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CENTRO UNIVERSITAacuteRIO NEWTON PAIVA
FACULDADE DE CIEcircNCIAS EXATAS E TECNOLOacuteGICAS ndash FACET
CURSO ENGENHARIA CIVIL
ELLEN THUANY DOS SANTOS MARQUES
MARIELA SOUSA GOMES SILVA
SIDNEY CEacuteSAR ACAacuteCIO
GESTAtildeO DE DRENAGEM URBANA NO CONTROLE DE
ENCHENTES captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas
pluviais
BELO HORIZONTE
2015
Ellen Thuany Dos Santos Marques
Mariela Sousa Gomes Silva
Sidney Ceacutesar Acaacutecio
GESTAtildeO DE DRENAGEM URBANA NO CONTROLE DE
ENCHENTES captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas
pluviais
Monografia apresentada ao curso de Engenharia Civil da Faculdade de Ciecircncias Extadas e Tecnoloacutegicas do Centro Universitaacuterio Newton Paiva como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de bacharel em Engenharia Civil Aacuterea de concentraccedilatildeo Engenharia Civil Orientador Prof Maacutercio Augusto Lima Teodoro Orientadora Metodoloacutegica Prof Vanderleacutea Martins da Rocha
Belo Horizonte
2015
3
A todos aqueles que defendem a ocupaccedilatildeo de forma consciente buscando minimizar os impactos ambientais comprometidos com as geraccedilotildees futuras tendo como principais valores a eacutetica e a disciplina
4
AGRADECIMENTO
A Deus por ter nos dado forccedila e sauacutede para superar as dificuldades
Aos nossos familiares e amigos que nos apoiaram nas horas difiacuteceis de desacircnimo e
cansaccedilo e compreenderam os momentos de nossa ausecircncia
Ao professor orientador Maacutercio Augusto Lima Teodoro pela dedicaccedilatildeo e acreditar no
nosso potencial
Agrave professora Vanderleacutea Martins da Rocha pelo suporte de suas correccedilotildees e incentivo
que tornaram possiacutevel a conclusatildeo do TCC
A todos os mestres do curso de Engenharia Civil da Instituiccedilatildeo Newton Paiva aos
quais sem nominar nossos eternos agradecimentos na conclusatildeo do nosso trabalho
Ao gerente teacutecnico Otaacutevio Goes da Minas Arena e sua equipe pelas informaccedilotildees
teacutecnicas fornecidas
5
ldquoEsta chuva passageira que natildeo passa e este solo aparentemente bem cuidado mas impermeaacutevel Eacute a cidade urbanizada com seus efeitos e defeitos em que a natureza muitas vezes se torna inimigardquo
Sidney Ceacutesar Acaacutecio
6
RESUMO Com o crescimento populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades evoluiacuteram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental intensificando-se os impactos causados pela ocupaccedilatildeo antroacutepica em ambientes naturais exemplo destes mudanccedilas no ciclo hidroloacutegico perceptiacuteveis no aumento e severidade de inundaccedilotildees Este trabalho tem como objetivo o estudo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem urbana para o controle de enchentes Seratildeo abordados conteuacutedos de grande relevacircncia tais como diferenccedila dos conceitos das teacutecnicas de drenagem convencionais e natildeo convencionais aspectos impactos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem obras de captaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua pluvial A aplicaccedilatildeo de teacutecnicas de reservaccedilatildeo dos escoamentos ao inveacutes de canalizaccedilatildeo torna-se obrigatoacuterio com leis decretadas que fomentam o uso e ocupaccedilatildeo sustentaacutevel para a populaccedilatildeo A implantaccedilatildeo dos meacutetodos natildeo convencionais demonstra viabilidade teacutecnica e econocircmica no controle das enchentes Palavras-chave Drenagem Urbana Captaccedilatildeo de Aacutegua Armazenamento e Reuso de Aacuteguas Pluviais
7
ABSTRACT
With population growth and hence the intensification of urbanization many cities have evolved without prior urban-environmental planning intensifying the impacts caused by human occupation in natural environments such example changes in the hydrological cycle noticeable on the increase and severity of floods This work aims the study of unconventional techniques in the urban drainage system for flood control Highly relevant content will be addressed such as difference from the conventional concepts and techniques drainage nonconventional aspects effects and basic elements of the drainage system water catchment storage and reuse of rainwater The application of the reservation flow techniques rather than channeling becomes binding with enacted laws that encourage sustainable use and occupation for the population The deployment of unconventional methods demonstrate technical and economic feasibility in flood control Keywords Urban Drainage Water catchment Storage and reuse rainwater
8
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADE ndash Aacuterea de Diretrizes Especiais
AR1 - Arquitetura_Externa
AR2 - Arquitetura_Interna-Estadio
Av - Avenida
COMFORCcedilAS ndash Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo
COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais
cm ndash Unidade de Medida em Centiacutemetro
COMDEC - Coordenadoria Municipal de Defesa Civil
CDPCM - Conselho Deliberativo do Patrimocircnio Cultural
COMPUR - Conselho Municipal de Poliacutetica Urbana
CV ndash Sigla de Medida em Inglecircs quer dizer ldquoCavalo Vaporrdquo
Ex - Exemplo
HID ndash Hidraacuteulica
Hman ndash Altura Manomeacutetrica
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
IHE ndash Institute for Water Education
KSB - Fabricante da Bomba
LPUOS ndash Lei de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo
msup2 - Unidade de Medida em Metro Quadro
msup3 - Unidade Medida em Metro Cubico
mca ndash Metro de Coluna de Aacutegua
9
msup3h ndash Metro Cuacutebico por hora
NBR ndash Norma Brasileira
P ndash Potecircncia
PBH ndash Prefeitura de Belo Horizonte
PDDBH - Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte
PVC - Policloreto de Vinila
Q ndash Vazatildeo (ou fluxo volumeacutetrico)
SIG - Soluccedilotildees Integrada de Gestatildeo
SUDECAP - Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital
SWITCH ndash Sustainable Water Management Improves Tomorrow Citiesrsquo Health
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
V - Volts
ZA ndash Zona Adensada
ZAP ndash Zona Adensamento Preferencial
ZARs ndash Zonas de Adensamento Restrito
ZCs - Zonas Centrais
ZEs ndash Zona de Grandes Equipamentos
ZEISs ndash Zonas Especiais de Interesse Social
ZPAM ndash Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental
ᶲ - Diacircmetro
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 18
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de
escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio
19
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) 24
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte 25
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura
da Rua Paracatu 26
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas
Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963 26
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo 38
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 40
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 41
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta 42
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) 43
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 43
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) 44
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes
Franccedila 46
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile 46
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo 47
Figura 17 ndash Lona da cobertura 50
Figura 18 ndash Laje 50
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido 51
Figura 20- Registro de duto de entrada aacutegua do reservatoacuterio 51
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial 51
Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro 51
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 52
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso 52
Figura 27ndash Hidrocircmetro 52
11
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte 27
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte
29
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo 39
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo 41
12
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
11 Objetivo 14
111 Objetivo geral 14
112 Objetivo especifico 15
12 Justificativa 15
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas 17
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem 20
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades 29
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais 36
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos 39
242 Disposiccedilatildeo no local 40
243 Controle de entrada 44
244 Detenccedilatildeo a jusante 45
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 49
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS 53
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica 53
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo 54
421 Anaacutelise estudo de casos 55
43 Melhoria do Mineiratildeo 57
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio 60
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62
REFEREcircNCIAS 63
ANEXO A 67
ANEXO B 68
ANEXO C 69
ANEXO D 70
ANEXO E 71
ANEXO F 72
ANEXO G 73
ANEXO I 75
ANEXO J 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
VIOLA Heitor Gestatildeo de aacuteguas pluviais em aacutereas urbanas ndash o estudo de caso da
Cidade do samba Disponiacutevel em
httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf Acesso em 30 de agos2015
RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
Ellen Thuany Dos Santos Marques
Mariela Sousa Gomes Silva
Sidney Ceacutesar Acaacutecio
GESTAtildeO DE DRENAGEM URBANA NO CONTROLE DE
ENCHENTES captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas
pluviais
Monografia apresentada ao curso de Engenharia Civil da Faculdade de Ciecircncias Extadas e Tecnoloacutegicas do Centro Universitaacuterio Newton Paiva como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de bacharel em Engenharia Civil Aacuterea de concentraccedilatildeo Engenharia Civil Orientador Prof Maacutercio Augusto Lima Teodoro Orientadora Metodoloacutegica Prof Vanderleacutea Martins da Rocha
Belo Horizonte
2015
3
A todos aqueles que defendem a ocupaccedilatildeo de forma consciente buscando minimizar os impactos ambientais comprometidos com as geraccedilotildees futuras tendo como principais valores a eacutetica e a disciplina
4
AGRADECIMENTO
A Deus por ter nos dado forccedila e sauacutede para superar as dificuldades
Aos nossos familiares e amigos que nos apoiaram nas horas difiacuteceis de desacircnimo e
cansaccedilo e compreenderam os momentos de nossa ausecircncia
Ao professor orientador Maacutercio Augusto Lima Teodoro pela dedicaccedilatildeo e acreditar no
nosso potencial
Agrave professora Vanderleacutea Martins da Rocha pelo suporte de suas correccedilotildees e incentivo
que tornaram possiacutevel a conclusatildeo do TCC
A todos os mestres do curso de Engenharia Civil da Instituiccedilatildeo Newton Paiva aos
quais sem nominar nossos eternos agradecimentos na conclusatildeo do nosso trabalho
Ao gerente teacutecnico Otaacutevio Goes da Minas Arena e sua equipe pelas informaccedilotildees
teacutecnicas fornecidas
5
ldquoEsta chuva passageira que natildeo passa e este solo aparentemente bem cuidado mas impermeaacutevel Eacute a cidade urbanizada com seus efeitos e defeitos em que a natureza muitas vezes se torna inimigardquo
Sidney Ceacutesar Acaacutecio
6
RESUMO Com o crescimento populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades evoluiacuteram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental intensificando-se os impactos causados pela ocupaccedilatildeo antroacutepica em ambientes naturais exemplo destes mudanccedilas no ciclo hidroloacutegico perceptiacuteveis no aumento e severidade de inundaccedilotildees Este trabalho tem como objetivo o estudo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem urbana para o controle de enchentes Seratildeo abordados conteuacutedos de grande relevacircncia tais como diferenccedila dos conceitos das teacutecnicas de drenagem convencionais e natildeo convencionais aspectos impactos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem obras de captaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua pluvial A aplicaccedilatildeo de teacutecnicas de reservaccedilatildeo dos escoamentos ao inveacutes de canalizaccedilatildeo torna-se obrigatoacuterio com leis decretadas que fomentam o uso e ocupaccedilatildeo sustentaacutevel para a populaccedilatildeo A implantaccedilatildeo dos meacutetodos natildeo convencionais demonstra viabilidade teacutecnica e econocircmica no controle das enchentes Palavras-chave Drenagem Urbana Captaccedilatildeo de Aacutegua Armazenamento e Reuso de Aacuteguas Pluviais
7
ABSTRACT
With population growth and hence the intensification of urbanization many cities have evolved without prior urban-environmental planning intensifying the impacts caused by human occupation in natural environments such example changes in the hydrological cycle noticeable on the increase and severity of floods This work aims the study of unconventional techniques in the urban drainage system for flood control Highly relevant content will be addressed such as difference from the conventional concepts and techniques drainage nonconventional aspects effects and basic elements of the drainage system water catchment storage and reuse of rainwater The application of the reservation flow techniques rather than channeling becomes binding with enacted laws that encourage sustainable use and occupation for the population The deployment of unconventional methods demonstrate technical and economic feasibility in flood control Keywords Urban Drainage Water catchment Storage and reuse rainwater
8
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADE ndash Aacuterea de Diretrizes Especiais
AR1 - Arquitetura_Externa
AR2 - Arquitetura_Interna-Estadio
Av - Avenida
COMFORCcedilAS ndash Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo
COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais
cm ndash Unidade de Medida em Centiacutemetro
COMDEC - Coordenadoria Municipal de Defesa Civil
CDPCM - Conselho Deliberativo do Patrimocircnio Cultural
COMPUR - Conselho Municipal de Poliacutetica Urbana
CV ndash Sigla de Medida em Inglecircs quer dizer ldquoCavalo Vaporrdquo
Ex - Exemplo
HID ndash Hidraacuteulica
Hman ndash Altura Manomeacutetrica
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
IHE ndash Institute for Water Education
KSB - Fabricante da Bomba
LPUOS ndash Lei de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo
msup2 - Unidade de Medida em Metro Quadro
msup3 - Unidade Medida em Metro Cubico
mca ndash Metro de Coluna de Aacutegua
9
msup3h ndash Metro Cuacutebico por hora
NBR ndash Norma Brasileira
P ndash Potecircncia
PBH ndash Prefeitura de Belo Horizonte
PDDBH - Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte
PVC - Policloreto de Vinila
Q ndash Vazatildeo (ou fluxo volumeacutetrico)
SIG - Soluccedilotildees Integrada de Gestatildeo
SUDECAP - Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital
SWITCH ndash Sustainable Water Management Improves Tomorrow Citiesrsquo Health
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
V - Volts
ZA ndash Zona Adensada
ZAP ndash Zona Adensamento Preferencial
ZARs ndash Zonas de Adensamento Restrito
ZCs - Zonas Centrais
ZEs ndash Zona de Grandes Equipamentos
ZEISs ndash Zonas Especiais de Interesse Social
ZPAM ndash Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental
ᶲ - Diacircmetro
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 18
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de
escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio
19
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) 24
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte 25
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura
da Rua Paracatu 26
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas
Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963 26
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo 38
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 40
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 41
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta 42
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) 43
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 43
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) 44
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes
Franccedila 46
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile 46
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo 47
Figura 17 ndash Lona da cobertura 50
Figura 18 ndash Laje 50
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido 51
Figura 20- Registro de duto de entrada aacutegua do reservatoacuterio 51
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial 51
Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro 51
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 52
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso 52
Figura 27ndash Hidrocircmetro 52
11
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte 27
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte
29
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo 39
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo 41
12
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
11 Objetivo 14
111 Objetivo geral 14
112 Objetivo especifico 15
12 Justificativa 15
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas 17
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem 20
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades 29
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais 36
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos 39
242 Disposiccedilatildeo no local 40
243 Controle de entrada 44
244 Detenccedilatildeo a jusante 45
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 49
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS 53
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica 53
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo 54
421 Anaacutelise estudo de casos 55
43 Melhoria do Mineiratildeo 57
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio 60
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62
REFEREcircNCIAS 63
ANEXO A 67
ANEXO B 68
ANEXO C 69
ANEXO D 70
ANEXO E 71
ANEXO F 72
ANEXO G 73
ANEXO I 75
ANEXO J 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
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Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
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65
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2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
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REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
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2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
3
A todos aqueles que defendem a ocupaccedilatildeo de forma consciente buscando minimizar os impactos ambientais comprometidos com as geraccedilotildees futuras tendo como principais valores a eacutetica e a disciplina
4
AGRADECIMENTO
A Deus por ter nos dado forccedila e sauacutede para superar as dificuldades
Aos nossos familiares e amigos que nos apoiaram nas horas difiacuteceis de desacircnimo e
cansaccedilo e compreenderam os momentos de nossa ausecircncia
Ao professor orientador Maacutercio Augusto Lima Teodoro pela dedicaccedilatildeo e acreditar no
nosso potencial
Agrave professora Vanderleacutea Martins da Rocha pelo suporte de suas correccedilotildees e incentivo
que tornaram possiacutevel a conclusatildeo do TCC
A todos os mestres do curso de Engenharia Civil da Instituiccedilatildeo Newton Paiva aos
quais sem nominar nossos eternos agradecimentos na conclusatildeo do nosso trabalho
Ao gerente teacutecnico Otaacutevio Goes da Minas Arena e sua equipe pelas informaccedilotildees
teacutecnicas fornecidas
5
ldquoEsta chuva passageira que natildeo passa e este solo aparentemente bem cuidado mas impermeaacutevel Eacute a cidade urbanizada com seus efeitos e defeitos em que a natureza muitas vezes se torna inimigardquo
Sidney Ceacutesar Acaacutecio
6
RESUMO Com o crescimento populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades evoluiacuteram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental intensificando-se os impactos causados pela ocupaccedilatildeo antroacutepica em ambientes naturais exemplo destes mudanccedilas no ciclo hidroloacutegico perceptiacuteveis no aumento e severidade de inundaccedilotildees Este trabalho tem como objetivo o estudo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem urbana para o controle de enchentes Seratildeo abordados conteuacutedos de grande relevacircncia tais como diferenccedila dos conceitos das teacutecnicas de drenagem convencionais e natildeo convencionais aspectos impactos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem obras de captaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua pluvial A aplicaccedilatildeo de teacutecnicas de reservaccedilatildeo dos escoamentos ao inveacutes de canalizaccedilatildeo torna-se obrigatoacuterio com leis decretadas que fomentam o uso e ocupaccedilatildeo sustentaacutevel para a populaccedilatildeo A implantaccedilatildeo dos meacutetodos natildeo convencionais demonstra viabilidade teacutecnica e econocircmica no controle das enchentes Palavras-chave Drenagem Urbana Captaccedilatildeo de Aacutegua Armazenamento e Reuso de Aacuteguas Pluviais
7
ABSTRACT
