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FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM
CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS FUCAPE
ERIKA CASTRO MACHADO
NÍVEL DE ESTRESSE NOS TRABALHADORES EM CASAS
LOTÉRICAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: e sua relação com
a qualidade de vida desses atores.
VITÓRIA
2011
ERIKA CASTRO MACHADO
NÍVEL DE ESTRESSE NOS TRABALHADORES EM CASAS LOTÉRICAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: e sua relação com a
qualidade de vida desses atores.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração, Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade Economia e Finanças (FUCAPE), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração - Nível Profissionalizante na área de Gestão de Pessoas.
Orientador: Professor Dr. Bruno Funchal
VITÓRIA
2011
ERIKA CASTRO MACHADO
NÍVEL DE ESTRESSE NOS TRABALHADORES EM CASAS LOTÉRICAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: e sua relação
com a qualidade de vida desses atores.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração
da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e
Finanças ( FUCAPE), como requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Administração na área de Gestão de Pessoas.
Aprovado em, 12,de Dezembro de 2011
COMISSÃO EXAMINADORA
__________________________________________ PROF Dr.: BRUNO FUNCHAL
INSTITUTO CAPICABA DE PESQUISAS EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS(FUCAPE).
___________________________________________ PROF Dr.: VALCEMIRO NOSSA
INSTITUTO CAPICABA DE PESQUISAS EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS(FUCAPE).
___________________________________________ PROF Dr.: BRUNO CÉSAR AURICHIO LEDO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)
Dedico este trabalho aos
meus filhos Myllena e Igor e
ao meu marido Denis, pela
compreensão que tiveram
todo o tempo dedicado ao
Mestrado.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a DEUS, que me deu forças para continuar essa jornada
apesar de todas as tribulações que surgiram ao longo dessa caminhada; a minha
família, pela compreensão pelo tempo dedicado ao mestrado e, por fim, ao meu
Orientador, que teve como desafio em vários aspectos essa missão de me
orientar.
RESUMO
O presente estudo buscou identificar se há relação entre os níveis de estresse
dos trabalhadores em Casas Lotéricas da Grande Vitoria no Espírito Santo, com
a qualidade de vida desses atores, contribuindo para uma melhor compreensão
desse ambiente de trabalho e suas influências no processo produtivo. O estudo
foi baseado em estudos bibliográficos amparados por Rigotto,1998, Schall, 2004,
Myers, 1995, e com uma ênfase maior nos trabalhos de Karasek, 1979a,
1979b,1981,1985. Pesquisa de natureza quantitativa, abordagem de caráter
explicativo, com aplicação de questionários em 98 respondentes em 30 Casas
Lotéricas. Foram utilizados dois questionários fechados. Na avaliação do
estresse foi usado questionário sob o conceito de Karasek, 1985; para Qualidade
de Vida, instrumento de avaliação de Qualidade de Vida da Organização Mundial
da Saúde - OMS (WHOQOL-100). Os resultados encontrados apontaram que
existe relação entre estresse e qualidade de vida de forma negativa, colaborando
para uma qualidade de vida insatisfatória que pode afetar na vida laboral, com
ausências por doença, grande rotatividade de funcionários, entre outros, sendo
recomendada aos proprietários maior restrição às questões mais relevantes para
o aumento do estresse objetivando um ambiente mais saudável, melhorando a
qualidade de vida de seus colaboradores.
Palavras Chave: Estresse, Qualidade de vida, Produtividade,
ABSTRACT
This study sought to identify if a relationship between stresses levels of
employees in the lotteries the ES, with the quality of life of these actors,
contributing to a better understanding of the workplace and their influence in the
production process. The study was based on studies supported
by bibliographic Rigotto, 1998, Schall, 2004,Myers, 1995, with an emphasis on the
work of Karasek, 1979a, 1979b, 1981, 1985. The research study was based on
quantitative explanatory nature, with questionnaires to 100 respondents in 30
lotteries. We used two closed questionnaires. In evaluating the stress
questionnaire under the concept of Karasek, 1985, and an evaluation tool for
WHO Quality of Life (WHOQOL-100). The results showed that there is a relation
between stress and quality of life in a negative way, contributing to a satisfactory
quality of life that can affect working life, with sickness absence, high turnover of
staff among others, being recommended to the owners greater restriction on the
issues most relevant to the increased stress aiming a healthier environment,
improving the quality of life of its employees.
Keywords: Stress, Quality of Life, Productivity,
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 13
2.1 ESTRESSE E QUALIDADE DE VIDA ................................................................. 13
2.1.1 Estresse 13
2.1.2 Influências do Estresse na Vida 16
3 QUALIDADE DE VIDA........................................................................................... 20
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 22
4.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 22
4.2. INSTRUMENTOS DE PESQUISA ..................................................................... 22
4.2.1 Job Content Questionnaire 23
4.2.2 Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida OMS (WHOQOL-100). 24
4.3 APRESENTAÇÃO DO MODELO LINEAR MÚLTIPLO ....................................... 25
4.4 MOTIVAÇÕES DA APLICAÇÃO DO MODELO .................................................. 25
4.4.1 Estatística descritiva amostral 26
4.4.2 Modelo de Regressão 31
4.4.3 Modelo de regressão múltipla 32
5 RESULTADOS ....................................................................................................... 35
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 38
7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 40
Capítulo 1
1 INTRODUÇÃO
A presente pesquisa objetiva identificar se há relação entre os fatores
estressores originados no âmbito laboral das Casas Lotéricas e a qualidade de vida
dos seus colaboradores, contribuindo para uma melhor compreensão desse
ambiente de trabalho e suas influências no processo produtivo, já que se trata de um
dos segmentos bastante demandados na atualidade atuando nos jogos federais e
Correspondentes Bancários. (JAYO E DINIZ, 2009).
Decidiu-se pelo segmento das Casas Lotéricas por observar, atualmente,
transformações frequentes e rápidas nas questões políticas, econômicas e
socioeconômicas que vêm influenciando o mundo empresarial e organizacional de
maneira a aumentar o nível de exigência sobre o indivíduo e organizações
(RIGOTTO, 1998).
Também pelas transformações e exigências citadas, durante a década
passada presenciou-se no Brasil um aumento das redes de atendimento dos
bancos, graças à criação dos titulados Correspondentes Bancários, a partir de agora
denominados CBs. Trata-se de um canal de distribuição de serviços bancários
largamente apoiado em tecnologia. Seu processo operacional está baseado em um
conjunto de empresas chamadas de parceiros, envolvendo bancos e agentes não
bancários, capacitados e habilitados a atuar como pontos de distribuição de serviços
(supermercados, mercearias, farmácias, redes varejistas, associações de bairro,
casas lotéricas, agências postais, etc.).
