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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
Faculdade de Medicina
FISIOLOGIA CARDÍACA
Sebastião Margarida
Maputo, Dezembro de 2014
Sumário
Embriologia cardiovascular Anatomia cardiovascular Histologia cardíaca Fisiologia
Funções do sistema cardiovascular Ciclo cardíaco Sistema de condução Electrocardiograma normal
Referencias bibliográficas
I- Embriologia
O Sistema Cardiovascular inicia a sua formação durante a terceira semana de desenvolvimento embrionário.
Este é o primeiro sistema a formar-se devido às necessidades fisiológicas do embrião, que por difusão já não consegue mais realizar funções básicas como oxigenação dos tecidos e excreção de produtos tóxicos…
Deriva basicamente da mesoderme e de células da crista neural.
Embriologia
O primeiro indício do coração é o aparecimento de um par de canais endoteliais - os cordões angioblásticos – durante a terceira semana.
Estes cordões canalizam-se formando os tubos cardíacos do coração, que se fundem formando o coração tubular, ao final da terceira semana.
O coração começa a bater ao 22° dia.
O fluxo de sangue começa durante a 4ªsemana e pode ser visualizado pela ultra-sonografia Doppler.
Embriologia
O coração primitivo é formado por:
* Tronco arterioso
* Bulbo cardíaco
* Átrio
* Ventrículo
* Seio venoso
Embriologia
A divisão do canal átrio-ventricular, átrio e ventrículo começam por volta da metade da 4ªs e está essencialmente completa ao final da 4ªs de vida.
Embora sejam descritos separadamente,
esses processos de desenvolvimento acontecem simultaneamente.
Divisao do canal atrio-ventricular Coxins endocárdicos
aparecem nas paredes dorsal e ventral do coração, na região do canal atrioventricular.
Estas saliências crescem em direção uma à outra e se fundem, dividindo os canais atrioventriculares direito e esquerdo.
Septação do coração
Inicialmente há separação entre os átrios e os ventrículos (separação átrio-ventricular) e posteriormente há divisão atrial (direito e esquerdo).
Entre os átrios, permanece no embrião uma pequena comunicação oval - forame oval permitindo que o sangue rico em oxigênio proveniente da veia cava chegue ao átrio esquerdo
Septação dos ventrículos
A primeira indicação da divisão do ventrículo é a formação de uma crista muscular mediana que é o septo interventricular resultado do crescimento muscular do ventrículo de ambos os lados.
Esse septo permanece aberto até a sétima semana.
Formação das veias
Veias Umbilicais: durante o período embrionário levam sangue oxigenado da placenta para o coração.
Veias Vitelínicas: posteriormente darão origem as veias hepáticas
Veias Cardinais: principal sistema de drenagem do embrião.
* Veia cardinal anterior: dará origem a veia cava superior e veia braquiocefálica esquerda.
* Veia cardinal posterior: dará origem as raízes da veia ázigo e ilíacas
* Veia subcardinal: dará origem a veia renal rsquerda, veias supra-renais e gonadais e um segmento da veia cava inferior.
Formação das válvulas cardíacas
Quando a septação do troco arterioso esta quase completa, as válvulas semilunares começam a desenvolver-se de três proliferações do tecido subendocárdico em torno dos orifícios da aorta e do tronco pulmonar.
Estas proliferações são escavadas para formar três cúspides de paredes delgada.
II-Anatomia cardiovascular
O coração é um órgão em forma de cone, aproximadamente do tamanho de uma mão fechada
Tem cerca de 12 cm de comprimento, 9 cm de largura em sua parte mais ampla e 6 cm de espessura.
Pesa em média 250g nas mulheres adultas e 300g nos homens adultos.
Localiza-se no mediastino, entre os pulmões e apoia-se sobre o diafragma
O ápice é formado pela ponta do ventrículo esquerdo.
A base é formada pelas aurículas, principalmente o átrio direito.
Limites
Anterior- esterno e costelas
Posterior- traqueia, esófago e artéria aorta ascendente
Superior- grandes vasos do coração
Inferior-diafragma
A direita- pulmão direito
A esquerda-pulmão esquerdo
Configuração internaÁTRIO DIREITO
ATRIO ESQUERDO
VENTRÍCULO DIREITO
VENTRÍCULO ESQUERDO
Configuração interna
Os dois átrios estão separados por uma parede – septo interauricular.
