vozes não devem ser escutadas.
-2-
Falácia da derrapagem (ou “bola de neve”) (ver em http://criticanarede.com/welcome.htm) - Para mostrar que uma proposição P é inaceitável, extraem-se consequências inaceitáveis de P e
consequências das consequências...que aumentam como uma bola de neve. O argumento é
falacioso quando pelo menos um dos seus passos é falso ou duvidoso. Mas a falsidade de uma ou
mais premissas é ocultada pelos vários passos "se... então..." que constituem o todo do argumento.
Exemplos:
Se aprovamos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis contra todas as armas, e então começaremos a restringir todos os nossos direitos.
Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não devemos banir as armas automáticas.
Nunca deves jogar. Uma vez que comeces a jogar verás que é difícil deixar o jogo. Em
breve estarás a deixar todo o teu dinheiro no jogo e, inclusivamente, pode acontecer que te
vires para o crime para suportar as tuas despesas e pagar as dívidas. Se eu abrir uma excepção para ti, terei de abrir excepções para todos.
Se vou à escola, tenho de estudar. Se estudar, canso-me. Se me canso, posso adoecer. Se
adoeço, posso morrer. Então, se não quero morrer, é melhor não ir à escola.
Prova: Identifique a proposição, P, que está a ser refutada e identifique o evento final, Q, da série de eventos. Depois mostre que este evento final, Q, não tem de ocorrer como consequência de
P.
Janeiro de 2012
Joana Baião
Mário Almeida
Dimensão da ação humana e dos
valores
Joana Baião
Justificações possíveis da moralidade. Limites da justificação moral. Leitura e análise de pequenos
textos.
Resumindo a última aula…
Joana Baião
O egoísmo ético é a ideia de que cada pessoa tem a obrigação exclusiva de lutar pelos seus interesses.
Distinção entre egoísmo psicológico e egoísmo ético.
O egoísmo ético afirma: que o nosso único dever é promover os nossos próprios interesses.
O egoísmo ético tem em consideração o interesse pessoal a longo prazo.
Egoísmo ético: argumentos contra!
Joana Baião
Três argumentos a favor do egoísmo ético:
1º Argumento - O altruísmo derrota-se a si mesmo;
2º Argumento - “Se um ser humano aceita a ética do altruísmo, a sua primeira preocupação não é como viver a sua vida mas como sacrificá-la” Ayn Rand, ou seja, a ética egoísta é a única ética que leva a realidade da pessoa individual a sério;
3º Argumento – O egoísmo ético é compatível com o que normalmente consideramos correto.
Egoísmo ético: argumentos a favor!
Joana Baião
Dois argumentos contra o egoísmo ético:
1º Argumento – O egoísmo ético não pode resolver conflitos
de interesses;
2º Argumento – O egoísmo ético é inaceitavelmente
arbitrário
Conclusões do texto:
Joana Baião
Devemos importar-nos com os interesses das outras pessoas pela mesma razão que nos importamos com os nossos interesses e necessidades, pois os deles são comparáveis aos nossos.
É a tomada de consciência de que estamos em plano de igualdade uns com os outros, que constitui a razão mais profunda pela qual a moralidade deve incluir algum reconhecimento das necessidades dos outros, e a razão pela qual o egoísmo ético fracassa enquanto teoria moral.
Por que razão haveremos de ser
morais?
Joana Baião
Especificidade da questão (Peter Singer)
- fora do âmbito da ética
Pede razões para ir além do interesse
pessoal, juízos universalizáveis – porque
se refere à esfera moral.
Por que razão haveremos de ser
morais?
Joana Baião
1ª resposta - a moralidade dispensa justificações.
Porque….
a) Se arranjarmos justificações morais para a moral caímos num argumento circular (devemos ser morais porque temos a obrigação moral de o sermos)
b) Se arranjarmos justificações não morais fugimos à justificação direta da ética.
Thomas Nagel) alerta : já não estamos perante uma preocupação direta e desinteressada para com os outros. As pessoas virtuosas são as que agem moralmente sem procurar razões não morais para justificar a sua conduta. (texto pp. 150-151)
Mas muitos filósofos consideraram
justificações para o agir moral…
Joana Baião
Alguns exemplos:
Sócrates (469 a.C. –399 a.C.)
Hannah Arendt (1906 –1975)
Peter Singer (1946 - …)
Sócrates - a vida boa
Joana Baião
Sócrates afirmou que devemos agir moralmente porque a moralidade constitui um requisito essencial da vida boa.
A vida boa consiste em viver uma vida justa ( in Górgias).
A virtude é suficiente para a felicidade, e que os bens amorais não levam a uma vida feliz (in República).
A vida boa tem sido considerada, desde Sócrates, como o melhor padrão de vida para a realização integral e digna dos seres humanos.
Estamos, na realidade, à procura de razões para ir além dos interesses dos indivíduos.
Peter Singer defende uma justificação da moralidade, a que chamaremos interesse pessoal esclarecido e que afirma que “Devemos ser morais porque, para nós próprios, é melhor ter uma vida ética do que ser egoístas”.
A satisfação que sentimos só poderá ser duradoura se ultrapassar os nossos interesses estritamente pessoais.
Uma pessoa que viva somente para o seu bem-estar, dedicando-se a satisfazer os seus caprichos não se sentirá preenchido.
Perspetiva imparcial, objetiva, que nos leva a alcançar algo mais do que a preocupação connosco próprios (leitura de excertos do manual das pp. 149/151 e 152)
Peter Singer – O interesse
pessoal esclarecido
Joana Baião
Limites da justificação moral
Joana Baião
Peter Singer chamou a atenção para o facto de existirem pessoas que preferem outros modos de dar sentido à vida para além da moralidade
A moral não é a única forma de dar sentido à vida;
Exemplo da vida científica: encontrar um sentido numa carreira na investigação científica?
Mas para o autor a vida ética é a única que nunca podemos encarar como trivial ou inútil.
Hannah Arendt – A preocupação com o
outro numa medida universal
Joana Baião
A globalização obriga-nos a expandir a conceção de comunidade moral e exige instituições justas.
A preocupação com o outro numa medida universal é uma das defesas da filósofa Hannah Arendt.
A proibição do genocídio, dos crimes contra a humanidade.
Será importante chamar a atenção para a “banalidade do mal”, as atrocidades cometidas pelo ser humano recordam-nos a responsabilidade de proteger e reforçar as instituições que protegem.
Uma visita no âmbito da preocupação
com o outro numa medida universal
Joana Baião
http://www.amnistia-internacional.pt/
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 11ª Aula lecionada na turma 10º E2 Joana Baião
-1-
Lição nº Data: 15.05.2012
Sumário: A justificação do juízo estético. Subjetivismo e objetivismo estéticos.
Filosofia 10º ano
3 – Dimensões da ação humana e dos valores
3.2. – A dimensão estética: Análise e compreensão da experiência estética
Objetivos Competências Conteúdos Estratégias Recursos Avaliação Tempo
*Consolidar
conhecimentos
da aula anterior (Stolnitz)
*Identificar a perspetiva de
Dickie face ao
conceito de desinteresse
estético.
* Distinguir as
duas teorias de
resposta ao problema da
justificação do
juízo estético *Posicionar-se
perante os objetos artísticos
como
defensores/as de cada uma das
teorias
*Problematização
*Argumentação
*Assunção de
posições críticas
sobre os
conteúdos
*Interpretação
*Concetualização
* Conclusão da teoria da atitude estética¸ de
Stolnitz
*A experiência
estética não é relevante
(Dickie) * A justificação do
juízo estético *Subjetivismo estético
*Objetivismo estético;
*Criticas ao
subjetivismo;
*Vantagens do
objetivismo;
* O padrão do gosto
proposto por Hume *Perspetiva
contemporânea do objetivismo estético:
Beardsley
*Análise do texto p. 15, Stolnitz
*Exposição da teoria de Dickie sobre a
experiência estética;
*Análise de alguns
objetos artísticos à luz das
duas teorias da justificação estética:
1. Schubert – Ave Maria
2. Leonardo da Vinci,
Madona dos Rochedos
3. Maurice Bejart,
Bolero de Ravel *Leitura do quadro
síntese sobre as duas teorias
*Discussão final com os alunos sobre a entrevista
com Umberto Eco
*Quadro
* Projetor
*Schubert – Ave Maria
* Leonardo da
Vinci, Madona dos Rochedos
* Maurice Bejart,
Bolero de Ravel
*Entrevista a
Umberto Eco sobre
o feio e o belo
*TPC – ficha de trabalho
* Intervenção oral dos alunos
*Atenção e
participação
*Defesa de posições pessoais e críticas
devidamente
justificadas
* Análise do texto do
manual e dos textos
apresentados
*Pertinência na análise
dos exemplos dados
(música, ballet e
quadro apresentados
25’
35’
30’
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 11ª Aula lecionada na turma 10º E2 Joana Baião
-2-
Roteiro da aula:
a) A aula iniciar-se-á com algumas questões de verificação de aprendizagens da aula anterior.
b) Voltaremos à atitude estética, segundo Stolnitz: Para este autor o desinteresse é a caraterística definidora da atitude estética. A atitude controla a nossa
perceção no sentido em que a direciona para determinado ponto (a atenção é seletiva – “uma pessoa dará ênfase a determinadas coisas que outra ignorará”,
Stolnitz).
c) Leitura da p. 15 do manual - Vemos o mundo normalmente em termos de utilidade, a atitude estética pede que excluamos qualquer tipo de interesse. A
atitude estética é pura contemplação ativa porque exige uma atenção perspicaz.
d) Breve análise da proposta de Dickie sobre a arte: não podemos afirmar uma atitude estética ou sequer podemos definir uma experiência estética. Mesmo
que conseguíssemos encontrar momentos em que uma pessoa revela desinteresse e outra interesse no mesmo objeto estético não poderíamos afirmar que esse
aspeto ditaria o que é uma experiência estética ou, em última análise, o que é arte.
e) A justificação do juízo estético: Será que quando afirmamos que uma pintura é bela estamos a referir algo que está realmente na pintura, ou é apenas uma
maneira de manifestar os nossos sentimentos ao ver a pintura?
f) Para responder a esta questão, normalmente conhecida como o problema da justificação do juízo estético, a filosofia apresenta duas teorias rivais
(continuamos com o exemplo do Belo):
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 11ª Aula lecionada na turma 10º E2 Joana Baião
-3-
Subjetivismo estético Objetivismo estético
- Os objetos são belos em virtude do que sentimos quando os percecionamos;
- Os objetos são belos de acordo com os sentimentos de prazer que fazem
surgir em nós.
- Não estão em causa as propriedades do objeto;
- Esta tese defende a validade dos juízos de gosto
- Os objetos são belos em virtude das suas propriedades intrínsecas e
independentemente do que sentimos quando os observamos;
- As propriedades do objeto são independentes das nossas reações ou
sentimentos perante ele;
- Ou seja, os sentimentos que temos são causados por certas caraterísticas que
estão nos objetos;
- Devem existir critérios objetivos que permitam justificar a verdade dos
juízos estéticos (comparação com a ciência);
O objetivismo estético sempre foi mais atraente que o subjetivismo devido a:
a) Críticas ao subjetivismo:
- Contraria o modo como falamos;
- Torna impossível a comunicação;
- Torna os juízos estéticos autobiográficos;
- Torna irracional a discussão estética;
Referência ao padrão do gosto proposto por Hume.
b) Resolução das discussões aparentemente insolúveis sobre a arte e a beleza. Até ao séc. XVIII a maioria dos filósofos identificaram-se com esta
perspetiva porque acreditavam na existência de caraterísticas que os objetivos tinham de possuir para ter valor estético. Estas regras receberam o
nome de cânones (modelos). Apesar da arte contemporânea ser diferente da arte moderna ou clássica existem filósofos que continuam a defender a
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teoria objetiva. É o caso de Beardsley.
Propriedades estéticas que geram consenso na teoria objetivista:
- Unidade; Harmonia; Equilíbrio; Diversidade, Perfeição.
Propriedades estéticas defendidas por Beardsley:
1. Intensidade – sons contrastantes;
2. Unidade – repetição da mesma forma ou de formas sonoras semelhantes encaixadas num tom harmonioso;
3. Complexidade – diferentes recursos sonoros instrumentais e a voz humana
Exemplo 1 – Schubert - Ave Maria (Opera).mp3
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Exemplo 2 – Leonardo da Vinci
Exemplo 3 - http://www.youtube.com/watch?v=UnSh-KPV7QQ - Maurice Bejart- bolero de ravel
g) Beardsley defende algo semelhante à atitude estética: a obra de arte precisa ser apreciada de um ponto de vista estético e quando não nos encontramos
dispostos neste ponto de vista não podemos apreciar a obra de arte segundo as suas características por isso caímos na discórdia.
h) Visualização da entrevista a Umberto Eco sobre o feio e o belo como modo de encerrar o debate sobre o juízo estético e os critérios estéticos.
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http://www.youtube.com/watch?v=OOIOkc6fSuE&feature=related
i)
Ficha de Trabalho
A dimensão estética
“O belo é o que é representado sem conceitos como objeto de um comprazimento universal. Aquilo a que respeito de cujo comprazimento alguém é
consciente de que é nele próprio independente de todo o interesse, isso ele não pode ajuizar de outro modo senão que tem de conter um fundamento
de comprazimento para qualquer um (…). Consequentemente, tem que se atribuir ao juízo de gosto, com a consciência da separação nele de todo o
interesse, uma reivindicação de validade para qualquer um, sem universalidade fundada sobre objetos, isto é, uma reivindicação de universalidade
subjetiva tem de estar ligada a esse juízo”.
Kant, Crítica da Faculdade de Julgar, Lisboa, INCM, pp. 99-100
1. Explique o conceito de Belo, em Kant.
2. A partir do texto, justifique a universalidade do juízo estético.
3. Defina atitude estética, segundo Stolnitz.
4. Identifique as duas soluções que respondem ao problema da justificação do juízo estético.
Analise o quadro Eu e a Aldeia, de Chagall
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 11ª Aula lecionada na turma 10º E2 Joana Baião
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5. Segundo o objetivismo estético, identifique as qualidades de um objeto “capazes de nos proporcionar uma experiência estética”.
6. Relacione essas qualidades com o quadro acima apresentado.
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 5ª Aula lecionada no 10º E2 Joana Baião
1
10º ano Data: 07.02.2012
Sumário: O egoísmo ético como teoria normativa. Argumentos a favor e
argumentos contra o egoísmo ético.
Filosofia 10º ano
II – A ação humana e os valores 3. Dimensão da ação humana e dos valores 3.1.2.1.A dimensão pessoal da ética: - o si mesmo e o outro: a pessoa como sujeito moral (a consciência moral).