With population growth and hence the intensification of urbanization many cities have evolved without prior urban-environmental planning intensifying the impacts caused by human occupation in natural environments such example changes in the hydrological cycle noticeable on the increase and severity of floods This work aims the study of unconventional techniques in the urban drainage system for flood control Highly relevant content will be addressed such as difference from the conventional concepts and techniques drainage nonconventional aspects effects and basic elements of the drainage system water catchment storage and reuse of rainwater The application of the reservation flow techniques rather than channeling becomes binding with enacted laws that encourage sustainable use and occupation for the population The deployment of unconventional methods demonstrate technical and economic feasibility in flood control Keywords Urban Drainage Water catchment Storage and reuse rainwater
8
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADE ndash Aacuterea de Diretrizes Especiais
AR1 - Arquitetura_Externa
AR2 - Arquitetura_Interna-Estadio
Av - Avenida
COMFORCcedilAS ndash Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo
COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais
cm ndash Unidade de Medida em Centiacutemetro
COMDEC - Coordenadoria Municipal de Defesa Civil
CDPCM - Conselho Deliberativo do Patrimocircnio Cultural
COMPUR - Conselho Municipal de Poliacutetica Urbana
CV ndash Sigla de Medida em Inglecircs quer dizer ldquoCavalo Vaporrdquo
Ex - Exemplo
HID ndash Hidraacuteulica
Hman ndash Altura Manomeacutetrica
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
IHE ndash Institute for Water Education
KSB - Fabricante da Bomba
LPUOS ndash Lei de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo
msup2 - Unidade de Medida em Metro Quadro
msup3 - Unidade Medida em Metro Cubico
mca ndash Metro de Coluna de Aacutegua
9
msup3h ndash Metro Cuacutebico por hora
NBR ndash Norma Brasileira
P ndash Potecircncia
PBH ndash Prefeitura de Belo Horizonte
PDDBH - Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte
PVC - Policloreto de Vinila
Q ndash Vazatildeo (ou fluxo volumeacutetrico)
SIG - Soluccedilotildees Integrada de Gestatildeo
SUDECAP - Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital
SWITCH ndash Sustainable Water Management Improves Tomorrow Citiesrsquo Health
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
V - Volts
ZA ndash Zona Adensada
ZAP ndash Zona Adensamento Preferencial
ZARs ndash Zonas de Adensamento Restrito
ZCs - Zonas Centrais
ZEs ndash Zona de Grandes Equipamentos
ZEISs ndash Zonas Especiais de Interesse Social
ZPAM ndash Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental
ᶲ - Diacircmetro
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 18
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de
escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio
19
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) 24
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte 25
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura
da Rua Paracatu 26
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas
Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963 26
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo 38
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 40
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 41
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta 42
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) 43
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 43
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) 44
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes
Franccedila 46
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile 46
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo 47
Figura 17 ndash Lona da cobertura 50
Figura 18 ndash Laje 50
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido 51
Figura 20- Registro de duto de entrada aacutegua do reservatoacuterio 51
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial 51
Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro 51
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 52
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso 52
Figura 27ndash Hidrocircmetro 52
11
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte 27
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte
29
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo 39
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo 41
12
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
11 Objetivo 14
111 Objetivo geral 14
112 Objetivo especifico 15
12 Justificativa 15
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas 17
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem 20
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades 29
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais 36
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos 39
242 Disposiccedilatildeo no local 40
243 Controle de entrada 44
244 Detenccedilatildeo a jusante 45
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 49
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS 53
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica 53
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo 54
421 Anaacutelise estudo de casos 55
43 Melhoria do Mineiratildeo 57
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio 60
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62
REFEREcircNCIAS 63
ANEXO A 67
ANEXO B 68
ANEXO C 69
ANEXO D 70
ANEXO E 71
ANEXO F 72
ANEXO G 73
ANEXO I 75
ANEXO J 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
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Municiacutepio Belo Horizonte 2010
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Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
4
AGRADECIMENTO
A Deus por ter nos dado forccedila e sauacutede para superar as dificuldades
Aos nossos familiares e amigos que nos apoiaram nas horas difiacuteceis de desacircnimo e
cansaccedilo e compreenderam os momentos de nossa ausecircncia
Ao professor orientador Maacutercio Augusto Lima Teodoro pela dedicaccedilatildeo e acreditar no
nosso potencial
Agrave professora Vanderleacutea Martins da Rocha pelo suporte de suas correccedilotildees e incentivo
que tornaram possiacutevel a conclusatildeo do TCC
A todos os mestres do curso de Engenharia Civil da Instituiccedilatildeo Newton Paiva aos
quais sem nominar nossos eternos agradecimentos na conclusatildeo do nosso trabalho
Ao gerente teacutecnico Otaacutevio Goes da Minas Arena e sua equipe pelas informaccedilotildees
teacutecnicas fornecidas
5
ldquoEsta chuva passageira que natildeo passa e este solo aparentemente bem cuidado mas impermeaacutevel Eacute a cidade urbanizada com seus efeitos e defeitos em que a natureza muitas vezes se torna inimigardquo
Sidney Ceacutesar Acaacutecio
6
RESUMO Com o crescimento populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades evoluiacuteram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental intensificando-se os impactos causados pela ocupaccedilatildeo antroacutepica em ambientes naturais exemplo destes mudanccedilas no ciclo hidroloacutegico perceptiacuteveis no aumento e severidade de inundaccedilotildees Este trabalho tem como objetivo o estudo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem urbana para o controle de enchentes Seratildeo abordados conteuacutedos de grande relevacircncia tais como diferenccedila dos conceitos das teacutecnicas de drenagem convencionais e natildeo convencionais aspectos impactos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem obras de captaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua pluvial A aplicaccedilatildeo de teacutecnicas de reservaccedilatildeo dos escoamentos ao inveacutes de canalizaccedilatildeo torna-se obrigatoacuterio com leis decretadas que fomentam o uso e ocupaccedilatildeo sustentaacutevel para a populaccedilatildeo A implantaccedilatildeo dos meacutetodos natildeo convencionais demonstra viabilidade teacutecnica e econocircmica no controle das enchentes Palavras-chave Drenagem Urbana Captaccedilatildeo de Aacutegua Armazenamento e Reuso de Aacuteguas Pluviais
7
ABSTRACT
With population growth and hence the intensification of urbanization many cities have evolved without prior urban-environmental planning intensifying the impacts caused by human occupation in natural environments such example changes in the hydrological cycle noticeable on the increase and severity of floods This work aims the study of unconventional techniques in the urban drainage system for flood control Highly relevant content will be addressed such as difference from the conventional concepts and techniques drainage nonconventional aspects effects and basic elements of the drainage system water catchment storage and reuse of rainwater The application of the reservation flow techniques rather than channeling becomes binding with enacted laws that encourage sustainable use and occupation for the population The deployment of unconventional methods demonstrate technical and economic feasibility in flood control Keywords Urban Drainage Water catchment Storage and reuse rainwater
8
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADE ndash Aacuterea de Diretrizes Especiais
AR1 - Arquitetura_Externa
AR2 - Arquitetura_Interna-Estadio
Av - Avenida
COMFORCcedilAS ndash Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo
COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais
cm ndash Unidade de Medida em Centiacutemetro
COMDEC - Coordenadoria Municipal de Defesa Civil
CDPCM - Conselho Deliberativo do Patrimocircnio Cultural
COMPUR - Conselho Municipal de Poliacutetica Urbana
CV ndash Sigla de Medida em Inglecircs quer dizer ldquoCavalo Vaporrdquo
Ex - Exemplo
HID ndash Hidraacuteulica
Hman ndash Altura Manomeacutetrica
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
IHE ndash Institute for Water Education
KSB - Fabricante da Bomba
LPUOS ndash Lei de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo
msup2 - Unidade de Medida em Metro Quadro
msup3 - Unidade Medida em Metro Cubico
mca ndash Metro de Coluna de Aacutegua
9
msup3h ndash Metro Cuacutebico por hora
NBR ndash Norma Brasileira
P ndash Potecircncia
PBH ndash Prefeitura de Belo Horizonte
PDDBH - Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte
PVC - Policloreto de Vinila
Q ndash Vazatildeo (ou fluxo volumeacutetrico)
SIG - Soluccedilotildees Integrada de Gestatildeo
SUDECAP - Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital
SWITCH ndash Sustainable Water Management Improves Tomorrow Citiesrsquo Health
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
V - Volts
ZA ndash Zona Adensada
ZAP ndash Zona Adensamento Preferencial
ZARs ndash Zonas de Adensamento Restrito
ZCs - Zonas Centrais
ZEs ndash Zona de Grandes Equipamentos
ZEISs ndash Zonas Especiais de Interesse Social
ZPAM ndash Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental
ᶲ - Diacircmetro
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 18
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de
escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio
19
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) 24
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte 25
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura
da Rua Paracatu 26
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas
Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963 26
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo 38
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 40
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 41
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta 42
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) 43
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 43
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) 44
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes
Franccedila 46
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile 46
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo 47
Figura 17 ndash Lona da cobertura 50
Figura 18 ndash Laje 50
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido 51
Figura 20- Registro de duto de entrada aacutegua do reservatoacuterio 51
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial 51
Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro 51
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 52
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso 52
Figura 27ndash Hidrocircmetro 52
11
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte 27
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte
29
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo 39
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo 41
12
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
11 Objetivo 14
111 Objetivo geral 14
112 Objetivo especifico 15
12 Justificativa 15
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas 17
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem 20
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades 29
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais 36
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos 39
242 Disposiccedilatildeo no local 40
243 Controle de entrada 44
244 Detenccedilatildeo a jusante 45
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 49
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS 53
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica 53
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo 54
421 Anaacutelise estudo de casos 55
43 Melhoria do Mineiratildeo 57
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio 60
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62
REFEREcircNCIAS 63
ANEXO A 67
ANEXO B 68
ANEXO C 69
ANEXO D 70
ANEXO E 71
ANEXO F 72
ANEXO G 73
ANEXO I 75
ANEXO J 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
5
ldquoEsta chuva passageira que natildeo passa e este solo aparentemente bem cuidado mas impermeaacutevel Eacute a cidade urbanizada com seus efeitos e defeitos em que a natureza muitas vezes se torna inimigardquo
Sidney Ceacutesar Acaacutecio
6
RESUMO Com o crescimento populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades evoluiacuteram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental intensificando-se os impactos causados pela ocupaccedilatildeo antroacutepica em ambientes naturais exemplo destes mudanccedilas no ciclo hidroloacutegico perceptiacuteveis no aumento e severidade de inundaccedilotildees Este trabalho tem como objetivo o estudo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem urbana para o controle de enchentes Seratildeo abordados conteuacutedos de grande relevacircncia tais como diferenccedila dos conceitos das teacutecnicas de drenagem convencionais e natildeo convencionais aspectos impactos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem obras de captaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua pluvial A aplicaccedilatildeo de teacutecnicas de reservaccedilatildeo dos escoamentos ao inveacutes de canalizaccedilatildeo torna-se obrigatoacuterio com leis decretadas que fomentam o uso e ocupaccedilatildeo sustentaacutevel para a populaccedilatildeo A implantaccedilatildeo dos meacutetodos natildeo convencionais demonstra viabilidade teacutecnica e econocircmica no controle das enchentes Palavras-chave Drenagem Urbana Captaccedilatildeo de Aacutegua Armazenamento e Reuso de Aacuteguas Pluviais
7
ABSTRACT
With population growth and hence the intensification of urbanization many cities have evolved without prior urban-environmental planning intensifying the impacts caused by human occupation in natural environments such example changes in the hydrological cycle noticeable on the increase and severity of floods This work aims the study of unconventional techniques in the urban drainage system for flood control Highly relevant content will be addressed such as difference from the conventional concepts and techniques drainage nonconventional aspects effects and basic elements of the drainage system water catchment storage and reuse of rainwater The application of the reservation flow techniques rather than channeling becomes binding with enacted laws that encourage sustainable use and occupation for the population The deployment of unconventional methods demonstrate technical and economic feasibility in flood control Keywords Urban Drainage Water catchment Storage and reuse rainwater
8
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADE ndash Aacuterea de Diretrizes Especiais
AR1 - Arquitetura_Externa
AR2 - Arquitetura_Interna-Estadio
Av - Avenida
COMFORCcedilAS ndash Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo
COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais
cm ndash Unidade de Medida em Centiacutemetro
COMDEC - Coordenadoria Municipal de Defesa Civil
CDPCM - Conselho Deliberativo do Patrimocircnio Cultural
COMPUR - Conselho Municipal de Poliacutetica Urbana
CV ndash Sigla de Medida em Inglecircs quer dizer ldquoCavalo Vaporrdquo
Ex - Exemplo
HID ndash Hidraacuteulica
Hman ndash Altura Manomeacutetrica
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
IHE ndash Institute for Water Education
KSB - Fabricante da Bomba
LPUOS ndash Lei de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo
msup2 - Unidade de Medida em Metro Quadro
msup3 - Unidade Medida em Metro Cubico
mca ndash Metro de Coluna de Aacutegua
9
msup3h ndash Metro Cuacutebico por hora
NBR ndash Norma Brasileira
P ndash Potecircncia
PBH ndash Prefeitura de Belo Horizonte
PDDBH - Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte
PVC - Policloreto de Vinila
Q ndash Vazatildeo (ou fluxo volumeacutetrico)
SIG - Soluccedilotildees Integrada de Gestatildeo
SUDECAP - Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital
SWITCH ndash Sustainable Water Management Improves Tomorrow Citiesrsquo Health
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
V - Volts
ZA ndash Zona Adensada
ZAP ndash Zona Adensamento Preferencial
ZARs ndash Zonas de Adensamento Restrito
ZCs - Zonas Centrais
ZEs ndash Zona de Grandes Equipamentos
ZEISs ndash Zonas Especiais de Interesse Social
ZPAM ndash Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental
ᶲ - Diacircmetro
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 18
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de
escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio
19
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) 24
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte 25
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura
da Rua Paracatu 26
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas
Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963 26
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo 38
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 40
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 41
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta 42
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) 43
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 43
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) 44
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes
Franccedila 46
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile 46
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo 47
Figura 17 ndash Lona da cobertura 50
Figura 18 ndash Laje 50
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido 51
Figura 20- Registro de duto de entrada aacutegua do reservatoacuterio 51
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial 51
Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro 51
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 52
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso 52
Figura 27ndash Hidrocircmetro 52
11
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte 27
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte
29
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo 39
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo 41
12
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
11 Objetivo 14
111 Objetivo geral 14
112 Objetivo especifico 15
12 Justificativa 15
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas 17
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem 20
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades 29
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais 36
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos 39
242 Disposiccedilatildeo no local 40
243 Controle de entrada 44
244 Detenccedilatildeo a jusante 45
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 49
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS 53
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica 53
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo 54
421 Anaacutelise estudo de casos 55
43 Melhoria do Mineiratildeo 57
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio 60
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62
REFEREcircNCIAS 63
ANEXO A 67
ANEXO B 68
ANEXO C 69
ANEXO D 70
ANEXO E 71
ANEXO F 72
ANEXO G 73
ANEXO I 75
ANEXO J 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
6