9
Com apenas alguns anos de existência, os CBs respondem hoje pela maior
parte dos pontos de atendimento bancários instalados no Brasil. Ao final de 2009,
segundo dados oficiais do Banco Central do Brasil, seu número totalizava 150 mil
pontos, ou o equivalente a 7,5 vezes o número de agências em operação no país.
Em 2010 as Casas Lotéricas, segundos dados oficiais da Caixa Econômica
Federal, respondiam por 10.691 pontos no Brasil, com média de quatro funcionários
por ponto, sendo mais um aspecto Importante para o estudo da categoria.
Embora os estudos sobre Correspondentes Bancários ainda seja um debate
recente e em curso, dois pontos podem ser considerados importantes.
O primeiro deles é a importância dos CBs. Pelos baixos custos operacionais
envolvidos, é uma ferramenta eficiente para que os bancos possam ofertar serviços
à população de baixa renda, com pouco acesso ao sistema bancário.
Em decorrência, grande parte dos CBs se encontra instalada em locais antes
desassistidos de atendimento bancário por não comportarem os investimentos em
agências e pontos de atendimento tradicionais, como pequenos municípios, ou
bairros e mesmo favelas dos centros urbanos (Ivatury, 2006).
Um segundo ponto de consenso é o de que, apesar desse maior alcance
conferido, o leque de serviços bancários efetivamente proporcionados por meio dos
CBs ainda é limitado, concentrando-se basicamente em serviços transacionais de
arrecadação (recebimento de contas e boletos) e no pagamento de benefícios
previdenciários e de programas sociais, com exceção das Casas Lotéricas que além
dos serviços já mencionados, ainda pagam FGTS, PIS, Seguro Desemprego, saque,
depósitos entre outros.
10
Tais processos garantem aos bancos uma redução de custos, além das
vantagens já citadas, sendo pagos aos CBs, comissões pelos serviços prestados,
entretanto, segundo documentos contábeis das Casas Lotéricas, as receitas não são
suficientes para arcar com os ônus adquiridos pelos serviços transferidos, inerentes
àqueles prestados à população, como carro-forte para transferência de numerário
em razão do alto índice de valor em espécie que hoje circula nas Casas Lotéricas, o
que não ocorria antes de se tornarem CBs conforme informações dadas pelo
presidente do Sindicato dos Lotéricos no Espírito Santo, e outras ocorrências
relevantes como alta rotatividade de funcionários, absenteísmo, faltas por doença ,
entre outros.
Diante da relevância apontada, percebeu-se ainda o aumento expressivo do
número de doenças ocupacionais, acidentes de trabalho, absenteísmo e grande
rotatividade nesse segmento, considerando diversos fatores assinalados, como
exigência de capacitação, agilidade, competitividade, falta de autonomia, falta de
segurança física, entre outros, indicando a grande influência que o trabalho e o
estresse laboral têm na saúde e na qualidade de vida do indivíduo atuante nesse
setor (RIGOTTO, 1998).
Essa percepção de Rigotto pela saúde do trabalhador não foi sempre uma
preocupação nas organizações, o início se deu com a evolução da Escola de
Relações Humanas e suas teorias centrais, as quais incentivaram a construção de
diversas literaturas voltadas a entender os aspectos laborais que podem influenciar
no dia-a-dia do indivíduo , buscando contribuir e minimizar os impactos na saúde do
trabalhador, principalmente com os fatores estressores advindos da falta de
observação ou de importância aos atores, (MARQUES, 2003; MORAES, 1993).
11
As características contemporâneas acerca das exigências mercadológicas,
que atingem não somente os trabalhadores, mas principalmente as organizações de
todos os segmentos, no que tange a produtos diferenciados, valor agregado,
produtividade e competitividade, consequentemente afeta diretamente os seus
colaboradores, em razão das necessidades de estarem preparados para mudanças
rápidas, especialização técnica, resistência às pressões entre outros, (MATTOSO,
1995). Desta forma, o presente estudo quer responder a seguinte pergunta: existe
relação entre o nível de estresse do trabalhador em Casas Lotéricas e sua qualidade
de vida?
Para responder a questão o estudo está baseado em pesquisa de natureza
quantitativa, abordagem explicativa, sendo usados dois questionários, um destinado
à obtenção do nível de estresse sob conceito de Karasek (FERREIRA JR, 2000,321-
348) e instrumento de avaliação de Qualidade de Vida OMS (WHOQOL-100), para
100 respondentes, em 30 Casas Lotéricas da Grande Vitória (Vitória, Vila Velha,
Serra, Cariacica, Guarapari, Viana) no Estado do Espírito Santo.
A pesquisa objetiva levantar a relação entre o nível de estresse ocupacional
e qualidade de vida do trabalhador em Casas Lotéricas, contribuindo para uma
melhor compreensão desse ambiente de trabalho e suas influências no processo
produtivo, buscando alternativas que minimizem o estresse caso seja identificado no
estudo.
A população tratada foram 230 Casas Lotéricas da Grande Vitória, por meio
da amostragem não probabilística intencional, tendo selecionadas 30 unidades na
Grande Vitória do Estado do Espírito Santo (Vila Velha, Vitoria, Serra, Cariacica,
12
Cachoeiro e Linhares), e aplicado os questionários para funcionários de cada
unidade, totalizando uma amostra 98 respondentes.
Para explorar a relação entre o estresse e qualidade de vida, propor-se um
modelo de regressão linear múltiplo, e se existe diferenças significativas para
algumas variáveis sócio-demográficas nos profissionais de Casas Lotéricas na
Grande Vitória.
Verificou-se no resultado que existe significância no modelo submetido à
regressão, ou seja, o estresse influencia negativamente a qualidade de vida dos
atores abordados no estudo.
O restante desta dissertação está dividido da seguinte forma: seção dois
revisão da literatura, seção três qualidade de vida; seção quatro metodologia e base
de dados, seção cinco resultados, seção seis conclusão e comentários finais e
referências.
Capítulo 2
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 ESTRESSE E QUALIDADE DE VIDA
2.1.1 ESTRESSE
Para Hans Selye, (1981) estresse é um conjunto de reações em decorrência
das situações em que o indivíduo se encontra em um momento de adaptação. Para
o autor o estresse apresenta duas formas: positiva e destrutiva. Na forma positiva, o
estresse pode motivar o homem a vencer desafios, acelerar sua rotina de trabalho,
sem afetar sua qualidade de vida. Já na outra perspectiva, o estresse negativo, de
sobrecarga, afeta diretamente o intelecto do indivíduo, competências psicológicas e
físicas, tornando o trabalho um momento de sofrimento e insatisfação, convergente
com as ideias de Dejours (1992).
O estresse no âmbito laboral vem nos últimos anos se transformando em um
problema de alto custo e cada vez mais constante no mundo organizacional,
envolvendo empregadores e empregados, principalmente depois dos achados nos
estudos de Schnal, ( 1998) e Levi, ( 2001).