Objetivos Competências Conteúdos Estratégias Recursos Avaliação Tempo
*Consolidar os conteúdos da aula
anterior: tipos de atos,
universalização e imparcialidade da
moral; *Identificar o egoísmo ético com uma teoria normativa;
*Definir egoísmo ético; *Analisar três argumentos a favor do
egoísmo ético; *Analisar dois argumentos contra o egoísmo ético;
*Problematização
*Assunção de
posições críticas
sobre os conteúdos
*Interpretação
*Concetualização
*O egoísmo ético
*O egoísmo ético
como teoria
normativa
*Argumentos a
favor do egoísmo
ético
*Objeções ao
egoísmo ético
*Retomar,a partir de um esquema
no quadro, conteúdos lecionados
na aula anterior como modo de os
consolidar *Discussão sobre as respostas encontradas para a questão do fim
da última aula
*Análise dos argumentos contra e
a favor do egoísmo ético
*Discussão com os alunos sobre a
pertinência de cada um dos
argumentos *Encontrar exemplos para os
argumentos analisados *Leitura e Análise de um excerto da obra Elementos de Filosofia
Moral, de James Rachels, presente
na p. 145 do manual
* Manual
* Quadro
*Projetor
*Imagens
*Pertinência das
respostas dadas às questão proposta
para TPC
* Intervenção oral
dos alunos
*Atenção e
participação
*Defesa de posições
pessoais e críticas devidamente
justificadas
* Análise do texto
do manual
*Pertinência na
análise dos
exemplos dados
20’
50’
20’
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 5ª Aula lecionada no 10º E2 Joana Baião
2
Roteiro da aula:
a) Na última aula:
- Foi introduzida a seguinte questão: o ponto de vista pessoal entra em conflito com o ponto de vista moral? Foram identificados vários casos em que estes
dois pontos de vista não coincidem. Às vezes preferimos satisfazer o nosso prazer pessoal a fazer o que é mais correto.
- Realizou-se a distinção entre ética e moral, seguindo a via etimológica: moral remete para mores, ou seja, costumes, normas, de uma determinada
sociedade. Enquanto que ética provém do ethos grego, que remete para caráter. Enquanto que a moral tem como função dar aos sujeitos um conjunto de
indicações sobre a sua ação, a ética reflete sobre essa ação e as normas que a orientam.
- Foi ainda introduzido, através da citação de Umberto Eco, o papel do Outro enquanto ser sempre presente quando falamos da esfera ética. O Outro como
indivíduo, o Outro na sociedade, o Outro na política.
- Caracterizámos os atos sob o ponto de vista moral. Os alunos identificaram facilmente aqueles que não são da ordem moral, os atos a que chamámos
indiferentes. Chamámos a atenção para três grandes grupos: os atos errados, os atos certos e os opcionais. Dentro dos opcionais vimos os atos recomendáveis e
objetáveis.
b) Voltaremos, de modo a sublinhar estes conteúdos, ao esclarecimento dos dois pontos de vista sobre os quais refletimos na última aula, o “ponto de
vista pessoal” e “o ponto de vista moral”. Nem sempre um e outro estão de acordo. Nem sempre é fácil agir de uma forma eticamente aceitável, já que fazê-lo
implica sacrificar os nossos próprios interesses. Pelo menos à primeira vista, existe um conflito entre a ética e o interesse pessoal. Nem sempre aquilo que a
ética exige que façamos vai de encontro à nossa vontade.
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 5ª Aula lecionada no 10º E2 Joana Baião
3
c) O ponto de vista moral caracteriza-se por uma certa imparcialidade: devemos avaliar atos semelhantes de forma semelhante, sem nos importarmos
com a identificação dos agentes. Os juízos morais são universalizáveis.
Exemplo – se consideramos que alguém age de forma errada perante uma promessa numa certa situação, então, para sermos imparciais, temos de estar
dispostos a universalizar este juízo, isto é, a estendê-lo a todos os outros casos relevantemente semelhantes. Por vezes, diz-se que a universalidade dos juízos
morais é “formal”. Se julgarmos atos semelhantes de formas diferentes estaremos a ser inconsistentes. Não seguimos o Princípio da Universalização
d) Esta parte da aula é baseada no capítulo “Egoísmo Ético” do livro Elementos de Filosofia Moral.
Análise da frase: “Alcançar a sua própria felicidade é o objetivo moral mais elevado do ser humano” Ayn Rand, The Virtue of Selfishness (1961)
Percurso de pensamento:
- Encaramos os nossos luxos como mais importantes do que a vida de outras pessoas?
Raramente pensamos no problema de morrerem milhares de pessoas à fome. As pessoas estão a morrer a alguma distância de nós, não as vemos e podemos
mesmo evitar pensar nelas.
Coloquemos a seguinte questão: qual é o nosso dever? O que devemos fazer?
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 5ª Aula lecionada no 10º E2 Joana Baião
4
A moralidade supõe que equilibremos os nossos interesses com os interesses do próximo. Temos deveres para com os outros porque são pessoas que podem
ser prejudicadas ou auxiliadas pelo que fazemos.
Alguns pensadores defendem que não temos quaisquer deveres para com as outras pessoas. O egoísmo ético é a ideia de que cada pessoa tem a obrigação
exclusiva de lutar pelos seus interesses.
- É diferente do egoísmo psicológico, que vimos anteriormente, que se dedica ao estudo de como as pessoas se comportam. O egoísmo psicológico afirma
que as pessoas, de facto, lutam pelos seus próprios interesses. O egoísmo ético é, pelo contrário, uma teoria normativa – uma teoria sobre como devemos
comportar-nos. Independentemente de como nos comportamos, o egoísmo ético afirma que o nosso único dever é fazer o melhor para nós mesmos. É uma
teoria que levanta desafios pois contradiz algumas das nossas crenças morais mais profundas.
Esclarecimento da teoria – O egoísmo ético afirma:
- que o nosso único dever é promover os nossos próprios interesses;
- que não devemos evitar ações que ajudem os outros, porque pode acontecer, em várias circunstâncias, que essas ações coincidam com os nossos próprios
interesses. Devemos sempre ter em conta que ajudar os outros não foi o que tornou essa ação correta mas sim o facto de termos beneficiado com ela;
- O egoísmo ético tem em consideração o interesse pessoal a longo prazo. Não concordaria em satisfazer os desejos momentâneos se estes prejudicam o
interesse próprio a longo prazo. Exemplo: consumir drogas, desperdiçar os melhores anos da vida em corridas de motos, fumar cigarros, conduzir em excesso,
etc. “Esta teoria aprova o egoísmo, não a parvoíce”.
Três argumentos a favor do egoísmo ético:
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5
1º Argumento - O altruísmo derrota-se a si mesmo: Cada um de nós está intimamente relacionado com os seus desejos e necessidades, só conhecemos os
desejos e necessidades dos outros de forma imperfeita, por isso, não estamos bem colocados para os satisfazer. Acresce ainda que a política de cuidar dos
outros é uma intromissão ofensiva na privacidade das outras pessoas. Para além disso, tornar os outros no alvo da nossa caridade é degradante para eles
próprios. A oferta de caridade diz para si mesmos que eles não são competentes para cuidar de si. Os beneficiários da caridade tornam-se dependentes desta.
Se cada um cuidar dos seus próprios interesses é muito mais provável que fiquem todos melhor.
Como refutar este argumento?
O problema é que não é, de todo, um argumento a favor do egoísmo ético. O argumento conclui que devemos adotar determinadas políticas de
comportamento que têm como consequência o «aperfeiçoamento da sociedade». Mas segundo o egoísmo ético não devíamos preocupar-nos com isso.
2º Argumento - “Se um ser humano aceita a ética do altruísmo, a sua primeira preocupação não é como viver a sua vida mas como sacrificá-la” Ayn Rand
A ética egoísta é a única ética que leva a realidade da pessoa individual a sério.
Uma pessoa só tem uma vida para viver. Se valorizamos o indivíduo então devemos concordar que a sua vida tem uma importância suprema. A ética do
altruísmo encara a vida do indivíduo como algo que devemos estar dispostos a sacrificar para o bem dos outros. O egoísmo ético é o único modo de vida que
leva a sério o indivíduo.
(Como refutar este argumento? - O altruísmo fala-nos de um equilíbrio entre os nossos interesses e os interesses dos outros, de modo a atingir o bem-estar de
ambos. Não fala de sacrifício dos nossos interesses pelo dos outros mas de um equilíbrio entre ambos).
3º Argumento – O egoísmo ético é compatível com o que normalmente consideramos correto.
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 5ª Aula lecionada no 10º E2 Joana Baião
6
- Não fazer mal aos outros: se fizermos mal aos outros, eles não se sentirão responsáveis por nos fazer mal, logo, devemos evitar magoar os outros como
modo de nos beneficiar a nós mesmos;
- Não mentir: Temos vantagens em não mentir, mantemos a necessidade de que os outros não nos mintam;
- O dever de cumprir as promessas: É do nosso próprio interesse entrar em acordos mutuamente benéficos com outras pessoas.
Thomas Hobbes concluiu que o egoísmo ético pode representar-se pela seguinte regra: “Devemos ajudar os outros porque se o fizermos será mais provável
que eles nos ajudem a nós”.
Dois argumentos contra o egoísmo ético:
Introdução: esta não é uma doutrina popular, apesar de nenhum dos pensadores mais importantes a ter defendido muitos sentiram necessidade de justificar
porque a rejeitavam. Ou seja, é uma teoria que surge recorrentemente na mente daqueles que tratam as questões éticas.
1º Argumento – O egoísmo ético não pode resolver conflitos de interesses, uma vez que coloca os interesses pessoais acima dos outros interesses. Se
levássemos a sério o egoísmo ético não teríamos necessidade do tipo de orientação que a moral nos oferece. A moralidade é concebida precisamente para se
aplicar a casos de conflitos de interesses. O egoísta ético defende que os conflitos devem ser ultrapassados pelo que consegue dar o seu melhor e não
resolvidos por um juiz, segundo a moral.
2º Argumento – O egoísmo ético é inaceitavelmente arbitrário (texto do manual, p. 145). O egoísmo ético é uma teoria moral que defende que cada
pessoa divida o mundo em duas categorias de pessoas – nós e os outros – e que encare os interesses dos primeiros como mais importantes do que os interesses
dos segundos. Ao não encontrarmos uma resposta que justifique esta diferença que introduzimos entre nós e os outros o egoísmo ético torna-se numa teoria
arbitrária.
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 5ª Aula lecionada no 10º E2 Joana Baião
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Assim, devemos importar-nos com os interesses das outras pessoas pela mesma razão que nos importamos com os nossos interesses e necessidades, pois os
deles são comparáveis aos nossos. É a tomada de consciência de que estamos em plano de igualdade uns com os outros, que constitui a razão mais profunda
pela qual a moralidade deve incluir algum reconhecimento das necessidades dos outros, e a razão pela qual o egoísmo ético fracassa enquanto teoria moral.
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Escola Secundária de Miraflores
Ano letivo 2011/2012
Relatório de atividade – Participação na Conferência do Prof. Dr. Ricardo Santos
21 de março de 2012
No âmbito da Prática de Ensino Supervisionada de Filosofia desenvolvida na
Escola Secundária de Miraflores (ESM), os mestrandos Joana Baião e Mário Almeida
participaram no dia 21 de março de 2012, pelas 12 horas, numa Conferência filosófica
no âmbito da Semana da Escola, e que decorreu no auditório da ludoteca. Esta
Conferência teve como orador o Prof. Dr. Ricardo Santos, docente da Universidade de
Évora e presidente da Associação Portuguesa de Filosofia. É de salientar que esta
Conferência foi organizada pelo núcleo de Estágio de Filosofia e que ela fazia parte do
respetivo Plano Anual de Atividades.
A conferência teve como tema “Um filósofo, um livro e um problema filosófico”.
Estiveram presentes diversos docentes do grupo de Filosofia da ESM e muitos
estudantes, que enchiam por completo o auditório, incluindo a turma do 11º H1, uma
das duas turmas com quem os mestrandos Joana Baião e Mário Almeida fazem a prática
de ensino supervisionada.
Apresentamos uma breve síntese dos conteúdos da conferência. O filósofo
escolhido pelo Prof. Ricardo Santos foi Aristóteles, tendo sublinhado a versatilidade do
pensamento deste gigante da Antiguidade clássica, com uma obra que revela o seu
interesse por distintas áreas do saber. O livro introduzido foi Como se faz um Filósofo,
de Colin McGinn, obra que data do ano 2002. O autor, nascido em 1950 e atualmente
docente na Universidade de Miami, nos EUA, expõe os bastidores do processo de
formação de um filósofo. Num tom de escrita autobiográfico, o filósofo é descrito como
um ser normal sem nenhuma aura de ser extraordinário.
Quanto ao problema filosófico discutido, o Prof. Ricardo começou por expor duas
posições distintas: os problemas da Filosofia não são solucionáveis, pois são eternos ou
os problemas da Filosofia podem ser solucionados, mas o processo pode ser longo e
complexo. O problema filosófico exposto foi o da verdade, a partir da correspondência
-2-
notada por Aristóteles entre a realidade e o que dizemos: dizer daquilo que é que é, e do
que não é que não é. Ressalvando não ser possível reproduzir neste relatório todos os
detalhes da exposição, os exemplos de frases referidos pelo Professor Ricardo,
nomeadamente de frases que falam de si mesmas, apontaram, contudo, para a
possibilidade de se poder declarar simultaneamente a verdade e a falsidade de uma
determinada afirmação, o que é obviamente contraditório.
Assim sendo, ou o princípio enunciado por Aristóteles é falso ou há um problema
da nossa linguagem quanto à sua capacidade de falar de si mesma. O problema continua
em aberto, pois ainda não foi encontrada uma solução satisfatória. Alfred Tarski
afirmou que dado que a linguagem quotidiana natural é contraditória, para se fazer
ciência seria necessário usar uma linguagem especial, com regras próprias, proposta que
não recolheu a anuência da comunidade científica. Saul Cricker, por seu lado, defendeu
que as frases que falam delas próprias não são verdadeiras nem falsas, mas esta solução
também foi rejeitada. A questão em aberto que se coloca implica a necessidade de se
evitar cair em contradição, pois a defesa de crenças e teses contraditórias significaria
que tudo se seguiria, ou seja, que poderíamos acreditar em tudo, o que repugna
evidentemente ao pensamento crítico.
Após a intervenção do orador, estabeleceu-se um diálogo vivo entre os presentes.