RESUMO Com o crescimento populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades evoluiacuteram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental intensificando-se os impactos causados pela ocupaccedilatildeo antroacutepica em ambientes naturais exemplo destes mudanccedilas no ciclo hidroloacutegico perceptiacuteveis no aumento e severidade de inundaccedilotildees Este trabalho tem como objetivo o estudo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem urbana para o controle de enchentes Seratildeo abordados conteuacutedos de grande relevacircncia tais como diferenccedila dos conceitos das teacutecnicas de drenagem convencionais e natildeo convencionais aspectos impactos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem obras de captaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua pluvial A aplicaccedilatildeo de teacutecnicas de reservaccedilatildeo dos escoamentos ao inveacutes de canalizaccedilatildeo torna-se obrigatoacuterio com leis decretadas que fomentam o uso e ocupaccedilatildeo sustentaacutevel para a populaccedilatildeo A implantaccedilatildeo dos meacutetodos natildeo convencionais demonstra viabilidade teacutecnica e econocircmica no controle das enchentes Palavras-chave Drenagem Urbana Captaccedilatildeo de Aacutegua Armazenamento e Reuso de Aacuteguas Pluviais
7
ABSTRACT
With population growth and hence the intensification of urbanization many cities have evolved without prior urban-environmental planning intensifying the impacts caused by human occupation in natural environments such example changes in the hydrological cycle noticeable on the increase and severity of floods This work aims the study of unconventional techniques in the urban drainage system for flood control Highly relevant content will be addressed such as difference from the conventional concepts and techniques drainage nonconventional aspects effects and basic elements of the drainage system water catchment storage and reuse of rainwater The application of the reservation flow techniques rather than channeling becomes binding with enacted laws that encourage sustainable use and occupation for the population The deployment of unconventional methods demonstrate technical and economic feasibility in flood control Keywords Urban Drainage Water catchment Storage and reuse rainwater
8
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADE ndash Aacuterea de Diretrizes Especiais
AR1 - Arquitetura_Externa
AR2 - Arquitetura_Interna-Estadio
Av - Avenida
COMFORCcedilAS ndash Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo
COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais
cm ndash Unidade de Medida em Centiacutemetro
COMDEC - Coordenadoria Municipal de Defesa Civil
CDPCM - Conselho Deliberativo do Patrimocircnio Cultural
COMPUR - Conselho Municipal de Poliacutetica Urbana
CV ndash Sigla de Medida em Inglecircs quer dizer ldquoCavalo Vaporrdquo
Ex - Exemplo
HID ndash Hidraacuteulica
Hman ndash Altura Manomeacutetrica
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
IHE ndash Institute for Water Education
KSB - Fabricante da Bomba
LPUOS ndash Lei de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo
msup2 - Unidade de Medida em Metro Quadro
msup3 - Unidade Medida em Metro Cubico
mca ndash Metro de Coluna de Aacutegua
9
msup3h ndash Metro Cuacutebico por hora
NBR ndash Norma Brasileira
P ndash Potecircncia
PBH ndash Prefeitura de Belo Horizonte
PDDBH - Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte
PVC - Policloreto de Vinila
Q ndash Vazatildeo (ou fluxo volumeacutetrico)
SIG - Soluccedilotildees Integrada de Gestatildeo
SUDECAP - Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital
SWITCH ndash Sustainable Water Management Improves Tomorrow Citiesrsquo Health
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
V - Volts
ZA ndash Zona Adensada
ZAP ndash Zona Adensamento Preferencial
ZARs ndash Zonas de Adensamento Restrito
ZCs - Zonas Centrais
ZEs ndash Zona de Grandes Equipamentos
ZEISs ndash Zonas Especiais de Interesse Social
ZPAM ndash Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental
ᶲ - Diacircmetro
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 18
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de
escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio
19
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) 24
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte 25
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura
da Rua Paracatu 26
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas
Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963 26
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo 38
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 40
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 41
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta 42
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) 43
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 43
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) 44
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes
Franccedila 46
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile 46
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo 47
Figura 17 ndash Lona da cobertura 50
Figura 18 ndash Laje 50
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido 51
Figura 20- Registro de duto de entrada aacutegua do reservatoacuterio 51
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial 51
Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro 51
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 52
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso 52
Figura 27ndash Hidrocircmetro 52
11
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte 27
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte
29
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo 39
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo 41
12
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
11 Objetivo 14
111 Objetivo geral 14
112 Objetivo especifico 15
12 Justificativa 15
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas 17
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem 20
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades 29
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais 36
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos 39
242 Disposiccedilatildeo no local 40
243 Controle de entrada 44
244 Detenccedilatildeo a jusante 45
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 49
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS 53
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica 53
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo 54
421 Anaacutelise estudo de casos 55
43 Melhoria do Mineiratildeo 57
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio 60
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62
REFEREcircNCIAS 63
ANEXO A 67
ANEXO B 68
ANEXO C 69
ANEXO D 70
ANEXO E 71
ANEXO F 72
ANEXO G 73
ANEXO I 75
ANEXO J 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
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de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
7
ABSTRACT
With population growth and hence the intensification of urbanization many cities have evolved without prior urban-environmental planning intensifying the impacts caused by human occupation in natural environments such example changes in the hydrological cycle noticeable on the increase and severity of floods This work aims the study of unconventional techniques in the urban drainage system for flood control Highly relevant content will be addressed such as difference from the conventional concepts and techniques drainage nonconventional aspects effects and basic elements of the drainage system water catchment storage and reuse of rainwater The application of the reservation flow techniques rather than channeling becomes binding with enacted laws that encourage sustainable use and occupation for the population The deployment of unconventional methods demonstrate technical and economic feasibility in flood control Keywords Urban Drainage Water catchment Storage and reuse rainwater
8
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADE ndash Aacuterea de Diretrizes Especiais
AR1 - Arquitetura_Externa
AR2 - Arquitetura_Interna-Estadio
Av - Avenida
COMFORCcedilAS ndash Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo
COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais
cm ndash Unidade de Medida em Centiacutemetro
COMDEC - Coordenadoria Municipal de Defesa Civil
CDPCM - Conselho Deliberativo do Patrimocircnio Cultural
COMPUR - Conselho Municipal de Poliacutetica Urbana
CV ndash Sigla de Medida em Inglecircs quer dizer ldquoCavalo Vaporrdquo
Ex - Exemplo
HID ndash Hidraacuteulica
Hman ndash Altura Manomeacutetrica
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
IHE ndash Institute for Water Education
KSB - Fabricante da Bomba
LPUOS ndash Lei de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo
msup2 - Unidade de Medida em Metro Quadro
msup3 - Unidade Medida em Metro Cubico
mca ndash Metro de Coluna de Aacutegua
9
msup3h ndash Metro Cuacutebico por hora
NBR ndash Norma Brasileira
P ndash Potecircncia
PBH ndash Prefeitura de Belo Horizonte
PDDBH - Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte
PVC - Policloreto de Vinila
Q ndash Vazatildeo (ou fluxo volumeacutetrico)
SIG - Soluccedilotildees Integrada de Gestatildeo
SUDECAP - Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital
SWITCH ndash Sustainable Water Management Improves Tomorrow Citiesrsquo Health
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
V - Volts
ZA ndash Zona Adensada
ZAP ndash Zona Adensamento Preferencial
ZARs ndash Zonas de Adensamento Restrito
ZCs - Zonas Centrais
ZEs ndash Zona de Grandes Equipamentos
ZEISs ndash Zonas Especiais de Interesse Social
ZPAM ndash Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental
ᶲ - Diacircmetro
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 18
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de
escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio
19
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) 24
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte 25
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura
da Rua Paracatu 26
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas
Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963 26
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo 38
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 40
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 41
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta 42
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) 43
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 43
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) 44
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes
Franccedila 46
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile 46
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo 47
Figura 17 ndash Lona da cobertura 50
Figura 18 ndash Laje 50
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido 51
Figura 20- Registro de duto de entrada aacutegua do reservatoacuterio 51
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial 51
Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro 51
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 52
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso 52
Figura 27ndash Hidrocircmetro 52
11
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte 27
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte
29
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo 39
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo 41
12
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
11 Objetivo 14
111 Objetivo geral 14
112 Objetivo especifico 15
12 Justificativa 15
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas 17
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem 20
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades 29
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais 36
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos 39
242 Disposiccedilatildeo no local 40
243 Controle de entrada 44
244 Detenccedilatildeo a jusante 45
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 49
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS 53
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica 53
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo 54
421 Anaacutelise estudo de casos 55
43 Melhoria do Mineiratildeo 57
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio 60
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62
REFEREcircNCIAS 63
ANEXO A 67
ANEXO B 68
ANEXO C 69
ANEXO D 70
ANEXO E 71
ANEXO F 72
ANEXO G 73
ANEXO I 75
ANEXO J 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
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65
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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
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Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
8
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADE ndash Aacuterea de Diretrizes Especiais
AR1 - Arquitetura_Externa
AR2 - Arquitetura_Interna-Estadio
Av - Avenida
COMFORCcedilAS ndash Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo
COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais
cm ndash Unidade de Medida em Centiacutemetro
COMDEC - Coordenadoria Municipal de Defesa Civil
CDPCM - Conselho Deliberativo do Patrimocircnio Cultural
COMPUR - Conselho Municipal de Poliacutetica Urbana
CV ndash Sigla de Medida em Inglecircs quer dizer ldquoCavalo Vaporrdquo
Ex - Exemplo
HID ndash Hidraacuteulica
Hman ndash Altura Manomeacutetrica
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
IHE ndash Institute for Water Education
KSB - Fabricante da Bomba
LPUOS ndash Lei de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo
msup2 - Unidade de Medida em Metro Quadro
msup3 - Unidade Medida em Metro Cubico
mca ndash Metro de Coluna de Aacutegua
9
msup3h ndash Metro Cuacutebico por hora
NBR ndash Norma Brasileira
P ndash Potecircncia
PBH ndash Prefeitura de Belo Horizonte
PDDBH - Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte
PVC - Policloreto de Vinila
Q ndash Vazatildeo (ou fluxo volumeacutetrico)
SIG - Soluccedilotildees Integrada de Gestatildeo
SUDECAP - Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital
SWITCH ndash Sustainable Water Management Improves Tomorrow Citiesrsquo Health
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
V - Volts
ZA ndash Zona Adensada
ZAP ndash Zona Adensamento Preferencial
ZARs ndash Zonas de Adensamento Restrito
ZCs - Zonas Centrais
ZEs ndash Zona de Grandes Equipamentos
ZEISs ndash Zonas Especiais de Interesse Social
ZPAM ndash Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental
ᶲ - Diacircmetro
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 18
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de
escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio
19
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) 24
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte 25
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura
da Rua Paracatu 26
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas
Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963 26
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo 38
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 40
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 41
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta 42
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) 43
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 43
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) 44
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes
Franccedila 46
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile 46
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo 47
Figura 17 ndash Lona da cobertura 50
Figura 18 ndash Laje 50
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido 51
Figura 20- Registro de duto de entrada aacutegua do reservatoacuterio 51
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial 51
Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro 51
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 52
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso 52
Figura 27ndash Hidrocircmetro 52
11
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte 27
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte
29
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo 39
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo 41
12
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
11 Objetivo 14
111 Objetivo geral 14
112 Objetivo especifico 15
12 Justificativa 15
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas 17
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem 20
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades 29
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais 36
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos 39
242 Disposiccedilatildeo no local 40
243 Controle de entrada 44
244 Detenccedilatildeo a jusante 45
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 49
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS 53
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica 53
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo 54
421 Anaacutelise estudo de casos 55
43 Melhoria do Mineiratildeo 57
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio 60
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62
REFEREcircNCIAS 63
ANEXO A 67
ANEXO B 68
ANEXO C 69
ANEXO D 70
ANEXO E 71
ANEXO F 72
ANEXO G 73
ANEXO I 75
ANEXO J 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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65
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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
9
msup3h ndash Metro Cuacutebico por hora
NBR ndash Norma Brasileira
P ndash Potecircncia
PBH ndash Prefeitura de Belo Horizonte
PDDBH - Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte
PVC - Policloreto de Vinila
Q ndash Vazatildeo (ou fluxo volumeacutetrico)
SIG - Soluccedilotildees Integrada de Gestatildeo
SUDECAP - Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital
SWITCH ndash Sustainable Water Management Improves Tomorrow Citiesrsquo Health
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
V - Volts
ZA ndash Zona Adensada
ZAP ndash Zona Adensamento Preferencial
ZARs ndash Zonas de Adensamento Restrito
ZCs - Zonas Centrais
ZEs ndash Zona de Grandes Equipamentos
ZEISs ndash Zonas Especiais de Interesse Social
ZPAM ndash Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental
ᶲ - Diacircmetro
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 18
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de
escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio
19
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) 24
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte 25
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura
da Rua Paracatu 26
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas
Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963 26
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo 38
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 40
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 41
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta 42
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) 43
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 43
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) 44
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes
Franccedila 46
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile 46
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo 47
Figura 17 ndash Lona da cobertura 50
Figura 18 ndash Laje 50
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido 51
Figura 20- Registro de duto de entrada aacutegua do reservatoacuterio 51
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial 51
Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro 51
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 52
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso 52
Figura 27ndash Hidrocircmetro 52
11
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte 27
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte
29
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo 39
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo 41
12
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
11 Objetivo 14
111 Objetivo geral 14
112 Objetivo especifico 15
12 Justificativa 15
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas 17
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem 20
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades 29
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais 36
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos 39
242 Disposiccedilatildeo no local 40
243 Controle de entrada 44
244 Detenccedilatildeo a jusante 45
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 49
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS 53
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica 53
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo 54
421 Anaacutelise estudo de casos 55
43 Melhoria do Mineiratildeo 57
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio 60
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62
REFEREcircNCIAS 63
ANEXO A 67
ANEXO B 68
ANEXO C 69
ANEXO D 70
ANEXO E 71
ANEXO F 72
ANEXO G 73
ANEXO I 75
ANEXO J 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 18
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de
escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio
19
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) 24
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte 25
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura
da Rua Paracatu 26
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas
Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963 26
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo 38
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 40
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) 41
