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FAFIPAR – FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE PARANAGUÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTOEDUCACIONAL – PDE
EVASÃO ESCOLAR DE ALUNOS DO PROEJA: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
PARANAGUÁ - PR2011
GILSON COSTA AUERSVALD
EVASÃO ESCOLAR DE ALUNOS DO PROEJA: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
Caderno Temático apresentado à Secretaria de estado da Educação ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, sob orientação do Prof. Federico José Alvez Cavanna.
PARANAGUÁ - PR2011
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
GILSON COSTA AUERSVALD
CADERNO TEMÁTICO
EVASÃO ESCOLAR DE ALUNOS DO PROEJA: CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Gilson Costa Auersvald.
Área do PDE: Disciplinas Técnicas e Fundamental.
Professor Orientador IES: Antonio Ferreira.
NRE: Curitiba.
IES Vinculada: FAFIPAR – Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de
Paranaguá.
Escola de Implementação: Colégio Estadual Prof. Brasílio Vicente de Castro
Público objeto da intervenção: Alunos e Professores do PROEJA.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................4
EVASÃO ESCOLAR DE ALUNOS TRABALHADORES NO PROEJA: CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS......................................................................................................6
1.1 Recortes cronológicos sobre a Educação de Jovens e Adultos no Brasil ...6
1.2 Pressupostos teóricos da evasão escolar no PROEJA..................................11
1.2.1 A evasão do aluno trabalhador........................................................................17
1.2.2 Evasão X aprendizagem .................................................................................19
1.2.3 A autonomia da escola para o enfrentamento da evasão escolar no Proeja...22
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................27
REFERÊNCIAS..........................................................................................................29
INTRODUÇÃO
As transformações sociais, políticas e econômicas que ocorrem na
sociedade globalizada repercutem diretamente no sistema educacional, exigindo dos
cidadãos uma formação que contemple as mudanças no mercado de trabalho. Não
apenas uma transformação do conhecimento em bens e serviços, mas que leve em
conta o avanço do conhecimento tecnológico e os novos métodos e processos na
produção e distribuição destes conhecimentos para toda a sociedade, como coloca
Kolc (2009).
Nesse sentido, o Proeja deve ser entendido como a principal referência
para a política pública nacional de educação de jovens e adultos. Ele se constitui
numa política educacional que visa assegurar direitos aos cidadãos.
O Proeja busca preparar trabalhadores jovens e adultos para que sejam
capazes de enfrentar os desafios no que se refere à inserção no mercado de
trabalho, tendo como principal meta proporcionar um ensino de qualidade às
pessoas que não tiveram oportunidade de estudo, porém, muitos deles se evadem
por motivos diversos.
A evasão escolar ao longo da implantação dos programas de alfabetização
de jovens e adultos tem apresentado resultados negativos, tornando-se desafiador
para o professor, manter a permanência do aluno na escola. Dentro deste contexto
sócio-cultural existem vários fatores preponderantes que interferem na sua
permanência escolar, devido à sobrecarga de trabalho extensivo, professores sem
uma qualificação adequada ao programa para jovens e adultos que tem contribuído
mais para a exclusão social do que para a formação educacional.
Diante disso, o título “Evasão escolar de alunos do Proeja: causas e
consequências” deve-se ao fato de que o sistema do ensino brasileiro ao longo de
sua história tem passado por um processo de transição, buscando novas
alternativas pedagógicas que possam a erradicar o analfabetismo no país, com
programas de incentivo a jovens e adultos para buscarem o saber formal, mas
mesmo assim os resultados obtidos pelos órgãos competentes não têm sido
satisfatórios.
Importantes medidas no campo da educação de jovens e adultos foram
implementadas, mas é preciso considerar que muitas pessoas ainda permanecem
sem concluir a educação fundamental básica e, consequentemente, sem
qualificação para o trabalho.
Por isso é preciso rever alguns pontos deste sistema de ensino para jovens
e adultos, que necessita de uma alta avaliação tanto entre as metodologias
aplicadas, como também os motivos que estão contribuindo para o crescimento da
repetência e evasão escolar.
Isso é necessário para buscar soluções que levem a um melhor
desempenho e à correção e/ou minimização dos problemas detectados,
possibilitando um planejamento e controle dos processos educativos, para um
aumento da satisfação dos alunos e redução do número de desistência dessa
instituição de ensino.
EVASÃO ESCOLAR DE ALUNOS TRABALHADORES NO PROEJA: CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS
1.1Recortes cronológicos sobre a Educação de Jovens e Adultos no Brasil
Historicamente, a Educação de Jovens e Adultos foi marcada pela
descontinuidade e por políticas públicas que não deram conta da crescente
demanda de pessoas a procura dessa modalidade de ensino, pois muitas vezes
resultavam de iniciativas individuais ou de grupos isolados que se preocupavam
mais com a alfabetização.
No Brasil, como em vários países da América Latina, as antigas elites –
formadas por oligárquicos com influências liberais que queriam “alavancar o
progresso”, tomaram o tema analfabetismo como um caminho para a democracia,
pois entendiam que enquanto houvesse no país uma taxa tão alta de analfabetos
isso era significado de atraso, mas nada fizeram para mudar esse quadro que
permaneceu o mesmo por muitos e muitos anos.
Após 1945, os grupos de direita voltaram ao assunto sobre alfabetização,
porém para justificar a exclusão dos analfabetos do processo eleitoral e para
alavancar os populistas que buscavam mudanças e eram afoitos pelos direitos de
igualdade social.
Assim começou um novo processo de transição no setor educacional, com
novas políticas, mas mesmo assim pouco satisfatórias às camadas populares que
poderiam resolver os problemas do analfabetismo e reverter este quadro do ensino
público. Entretanto, os resultados de melhoria da educação só aparecem a longo
prazo e a política repressora interferiu no processo evolutivo destas políticas radicais
que permaneceram distantes da vontade dos idealistas que lutavam pelo direito ao
saber formal.
Até finais dos anos 50, a alfabetização de adultos não dispunha de um
referencial teórico próprio, sendo utilizados, os mesmos procedimentos e recursos
metodológicos com as crianças e não com jovens e adultos.
Como coloca Moura (2001, p. 26):
As iniciativas e ações que ocorrem neste período passam a margem das reflexões e decisões a cerca de um referencial teórico para a área [...] essas hipóteses podem ser confirmadas através do comportamento de alguns educadores que durante muito tempo reagiram à idéia de mudar a forma de ensino para criança adaptando-os através de recursos didáticos a jovens e adultos.