Joana Baião
Mário Almeida
ESCOLA SECUNDÁRIA DE MIRAFLORES
Visita de Estudo à Assembleia da República
Ano letivo de 2011-2012
Local e data:
Assembleia da República – assistência à Sessão Plenária de dia 11 de novembro de 2011
Objetivos:
Educar para a cidadania, estimulando o gosto pela participação cívica e política.
Dar a conhecer a Assembleia da República e as regras do debate parlamentar.
Promover o debate democrático, o respeito pela diversidade de opiniões e pelas regras de
formação das decisões.
Incentivar a reflexão e debate sobre a argumentação em democracia.
Analisar as intervenções tendo em conta a importância da lógica para o pensamento/discurso.
Horário e itinerário da visita de estudo:
8:30 h - Partida da Escola Secundária de Miraflores (autocarro).
9:30 h – Chegada à Assembleia da República.
10h – Início da Sessão Plenária.
13h – Regresso à Escola Secundária de Miraflores (autocarro).
♦ Algumas informações a considerar antes da visita
1. O Parlamento
O Parlamento de Portugal é constituído por uma única Câmara, designada Assembleia da República.
Sendo um dos órgãos de soberania consagrados na Constituição, para além do Presidente da República,
do Governo e dos Tribunais, é, nos termos da lei fundamental, “a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses”.
A Constituição, o Regimento e o Estatuto dos Deputados definem as competências e as regras de
funcionamento da Assembleia da República e os direitos e deveres dos seus Membros, garantindo as relações de separação de poderes e interdependências relativamente aos outros órgãos de soberania.
Para além da função primordial de representação, compete à Assembleia da República assegurar a
aprovação das leis fundamentais da República e a vigilância pelo cumprimento da Constituição, das leis e dos atos do Governo e da Administração.
2. Organização e Funcionamento do Parlamento
No início da Legislatura, a Assembleia elege o seu Presidente, bem como os restantes membros da Mesa. Compete ao Presidente representar a Assembleia, presidir à Mesa, dirigir os trabalhos
parlamentares, fixar a ordem do dia, depois de ouvir a Conferência dos Representantes dos Grupos
Parlamentares, assinar os Decretos e outros documentos expedidos em nome da Assembleia da República e superintender na sua administração.
O Presidente da Assembleia da República é eleito por maioria absoluta dos Deputados em funções.
Compete-lhe também substituir, interinamente, o Presidente da República. Os Deputados eleitos por cada partido, ou coligação, podem constituir-se em Grupo Parlamentar.
Habitualmente existem tantos grupos parlamentares quantos os partidos representados na
Assembleia.
Os Grupos Parlamentares têm determinados direitos, nomeadamente, indicar os seus representantes nas Comissões, apresentar projetos de lei, ser ouvidos sobre a fixação da ordem do dia, através dos seus
Presidentes, apresentar moções de censura ao Governo ou de rejeição do seu programa, e suscitar dois
debates, em cada sessão legislativa, para interpelação ao Governo.
A Assembleia constitui Comissões Especializadas permanentes cuja composição corresponde à
representatividade dos partidos com assento na Assembleia.
O estudo e debate das iniciativas legislativas apresentadas à Assembleia é feito em Comissão antes da sua apreciação ou votação em reunião plenária.
A Assembleia pode constituir também Comissões eventuais e grupos de trabalho para fins
determinados. Fora do período normal de funcionamento da Assembleia, ou durante o período em que se encontre
dissolvida, funciona a Comissão Permanente que é composta pelo Presidente da Assembleia, Vice-
Presidentes e Deputados indicados por todos os partidos. Compete-lhe, nomeadamente, acompanhar a
atividade do Governo, dar assentimento à ausência do Presidente da República do território nacional, autorizar o funcionamento de comissões, se tal for necessário, preparar a abertura da sessão legislativa.
Os debates políticos e legislativos têm lugar quer nas Reuniões Plenárias, quer nas reuniões das
Comissões. A agenda da reunião plenária - designada por ordem do dia - é fixada com a antecedência mínima de
15 dias pelo Presidente, depois de ouvir a Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares,
onde o Governo também pode fazer-se representar.
Os membros do Governo podem intervir nos debates. As reuniões plenárias são públicas. Realizam-se, habitualmente, 3 reuniões plenárias por semana.
Cada reunião plenária é gravada integralmente, sendo este registo publicado na I Série do Diário da
Assembleia da República. As reuniões das Comissões são marcadas pela própria Comissão ou pelo seu Presidente e a respetiva
ordem do dia é fixada previamente.
Os membros do Governo podem participar nas reuniões das Comissões. As reuniões das Comissões são públicas, podendo, no entanto, reunir à porta fechada quando o caráter reservado dos assuntos a tratar
o justificar.
In http://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas
Após a visita, deve tentar responder às seguintes questões:
1. Quais são as funções do Parlamento? Tendo em conta que a Constituição da República define o
Parlamento como “a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses”, como classifica a
relação existente atualmente entre os cidadãos e o Parlamento? Julga ser satisfatório o grau de confiança dos cidadãos na capacidade da política de dar resposta aos ideais democráticos da justiça social, da
solidariedade, da participação cívica e da procura de realização do bem comum?
2. Descreva por palavras suas e de forma resumida o tema do debate a que assistiu.
3. Como avalia as intervenções que escutou? Sentiu-se persuadido pelos argumentos apresentados e
pelo raciocínio seguido pelos intervenientes? Porquê? Dê exemplos.
4. Comente, de modo pertinente e justificado um dos seguintes textos:
A - “A democracia é a condição indispensável ao desenvolvimento da eloquência; reciprocamente, a eloquência é a qualidade superior do indivíduo que pertence a uma democracia: nenhum dos dois pode
passar sem o outro. A eloquência é ‘necessária’: eis o seu traço dominante e, ao mesmo tempo, a
explicação do seu sucesso” (Cícero, Do orador).
B – “A democracia (…) não é mais do que um sistema de proteção contra a ditadura, e nada no seio
da democracia proíbe as pessoas mais instruídas de comunicarem o seu saber às que o são menos. Pelo contrário, a democracia sempre procurou elevar o nível de educação; é essa a sua autêntica aspiração”
(Karl Popper, “Uma lei para a televisão”, 1999).
5. Avalie de forma breve a visita em que participou: aspetos positivos, aspetos a melhorar, significado para a sua vida pessoal e de estudante.
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Escola Secundária de Miraflores
Ano letivo 2011/2012
Reunião com a Professora de Ensino Especial da Escola de Miraflores
7 de fevereiro de 2012
A Reunião com a Professora de Ensino Especial, Patrícia Lima, sobre as
Necessidades Educativas Especiais do aluno Duarte Paulino, nº 4 da turma 11º H1,
decorreu pelas 14h30m, na sala de Diretores de Turma e contou com a presença dos
dois estagiários em Filosofia e mestrandos em Ensino de Filosofia no Ensino
Secundário pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de
Lisboa, Joana Baião e Mário Almeida.
Esta reunião foi marcada por iniciativa da estagiária Joana Baião e pretendia dar
resposta à ausência de conhecimentos sentida pelos dois estagiários no que concerne ao
trabalho com alunos com necessidades educativas especiais abrangidos com o decreto-
lei 3/2008.
A reunião tinha como objetivos específicos preparar os estagiários para a
construção de elementos de avaliação, assim como munir os estagiários de um maior
conhecimento do processo, dificuldades e estratégias de auxílio que pudessem ajudar o
aluno Duarte Paulino em sala de aula. Os dois estagiários notaram, desde o início do
primeiro período, um acentuado afastamento do aluno em causa para com o resto da
turma. O facto de estar constantemente a balançar-se e de ficar visivelmente nervoso
quando lhe é dirigida a palavra não passa despercebido a ninguém e pode levar, por
vezes, a que os colegas não se sentem com ele. O Duarte senta-se normalmente sozinho
e quando lhe é solicitado que trabalhe com colegas não existe uma real cooperação de
ambas as partes. Os estagiários revelaram ainda preocupação relativamente à questão da
avaliação sumativa e pretendiam, com esta reunião, encontrar modos de enunciar as
questões que fossem mais acessíveis ao Duarte.
Os estagiários expuseram esta situação à professora de Ensino Especial que não
se mostrou surpreendida com nenhum dos elementos dados, uma vez que o Duarte
-2-
reage do mesmo modo na maioria das disciplinas. A professora de Ensino Especial
levou consigo o processo do Duarte e classificou a sua situação como uma situação de
instabilidade emocional. O Duarte está a ser medicado e ainda não se adaptou com
sucesso à nova medicação (introduzida há cerca de quatro meses).
De modo a que o Duarte possa melhorar os seus resultados podemos levar a
cabo fichas individuais e testes adaptados. Apesar de o aluno não ter adaptações
curriculares a Filosofia. A professora de Ensino Especial mostrou aos estagiários alguns
exemplos das adaptações de outras disciplinas de modo a que pudessem seguir estes
exemplos como modelos. Assim, os estagiários podem levar a cabo uma série de
estratégias que podem ajudar o Duarte:
- Criação de enunciados recorrendo a exercícios de
Preenchimento de espaços,
Ligação entre colunas,
Exercícios de escolha múltipla;
Frases em que o aluno escolhe o conceito adequado;
Exercícios de verdadeiro ou falso;
- Em exercícios de análise de texto procurar colocar questões diretas, com uma
tarefa por questão e linguagem simplificada;
- Permitir ao aluno que escreva no próprio enunciado;
- Não realizar testes ou fichas em frente e verso;
- Recorrer a imagens ou textos para auxiliar à compreensão;
- Modificar o peso dos testes, dando igual peso às fichas de trabalho, realizadas
em aula ou em casa;
- Por fim, a professora de Ensino Especial recorda a necessidade de insistir com
o Duarte na realização das tarefas, questionando-o com frases como: “Duarte, o que é
para fazer aqui?”
Os estagiários mostraram-se agradados e agradecidos com as informações
fornecidas pela professora de Ensino Especial, Patrícia Lima. Esperam colocar em
prática rapidamente as estratégias aconselhadas de modo a tornar o ensino e a
aprendizagem da Filosofia mais eficaz para o Duarte.
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Escola Secundária de Miraflores
Ano letivo 2011/2012
Reunião com a Professora de Ensino Especial da Escola de Miraflores
7 de fevereiro de 2012
A Reunião com a Professora de Ensino Especial, Patrícia Lima, sobre as
Necessidades Educativas Especiais do aluno Duarte Paulino, nº 4 da turma 11º H1,
decorreu pelas 14h30m, na sala de Diretores de Turma e contou com a presença dos
dois estagiários em Filosofia e mestrandos em Ensino de Filosofia no Ensino
Secundário pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de
Lisboa, Joana Baião e Mário Almeida.
Esta reunião foi marcada por iniciativa da estagiária Joana Baião e pretendia dar
resposta à ausência de conhecimentos sentida pelos dois estagiários no que concerne ao
trabalho com alunos com necessidades educativas especiais abrangidos com o decreto-
lei 3/2008.
A reunião tinha como objetivos específicos preparar os estagiários para a
construção de elementos de avaliação, assim como munir os estagiários de um maior
conhecimento do processo, dificuldades e estratégias de auxílio que pudessem ajudar o
aluno Duarte Paulino em sala de aula. Os dois estagiários notaram, desde o início do
primeiro período, um acentuado afastamento do aluno em causa para com o resto da
turma. O facto de estar constantemente a balançar-se e de ficar visivelmente nervoso
quando lhe é dirigida a palavra não passa despercebido a ninguém e pode levar, por
vezes, a que os colegas não se sentem com ele. O Duarte senta-se normalmente sozinho
e quando lhe é solicitado que trabalhe com colegas não existe uma real cooperação de
ambas as partes. Os estagiários revelaram ainda preocupação relativamente à questão da
avaliação sumativa e pretendiam, com esta reunião, encontrar modos de enunciar as
questões que fossem mais acessíveis ao Duarte.
Os estagiários expuseram esta situação à professora de Ensino Especial que não
se mostrou surpreendida com nenhum dos elementos dados, uma vez que o Duarte
-2-
reage do mesmo modo na maioria das disciplinas. A professora de Ensino Especial
levou consigo o processo do Duarte e classificou a sua situação como uma situação de
instabilidade emocional. O Duarte está a ser medicado e ainda não se adaptou com
sucesso à nova medicação (introduzida há cerca de quatro meses).
De modo a que o Duarte possa melhorar os seus resultados podemos levar a
cabo fichas individuais e testes adaptados. Apesar de o aluno não ter adaptações
curriculares a Filosofia. A professora de Ensino Especial mostrou aos estagiários alguns
exemplos das adaptações de outras disciplinas de modo a que pudessem seguir estes
exemplos como modelos. Assim, os estagiários podem levar a cabo uma série de
estratégias que podem ajudar o Duarte:
- Criação de enunciados recorrendo a exercícios de
Preenchimento de espaços,
Ligação entre colunas,
Exercícios de escolha múltipla;
Frases em que o aluno escolhe o conceito adequado;
Exercícios de verdadeiro ou falso;
- Em exercícios de análise de texto procurar colocar questões diretas, com uma
tarefa por questão e linguagem simplificada;
- Permitir ao aluno que escreva no próprio enunciado;
- Não realizar testes ou fichas em frente e verso;
- Recorrer a imagens ou textos para auxiliar à compreensão;
- Modificar o peso dos testes, dando igual peso às fichas de trabalho, realizadas
em aula ou em casa;
- Por fim, a professora de Ensino Especial recorda a necessidade de insistir com
o Duarte na realização das tarefas, questionando-o com frases como: “Duarte, o que é
para fazer aqui?”
Os estagiários mostraram-se agradados e agradecidos com as informações
fornecidas pela professora de Ensino Especial, Patrícia Lima. Esperam colocar em
prática rapidamente as estratégias aconselhadas de modo a tornar o ensino e a
aprendizagem da Filosofia mais eficaz para o Duarte.
Filosofia 11º ano – 1º Período - Ano lectivo 2011/2012, 2º teste
-1-
Escola Secundária de Miraflores
Teste de Avaliação (Duração: 90min)
Nome:
Ano _____ Turma _____ Nº _____ Data ___/___/___
Classificação _______________
Grupo I
1. Identifique a alternativa correta para completar cada afirmação.
1.1 - O conceito de pathos diz respeito…
a) Ao tipo de emoções que o orador é capaz de suscitar na audiência.
b) A um tipo de caráter tão convincente que deixa o público hipnotizado.
c) À dimensão lógica e racional do discurso.