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta 42
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) 43
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 43
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) 44
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes
Franccedila 46
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile 46
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo 47
Figura 17 ndash Lona da cobertura 50
Figura 18 ndash Laje 50
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido 51
Figura 20- Registro de duto de entrada aacutegua do reservatoacuterio 51
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial 51
Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro 51
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva 52
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso 52
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso 52
Figura 27ndash Hidrocircmetro 52
11
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte 27
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte
29
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo 39
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo 41
12
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
11 Objetivo 14
111 Objetivo geral 14
112 Objetivo especifico 15
12 Justificativa 15
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas 17
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem 20
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades 29
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais 36
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos 39
242 Disposiccedilatildeo no local 40
243 Controle de entrada 44
244 Detenccedilatildeo a jusante 45
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 49
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS 53
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica 53
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo 54
421 Anaacutelise estudo de casos 55
43 Melhoria do Mineiratildeo 57
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio 60
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62
REFEREcircNCIAS 63
ANEXO A 67
ANEXO B 68
ANEXO C 69
ANEXO D 70
ANEXO E 71
ANEXO F 72
ANEXO G 73
ANEXO I 75
ANEXO J 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
11
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte 27
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte
29
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo 39
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo 41
12
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
11 Objetivo 14
111 Objetivo geral 14
112 Objetivo especifico 15
12 Justificativa 15
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas 17
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem 20
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades 29
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais 36
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos 39
242 Disposiccedilatildeo no local 40
243 Controle de entrada 44
244 Detenccedilatildeo a jusante 45
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 49
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS 53
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica 53
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo 54
421 Anaacutelise estudo de casos 55
43 Melhoria do Mineiratildeo 57
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio 60
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62
REFEREcircNCIAS 63
ANEXO A 67
ANEXO B 68
ANEXO C 69
ANEXO D 70
ANEXO E 71
ANEXO F 72
ANEXO G 73
ANEXO I 75
ANEXO J 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
12
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
11 Objetivo 14
111 Objetivo geral 14
112 Objetivo especifico 15
12 Justificativa 15
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 17
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas 17
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem 20
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades 29
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais 36
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos 39
242 Disposiccedilatildeo no local 40
243 Controle de entrada 44
244 Detenccedilatildeo a jusante 45
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 49
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS 53
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica 53
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo 54
421 Anaacutelise estudo de casos 55
43 Melhoria do Mineiratildeo 57
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio 60
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 62
REFEREcircNCIAS 63
ANEXO A 67
ANEXO B 68
ANEXO C 69
ANEXO D 70
ANEXO E 71
ANEXO F 72
ANEXO G 73
ANEXO I 75
ANEXO J 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
A alteraccedilatildeo das caracteriacutesticas naturais do ciclo hidroloacutegico deve-se agrave alteraccedilatildeo da
condiccedilatildeo do ambiente preacute urbanizaccedilatildeo e da ocupaccedilatildeo antroacutepica perto das aacutereas
naturais de inundaccedilotildees (REZENDE 2010)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu
a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da
necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de
alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15)
O municiacutepio de Belo Horizonte possui diversos coacuterregos e ribeirotildees que circundam
suas avenidas ruas e vielas Durante sua urbanizaccedilatildeo natildeo foi levada em
consideraccedilatildeo sua hidrografia ldquoos coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados
segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na
paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuteriosrdquo Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
O aumento das aacutereas urbanizadas e consequentemente impermeabilizadas ocorreu a partir das zonas mais baixas proacuteximas agraves vaacuterzeas dos rios ou agrave beira-mar face da necessaacuteria interaccedilatildeo da populaccedilatildeo com os corpos hiacutedricos utilizados como fonte de alimento e dessedentaccedilatildeo aleacutem de transporte (CANHOLI 2005 p15) Os conceitos ldquoinovadoresrdquo mais adotados para a readequaccedilatildeo ou aumento da eficiecircncia hidraacuteulica dos sistemas de drenagem tecircm por objetivo promover o retardamento dos escoamentos de forma a aumentar os tempos de concentraccedilatildeo e reduzir as vazotildees maacuteximas amortecer os picos e reduzir os volumes de enchentes por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios e conter tanto quanto possiacutevel o run-off no local da precipitaccedilatildeo pela melhoria das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tanques de contenccedilatildeo Isso significa mudanccedila radical na filosofia das soluccedilotildees pois anteriormente implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de picos e cheias para os corpos drsquoaacutegua Atualmente a vertente ldquoconservacionistardquo que busca reter os escoamentos pluviais nas proximidades de suas fontes constitui o paradigma da moderna drenagem urbana (CANHOLI 2005 p 16)
Medidas estruturais satildeo necessaacuterias e mesmo essenciais para soluccedilatildeo de um grande nuacutemero de problemas de inundaccedilotildees urbanas A experiecircncia nacional e internacional mostra entretanto que tais medidas aleacutem de onerosas natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos de drenagem urbana (TUCCI 2014 p805)
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
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Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
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65
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de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
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TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
14
Uma eficaz gestatildeo da drenagem urbana vem se destacando na obtenccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel das cidades com poliacuteticas de desenvolvimento urbano
no planejamento do uso e ocupaccedilatildeo do solo com o objetivo de reduzir os impactos
causados pela urbanizaccedilatildeo
Os conceitos inovadores promovem o retardamento dos escoamentos de forma a
aumentar os tempos de concentraccedilatildeo por meio da retenccedilatildeo em reservatoacuterios
melhorias das condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo ou ainda em tranques de contenccedilatildeo Eacute uma
mudanccedila substancial na filosofia das soluccedilotildees de enchentes pois anteriormente
implantavam-se obras que acelerassem o escoamento e o afastamento raacutepido de
picos e cheias (CANHOLI 2005)
Este trabalho levantou como problemaacutetica a seguinte questatildeo de que forma o sistema
de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais contribuem na gestatildeo
de drenagem urbana Pretende-se enfatizar a importacircncia do equacionamento
abrangente dos problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns
conceitos deste sistema Tais assuntos propostos foram embasados por pesquisas
bibliograacuteficas e visita teacutecnica no Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto com o objetivo
de conhecer as teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de aacuteguas
pluviais como forma de minimizar a vazatildeo decorrente das precipitaccedilotildees no sistema
de drenagem urbana
11 Objetivo
111 Objetivo geral
Analisar o funcionamento do sistema de drenagem urbana no controle de problemas
de enchentes com foco na contribuiccedilatildeo de meacutetodos natildeo convencionais no sistema de
drenagem jaacute implantado
15
112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
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ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
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ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
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ANEXO J
PROJETOS
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112 Objetivo especiacutefico
Descrever impactos e aspectos ambientais oriundos das urbanizaccedilotildees
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
Demonstrar a gestatildeo de aacuteguas pluviais conceitos e modelos de
drenagem
Analisar conceitos de obras de detenccedilatildeo captaccedilatildeo e armazenamento
de aacuteguas pluviais
Apresentar a aplicaccedilatildeo de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso
de aacutegua pluvial
Analisar viabilidade de implantaccedilatildeo de teacutecnicas do conceito natildeo
convencional
Verificar o cumprimento dos aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais
12 Justificativa
A urbanizaccedilatildeo gera conforto e comodidade para a populaccedilatildeo mas devido ao crescimento desordenado das cidades a minimizaccedilatildeo de aacutereas permeaacuteveis impacta de forma substancial nos processos de drenagem () por exemplo enchentes desastres e deslizamentos provocados pelo desequiliacutebrio no escoamento das aacuteguas (TUNDISI 2011 p 68)
O acesso ao desenvolvimento e aperfeiccediloamento de teacutecnicas de drenagem urbana
de conceitos natildeo convencionais no Brasil eacute nascente se compararmos a outros
paiacuteses Os problemas de drenagem urbana nas grandes e meacutedias cidades brasileiras
satildeo catastroacuteficos em virtude da frequecircncia e gravidade das inundaccedilotildees e demostram
a necessidade de soluccedilotildees alternativas e com conhecimento refinado dos aspectos
teacutecnicos e financeiros que envolvem para uma boa gestatildeo da drenagem urbana
Os sistemas de drenagem natildeo convencionais embrionaacuterio do conceito tradicional de
drenagem ou agregados a elas para sua adaptaccedilatildeo Segundo Silva (2004) estes
sistemas tendem recurso ldquopara problemas existentes e a possiblidade de um melhor
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
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2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
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Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
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22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
16
planejamento em aacutereas futuramente urbanizadas atraveacutes de teacutecnicas na melhoria das
condiccedilotildees de infiltraccedilatildeo de aacutegua dentre outras1rdquo
Eacute uma aacuterea que possui pouco investimento em comparaccedilatildeo aos paiacuteses desenvolvidos
e se mostra promissora para negoacutecios jaacute que eacute um assunto que vem agregando valor
agrave sociedade despertando iniciativas isoladas de moderadores e empresaacuterios tanto
do poder puacuteblico como por exemplo no manejo de aacuteguas pluviais na cidade do
Samba2 (VIOLA 2015)
Cidades brasileiras tem adotado o uso de legislaccedilotildees especiacuteficas sobre retenccedilatildeo da
aacutegua de chuva em reservatoacuterios no controle de enchentes Garantindo oferecer aos
municiacutepios condiccedilotildees favoraacuteveis de conforto e de seguranccedila quando da ocorrecircncia de
eventos chuvosos
Conforme Viola (2015) em outras partes do mundo a captaccedilatildeo de aacutegua pluvial se
torna cada vez mais parte importante do manejo integrado de gestatildeo de recursos
hiacutedricos Paiacuteses como a Alemanha mesmo com opccedilotildees convencionais de
abastecimento optam por usar aacutegua de chuva
Tendo em vista as relevacircncias descritas acima o grupo visualizou tamanha
importacircncia do tema abordado Este trabalho tem o intuito de demonstrar aos leitores
o conceito da implantaccedilatildeo de teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de drenagem
as ferramentas administrativas para o cumprimento das mesmas e a viabilidade de
sua implantaccedilatildeo nos processos de gestatildeo de drenagem urbana no controle de
enchentes
1 httpengenhariaanhembibrtcc-04civil-20pdf 2 httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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65
de Belo Horizonte e daacute outras providecircncia Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte
2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SUDECAP - Plano Municipal de
Saneamento de Belo Horizonte 20122015 ndash Volume III Belo Horizonte2015
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SILVA A B CARVALHO E T FANTINEL L M ROMANO A W VIANA CS
Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
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RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
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TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Impactos ambientais da urbanizaccedilatildeo em aacutereas urbanas
A concentraccedilatildeo demograacutefica desordenada aliada a necessidade de ocupaccedilatildeo urbana
acarreta no descumprimento da legislaccedilatildeo dos municiacutepios fazendo com que as regras
impostas pelo plano diretor para ocupaccedilatildeo do solo sejam ineficazes gerando vaacuterios
problemas de infraestrutura
Segundo Braga (citado por Canholi 2005 p23)
A maioria dos paiacuteses em desenvolvimento incluindo o Brasil experimentou nas uacuteltimas deacutecadas uma expansatildeo urbana com precaacuteria infraestrutura de drenagem advindo os problemas de inundaccedilotildees principalmente da raacutepida expansatildeo da populaccedilatildeo urbana do baixo niacutevel de conscientizaccedilatildeo do problema da inexistecircncia de planos de longo prazo da utilizaccedilatildeo precaacuteria de medidas natildeo estruturais e da manutenccedilatildeo inadequada dos sistemas de controle de cheias
De acordo com Christofoletti (2008 p 421) ldquoa topografia surge como um dos principais
elementos a orientar o processo de ocupaccedilatildeordquo Entretanto com o aumento
populacional e consequentemente a intensificaccedilatildeo da urbanizaccedilatildeo muitas cidades
surgiram sem um preacutevio planejamento urbano-ambiental a se evitar impactos no meio
ambiente local
A impermeabilizaccedilatildeo do solo aparece como um dos impactos ambientais pela
ocupaccedilatildeo humana se daacute atraveacutes da construccedilatildeo de edificaccedilotildees telhados
pavimentaccedilatildeo de ruas e calccediladas Aacutereas natildeo habitadas de regiotildees nativas possuem
um escoamento mais lento com maior parcela de infiltraccedilatildeo de aacutegua e consequente
diminuiccedilatildeo da vazatildeo Para regiotildees urbanizadas ocorre reduccedilatildeo da parcela de
infiltraccedilatildeo forccedilando a aacutegua a se percolar por canais aumentando a vazatildeo e sua
velocidade de escoamento cujo na Figura 1 eacute possiacutevel visualizar este processo
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
18
Figura 1 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso Fonte httpaengenharianosensinablogspotcombr (ALVES 2013)
Eacute possiacutevel visualizar as alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico principalmente em dias de forte
chuva onde a aacutegua escoa pelas calhas dos telhados e pista de rolagem de ruas e
avenidas direcionadas por canaletas gerando inundaccedilotildees de regiotildees mais baixas pelo
grande volume de aacutegua em curto espaccedilo de tempo
Segundo Arlindo Fhilippi Jr (2008 pg229)
Um dos problemas urbanos diretamente ligados agrave questatildeo das inundaccedilotildees urbanas envolve a falta de habitaccedilatildeo para parcela significativa da populaccedilatildeo a qual vive num estado de extrema pobreza O problema habitacional tem levado agrave criaccedilatildeo de um nuacutemero muito grande de favelas nas cidades principalmente nas zonas de periferia das cidades As favelas em geral se estabelecem em aacutereas puacuteblicas sujeitas a risco principalmente aacutereas marginais de coacuterregos e rios que natildeo deveriam ser ocupadas uma vez que elas devem ser protegidas para dar vazatildeo agraves cheias
Conforme Figura 2 eacute possiacutevel visualizar o impacto gerado nas grandes cidades pela
ocupaccedilatildeo desordenada de aacutereas ribeirinhas os rios geralmente possuem dois leitos
o leito menor onde a aacutegua escoa na maioria do tempo e o leito maior que eacute inundado
em meacutedia a cada dois anos Devido agrave violaccedilatildeo do leito maior dos rios surgem as
chamadas inundaccedilotildees ribeirinhas
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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65
de Belo Horizonte e daacute outras providecircncia Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte
2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SUDECAP - Plano Municipal de
Saneamento de Belo Horizonte 20122015 ndash Volume III Belo Horizonte2015
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Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
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Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
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TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
19
Figura 2- Cenaacuterio de risco associado a enchentes e inundaccedilotildees com alta energia de escoamento envolvendo assentamentos ribeirinhos de padratildeo construtivo precaacuterio Fonte IPT 2010
Com a ocupaccedilatildeo humana de forma desordenada surgem tambeacutem as inundaccedilotildees
localizadas que segundo Philippi (2008) satildeo provocadas por diversos fatores dentre
eles
a) os processos de urbanizaccedilatildeo realizados sem cumprir os preacute-requisitos
estabelecidos pela lei de Uso e Ocupaccedilatildeo do solo acabam acarretando os
sistemas de drenagem pois ao inveacutes da aacutegua da chuva infiltrar no solo ela
escoa em grande volume para os canais de drenagem que natildeo foram
construindo para receber todo esse volume de uma vez soacute
b) o aumento de sedimentos nos canais drenadores devido agrave ocupaccedilatildeo
irregular do solo eacute feito sem controle da erosatildeo causando o assoreamento dos
canais e diminui a capacidade de transporte da aacutegua pelo sistema de
drenagem
c) conforme as leis municipais e o plano diretor existem planejamentos
investimentos e execuccedilotildees das obras para controle das enchentes nas aacutereas
urbanas soacute que apoacutes as execuccedilotildees das obras civis natildeo eacute realizada sua
manutenccedilatildeo
d) a falta de informaccedilatildeo e conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo para o problema da
drenagem contribui para o aumento de resiacuteduos soacutelidos lanccedilados em diversas
regiotildees da cidade
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
20
22 Aspectos e elementos baacutesicos do sistema de drenagem
Segundo Porto (et al 2007)
A drenagem urbana durante anos tinha como principal objetivo retirar as aacuteguas pluviais das aacutereas urbanizadas de maneira mais raacutepida possiacutevel com o intuito de evitar transtornos prejuiacutezos e riscos de inundaccedilotildees para isso eram utilizadas 21 medidas estruturais sendo essas medidas onerosas e natildeo representam por si soacute soluccedilatildeo eficaz e sustentaacutevel dos problemas mais complexos da drenagem urbana
Atraveacutes do estudo do ambiente urbano eacute possiacutevel encontrar melhores soluccedilotildees para
o sistema de drenagem no entanto natildeo se descarta o valor de um conhecimento
diligente de um responsaacutevel pela esfera na tomada de decisotildees mas basicamente
envolver aspectos institucionais socioloacutegicos tecnoloacutegicos e legais