Partindo da análise do que coloca Moura (2001), percebe-se que foi difícil
na época o trabalho com jovens e adultos porque não existia uma linha
metodológica orientadora devido ao fato deste ser um período revolucionário.
Diante disso, aumentou o grau de desigualdade social em todas as regiões
do país e visando amenizar a situação começaram a ser criadas escolas técnicas de
preparação de mão-de-obra barata, que não se preocupava com a formação
intelectual em outras áreas do conhecimento, não havia uma estruturação de acordo
com as necessidades do mercado de trabalho, pois a preocupação era apenas a de
aumentar a produtividade econômica.
Surge então a necessidade das escolas assumirem o seu verdadeiro papel
na formação integral do indivíduo, com uma proposta curricular voltada para as
necessidades de seus educandos, com conteúdos de relevância que supram as
dificuldades de todos os que estão inseridos no processo do aprender.
Assim, aos poucos a escola vai tentando mudar este quadro de atraso
político educacional. mas para que isso ocorra, o professor deve estar preparado
para as mudanças, pois a escola está dentro do sistema dialético que se renova de
acordo com as necessidades dos alunos, como coloca Candau (1994, p.26): “o
educador, nunca estará definitivo e pronto, pois sua preparação, sua prática
continua meditando através das teorias e confrontando entre si”.
Na visão de Candau (1994), a competência e inovação da escola,
dependerão da sua responsabilidade que se efetivará pela reflexão constante sobre
a sua prática, propondo aos educandos conhecimentos inerentes aos diversos
contextos escolares e extra-escolares visando encontrar meios que facilitem sua
aprendizagem e o desenvolvimento educacional.
Se o sistema regular de ensino passou por várias transformações não tem
sido diferente o ensino para jovens e adultos, pois eis que nos anos de 1960, surge
uma nova perspectiva de ensino para jovens e adultos, através do círculo da cultura
por Paulo Freire. Com isso houve a expansão da oportunidade de ensino a jovens e
adultos em alguns municípios, procurando instruir os trabalhadores por intermédio
de teorias liberais e libertadoras, que abriram novos horizontes à consciência política
e revolucionária com um método de ensino que partia do contexto sócio-cultural e
histórico dos indivíduos.
Esse trabalho teve grande repercussão na aprendizagem da leitura e da
escrita e também na conscientização política de organização das camadas
populares. Com a utilização de seu método de ensino, Paulo Freire conseguiu
alfabetizar grupos de trabalhadores dentro dos princípios humanos e democráticos
em apenas quarenta dias.
Em todo homem existe um ímpeto criador. O ímpeto de criar nasce da inconclusão do homem. A educação é mais autêntica quanto mais desenvolve este ímpeto ontológico de criar. A educação deve ser desinibidora e não restritiva. É necessário darmos oportunidades para que os educadores sejam eles mesmos (FREIRE, 1994, p.32).
Em 1971, a Lei nº 5.692 delega um capítulo para o ensino supletivo, porém,
este ensino não recebe tratamento adequado, contemplando suas especificidades, o
que dificulta sua validade. Somente a partir de 1990, com a promulgação da Lei n.º
9.394/96 é que se trouxe uma nova configuração para a Educação Profissional, com
uma concepção de formação mais ampla, com a perspectiva de desenvolvimento na
pluralidade de vivência humana. A partir daí, como traz o Documento Orientador da
Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos (2010, p. 7), “o
educando da EJA passa a ser visto como sujeito na construção do conhecimento,
mediante a compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de
cultura”.
O Decreto nº 5.478/05 do Governo Federal institui o Programa de Educação
Profissional integrado à Educação Básica, na modalidade de Educação de Jovens e
Adultos – PROEJA.
Também a Lei nº 9.394/96, no seu art. 37, estabelece que:
Aqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio, na idade própria, deverão ter oportunidades
educacionais apropriadas, consideradas as características próprias, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. Nesse mesmo artigo, propõe que a Educação de Jovens e Adultos deverá articular-se preferencialmente com a educação profissional.
Conforme o Documento Orientador da Educação Profissional Integrada à
Educação de Jovens e Adultos – PROEJA (2010), após a V Conferência
Internacional de Educação de Adultos realizada em Hamburgo, na Alemanha, inicia-
se um crescente movimento que culminou nos Encontros Nacionais de Educação de
Jovens e Adultos – ENEJAS. O Estado do Paraná entra em sintonia com esse
movimento intensificando as articulações com instituições governamentais, não-
governamentais, empresariais, acadêmicas, por meio de fóruns de discussões e
plenárias que acontecem em diferentes regiões do Estado, visando a promoção e a
ampliação dos direitos dessa população ao ingresso na educação básica.
Segundo o documento citado anteriormente, em 2000, foram promulgadas
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA, explicitando suas especificidades.
E, nesse mesmo período essa modalidade de ensino foi incluída no Plano Nacional
de Educação com o reconhecimento a necessidade da formação continuada dos
docentes, da produção de material didático e do emprego de técnicas pedagógicas
adequadas ao perfil da clientela.
Havendo a necessidade de uma política que levasse em conta o perfil da
clientela dessa modalidade de ensino, em 2003, o Departamento de Educação de
Jovens e Adultos da Secretaria de Estado da Educação organizou uma ampla
discussão que culminou na elaboração das Diretrizes Curriculares Estaduais da EJA
e do Documento Orientador para a elaboração da Proposta Curricular.
Após a redefinição da Proposta Curricular com o Decreto Federal 5.840/06,
os cursos passam a contemplar 100% da carga horária de cada disciplina, cujos
conteúdos não diferem do Ensino Regular, pois são abordados integralmente,
apenas valorizando-se a diversidade e reconhecendo as diferenças individuais. No
que se refere à avaliação, e à metodologia empregada, estas visam atender as
necessidades dos educandos, levando em consideração seu perfil e sua função
social, o compromisso coma a formação para a cidadania, dando ênfase à
apropriação do conhecimento, ao desenvolvimento da reflexão crítica, a construção
da autonomia etc.
Como critério para o ingresso no Proeja foi estabelecido, conforme o
Decreto Federal 5.480/06 :
a) ter ensino fundamental concluído;b) ter idade igual ou superior a 18 anos, conforme Deliberação 06/05 –CEE;c) atender a critérios de seleção estabelecidos pela SEED referentes àrenda familiar, o egresso de escolas públicas e entrevista.