Resposta correta: ___________
1.2 - A retórica…
a) É a arte de persuasão utilizada no âmbito do discurso científico.
b) É a arte de persuadir por meio do discurso.
c) É a arte de discursar sem a preocupação da eloquência.
Resposta correta: ___________
1.3 – A dialética platónica distingue-se da retórica porque…
a) Tem como finalidade a sedução.
b) Depende da opinião dos oradores.
c) Dá acesso a uma verdade única.
Resposta correta: ___________
1.4 – Um argumento dedutivo…
a) Garante a verdade da conclusão, desde que as premissas sejam verdadeiras.
b) Tem sempre duas premissas.
c) Está ligado à noção de probabilidade.
Resposta correta: ___________
1.5 – Um argumento por analogia…
Filosofia 11º ano – 1º Período - Ano lectivo 2011/2012, 2º teste
-2-
a) Dá-nos um exemplo complicado para que se alcance a compreensão de um mais
simples.
b) Estabelece uma comparação entre realidades semelhantes.
c) Estabelece uma comparação de relações entre objetos distintos.
Resposta correta: ___________
1.6 - Uma falácia de falsa causa (Post Hoc)…
a) É um erro de raciocínio porque estabelece uma relação de causa-efeito entre
fenómenos só porque um precede o outro.
b) É uma questão temporal.
c) É um erro de raciocínio em que se usam argumentos para justificar a tese que têm
exatamente o mesmo significado que a tese.
Resposta correta: ___________
1.7 - O falso dilema…
a) Não se preocupa com o interesse do orador.
b) É uma mentira que tentamos tornar verdade para um determinado auditório.
c) Reduz todas as alternativas possíveis a apenas duas, ignorando ou escondendo
outras possíveis.
Resposta correta: ___________
1.8 – Analise o seguinte silogismo condicional:
Se estudar, reprovo.
Não estudo.
Logo, não reprovo.
O silogismo pode ser considerado como:
a) Válido, porque corresponde ao modus tollens.
b) Válido, porque corresponde ao modus ponens.
c) Inválido, porque corresponde à falácia da negação do antecedente.
Resposta correta: ___________
Grupo II
1. Qual dos seguintes silogismos corresponde à forma Modus ponens?
A Se corro muito, fico cansado B Se corro muito, fico cansado
Corro muito Não fico cansado
Logo, fico cansado Logo, não corro muito
Resposta: ___________
2. Determine se os seguintes silogismos são válidos ou inválidos:
Filosofia 11º ano – 1º Período - Ano lectivo 2011/2012, 2º teste
-3-
a) Todos os desportistas são saudáveis.
Alguns alunos são desportistas.
Logo, alguns alunos são saudáveis. Resposta: ___________
b) Todos os budistas são vegetarianos.
Alguns filósofos são vegetarianos.
Logo, alguns filósofos são budistas. Resposta: ___________
3. Apresenta duas diferenças entre argumentação e demonstração.
Resposta:____________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
4. Considera os dois argumentos que se seguem e identifica qual deles
corresponde ao argumento de autoridade.
A O Manuel é imortal, porque todos os homens são imortais.
B Segundo Platão, a alma é imortal. Logo, a alma é imortal.
Resposta: ___________
5. Leia atentamente o texto que se segue e responda às questões
“Os sofistas atenienses são professores que vendem a técnica do êxito na democracia
grega pela arte de convencer intelectualmente e pela arte de seduzir (…): propõem-
se ensinar todas as artes úteis ao Homem e todos os recursos da retórica suscetíveis
de empolgar os ouvintes”.
P. Ducassé, As grandes correntes da filosofia, Publ. Europa-América, Lsiboa, 1963
5.1. - Caracterize o movimento sofista.
Resposta:____________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Filosofia 11º ano – 1º Período - Ano lectivo 2011/2012, 2º teste
-4-
5.2. – Exponha as razões que levavam os políticos e oradores atenienses a aprender retórica.
Resposta:____________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
5.3. – Indique o contributo do movimento da Nova Retórica para a
reabilitação da retórica.
Resposta:____________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Grupos Itens Cotações
I 1. 8 x 5 pontos = 40 pontos
II
1. 1 x 20 pontos = 20 pontos
2. 1 x 30 pontos = 30 pontos
3. 1 x 30 pontos = 30 pontos
4. 1 x 20 pontos = 20 pontos
5.1 1 x 20 pontos = 20 pontos
5.2 1 x 20 pontos = 20 pontos
5.3 1 x 20 pontos = 20 pontos
Total: 200 pontos
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
1
Esta unidade contém 6 subunidades (sendo que das duas últimas se leciona apenas uma), a saber:
II – A ação humana e os valores
1. A ação humana
2. Os valores
3. Dimensões da Ação Humana e dos Valores
3.1 – Dimensão Ético-Política
3.2 – Dimensão Estética
3.3 – Dimensão Religiosa
Subunidade 1. – Ação Humana – Análise e compreensão do agir
Esta subunidade divide-se nos seguintes temas:
1.1 – A rede concetual da ação
1.2 – Determinismo e liberdade na ação humana
Roteiro de aulas:
O objetivo geral da unidade é analisar a especificidade da ação humana e refletir sobre a importância da liberdade e da vontade livre.
Enquadramento científico da unidade: II - A Ação Humana e os Valores (10º ano)
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
2
Num primeiro momento (1.1 – A rede concetual da ação) será importante distinguir entre o fazer e o acontecer e destacar a partir desta distinção
a especificidade do agir humano.
Num segundo momento (1.2 – Determinismo e liberdade na ação humana) o objetivo será levar o aluno a reconhecer as razões, fins, intenções e
os projetos como base das nossas ações. Analisar a complexidade do agir e reconhecer no agir humano um carater voluntário, à exceção do
carater voluntário dos motivos e dos desejos. O aluno deve ainda reconhecer a difícil experiência da deliberação e da decisão. A reflexão sobre as
condicionantes físico-biológicas e histórico-culturais. Por fim, importa compreender a ação como a superação do determinismo e a afirmação da
liberdade.
O Programa destaca como principais competências a desenvolver no ponto 1 da Unidade II:
*Concetualização
*Problematização
Foi utilizada a obra de referência sugerida no Programa na planificação e lecionação desta unidade:
Searle, John. (1986) Mente, Cérebro e Ciência. Lisboa: Edições 70, Cap. 6.
Planificação da subunidade 1 – A Ação Humana: análise e compreensão do agir, da Unidade II – A ação Humana e os valores
Ano letivo de 2011 – 2012
Unidade/Gestão de aulas Competências Objetivos Conteúdos Conceitos a destacar/ Estratégias Avaliação
1. A ação humana: análise e compreensão do agir 1.1 - A rede concetual da ação
*Problematização *Argumentação
Identificar o ramo da filosofia
que reflete sobre a ação humana.
Reconhecer a complexidade de
algumas ações.
Distinguir o que fazemos do que
Caracterização do
conceito de ação:
-distinção entre agir e
fazer;
- Comportamentos
Ação
Finalidade
1.1 -1.2
Realização de atividades.
Exposição de conceitos.
Análise e interpretação de
Observação Intervenções orais
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
3
1.2 – Determinismo e liberdade na ação humana
6 aulas
*Assunção de posições críticas sobre os conteúdos *Interpretação *Concetualização
nos acontece.
Difrenciar atos voluntários e
conscientes de atos involuntários
e inconscientes e de atos
involuntários conscientes.
Reconhecer que as ações
humanas são sempre conscientes,
voluntárias e intencionais.
Explicar como o motivo clarifica
a intenção de uma ação.
Reconhecer a dificuldade de
deliberar e decidir em algumas
situações
Salintar as condições exigidas
para se ser considerado agente.
Compreender o problema do
livre-arbítrio.
Identificar as teses que afirmam e
negam o livre arbítrio.
Indicar os principais argumentos
das diferentes teses.
Problematizar as teses relativas
ao livre-arbítrio.
Adotar uma postura pessoal
fundamentada sobre o problema
do livre-arbítrio.
intencionais,
conscientes e
voluntários
A rede concetual da
ação: agente,
consciência do agente,
livre-arbítrio ou
vontade, intenção e
motivo
-Complexidade do
agir: o voluntário e o
involuntário, as
motivações,
constrangimento
Condicionantes da
ação:
Físico-biológicas e
histórico-culturais.
1.2 – Determinismo e
Liberdade na Ação
Humana
-Determinismo
Radical
- Indeterminismo
Intenção
Agente
Causalidade
Liberdade
Condicionantes
Livre-arbítrio
Decisão
Motivo
Deliberação
textos.
Diálogo socrático com os
alunos.
Consulta do dicionário de
Filosofia.
Trabalho individual por
parte dos alunos.
Avaliação participada dos
trabalhos dos alunos.
Apresentação de textos
filosóficos
argumentativos.
Trabalho, em pequenos
grupos, na análise e
interpretação do texto.
Apresentação de trabalhos
/ debate.
Composição de um texto
argumentativo individual
com contra-argumentos.
Discussão e apreciação
dos argumentos
apresentados
Apresentação de um
esquema – síntese.
Exposições orais Produções escritas Análise e interpretação de textos argumentativos Composições filosóficas Fichas de trabalho Exercícios de resposta curta no fim das aulas Questões breves em diálogo com os alunos Organização de dossiês temáticos
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
4
Reconhecer o caráter situado e
condicionado da ação humana.
Relaciona determinismo e
liberdade
Identifica as várias
condicionantes da ação humana.
Compreende o agir do homem
sujeito às várias condicionantes
Avalia a ação humana como livre
mas limitada.
- Compatibilismo
(Determinismo
Moderado)
- Libertismo
Determinismo
Condicionantes
físico-biológicas
Condicionantes
histórico-sociais
Projeto
Apresentação de um texto
que relate uma ação
humana complexa.
Levantamento de
questões sobre o texto.
Registo e sistematização
das conclusões.
Exposição dos conceitos
acompanhados de
exemplos.
Realização de atividades
de problematização.
Apresentação de textos
onde se defendam teses
contrárias.
Redação de um texto que
fundamente a posição
pessoal do aluno.
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
5
Subunidade 2. Os valores – Análise e Compreensão da Experiência Valorativa
Esta unidade divide-se nos seguintes temas:
2.1 – Valores e valoração – A questão dos critérios valorativos
2.2 – Valores e cultura – a diversidade e o diálogo de culturas
Roteiro de aulas:
Num primeiro momento (2.1 – Valores e valoração – A questão dos critérios valorativos) devemos levar os alunos a reconhecer que a nossa
relação com o mundo, enquanto seres humanos, é de natureza valorativa. E que na sequência deste facto os valores desempenham um papel
fundamental nas relações humanas.
A tentativa será, num segundo momento (2.2 – Valores e cultura – a diversidade e o diálogo de culturas) de levá-los a compreender que as
preferências e os valores variam em função da pessoa, do grupo social e da cultura. É necessário estabelecer com os alunos um acordo sobre
critérios e hierarquização de valores, à luz das várias teorias da história da filosofia e após uma reflexão crítica e pessoal sobre esta questão.
Compreender os critérios e hierarquização de valores como um problema em aberto permitirá aos alunos alargar os seus horizontes culturais e
ganhar espaço e abertura para a reflexão sobre a diversidade e riqueza dos valores e o diálogo intercultural.
O programa sugere neste ponto a análise de casos e esta deve ir de encontro, na minha ótica, à turma com a qual estamos a trabalhar. Pode ser
fornecido para esta análise de casos um guião de trabalho de modo a que não se fuja ao rigor filosófico e científico que se pretende preservar.
Apoio-me para a sugestão de um guião de trabalho sobre os valores na Análise Didática do Programa de Filosofia, da Porto Editora, que sugere:
1º Apresentação do caso em que estejam em causa valores;
2º Identificação dos conceitos específicos do tema neste estudo de caso;
3º Explicitar o problema;
4º Formular possíveis respostas ao problema;
5º Apresentação de argumentos que sustentem as propostas de respostas. Os argumentos devem ter em conta as várias correntes de pensamento
referidas no presente tema.
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
6
O Programa destaca como principais competências a desenvolver:
*Leitura Crítica e compreensiva
*Problematização
*Argumentação (centrada na comunicação e no debate oral)
Planificação da subunidade 2 – Os valores – análise e compreensão da experiência valorativa,
da Unidade II – A ação Humana e os valores
Unidade/Gestão de aulas Competências Objetivos Conteúdos Conceitos a destacar/ Estratégias Avaliação
2. Os valores – análise e
compreensão da
experiência valorativa
2.1. Valores e valoração
- Experiência valorativa
- Caracterização dos
valores
-Os critérios valorativos
2.2. Valores e a cultura
6 aulas
*Problematização *Argumentação *Assunção de posições críticas sobre os conteúdos
Reconhecer a anterioridade
da experiência valorativa face
aos factos.
Identificar a diversidade de
experiências valorativas.
Distinguir juízos de facto de
juízos de valor.
Relacionar facto e valor.
Compreender as
características dos valores.
2.1. Valores e valoração:
Juízos de facto e juízos de
valor
O conceito de valor
Definição de valor
Diferentes tipos de valores:
materiais e espirituais
Características gerais dos
valores: Polaridade,
Hierarquização,
Historicidade,
Absolutividade e
Relatividade.
Absoluto
Etnocentrismo
Axiologia
Juízo
Critério Valorativo
2.1/2.2 -
Visionamento de
excertos da
entrevista a Savater.
Trabalho de análise
e interpretação de
textos.
Análise e discussão
de dilemas.
Apresentação de
Powerpoint alusivo
Observação Intervenções orais Exposições orais Produções escritas Análise e interpretação de textos argumentativos Composições filosóficas
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
7
- A dimensão social e
cultural dos valores
- As sociedades atuais e
a diversidade de valores
- O relativismo cultural
- O diálogo intercultural
*Interpretação *Concetualização
Identificar diferentes critérios
valorativos (pessoal, cultural e
transubjetivos).
Reconhecer a relação entre a
identidade cultural do
indivíduo e os valores.
Identificar diferentes atitudes
face à multiculturalidade
atual.
Compreender o problema do
relativismo cultural.
Analisar as vantagens e as
desvantagens das teses
relativistas.
Discutir as consequências do
relativismo.
Reconhecer no diálogo
intercultural e na procura de
critérios transubjetivos de
Conceções acerca da
natureza dos valores:
conceção objetiva de valor
ou objetivismo axiológico e
conceção subjetivista dos
valores ou subjetivismo
axiológico.
2.2 - Valores e a cultura
Papel da cultura na ação
humana: identidade própria.
Dinâmica Cultural:
aculturação, sociedades
multiculturais, novos
valores, defesa dos direitos
humanos, crimes contra a
humanidade, intolerância,
movimentos nacionalistas,
genocídios.