A drenagem urbana alcanccedilou novas esferas aleacutem do setor da engenharia tornando se
um problema de cunho gerencial com elementos sociais e poliacuteticos
No plano de canalizaccedilatildeo de um curso daacutegua eacute importante que se decida as espeacutecies
de contornos a ser analisada nos projetos isso atraveacutes da consolidaccedilatildeo de todos os
requisitos baacutesicos e principais restriccedilotildees existentes
Os principais aspectos baacutesicos a serem considerados satildeo
Confluecircncias e Desemboque no Curso Principal Uma vez que para as condiccedilotildees de vazotildees excepcionais podem representar importantes sobrelevaccedilotildees localizadas do niacutevel d aacutegua Por outro lado sua concepccedilatildeo eacute sempre muito condicionada ao espaccedilo disponiacutevel muitas vezes restrito
Pontos Baixos Eacute sempre conveniente efetuar uma identificaccedilatildeo inicial de todos os pontos baixos ao longo das duas margens do curso daacutegua de modo a ser possiacutevel estabelecer os correspondentes perfis longitudinais que deveratildeo orientar o arranjo baacutesico a ser adotado para o projeto do canal ou galeria Nos casos em que seja impraticaacutevel manter a linha daacutegua de projeto do canal abaixo de um ou mais pontos baixos marginais eacute necessaacuterio conceber soluccedilotildees particulares de drenagem dos mesmos que deveratildeo ser tratadas separadamente seja mediante condutos paralelos ao canal principal ateacute um ponto mais baixo a jusante seja mediante conduto descarregando diretamente no canal poreacutem dotado de flap gate na saiacuteda ou em uacuteltimo caso um sistema localizado de drenagem por bombeamento
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
21
Pontes Nos casos em que as pontes constituem restriccedilotildees ao escoamento eacute conveniente verificar a possibilidade de melhorias tais como adequaccedilatildeo hidrodinacircmica de pilares alteamento de tabuleiro e se possiacutevel revestimento do fundo em concreto e a inclusatildeo de vatildeos adicionais
Travessias
ldquoAs intervenccedilotildees possiacuteveis de serem efetuadas para melhoria das condiccedilotildees de
escoamento satildeo semelhantes ao caso das pontesrdquo
Estrangulamentos Ocorrem num curso daacutegua causados por construccedilotildees muito proacuteximas ao leito do mesmo que implicam em limitaccedilotildees bastante seacuterias para a veiculaccedilatildeo das vazotildees maacuteximas desejaacuteveis Nesses casos mesmo concebendo soluccedilotildees de canal ou galeria com maior eficiecircncia hidraacuteulica as capacidades maacuteximas possiacuteveis podem estar aqueacutem das necessidades reais Em situaccedilotildees com restriccedilotildees dessa natureza a busca de soluccedilotildees pode envolver a possibilidade de um conduto paralelo de reforccedilo Drenagem Lateral Num trecho de curso daacutegua a canalizar eacute tambeacutem de grande importacircncia efetuar uma anaacutelise preacutevia de todo o sistema de drenagem lateral tanto no que se refere agrave microdrenagem como nos pontos de desemboque de condutos de meacutedio e grande porte como por exemplo o caso de galerias Neste sentido eacute necessaacuterio compatibilizar altimetricamente as caracteriacutesticas do canal a projetar com os diferentes condutos afluentes de modo a garantir as condiccedilotildees de escoamento desses condutos
Benfeitorias e Edificaccedilotildees Importantes
ldquoOcorre muitas vezes situadas nas margens de um dado curso daacutegua que embora
natildeo constituam propriamente restriccedilotildees agrave obra de canalizaccedilatildeo podem ter certo peso
no arranjo geral das obras de canalizaccedilatildeordquo
Restriccedilotildees a Jusante Eacute tambeacutem importante ter presente nos projetos de canalizaccedilatildeo eventuais restriccedilotildees agrave jusante do trecho a canalizar que podem limitar as vazotildees que venham a ser veiculadas pelo trecho objeto de estudo Em tais casos a necessidade de criar reservatoacuterios de detenccedilatildeo a montante pode ser uma imposiccedilatildeo a ser considerada no projeto
Os elementos baacutesicos do sistema pluvial segundo Botelho (2008 citado por Farias
2008 p17) satildeo
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a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
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k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
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O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
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Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
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canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
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sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
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Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
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Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
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Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
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os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
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interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
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altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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abril de 2010 Altera a Lei nordm 861603 que conteacutem o Coacutedigo de Posturas do Municiacutepio
65
de Belo Horizonte e daacute outras providecircncia Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte
2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
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Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SILVA A B CARVALHO E T FANTINEL L M ROMANO A W VIANA CS
Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
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httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf Acesso em 30 de agos2015
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Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
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TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
22
a) sarjetotildees ldquosatildeo ligaccedilotildees entre as vias atraveacutes de soluccedilotildees superficiais (sem
Bocas de Lobo e sem galerias enterradas)rdquo
b) sarjetas ldquosatildeo feitas de concreto simples satildeo utilizadas para fixar as guias e
para formar a base de escoamento da aacuteguardquo
c) guias ldquosatildeo construiacutedas de granito ou concreto simples tambeacutem chamadas
de meio fiordquo
d) bocas de lobo ldquoconsiste no rebaixamento da sarjeta guia de chapeacuteu caixa
de captaccedilatildeo tampa de cobertura e conexatildeo da caixa agrave galeria pluvial pode ser
utilizado em sequecircncia o que consiste em bocas de lobo muacuteltiplasrdquo
e) caixas com grelhas ou ralos ldquosatildeo captaccedilotildees verticais usadas em locais
planos em frente agraves edificaccedilotildees onde haacute acesso aos automoacuteveisrdquo
f) bocas contiacutenuas de captaccedilatildeo ldquosatildeo semelhantes agraves bocas de lobo com custo
de construccedilatildeo maior no entanto possibilitam ligaccedilatildeo direta com o curso
receptor proacuteximordquo
g) canaletas de topo e de peacute de talude ldquoSatildeo construiacutedas para oferecer proteccedilatildeo
de topo e peacute de taludesrdquo
h) galerias de conduccedilatildeo de aacuteguas pluviais ldquoformada pelo conjunto de
tubulaccedilotildees de diacircmetros de 300 mm a 1500 mmrdquo
i) poccedilos de visita ldquopermitem a inspeccedilatildeo e desobstruccedilatildeo das galerias
enterradas satildeo instalados no cruzamento de ruas na mudanccedila de diacircmetro
das tubulaccedilotildees da galeria no iniacutecio das 23 redes e em trechos muito longos
onde natildeo existe forma de inspeccedilatildeordquo
j) rampas e escadarias hidraacuteulicas ldquocanais utilizados para conduccedilatildeo das aacuteguas
de aacutereas mais elevadas para pontos mais baixos com pequena extensatildeordquo
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
23
k) dispositivos de chegada de aacuteguas pluviais nos coacuterregos ou rios ldquominimizam
a ocorrecircncia de perturbaccedilotildees ou erosotildees no corpo receptorrdquo
l) revestimentos de taludes ldquosatildeo utilizados artifiacutecios para impedir que ocorra
erosatildeo em taludes para tanto satildeo construiacutedas canaletas de topo e de peacute e o
talude eacute revestido com asfalto concreto paver grama ou outro materialrdquo
221 Modelos de drenagem urbana
O sistema de drenagem eacute um ldquoconjunto de medidas tenham por objetivo minimizar os
riscos a que as populaccedilotildees estatildeo sujeitas diminuir os prejuiacutezos causados por
inundaccedilotildees e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmocircnica articulada e
sustentaacutevelrdquo (TUCCI 2014 p 803)
Esses conjuntos satildeo compostos por ldquogaleria poccedilo de visita bocas-de-lobo tubos de
ligaccedilotildees sarjetas sarjetotildees condutos forccedilados estaccedilotildees de bombeamento entre
outrosrdquo (SILVEIRA 2002 p 25)
Procurando apresentar-se o sistema de drenagem urbana o presente artigo destina-
se a discorrer sobre a viabilidade e os benefiacutecios da implantaccedilatildeo dos modelos de
drenagem do municiacutepio de Belo Horizonte
A macrodrenagem do municiacutepio eacute composta pelos ribeirotildees da Onccedila e Arrudas
sendo o sistema de drenagem natural e as nascentes de ambos se situam no
municiacutepio de Contagem Predomina a drenagem por canalizaccedilotildees e retificaccedilotildees dos
cursos drsquoaacuteguas naturais constituiacutedo por ldquouma rede de macrodrenagem de
aproximadamente 113 km de canais natildeo canalizado canalizado (aberto + fechado)
207 km e hidrografia natildeo cadastrada 350 kmrdquo (Plano de Saneamento de Belo
Horizonte 2012 2015 p 61)
A bacia do Ribeiro da Onccedila com aacuterea total de 21163 kmsup2 pode ser dividida em aacutereas
iguais por causa da Lagoa da Pampulha que amortece as enchentes urbanas e reteacutem
os sedimentos A bacia eacute composta por 28 afluentes direitos estando destacado entre
eles o Ribeiratildeo Isidoro
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
24
O Ribeiratildeo Arrudas possui uma bacia com aacuterea de 20776 kmsup2 sendo formado pelos
riachos Jatobaacute e Barreiro
O Rio das Velhas eacute o responsaacutevel pela drenagem dos afluentes diretos localizado em
Belo Horizonte com extensatildeo 1050 kmsup2 Conforme informaccedilotildees obtidas no Plano de
Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015)
Os cursos drsquoaacutegua de Belo Horizonte desenvolvem no sentido oeste ndash leste em direccedilatildeo ao Rio das Velhas Suas nascentes se encontram nos municiacutepios de Contagem e Belo Horizonte sendo que o Ribeiratildeo Arrudas ainda cruza o municiacutepio de Sabaraacute A proporccedilatildeo de aacutereas ocupadas pelas bacias dos coacuterregos por municiacutepio perfaz uma aacuterea total de 42989 kmsup2
A concepccedilatildeo higienista predominante no final do seacuteculo XIX nos paiacuteses europeus
trouxe motivaccedilatildeo para os governantes quando Belo Horizonte foi construiacuteda pois os
mesmos se preocupavam com os sistemas sanitaacuterios e de abastecimento
Em 1985 foi elaborada pela Comissatildeo Construtora conforme Figura 3 a planta geral
coordenada pelo Engenheiro chefe Aaratildeo Reis foi aprovada analisando a concepccedilatildeo
geomeacutetrica do espaccedilo urbano com ruas cortadas por avenidas na diagonal
quarteirotildees quadrados dimensotildees regulares cortados por largas avenidas arborizadas
e uma avenida em seu periacutemetro
Figura 3 - Comissatildeo Construtora da Nova Capital (1895) Fonte httpwwwduniversocombrfotos-da-antiga-belo-horizonte-de-volta-ao-passado
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
25
O engenheiro sanitaacuterio Saturnino de Brito encarregado pela implantaccedilatildeo dos serviccedilos
de saneamento indagou-se com falta de um traccedilado sanitaacuterio para ligar o sistema
natural de escoamento das bacias urbana e elaborou um projeto alternativo conforme
mostrado nas Figura 4 (a) e (b) (DRUMMOND 2012)
Figura 4 - Projeto da cidade de Belo Horizonte a) Projeto original b) Projeto criado pelo Eng Saturnino
Fonte Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte
MG Avaliaccedilatildeo Hidraacuteulica E Hidroloacutegica (2012 p17)
Para a construccedilatildeo de Belo Horizonte foi adquirido as mais recentes tecnologias
inglesas e francesas da eacutepoca como as tubulaccedilotildees em ferro fundido e accedilo
ldquomodernosrdquo sistemas de bombeamento de aacutegua movidos a vapor e o sistema tout agrave
lrsquoegout ou unitaacuterio que coletava as aacuteguas pluviais e residuais simultaneamente
seguindo os modelos das cidades britacircnicas e francesas
Devido ao alto iacutendice pluviomeacutetrico registrado no territoacuterio brasileiro a implantaccedilatildeo do
sistema unitaacuterio seria totalmente inviaacutevel segundo Saturnino Brito o ideal seria a
instalaccedilatildeo do sistema separador defendido pelo mesmo Mesmo mediante a estes
argumentos a execuccedilatildeo do sistema unitaacuterio foi instalado em parte da cidade sendo
logo substituiacutedo pelo sistema separador absoluto devido ao mau funcionamento
(DRUMMOND 2012)
Os problemas no sistema de drenagem soacute surgiram na inauguraccedilatildeo da capital mineira
pois os trabalhadores empregados na construccedilatildeo da cidade sem lugar para ficar
formaram ocupaccedilotildees desordenadas aleacutem dos limites da Avenida do Contorno
conforme projeto original sendo agravado conforme relatos obtidos atraveacutes do Plano
de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 58)
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
26
A concepccedilatildeo urbaniacutestica inicial de Belo Horizonte seguiu a orientaccedilatildeo racionalista do domiacutenio da natureza pelo homem e a planta urbana foi desenhada sem que a hidrografia da regiatildeo fosse considerada como mostra o projeto original Os coacuterregos e ribeirotildees comeccedilaram a ser canalizados segundo o traccedilado das vias de traacutefego relegando-os a um papel secundaacuterio na paisagem urbana como meros receptores de despejos sanitaacuterios
Conforme relatado por Drummond (2012) Belo Horizonte abrange um vasto histoacuterico
de enchentes que se iniciou nos anos de 1908 e 1916 sendo tomadas como iniciativa
a canalizaccedilatildeo do ribeiratildeo Arrudas e a construccedilatildeo de barragens para amortizaccedilatildeo das
cheias
A Figura 6 ilustra obras de cobertura para ampliaccedilotildees das vias e com o intuito de
acabar com o mau odor o risco de doenccedilas e as inundaccedilotildees a Prefeitura de Belo
Horizonte tomou a decisatildeo de implantar a canalizaccedilatildeo fechada nos cursos drsquoaacutegua
conforme na Figura 5
Figura 5 - Obras do Boulevard Arrudas e o fechamento do Ribeiratildeo Arrudas na altura da Rua Paracatu
Figura 6- Obras de cobertura do canal do Acaba Mundo no Cruzamento das Ruas Professor Morais e Tomeacute de Souza em 1963
Fontehttpwwwcurraldelreiblogspotcombr201011qualquer-semelhanca-nao-e-merahtml
A Tabela 1 retrata os quantitativos das extensotildees dos coacuterregos da Macrodrenagem
de Belo Horizonte
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
27
Tabela 1 - Quantitativos da Macrodrenagem de Belo Horizonte
Bacia Caracteriacutesticas L (km)
Arrudas Natildeo Canalizado 421
1195 Canalizado( Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada 16300
666
874
15300
49
10
3400
67150
Onccedila e Isidoro Natildeo Canalizado
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Natildeo Canalizado
Velhas
Total
Canalizado (Aberto + Fechado)
Hidrografia Natildeo Cadastrada
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 61)
O sistema de microdrenagem do municiacutepio eacute composto por sarjetas bocas de lobo
caixas de passagens e rede de aacuteguas pluviais sistema separador Em algumas aacutereas
do municiacutepio o sistema natildeo foi implantado sendo o escoamento das aacuteguas pluviais
realizado diretamente pelas ruas ateacute o sistema de macrodrenagem
Em 1996 foram criados o Plano Diretor Urbaniacutestico do municiacutepio e a Lei de
Parcelamento ndeg7165 Ocupaccedilatildeo e Uso do Solo ndeg 7166 Esses instrumentos
indicaram diretrizes para a drenagem urbana e restringiram a impermeabilizaccedilatildeo do
solo normas e condiccedilotildees para parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no
municiacutepio e determinaram em alguns casos a implantaccedilatildeo de caixas de retenccedilatildeo
soluccedilotildees de controle de aacuteguas pluviais na fonte
O inciso XV art 18 da Lei nordm 7165 de 1996 salienta que a pavimentaccedilatildeo das vias
locais mistas e de pedestres estabelecidas na classificaccedilatildeo viaacuteria deve conter
revestimento com a maior capacidade possiacutevel de permeabilizaccedilatildeo devidamente
compatibilizados com o solo local e o sistema de drenagem previsto devendo ser
emitido atestado por profissional habilitado
Segundo a Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 que Institui o Plano Diretor do
Municiacutepio de Belo Horizonte ldquoArt 27 Paraacutegrafo uacutenico ndash O Executivo deveraacute elaborar e
implementar o Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) abrangendo
as bacias dos ribeirotildees Arrudas e Onccedila que deveraacute ter uma abordagem integradardquo
Com a criaccedilatildeo do Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte (PDDBH) conforme
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
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ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
28
exigida pela Lei Nordm 7165 De 27 De Agosto De 1996 Art 27 foram exigidas algumas
diretrizes relativas agrave drenagem urbana
I ndash promover a adoccedilatildeo de alternativas de tratamento de fundos de vale com a miacutenima intervenccedilatildeo no meio ambiente natural e que assegurem acessibilidade esgotamento sanitaacuterio limpeza urbana e resoluccedilatildeo das questotildees de risco geoloacutegico e de inundaccedilotildees II ndash elaborar o cadastro completo do sistema de drenagem que deveraacute contar com mecanismos de atualizaccedilatildeo contiacutenua e permanente VI ndash inibir accedilotildees que impliquem na expansatildeo de aacutereas impermeaacuteveis VII - implantar tratamento urbaniacutestico e paisagiacutestico nas aacutereas remanescentes de tratamentos de fundos de vale privilegiando as soluccedilotildees de parques VIII - elaborar diagnoacutestico da drenagem urbana no Municiacutepio enfocando os aspectos relacionados agrave prevenccedilatildeo e controle de inundaccedilotildees agraves condiccedilotildees de risco agrave sauacutede ao risco geoloacutegico e agrave expansatildeo do sistema viaacuterio X - implementar um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condiccedilotildees reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem XI - buscar alternativa de gestatildeo que viabilize a auto sustentaccedilatildeo econocircmica e financeira do sistema de drenagem urbana
Em 2000 foi viabilizada atraveacutes do Plano Diretor de Drenagem a realizaccedilatildeo do
cadastro das redes e canais de drenagem no Municiacutepio Como as obras de drenagem
foram executadas por diferentes oacutergatildeos e sem projetos e natildeo realizam do as built
dificultaram a atualizaccedilatildeo do cadastro
Tal situaccedilatildeo soacute foi solucionada ldquoatraveacutes da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG (Soluccedilotildees
Integrada de Gestatildeo) - Drenagem criando uma plataforma web e recursos para a
atualizaccedilatildeordquo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 62)
A partir da expansatildeo e atualizaccedilatildeo do SIG-Drenagem foi elaborada
O plano de inspeccedilatildeo de canais revestidos tendo como principal objetivo identificar no municiacutepio de Belo Horizonte os pontostrechos da macrodrenagem cujos canais de concreto apresentam uma aceleraccedilatildeo significativa do processo de desgaste estrutural O reconhecimento destes pontos tornaraacute possiacutevel o estudo da relaccedilatildeo entre as inundaccedilotildees porventura ocorridas em determinado trecho com a situaccedilatildeo da estrutura existente afim de que possam ser propostas intervenccedilotildees de manutenccedilatildeo preventiva e corretiva de curto meacutedio e longo prazo Plano de Saneamento de Belo Horizonte (20122015 p 64)
A partir do Plano Diretor de Drenagem (PDD) foi possiacutevel estabelecer princiacutepios de
planejamento integrado de infraestrutura urbana em aacutereas suscetiacuteveis a enchentes e
o cadastramento de abastecimento de aacutegua Como exemplo o levantamento dos
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
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sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
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Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
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Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
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Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
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os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