• O estresse ocupacional pode levar a doenças físicas e mentais;
• O estresse, mesmo não relacionado ao trabalho, pode se manifestar no
ambiente de trabalho;
• O estresse relacionado ao âmbito laboral pode gerar um custo alto para
todos os envolvidos, empregador e empregado;
14
• A prevenção do estresse laboral pode diminuir os custos humanos e
econômicos.
Em se tratando de custos gerados por estresse ocupacional, além das
despesas médicas geradas pelas doenças e ferimentos advindos dos fatores
psicossociais do trabalho, os empregadores precisam lidar com os gastos adicionais
gerados pelo absenteísmo, prejuízo na produtividade, grande rotatividade e
indenizações trabalhistas. (SCHNALL, P.; JAUREGUI, M., 2004)
Assim, os autores previnem sobre o possível engano de que o fato de um
funcionário não estar ausente, não significa que ele esteja sendo totalmente
produtivo, ou quanto mais trabalha, mais produtivo está sendo. Esse processo é um
fenômeno chamado “presenteeis-me”, que mostra que mesmo o empregado estando
presente no trabalho ele pode ter sua produtividade prejudicada e com uma
qualidade menor,
Esse fenômeno se aproxima de uma explicação aos estressores ocupacionais
e ao excesso de trabalho, incidindo também quando um trabalhador comparece as
suas funções mesmo quando não se sente bem, podendo ser por seu
comprometimento com o empregador, com os colegas de trabalho, ou mesmo com
medo de perder seu emprego, o que é mais comum, agravando o estado de
estresse e diminuindo ainda mais a produtividade.
Buscando conhecer os causadores do estresse ocupacional, algumas
pesquisas identificam o ambiente e condição laboral como um fator de relevância
para o aparecimento do estresse. (NIOSH, 1999) e a European Commission (1999)
descrevem algumas características do trabalho que podem levar ao aparecimento do
estresse:
15
Tarefas: carga de trabalho excessiva ou ociosa, sem pausa de trabalho, ou
pausa inadequada (ineficiente), longas jornadas de trabalho ou turnos, tarefas
repetitivas e sem significado para o trabalhador, que não destacam a habilidade do
trabalhador e que apresentam pouco controle, pouco tempo para concluir o trabalho,
falta de descrição da tarefa, ausência de satisfação em relação às tarefas
executadas.
Gerenciamento: inexistência de participação dos atores na tomada de
decisões, falta de comunicação na organização, falta de reconhecimento ou
recompensa àquele que se destacou, ausência de oportunidade para fazer queixas
e reclamações, falta de oportunidade para botar em prática suas habilidades e
competências.
Relacionamento Interpessoal: ambiente de trabalho pouco cooperativo, sem
contribuição dos parceiros laborais e supervisores, exposição à violência, ameaças e
intimidações, exposição a prejuízos relacionados com idade, sexo, etnia, raça,
gênero ou religião.
Trabalho: possibilidade de erros pequenos ou falta de atenção acarreta
consequências desastrosas, muita responsabilidade, porém pouco poder em tomada
de decisões, falta de descrição dos papeis de cada colaborador.
Carreira: insegurança e preocupação com a instabilidade no trabalho,
escassez de possibilidade de crescimento na organização, mudanças para as quais
os trabalhadores não foram treinados.
16
2.1.2 INFLUÊNCIAS DO ESTRESSE NA VIDA
Os organismos de ação do estresse na vida humana têm recebido a atenção
de pesquisadores a nível internacional (Everly, 1995; R. S. Lazarus & B. N.Lazarus,
1994; Wright & Cropanzano, 2000) que descobriram consequências negativas no
funcionamento físico (Di Martino, 1992; Mancia & Parati, 1987) no mental (Myers,
1995; Teicher, Ito, Glod, Schiffer & Gelbard, 1996), na medida em que o estresse
pode contribuir para o aparecimento de várias doenças físicas e psiquiátricas. Há
também indicação de que um estado prolongado de estresse possa afetar no bem-
estar psicológico e na qualidade de vida das pessoas (Kaplan,1995; Lipp, 1997)
As pesquisas na área de estresse têm incluído o efeitos negativos desse
fenômeno no que se refere à profissão.
Diante desse cenário, muitas profissões têm auferido atenção, sendo que, no
Brasil, já se encontram trabalhos sobre o estresse ocupacional de policiais militares
(Romano, 1989), executivos (Soares, 1990), de psicólogos (Covolan, 1989),
bancários entre outros.
Para Lipp (1997), o estresse ocupacional é uma reação complexa, formada
por alterações psicofisiológicas que existem quando o indivíduo é obrigado a encarar
ocorrências que superem sua capacidade de enfrentamento. A função desses
contragolpes é a adequação do indivíduo à nova situação, causada pelo estímulo
desafiador.
No ambiente laboral, o trabalhador diversas vezes é posto diante de
demandas, obstáculos e exigências que superam suas capacidades e recursos para
desempenhá-las, podendo gerar sono, fadiga excessiva, transtornos
gastrointestinais, dores nas costas, cefaleias, processos cutâneos e dores cardíacas.
17
O estresse é uma das doenças mais comuns ligadas ao trabalho nas
condições laborais incômodas ou incertas, sobrecarga em quantidade e qualidade
de trabalho, falta de controle sobre o processo produtivo, ritmo, monotonia e
aborrecimento (FREUNDENBERGER, 1998). Pode ainda estar associado às
características do próprio individuo, incluindo os seus estilos de enfrentamento, a
capacidade e anseio e a inserção em atividades significativas e motivadoras
(KOMPIER e HOUTMAN, 1998), em esgotamento físico que se manifesta como
doenças psicossomáticas longas.
Assim, o estresse pode lançar resultados negativos como fadiga e tensão
muscular, podendo brotar não só quando existe uma experiência calamitosa, como a
morte de algum amigo ou parente, mas também em várias outras possibilidades,
como troca de trabalho ou função, trabalho exaustivo que deve ser cumprido em
curto espaço de tempo, pressão no trabalho, cobranças ocupacionais exageradas e
outros fatores (Everly, 1995).
O que avisa se sintomas de estresse vão ocorrer é a capacidade do
organismo de consentir às exigências do momento, independentemente destas
serem de natureza positiva ou negativa. A obstinação aos desafios enfrentados é
também influenciada pelas estratégias de enfrentamento, ou coping, presentes no
repertório da pessoa.
Pesquisadores brasileiros como Curcio (1991) eCouto(1987) vêm dando
atenção especial à relação entre estresse e qualidade de vida. Sugerindo que
qualidade de vida é um estado de bem-estar físico, mental e social, e não só a
ausência de doenças. As pessoas que se consideram felizes conferem sua
18
felicidade ao evento em quatro áreas (social, afetiva, saúde e profissional). O
estresse ocupacional, segundo Couto (1987), interfere na qualidade de vida.
Considerando os diferentes autores estudados, citados acima, percebem-se
os diversos enfoques e modelos que trata o assunto estresse ocupacional.