Tais critérios foram estabelecidos para atender jovens e adultos
trabalhadores que encontram-se afastados dos estudos.
O Estado do Paraná, como está postado no Documento Orientador da
Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos – PROEJA (2010,
p. 2), assume também essa política na rede estadual de educação implantando a
partir de 2008, pelo Departamento de Educação e Trabalho – DET da Secretaria de
Estado da Educação, com o compromisso de oferecer uma Educação Profissional
integrada tomando o trabalho como princípio educativo e considerando o homem em
sua totalidade histórica que leve em conta as diferentes contradições trazidas pelo
processo produtivo contemporâneo para a formação humana.
O Proeja possibilita o acesso à educação formal e profissional, na
perspectiva da formação integral, considerando, segundo o Documento Orientador
da Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos – PROEJA
(2010, p. 9), que “a escolarização, muitas vezes, é o primeiro passo para a inclusão
do educando no mundo do trabalho, bom como o acesso às demais oportunidades”.
Nesse sentido, o Proeja deve assumir como eixos básicos: o trabalho, a
cultura, a ciência e a tecnologia, sob a perspectiva de que o trabalho deve ser visto
como princípio educativo.
Seguindo essa linha de pensamento Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005, p.
13) também destacam que “assumir o trabalho como princípio educativo implica em
desenvolver uma formação baseada no processo histórico e ontológico de produção
da existência humana”.
Assim, a compreensão das relações sociais conforme ainda Ciavatta (apud
FRIGOTTO, CIAVATTA e RAMOS, 2005, p. 13) deve “garantir o direito a uma
educação completa para a leitura de mundo e para a atuação como cidadão.
A escola, portanto, precisa ter qualidade para assegurar esse compromisso
com a formação integral do cidadão garantido por lei.
Na visão de Ferreira (2005, p. 5):
Construir qualidade nas escolas brasileiras significa hoje, ao mesmo tempo, assegurar que o processo de escolarização seja efetivo em termos de aprendizagem para todos os que chegam às escolas na idade compatível e corrigir a defasagem idade-série, que é representada por alto contingente de estudantes, por meio de programas, como o de jovens e adultos (Proeja) e turmas de aceleração.
Entretanto, no contexto educacional, brasileiro, apesar da existência de
políticas públicas que garantem direitos igualitários à educação como traz a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9.394/96 (BRASIL, 1996), inúmeros
grupos sociais em situação de desvantagem socioeconômica permanecem à
margem do sistema educacional. Isso porque, muitos estudantes encontram
barreiras para se “encaixar” no sistema escolar rígido que ignora sua realidade
cotidiana de vulnerabilidade social ou pelo simples fato de não encontrarem na
escola sentido para suas vidas. Disso deriva também a evasão escolar neste nível
de ensino.
1.2Pressupostos teóricos da evasão escolar no PROEJA
Diante da visão política e inovadora da sociedade brasileira, surge no país
novos programas para a alfabetização de jovens e adultos. No entanto, estas não
correspondem ao esperado pelos governantes, o que deixa a cada dia, o ensino
para jovens e adultos sem credibilidade, tornando-se desinteressante para os que
buscam recuperar o tempo escolar perdido, por não haver uma visão do programa e
de seus objetivos. Isso faz com que cresça em enormes proporções, a evasão e a
repetência dos estudantes e trabalhadores que continuam excluídos da sociedade
na qual tentou se incluir.
Nas escolas, os alunos apresentam uma conduta cada vez mais
inadequada e isso pode ser atribuído à desestruturação familiar, ao uso de drogas, à
prostituição e aos conteúdos, que para maioria dos alunos, não possuem nenhuma
significação.
Em todo sistema educacional, principalmente no Proeja, significativa
parcela dos que ingressam não concluem os estudos, em prejuízo à sua formação e,
é claro, à sua vida presente e futura, na medida em que os coloca em posição de
desvantagem em relação àqueles que concluem a educação básica.
De acordo com Arroyo (1997, p.23), “na maioria das causas da evasão
escolar a escola tem a responsabilidade de atribuir à desestruturação familiar, e o
professor e o aluno não têm responsabilidade para aprender, tornando-se um jogo
de empurra”.
Diante disso, o Proeja precisa estar preparado para receber e formar os
jovens e adultos que são frutos dessa sociedade injusta, e para isso é preciso,
professores responsáveis, criativos e capazes de inovar e transformar sua sala de
aula em um lugar atrativo e estimulador.
Como bem coloca Menegolla (1989, p.28), “o professor necessita selecionar
os conteúdos que não sejam portadores de ideologias destruidoras de
individualidades ou que venham atender a interesses opostos aos indivíduos”.
Para o autor a seleção de conteúdos possui alto valor pedagógico em
escolas de Proeja, e deve estar direcionado aos interesses sociais, culturais e
históricos do aluno, isto é, as aulas devem ser significativas e atraentes para
despertar o ideológico, a fim de devolver à sociedade um cidadão crítico,
questionador e formador.
A evasão escolar, portanto, deriva de vários fatores sociais, culturais,
históricos e econômicos, e enquanto a escola se mantiver sem condição inovadora
para competir com o mundo social, é difícil reverter este quadro.
Na procura pelas causas do fracasso e pela evasão escolar alguns estudos
já mostraram que os fatores vinculados aos alunos, como: suas capacidades, sua
motivação ou sua herança genética são determinantes. Outras perspectivas, pelo
contrário, deram ênfase principalmente aos fatores sociais e culturais. O fato de que
as classes socialmente desfavorecidas apresentem uma porcentagem superior de
fracasso reforça tal posição. Existem também visões alternativas que situam, em
segundo plano, os fatores individuais e sociais e atribuem a responsabilidade maior
ao próprio sistema educacional, ao funcionamento das escolas e ao estilo de ensino
dos professores. Entretanto o resultado do fracasso escolar é o produto da interação
de três tipos de determinantes:
- psicológicos: referentes a fatores cognitivos e psicoemocionais dos alunos
(BRASIL, 2006);
- socioculturais: relativos ao contexto social do aluno e as características de
sua família (OLIVEIRA, 2001);
- institucionais: baseadas na escola, tal como, métodos de ensino
inapropriados, currículo e as políticas públicas para a educação (AQUINO, 1997).