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interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
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altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9845 de 8 de
abril de 2010 Altera a Lei nordm 861603 que conteacutem o Coacutedigo de Posturas do Municiacutepio
65
de Belo Horizonte e daacute outras providecircncia Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte
2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SUDECAP - Plano Municipal de
Saneamento de Belo Horizonte 20122015 ndash Volume III Belo Horizonte2015
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Belo Horizonte 2008 ndash Transformaccedilotildees recentes na estrutura urbana 516 p
Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SILVA A B CARVALHO E T FANTINEL L M ROMANO A W VIANA CS
Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
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RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
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TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
29
canais revestidos e fechados da Regional Pampulha (anexo E) contendo sua
localizaccedilatildeo extensatildeo levantada em campo mancha de inundaccedilatildeo limite das bacias
limite divisa regional curso drsquoaacutegua em leito natural curso drsquoaacutegua canalizado aberto
curso drsquoaacutegua canalizado fechado curso drsquoaacutegua em seccedilatildeo tubular e curso drsquoaacutegua natildeo
cadastrado
No periacuteodo de 390 dias foram executadas obras de revestimentos dos canais das
regionais do municiacutepio de Belo Horizonte foram investido R$ 90000000 (Anexo D)
matildeo de obra veiacuteculos e equipamentos entre outros serviccedilos
A gravidade dos efeitos das inundaccedilotildees pode ser exemplificada atraveacutes dos dados
relativos agraves ocorrecircncias devido agrave inundaccedilatildeo e alagamento fornecidos pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) desde 1995
conforme a Tabela 2
Tabela 2 - Ocorrecircncias de Inundaccedilatildeo e Alagamento no Municiacutepio de Belo Horizonte3
REGIONAL
NUacuteMERO DE OCORREcircNCIAS
1995a
1988
1999a
2000 2009 2010 2011 2012 2013
2014 (ateacute
250314)
BARREIRO 177 22 171 16 19 62 10 12
CENTRO SUL 88 22 19 8 16 16 23 2
LESTE 167 45 19 7 13 72 40 4
NORDESTE 465 180 70 48 37 69 154 22
NOROESTE 158 31 10 14 24 46 14 0
NORTE 248 201 15 21 26 10 59 1
OESTE 292 91 21 44 51 312 43 0
PAMPULHA 252 114 16 29 55 334 149 6
VENDA NOVA 307 390 15 33 35 41 20 36
TOTAL 2154 1096 356 220 276 158 512 83
Fonte Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte 20122015
23 Aspectos legais de gestatildeo de aacuteguas pluviais nas cidades
Com a expansatildeo das aacutereas urbanas tornou-se inviaacutevel refazer os sistemas de
drenagens devido ao alto investimento a ser realizado
3httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp (PMS 2014)
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
30
Conforme informaccedilotildees obtidas pela Assembleia Legislativa de Satildeo Paulo em 02 de
Janeiro de 2007 foi aprovada a LEI Nordm 125264 que estabelece normas para a
contenccedilatildeo de enchentes e destinaccedilatildeo de aacuteguas pluviais Essa lei obrigada que todo
lote edificado ou natildeo com superior a 500msup2 execute o sistema de captaccedilatildeo e retenccedilatildeo
das aacuteguas pluviais coletadas por telhados coberturas ou aacutereas descobertas O intuito
eacute diminuir a velocidade do escoamento agraves bacias hidrograacuteficas em aacutereas urbanas com
alto iacutendice de impermeabilizaccedilatildeo do solo e fazer o reuso dessa aacutegua captada para
serviccedilos que natildeo eacute necessaacuterio o uso de aacutegua tratada
No dia 26 de Novembro de 2007 foi publicada nos sistemas de Leis municipais de
Curitiba Paranaacute a lei nordm 10785035 que dispotildee sobre os criteacuterios do uso e conservaccedilatildeo
racional da aacutegua nas edificaccedilotildees e daacute outras providecircncias A lei ndeg 1078503
determina ldquopara o licenciamento de construccedilotildees no Municiacutepio fica obrigatoacuteria que no
projeto de instalaccedilotildees hidraacuteulicas seja prevista a implantaccedilatildeo de mecanismo de
captaccedilatildeo das aacuteguas pluviaisrdquo determina que todo projeto seja ele multifamiliar ou
unifamiliar sendo de responsabilidade do proprietaacuterio para construccedilatildeo do mesmo
Na Cacircmara Municipal de Belo Horizonte por sua vez existe o projeto de Lei ndeg 138114
6que estabelece a poliacutetica municipal de captaccedilatildeo armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo O projeto de Lei ndeg
138114 estabelece
Art 49 A liberaccedilatildeo do alvaraacute para construccedilatildeo e habite-se estatildeo sujeitos a implantaccedilatildeo da captaccedilatildeo o armazenamento e o aproveitamento de aacuteguas pluviais dos novos projetos de construccedilatildeo puacuteblicos e privados destinados aos usos habitacionais industriais comerciais e de serviccedilos inclusive quando se tratar de edificaccedilotildees de interesse social com aacuterea construiacuteda superior a 300msup2
A aprovaccedilatildeo desta Lei exigiraacute que os responsaacuteveis pelas novas edificaccedilotildees sejam
obrigados a fazerem captaccedilatildeo e armazenamento das aacuteguas pluviais aliviando o
acarretamento do sistema de drenagem no pico chuvoso
4 httpwwwalspgovbrrepositoriolegislacaolei2007lei-12526-02012007html 5 httpsleismunicipaiscombraprccuritibadecreto200629293decreto-n-293-2006-regulamenta-a-lei-n-10785-03-e-dispoe-sobre-os-criterios-do-uso-e-conservacao-racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias-2006-03-22html 6 httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14_-_inicialpdf
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
31
Conforme publicado no dia 03 de Fevereiro de 2015 na paacutegina do Diaacuterio Oficial
(Ano XXI - Ediccedilatildeo N 4737) 7os parlamentares se mobilizam pelo uso racional da
aacutegua No dia 09 de Junho de 2015 na paacutegina oficial da Cacircmara Municipal de Belo
Horizonte ldquoa proposta jaacute recebeu pareceres favoraacuteveis nas comissotildees de Legislaccedilatildeo
e Justiccedila e de Meio Ambiente e Poliacutetica Urbana 8e segue para a votaccedilatildeo do Plenaacuterio
em 1ordm turnordquo
Localizada na Regiatildeo Sudeste da Repuacuteblica Federativa do Brasil Belo Horizonte
capital do estado de Minas Gerais com aacuterea aproximadamente 33023 kmsup2 quase
totalmente urbanizada com uma populaccedilatildeo estimada do municiacutepio para o ano de
2015 levantada pelo IBGE equivalente a 2502557 habitantes resultando em uma
densidade demograacutefica de 716700 habkmsup29
A cidade teve uma ocupaccedilatildeo de forma acelerada e desordenada aleacutem dos limites da
regiatildeo planejada (Avenida do Contorno) conforme projeto original e em muitos casos
a malha urbana desenvolveu-se em aacutereas sujeitas a inundaccedilotildees nos vales estreitos
dos cursos de aacutegua e aacutereas instaacuteveis nas encostas Quanto aos aspectos fiacutesicos o
regime pluviomeacutetrico de Belo Horizonte eacute tiacutepico de clima subtropical com precipitaccedilotildees
intensas no veratildeo e inverno seco A precipitaccedilatildeo de Janeiro aacute Junho de 2015 foi na
ordem de 114 mm concentrada conforme informaccedilotildees (anexo C) do INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) sendo os meses Fevereiro e Marccedilo com as maiores
precipitaccedilotildees
O PDD-BH teve o propoacutesito de executar uma nova poliacutetica de gestatildeo voltada para
amenizar accedilotildees de impactos negativos da urbanizaccedilatildeo no escoamento das aacuteguas
pluviais O pleiteio de diretrizes para medidas estruturais mais adequadas ao
funcionamento real do sistema e menos danosas ao meio ambiente e a admissatildeo de
medidas natildeo estruturais com caracteriacutestica corretiva e preventiva a serem introduzidas
ao planejamento urbano
7 httpportal6pbhgovbrdominiciaEdicaodomethod=DetalheArtigoamppk=1136667 8 httpwwwcmbhmggovbrnoticias2015-06proposta-de-captacao-e-reuso-de-agua-pluvial-recebe-parecer-favoravel 9 httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=310620ampsearch=minas-gerais|belo-horizonte
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
32
Tambeacutem buscando fortalecer novas concepccedilotildees em drenagem urbana Belo
Horizonte entre os anos de 2006 e 2010 ingressou como soacutecio do Projeto SWITCH
liderado pelo instituto IHE (UNESCO) 10 tendo como propoacutesito mais importante o
progresso aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e coordenadas voltadas
ao manejo de aacuteguas urbanas Aleacutem de ser favorecer com accedilotildees relacionadas ao
planejamento e a gestatildeo integrada informativa de aacuteguas urbanas Belo horizonte pode
justapor e avaliar os resultados de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana
de aacuteguas pluviais como ldquoas trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de
aacuteguas pluviais e wetlands11rdquo (XIX Simpoacutesio Brasileiro De Recursos Hiacutedricos p 4)
O Projeto SWITCH eacute uma associaccedilatildeo constituiacuteda por 32 instituiccedilotildees de 15 paiacuteses do
qual fazem parte a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG Comandado pelo instituto
IHE (UNESCO) o projeto foi avaliado por um edital de pesquisa e desenvolvimento
na aacuterea de recursos hiacutedricos urbanos lanccedilado pela Uniatildeo Europeia em 2004 O
principal propoacutesito do SWITCH ldquocorresponde ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de soluccedilotildees tecnoloacutegicas e gerenciais voltadas ao manejo de aacuteguas
urbanasrdquo (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
As Leis de Parcelamento Uso e Ocupaccedilatildeo do Solo (LPUOS) estabelecem as
instruccedilotildees para execuccedilatildeo do parcelamento do solo propotildee os paracircmetros para as
obras de edificaccedilotildees e localiza os usos e funcionamento de atividades buscando
ordenar a estrutura urbana O territoacuterio do Municiacutepio de Belo Horizonte eacute considerado
aacuterea urbana dividindo-se em Zonas e Zoneamento (Art 4ordm da Lei 716696)
As Zonas ou Zoneamento satildeo diferenciados segundo as possibilidades de
adensamento construtivo e populacional e as demandas de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo
ambiental histoacuterica cultural arqueoloacutegica ou paisagiacutestica (art 5ordm da Lei 716696)
seguem diretrizes especiacuteficas agraves quais podem orientar sobre a possibilidade de
adoccedilatildeo de teacutecnicas
10httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 11httpswwwabrhorgbrsgcv3UserFilesSumarios466b6d12c23aa383252c325bf6beae3f_2415e902d4462cb815385f915ef3ad9dpdf
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
33
a) ZPAM - Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental Zona de Preservaccedilatildeo Ambiental ndash
Regiotildees destinadas agrave preservaccedilatildeo e agrave recuperaccedilatildeo de ecossistemas visando
sendo taxa permeabilidade miacutenima (TP) 95 (Art 7ordm da Lei 716696)
b) ZPs - Zonas de Proteccedilatildeo ndash ldquoRegiotildees sujeitas a criteacuterios urbaniacutesticos de
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso especiais Taxa de Permeabilidade TP miacutenimo
70 ou 30 dependendo da sua ocupaccedilatildeordquo (Art 7ordm inciso I da Lei 716696)
c) ZARs - Zonas de Adensamento Restrito ndash regiotildees em que a ocupaccedilatildeo eacute
desestimulada em razatildeo da ausecircncia ou deficiecircncia de infraestrutura de
abastecimento de aacutegua ou de esgotamento sanitaacuterio de precariedade ou
saturaccedilatildeo da articulaccedilatildeo viaacuteria interna ou externa ou de adversidade das
condiccedilotildees topograacuteficas (Art 8ordm da Lei 716696)
d) ZA - Zona Adensada ndash Regiotildees onde o adensamento deve ser contido por
apresentarem alta densidade demograacutefica e intensa utilizaccedilatildeo da infraestrutura
urbana de que resultam sobretudo problemas de fluidez do traacutefego
principalmente nos corredores viaacuterios (Ex Bairros circundantes agrave Av do
Contorno Cidade Nova Coraccedilatildeo Eucariacutestico) (Art 9ordm da Lei 716696)
e) ZAP - Zona Adensamento Preferencial ndash ldquoRegiotildees passiacuteveis de
adensamento em decorrecircncia de condiccedilotildees favoraacuteveis de infraestrutura e de
topografiardquo (Art 10 da Lei 716696)
f) ZCs - Zonas Centrais ndash ldquoRegiotildees configuradas como centros de polarizaccedilatildeo
regional municipal ou metropolitanardquo (art 11 da Lei 716696)
g) ZEs - Zonas de Grandes Equipamentos ndash ldquoRegiotildees ocupadas ou destinadas
a usos de especial relevacircncia na estrutura urbana como aacutereas destinadas agraves
Estaccedilotildees de BHBusrdquo (Art 13 da Lei 716696 e art 46 da Lei 813700)
i) ZEISs - Zonas Especiais de Interesse Social ndash ldquoRegiotildees edificadas em que
tenham sido ocupadas de forma espontacircnea onde haacute interesse puacuteblico em
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
34
ordenar a ocupaccedilatildeo por meio de programas habitacionaisrdquo (Art12 da Lei
716696)
A taxa de permeabilidade miacutenima eacute 10 para os demais zoneamentos com terrenos
com aacuterea inferior a 360 msup2 e 20 para terrenos com aacuterea superior a 360 msup2 12Para
os terrenos situados na ADE Pampulha (Aacuterea de Diretrizes Especiais da Bacia
Hidrograacutefica da Pampulha que em funccedilatildeo das diretrizes para preservaccedilatildeo ambiental
da lagoa da Pampulha) a taxa de permeabilidade miacutenima eacute de 30 independente do
zoneamento
A lei permite a impermeabilizaccedilatildeo de ateacute 100 da aacuterea do terreno exceto nos
localizados em ZPAM e ZPs desde que nelas haja aacuterea descoberta equivalente agrave
aacuterea de permeabilidade miacutenima dotada de vegetaccedilatildeo que contribua para o equiliacutebrio
climaacutetico e que seja construiacuteda caixa de captaccedilatildeo e drenagem (30 Lmsup2 de terreno
impermeabilizado que exceda do limite previsto) para o retardo do lanccedilamento das
aacuteguas pluviais provenientes desta aacuterea Ainda segundo este dispositivo legal pode
ser dispensado a taxa prevista neste artigo por meio de parecer teacutecnico atestando que
seja desaconselhaacutevel a permeabilizaccedilatildeo do terreno
A Lei nordm 9959 de 20072010 que institui o Plano Diretor de Belo Horizonte determina
obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais para que as mesmas natildeo
sejam escoadas ao sistema drenagem no periacuteodo chuvoso
Apesar de a legislaccedilatildeo atual revelar uma preocupaccedilatildeo relativa aos impactos das aacutereas
impermeaacuteveis no sistema de drenagem segundo SUDECAP (2001) as exigecircncias
legais natildeo satildeo capazes de restringir a ampliaccedilatildeo da vazatildeo gerada pelas superfiacutecies
impermeaacuteveis A exigecircncia de caixas de retenccedilatildeo restringe-se aos percentuais de
aacuterea para os quais eacute exigida a permeabilidade ou seja a impermeabilizaccedilatildeo permitida
pela lei (aacuterea total do terreno menos a aacuterea permeaacutevel miacutenima) natildeo eacute mitigada
Desde 2006 Belo Horizonte eacute uma das nove aacutereas urbanas que comprova o
funcionamento do projeto atraveacutes de accedilotildees relacionadas os seguintes campos
12httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontentsdoevento=conteudoampidConteudo=79227ampchPlc=79227ampamppIdPlc=ampapp=salanoticias
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
35
Planejamento e gestatildeo integrada e participativa de aacuteguas urbanas gestatildeo de risco de inundaccedilotildees e desenvolvimento de planos de prevenccedilatildeo de risco (zoneamento de aacutereas inundaacuteveis planos de contingecircncia medidas locais de reduccedilatildeo do risco de inundaccedilatildeo) desenvolvimento de indicadores de qualidade e sustentabilidade da gestatildeo de aacuteguas urbanas desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de desempenho de teacutecnicas natildeo convencionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais modelagem hidroloacutegica para fins de gestatildeo de aacuteguas urbanas constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem para difusatildeo de conhecimento formaccedilatildeo e treinamento de grupos interessados (PBH SUDECAP Projeto SWITCH)
De um lado o projeto tem dedicando-se ao desenvolvimento aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo
de tecnologias pouco conhecidas pela populaccedilatildeo em geral e pouco empregadas pelos
teacutecnicos que atuam em empresas puacuteblicas e privadas Nesse sentido modelos
baseados em trincheiras de infiltraccedilatildeo valas de detenccedilatildeo coletores de aacuteguas pluviais
e wetlands tem sido desenvolvidos pela equipe local do projeto e testados em
diferentes aacutereas de Belo Horizonte Ateacute o presente momento foram instalados os
seguintes experimentos um coletor de aacuteguas pluviais na Escola Municipal Anne
Frank um coletor de aacuteguas pluviais no Jardim Produtivo do Barreiro uma vala de
detenccedilatildeo e uma trincheira de infiltraccedilatildeo no Campus Pampulha da UFMG Aleacutem disso
estatildeo previstas a criaccedilatildeo de uma wetland no Vilarinho e do Centro de Referecircncia das
Aacuteguas que deve reunir no Parque Fazenda Lagoa do Nado todas as tecnologias
desenvolvidas pelo projeto
Conjuntamente agrave instalaccedilatildeo das accedilotildees tem sido executado um intenso trabalho social
voltado agrave propagaccedilatildeo das tecnologias junto agraves comunidades que as recebem sejam
regiotildees bairros escolas ou parques Esse trabalho comunitaacuterio eacute designado dentro
do projeto como Alianccedilas de Aprendizagem tem como propoacutesito mais notaacutevel
encorajar o interesse a envoltura e o amparo da sociedade civil em relaccedilatildeo a questotildees
referentes agrave gestatildeo de aacuteguas urbanas
Destacam-se ainda os cursos voltados aos integrantes das COMFORCcedilAS
(Comissotildees Populares de Fiscalizaccedilatildeo do Orccedilamento Participativo) que tem
dispersado entre todas as regionais da cidade a visatildeo e as tecnologias protegida
pelo Projeto SWITCH Esses cursos oferece uma capacidade multiplicadora
incalculaacutevel ldquouma vez que satildeo oferecidos aos cidadatildeos responsaacuteveis pela
proposiccedilatildeo aprovaccedilatildeo e acompanhamento das obras realizadas dentro do
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
36
Orccedilamento Participativo um dos principais programas de obras da Prefeitura de Belo
Horizonterdquo (PBH)
Ao estabelecer um contato direto com um grande nuacutemero de lideranccedilas locais
(presidentes de associaccedilotildees de bairro e liacutederes comunitaacuterios por exemplo) o Projeto
SWITCH conquista novos parceiros na luta por uma gestatildeo sustentaacutevel dos recursos
hiacutedricos da cidade
Mesmo com a implantaccedilatildeo de projetos sociais limpeza das sarjetas campina
canalizaccedilatildeo entre outras benfeitorias realizadas na regiatildeo natildeo foi possiacutevel amenizar
o estrago causado no dia 27 de outubro de 2015 na regiatildeo de Venda Nova
O temporal que atingiu Belo Horizonte nesta terccedila-feira (27) causou muitos estragos
Em quase uma hora choveu o equivalente a 40 de toda a chuva esperada para o
mecircs inteiro na cidade Na Avenida Vilarinho vaacuterios carros foram levados pela
correnteza Depois que a aacutegua escoou 30 carros ficaram empilhados Em 40 minutos
choveu 57 miliacutemetros na regiatildeo o equivalente a mais de 40 do esperado para todo
o mecircs de outubro segundo a Defesa Civil (G1 Minas Gerais)
24 Obras de captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Para o planejamento de drenagem urbana eacute necessaacuterio escolher uma poliacutetica de
atuaccedilatildeo que determine as decisotildees presentes e futuras (CANHOLI 2005)
Satildeo importantes vaacuterias informaccedilotildees para elaboraccedilatildeo de um projeto de drenagem
urbana como dados da bacia hidrograacutefica topografia do terreno dados cartograacuteficos
e criteacuterios gerais do projeto manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo do mesmo Os criteacuterios se
modificam de regiatildeo para regiatildeo
O plano de drenagem deve delinear alguns objetivos como manter as regiotildees ribeirinhas ainda natildeo urbanizadas em condiccedilotildees que minimizem as interferecircncias com a capacidade de escoamento e armazenamento do talvegue reduzir gradativamente o risco de inundaccedilotildees a que estatildeo expostas pessoas e propriedades reduzir o niacutevel existente de danos por enchentes assegurar que os projetos de prevenccedilatildeo e correccedilatildeo sejam consistentes com
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
VIOLA Heitor Gestatildeo de aacuteguas pluviais em aacutereas urbanas ndash o estudo de caso da
Cidade do samba Disponiacutevel em
httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf Acesso em 30 de agos2015
RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
37
os objetivos gerais do planejamento urbano minimizar problemas de erosotildees e assoreamentos controlar a poluiccedilatildeo difusa e incentivar a utilizaccedilatildeo alternativa das aacuteguas de chuvas coletadas para uso industrial irrigaccedilatildeo e abastecimento (CANHOLI 2005 p 24)
Os projetos convencionais de drenagem urbana baseados na raacutepida retirada de aacutegua
por canalizaccedilatildeo em aacutereas com alto grau de impermeabilizaccedilatildeo foram praticados por