2.1.3 Estresse no Trabalho
As variações tecnológicas, introduzidas no processo produtivo permitiram às
empresas uma alavancagem em sua produtividade e, consequentemente, dos
lucros, e originaram impactos à saúde do trabalhador, com manifestações tanto na
esfera do seu físico quanto no psíquico. O aparecimento de novas enfermidades
relacionadas às mudanças adentradas no mundo do trabalho é apontado nas
produções científicas das últimas décadas. (MUROFUSE, ABRANCHES,
NAPOLEÃO, 2005)
No documento da Comissão das Comunidades Europeias, as “[...] doenças
avaliadas emergentes, como o estresse, a depressão ou a ansiedade, assim como a
violência no trabalho, o assédio e a intimidação, são responsáveis por 18% dos
problemas de saúde associados ao trabalho, uma quarta parte dos quais implica em
duas semanas ou mais de ausência laboral” (MUROFUSE, ABRANCHES,
NAPOLEÃO, 2005)
Outra forma de verificar-se o nível de estresse laboral e o quanto ele
influencia na saúde do trabalhador é por meio do modelo Demanda-Controle (Job
Strain Model), formatado por Karasek (1979a; 1981), o qual vem se transformado em
um modelo de referência.
19
Esse modelo ajuda e prioriza duas extensões psicossociais no trabalho: o
controle sobre o trabalho e a demanda psicológica originado do trabalho. Com a
combinação dessas duas dimensões, o modelo caracteriza situações de trabalho
específicas que estruturam riscos diferenciados à saúde. Para avaliar esses
aspectos, Karasek (1985) elaborou um instrumento metodológico: o Job Content
Questionnaire – JCQ (Questionário sobre Conteúdo do Trabalho) – o qual foi usado
nessa pesquisa. Sua versão sugerida envolve 49 questões abordando, além de
controle e demanda psicológica, apoio social originária da chefia e dos colegas de
trabalho, demanda física e insegurança no emprego. (NARA, et al. 2001)
“O estresse é decorrência da percepção entre a desarmonia entre as
requisições da tarefa e os recursos pessoais para cumprir ditas exigências. Uma
pessoa pode sentir essa desarmonia como desafio e, em consequência, reagir
dedicando-se à tarefa. Pelo contrário, se a discordância é percebida como
ameaçadora, então o trabalhador enfrentará uma situação estressante negativa, que
pode conduzi-lo a evitar a tarefa” (SEEGER & VAN ELDEREN, 1996, p. 213).
3 QUALIDADE DE VIDA
Após vários estudos relacionados ao estresse e Qualidade de Vida no
Trabalho, alguns autores iniciaram estudos sobre suas influências na vida pessoal,
emocional, física e psíquica, podendo causar sofrimento ao trabalhador não somente
no contexto laboral, mas também em sua vida pessoal. Christophe Dejours publicou
vários trabalhos considerando tais aspectos (DEJOURS, 1986).
Os primeiros estudos acerca de QV iniciaram na década de 50, Rodrigues
(apud Limongi-França, VII SEMEAD, pg. 4) por meio de pesquisas de Erik Trist,
objetivando tornar o contexto laboral mais satisfatório e motivador.
Dentre inúmeras definições de Qualidade de Vida, a mais usada é a definida
pela Organização Mundial de Saúde, a qual criou um grupo para desenvolver um
questionário capaz de medir o nível de qualidade de vida do indivíduo, o WHOQOL,
também usado nesse estudo para avaliar a qualidade de vida ligada a saúde que é “
Não somente a ausência de doenças, mas também o completo bem estar biológico,
físico , psicológico e social”.
Algumas profissões expõem seus trabalhadores a riscos ligados à integridade
física, atenuando os aspectos negativos de assuntos relacionados ao estresse,
acrescentando o medo ao seu dia-a-dia laboral e consequentemente afetando sua
saúde.
De forma geral, pode-se assegurar que qualidade de vida é hoje um elemento
indispensável para as ciências sociais, humanas, biológicas e do ambiente em que
vivemos, exercendo uma grande influência nas pesquisas e na prática.
21
Silva (1992), em pesquisa com bancários do Banco do Brasil, observou baixo
índice Qualidade de Vida dessa Categoria em todos os quadrantes (social, afetivo,
profissional e saúde), constatando a relação direta desse índice com o alto índice de
estresse nessa categoria.
Decidiu-se pela relação do estresse com a Qualidade de Vida, e não com a
Qualidade de Vida no Trabalho, por já estar em estudo o estresse laboral, que
influencia a satisfação no trabalho, e, consequentemente, a Qualidade de Vida no
Trabalho. Entretanto, nada garante que o estresse no contexto laboral pode afetar a
qualidade de vida das pessoas.
Para Nahas (1997), a definição de Qualidade de Vida, que também pode ser
percebida como satisfação com a vida, é proclama pela qualidade da saúde do ser
humano.
Dessa forma, o termo Qualidade de Vida parece não ter um só significado,
sendo considerado na literatura médica como sinônimo de condições de saúde
física, social, satisfação com a vida, respeito pelas limitações físicas.
22
Capítulo 4
4 METODOLOGIA
4.1 TIPO DE PESQUISA
Abordagem do estudo foi de caráter exploratório e descritivo. Em primeira
instância foram utilizados dois questionários fechados na avaliação do estresse sob
o conceito de (Karasek, 1985) e questionário para avaliação do nível de Qualidade
de Vida, instrumento de avaliação de Qualidade de Vida OMS (WHOQOL-100).
A população tratada foram 230 casas lotéricas na Grande Vitória, no Estado
do Espírito Santo, por meio da amostragem não probabilística intencional, sendo
selecionadas 30 unidades (Vila Velha, Vitoria, Serra, Cariacica, Cachoeiro e
Linhares), e aplicado os questionários para funcionários de cada unidade,
totalizando uma amostra de 98 respondentes.
4.2. INSTRUMENTOS DE PESQUISA
No presente estudo foi aplicado o questionário elaborado por Karasek (1979)
o qual se refere ao modelo de estresse no ambiente de trabalho que prevê tensão
mental como resultado da interação das demandas psicológicas e amplitude de
decisão, e questionário para avaliação do nível de Qualidade de Vida, instrumento
de avaliação de Qualidade de Vida OMS (WHOQOL-100).
23
4.2.1 JOB CONTENT QUESTIONNAIRE
O Job Content Questionnaire (JCQ), ou Questionário do Conteúdo do
Trabalho, é um ferramenta esquematizada para avaliar aspectos psicossociais do
trabalho. De forma geral é idealizado como aplicável a todos os tipos de trabalho.
Pode ser qualificado como padrão direcionado à estrutura social e psicológica da
situação de trabalho. O JCQ não inclui nenhuma escala de medida para estressores
não relacionados ao trabalho. O JCQ foi arquitetado primeiramente para
prognosticar estresse relacionado ao trabalho e doenças cardiovasculares nos
Estados Unidos e na Suécia.