Somado a esses três fatores, encontra-se também aqueles ligados à
economia e à política (BRASIL, 2006).
O fazer pedagógico e questões relacionadas ao funcionamento da própria
escola, haja vista os problemas de rotatividade dos professores, a prática de alguns
docentes, a organização das disciplinas envolvendo carga horária e dias de
funcionamento levam à evasão escolar, caracterizada por aumento constante de
infrequência nas aulas.
A esse respeito Vasconcellos (1995), diz que a falta de adaptação do aluno
somado ao método de ensino das escolas são os responsáveis em grande parte
pelo fracasso escolar.
[...] o grande problema da metodologia expositiva, do ponto de vista pedagógico, é seu alto-risco de não aprendizagem, em função do baixo nível de interação sujeito-objeto de conhecimento realidade (o grau de probabilidade de interação significativa é muito baixo) (VASCONCELLOS, 1995, p.22).
A esse respeito, o que se pode observar é a confirmação do que o mesmo
autor reitera, por meio de pesquisas pedagógicas realizadas, ao comprovar que o
aproveitamento escolar de um ano para o outro é de apenas 10% a 20% relacionado
ao conteúdo ensinado.
Com relação ao atendimento do aluno, muitas escolas atribuem papel
preponderante àquele destinado ao ensino regular, relegando-se a segundo plano
as especificidades do Proeja. Nas palavras de Oliveira (2001) é preciso considerar a
condição de não crianças, do grande contingente de excluídos da escola somados a
fatores culturais determinantes no grupo de alunos da educação de jovens e adultos.
Em primeiro lugar um aspecto cultural do aluno do Proeja, é sua
especificidade cultural, presente na situação de excluído da escola regular, em
segundo é a adequação dos currículos e programas para uma clientela que a
princípio não é a sua.
Oliveira (2001), enfatiza que as situações de aprendizagem apresentadas
não podem ser as mesmas do ensino regular, uma vez que os adultos possuem
habilidades e dificuldades específicas, e uma capacidade maior de reflexão sobre si
mesmo e o seu próprio processo de aprendizagem. Entre as dificuldades do aluno
do Proeja, relacionados à escola aparecem: a importância da experiência pessoal,
as dificuldades referidas à abstração dos conteúdos e à sistematização dos mesmos
e o restrito uso de processos metacognitivos.
Analisando Oliveira (1997) percebe-se que este não concorda com
concepções baseadas no culturalismo, ao alegar que quando levada ao extremo
pode levar a um “relativismo radical e espotaneísta”. Considera que a realidade e a
cultura do aluno com os conhecimentos adquiridos para o desenvolvimento de suas
vidas e seus costumes em determinados grupos culturais, não permitiria muitas
influências e interferências no sentido de mudanças relacionadas ao modo de viver
desses grupos. Com base nesse pensamento chega-se a um posicionamento
contrário aos objetivos educacionais relacionados à transformação do ser humano e
sua realidade.
“Os adeptos dessa concepção afirmam que o fracasso escolar atribuído à
escola emerge da postulação de que o problema está na distância entre o que
esperam os alunos e o que a escola lhes oferece” (OLIVEIRA, 1997. p. 56).
A autora, entretanto, deixa claro que não concorda com abordagens que se
referem à distância intransponível entre a escola e o aluno baseadas na
incapacidade de aprendizagem do mesmo.
Nesse sentido, a interferência educativa apropriada, aliada importância da
escola como representante da sociedade letrada, podem ajudar os alunos a
vencerem suas dificuldades e, conseqüentemente a exclusão social.
Exemplificando a evasão escolar no Proeja, Oliveira (2001) indica como
uma das causas institucionais, o desencontro entre a escola e os alunos, o qual já
foi assinalado anteriormente que se caracteriza por questões de aprendizagem e
pela própria organização da escola, que funciona dentro de um contexto próprio, que
deve ser conhecido por toda a comunidade escolar.
Ribeiro (1999) enfatiza que para aprender, o aluno precisa avaliar com
objetividade o que falta para se efetivar o conhecimento relacionado ao conteúdo
estudado e quais informações devem ser completadas para que o processo de
aprendizagem se complete. Por esse motivo, é importante a contextualização do
conteúdo, porque o aluno se conecta com o texto e estabelece relações entre fatos
conhecidos e desconhecidos referentes ao conteúdo estudado e dessa maneira o
professor consegue fazer a mediação necessária no processo ensino e
aprendizagem.
Uma boa aula é tão importante que figura como uma mola propulsora
estimulando o gosto pelo estudo: ao apresentar o conteúdo de formas variadas,
professor prende a atenção do aluno, reforçando a idéia que o elemento surpresa
mantém o seu interesse.
A intervenção pedagógica aumenta a amplitude do conteúdo, sendo que o fornecimento de instruções e pistas, induz o aluno à reflexão, exigindo intenso trabalho cognitivo, desenvolvendo assim, as “capacidades intelectuais superiores” (BALZAN, 1989, p. 267).
Balzan (1989) considera que a colaboração entre as equipes de
professores de uma escola não é simples; a considerar a diversidade normal de
situações profissionais e pessoas que condicionam as afinidades e as redes de
relação, somam-se a essa questão dois fatores que freiam o estabelecimento de
culturas de colaboração: a forte tradição individualista e a aceitação ou negação da
proposta de trabalho da escola e assim, instalam-se os conflitos, dificultando o
desenvolvimento da tarefa educativa em prol dos objetivos educacionais.
.A especificidade da educação de jovens e adultos trabalhadores conforme
Santos e Soares (2001) chama atenção para o fato de que “durante os percalços e
interrupções nos estudos” dos alunos de Proeja a exclusão precoce da escola ocorre
também na escolarização tardia, resultado da baixa escolaridade, que acarreta
constrangimentos sociais variados.
A autora acredita na perspectiva de que por mais que seja importante
ampliar a compreensão da exclusão e da reinserção enquanto fenômenos do
sistema educacional brasileiro, não se pode deixar de considerar que tais
fenômenos constituem experiências que sujeitos específicos vivenciam em
momentos determinados de suas vidas.
Arroyo (2006) assinala:
Os jovens e adultos continuam vistos na ótica das carências escolares: nãotiveram acesso, na infância e na adolescência, ao ensino fundamental, ou dele foram excluídos ou dele se evadiram; logo propiciemos uma segunda oportunidade. (ARROYO, 2006, p.23).