Os dois ventrículos estão separadas por uma parede – septo interventricular.
Externamente existe uma pequena depressão que circunda o coração e que separa os átrios dos ventrículos – é o sulco coronário.
O sulco coronário tem artérias e veias coronárias e gordura.
Válvulas cardíacas
O coração tem válvulas que impedem o refluxo do sangue.
As válvulas são estruturas que fecham aberturas e são compostas por tecido conjuntivo.
As válvulas fecham e abrem como resposta a mudanças de pressão.
Válvulas cardíacas
VALVULAS ATRIO-VENTRICULARES:
Válvula tricúspide (3 cúspides) – válvula que divide o atrio direito do ventrículo direito.
Válvula bicúspide (3 cúspides) - válvula que divide o atrio esquerdo do ventrículo esquerdo
VALVULAS SEMILUNARES
Encontram-se no tronco pulmonar e na artéria aorta.
Estas válvulas têm como função evitar que o sangue que sai do coração pelo ventrículo direito, reflua.
As válvulas são compostas por 3 porções em forma de meia lua e estão fixadas às paredes das artérias.
Válvulas cardíacas
Grandes vasos
O sangue venoso chega ao coração (atrio direito) – através de 3 veias:
Veia cava superior – canaliza para o coração o sangue da parte superior do corpo, acima do coração.
Veia cava inferior – canaliza para o coração o sangue da parte superior do corpo, abaixo do coração.
Seio coronário – canaliza o sangue da maioria dos vasos da parede do coração.
Grandes vasos
O sangue venoso que chega aos pulmões liberta o dióxido de carbono (CO2) e absorve oxigénio (O2).
O sangue oxigenado regressa ao coração, para o átrio esquerdo através de 4 veias pulmonares.
Quando o sangue enche o átrio esquerdo esta canaliza-o para o ventrículo esquerdo.
O ventrículo esquerdo bombeia o sangue para a artéria aorta.
Grandes vasos
Quando o sangue enche a aurícula direita esta canaliza-o para o ventrículo direito, que por sua vez o bombeia para o tronco pulmonar.
O tronco pulmonar sai do ventrículo direito e divide-se em: Artérias pulmonares direita e esquerda – que
conduzem o sangue respectivamente para o pulmão direito e esquerdo.
Grandes vasos
Quando o sangue sai do ventrículo esquerdo passa pela aorta ascendente, daqui vai para as artérias coronárias, arco da aorta e aorta descendente, onde vai irrigar os órgãos torácicos e abdominais.
Através de ramificações destes grandes vasos o sangue chega a todos os tecidos do organismo.
Vascularização O coração tem o seu
próprio fornecimento de sangue através da circulação coronária.
Os principais vasos coronários são: Artéria coronária
direita Artéria coronária
esquerda Seio coronário
Que se originam na
aorta ascendente.
Ramificam-se para fornece
O2 e nutrientes ao coração.
Transporta o sangue venoso do coração para o átrio direito
VascularizaçãoArtéria Coronária Direita:
Marginal
Interventricular posterior
Artéria Coronária Esquerda:
Circumflexa
Interventricular anterior
Inervação
Sistema autonomoParassimpático- Nervo vago Simpáticos- T1 ate T4
III-Histologia do coração
Exteriormente o coração é revestido por uma camada de tecido conjuntivo que o protege e ajuda a manter no lugar – o pericárdio.
O pericárdio apresenta dois folhetos: Externo – pericárdio fibroso Interno – pericárdio seroso – que apresenta duas camadas:
A mais externa é a - camada parietal – que está em contacto com o pericárdio fibroso
A mais interna é a - camada visceral ou epicárdio – que está em contacto com o miocárdio
Histologia do coração
Entre o camada parietal e visceral do pericárdio seroso existe um espaço – a cavidade do pericárdio – que contém um fluido fluido pericárdico – que evita o atrito entre as duas camadas, para facilitar os movimentos durante os batimentos cardicos.