vaacuterias deacutecadas Em primeiro momento eram considerados tecnicamente corretos
mas perdem a eficiecircncia por natildeo atenderem o crescimento da infraestrutura
necessaacuteria na medida em que a aacuterea urbana cresce O sistema de drenagem atual
propotildee mitigar os impactos das aacuteguas pluviais natildeo infiltradas devido agrave
impermeabilizaccedilatildeo solo atraveacutes do processo de urbanizaccedilatildeo por meio de dispositivos
de aumento da infiltraccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacuteguas buscando a regeneraccedilatildeo das
condiccedilotildees hidroloacutegicas preacute-urbanizaccedilatildeo (REZENDE 2010)
As soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana tecircm por objetivo reduzir os
escoamentos atraveacutes de estruturas de controle de aacuteguas pluviais em pequenas
unidades Desta forma o controle eacute realizado na fonte
Para adotar soluccedilotildees atuais de drenagem urbana eacute necessaacuterio o entendimento dos
conceitos de canalizaccedilatildeo e reservaccedilatildeo ilustrados pela Figura 7 Segundo REZENDE
(2010)
a) canalizaccedilatildeo eacute voltada a canalizaccedilatildeo convencional que inclui obras de
canais de concreto com aumento da declividade de fundo e afastamento
raacutepido dos escoamentos como
- projetos de grandes galerias
- cortes de meandros e retificaccedilotildees
- mudanccedila de declividade do leito do curso
- canalizaccedilatildeo
b) reservaccedilatildeo utiliza dispositivos para o aumento do tempo de concentraccedilatildeo e
reduccedilatildeo da vazatildeo de pico e amortecimento da onda cheia como
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
38
- reduccedilatildeo das vazotildees ndash reservatoacuterios
- reduccedilatildeo dos volumes - teacutecnicas de infiltraccedilatildeo
Figura 7-Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica dos conceitos reservaccedilatildeo e canalizaccedilatildeo Fonte CANHOLI (2005 p36)
No Quadro 1 eacute possiacutevel esclarecer o conceito dessas duas teacutecnicas atraveacutes de
componentes principais da estrutura aplicabilidade impactos e
manutenccedilatildeooperaccedilatildeo de ambos
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
39
Quadro 1 - Conceito de canalizaccedilatildeo x conceito de reservaccedilatildeo
Caracteriacutestica Canalizaccedilatildeo Reservaccedilatildeo
Funccedilatildeo Remoccedilatildeo raacutepida dos
escoamentos
Contenccedilatildeo temporaacuteria para
subsequente liberaccedilatildeo
Componentes principais Canais abertosgalerias Reservatoacuterios a superfiacutecie
livre
Reservatoacuterios subterracircneos
Retenccedilatildeo superficial
Aplicabilidade Instalaccedilatildeo em aacutereas novas
Construccedilatildeo por fases
Ampliaccedilatildeo de capacidade
pode se tornar difiacutecil (centros
urbanos)
Aacutereas novas (em
implantaccedilatildeo)
Construccedilatildeo por fases
Aacutereas existentes (agrave superfiacutecie
ou subterracircneas)
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Aumenta significativamente
os picos das enchentes em
relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo anterior
Maiores obras nos sistemas
de jusante
Aacutereas novas podem ser
dimensionadas para impacto
zero (Legislaccedilatildeo EUA)
Reabilitaccedilatildeo de sistemas
podem tornar vazotildees a
jusante compatiacuteveis com
capacidade disponiacutevel
Impacto nos trechos de
jusante (qualidade)
Transporta para o corpo
receptor toda carga poluente
afluente
Facilita remoccedilatildeo de material
flutuante por concentraccedilatildeo em
aacutereas de recirculaccedilatildeo dos
reservatoacuterios e dos soacutelidos em
suspensatildeo pelo processo
natural de decantaccedilatildeo
Manutenccedilatildeooperaccedilatildeo Manutenccedilatildeo em geral pouco
frequente (pode ocorrer
excesso de assoreamento e
de lixo)
Manutenccedilatildeo nas galerias eacute
difiacutecil (condiccedilotildees de acesso)
Necessaacuteria limpeza perioacutedica
Necessaacuteria fiscalizaccedilatildeo
Sistemas de bombeamento
requerem
operaccedilatildeomanutenccedilatildeo
Desinfecccedilatildeo eventual de
insetos
Estudos
hidroloacutegicoshidraacuteulicos
Requer definiccedilatildeo dos picos de
enchente
Requer definiccedilatildeo dos
hidrogramas (volumes das
enchentes)
Fonte CANHOLI (2005 p 32)
241 Detenccedilatildeo dos escoamentos
Os dispositivos que favorecem a reservaccedilatildeo dos escoamentos abrangem o conceito
mais significativo de soluccedilotildees natildeo convencionais de drenagem urbana Esta soluccedilatildeo
visa reduzir o pico das enchentes por amortecimento das ondas de cheia (Figura 7)
alcanccedilada pelo armazenamento parcial do volume escoado Pode-se separar em dois
tipos de contenccedilatildeo na fonte e a jusante
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
40
Figura 8 - Princiacutepio de Armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005) Fonte REZENDE(2010 p 41)
Na fonte
Satildeo estruturas pequenas que ficam perto da fonte onde o escoamento eacute gerado Satildeo
compostos em geral por pequenas unidades de reservaccedilatildeo Facilitam a percolaccedilatildeo e
infiltraccedilatildeo restringem aacutegua na rede de drenagem como por exemplo por vaacutelvulas
nos telhados e reservatoacuterios pequenos para armazenamento temporaacuterio
A jusante
Compreendem a obras para controlar defluacutevios provenientes de partes significativas
da bacia Canholi 2005 Satildeo reservatoacuterios de maior porte possibilita a reabilitaccedilatildeo de
sistemas existentes
Os reservatoacuterios satildeo classificados de acordo com o seu posicionamento e funccedilatildeo nos sistemas de drenagem em on-line ou seja na linha principal do sistema ou a ele conectado em seacuterie e off-line quando implantados em paralelo para desvio dos escoamentos (CANHOLI 2005 p 37)
242 Disposiccedilatildeo no local
Com uso crescente nos uacuteltimos anos este tipo de reservaccedilatildeo de aacutegua pluvial tem por
objetivo reduzir os picos das vazotildees que seguem para a rede de drenagem Satildeo obras
e ferramentas que promovem ou melhoram a percolaccedilatildeo e infiltraccedilatildeo da aacutegua
coletada Seu principal objetivo eacute reduzir os picos das vazotildees direcionadas para a
rede de drenagem Eacute possiacutevel promover a recarga de aquiacuteferos e aproveitamento da
aacutegua para usos diversos
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
41
Segundo Canholi (2005) pesquisas realizadas a partir das conclusotildees do Fifth
European Junior Scientist Workshop on Stormwater Infiltration Klinthom na
Dinamarca em 1992 demonstraram a eficiecircncia na soluccedilatildeo de drenagem urbana por
meacutetodos natildeo convencionais
Foram comparadas as soluccedilotildees de incremento da infiltraccedilatildeo com outros meacutetodos Implantou-se uma aacuterea experimental com diversos dispositivos de infiltraccedilatildeo adiante descritos na bacia do rio Shirako Japatildeo As mediccedilotildees demonstraram que o sistema de infiltraccedilatildeo reduziu os picos de vazatildeo em 60 e o volume total dos defluacutevios em cerca de 50 em comparaccedilatildeo aos sistemas convencionais O custo final desse sistema correspondeu a 33 do custo da soluccedilatildeo por detenccedilatildeo em bacias abertas (CANHOLI 2005 p 39)
Dispositivos de infiltraccedilatildeo
Satildeo dispositivos que incrementam a infiltraccedilatildeo e podem ser classificados conforme
Quadro 2 em dois grupos meacutetodos dispersivos cuja aacutegua superficial infiltra-se no solo
e meacutetodos em poccedilos que haacute recarga do lenccedilol freaacutetico por aacutegua da superfiacutecie
Quadro 2 - Classificaccedilatildeo geral dos dispositivos de infiltraccedilatildeo
Meacutetodos Dispersivos Meacutetodos em poccedilos
Superfiacutecies de infiltraccedilatildeo
Valetas de infiltraccedilatildeo abertas
Lagoas de infiltraccedilatildeo
Bacias de percolaccedilatildeo
Pavimentos porosos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo secos
Poccedilos de infiltraccedilatildeo uacutemidos
Fonte CANHOLI (2005 p 40)
a) superfiacutecies de infiltraccedilatildeo - Existem vaacuterios tipos de acordo com a disposiccedilatildeo
do local Satildeo superfiacutecies cobertas por vegetaccedilatildeo que permitem a percolaccedilatildeo
das aacuteguas superficiais em sua maioria oriundas de aacutereas impermeaacuteveis como
telhados e paacutetios (Figura 9)
Figura 9 - Princiacutepio de armazenamento (adaptado de BAPTISTA et al 2005)
Fonte REZENDE (2010 p41)
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
BOTELHO M H C Instalaccedilotildees Hidraacuteulicas Prediais 3deg ed 2010 Satildeo Paulo -
Blucher
BOTELHO M H C Aacuteguas de Chuva Engenharia das Aacuteguas Pluviais nas
Cidades 3deg ed 2011 ndash Editora Edgar
CAcircMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE - PROJETO DE LEI Ndeg 382014
Estabelece a Poliacutetica Municipal de Captaccedilatildeo Armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo documentaccedilatildeo
artigo publicado Belo Horizonte 2014 Disponiacutevel em
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Acesso em 30 ago 2015
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
42
b) valetas de infiltraccedilatildeo aberta - Dispositivos de drenagem laterais revestidas
com vegetaccedilatildeo que ficam adjacentes a estradas e ruas que promovem o
processo de infiltraccedilatildeo no solo A proteccedilatildeo das valetas com vegetaccedilatildeo
normalmente com grama eacute importante pois contribui para que a camada
permeaacutevel do solo permaneccedila Eventuais limpezas satildeo necessaacuterias para que
a capacidade de infiltraccedilatildeo no solo seja restabelecida devido processo de
colmataccedilatildeo que eacute a decantaccedilatildeo de partiacuteculas finas O seu volume deve ser o
suficiente para natildeo ocorrer alagamentos principalmente apoacutes precipitaccedilatildeo
consideraacutevel pois a capacidade de infiltraccedilatildeo agrave medida que a aacutegua escoa se
atenua Em alguns pontos da valeta podem ser construiacutedos dispositivos de
infiltraccedilatildeo chamados de trincheiras de percolaccedilatildeo que satildeo constituiacutedos de
camadas de areia e brita que auxiliam na infiltraccedilatildeo da aacutegua para o subsolo
Figura 10 - Valeta de infiltraccedilatildeo aberta
Fonte CANHOLI (2005 P42)
c) lagoas de infiltraccedilatildeo - Pequenas bacias de detenccedilatildeo projetadas com niacutevel
drsquoaacutegua permanente e volume de espera que facilitam a infiltraccedilatildeo pela
dilataccedilatildeo do tempo de residecircncia das aacuteguas pluviais (CANHOLI 2005)
d) bacias de percolaccedilatildeo (Figura 11) - Eacute construiacuteda por escavaccedilatildeo de uma valeta
preenchida com brita ou cascalho e a sua superfiacutecie posteriormente eacute
reaterrada A brita ou o cascalho que promovem a reservaccedilatildeo temporaacuteria do
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
43
escoamento enquanto a percolaccedilatildeo se processa lentamente para as camadas
internas do solo (CANHOLI 2005)
Figura 11 - Bacias de percolaccedilatildeo (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p43)
e) pavimentos porosos (Figuras 12 e 13) - Elemento de retenccedilatildeo na fonte que
contribui na reduccedilatildeo os picos e volume dos defluacutevios Normalmente satildeo
constituiacutedos de concreto ou asfalto convencionais sem as partiacuteculas mais finas
desses compostos Satildeo construiacutedos sobre camadas permeaacuteveis de material
granular (brita) O pavimento poroso pode ser obtido tambeacutem com moacutedulos de
blocos de concretos vazados Estudos realizados na experiecircncia de Harada e
Ichikawa na Universidade de Toacutequio (1994) mostraram que quanto maior
camada de material granular maior a ampliaccedilatildeo nos tempos de concentraccedilatildeo
ou seja maior a reservaccedilatildeo
Figura 12 - Adaptado pavimento poroso Parque Ibirapuera Satildeo Paulo 1996 Fonte CANHOLI (2005 p43)
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
44
Figura 13 - Pavimentos porosos ndash exemplos e corte tiacutepico (Portland 2002) Fonte CANHOLI (2005 p 44)
f) poccedilos de infiltraccedilatildeo - Quando natildeo haacute aacuterea suficiente ou quando a urbanizaccedilatildeo
existente jaacute estaacute instalada natildeo viabiliza a construccedilatildeo de medidas dispersivas
de aumento de infiltraccedilatildeo a soluccedilatildeo adotada eacute o poccedilo de infiltraccedilatildeo Para uma
operaccedilatildeo eficiente dos poccedilos eacute necessaacuterio que o niacutevel freaacutetico se encontre
suficientemente baixo em relaccedilatildeo agrave superfiacutecie do terreno e que o subsolo
possua camadas arenosas A qualidade da aacutegua drenada eacute outro fator que
pode restringir a implantaccedilatildeo de poccedilos
243 Controle de entrada
Os dispositivos de controle de entrada operam para restringir a entrada dos
escoamentos de aacutegua pluvial no sistema de drenagem promovendo sua reservaccedilatildeo
(CANHOLI 2005) Pode ser temporaacuteria como um retardamento do fluxo ou
permanente para que a aacutegua reservada possa ser utilizada posteriormente
a) controle dos telhados - Sistema de calhas e condutores com capacidade de
armazenamento controlado por vaacutelvulas especiais telhas e estruturas de
cobertura de concreto com capacidade de armazenar aacuteguas pluviais para
posterior reuso A aacutegua coletada pode ser utilizada para lavagem de pisos e
irrigaccedilatildeo e em sistemas de descarga de sanitaacuterios Este tipo de controle seraacute
exemplificado pela obra de modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees
Pinto (Mineiratildeo) na cidade de Belo HorizonteMG que depois de sua
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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Belo Horizonte 2008 ndash Transformaccedilotildees recentes na estrutura urbana 516 p
Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SILVA A B CARVALHO E T FANTINEL L M ROMANO A W VIANA CS
Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
VIOLA Heitor Gestatildeo de aacuteguas pluviais em aacutereas urbanas ndash o estudo de caso da
Cidade do samba Disponiacutevel em
httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf Acesso em 30 de agos2015
RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
45
modernizaccedilatildeo implantou-se um sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de
aacuteguas pluviais para reuso em suas dependecircncias
b) controle em aacutereas impermeabilizadas - locais com grandes aacutereas
impermeabilizadas geram elevados picos de defluacutevios devido reduccedilatildeo da
capacidade de infiltraccedilatildeo natural do solo Para controle desses picos eacute
recomendaacutevel ampliar aacutereas permeaacuteveis ou implantar dispositivos que
reservem a aacutegua precipitada Para o controle de entrada da vazatildeo nas
captaccedilotildees da rede de drenagem eacute interessante projetar dispositivos que
mantenham um alagamento controlado A lei Municipal de Satildeo Paulo nordm 13276
do ano de 2002 regulamentada pelo decreto nordm 41814 do ano de 2002 obriga
a construccedilatildeo de reservatoacuterios para aacuteguas pluviais de coberturas e pavimentos
de lotes superiores a 500 m2 Esta lei foi um gatilho para implantaccedilatildeo de
sistemas de armazenamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees residenciais
comerciais e industriais com volume proporcional agrave aacuterea impermeabilizada
c) detenccedilatildeo In Situ ndash medida preventiva que controla o aumento do pico de
vazatildeo natural gerado pelas chuvas em aacutereas a serem urbanizadas atraveacutes de
leis restritivas A liberaccedilatildeo de novas aacutereas a serem urbanizadas estaacute
condicionada a requisitos por forccedila de instrumentos legais (CANHOLI 2005)
244 Detenccedilatildeo a jusante
Reservatoacuterios de maior porte que permitem o armazenamento de volumes
significativos da bacia que atraveacutes da reservaccedilatildeo do volume escoado permite o
amortecimento dos picos das enchentes Segundo Rezende (2010) eacute dividido em dois
grupos reservatoacuterio online quando implantados no eixo do sistema de drenagem e
reservatoacuterios offline quando posicionados fora do eixo
De acordo com Rezende (2010) satildeo dispositivos de detenccedilatildeo
a) bacias de retenccedilatildeo (Figura 14) possuem lacircmina de aacutegua permanente que
podem ser integradas ao espaccedilo urbano como lagos
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
46
Figura 14 - Bacia de retenccedilatildeo na cidade de Lagord regiatildeo de Poitou-Charentes Franccedila Fonte REZENDE(2010 p 23)
b) bacias de detenccedilatildeo (Figura 15) possuem aacutegua pluvial somente quando haacute
precipitaccedilatildeo podendo possuir outros usos quando estatildeo secas como quadras
esportivas e quadras de lazer
Figura 15 - Bacia de detenccedilatildeo em Santiago Chile Fonte REZENDE (2010 p 22)
c) bacias de sedimentaccedilatildeo satildeo bacias projetadas para reter os soacutelidos em
suspensatildeo
25 Modernizaccedilatildeo do Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto
Os anos que antecederam a copa do mundo de futebol de 2014 foram de grande
importacircncia para a mudanccedila de paradigmas nos segmentos de engenharia e
arquitetura devido a implantaccedilatildeo de procedimentos sustentaacuteveis e de sistemas
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
47
tecnoloacutegicos inovadores caracterizado pelo desempenho e mais autonomia nas
edificaccedilotildees A Copa de 2014 que foi sediada no Brasil teve a finalidade de referenciar
este grande acontecimento como a primeira ldquocopa verderdquo do mundo com a
recomendaccedilatildeo de que todos os estaacutedios estejam certificados no Leed ndash Leadership in
Energy and Environmental Design
Eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para edificaccedilotildees utilizado em 143 paiacuteses e possui o intuito de incentivar a transformaccedilatildeo dos projetos obra e operaccedilatildeo das edificaccedilotildees sempre com foco na sustentabilidade de suas atuaccedilotildees ( httpgbcbrasilorgbrsobre-certificadophp 021115)
O terreno do Estaacutedio de futebol Governador Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo
pertencente ao municiacutepio de Belo Horizonte e na zona ZE (Zonas Especial) conforme
Figura 16
Figura 16 ndash Localizaccedilatildeo e Zoneamento do Mineiratildeo Fonte ndash Projeto 053 2009
No dia 07 de outubro de 2015 foi realizada uma visita teacutecnica ao estaacutedio de futebol
Governador Magalhatildees Pinto com o intuito de conhecer o esquema construtivo
implantado para captaccedilatildeo armazenamento e o reuso de aacuteguas pluviais ou
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
48
simplesmente chuva coletado pela cobertura do mesmo e o reuso utilizado em
descargas de vasos sanitaacuterios mictoacuterios e irrigaccedilatildeo do gramado
Para implantaccedilatildeo do esquema construtivo foram dimensionados reservatoacuterios em
concreto armado aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial tipos e quantidades de materiais
na execuccedilatildeo que seratildeo abordados a partir dos projetos concedidos pela Minas Arena
O objetivo da implantaccedilatildeo do projeto eacute reutilizar mais de 5 milhotildees de aacutegua da chuva
armazenada quantidade suficiente para suprir a demanda das bacias sanitaacuterias
mictoacuterios e irrigaccedilatildeo de gramado durante 3 meses em caso de estiagem Atualmente
a aacutegua de reuso eacute mais utilizada que a aacutegua potaacutevel em dias de jogos
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
49
3 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Segundo Marconi e Lakatos (2010 p 166) a pesquisa bibliograacutefica abrange
() toda bibliografia tornada puacuteblica em relaccedilatildeo ao tema de estudo desde publicaccedilotildees avulsas boletins jornais revistas livros pesquisas monografias teses material cartograacutefico etc ateacute meios de comunicaccedilatildeo oral raacutedio gravaccedilotildees em fita magneacutetica e audiovisuais filmes e televisatildeo Sua finalidade eacute colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito dito ou filmado sobre determinado assunto inclusive conferecircncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma quer publicadas quer gravadas
O presente trabalho busca analisar a importacircncia do equacionamento abrangente dos
problemas de drenagem bem como apresentar e discutir alguns conceitos
ldquoinovadoresrdquo como captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais
Conforme Lakatos (2010) a metodologia eacute o estudo dos meacutetodos especialmente dos
meacutetodos das ciecircncias Eacute um processo utilizado para dirigir uma investigaccedilatildeo da
verdade no estudo de uma ciecircncia ou estudo de casos
Para tanto foi associado dissertaccedilotildees artigos cientiacuteficos teses sites especializados
livros e textos teacutecnicos relacionados agrave drenagem urbana criando uma base de dados
sobre as principais teacutecnicas implantadas na captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacuteguas pluviais
Para analisar a aplicabilidade dos conceitos obtidos a partir da pesquisa bibliograacutefica
foi realizada visita teacutecnica no dia 07 de outubro de 2015 no Estaacutedio Governador
Magalhatildees Pinto vulgo Mineiratildeo localizado Avenida Antocircnio Abrahatildeo Caram 1001 -
Satildeo Joseacute (Pampulha) Belo Horizonte ministrada pelo gerente teacutecnico Otaacutevio Oliveira
Goes da empresa Minas Arena a que foi contratado para acompanhar a obra