Muitas vezes o sistema escolar continua a ser pensado em uma lógica e
estrutura interna que nem sempre tem facilidade de se abrir para a pluralidade de
indicadores que vem da sociedade e dos próprios alunos jovens e adultos.
Um outro problema da evasão escolar que mostra a incapacidade de muitos
alunos, é a falta de competência na formação destes educandos, passando o ensino
público a perder a credibilidade como instituição formadora, que ao longo de sua
história não tem assumido o seu verdadeiro papel, onde tem se utilizado de métodos
e técnicas obsoletos, fora da realidade da sociedade e neste sentido a cada ano os
índices da evasão escolar tem crescido em todos os estados do Brasil, tornando-se
estas instituições despreparadas, sem propostas evolutivas.
A educação está dento de um processo dialético e transformador, mas
continua parada sem fornecer aos alunos novas perspectivas, apesar dos órgãos
competentes que direcionam as instituições educacionais priorizarem este setor na
qualificação continuada por áreas e abrindo programas na formação superior, mas
os resultados não têm sido o esperado tanto para o MEC como para as famílias e
alunos.
O quadro evasivo de resultados relacionado à evasão e repetência escolar
tem mostrado a incompetência de alguns professores, causando transtorno a toda a
classe educacional, que perde a sua credibilidade como profissional, principalmente
no ensino para jovens e adultos, onde a maioria sente necessidade de voltar aos
bancos escolares na tentativa de melhorar de vida e resgatar os conhecimentos
perdidos ao longo da sua história, que por vários motivos não tiveram a
oportunidade de concluir.
No entanto, a falta de estruturação de algumas escolas públicas no sentido
de educar, formar e qualificar para a vida, não tem dado resultados positivos.
Segundo Wallon (1992, p.11):
O homem é um ser essencialmente social impossível, portanto, de ter pensado fora do contexto da sociedade em que nasce e vive. Em outras palavras, o homem não social, o homem considerado molécula isolado do resto de seus semelhantes, o homem visto como independente das influências dos diversos grupos que freqüenta, o homem visto como imune aos ligados da história e da tradição, este homem simplesmente não existe.
De acordo com o pensamento de Wallon que é seguidor de Piaget, o
homem é um ser social, que não se deve deter ou excluir seus pensamentos do
contexto social; isso significa que a escola deve estar sintonizada com os anseios e
conhecimentos extra-escolares. Nas entrelinhas mostra que os currículos escolares
devem está adaptados a realidade dos seus educandos, mas socialmente deverá
estar dentro do contexto social, tornando-se dependente um do outro, e que o
isolamento torna-o como ser inexistente; significa que a escola é o local de inteira
inclusão e de novos saberes, por isso ela deverá transformar o educando num ser
social existente.
Como vimos, as causas da evasão escolar são muitas e algumas delas
envolvem um contexto social maior, impossível de ser resolvido na instituição
escolar. No entanto se a escola conseguir eliminar os problemas relacionados a ela,
já é meio caminho andado os problemas são gerados a partir de três diferentes
dimensões: fatores de natureza política e social, valores de aspectos motivacionais
dos alunos, aspectos da natureza interna da escola.
As consequências da evasão escolar, portanto, podem ser sentidas
conforme Digiácomo (2005), nas cadeias públicas, penitenciárias e centros de
internação de adolescentes infratores, onde os percentuais de presos e internos
analfabetos, semi-analfabetos e/ou fora do sistema de ensino quando da prática da
infração que os levou à privação de liberdade margeia, e em alguns casos supera,
os 90% (noventa por cento).
1.2.1 A evasão do aluno trabalhador
Por muito tempo, o imaginário escolar e docente aparentou aceitar com
muita tranqüilidade o fracasso escolar traduzido por aprendizagem ineficiente e
evasão escolar como fator social e cultural, se eximindo de toda e qualquer culpa.
Contudo, na última década, segundo Arroyo e Paro (2001), essa
passividade toma outra característica, ou seja, a dúvida sobre a legitimidade do
fracasso escolar voltada para a cultura social e política, segregadora e excludente;
ou se a escola ingenuamente não reproduz essa mesma sociedade contribuindo
para que os alunos continuem excluídos da sociedade.
De acordo com Campos e Oliveira (2003) o pouco que foi feito pela
educação de jovens e adultos não permite que estes possam inserir-se e manter-se
como cidadãos trabalhadores nas mesmas condições de igualdade e
competitividade no mercado de trabalho que os demais, além de não permitir o
acesso e permanência a uma educação básica de qualidade.
Para os autores a evasão escolar no Proeja pode ser registrada como um
abandono por um tempo determinado ou não que ocorre por diversas razões de
ordem social e principalmente econômica que transpõem a sala de aula, indo além
dos muros da escola.
Nesse sentido, Campos e Oliveira (2003) citam Fonseca (2002), ao afirmar
que os motivos para o abandono escolar podem ser ilustrados quando o jovem e o
adulto deixam a escola para trabalhar; devido às condições de acesso e segurança
precárias; horários incompatíveis com as responsabilidades que se obrigaram a
assumir; falta de professor, material didático precário; ou por considerarem que a
formação que recebem não se dá de forma significativa para eles.
Os autores ainda colocam que para se entender melhor a especificidade do
Proeja, é necessário o conhecimento do fenômeno da infrequência como uma
variável que pode ocasionar a inviabilidade dos cursos e programas para este
público alvo, bem como os motivos que levam estes jovens e adultos a serem
infreqüentes.
Torna-se importante, também, identificar e levar em consideração em que
medida as expectativas trazidas por estes alunos vão ao encontro do compromisso
e da necessidade de se manterem frequentes.
Na opinião de Santos (2007) é importante se pensar o trabalho pedagógico
do Proeja de forma que o educando participe do desenvolvimento da sociedade.
Mas para que isso ocorra, os educadores devem tomar para si a responsabilidade
de criar uma dinâmica metodológica que atinja o interesse do educando visando a
recuperação do seu objetivo social a fim de que sejam superados o fracasso, a
repetência e a evasão escolar.
Diversos são os fatores que interferem no cenário escolar em forma de
repetência e evasão, uma vez que ainda não há compreensão de que a função da
escola não é somente ensinar ler e escrever.