Histologia do coração
A parede do coração é formada por 3 camadas, do exterior para o interior:
Epicárdio(externa)
Miocárdio(média)
Endocárdio(interna)
Histologia do coração
Epicárdio:
Epicárdio é constituído por mesotélio e tecido conjuntivo.
Constitui a camada visceral do pericárdio seroso.
É uma camada fina, transparente e externa da parede do coração.
Histologia do coração
Miocárdio O miocárdio tem como principal função bombear o sangue.
As fibras musculares cardíacas formam duas redes distintas: Uma rede atrial (sincício atrial) Uma rede ventricular (sincício ventricular)
Cada fibra une-se a outras fibras através dos discos intercalares
No interior dos discos intercalares encontramos junções gap que permitem a condução dos potenciais de acção entre as fibras musculares
As junções gap funcionam como pontes para a transmissão da excitação de uma fibra a outra.
Histologia do coração
O miocárdio contém miofibrilas (actina e miosina)
Histologia do coração
Miocárdio: (cont) O miocárdio constitui a maior parte do coração
e é composto por tecido muscular específico responsável pela função específica do coração.
O tecido muscular do miocárdio apresenta células musculares: Estriadas Involuntárias Organizadas em feixes
Histologia do coração
A camada de miocárdio é mais fina nos átrios porque estes funcionam como uma fraca bomba de escorva (primer pump) enviando o sangue para os ventrículos.
Os ventrículos têm uma camada de miocárdio mais espessa porque fornecem a forca principal que propelem o sangue pela circulação pulmonar e sistémica.
Histologia do coração
Endocárdio:
O endocárdio reveste o interior do miocárdio, as válvulas e a cordas tendinosas que se ligam às válvulas.
É constituído por epitélio escamoso simples – endotélio.
O endocárdio é contíguo com o endotélio que reveste os grandes vasos sanguíneos
IV-FisiologiaFunções do sistema cardiovascular
Garantir circulação a todos órgãos e tecidos
Fornecer trocas de gases, nutrientes e hormônios
Captar o volume sanguíneo proveniente dos tecidos e remover os produtos do catabolismo
Participação de mecanismos homeostáticos
(comunicação hormonal, temperatura corporal).
Potencial de acção
Alterações da permeabilidade durante o potencial de acção no miocardíaco:
Fase de despolarização Os canais de Na+ abrem Os canais de K+ fecham Os canais de Ca 2+ começam a abrir
Fase de repolarização inicial: Os canais de Na+ fecham Alguns canais de K+ abrem Os canais de Ca 2+ estão abertos (produzem a fase de planalto porque
atrasam a repolarização
Fase de repolarização final: Os canais de Ca 2+ fecham Muitos canais de K+ abrem
Ciclo cardíaco
Eventos cardíacos que ocorrem no início de cada batimento até o comeco do seguinte;
Cada ciclo é desncadeado pela geração expontânea de um potencial de acção pelo nodo sinusal
A energia química para a contração cardíaca é derivada principalmente do metabolismo oxidativo de ácidos graxos.
É constituído pela: Diástole (periodo de relaxamento) Sístole ( periodo de contração)
Ciclo cardíaco
Ciclo cardíaco
Relações do ciclo cardíaco com o ECG
A onda P e causada pela dispolarização atrial, o que é seguido pela contração atrial aumentando a sua pressão imediatamente após a onda P.
Cerca de 0.16s apos surge o complexo QRS (despolarizacao ventricular) que da inicio a contracao ventricular
Por conseguinte o complexo QRS começa pouco antes do inicio da contração ventricular
Ciclo cardíaco
Átrios como bomba de escorva
75% do enchimento ventricular é feito com a abertura das válvulas átrio-ventriculares, sem contracção auricular.
A contracção atrial contribui com o enchimento dos restantes 25% de sangue que falta nos ventrículos.
Variações da pressão atrial: Onda a: gerada pela contração atrial ( em geral a pressão atrial direita=4 a
6mmHg e Esquerda=7 a 8mmHg);
Onda c: causada pelo pequeno refluxo do sangue ventriclulo-atrial durante o inicio da contração ventricular;
Onda v: surge próximo ao fim da sístole, resultado do lento fluxo aos átrios provenientes das válvulas semilunares.