Relativismo cultural:
etnocentrismo, relativismo
cultural, críticas às teorias
Multiculturalismo
Cultura
Relativo
Valor
às atitudes face à
diversidade cultural.
Resolução das
atividades propostas
no manual.
Leitura, análise e
interpretação de
textos.
Elaboração de
sínteses reflexivas.
Realização de
atividades do
caderno de
atividades.
Apresentação de um
esquema-síntese.
Fichas de trabalho Exercícios de resposta curta no fim das aulas Questões breves em diálogo com os alunos Organização de dossiês temáticos
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
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valoração a via para a
resolução de conflitos
interculturais.
apresentadas. O conceito de
tolerância. Os direitos
humanos.
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
9
Subunidade 3. Dimensões da Ação Humana e dos Valores
Esta unidade divide-se nos seguintes temas:
3.1 – A dimensão ético-política
3.2 – A dimensão estética ou 3.3 – A dimensão religiosa
A subunidade a tratar no presente momento é a subunidade 3.1 – A dimensão ético-política que se divide em:
3.1.1. – Intenção Ética e Norma Moral
3.1.2 - A dimensão pessoal e social da ética – o “si mesmo”, o outro e as instituições
3.1.3. – A necessidade de fundamentação da moral – análise comparativa de duas perspetivas filosóficas
3.1.4. – Ética, direito e política – liberdade e justiça social; igualdade e diferenças; justiça e equidade
Roteiro de aulas:
Num primeiro momento (3.1.1. – Intenção Ética e Norma Moral) estabelecer-se-á a distinção concetual entre moral e ética, intenção e norma;
Num segundo momento (3.1.2 - A dimensão pessoal e social da ética – o “si mesmo”, o outro e as instituições), a intenção será levar os alunos a
compreender a ação ética na sua tripla dimensão: a relação do sujeito consigo mesmo, com o outro e com as instituições.
Num terceiro momento (3.1.3. – A necessidade de fundamentação da moral – análise comparativa de duas perspetivas filosóficas),
Será importante colocar em confronto duas perspetivas éticas, neste caso foram escolhidos Kant e Stuart Mill.
Problematização da fundamentação metafísica da moralidade em Kant
Crítica à moral tradicional e à transmutação de valores
Compreensão da dimensão e limites da visão utilitarista.
Num último momento desta subunidade (3.1.4. – Ética, direito e política – liberdade e justiça social; igualdade e diferenças; justiça e equidade),
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
10
Compreensão da relação entre a atividade filosófica, o direito e a política, partimento da análise de questões sobre a liberdade e justiça social,
universalidade da justiça e direito à igualdade, universalidade da justiça e direito à diferença, salvaguarda dos direitos humanos e
responsabilidade pelas gerações futuras
O Programa destaca como principais competências a desenvolver:
*Leitura Crítica e compreensiva
*Pesquisa e seleção de informação
*Construção e apresentação de argumentos (destacando a capacidade de argumentação oral)
*Problematização
Tendo em conta estas competências específicas e os conteúdos a abordar será importante fornecer aos alunos textos dos autores a tratar, deste
modo será possível levar a cabo o levantamento de conceitos, teses e argumentos, assim como colocar várias perspetivas em confronto. Pode
pedir-se aos estudantes que se dividam em pequenos grupos e que leiam os diferentes textos que foram fornecidos aos diferentes grupos, terão
como tarefa construir quadros de síntese que apresentarão à turma em forma de debate orientado. Um dos modos de realizar debates orientados é
dar como tarefa ao estudante que ele procure no discurso dos outros grupos o contra-argumento (ou aquele que mais se impõe como tal) e que o
confronte com o seu argumento.
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
11
Planificação da subunidade 3 - Dimensões da Ação Humana e dos Valores,
da Unidade II – A ação Humana e os valores
Unidade/Gestão de aulas Competências Objetivos Conteúdos Conceitos a destacar/ Estratégias Avaliação
3. Dimensões da ação
humana e dos valores
3.1. A dimensão ético-
política – análise e
compreensão da
experiência
convivencial
3.1.1. Intenção ética e
norma moral: os
conceitos de ética e de
moral.
3.1.2.1.A dimensão
pessoal da ética:
- o si mesmo e o outro: a
pessoa como sujeito
moral (a consciência
moral).
- o egoísmo psicológico
e o egoísmo ético
14 aulas
*Problematização *Argumentação *Assunção de posições críticas sobre os conteúdos *Interpretação *Concetualização
Distinguir intenção ética de
norma moral.
Reconhecer a inter-relação entre
ética e moral.
Caracterizar o sujeito moral.
Descrever a consciência moral.
Reconhecer a incompatibilidade
da doutrina do egoísmo ético
com a ação moral.
Relacionar o relacionamento dos
outros em instituições com o
desenvolvimento de uma
consciência cívica.
3.1. a 3.1.2
A dimensão ética do ser
humano – dimensão
ética e social.
Consciência moral.
Definição de ser ético.
Juízos éticos: princípios
universais, direitos e
deveres de cada
indivíduo.
3.1.3 -
Uma teoria
deontológica: a ética
racional de Kant.
Legalidade e
moralidade.
Disposições do ser
humano segundo Kant:
animalidade,
personalidade e
Cidadania
Consciência
moral
Liberdade
Política
Liberalismo
Direito
Moral
Direitos
Sistematização de
ideias, teses e
argumentos diferentes.
Debate orientado pelo
professor.
Leitura e análise de
textos.
Consulta do dicionário
de filosofia.
Elaboração de um
pequeno glossário.
Redação de textos
argumentativos
críticos.
Realização de
Observação
Intervenções
orais
Exposições
orais
Produções
escritas
Análise e
interpretação
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
12
3.1.2.2. A dimensão social
da ética:
- O outro e as instituições
(a consciência cívica).
3.1.3. A necessidade de
fundamentação da moral:
análise de duas
perspetivas filosóficas:
- A moral utilitarista de
Stuart Mill;
- A filosofia moral
kantiana.
3.1.4. Ética, Direito e
Política
- O problema da origem
do estado: análise das
filosofias políticas de
Aristóteles e Locke.
- O problema da
desobediência civil
- A justiça e sua
universalidade
Comparar as filosofias morais de
Mill e Kant.
Compreender as diferenças e
limitações das duas
fundamentações.
Adotar uma postura ética pessoal
fundamentada.
Desenvolver atitudes morais,
responsáveis e cívicas.
Relacionar os conceitos de ética,
direito, política, estado e justiça.
Comparar as perspetivas de
humanidade.
Transformação da
vontade dividida e
imperfeita em vontade
boa.
Dever e lei moral:
imperativo categórico
da moralidade.
Uma teoria
consequencialista: a
ética utilitarista de Stuart
Mill
O princípio da Utilidade
ou da Maior Felicidade.
O ideal moral
utilitarista: felicidade
pessoal e felicidade
global.
3.1.4 -
Necessidade do Direito
e da Política (o Estado)
Normas morais e
Humanos
Norma
Pessoa
Equidade
Estado
Política
Ética
Responsabilidad
e
Justiça Social
atividades do caderno
de atividades: Escolha
múltipla, verdadeiros e
falsos e palavras
cruzadas.
Realização de
atividades do manual.
Apresentação de um
esquema-síntese.
Análise de casos da
atualidade
relacionados com os
conteúdos lecionados.
de textos
argumentativo
s
Composições
filosóficas
Fichas de
trabalho
Exercícios de
resposta curta
no fim das
aulas
Questões
breves em
diálogo com
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
13
- A perspetiva de Rawls
sobre a justiça
- Problemas práticos da
aplicação da justiça
- Os direitos humanos
Liberdade
Responsabilidade
Aristóteles e Locke relativas ao
problema da origem do estado.
Compreender a razão que
justifica a autoridade do estado
sobre o cidadão.
Argumentar a favor ou contra a
desobediência civil.
Distinguir os diversos sentidos
do termo justiça.
Analisar as virtualidades e
limitações da teoria da justiça de
Rawls.
Avaliar os problemas práticos
decorrentes da aplicação da
justiça.
Conhecer os direitos humanos
universais.
Reconhecer a necessidade do
cumprimento da Declaração
normas jurídicas.
Funções da Política
(Estado).
A Filosofia Política.
As relações entre o ser
humano e o Estado
segundo Aristóteles
O ser humano é, por
natureza, um animal
político
A Política como ética
social
A legitimidade do
Estado.
As relações entre o ser
humano e o Estado
segundo John Locke
Sociedade sem Estado
ou estado de Natureza
O contrato social como
fundamento da
autoridade do Estado.
A justiça social:
Sociedade Civil
os alunos
Organização
de dossiês
temáticos
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
14
Subunidade 3 – Opção por 3.2 ou 3.3
3.2 – A dimensão estética – Análise e compreensão da experiência estética
ou
3.3. – A dimensão religiosa – Análise e compreensão da experiência religiosa
O percurso 3.2 – A dimensão estética – Análise e compreensão da experiência estética divide-se nos seguintes temas:
3.2.1 – A experiência e o juízo estético
3.2.2 – A criação artística e a obra de arte
3.2.3 – A arte – produção, comunicação, conhecimento
Roteiro de aulas:
Universal dos Direitos do
Homem
liberdade, igualdade e
direito à diferença
segundo John Rawls
A escolha racional dos
Princípios da justiça
social.
Os princípios da justiça
ou de uma sociedade
bem ordenada.
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
15
Num primeiro momento (4.1 – A experiência e o juízo estético) reconhecimento da especificidade da experiência estética. Estética nas
seguintes dimensões: experiência da natureza, da criação artística e da contemplação da obra de arte. Questionamento sobre a possibilidade da
comunicação e intersubjetividade da experiência estética. A natureza do juízo estético.
A tentativa será, num segundo momento (4.2 – A criação artística e a obra de arte) Significado da arte e da criação artística - o ponto de vista do
artista. Reflexão sobre a multidimensionalidade da obra de arte.
No último momento dedicado a esta unidade (4.3 – A arte – produção, comunicação, conhecimento) O objeto artístico, pluralidade de sentidos
(polissemia), manifestação da identidade cultural dos povos, a arte como um outro modo de conhecer o Homem e o Mundo.
Uma vez que nesta subunidade se pretende, especialmente, tratar a competência de leitura crítica da linguagem icónica será de maior importância
levar os estudantes a conhecer e refletir sobre elementos culturais que ainda não conhece ou que conhece mas não analisou de modo crítico e
filosófico. Assim, poder-se-á levar @s alun@s a visionar filmes, a ouvir obras musicais, a visitar museus, a conhecer o depoimento de artistas
sobre o seu processo criativo ou a ler críticas de arte em jornais ou livros. A tentativa será a de ampliar conhecimentos e exercitar o
posicionamento crítico. Qualquer um destes momentos deve ser acompanhado de um guião de análise e implicar a redação de um texto ou uma
apresentação oral breve de modo a aferir conhecimentos ou competências adquiridas.
Uma proposta que me pareceu interessante levar a cabo foi a comparação de três obras musicais de três compositores com origens culturais
diferentes, mas com uma temática idêntica: Britten, The Beggars Opera (séc. XIX), K. Weil, Ópera dos três vinténs (séc. XX) e Chico Buarque,
Ópera do Malandro (séc. XX). Esta comparação serve o propósito de levar os alunos e alunas a sentir a ligação da arte com a cultura.
Com este objetivo foi utilizada, por exemplo, numa das minhas aulas a análise de uma música de Chico Buarque, Cálice, que permitiu mostrar
aos alunos como alguns elementos artísticos eram utilizados pelos autores-cantores para passar mensagens de resistência durante a ditadura
brasileira.
O Programa destaca como principais competências a desenvolver:
*Leitura da linguagem icónica
*Sensibilidade ao gosto estético
*Abertura ao universo da criação artística
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
16
Planificação da subunidade 3.2 - A dimensão estética – Análise e compreensão da experiência estética
Ano letivo de 2011 - 2012
Unidade/Gestão de aulas Competências Objetivos Conteúdos Conceitos a destacar/ Estratégias Avaliação
3.2. A dimensão estética
– análise e compreensão
da experiência estética
(8 aulas no total)
3.2.1. A experiência e o
juízo estéticos
- A experiência estética
- O juízo estético
- O objetivismo estético de
Platão
- O subjetivismo estético
de Kant
3.2.2. A criação artística e
a obra de arte
- O significado da arte
- A criação artística
2 aulas
*Problematização *Argumentação *Assunção de posições críticas sobre os conteúdos *Interpretação
Caracterizar a experiência estética
enquanto experiência da
natureza, da criação artística e da
contemplação da obra de arte.
Compreender a especificidade do
juízo estético.
Diferenciar a categoria do belo de
outras categorias estéticas.
Compreender as várias
dimensões do objetivismo
estético de Platão.
Avaliar o alcance do subjetivismo
estético de Kant.
Caracterizar a arte e a obra de
arte.
Caraterização da
experiência estética
Sensibilidade estética
Teorias acerca do juízo
estético: subjetivismo
estético e objetivismo
estético.
A criação artística e a
obra de arte
Definição de Estética:
- A arte como imitação
- A arte como forma
significante
(formalismo)
- Teoria da arte como
expressão
(expressionismo)
Agradável
Gosto
Horrível
Arte
Artista
Juízo Estético
Belo
Visionamento e
interpretação de
diapositivos, quadros,
filmes/curtas-
metragens e excertos
de entrevistas.
Audição de obras
musicais.
Visitas de estudo
orientadas a museus
e/ou exposições
(Fundação Calouste
Gulbenkian).
Análise de imagens do
Observação Intervenções orais Exposições orais Produções escritas Análise e interpretação de textos argumentativos Composições filosóficas Fichas de trabalho Exercícios de resposta curta no fim das aulas
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
17
- Tentativa de compreensão
da obra de arte
- Teorias da arte
a) teoria da arte como
imitação
b) teoria da arte como
expressão
c) teoria da arte como
forma significante
d) teoria institucional da
arte
e) teoria idealista da arte
3.2.3. A Arte
produção e consumo,
comunicação e
conhecimento
- Arte e sociedade
- Arte e mercado
- Arte e Indústria
- Arte e comunicação
- Arte e conhecimento
2 aulas 2 aulas
*Concetualização
Reconhecer criticamente
classificações possíveis da arte.
Refletir acerca das razões que
levam o artista à criação das suas
obras.
Ponderar acerca de diferentes
possibilidades de compreensão
das obras de arte.
Reconhecer a necessidade da
existência de critérios na
reflexão sobre a arte.