Nesse sentido, Santos (2007) chama atenção para o fato de que o aluno de
Proeja é um aluno diferente, com auto-estima abalada, um tanto inseguro devido,
muitas vezes, a derrotas vividas ao longo do seu processo escolar que podem ter
sua origem no ensino regular. Por isso, qualquer decepção, por mínima que seja faz
com que este sujeito abandone os estudos.
Santos (2007) realizou uma pesquisa no Distrito Federal sobre os fatores
que causam evasão e cita que dentre elas estão: a distância da escola; o cansaço
do aluno que trabalha o dia inteiro; a inadequação da sala de aula para jovens e
adultos/ idosos, que muitas vezes não tem iluminação adequada; a ausência de
merenda escolar ao aluno que vem direto do trabalho para a escola e o despreparo
do corpo docente para trabalhar com a especificidade do Proeja, pois, muitas vezes
o professor não valoriza a experiência de vida que este aluno já traz consigo, seja
como trabalhador ou como adulto inserido num processo de produção.
1.2.2 Evasão X aprendizagem
Balzan (1989) infere que o trabalho educativo é fortemente marcado pelo
pragmatismo, e, paradoxalmente, mesmo tendo conhecimento dos grandes
problemas da tarefa educativa abrangendo as teorias psicológicas de
desenvolvimento e o caráter ideológico de massificação inculcada à sociedade pelo
poder dominante, muitos professores não aceitam e nem ousam trabalhar levando
em consideração pesquisas e estudos feitos pela comunidade universitária ou por
cientistas da educação.
Aparentemente existe um bloqueio, que distancia os professores e os
teóricos da educação, porque se por um lado, as escolas e seus protagonistas
discordam das verdades ditas pelos estudiosos sobre os assuntos educacionais; por
outro, a distância parece aumentar a cada dia, e junto com eles os problemas,
trazendo maior desvalorização para a profissão e, consequentemente, a evasão
escolar dos alunos.
A esse respeito Balzan (1989), esclarece que a educação, como parte da
sociedade, não está isolada. Ela faz parte do contexto social, político e econômico e
aí se encontra a raiz do problema educacional.
Assim, os motivos que afastam os alunos da escola estão ligados a
problemas de ordem, econômica e social, em detrimento dos fatores didáticos e
pedagógicos que têm deixado os educandos desestimulados e com baixa auto-
estima.
Na verdade, as causas da evasão é concebida como algo fora do contexto
escolar, inclusive inerentes aos próprios alunos. Nesse sentido, o problema social
vem carregado de influências e determinantes, visto que a tarefa da escola é a de
descobrir as manifestações que estão por detrás dos fatos.
A esse respeito Aquino (1997), enfatiza que as causas da evasão escolar
são imputadas a casualidades levando a assuntos distantes do âmbito escolar,
atribuídas a assuntos particulares e problemas sociais, como os apresentados
acima.
Seguindo essa linha de pensamento, Vasconcellos (1995), coloca que não
raras vezes a falta de interesse do aluno de Proeja, que se traduz na evasão escolar
é uma maneira de mascarar sua falta de esforço para estudar. Em outras ocasiões,
porém, o aluno poderia se esforçar mais se percebesse os conteúdos da
aprendizagem atrativos, úteis, conectados com sua vida diária, ou seja, atraentes o
suficiente para que o esforço valha a pena para ele.
Ao perceber que aprender supõe apenas memorizar certos conteúdos
distantes de sua realidade para recuperá-los depois em uma prova, a atitude
defensiva do aluno diante da aprendizagem vai se consolidando. Assim, pouco a
pouco, seu atraso vai se ampliando e chega um momento em que a distância entre
seu ritmo e o ritmo médio da turma se torna intransponível.
No entanto, o aluno com dificuldades específicas de aprendizagem não
apresenta, de início, problemas de motivação, mas progressivamente pode começar
a se sentir incapaz de realizar as tarefas propostas, abandonando qualquer tentativa
de superá-las, uma vez que as atividades propostas “estão cheias de respostas para
perguntas que ele não sabe quais” (VASCONCELLOS, 1995, p.38).
Sob a ótica de Vasconcellos (1995), conhecer não é fácil, exige esforço do
aluno no domínio da leitura, na vontade ou necessidade de aprender e no
estabelecimento de ligação entre o novo conhecimento e conhecimentos anteriores.
São estes desafios a vencer que motivam a aprendizagem, sendo a sua ausência
muitas vezes causa da evasão escolar, por se traduzir em desestímulo.
A esse respeito Freire (1982) esclarece que o ato de estudar necessita de
persistência e atenção, o que por sua vez, remete a uma atividade mental que está
presente não só na resolução de tarefas de aprendizagem, como também na maior
parte das ações sociais.
Vem daí a importância de um trabalho diferenciado em sala de aula, já que
alunos com dificuldades necessitam de mais tempo de prática e de mais orientação
dos professores que o restante da turma. Caso contrário, o risco de que sua
aprendizagem se complique e de atrasos na mesma, se torna cada vez maior.
Freire (1982) assevera ainda que o esforço do professor deve estar voltado
para a criação de possibilidades e não só para transmitir conhecimentos prontos.
Além disso, a concepção de educação como uma situação desafiadora induz o
aluno a pensar corretamente e não a memorizar. É uma educação que propicia o
diálogo comunicativo e problematiza dialeticamente o professor e o aluno numa
busca constante de libertação.
“A tarefa do professor deve ser então a de problematizar para os alunos o
conteúdo que os mediatiza e não entregá-lo e expressá-lo como algo já feito e
acabado” (FREIRE, 1982, p. 45).
Isso remete ao fato de que o professor deve levar o jovem ou adulto do
Proeja a compreender o valor da escolarização para sua participação como cidadão
na sociedade em que vive.
Os jovens e adultos excluídos socialmente há muito tempo dos bancos
escolares e que trazem consigo marcas profundas dos processos passados e
reflexos de uma sociedade injusta e excludente, em sua maioria já não acreditam
em mais nada, nem na própria escola, o que fica evidente ao examinar os altos
índices de evasão escolar, como referencia Freire (1982).
Azanha (1993) acredita que o trabalho educativo centrado em muitas
atividades extra-classe e o aumento de informações envolvendo assuntos
relacionados a outras áreas, em detrimento de questões específicas da escola, e do
currículo como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no
9394/96, contribuem para a desvalorização e descaracterização da escola.