Ciclo cardíaco-Ventriculos como bombas
Enchimento dos ventriculos:
Durante a sistole o sangue se acumula nos átrios ( porque as válvulas AV encontram-se encerradas)
Logo ao fim da sistole, há ↓ pressões sistólicas e as pressões diastólicas ↑ promovendo a abertura das válvulas AV, permitindo o fluxo rápido para os ventriculos (periodo de enchimento rápido) durante o primeiro terço da diástole
Durante o terço médio o sangue flui normalmente
Durante o ultimo terço o sangue flui pela contra ção atrial (25%)
Ciclo cardíaco-Esvaziamento dos ventriculos na sistole
Periodo de contração isométrica: Imediatamente após o inicio da contração
ventricular, a sua pressão aumenta subitamente resultando em fechamento das válvulas AV.
São necessários 0.02 a 0.03s para a abertura das válvulas semilunares
Nesta fase ocorre a contração ventricular, porém, sem esvaziamento
Ciclo cardíaco-Esvaziamento dos ventriculos na sistole
Periodo de ejecção : Com a elevação da pressão ventricular esquerda acima de
80mmHg e da direita acima de 8mmHg, ocorre abertura das válvulas semilunares;
Imediatamente o sangue começa a sair dos ventriculos, sendo 70% durante o primeiro terço ( periodo de ejecção rápida) e 30% ( periodo de ejecção lento)
Periodo de relaxamento isométrico: Ao término da sistole, subitamente há relaxamento ventricular
permitindo queda das pressões intraventriculares;
Mantendo-se por cerca de 0.03 a 0.06s em relaxamento antes do inicio do novo ciclo.
Ciclo cardíaco-Esvaziamento dos ventriculos na sistole
Volume diastólico final: Na diástole, o enchimento ventricular aumenta normalmente em cada ventrículo 110 a 120ml.
Debito sistólico: A medida que os ventriculos se esvaziam na sistole, o volume se reduz em cerca de 70ml, e os 40 a 50ml remanescentes a cada ventriculo formam o volume diastólico final.
Sons cardíacos
Os sons que se auscultam nos batimentos cardíacos são provocados pela turbulência do fluxo de sangue no fechamento das válvulas.
Como se identificam os sons: 1º som – (S1) – é um som de batida e longo -
fechamento das válvulas auriculo-ventriculares – após o inicio da sístole ventricular.
2º som – (S2 ) – fechamento das válvulas semilunares – no final da sístole ventricular.
Pausa entre os ciclos
Débito cardíaco
O débito cardíaco corresponde ao sangue ejectado pelo coracao a por minuto e é resultado do produto da frequêcia cardíaca pelo volume efectivo:
DC = FC x VE
Num indivíduo de 70kg, com FC de 70bpm e VE de 70ml teremos um DC de aproximadamente 5l/min
A frequêcia cardíaca é determinada pela frequência de despolarização espontânea ao nível do nódulo SA e pode ser modificada pelo sistema nervoso central, sendo que o nervo vago actua sobre os receptores muscarínicos reduzindo a frequência cardíaca, enquanto que as fibras simpáticas estimulam os receptores beta-adrenérgico para aumentar a frequência cardíaca.
O volume ejectivo é determinado por 3 factores: pré-carga, pós-carga e contractilidade.
Regulação do Débito cardiaco
Mecanismo de Frank-Starling:
“Quanto mais o músculo for distendido durante o enchimento, maior vai ser a força de contração e, consequentimente maior será também a quantidade de sangue bombeiada para aorta”
“Dentro dos limites fisiológicos, o coração irá bombear todo o sangue que chegar a ele sem permitir represamento excessivo de sangue nas veias”
Débito cardíaco
Os factores que fazem diminuir o volume sistólico e a frequência cardíaca – diminuem o débito cardíaco.
Os factores que fazem aumentar o volume sistólico e a frequência cardíaca – aumentam o débito cardíaco.
Pré-carga
A pré-carga consiste no volume ventricular no final da diástole e é dependente do retorno venoso.
O retorno venoso é influenciado por mudanças de posição, pressão intratorácica e pelo tónus do sistema venoso.
O aumento da pré-carga implica aumento no volume ejectivo.
A relação entre o volume ventricular no final da diástole e o volume ejectivo é conhecido com Lei de Starling que defende que a energia de contracção do músculo ventricular é directamente proporcional ao comprimento inicial da fibra muscular.