Os assuntos iniciais do JCQ originaram-se do estudo de Framigham (EUA) e
do Quality of Employment Survey – Q.E.S (desenvolvido pelo U.S. Department of
Labor's National) administrado nos anos de 1969, 1972 e 1977. A versão resultada
do estudo de Framigham e do Q.E.S. continha 27 questões: nove questões
abordando controle sobre o trabalho, nove questões sobre carga psicológica do
trabalho, cinco questões sobre carga física do trabalho e quatro questões sobre
insegurança no emprego (KARASEK,1985).
Desde que se iniciou o seu uso e estimativa do seu desempenho, o
questionário sofreu modificações e uma nova versão foi sugerida com a inclusão de
novas extensões. O formato do JCQ atualmente recomendado inclui 49 questões.
Além das 27 questões referenciadas acima, foram incluídas questões sobre suporte
social, controle sobre o trabalho ao nível da estrutura organizacional e insegurança
no emprego. A versão mais recente do JCQ contém a seguinte escala:
a) Controle sobre o trabalho incluindo uso de habilidades, autoridade
decisória e autoridade decisória no nível macro;
24
b) Demanda psicológica;
c) Demanda física;
d) Suporte social;
e) Insegurança no trabalho;
f) Uma questão sobre nível de qualificação exigida para o trabalho que é
executado (corresponde ao nível educacional que é requerido no posto de trabalho
ocupado).
4.2.2 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA OMS (WHOQOL-100).
Na presente pesquisa foi utilizado um instrumento desenvolvido pela
Organização Mundial da Saúde para avaliação de qualidade de vida por meio de um
desenho colaborativo multicêntrico. São descritas a metodologia e as diferentes
etapas de desenvolvimento do instrumento original. Por meio de uma metodologia
própria foi realizada a tradução, discussão em grupos com elementos da
comunidade, doentes e profissionais de saúde, seguida de retrotradução. O objetivo
dos grupos focais foi discutir a adequação da tradução e da seleção de itens para
avaliar qualidade de vida em uma cidade brasileira (Porto Alegre). O trabalho em
grupo focal mostrou que o instrumento de avaliação de Qualidade de Vida da
Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100) apresenta condições para aplicação
no Brasil em sua versão original em português.
O desenvolvimento desses elementos conduziu a definição de qualidade de
vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura
25
e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações” (WHOQOL GROUP, 1994).
4.3 APRESENTAÇÃO DO MODELO LINEAR MÚLTIPLO
Uma das preocupações estatísticas ao analisar dados, é a de instituir
exemplos que especifiquem estruturas do fenômeno em observação, as quais
comumente estão combinadas com variações eventuais ou aleatórias. A
identificação dessas estruturas admite avaliar melhor o fenômeno, bem como fazer
declarações sobre prováveis procedimentos do mesmo (BUSSAB, 1988).
Nesse trabalho, a hipótese a ser verificada foi se o estresse nos trabalhadores
em Casas Lotéricas do ES influencia em sua qualidade de vida. Supôs-se que a
variável Qualidade de Vida, chamada de agora em diante de QV, seria a
dependente, e as variáveis independentes seriam estresse, sexo, idade, casado,
filhos, tempo e turno.
4.4 MOTIVAÇÕES DA APLICAÇÃO DO MODELO
O presente estudo buscou identificar se há relação entre os níveis de estresse
dos trabalhadores em Casas Lotéricas na Grande Vitória, no Espírito Santo, com a
qualidade de vida desses atores, por meio de aplicação de questionário. Coletaram-
se dados da amostra com níveis de estresse, qualidade de vida e sócio
demográficos. Para explorar essa relação, propôs-se um modelo linear múltiplo, que
tem o objetivo de entender a relação entre estresse e qualidade de vida dos
26
funcionários das Casas Lotéricas, e se existe diferenças significativas para algumas
variáveis sócias demográficas.
4.4.1 ESTATÍSTICA DESCRITIVA AMOSTRAL
A Tabela 1 apresenta a distribuição da amostra segundo as características
sócias demográficas. Foi coletada uma amostra de 100 funcionários e aplicado os
questionários. Na amostra predominou as seguintes características: sexo feminino
com 85%, 57% são solteiros (as), 45% não têm filhos, 69% têm idade entre 19 e 35
anos, 73% têm apenas ensino médio, 84% são funcionários, 46% têm menos de
dois anos de tempo de emprego e 82% são pessoas que trabalham em apenas um
turno.
27
Tabela 1: Estatística descritiva dos dados sócios demográficos versos indicador estresse e qualidade de Vida.
Variável Descrição N% Estresse Qualidade de Vida
Média Desvio padrão Média Desvio
padrão
Sexo Feminino 85 13,51 3,11 65,87 10,04
Masculino 15 11,13 2,7 67,4 7,78
Estado Civil Solteiro 57 13,46 3,33 66,3 10,17
Casado 43 12,74 2,9 65,84 9,18
Filhos Nenhum filho 45 13,22 2,97 67,78 9,09
Um filho 29 14 3,3 64,1 10,56
Mais de um filho 26 12,08 3,12 65,42 9,65
Idade
19 |---- 27 anos 39 13,77 3,48 67,1 9,77
27 |---- 35 anos 30 13,33 3,19 63,73 11,09
35 |---- 43 anos 23 12,74 2,12 68,22 8,19
43 |---- 51 anos 6 10,5 3,45 63 7,75
> = 51 anos 2 11 1,41 67 0
Grau de Instrução? Ensino fundamental 2 13,5 6,36 58 18,38
Ensino médio 73 13,44 3,27 66,52 9,82
Ensino superior 25 12,28 2,49 65,52 8,93
Posto de Trabalho? Funcionário 84 13,55 3,11 66,32 10,13
Proprietário 16 11,06 2,62 64,94 7,31
Tempo de Serviço < = 2 anos 46 13,11 3,09 67,46 9,63
2 |---- 4 anos 28 14,14 3,24 64,61 11,17
> = 4 anos 26 12,15 2,98 65,31 8,09
Quantos turnos de trabalho?
Um turno 82 13,52 3,07 66,3 9,99
Dois turnos 18 11,44 3,07 65,17 8,51
Fonte: Elaborado pelo autor.
28
Quadro 1: Questionário medidor do índice de estresse no ambiente laboral segundo Karasek.
Fator Perguntas
Requisitado no Trabalho (fator1)
1-Seu trabalho exige rapidez?
2-Seu trabalho é muito árduo?
3-É solicitado a trabalhar excessivamente?
4-Tem tempo suficiente para realizar as suas tarefas?
5- É objeto de pedidos conflituosos?
6- Seu trabalho necessita de concentração intensa?
7-As suas tarefas são interrompidas antes de serem terminadas, necessitando de mais atenção quando retorna?