Entretanto, imputar ao professor individualmente todos os defeitos da
educação é tão injusto quanto livrá-lo de toda responsabilidade. Mas ele deve
proporcionar a todos os seus alunos informações, fornecendo-lhes material cultural
relevante que responda aos objetivos e conteúdos da série correspondente, que seja
apropriado, que esteja adaptado à suas possibilidades e possa ser compreendido
por seus alunos, individualmente, como coloca Aquino (1997)
Essa concepção abre possibilidade da escola recuperar sua força de
atuação junto à sociedade, provando que é capaz de transmitir conhecimentos por
meio do domínio do ensino de conteúdos básicos necessários.
Outro elemento a ser considerado, quando se busca a melhoria do ensino,
é o entendimento que a tarefa educativa denominada de ‘ideal pedagógico’ implica
no trabalho centrado na perspectiva da formação de “homens críticos, livres e
criativos até mesmo a partir de condições sociais, políticas e econômicas adversas”
(AZANHA, 1993, p. 43).
Não é possível ensinar diretamente alguém a ser crítico, mas a atitude
crítica pode ser desenvolvida à medida que o aluno se instrui e adquire uma cultura
geral sólida, que é a função da escola e a sua força de atuação.
Partindo destes princípios, Oliveira (1997) acredita que a aquisição da
cultura geral virá por acréscimo, assim também como o conhecimento centrado no
processo ensino aprendizagem, responsável pela adequada intervenção
pedagógica, que por sua vez trará a valorização do trabalho docente.
No cenário educacional Freire (1982), defende a idéia de que é preciso
superar o condicionamento do pensar falso sobre si e sobre o mundo. Isso implica
na revisão profunda nos modos de conceber o mundo e nas manifestações dos
jovens e adultos para tomarem nas mãos o próprio destino.
Diante de tais constatações o poder que o professor tem nas mãos para
lutar contra essas adversidades é a necessária preocupação com a evasão escolar,
traduzida na prática pedagógica centrada exclusivamente no conhecimento, já que
essa característica é específica do âmbito escolar.
Diante disso, o professor tem muito a contribuir, pois ele é a peça
fundamental, seguido da família ou do próprio aluno, para juntos fazer frente aos
problemas voltados à aprendizagem e à transformação da visão de mundo em
sentido mais amplo.
1.2.3 A autonomia da escola para o enfrentamento da evasão escolar no
Proeja
Com o processo de desarticulação no campo da educação de jovens e
adultos aumentaram os índices de analfabeto no Brasil tornando-se as escolas
desestruturadas no fazer didático pedagógico, ligado, na maioria das vezes, ao
sistema de ensino tradicional, o que tem contribuído para que jovens e adultos
percam o estímulo de estudar.
A evasão escolar, portanto, possui diversas causas, que vão desde a
necessidade de trabalho do aluno, a baixa renda familiar até a baixa qualidade
do ensino, que desestimula os alunos a frequentarem as aulas.
Sob esta perspectiva Digiácomo (2005, p. 3) coloca que:
Para combater a evasão escolar deve-se partir do princípio que os objetivos da educação, na clara dicção do art. 205 da Constituição Federal, em muito extrapolam o simples ensino das disciplinas curriculares, exigindo que a escola se torne cada vez mais um espaço democrático, aberto a toda
comunidade, de modo que todos participem desse necessário processo de construção da cidadania de nossos jovens.
Partindo das considerações de Digiácomo, a escola possui autonomia para
lidar com problemas de ordem educacional que afetam a aprendizagem dos alunos
e levam à evasão.
A autonomia nas escolas, só se confirmará por meio da revisão dos
compromissos assumidos na Proposta Pedagógica e no Projeto Político Pedagógico
da instituição escolar, com o propósito de realizar um trabalho voltado para a
transformação dos alunos.
Assim, a autonomia da escola refere-se à escolha do método, técnica ou
procedimento para a efetivação da tarefa educativa. Contudo, essa autonomia para
Azanha (1987) é resolvida no coletivo da escola e não significa autonomia de cada
professor em sala de aula. Dessa forma, só tem significado a partir de uma
perspectiva particular centrada em questões pontuais presentes na escola. Por isso,
centrar o foco no aluno significa trabalhar com esse aluno real, encontrar uma
maneira de levá-lo a exercer seu livre arbítrio e, com determinados limites sociais,
culturais e econômicos, escolher seu lugar, saber se posicionar em sociedade, fazer
escolhas políticas.
O combate à evasão escolar, nessa perspectiva, também surge como um
eficaz instrumento de prevenção e combate à violência e à imensa desigualdade
social que assola o Brasil, beneficiando assim toda a sociedade.
Conforme Digiácomo (2005, p. 1):
Sem medo de errar, não é difícil concluir que é a falta de educação, no sentido mais amplo da palavra, e de uma educação de qualidade, que seja atraente e não excludente (e não a pobreza em si considerada), a verdadeira causa do vertiginoso aumento da violência que nosso País vem enfrentando nos últimos anos.
Dessa forma, Azanha (1987), enfatiza ainda que a discussão teórica
abrangendo a prática educativa ainda trata o aluno como um ideal, entretanto, a
relação educativa é, na verdade, uma mediação entre o ideal e o real, e nessas
condições, vale destacar que o empenho do professor em ensinar e o esforço do
aluno em aprender, são elementos indispensáveis num trabalho educativo sério.
Nesse sentido, a escola é concebida como um lugar de trabalho sério, que pode e
deve ser agradável, mas não um espaço de lazer.
A autonomia da escola ainda está em construção, todavia, no momento
histórico vivido atualmente, somente a escola por meio dos envolvidos no processo
educativo pode estudar os seus problemas, revisando seus compromissos com a
tarefa educativa e se organizar para resolvê-los. Mesmo porque, não se pode
esperar soluções prontas de outras esferas da sociedade, mas, paradoxalmente à
essa posição, “a comunidade educativa fica à espera e nessa espera, torna-se
vulnerável e pouco a pouco se enfraquece como representante oficial do
conhecimento” (AZANHA, 1993, p. 67).
Uma ação didática coletiva é capaz de reverter em parte, o quadro da
evasão escolar, ao refletir sobre as formas adequadas de se trabalhar no Proeja,
principalmente quanto ao perfil dos alunos, os objetivos e a função da escola.