Caracterizar as diversas teorias da
arte: imitação, expressão, forma
significante, teoria institucional e
teoria idealista.
Refletir acerca das objeções às
várias teorias referidas.
O conceito de arte é um
conceito aberto
A arte: produção e
consumo, comunicação
e conhecimento
a) A arte como forma de
conhecimento;
b) Arte como
linguagem: pluralidade
de sentidos da obra de
arte
c) A arte como criação
de formas
d) A arte como
mercadoria e bem de
consumo
Obra de Arte
Criação Artística
Sublime
Espetáculo
Teoria estética
Estética
Útil
Experiência
Estética
manual.
Apresentação do
quadro “Mona Lisa”.
Realização das
atividades propostas
no manual e no
caderno de atividades.
Elaboração de dossiers
temáticos.
Questões breves em diálogo com os alunos Organização de dossiês temáticos
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
19
O percurso 3.3. – A dimensão religiosa – Análise e compreensão da experiência religiosa divide-se nos seguintes temas:
3.3.1 – A religião e o sentido da existência - a existência da finitude e a abertura à transcendência
3.3.2 – As dimensões pessoal e social das religiões
3.3.3 – Religião, razão e fé – tarefas e desafios da tolerância
Roteiro de aulas:
Devemos começar pela clarificação filosófica dos termos nucleares deste ponto: religião, culto e procura de um sentido para a existência.
Depois poder-se-á realizar um levantamento de manifestações de religiosidade no nosso quotidiano. Pode pedir-se aos alunos que entrevistem
pessoas que se afirmam como religiosas e pessoas que não o são. Deste modo será possível comparar pontos de vista e atitudes, face à religião,
face aos que possuem crenças diferentes das nossas e face à tolerância e compreensão religiosa.
O Programa destaca como principais competências a desenvolver:
*Intervir em debates
*Expor pontos de vista
*Confrontar ideias
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
20
Planificação da subunidade 3.3. – A dimensão religiosa – Análise e compreensão da experiência religiosa
Ano letivo de 2011 - 2012
Unidade/Gestão de aulas Competências Objetivos Conteúdos Conceitos a destacar/ Estratégias Avaliação
3.3. A dimensão religiosa – análise e compreensão da experiência religiosa 3.3.1. A religião e o sentido da existência – a experiência da finitude e a abertura à transcendência - O sagrado e o profano - Da finitude à transcendência - Religião e sentido da existência a) Kierkegaard: a religião como fonte de sentido b) Marx: a religião como ilusão 3.3.2. As dimensões pessoal e social das religiões - Religião e indivíduo: a fé -Dimensão social da religião -Secularização e ressacralização 3.3.3. Religião, razão e fé – tarefas e desafios da tolerância
8 Aulas 3 aulas
2 aulas
*Problematização *Argumentação *Assunção de posições críticas sobre os conteúdos *Interpretação
Consciencializar-se acerca da importância de se interpretar a dimensão religiosa à luz de uma pluralidade de aspetos. Diferenciar sagrado e profano. Relacionar a experiência da finitude com a abertura à transcendência. Articular a dimensão religiosa com a necessidade de sentido da existência humana. Avaliar a perspetiva de Kierkegaard acerca da religião como fonte de sentido. Avaliar a perspetiva de Marx acerca da religião como ilusão. Explicitar as características e o âmbito da fé. Caracterizar o processo da secularização e o fenómeno da ressacralização. Enquadrar historicamente as relações entre filosofia e religião. Compreender as diversas perspetivas relativas à existência de Deus: teísmo, deísmo, ateísmo, agnosticismo, fideísmo e panteísmo.
Definição do conceito de
religião
O sagrado e o profano
Dimensão pessoal e social
da religião
A experiência religiosa e o
sentido da existência
1) Há experiências religiosas
que dão um sentido ao
mundo;
2)O mundo não tem
sentido: o existencialismo
segundo Sartre
Religião, razão e fé:
Agnosticismo
Ateísmo
Culto
Deus
Dogma
Fé
Profano
Razão
Religião
Sagrado
Sentido da
Visionamento de um
excerto da entrevista
a Savater.
Visitas de estudo
orientadas (exemplo:
Mesquita de Lisboa
ou a um Convento)
Pesquisa e seleção
de informação.
Exposição/confront
o de pontos de vista.
Observação Intervenções orais Exposições orais Produções escritas Análise e interpretação de textos argumentativos Composições filosóficas Fichas de trabalho Exercícios de resposta curta no fim das aulas
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
21
- Religião e Filosofia a) enquadramento histórico b) posições relativas à existência de Deus c) provas da existência de Deus d) a existência de Deus segundo Kant - Religião e Ciência - Tarefas e desafios da tolerância.
3 aulas
*Concetualização Avaliar criticamente o argumento cosmológico, teleológico e ontológico. Refletir sobre o significado e o alcance da perspetiva de Kant sobre a existência de Deus. Enquadrar historicamente as relações entre ciência e religião. Refletir de forma integrada sobre a situação atual das relações entre ciência e religião. Relacionar os conflitos religiosos com a necessidade da tolerância e do respeito pelos direitos humanos. Refletir sobre o significado e a importância do diálogo inter-religioso.
Momentos fundamentais
das relações entre razão e fé
O problema da existência
de Deus
-Argumentos a favor da
existência de Deus;
-Objeções
Kant e o problema da
existência de Deus
A existência de Deus é uma
consequência da
moralidade.
existência
Sentido Religioso
Teísmo
Transcendência
Tolerância
Realização das
atividades propostas
no manual e no
caderno de
atividades.
Elaboração de
dossiers temáticos.
Debate sobre: “A
origem do mundo e
do ser humano”.
Apresentação de um
esquema-síntese.
Questões breves em diálogo com os alunos Organização de dossiês temáticos
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
22
Subunidade 4 – Temas/Problemas do mundo contemporâneo
Opção por um tema/Problema
- Os direitos humanos e a globalização
- Os direitos das mulheres como direitos humanos
- A responsabilidade ecológica
- A manipulação e os meios de comunicação de massa
- O racismo e a xenofobia
- O voluntariado e as novas dinâmicas da sociedade civil
- A obra de arte na era das indústrias culturais
- A dessacralização do mundo e a perda do sentido
- A paz social e o diálogo inter-religioso
- Outros
Roteiro de aulas:
Neste ponto os alunos já devem dominar as competências anteriores, muitas foram sendo repetidas nos vários temas. Neste momento os alunos
devem desenvolver hábitos de estudo e trabalho autónomo, realizando uma utilização criteriosa de fontes de informação, integração de saberes e
problematização.
Os alunos irão trabalhar, de preferência em grupo, sobre temas interdisciplinares, aos quais devem obviamente atribuir um caráter filosófico.
Deste modo @s alun@s devem, com a orientação do professor/a:
Determinar objetivos
Enquadrar problemáticas
Formular questões filosóficas
Realizar a pesquisa documental
Selecionar o material recolhido
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
23
Tratar o material recolhido
O resultado do trabalho pode ser apresentado sob a forma de dossiê temático, através de um relatório de pesquisa, de uma proposta de projeto
para uma instituição ou através de uma exposição oral (com suporte escrito).
Deste modo, o Programa destaca como principais competências a desenvolver com este tipo de trabalho são:
*Utilização criteriosa de fontes de informação
*Integração de saberes (perspetiva interdisciplinar)
*Problematização
*Trabalho autónomo
*Hábitos de estudo
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
24
Planificação da Unidade 4. – Temas/Problemas do mundo contemporâneo: a manipulação e os meios de comunicação de massas
Ano letivo de 2011 - 2012
Unidade/Gestão de aulas Competências Objetivos Conteúdos Conceitos a destacar/ Estratégias Avaliação
4. Temas/problemas
do mundo
contemporâneo: A
manipulação e os
meios de comunicação
de massas.
8
Aulas
*Problematização *Argumentação *Assunção de posições críticas sobre os conteúdos *Interpretação *Concetualização
Compreender os conceitos de
manipulação e de meios de
comunicação de massas.
Reconhecer o problema da
manipulação veiculada pelos
meios de comunicação de
massas.
Avaliar os efeitos da
mediatização da informação,
nomeadamente, através da
televisão.
Perspetivar os principais
perigos da manipulação.
Relacionar os meios de
comunicação com os
eventuais efeitos positivos e
negativos para a democracia.
- Os conceitos de
manipulação e de
meios de comunicação
de massas.
- A televisão como um
dos meios de
comunicação de
massas mais poderoso.
- Os perigos da
manipulação.
- Relação entre meios
de comunicação de
massas e a
democracia.
Manipulação
Meios de
comunicação
Informar
Estratégias
argumentativas
Globalização
Apresentação do problema. Trabalhos de grupo. Recolha de materiais e obras de referência. Pesquisa orientada de materiais na internet. Elaboração de dossier temático. Apresentação oral dos trabalhos. Discussão e apreciação crítica dos trabalhos. Registo sistemático das conclusões.
Observação Intervenções orais Exposições orais Produções escritas Análise e interpretação de textos argumentativos Composições filosóficas Fichas de trabalho Exercícios de resposta curta no fim das aulas Questões breves em diálogo com os alunos Organização de dossiês temáticos
Escola Secundária de Miraflores Ano letivo 2011/2012 Joana Baião
25
- Em seguida, apresenta-se o modelo de trabalho de projeto, assim como um trabalho realizado a partir desse modelo pela aluna Rita Cruz, nº
23, do 10º E2.
Problematizar os efeitos dos
meios de comunicação de
massas sobre as crianças.
Adotar uma postura crítica
face aos meios de
comunicação de massas.
- As vantagens dos
meios de comunicação
de massas.
Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste
-1-
Escola Secundária de Miraflores
Teste de Avaliação
(Duração: 90 min)
Nome ________________________________________________________
Ano _____ Turma _____ Nº _____ Data ___/___/___
Classificação _______________
Versão B
Grupo I
1. Identifique a alternativa correta para completar cada afirmação.
1.1 No que se refere à relação de causa e efeito, Hume consideraria ilegítimo…
afirmar que esta relação traduz uma conexão necessária.
1.2 Algumas das características da ciência moderna são:
o mecanicismo, a matematização e o determinismo.
1.3 Comparando as teorias filosóficas do conhecimento de Descartes e de Hume, é
legítimo afirmar que…
Descartes considerava a razão a fonte do conhecimento verdadeiro; Hume entendia que todas as
ideias derivam das impressões;
1.4 A epistemologia é a ciência que…
a) estuda criticamente os princípios, as hipóteses e os resultados das diversas ciências;
1.5 “As pessoas que querem legalizar o aborto não gostam de crianças. Nós somos
eticamente responsáveis. Por isso, o aborto não deve ser legalizado”. Esta falácia é…
uma falácia do boneco de palha.
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1.6 “É melhor não contares aos jornalistas o que se passa aqui no tribunal, pois é
sempre complicado ficar sem emprego”. Esta falácia é…
ad baculum;
Grupo II
Após a leitura atenta do texto, responda às questões:
1. Apresente um argumento cartesiano a favor da existência de Deus.
(Um dos seguintes argumentos deverá ser apresentado)
Argumento causal: Ao dirigirmos a nossa atenção para o conteúdo da nossa mente, poderemos
verificar que, entre as várias ideias que aí descobrimos, se encontra a ideia de perfeição. O
problema é saber qual a causa da ideia de perfeição que o cogito descobre em si próprio.
A ideia de perfeição provém do cogito ou de um ser exterior ao cogito? Não pode vir do cogito,
uma vez que este reconhece a sua imperfeição, senão não duvidaria, conheceria. Mas como se
julga o ser pensante imperfeito se não tivesse em si a ideia de perfeição? Descartes pensa deste
modo: qualquer coisa que seja a causa de outra tem de possuir realidade, pelo menos num grau
idêntico ao do efeito a que der origem. Portanto, a ideia de um ser infinito e perfeito tem de ter
origem num ser perfeito e infinito. Deus, conclui Descartes, é a causa da ideia que dele
possuímos, logo, tem de existir.
Há ainda a acrescentar a este argumento o conceito de ideia inata. A ideia de um ser perfeito é
inata, tendo sido colocada na mente por Deus. Por ideia inata Descartes refere-se a algo que
descobrimos em nós próprios e cuja origem não podemos atribuir aos sentidos ou à imaginação,
mas a Deus.
Argumento ontológico: Este argumento consiste na afirmação de que a existência está contida
na ideia de um ser perfeito, não poderia ser um ser perfeito se lhe faltasse a existência. Por
conseguinte, esse ser perfeito tem de existir. Toda a limitação é uma privação, Deus não pode
ter privações senão não seria infinito e perfeito.
2. Esclareça o papel de Deus no sistema cartesiano.
Deus assume um papel fundamental no sistema cartesiano na medida em que irá permitir ir
para além do cogito e alcançar o mundo físico. Descartes assume como critério de verdade a
clareza e distinção mas, no que se refere ao mundo físico, só podemos considerar o que é
claro e distinto como verdadeiro porque Deus, ser perfeito e sumamente bom, não nos
“Depois, tendo refletido que duvidava e, por consequência, o meu ser não era inteiramente
perfeito, pois claramente via que o conhecer é uma maior perfeição do que o duvidar, lembrei-
me de procurar donde me teria vindo o pensamento de alguma coisa de mais perfeito do que eu
era; e conheci com evidência que deveria ter vindo de alguma natureza que fosse efetivamente
mais perfeita”.
Descartes, Meditações Metafísicas
Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste
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enganaria, portanto, o que concebemos pelos sentidos como claro e distinto é também
verdadeiro.
3. Identifique uma crítica ao sistema cartesiano.
Limites do argumento de perfeição, Círculo cartesiano, Critica ao argumento ontológico
3.1. Explique a crítica identificada.
(Uma das três críticas seguintes deverá ser apresentada)
Limites do argumento de perfeição: Como podemos saber que a ideia de perfeição implica a
ideia de Deus? A hipótese de um génio maligno paira ainda sobre nós e permite-nos considerar
a questão: e se estivermos a ser enganados quando pensamos que a ideia de perfeição vem de
um Deus perfeito? A nossa mente pode ainda estar a ser manipulada. Aparentemente podemos
inventar para nós mesmos a ideia de perfeição sem que esta se refira a qualquer modelo de
perfeição. Exemplo lido em aula, do manual: ideia de um professor de filosofia perfeito, daí não
se segue que exista um professor de filosofia perfeito que tenha causado esta ideia.