8- O volume e ritmo de seu trabalho são muito intensos?
9- A espera de trabalho, proveniente da espera por outras pessoas, prejudica o ritmo do seu trabalho?
Autoridade decisória (fator2)
10- Tem opção de escolha de como trabalhar?
11- Possui muita responsabilidade relacionada ao seu trabalho?
12- Pode determinar a ordem do seu trabalho?
13- Pode interromper seu trabalho se preciso?
14- Pode determinar o seu próprio ritmo de trabalho?
Discriminação do trabalho (fator3)
15- O seu trabalho é muito repetitivo?
16- O seu trabalho precisa de muita criatividade?
17- Realiza uma série de tarefas no seu trabalho?
18- Tem oportunidade de desenvolver suas próprias aptidões?
Condições de emprego (fator4)
19- Pode determinar quando começa e para seu trabalho?
20- Pode determinar quando precisa descansar?
21- Pode tirar folgas quando desejar?
22- O seu trabalho é seguro?
23- Existe potencial para crescimento na empresa?
Apoio do Chefe e colegas (fator5)
24- O ambiente de trabalho é bom?
25- Os seus colegas irritam-se frequentemente?
26- Se necessário, pode pedir apoio aos colegas?
27- A gestão diária em seu trabalho e eficaz?
28- A gestão cotidiana tem ideia de seu trabalho?
29- É suficientemente apoiado pelo gestor?
30- Tem informação sobre o desenvolvimento da empresa?
FONTE : Karasek; Job Content Questionnaire and User Guide( 1885)
NOTA: Adaptado pelo Autor
29
No que tange à qualidade de vida, esse indicador foi avaliado, por intermédio
de 20 perguntas de acordo com escala Likert (nada, muito pouco, mais ou menos,
bastante e extremamente), assumindo 1 (nada) e 5 (extremamente) para sentido
positivo e 5 (nada) e 1(extremamente) para sentido negativo. O sentido foi
considerado apenas na tabulação dos dados. A Tabela 2 apresenta as médias
observadas na amostra, tanto os fatores estresse quanto o indicador Qualidade de
Vida.·.
Tabela 2: Média do indicador qualidade de vida e dos fatores do estresse.
Descrição
Qualidade de Vida Total
Fatores do Estresse
Requisitado no
trabalho
Autoridade decisória
Discrim
inação do trabalho
Condições de em
prego
Apoio do C
hefe e colegas
Média Média Média Média Média Média
Sexo Feminino 64,12 6,02 0,44 0,98 4,97 6,06
Masculino 66,00 4,75 0,58 0,92 5,00 5,83
Estado Civil Solteiro 63,38 6,00 0,35 0,89 4,98 6,04
Casado 65,58 5,70 0,60 1,07 4,95 6,02
Filhos? Nenhum filho 64,80 5,91 0,37 0,83 5,00 6,11
Um filho 64,62 6,38 0,38 0,86 4,95 6,05
Mais de um filho 63,48 5,45 0,65 1,26 4,94 5,90
Faixa Etária
19 I---- 27 anos 63,45 6,41 0,31 0,73 5,00 6,10
27 I---- 35 anos 62,88 5,96 0,54 1,25 4,92 6,04
35 I---- 43 anos 67,26 4,89 0,89 1,37 4,95 5,84
Acima 43 anos 68,33 4,17 0,00 0,50 5,00 6,00
Grau de Instrução Ensino fundamental 66,00 5,50 1,00 1,00 5,00 6,00
Ensino médio 63,64 6,05 0,47 1,00 4,96 6,00
Ensino superior 66,71 5,24 0,38 0,86 5,00 6,14
Posto de Trabalho? Funcionário 64,00 6,01 0,36 0,94 4,96 6,09
Proprietário 66,62 4,92 1,08 1,15 5,00 5,62
Tempo de Serviço < 2 anos 63,84 5,93 0,40 1,07 4,93 6,16
2 I---- 4 anos 64,16 6,34 0,34 0,78 5,00 6,00
>= 4 anos 65,71 5,00 0,76 1,05 5,00 5,81
Quantos turnos de trabalho? Um turno 64,13 5,67 0,48 1,00 4,97 5,98
Dois turnos 64,68 6,18 0,42 0,92 4,97 6,11
Nota: Elaborado pelo Autor
30
Cruzando-se os dados sócios demográficos com os fatores do estresse e
qualidade de vida, o indicador estresse, composto por cinco fatores e 30 perguntas,
onde cada pergunta tem duas alternativas, de acordo com método proposto,
recebendo 1 ou 0, com as possíveis respostas variando de acordo com número de
perguntas em cada fator. Por exemplo, o fator1 (requisitado no trabalho) possui nove
perguntas, variando de 0 a 9 pontos.
Para medir a confiabilidade dos fatores estresse e indicador qualidade de
vida, aplicou-se o teste de Alfa de Cronbach. O Alfa de Cronbach é uma “[...]
avaliação habitualmente usada de fiabilidade para um conjunto de dois ou mais
indicadores de construto. As estimações variam entre 0 (zero) a 1,0 (um) com as
medidas mais altas recomendando maior confiabilidade entre os indicadores” (HAIR,
et al., p. 466, 2005).
Tabela 3: Tabela com estatística Alfa de Cronbach.
Variável Fatores Alfa de Cronbach Variação
do indicador
N° de Perguntas
Estresse
Requisitado no trabalho 0,65 0 a 9 9 Autoridade decisória 0,75 0 a 5 5 Discriminação do trabalho 0,28 0 a 4 4 Condições de emprego 0,00 0 a 5 5 Apoio do chefe e colegas 0,45 0 a 7 7
Qualidade de Vida 0,83 20 a 100 20
Nota: Elaborado pelo autor
A qualidade de vida apresentou Alfa de Cronbach de 0,83 e entre os fatores
estresse, dois apresentaram Alfa acima 0,6, um 0,45, um 0,28 e outro 0,00. Hair, et
al., (2005) informa que o limite inferior para o Alfa Cronbach ser aceito é de 0,7
apesar de poder diminuir para 0,6 em pesquisa exploratória, portanto, apenas dois
31
dos cinco fatores de estresse, apresentaram Alfa de Cobranch com níveis
significativos e também o indicador qualidade de vida.
4.4.2 MODELO DE REGRESSÃO
A análise de regressão se ocupa da dependência de uma variável, a variável
dependente, em relação a uma ou mais variáveis, as variáveis explanatórias, com
vistas a estimar e / ou prever o valor médio (população) da primeira em termos dos
valores conhecidos ou fixados (em amostragens repetidas) das segundas
(GUJARATI 2006, pag. 11).
No presente trabalho aplicou-se o modelo de regressão múltiplo, onde as
variáveis independentes envolvem seis variáveis quantitativas e oito qualitativas com
10 dummies. As variáveis categóricas aplicadas foram apresentadas na Tabela 1 e
dummies e suas respectivas codificações são apresentadas no Quadro 2.