Entretanto é necessário compreender que um ensino de qualidade não se faz só no
trabalho de cada professor de forma isolada, mas no planejamento conjunto da
escola.
Uma reflexão compartilhada por parte dos envolvidos no processo ensino
aprendizagem se configura extremamente útil para enriquecer a visão que cada um
tem e para confrontá-la com interpretações de seus colegas. Esse enunciado se
sustenta para que os alunos percebam que existe um certo grau de coerência na
ação educativa dos professores, pelo menos nas normas e sanções, nas tarefas
propostas aos alunos, na possibilidade de diálogo e no sistema de avaliação da
escola, como enfatiza Balzan (1989).
Para reverter este quadro preocupante de evasão, por exemplo, é
necessário e urgente também uma proposta curricular voltada para as necessidades
sociais, culturais e históricas dessa sociedade, principalmente a elaboração de uma
política verdadeira que atue em todos os segmentos formais especialmente no
Proeja, e assim definir uma linha filosófica de trabalho no sentido de:
- criar grupos de estudos com seus professores relacionando os objetivos
da educação de jovens e adultos à verdadeira função do programa e às causas e
fatores que interferem neste quadro que cresce a cada ano;
- conhecer a família do educando;
- organizar palestras de conscientização política sobre os problemas
enfrentados pelo Brasil devido ao analfabetismo;
- buscar ajuda psicológica e neurológica para ajudar os educandos que
necessitam de cuidados especiais pelo comportamento inadequado;
- estabelecer relação entre alunos e professores;
- combater a marginalidade e a prostituição;
- desenvolver programas sócio-culturais e lazer na área do esporte, da
música, da dança, do teatro;
- qualificar os professores dentro dessas áreas de problemas, preparando
para conviverem com as questões de desajustes dos educandos;
- direcionamento das instituições pelos órgãos competentes e
acompanhamento periódico na tentativa de buscar ajuda e orientação aos
formadores de jovens e adultos.
Enfim, é preciso exercer a função verdadeira da escola e educando,
formando e organizando os jovens e adultos para viverem em uma sociedade mais
justa e solidária, levando a família a se reunir através de palestras, seminários que
despertem o respeito do valor da educação familiar e religiosa, e que esta ação seja
uma das mais importantes para a escola, já que ela trabalha o aluno dissociado da
família. Pois somente através da união, do envolvimento da coletividade é possível
conseguir a valorização e a credibilidade ao ensino de Proeja.
Assim, o combate à evasão escolar no Proeja começa com o fornecimento
de uma educação de qualidade, com professores capacitados, valorizados e
estimulados a cumprirem sua missão de educar, dando especial atenção àqueles
alunos que se mostram mais desestimulados e que apresentam maiores dificuldades
no aprendizado, pois são estes, mais que os outros, que necessitam de sua
intervenção), exercendo sua autoridade, estabelecendo limites e distribuindo
responsabilidades, sem jamais deixar de respeitá-los. Portanto, deve haver um
ambiente propício ao estudo e à aprendizagem, no qual o aluno se sinta estimulado
a permanecer e a aprender.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A evasão escolar tem sido um dos maiores problemas existentes no ensino
público e em especial na alfabetização de jovens e adultos. Isso se deve ao fato de
que a qualidade da educação, muitas vezes não corresponde às expectativas de
qualificação esperada para um bom desempenho de determinadas funções e que as
teorias estão distantes da prática de alguns profissionais, que não assumem a
responsabilidade de aproveitar a aprendizagem científica e transformar o processo
ensino-aprendizagem em algo prazeroso.
A sociedade atual exige o uso da leitura e da escrita e na interpretação das
variedades de símbolos ilustrativos do mundo moderno. Sendo assim o processo
educativo deve estar vinculado a esta realidade, tendo como objetivo uma educação
integral e dinâmica que possibilite aos jovens e adultos vencerem os obstáculos e
desafios impostos pela sociedade moderna.
O responsável é o professor que tem que estar preparado e organizado
para enfrentar os problemas sociais que irão refletir dentro do processo do ler,
escrever e contar, além de saber conduzir os alunos para o despertar da consciência
crítica e ideológica.
Entretanto, convergir com estes desafios significa formalizar um projeto de
trabalho articulado e difícil, no qual uma das maiores tarefas, principalmente, é
transmitir o saber aos jovens e adultos advindos de uma sociedade injusta e
desigual, a fim de assegurar a permanência deste cidadão na sociedade.
A educação formal ainda é a principal instituição formadora tanto no saber
como na educação moral e social. Porém a questão da evasão escolar, só poderá
ser revertida com muita luta e força de vontade, com mecanismos didáticos que
prendam a atenção dos jovens e adultos em sala de aula, com projetos inovadores,
com diálogo aberto e amigável, dando mais atenção aos problemas enfrentados
pelos alunos no seu dia-a-dia.
Por isso é preciso rever alguns pontos deste sistema de ensino para jovens
e adultos, que necessita de uma alta avaliação tanto entre as metodologias
aplicadas, como também no que se refere aos motivos que contribuem para o
crescimento da repetência e, principalmente, da evasão escolar.
O problema da evasão é atribuído, na maioria das vezes ao fator
sócioeconômico, por ser uma população que não tem espaço no mercado de
trabalho, mas também existem outros fatores como: aulas monótonas, sem objetivos
definidos pela falta de planejamento e reformulação dos conteúdos de acordo com a
capacidade do alunado.
Mas há que se destacar também as dificuldades do professor para trabalhar
e manter um bom relacionamento com os alunos em sala de aula, pois na maioria,
são jovens problemáticos que fazem uso de drogas, desempregados e sem
perspectivas de vida.
Nesse sentido, a evasão faz parte dos grupos de jovens mais carentes de
afeto e de um direcionamento, e a escola não está assumindo o seu verdadeiro
papel de trabalhar estas inadequações, que é função na formação educacional
devido, talvez, à falta da fundamentação teórica do processo didático referente ao
programa para jovens e adultos.
Visando minimizar estas causas e problemas, a escola terá que passar por
novas reformas educacionais, na busca de idéias renovadas, com metas e ações
que ajudem o aluno a criar uma consciência ideológica e crítica sobre a importância
do saber formal neste mundo globalizado e competitivo em que vive.
Em suma, a questão da evasão escolar se arrasta ano a ano no Brasil, com
um crescimento acentuado e deve ser entendido não só como um problema de
ordem escolar e familiar, mas como um problema social.
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