Círculo cartesiano: O famoso “círculo cartesiano” é repetidamente apontado a Descartes como
uma das críticas mais evidentes ao seu sistema: se Deus tem de ser invocado para assegurar que
a mente humana é fidedigna, como podemos estar seguros que são fidedignas as perceções de
que precisamos para estabelecer a existência de Deus em primeiro lugar? Ou seja, estamos
perante uma falácia da circularidade: para saber que as ideias são claras e distintas, tenho
primeiro que saber que Deus existe mas para saber que Deus existe tenho primeiro que ter a
ideia clara e distinta da sua existência (que provém da ideia de perfeição).
Criticas ao argumento ontológico: Kant questiona, na obra Crítica da Razão Pura, o
argumento ontológico, na medida em que a existência não pode ser deduzida como um
atributo. A afirmação em que Kant se centra para esta refutação é de Descartes: “Deus tem
todos os atributos, logo não pode faltar-lhe o atributo da existência”. O raciocínio que
Descartes faz a partir daí e pelo qual considera provar a existência de Deus, perde o seu
fundamento se considerarmos, tal como Kant, que a existência não é um atributo. Como
explica Kant que a existência não é um atributo? Kant afirma que se a existência fosse um
atributo (qualidade, predicado do sujeito) esta acrescentaria qualidades ao sujeito. Mas o que
verificamos é que se imaginarmos, por exemplo, 100 euros temos em nós a representação
mental desse conceito e que, ao comparar o conceito com 100 euros existentes não existe
qualquer diferença ao nível das qualidades. Não há um salto do conceito para o ser existente.
Os nossos conceitos, se verdadeiros, adequam-se ao existente porque a existência não altera
ou acrescenta nada ao conceito.
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Tendo em consideração o texto, responda à questão:
4. Caracterize as impressões e as ideias.
Hume formula a distinção entre dois tipos de realidade que a experiência nos fornece: as
impressões e as ideias. Estamos perante duas classes de perceções.
- as impressões (SENTIR) são todas as nossas perceções imediatas tais como a visão, o ouvido
e o paladar. Incluem também os nossos sentimentos internos, como a emoção e os desejos. São
as sensações que recebemos na sua vivacidade e intensidade imediatas.
- as ideias (PENSAR) são para Hume as impressões secundárias, reativadas, mais ou menos
diluídas e esfumadas. Recordar ou imaginar algo. As ideias são cópias das nossas impressões.
Após a leitura atenta do texto, responda às questões:
5.1. Esclareça o significado da frase sublinhada no texto.
A frase sublinhada no texto remete-nos para a distinção entre conjunção constante e conexão
necessária, para a qual Hume nos chamou a atenção. Hume considera que “não existe, em
qualquer caso, singular e particular de causa e efeito, coisa alguma que possa sugerir a ideia de
poder ou conexão necessária”, ou seja, a conexão necessária entre os objetos é apenas inferida
por nós da sucessão constante que verificámos repetidamente entre determinadas causas e
“Todas as perceções do espírito humano reduzem-se a duas espécies distintas que
denominarei impressões e ideias. A diferença entre estas reside nos graus de força e
vivacidade com que afetam a mente e abrem caminho para o nosso pensamento ou
consciência”.
Hume, Tratado da Natureza Humana
“O impulso de uma bola de bilhar é esperado com movimento na segunda. Eis tudo o que
aparece aos sentidos externos. A mente não experimenta nenhum sentimento ou impressão
interna a partir desta sucessão de objetos; consequentemente, não existe, em qualquer caso,
singular e particular de causa e efeito, coisa alguma que possa sugerir a ideia de poder ou
conexão necessária. A partir do primeiro aparecimento de um objeto, nunca podemos
conjeturar que efeito dele irá resultar”.
Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano
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determinados efeitos (causalidade). A ideia de causalidade não pode ser compreendida como
uma conexão necessária porque não existe uma relação necessária entre fenómenos, nós é que
projetamos essa relação no futuro tal como a vimos acontecer no passado. Nem a razão nem a
experiência nos permitem, a partir de um elemento, inferir os seus efeitos, o que leva a concluir
que “em toda a natureza, não aparece um único exemplo de conexão, que por nós seja
concebível”. É o nosso hábito à regularidade da natureza que nos leva a acreditar saber o que se
passará no futuro mas Hume chama a atenção para o carater probabilístico desta crença. Importa
ainda referir que o hábito é, sem dúvida, um guia imprescindível da vida prática, mas não
constitui um princípio racional.
5.2. Hume afirma que não existe a ideia de Eu. Justifique a posição do autor.
Hume considera que não possuímos qualquer impressão relativa à ideia de eu e sem impressões
não podem existir ideias, logo a ideia de Eu não existe. Na realidade, só dispomos da intuição
de várias ideias e impressões que remetemos ao Eu, que consideramos “nossas”, e entre elas
verifica-se a sucessão e a mutabilidade; nenhuma delas apresenta um caráter de permanência
que nos poderia dar a noção de identidade e constância que associamos ao Eu. Sendo assim, a
crença na identidade, na unidade e na permanência do Eu é apenas um produto da imaginação,
não sendo possível afirmar que existe o Eu como substância distinta em relação às impressões e
às ideias. Mas se falamos de um Eu é porque unimos pela memória todas as impressões que
consideramos nossas e formamos assim a nossa identidade.
Grupo III
“A ciência, a filosofia, o pensamento racional, todos devem partir do senso comum.
Não, talvez, por ser o senso comum um ponto de partida seguro: a expressão «senso comum»
que estou aqui a usar é muito vaga, simplesmente porque denota uma coisa vaga e mutável – os
instintos, ou opiniões de muitas pessoas, às vezes adequados ou verdadeiros e às vezes
inadequados ou falsos”.
K. Popper, Conhecimento Objetivo, Belo Horizonte, Ed. da Univ. de S. Paulo e Itatiaia Lda.,
1975, p. 42
1. Tendo em conta o texto anterior, apresente a perspetiva de Karl Popper de
avaliação do conhecimento vulgar.
2. Indique de que modo Gaston Bachelard defende uma perspetiva oposta.
3. Identifique algumas características principais do conhecimento científico.
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Grupos Itens Cotações
I 1. 6 x 5 pontos = 30 pontos
II
1. 1 x 15 pontos = 15 pontos
2. 1 x 20 pontos = 20 pontos
3. 1 x 15 pontos = 15 pontos
3.1. 1 x 20 pontos = 20 pontos
4. 1 x 10 pontos = 10 pontos
5.1. 1 x 20 pontos = 20 pontos
5.2. 1 x 20 pontos = 20 pontos
III 1. 1 x 20 pontos = 20 pontos
2. 1 x 20 pontos = 20 pontos
3. 1 x 10 pontos = 10 pontos
Total: 200 pontos
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Escola Secundária de Miraflores
CORREÇÃO
Grupo I
1. Identifique a alternativa correta para completar cada afirmação.
1.1 – O subjetivismo moral é a perspetiva segundo a qual:
a) Não existem factos morais, porque o valor de verdade dos juízos morais depende da
perspetiva de quem os faz.
b) Existem factos morais, mas o valor de verdade dos juízos morais depende da
perspetiva de quem os faz. √
c) Não existem factos morais, porque o valor de verdade dos juízos morais depende de
estarem ou não de acordo com a realidade.
d) Existem factos morais, porque o valor de verdade dos juízos morais depende de estarem
ou não de acordo com a realidade.
1.2 – O relativismo cultural é a perspetiva filosófica que defende:
a) A universalidade de valores e culturas.
b) A diversidade de valores e culturas.
c) Nada existe que esteja certo ou errado independentemente das sociedades particulares. √
d) Diferentes sociedades têm moralidades diversas, sendo umas mais certas do que outras.
1.3 – Pode objetar-se ao relativismo cultural afirmando que…
a) Nem sempre a tolerância é desejável. √
b) Nem todas as pessoas numa sociedade são tolerantes.
c) Nem todas as sociedades são tolerantes.
d) Nunca é desejável que uma sociedade seja tolerante.
1.4 – Um ato eticamente obrigatório é aquele que…
a) É permissível não o realizar.
b) Seria errado abstermo-nos de o realizar. √
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c) Realizá-lo ou não é indiferente do ponto de vista da moralidade.
d) A sua realização é recomendável.
1.5 – A perspetiva defensora de que devemos fazer apenas o que for mais vantajoso para
nós designa-se por:
a) Egoísmo normativo. √
b) Altruísmo.
c) Altruísmo moderado.
d) Egoísmo psicológico.
1.6 – De acordo com o hedonismo de Mill, aquilo que importa é…:
a) A quantidade dos prazeres.
b) A qualidade dos prazeres.
c) A quantidade e a qualidade dos prazeres. √
d) Ou a quantidade ou a qualidade dos prazeres.
Grupo II
1. Apresente a função pessoal e social da ética.
O ser humano é capaz de realizar ações voluntárias, conscientes e intencionais, ou seja, ações
pelas quais é responsável. Esta liberdade da ação coloca em tensão duas esferas - a pessoal e a
social (seja enquanto indivíduo ou instituição) – porque a relação é o pano de fundo da ética.
O “ponto de vista pessoal” (interesse pessoal) e “o ponto de vista moral” (ética) nem sempre
são coincidentes. Nem sempre é fácil agir de uma forma socialmente aceitável, já que fazê-lo
implica sacrificar os nossos próprios interesses. Pelo menos à primeira vista, existe um conflito
entre a ética e o interesse pessoal. Nem sempre aquilo que a ética exige que façamos vai de
encontro à nossa vontade.
De modo a que seja possível harmonizar o social e o pessoal no âmbito da ética, devemos
procurar condutas que se possam universalizar, que encontrem o equilíbrio entre o que quero
para mim e o que não prejudica os outros (Princípio da Universalização).
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2. Clarifique a seguinte afirmação: “A moralidade dispensa justificações”.
“A moralidade dispensa justificações” porque segundo este ponto de vista seria absurdo exigir
uma justificação para a moral. Alguns filósofos acharam esta questão tão desconcertante que a
rejeitaram por ser logicamente imprópria; por ser uma tentativa de perguntar algo a que não se
pode dar uma resposta apropriada, tentar arranjar uma justificação é absurdo. E isto deve-se às
duas possibilidades que se abrem caso queiramos descobrir as razões para sermos morais:
1. Podemos procurar razões que sejam elas próprias morais: devemos ser morais
porque temos a obrigação moral de o sermos, o que nos leva a uma argumentação circular. Se o
que está em causa é saber por que razão se há de agir por razões morais, de nada nos serve
apresentar razões morais para agirmos dessa forma.
2. Podemos procurar razões que não sejam morais: Podemos, neste caso, encontrar
razões religiosas mas, tal como referiu Thomas Nagel, ao propormos este género de justificações
fugimos à justificação direta da ética, ou seja, já não estamos perante uma preocupação direta e
desinteressada para com os outros. As pessoas virtuosas são as que agem moralmente sem
procurar razões não morais para justificar a sua conduta.
(A resposta tem de apresentar pelo menos uma justificação)
“Se procurarmos um objetivo mais amplo do que os nossos interesses pessoais, alguma coisa
que nos permita ver a nossa existência como algo que tem um sentido que extravasa os estreitos
limites dos nossos estados conscientes, uma solução óbvia é adotar o ponto de vista ético”.
Peter Singer, Ética Prática, 1993, p. 359
3. Considere o texto anterior e responda às seguintes questões:
3.1. Identifique a posição do autor em relação à questão da necessidade de justificação da
moralidade.
Peter Singer defende que a ética é justificável, propondo um género de justificação da
moralidade a que chamamos interesse pessoal esclarecido (e que afirma que “Devemos ser
morais porque, para nós próprios, é melhor ter uma vida ética do que ser egoístas”).
Filosofia 10º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste
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3.2. Explique a posição identificada.
Peter Singer defende que “Devemos ser morais porque, para nós próprios, é melhor ter uma
vida ética do que ser egoístas”, ou seja, defende um interesse pessoal esclarecido. A satisfação
que sentimos só poderá ser duradoura se ultrapassar os nossos interesses estritamente pessoais.
Uma pessoa que viva somente para o seu bem-estar, dedicando-se a satisfazer os seus caprichos,
não se sentirá preenchida. Esta perspetiva vai de encontro a uma perspetiva imparcial, objetiva,
que nos leva a alcançar algo mais do que a preocupação connosco próprios. O autor defende que
nunca iremos considerar o compromisso com uma vida ética como trivial ou inútil, porque este
compromisso dá um sentido à nossa vida e este sentido deve ser procurado fora de nós próprios
na preocupação e cuidado com os outros.
4. Tendo em consideração o texto acima apresentado:
4.1. Identifique o critério que, segundo o autor, torna uma ação certa ou errada.
R: Trata-se do Princípio da Utilidade ou da Maior Felicidade, que defende que as ações estão
certas na medida em que tendem a promover a felicidade, erradas na medida em que tendem a
produzir o reverso da felicidade.
4.2. Concorda com o conceito de felicidade proposto por Stuart Mill? Justifique a sua
resposta.
R: Aceita-se tanto uma resposta afirmativa como negativa, desde que mostre ter percebido
bem o conceito de felicidade proposto por Mill (o prazer e a ausência de dor) e articule alguns
dos conceitos-chave do utilitarismo na versão de Mill, como a direção altruísta da felicidade, o
imperativo moral que deve presidir à ação humana (Age sempre de modo a produzir a maior
felicidade para o maior número de pessoas) ou a distinção entre prazeres espirituais e físicos.
“O credo que aceita a utilidade, ou o Princípio da Maior Felicidade, como fundamento
da moralidade, defende que as ações estão certas na medida em que tendem a promover
a felicidade, erradas na medida em que tendem a produzir o reverso da felicidade. Por
felicidade, entende-se o prazer e a ausência de dor; por infelicidade, a dor e a privação
de prazer.”
J. Stuart Mill, Utilitarismo, 1871, p. 48
Filosofia 10º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste
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Grupo III
1. Distinga egoísmo normativo de egoísmo psicológico.
R: O egoísmo ético é diferente do egoísmo psicológico. O egoísmo psicológico afirma que as
pessoas, de facto, lutam pelos seus próprios interesses, ou seja, realiza um estudo do modo como
as pessoas se comportam. O egoísmo ético é, pelo contrário, uma teoria normativa – uma teoria
sobre como devemos comportar-nos. Independentemente de como nos comportamos, o egoísmo
ético afirma que o nosso único dever é fazer o melhor para nós mesmos. É uma teoria que
levanta desafios, pois contradiz algumas das nossas crenças morais mais profundas.