Quadro 2: Codificação das variáveis sócio demográficas.
Variável Codificações Variáveis Dummies
Sexo 0 - Feminino e 1 - Masculino
Estado Civil 0 - Solteiro e 1 - Casado
Número de Filhos 0 - <> Um Filho e 1 - Um filho
0 - <> Mais de um filho e 1 - Mais de um filho
Grau de Instrução?
0 - <> Ensino fundamental e 1 - Ensino fundamental
0 - <> Ensino superior e 1 Ensino superior
Posto de Trabalho? 0 - Funcionário e 1 - Proprietário
Tempo de Serviço
0 - <> 2 |---- 4 anos e 1 - 2 |---- 4 anos
0 - > = 4 anos e 1 - > = 4 anos
Quantos turnos de trabalho?
0 - Um turno e 1 - Dois turnos
Nota: Elaborado pelo Autor
32
Cada variável dicotômica representa uma categoria de uma variável
independente não métrica, e qualquer variável não métrica com K categorias pode
ser representada por k-1 variáveis dicotômicas (HAIR 2005, pag. 149). Baseado no
método exposto por Hair (2005), todas as variáveis categóricas foram codificadas.
Hair (2005, pag. 149) apresenta duas formas de codificação de variáveis
dicotômicas, codificação indicadora e codificação de efeito. Nesse trabalho aplicou-
se o método decodificação indicadora.
Os coeficientes de regressão para as variáveis dicotômicas representam
diferenças entre médias para cada grupo de respondentes formado por uma variável
dicotômica em relação à categoria de referência (isto é, o grupo omitido que recebeu
todos os zeros) na variável dependente. Essas diferenças de grupos podem ser
avaliadas diretamente, uma vez que os coeficientes estão nas mesmas unidades da
variável dependente. Essa forma de codificação também pode ser descrita como
diferentes interceptos para os vários grupos (HAIR 2005, pag. 149).
4.4.3 MODELO DE REGRESSÃO MÚLTIPLA
Modelo 1: Qualidade de vida em função dos fatores de estresse + idade
(quantitativa) + variáveis dummys.
O primeiro modelo busca investigar a relação entre a qualidade de vida e
estresse laboral, e se existe influência significativa das variáveis sócio demográfica
nessa relação. Portanto, a equação (1) expõe o modelo de regressão múltiplo que
serviu como referência buscando respostas aos problemas expostos na presente
pesquisa. As variáveis quantitativas da pesquisa são Qualidade de Vida (QV),
Estresse (com cinco fatores: requisitando no trabalho, autoridade decisória,
discriminação no trabalho, condições de emprego e apoio de chefe e colegas) e
33
Idade; e as categóricas (Dummies): sexo, quantidade de filhos, estado civil, tempo
de serviço, grau de instrução, turno de trabalho e posto de trabalho.
Onde,
= Indicador qualidade de vida observado no i-ésimo indivíduo da amostra.
= Indicador requisitado no trabalho observado no i-ésimo indivíduo da amostra.
= Indicador autoridade decisória observado no i-ésimo indivíduo da amostra.
= Indicador discriminado no trabalho o observado no i-ésimo indivíduo da amostra.
= Indicador condições no emprego observado no i-ésimo indivíduo da amostra.
= Indicador apoio de chefe e colegas observado no i-ésimo indivíduo da amostra.
= Idade observada no i-ésimo indivíduo da amostra.
= 1 – se i-ésimo indivíduo da amostra ser do sexo masculino e 0 – sexo feminino.
= 1 – se i-ésimo indivíduo da amostra tem um filho e 0 – caso contrário.
34
= 1 – se i-ésimo indivíduo da amostra tem mais de um filho e 0 – caso contrário.
= 1 – se i-ésimo casado e 0 – solteiro.
= 1 – se i-ésimo indivíduo da amostra tem entre 2 a 4 anos de tempo de serviço e 0 –
caso contrário. = 1 – se i-ésimo indivíduo da amostra tem ais de 4 anos de tempo de
serviço e 0 – caso contrário.
= 1 – se i-ésimo indivíduo da amostra tem ensino fundamental e 0 – caso contrário.
= 1 – se i-ésimo indivíduo da amostra tem ensino superior e 0 – caso contrário.
= 1 – se i-ésimo indivíduo da amostra trabalha em dois turnos e 0 – caso contrário.
= 1 – se i-ésimo indivíduo da amostra é proprietário e 0 – caso contrário.
Capítulo 5
5 RESULTADOS
A Tabela 4 apresenta os coeficientes estimados do modelo, erro padrão dos
coeficientes e também a estatística t-student, onde nesse último verifica se que os
coeficientes são significativos ou não. De acordo com resultados observados na
tabela 4, apenas a constante, fator1 (requisitado no trabalho) e fator2 (autoridade
decisória) se mostraram significativos no modelo. Na estatística de avaliação geral
do modelo, este não se apresentou significativo.
Tabela 4 Análise de Regressão para Qualidade – Modelo 1.
Coeficiente (Beta) Erro Padrão (Beta) t p-valor
Constante 64,38 30,56 2,11 0,04
-1,30 0,55 -2,38 0,02
-3,71 1,68 -2,21 0,03
1,14 1,50 0,76 0,45
2,35 5,83 0,40 0,69
-1,05 1,12 -0,94 0,35
Idade 0,19 0,18 1,05 0,30 D₇ -4,25 3,91 -1,09 0,28 D₈ -1,35 2,54 -0,53 0,60 D₉ -4,41 2,84 -1,55 0,12 D₁₀ 2,40 2,04 1,18 0,24 D₁₁ 1,18 2,40 0,49 0,62 D₁₂ -0,23 3,21 -0,07 0,94 D₁₃ -2,70 6,72 -0,40 0,69 D₁₄ -3,31 7,16 -0,46 0,64 D₁₅ 1,14 2,06 0,55 0,58 D₁₆ 3,44 4,93 0,70 0,49
R² = 0,22 Estatística F = 1,45
R² ajustado = 0,07 p-valor = 0,14
Fonte: Elaborado pelo autor.
36
Analisando o significado dos coeficientes estimados βi’s, que, para o
coeficiente β1=-1,30 (fator1: requisitado no trabalho), o aumento de ponto desse fator
de estresse, a variável QV decai de 1,30 mantendo-se o efeito das outras variáveis
constantes (quanto menor o estresse maior o QV).
O mesmo raciocínio aplica-se ao fator2 (autoridade decisória), que analisa o
poder de decisão do funcionário. No modelo, este apresentou uma relação inversa
com indicador Qualidade de Vida, quanto maior a autoridade decisória, mais agrava
o nível de Qualidade de Vida.
Em função dos resultados não significativos observados no modelo 1 e
também baixos Alfa de Crobanch evidenciado nos fatores 1, 2 e 3 de estresse,
decidiu-se desenvolver o modelo 2 a seguir, excluído os fatores citados linha acima.