Pós-carga
Pós-carga é a resistência a ejecção ventricular e é causada pela resistência oferecida ao fluxo na circulação sistémica – resistência vascular sistémica.
A resistência é determinada pelo diâmetro das arteríolas e dos esfíncteres pré-capilares. Quanto mais reduzido for o seu diâmetro, maior a resistência.
A resistência vascular sistémica é controlada pelo sistema nervoso simpático, que por sua vez controla o tónus muscular da parede arteriolar.
Frequência cardíaca
A frequência cardíaca é variável de acordo com vários estímulos.
Frequência cardíaca = 60-100 bpm.
Factores que condicionam a frequência cardíaca: Controle do sistema nervoso autónomo Substâncias químicas Temperatura Emoções Sexo Idade
Algumas substâncias químicas produzidas pelo organismo podem provocar alterações da frequência cardíaca:
Adrenalina (epinefrina)
Frequência cardíaca – Substâncias químicas
É produzida pelas supra-renaispor estimulação simpática
Aumenta a excitabilidade donódulo sino-auricular
Aumenta a frequência cardíaca
Aumenta a força das contracções
Frequência cardíaca
O ritmo cardíaco é ajustado de acordo com as condições variáveis, de forma a manter a homeostase do organismo.
O nódulo sino-auricular é enervado pelo sistema nervoso autónomo:Simpático Parassimpático
Frequência cardíaca
A estimulação dos nervos simpáticos – aumenta a libertação de noradrenalina pelas terminações nervosas – o ritmo dos impulsos do nódulo SA aumentam e a frequência cardíaca aumenta.
A estimulação dos nervos parassimpáticos (nervo vago – X nervo craniano) – aumenta a libertação de acetilcolina pelas terminações nervosas – o ritmo dos impulsos do nódulo SA diminuem e do nódulo AV e a frequência cardíaca diminui.
O cálcio e o potássio têm influência na contractilidade das células cardíacas.
Frequência cardíaca – Substâncias químicas
Excesso de iões de potássiono líquido extracelular
Provoca uma fraqueza geral do músculo cardíaco.Diminui a força de contracção pela diminuiçãodo potencial de repouso da membrana.
Excesso de iões de cálciono líquido extracelular
O coração sofre uma contracção espasmódica.Aumenta a força de contracção.Diminui a frequência cardíaca.
Frequência cardíaca - Temperatura
Hipertermia
Aumento da temperatura corporal pelo exercício físico
Estimulam o nódulo sino-auricularque gera mais impulsos
Provocando um aumento da frequência cardíaca
Hipotermia Provoca:-diminuição da frequência cardíaca-diminuição da força das contracções
Frequência cardíaca - Emoções
Emoções como:- Medo- Raiva- Ansiedade
Aumentam a frequência cardíaca(sindroma de adaptação geral)
Estados mentais como:-Depressão Diminuem a frequência cardíaca por
estimulação do centro cardio-inibitório
Frequência cardíaca-sexo e idade
Os batimentos cardíacos são mais acelerados nas mulheres que nos homens.
Os batimentos cardíacos são acelerados nos recém-nascidos, são moderados na juventude e são mais lentos nos idosos.
Sistema de condução
O coração tem um sistema intrínseco de condução – sistema condutor – que permite ao coração manter os batimentos cardíacos sem qualquer estímulo do sistema nervoso.
O sistema condutor estimula a contracção das fibras musculares cardíacas, pois tem a capacidade de gerar e distribuir potenciais de acção.
É composto por tecido muscular especializado.
Sistema de condução
O músculo cardíaco é capaz de gerar de uma forma espontânea e rítmica potenciais de acção que provocam a contracção do coração.
O sistema de condução do coração é composto pelo: Nódulo sino-atrial (ou sinusal) Nódulo átrio-ventricular Fascículo ou feixe átrio-ventricular Ramos direito e esquerdo Ramos subendocárdicos ou feixes de Purkinje
Sistema de condução
Nódulo sinusal
O nódulo sino-atrial está localizado na parede do átrio direito, abaixo da entrada da veia cava superior.