2. Apresente dois argumentos a favor do egoísmo ético.
R: (A resposta deve incluir dois dos seguintes três argumentos)
1º Argumento – (O altruísmo derrota-se a si mesmo) Cada um de nós está intimamente
relacionado com os seus desejos e necessidades, só conhecemos os desejos e necessidades dos
outros de forma imperfeita; por isso, não estamos bem colocados para os satisfazer. Acresce
ainda que a política de cuidar dos outros é uma intromissão ofensiva na privacidade das outras
pessoas. Para além disso, tornar os outros no alvo da nossa caridade é degradante para eles
próprios. A oferta de caridade diz para si mesmos que eles não são competentes para cuidar de si.
Os beneficiários da caridade tornam-se dependentes desta. Se cada um cuidar dos seus próprios
interesses, é muito mais provável que fiquem todos melhor.
2º Argumento - “Se um ser humano aceita a ética do altruísmo, a sua primeira
preocupação não é como viver a sua vida mas como sacrificá-la” (Ayn Rand).
A ética egoísta é a única ética que leva a realidade da pessoa individual a sério. Uma pessoa só
tem uma vida para viver. Se valorizamos o indivíduo, então devemos concordar que a sua vida
tem uma importância suprema. A ética do altruísmo encara a vida do indivíduo como algo que
devemos estar dispostos a sacrificar para o bem dos outros. O egoísmo ético é o único modo de
vida que leva a sério o indivíduo.
“É esta tomada de consciência, de que estamos em plano de igualdade uns com os
outros, que constitui a razão mais profunda pela qual a nossa moralidade deve incluir
algum reconhecimento das necessidades dos outros, e a razão pela qual, portanto, o
egoísmo ético fracassa enquanto teoria moral”.
James Rachels, Elementos de Filosofia Moral
Filosofia 10º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste
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3º Argumento – O egoísmo ético é compatível com o que normalmente consideramos correto.
Não fazer mal aos outros: se fizermos mal aos outros, eles não se sentirão responsáveis por nos
fazer mal; logo, devemos evitar magoar os outros como modo de nos beneficiar a nós mesmos.
Não mentir: temos vantagens em não mentir, mantemos a necessidade de que os outros não nos
mintam. O dever de cumprir as promessas: é do nosso próprio interesse entrar em acordos
mutuamente benéficos com outras pessoas.
3. James Rachels acusa o egoísmo ético de ser arbitrário. Justifique a posição do autor.
O egoísmo ético é inaceitavelmente arbitrário. O egoísmo ético é uma teoria moral que defende
a divisão do mundo em duas categorias de pessoas – nós e os outros – e que encara os interesses
dos primeiros como mais importantes do que os interesses dos segundos. Ao não encontrarmos
uma resposta sólida que justifique esta diferença que introduzimos entre nós e os outros, o
egoísmo ético torna-se numa teoria arbitrária. Por exemplo, o autor afirma que o racismo é uma
teoria arbitrária pois advoga o tratamento diferenciado das pessoas apesar de não existirem entre
elas diferenças que o justifiquem. Para o autor, devemos importar-nos com os interesses das
outras pessoas pela mesma razão que nos importamos com os nossos interesses e necessidades,
pois os delas são comparáveis aos nossos. É a tomada de consciência de que estamos em plano
de igualdade uns com os outros, que constitui a razão mais profunda pela qual a moralidade deve
incluir algum reconhecimento das necessidades dos outros, e a razão pela qual o egoísmo ético
fracassa enquanto teoria moral.
Grupos Itens Cotações
I 1. 6 x 5 pontos = 30 pontos
II
1. 1 x 20 pontos = 20 pontos
2. 1 x 25 pontos = 25 pontos
3.1 1 x 10 pontos = 10 pontos
3.2 1 x 15 pontos = 15 pontos
4.1 1 x 10 pontos = 10 pontos
4.2 1 x 25 pontos = 25 pontos
III 1. 1 x 25 pontos = 25 pontos
2. 1 x 10 pontos = 15 pontos
3. 1 x 25 pontos = 25 pontos
Total: 200 pontos
Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste
-1-
Escola Secundária de Miraflores
Teste de Avaliação
(Duração: 90 min)
Nome ________________________________________________________
Ano _____ Turma _____ Nº _____ Data ___/___/___
Classificação _______________
Versão B
Grupo I
1. Identifique a alternativa correta para completar cada afirmação.
1.1 No que se refere à relação de causa e efeito, Hume consideraria ilegítimo…
a) concluir que não dispomos de qualquer impressão relativa à ideia de conexão necessária;
b) sustentar que esta relação exprime um conhecimento a posteriori;
c) defender que é nesta relação que se baseiam os nossos raciocínios acerca dos factos;
d) afirmar que esta relação traduz uma conexão necessária.
1.2 Algumas das características da ciência moderna são:
a) o probabilismo, o mecanicismo e a matematização;
b) o probabilismo, a relatividade e a incerteza;
c) a certeza, a matematização e a relatividade;
d) o mecanicismo, a matematização e o determinismo.
1.3 Comparando as teorias filosóficas do conhecimento de Descartes e de Hume, é
legítimo afirmar que…
a) Descartes defendeu as ideias inatas; Hume via em Deus o fundamento do conhecimento;
b) Descartes considerava a razão a fonte do conhecimento verdadeiro; Hume entendia que
todas as ideias derivam das impressões;
c) Descartes desconfiava da razão; Hume duvidava dos sentidos;
d) Descartes adotou o ceticismo metódico; Hume abraçou o dogmatismo.
Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste
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1.4 A epistemologia é a ciência que…
a) estuda criticamente os princípios, as hipóteses e os resultados das diversas ciências;
b) reflete sobre o conhecimento em geral;
c) divulga os resultados científicos;
d) estuda as aplicações técnicas e tecnológicas da ciência.
1.5 “As pessoas que querem legalizar o aborto não gostam de crianças. Nós somos
eticamente responsáveis. Por isso, o aborto não deve ser legalizado”. Esta falácia é…
a) uma falácia da bola de neve;
b) uma falácia ad populum;
c) uma falácia ad hominem;
d) uma falácia do boneco de palha.
1.6 “É melhor não contares aos jornalistas o que se passa aqui no tribunal, pois é
sempre complicado ficar sem emprego”. Esta falácia é…
a) petição de princípio;
b) ad baculum;
c) ad hominem;
d) post hoc.
Grupo II
Após a leitura atenta do texto, responda às questões:
1. Apresente um argumento cartesiano a favor da existência de Deus.
2. Esclareça o papel de Deus no sistema cartesiano.
3. Identifique uma crítica ao sistema cartesiano.
3.1. Explique a crítica identificada.
“Depois, tendo refletido que duvidava e, por consequência, o meu ser não era inteiramente
perfeito, pois claramente via que o conhecer é uma maior perfeição do que o duvidar, lembrei-
me de procurar donde me teria vindo o pensamento de alguma coisa de mais perfeito do que eu
era; e conheci com evidência que deveria ter vindo de alguma natureza que fosse efetivamente
mais perfeita”.
Descartes, Meditações Metafísicas
Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste
-3-
Tendo em consideração o texto, responda à questão:
4. Caracterize as impressões e as ideias.
Após a leitura atenta do texto, responda às questões:
5.1. Esclareça o significado da frase sublinhada no texto.
5.2. Hume afirma que não existe a ideia de Eu. Justifique a posição do autor.
“Todas as perceções do espírito humano reduzem-se a duas espécies distintas que
denominarei impressões e ideias. A diferença entre estas reside nos graus de força e
vivacidade com que afetam a mente e abrem caminho para o nosso pensamento ou
consciência”.
Hume, Tratado da Natureza Humana
“O impulso de uma bola de bilhar é esperado com movimento na segunda. Eis tudo o que
aparece aos sentidos externos. A mente não experimenta nenhum sentimento ou impressão
interna a partir desta sucessão de objetos; consequentemente, não existe, em qualquer caso,
singular e particular de causa e efeito, coisa alguma que possa sugerir a ideia de poder ou
conexão necessária. A partir do primeiro aparecimento de um objeto, nunca podemos
conjeturar que efeito dele irá resultar”.
Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano
Filosofia 11º ano – 2º Período - Ano letivo 2011/2012, 4º teste
-4-
Grupo III
“A ciência, a filosofia, o pensamento racional, todos devem partir do senso comum.
Não, talvez, por ser o senso comum um ponto de partida seguro: a expressão «senso comum»
que estou aqui a usar é muito vaga, simplesmente porque denota uma coisa vaga e mutável – os
instintos, ou opiniões de muitas pessoas, às vezes adequados ou verdadeiros e às vezes
inadequados ou falsos”.
K. Popper, Conhecimento Objetivo, Belo Horizonte, Ed. da Univ. de S. Paulo e Itatiaia Lda.,
1975, p. 42
1. Tendo em conta o texto anterior, apresente a perspetiva de Karl Popper de
avaliação do conhecimento vulgar.
2. Indique de que modo Gaston Bachelard defende uma perspetiva oposta.
3. Identifique algumas características principais do conhecimento científico.
Grupos Itens Cotações
I 1. 6 x 5 pontos = 30 pontos
II
1. 1 x 15 pontos = 15 pontos
2. 1 x 20 pontos = 20 pontos
3. 1 x 15 pontos = 15 pontos
3.1. 1 x 20 pontos = 20 pontos
4. 1 x 10 pontos = 10 pontos
5.1. 1 x 20 pontos = 20 pontos
5.2. 1 x 20 pontos = 20 pontos
III 1. 1 x 20 pontos = 20 pontos
2. 1 x 20 pontos = 20 pontos
3. 1 x 10 pontos = 10 pontos
Total: 200 pontos
PLANO ANUAL DE ATIVIDADES ANO LETIVO 2011-2012
ao exercício pleno
de uma cidadania
ativa
harmonização energética.
. Desenvolver a flexibilidade
física, mental e emocional, através
da prática de ásanas, adaptados à
condição física de cada aluno.
3.1.2 - Abertura à
comunidade
Visita de
estudo à
Assembleia da
República
. Conhecer a organização e
funcionamento do Parlamento, a
assembleia representativa de todos
os cidadãos portugueses, como
condição essencial para um
exercício mais esclarecido do
inalienável direito de cidadania.
. Assistir a uma Sessão Plenária,
se possível do debate do
Orçamento de Estado para 2012.
Professora
Alice
Santos
Estagiários
Joana Baião
e Mário
Almeida
10º E2
11º H1
1º Período
Assembleia
da
República
Assistência à
Sessão
Plenária de
dia 11 de
novembro de
2011, com as
turmas 10º
E2 e 10º H2,
e elaboração
de um guião
informativo
para os
alunos
3.2.1 - Área de
Integração
Científico-
pedagógica
Dia
Internacional
da Filosofia
Dramatização
de um texto
filosófico
- Divulgar o dia da Filosofia.
- Dar a conhecer a filosofia aos
alunos mais novos da escola (7º,
8º e 9º anos) de modo a motivá-
los para a disciplina que irão ter
no ensino secundário.
- Envolver os alunos de 10º ano
na divulgação da filosofia como
património da humanidade.
Professora
Alice
Santos
Estagiários
Joana Baião
e Mário
Almeida
10º E2 17 de
novembro
Vários
espaços da
escola: salas
de aula, sala
de
professores,
gabinete da
direção,
biblioteca,
entre outros.
Ida de
algumas
“brigadas” de
alunos desta
turma a
várias outras
turmas para
colocarem
duas
perguntas
(“Quem és
tu?” e “O que
fazes aqui?”)
PLANO ANUAL DE ATIVIDADES ANO LETIVO 2011-2012
3.1.2 - Abertura à
comunidade /
3.2.1 - Área de
Integração
Científico-
pedagógica
Workshop
“Isto é arte?
Compreender a
arte
contemporânea
”
. Reconhecer a especificidade da
experiência estética.
. Refletir sobre o significado da
Arte e da experiência artística.
. Refletir sobre a multidimen-
sionalidade da obra de arte.
Professora
Alice
Santos
Estagiários
Joana Baião
e Mário
Almeida
10º E2
2º Período
Fundação
Calouste
Gulbenkian
Realizou-se
no dia 10 de
abril; foi
elaborada a
partir desta
atividade
uma ficha de
introdução ao
estudo da
estética por
um dos
estagiários
3.1.2 - Abertura à
comunidade /
3.2.1 - Área de
Integração
Científico-
pedagógica
Workshop
“O poder da
Arte! Arte,
sociedade e
mudança”
. Reconhecer o poder da arte
enquanto elemento de mudança
social.
. Compreender a cidadania como
um dever.
. Reconhecer a importância da
Filosofia na construção da
cidadania.
. Refletir sobre a ligação entre
filosofia e arte, no âmbito de uma
cidadania consciente.
Professora
Alice
Santos
Estagiários
Joana Baião
e Mário
Almeida
11º H1 2º Período
Fundação
Calouste
Gulbenkian
Não se
realizou
3.1.2 - Abertura à
comunidade /
3.2.1 - Área de
Integração
Científico-
pedagógica
Semana da
Escola
Várias
atividades e
palestras.
Palestra por
Ricardo
. Refletir sobre a origem e os
fundamentos das nossas crenças.
. Apresentar a filosofia como uma
atividade racional crítica que
permite a clarificação do
pensamento e sua autonomia
Professora
Alice
Santos
Estagiários
Joana Baião
e Mário
Almeida
10º E2
11º H1
19 a 23 de
março
Escola -
auditório
A turma do
10º E2
participou na
conferência
do
doutorando
em Filosofia
Bruno Dias
PLANO ANUAL DE ATIVIDADES ANO LETIVO 2011-2012
Santos,
presidente da
Associação
Portuguesa de
Filosofia
. Evidenciar a importância da
Filosofia no mundo
contemporâneo.
“As
Transforma-
ções da
Democracia”
(20/03); o 11º
H1 na
palestra do
Prof. Dr.
Ricardo
Santos “Um
autor, um
livro, um
problema
filosófico”
(21/03)
3.1.2 - Abertura à
comunidade /
3.2.1 - Área de
Integração
Científico-
pedagógica
Workshop de
Tai Chi e
Yoga
.Desenvolver colaborações entre
formadores e formandos do Curso
EFA
.Articular resultados de
aprendizagem
Professora
Alice
Santos e
formanda
Yeuk Ho
Curso EFA
e comunidade
educativa 19 de
Março
Sala C5 Ampla
participação
nos
exercícios e
relaxamento
3.2.1 - Área de
Integração
Científico-
pedagógica
Workshop de
“Literacia
Financeira”
.Articular resultados de
aprendizagem
. Aprofundar conhecimentos na
área económica e financeira
Professora
Alda
Coutinho
Curso EFA
e comunidade
educativa 6 de
Outubro
Biblioteca Aplicação
dos conheci-
mentos no
trabalho de
projeto
desenvolvido
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