Modelo 2: Qualidade de vida em função do fator1 (requisitado no trabalho) +
fator2 (autoridade decisória) + idade (quantitativa) + variáveis dummys.
O entendimento de cada variável é o mesmo apresentado no modelo 1.
A Tabela 5 apresenta ainda os coeficientes estimados do modelo2, erro
padrão e também a estatística t-student, onde este último verifica se os coeficientes
são significativos ou não. De acordo com resultados observados na tabela 5,
novamente apenas o fator1 (requisitado no trabalho) e fator2 (autoridade decisória)
37
se mostraram significativos no modelo. Diferente do primeiro modelo, este se
apresentou significativo ao nível de 10%.
Tabela 5 Análise de Regressão para Qualidade – Modelo 2.
Coeficiente (Beta) Erro Padrão (Beta) t p-valor
Constante 68,94 9,39 7,35 0,00 Fator1 -1,33 0,54 -2,49 0,01 Fator2 -2,40 1,08 -2,22 0,03 Idade 0,21 0,18 1,21 0,23 D₇ -4,12 3,86 -1,07 0,29 D₈ -1,35 2,49 -0,54 0,59 D₉ -4,33 2,73 -1,58 0,12 D₁₀ 2,09 1,99 1,05 0,30 D₁₁ 1,39 2,27 0,61 0,54 D₁₂ -0,32 3,07 -0,10 0,92 D₁₃ -1,80 6,59 -0,27 0,79 D₁₄ -2,44 7,03 -0,35 0,73 D₁₅ 1,10 2,03 0,54 0,59 D₁₆ 3,16 4,86 0,65 0,52
R² = 0,21 Estatística F = 1,74
R² ajustado = 0,09 p-valor = 0,07
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para ambos os modelos, foram analisado os resíduos, através do histograma
gráfico de probabilidade normal. Com essa análise gráfica, conclui-se que as
principais suposições do modelo de regressão foram respeitadas: (i) o erro com
distribuição normal, com média zero e variância constante (homocedástica) e (ii) os
erros associados com quaisquer pares de observações são independentes
(BUSSAB, 1988).
Capítulo 6
6 CONCLUSÃO
A partir da pesquisa empírica, verificou-se que a criação das Redes de
Atendimentos, ou chamados Correspondentes Bancários, tiveram transferidos dos
Bancos para si, principalmente as Casas Lotéricas, que prestam serviços mais
extensos do que os demais CBs, serviços além daqueles transferidos e
comissionados, como carro forte para recolhimento de numerário que se fez
necessário em face da grande circulação de numerário em espécie, viabilizando
assaltos hoje muito frequentes nesse segmento, tornando o ambiente de trabalho
cada vez mais tenso; além disso, ficou evidenciado pelo questionário de medição do
nível de estresse que os funcionários possuem um nível mais elevado nas
dimensões de Requisito do Trabalho e Autoridade Decisória, razões que podem
gerar o início do fenômeno estresse.
Outra abordagem relevante para o estudo foi o número de postos de
correspondentes Bancários da Caixa Econômica Federal, ou seja, Casas Lotéricas,
espalhados pelo Brasil, de 10.691, com média de quatro funcionários por posto,
totalizando 42.764 trabalhadores, além das características de trabalho, (repetitivo,
sem autonomia, sem segurança, falta de perspectiva de crescimento), mais 150 mil
dos postos das demais Instituições Bancárias, um número razoável para
considerarmos para uma pesquisa mais robusta.
O estudo confirmou a relação do estresse laboral com a qualidade de vida,
embora visualizada apenas em dois dos cincos fatores estudados, o que merece
39
uma abordagem maior e uma amostra mais significativa em uma próxima pesquisa,
considerando ainda as 49 questões do questionário de Karasek.
O presente estudo concebe a cessão dos estudos sobre estresse e qualidade
de vida, lançando luz sobre uma brecha existente em relação à pequena incidência
ou mesmo quase inexistência de estudos sobre o segmento de casas lotéricas.
Em futuras pesquisas sugerem-se estudos amplos com amostras maiores, e
fatorial em ambos os questionários, objetivando identificar com eficácia não só os
fatores causadores de nível de estresse, mas também em qual dimensão da
qualidade de vida ele mais interfere. Para as Casas Lotéricas, sugere-se treino de
controle de estresse para todos os atendentes, o envolvimento dos sindicatos para
promoção de palestras sobre exercícios, bons hábitos para o bem-estar físico e
emocional, mais a realização de pesquisas sobre satisfação dos associados em
relação à empresa e ao trabalho, mostrando ao Banco em que são Correspondentes
Bancários para tentar negociações que melhorem as condições de trabalho.
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Quadro3: Questionário para medição do nível de Qualidade de Vida.
Perguntas para Avaliação de Qualidade de Vida Nada Muito Pouco
Mais ou Menos Bastante Extremamente Sentido
1 - Quanto você se preocupa com sua saúde? 1 2 3 4 5 Negativo
2 - Você se preocupa com sua dor ou desconforto (físico)? 1 2 3 4 5 Negativo
3 - Quão difícil é para você lidar com alguma dor ou desconforto? 1 2 3 4 5 Negativo
4 - Quão facilmente você fica cansada 1 2 3 4 5 Negativo
5 - O quanto se sente incomodado (a) pelo cansaço? 1 2 3 4 5 Negativo
6 - Você tem alguma dificuldade para dormir (com o sono)? 1 2 3 4 5 Negativo
7 - O quanto você aproveita a vida? 1 2 3 4 5 Positivo
8 - Quão otimista você se sente em relação ao futuro? 1 2 3 4 5 Positivo
9 - O quanto você experimenta sentimentos positivos em sua vida? 1 2 3 4 5 Positivo
10 - O quanto consegue se concentrar? 1 2 3 4 5 Positivo
11 - O quanto você se valoriza 1 2 3 4 5 Positivo
12 - Quanta confiança você tem em si mesmo? 1 2 3 4 5 Positivo
13 - Você se sente inibido (a) com sua aparência? 1 2 3 4 5 Negativo 14 - Quanto algum sentimento de tristeza ou depressão interfere no seu
dia a dia? 1 2 3 4 5 Negativo
15 - O quão sozinho você se sente em sua vida 1 2 3 4 5 Negativo 16 - Você se sente incomodado (a) por alguma dificuldade na vida
sexual? 1 2 3 4 5 Negativo
17 - Você tem alguma dificuldade financeira? 1 2 3 4 5 Negativo
18 - O quanto você se preocupa com dinheiro 1 2 3 4 5 Negativo
19 - O quanto você aproveita seu tempo Livre? 1 2 3 4 5 Positivo 20 - Quão saudável é seu ambiente físico (clima, barulho, poluição,
atrativos)? 1 2 3 4 5 Positivo
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