O nódulo sino-atrial inicia os batimentos cardíacos e marca o ritmo da frequência cardíaca de todo o coração– é designado também por “marca passo”.
O nódulo sino-atrial gera potenciais de acção muito rápidos, distribui o estímulo por todo o coração, impedindo que outras zonas possam gerar também potenciais de acção.
Sistema de condução
O potencial de acção que se gera no nódulo sino-atrial estende-se pelos átrios fazendo com que estas se contraiam e provocando a despolarização do nódulo átrio -ventricular.
Sistema de condução
Sistema de condução
Nódulo átrio-ventricular
O nódulo átrio-ventricular localiza-se no septo interatrial.
O nódulo sino-atrial gera um potencial de acção que passa pelos átrios até ao nódulo átrio-ventricular.
Neste nódulo o potencial de acção desacelera permitindo: Os átrios transfirem o sangue para os ventrículos. Terminar a contracção dos átrios antes que os ventrículos iniciem a
sua contracção.
Sistema de condução
Fascículo átrio-ventricular (ou feixe de His)
Do nódulo átrio-ventricular o potencial de acção passa para o fascículo átrio-ventricular (ou feixe de His).
O fascículo átrio-ventricular inicia-se na parte superior do septo interventricular.
O potencial de acção passa para os ramos direito e esquerdo do fascículo átrio-ventricular na direcção do ápice do coração.
Sistema de condução
Dos ramos do fascículo auriculo-ventricular emergem os ramos subendocárdicos ou fibras de Purkinje, distribui o potencial de acção pelas fibras musculares e provocam a contracção dos ventrículos.
Nódulo sino-autrial
Localização: parede do atrio direito
Função: - Inicia os batimentos cardíacos.- Marca o ritmo da frequência cardíaca.- Envia potenciais de acção para os dois atrios.- Provoca a contracção das aurículas.
Sistema de condução
Fascículo auriculo-ventricular ou feixe de His
Localização:Parte superior do
septo interventricular
Função:-Recebe o potencial de acção do nódulo atrio-ventricular.- Envia o potencial de acção para os ramossubendocárdicos ou fibras de Purkinje.
Sistema de condução
Ramos subendocárdicos ou fibras de Purkinje
Localização:Miocárdio ventricular
Função:- Recebe o potencial de acção dos ramos direito e esquerdo do fascículo atrio-ventricular.-Distribui o potencial de acção para as fibras musculares ventriculares.- Provoca a contracção dos ventrículos.
Sistema de condução
Electrocardiograma
Um electrocardiograma (ECG) é um registo das alterações eléctricas que acompanham os batimentos cardíacos.
Os potenciais de acção de cada segmento do batimento cardíaco são passíveis de ser registados num gráfico com ondas que sobem e descem, que formam o traçado electrocardiográfico.
O electrocardiograma regista-se numa folha de papel milimétrico.
As informações registadas no ECG representam os impulsos eléctricos do coração.
Os impulsos eléctricos representam as várias etapas da estimulação cardíaca.
No estado de repouso as células cardíacas encontram-se polarizadas e o interior das células apresenta-se com uma carga negativa.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Célula cardíacaem repouso.Célula cardíacapolarizada.+++++++++++++++++++++++++++++
++++++++++++++++++++++++++++++
Electrocardiograma
Quando são estimuladas electricamente as células cardíacas despolarizam-se e contraem-se.
++++ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -++++ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Célula cardíacaem contracção.Célula cardíacadespolarizada.
- - - - ++++++++++++++++++++++++
- - - - ++++++++++++++++++++++++Contracção
Despolarização
Despolarização
Electrocardiograma
Uma onda de despolarização propaga-se pelo coração provocando uma contracção do miocárdio.
A despolarização provoca a contracção das células do miocárdio quando a carga dentro das células se torna positiva (+).
As ondas de despolarização (interior das células + ) e as ondas de repolarização (interior das células - ) são registadas sob a forma de ondas no ECG.
Electrocardiograma
Electrocardiograma
A onda de despolarização carrega o interior das células do miocárdio positivamente.
Na repolarização as células do miocárdio voltam a ter no seu interior carga negativa.
A repolarização é um fenómeno eléctrico e o coração fica quieto durante esta actividade.
Electrocardiograma
Cada ciclo cardíaco forma 3 ondas que se designam por:
Onda POnda ou complexo QRSOnda T
Electrocardiograma-Onda P
Indica a despolarização auricular.
É a propagação do potencial de acção do nódulo sino-auricular às duas aurículas.
Logo após o inicio da onda P as aurículas contraem-se – o sangue passa das aurículas para os ventrículos.
Electrocardiograma- Onda P
O estimulo eléctrico que se inicia no nódulo sino-auricular propaga-se concentricamente em todas as direcções.
A despolarização auricular é uma onda de cargas positivas no interior das células cardíacas.
A onda de despolarização que vai na direcção das aurículas é captada pelos eléctrodos e registada como onda P.
Electrocardiograma- Onda P
A onda P representa a actividade eléctrica da contracção das duas aurículas.
A onda P representa:DespolarizaçãoContracção
Nota: considera-se que a despolarização se faz ao mesmo tempo que a contracção, mas na realidade a contracção ocorre ligeiramente depois.
Dos dois atrios
Onda P-Onda de despolarização.- Contracção das aurículas.
Electrocardiograma- Onda P
Electrocardiograma- Complexo QRS
Indica a despolarização ventricular.É a propagação do potencial de acção
pelos ventrículos.A onda QRS ou sistema QRS representa
a actividade eléctrica de estimulação dos ventrículos.
Electrocardiograma- Complexo QRS
O impulso vindo do nódulo sino-auricular chega ao nódulo auriculo-ventricular e faz uma pausa de 1/10 de segundo.
Esta pausa permite que o sangue passe das aurículas para os ventrículos.
Após esta pausa o nódulo auriculo-ventricular envia um impulso eléctrico (envia uma onda de despolarização) que se propaga pelo feixe auriculo-ventricular ou feixe de His.
Electrocardiograma- Complexo QRS
Do feixe de His a onda de despolarização propaga-se pelos ramos direito e esquerdo – fascículo subendocárdico ou feixes de Purkinje.
À medida que se propaga a despolarização do nódulo auriculo-ventricular, inicia-se a contracção dos ventrículos.
A onda ou complexo QRS registado no ECG é o impulso eléctrico que se propaga do nódulo AV para as fibras de Purkinje e para a células miocárdicas.
A contracção ventricular dura mais tempo que o complexo QRS, mas este é considerado o registo que representa a contracção ventricular.
Complexo QRS-Onda de despolarização dos ventrículos.- Provoca a contracção dos ventrículos.
Onda R- É a primeira deflexão para cima.
Onda Q- É uma onda que se desloca para baixo no traçado.-Pode não estar presente.- Se está presente é sempre a primeira deflexão para baixo no inicio do complexo QRS.
Onda S- É uma deflexão para baixo que é sempre precedida de uma deflexão para cima.
Electrocardiograma- Complexo QRS
Uma deflexão para cima no traçado do ECG é sempre uma onda R.
As ondas Q e S são sempre dirigidas para baixo (são ondas negativas).
O que distingue as ondas Q e S é o facto de aparecerem antes ou depois da onda R.
Onda Q – surge antes da onda R.
Onda S – surge depois da onda R.
Electrocardiograma- Onda T
Indica a repolarização dos ventrículos.
Na repolarização as células do miocárdio recuperam a carga negativa no seu interior, ficando desta forma preparadas para uma nova estimulação.
A repolarização dos ventrículos é uma fenómeno eléctrico, não havendo por isso qualquer resposta mecânica
Onda T-Representa a repolarização ventricular.- Não há resposta mecânica.
Electrocardiograma
Onda P Contracção
auricular
Complexo QRSContracção ventricular
Onda TRepolarização
ventricular
Onda PSístole auricular Complexo QRS
Sístole ventricular
Onda TFase de repouso entre os
batimentos
Referencias bibliográficas
GUYTON & HALL, Tratado de fisiologia Médica, 11ª edição, Rio de Janeiro, Elsevier, 2006. cap 9,10. pág 103-121
SADLER, T.W, Embriologia Médica, 11ª edição, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, cap 12, pág 143-173
NETTER, Frank H, Atlas de anatomia Humana, 3ª edição, Porto Alegre, Artmed, 2003, pág 207-222
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