A Metodologia cientiacutefica aborda as principais regras para uma produccedilatildeo cientiacutefica
fornecendo as teacutecnicas os instrumentos e os objetivos para melhorar desempenho do
trabalho cientiacutefico
Foi realizado ainda um questionaacuterio estruturado direcionado aos seguintes
profissionais puacuteblico graduando em Engenharia (25) e aos professores da instituiccedilatildeo
Newton Paiva (03) Engenheiro (01) e outros (03) com perguntas relacionadas ao
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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SECRETARIA MUNICIPAL DE POLIacuteTICAS URBANA ndash SMURBE Estudos Urbanos
Belo Horizonte 2008 ndash Transformaccedilotildees recentes na estrutura urbana 516 p
Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SILVA A B CARVALHO E T FANTINEL L M ROMANO A W VIANA CS
Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
VIOLA Heitor Gestatildeo de aacuteguas pluviais em aacutereas urbanas ndash o estudo de caso da
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httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf Acesso em 30 de agos2015
RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
50
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (20015 p86) questionaacuterio ldquoeacute um instrumento de
coleta de dados constituiacutedo por uma seacuterie ordenada de perguntasrdquo
Na visita teacutecnica o gerente teacutecnico Otaacutevio explicou a funcionalidade de todo processo
para a capacitaccedilatildeo armazenamento e reuso da aacutegua chuva Atraveacutes da cobertura de
lona (Figura 17) em parte do estaacutedio eacute realizado a captaccedilatildeo da aacutegua da chuva o
material utilizado na sua fabricaccedilatildeo eacute o PVC do fabricante Birdair e sua manutenccedilatildeo
eacute feita atraveacutes de um tencionamento anual sendo autolimpante e com durabilidade
de 25 anos A aacutegua captada pela cobertura se dirige para o ponto mais baixo atraveacutes
da laje (Figura 18) ateacute o ralo ldquoabacaxirdquo de ferro fundido
Figura 17 ndash Lona da cobertura Figura 18 ndash Laje
Para evitar que os detritos soacutelidos presentes na cobertura como folhas e objetos
entrem na tubulaccedilatildeo e consequentemente nos reservatoacuterios eacute colocada a primeira
proteccedilatildeo do sistema na conexatildeo entre a laje e a tubulaccedilatildeo podendo ser essa proteccedilatildeo
um ralo hemisfeacuterico conforme Figura 19 Apoacutes a passagem da aacutegua pelo ralo
hemisfeacuterico a mesma eacute direcionada para os registros de duto (Figura 20) de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
51
Figura 19 - Ralo de ldquoabacaxirdquo em ferro fundido Figura 20- Registro de duto de entrada
aacutegua do reservatoacuterio
Os reservatoacuterios de aacutegua pluvial tem capacidade de armazenar 5 milhotildees litros
conforme Figura 21 Essa aacutegua eacute reutilizada para molhar o gramado dar descargas
em mictoacuterios e sanitaacuterios Quando estaacute chovendo muito e as bombas (instalada na
lateral do reservatoacuterio) do ladratildeo satildeo acionadas tendo a capacidade dos reservatoacuterios
atingida a aacutegua de chuva excedente eacute descartada por gravidade na rede pluvial (lagoa
da Pampulha) A finalidade da bomba dosadora (Figura 22) eacute para fazer a injeccedilatildeo de
cloro na aacutegua de reuso
Figura 21 - Reservatoacuterios de aacutegua pluvial Figura 22 ndash Bomba dosadora de cloro
O equipamento demonstrado na Figura 23 eacute responsaacutevel pela filtragem da aacutegua de
chuva e o hidrocircmetro ligado ao sistema quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada
A finalidade das bombas (Figura 24) eacute fazer o recalque da aacutegua de reuso tratada para
os reservatoacuterios superiores
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
52
Figura 23 ndash Filtro para aacutegua da chuva Figura 24 ndash Filtro para aacutegua da chuva
Estes sistemas (Figura 25) possuem dois reservatoacuterios de aacutegua de reuso tratada que
atraveacutes de trecircs bombas (1 reserva) e duas redes de recalque bombeiam a aacutegua para
o reservatoacuterios superiores Os registros permitem que sejam feitas manobras entre os
reservatoacuterios entre bombas e entre as redes de recalque
Figura 25 ndash Sistemas para reservatoacuterios de aacutegua de reuso
Figura 26 ndash Tubulaccedilatildeo aacutegua de reuso
Figura 27ndash Hidrocircmetro
Este hidrocircmetro (Figura 27) quantifica a aacutegua de chuva reaproveitada Satildeo duas
redes esta eacute a reserva natildeo passa pelo filtro
As tubulaccedilotildees com a aacutegua de reuso satildeo identificadas atraveacutes de etiquetas com Figura
26 no decorrer de toda edificaccedilatildeo
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
53
4 ANAacuteLISE DE DADOS E RESULTADOS
Para a escolha das teacutecnicas de drenagem urbana convencionais ou natildeo eacute necessaacuterio
um estudo comparativo das soluccedilotildees possiacuteveis Devem-se mensurar aleacutem dos
investimentos econocircmicos aplicados aspectos ambientais sociais e operacionais
41 Avaliaccedilatildeo econocircmica
Custos
Segundo Canholi (2015) os custos podem ser divididos em 3 parcelas no que tangem
um sistema de drenagem investimento operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo O custo de
investimento compreende no dinheiro aplicado para estudos projetos levantamentos
construccedilatildeo desapropriaccedilotildees indenizaccedilotildees ou seja implantaccedilatildeo da obra Os custos
de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo satildeo despesas de matildeo de obra equipamentos
combustiacuteveis e todo processo de execuccedilatildeo dos reparos limpezas inspeccedilotildees durante
a vida uacutetil do elemento de drenagem Os custos de riscos correspondem aos valores
estimados dos danos relativos a cada periacuteodo de retorno ou pelos custos de
recuperaccedilatildeo de uma aacuterea afetada Para o caacutelculo preliminar utilizam-se tabelas de
custos unitaacuterios de obras e serviccedilos especializados em engenharia ou secretarias
municipais
Benefiacutecios
Eacute a quantificaccedilatildeo do retorno pela implantaccedilatildeo de uma obra de drenagem no que
tangente aos danos evitados a bens e propriedades atrasos de viagens prejuiacutezos no
comeacutercio e serviccedilos entre outros Tambeacutem satildeo quantificados os benefiacutecios ligados agrave
melhoria da sauacutede pela reduccedilatildeo dos iacutendices de mortalidade e doenccedilas Custos e
benefiacutecios satildeo mensurados monetariamente a partir de um valor de mercado dos bens
e serviccedilos relacionados a cada um Quando natildeo possuem esse valor satildeo chamados
de intangiacuteveis (CANHOLI 2015)
Riscos de projeto
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
54
Eacute comum os oacutergatildeos gerenciadores utilizarem um niacutevel de garantia a ser adotado nos
projetos O risco de falha tambeacutem chamado de risco de excedecircncia (R) em
porcentagem de uma obra de drenagem dimensionada para uma vazatildeo ou volume
com recorrecircncia igual a TR prevista para operar n anos eacute definido por
42 Anaacutelise Comparativa Tipo Benefiacutecio Custo
Valor monetaacuterio esperado
ldquoAs incertezas associadas aos eventos hidroloacutegicos presentes nos projetos de
drenagem urbana podem ser quantificadas em termos das distribuiccedilotildees de
probabilidades e dos custos associadosrdquo (CANHOLI 2005 p 183)
A quantificaccedilatildeo dessas incertezas pode ser feita com a determinaccedilatildeo de um valor
monetaacuterio esperado da soluccedilatildeo de drenagem ou da avaliaccedilatildeo econocircmica de cada
intervenccedilatildeo quando for adotado em um sistema jaacute implantado O valor esperado de
um projeto eacute o produto da probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto pelos
custos ou pelos danos evitados (benefiacutecios)
onde
119881119872119864119909 - valor monetaacuterio esperado da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo (x)
119875119909 - probabilidade de excedecircncia da vazatildeo de projeto ou de ocorrecircncia do
dano associada a aplicaccedilatildeo da alternativa ou niacutevel de proteccedilatildeo
119881119909 - valor do custo-benefiacutecio eou dos danos evitados da alternativa ou
proteccedilatildeo
Eacute necessaacuterio definir racionalmente os riscos de projeto (tempos de recorrecircncia e
tempos de excedecircncia) comparar soluccedilotildees alternativas e quantificar monetariamente
119877 = 100119909 [1 minus (1 minus1
119879119877)119899]
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
55
os custos e benefiacutecios esperados para verificar a viabilidade de um projeto de
drenagem Ao longo da vida uacutetil haacute custos de operaccedilatildeo e manutenccedilatildeo que devem ser
incluiacutedos no caacutelculo total dos custos
De acordo com Canholi (2005 p192)
Os valores monetaacuterios esperados para os custos de cada alternativa para cada niacutevel de proteccedilatildeo satildeo comparados com os benefiacutecios esperados calculados tambeacutem para cada frequecircncia A comparaccedilatildeo entre custo e benefiacutecios leva ao ponto oacutetimo da intervenccedilatildeo pretendida
Economicamente os custos natildeo podem superar os benefiacutecios tangiacuteveis As relaccedilotildees
de comparaccedilatildeo entre benefiacutecios e custos podem auxiliar na determinaccedilatildeo do melhor
dimensionamento de um sistema de drenagem urbana e definir a melhor alternativa
de muitas possiacuteveis
421 Anaacutelise estudo de casos
Para exemplificaccedilatildeo do meacutetodo de anaacutelise comparativa tipo benefiacutecio custo foram
levantados trecircs casos em aacutereas criacuteticas na cidade de Satildeo Paulo 13que foram
apresentados neste trabalho de forma sinteacutetica das bacias do Coacuterrego Cabuccedilu de
Baixo Coacuterrego Pacaembu e Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin aacutereas
urbanizadas que eram alvo de frequentes inundaccedilotildees
Devido agrave urbanizaccedilatildeo dessas aacutereas e da canalizaccedilatildeo e retificaccedilatildeo dos coacuterregos
(derivados de metodologias convencionais) os coeficientes de escoamentos
superficiais aumentaram e reduziram-se os tempos de retenccedilatildeo das aacuteguas pluviais
Consequentemente as vazotildees de cheia com o passar do tempo se tornaram mais
elevadas O objetivo destes estudos de casos foi definir o conjunto de obras de
drenagem mais interessantes de cada regiatildeo no ponto de vista financeiro e teacutecnico
Um ponto a ser destacado para estes casos eacute que por soluccedilatildeo convencional aleacutem do
alto investimento provocaria grande transtorno para a populaccedilatildeo devido a
13 Estudos de casos retirados para exemplificaccedilatildeo CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
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Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
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Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
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TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
56
interferecircncia das obras de drenagem provocando realocaccedilatildeo de cabos telefocircnicos
cabos eleacutetricos adutoras e a proacutepria rede de coleta de aacuteguas pluviais
Foram realizados estudos hidraacuteulicos hidroloacutegicos de cada regiatildeo para a
caracterizaccedilatildeo das mesmas do ponto de vista teacutecnico do problema que
correspondem basicamente na definiccedilatildeo do volume de defluacutevio a ser considerado no
dimensionamento das estruturas de proteccedilatildeo vazotildees de pico e capacidade de vazatildeo
das canalizaccedilotildees existentes Em ambas as regiotildees confirmou-se que o sistema de
drenagem natildeo estava contribuindo para uma operaccedilatildeo harmoniosa ou seja a
capacidade de vazatildeo eacute inferior agrave necessaacuteria Com base nesses estudos foram
identificados os gargalos de cada regiatildeo a serem tratados
Em todos os estudos de casos foram implantados como soluccedilatildeo reservatoacuterios de
amortecimentos de cheias De acordo com Canholi (2005) a aceleraccedilatildeo dos
escoamentos resultante das canalizaccedilotildees torna-se mais deleteacuteria quanto ao potencial
de provocar inundaccedilotildees do que a proacutepria impermeabilizaccedilatildeo da bacia O retardamento
da onda eacute a reduccedilatildeo da velocidade meacutedia do escoamento aumentando o tempo de
concentraccedilatildeo da bacia consequentemente reduzindo os picos de vazatildeo Pode-se
observar que nos trecircs casos a implantaccedilatildeo de reservatoacuterios um dos dispositivos de
drenagem urbana natildeo convencional no sistema de drenagem ineficiente jaacute existente
representaram soluccedilotildees econocircmica e ambientalmente adequadas
No estudo de caso Coacuterrego Pacaembu a implantaccedilatildeo do reservatoacuterio garantiu sem
muitos transtornos agrave populaccedilatildeo e em prazo relativamente curto a soluccedilatildeo do controle
de cheias desta bacia A economia foi estimada em US$ 27 milhotildees se comparada agrave
soluccedilatildeo proposta anteriormente em tuacutenel (conceito convencional) A reduccedilatildeo das
vazotildees a jusante foi destaque nesta bacia jaacute que propicia economia e viabilidade
teacutecnica no controle de enchentes dos coletores maiores da bacia Se fosse adotada a
soluccedilatildeo tradicional de tuacuteneis as vazotildees a jusante iriam aumentar inviabilizando a
soluccedilatildeo das inundaccedilotildees
Na avaliaccedilatildeo do estudo de caso do Sistema Aacutegua Espraiadadreno do Brooklin foram
apresentadas trecircs alternativas de soluccedilotildees dentre elas uma seria manter o projeto
original de drenagem A soluccedilatildeo adotada obteve cerca de US$ 24 milhotildees em
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
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64
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65
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de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
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66
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67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
57
comparaccedilatildeo ao projeto original (alternativa de meacutetodo convencional) destacando
tambeacutem a reduccedilatildeo nos prazos de execuccedilatildeo da obra e de menores interferecircncias e na
utilizaccedilatildeo da aacuterea para lazer com quadras de esportes e equipamentos utilizados pela
populaccedilatildeo
E por uacuteltimo na Bacia do Coacuterrego Cabuccedilu de Baixo adotou-se a implantaccedilatildeo de 2
reservatoacuterios e reforccedilo parcial da galeria jaacute existente para adequaccedilatildeo da vazatildeo de
recorrecircncia de 25 anos Apoacutes a implantaccedilatildeo das soluccedilotildees adotadas as inundaccedilotildees
foram praticamente eliminadas O custo da implantaccedilatildeo das soluccedilotildees foi cerca de 66
do valor em comparaccedilatildeo agrave soluccedilatildeo com valor intermediaacuterio dentre trecircs apresentadas
com economia estimada de US$ 20 milhotildees
43 Melhoria do Mineiratildeo
Para implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e armazenamento de aacutegua pluvial do
Estaacutedio Governador Magalhatildees Pinto foi necessaacuterio ter em matildeos os projetos (anexo
J) de Hidraacuteulica - Locaccedilatildeo de Espaccedilos Teacutecnicos HID-Locaccedilatildeo Espaccedilos Teacutecnicos
Hidraacuteulica - Aacutegua Pluvial HID-Agua Pluvial onde foram executados os
dimensionamentos dos reservatoacuterios e Arquitetura Interna AR2-Arquitetura Interna-
Estaacutedio onde foi efetuado o seguinte levantamento
a) reservatoacuterio 1 construiacutedo em concreto armado aacuterea da base
aproximadamente 24811 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua 360
m e volume aproximadamente 89320 msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de
accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas
pluviais da metade da cobertura contaraacute tambeacutem com septos especiais para
gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de
cloro para assegurar os padrotildees de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de
vertedouro (extravasor)
b) reservatoacuterio 2 destinado a reserva de aacuteguas pluviais para consumo nos
vasos sanitaacuterios e mictoacuterios reservatoacuterio inferior (apoiado) em concreto
armado aacuterea da base aproximadamente 28705 msup2 altura interna 390 m e
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
BOTELHO M H C Instalaccedilotildees Hidraacuteulicas Prediais 3deg ed 2010 Satildeo Paulo -
Blucher
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CAcircMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE - PROJETO DE LEI Ndeg 382014
Estabelece a Poliacutetica Municipal de Captaccedilatildeo Armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo documentaccedilatildeo
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httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14inicialpdf
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lthttpwwwbvsdepahoorgbvsaidissaneabbrasilix-011pdfgt Acesso em 27 out
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Acesso em 27 out 2015
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DRUMOND Pedro de Paula Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas
pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte MG Avaliaccedilatildeo hidraacuteulica e
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MARCONI MA LAKATOS EM Fundamentos de metodologia cientiacutefica 7ordf Ed
- Editora Atlas SA 2010 Satildeo Paulo
64
MARCONI MA LAKATOS EM Teacutecnicas de Pesquisa 7ordf Ed - Editora Atlas SA
2010 Satildeo Paulo
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httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxo
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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9845 de 8 de
abril de 2010 Altera a Lei nordm 861603 que conteacutem o Coacutedigo de Posturas do Municiacutepio
65
de Belo Horizonte e daacute outras providecircncia Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte
2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SUDECAP - Plano Municipal de
Saneamento de Belo Horizonte 20122015 ndash Volume III Belo Horizonte2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE SAtildeO PAULO Diretrizes Baacutesicas Para Projetos De
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Acesso 27 out 2015
SECRETARIA MUNICIPAL DE POLIacuteTICAS URBANA ndash SMURBE Estudos Urbanos
Belo Horizonte 2008 ndash Transformaccedilotildees recentes na estrutura urbana 516 p
Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
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Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
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66
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SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
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Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
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TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
58
altura niacutevel da aacutegua 360 m contendo o volume de aproximadamente 103338
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo 80x80 cm (laje do teto)
c) reservatoacuterio 3 reserva de aacutegua potaacutevel utilizada para combate a incecircndio o
reservatoacuterio eacute inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras com
volume aproximadamente de 85 msup3 cada com dimensotildees internas
aproximadas de largura de 380 m comprimento 600 m altura 390 m e altura
niacutevel da aacutegua 375 m conteacutem tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80
cm (laje do teto)
d) reservatoacuterio 4 reserva de aacutegua potaacutevel fornecido pela COPASA para
consumo humano o mesmo estaacute localizado inferiormente (apoiado) em
concreto armado com duas cacircmaras com volume aproximadamente 150 msup3
cada com dimensotildees internas aproximadas de largura 6 m comprimento 7 m
altura 390 e altura do niacutevel da aacutegua 36 m possui tambeacutem tampatildeo de acesso
em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje do teto)
e) reservatoacuterio 5 reserva de aacuteguas pluviais para consumos em mictoacuterios e
sanitaacuterios ele se encontra na parte inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea
da base igual aproximadamente 34780 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel
da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 125208 msup3 com tampatildeo de
acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
Esse reservatoacuterio que receberaacute as aacuteguas pluviais da metade da cobertura
contaraacute tambeacutem com septos especiais para gradeaccedilatildeo fina (separaccedilatildeo de
soacutelidos) sedimentaccedilatildeo e bomba dosadora de cloro para assegurar os padrotildees
de reuso conforme NBR ndash 13969 aleacutem de vertedouro (extravasor)
f) reservatoacuterio 6 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 41985 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 151146 msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
BOTELHO M H C Instalaccedilotildees Hidraacuteulicas Prediais 3deg ed 2010 Satildeo Paulo -
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de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo documentaccedilatildeo
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- Editora Atlas SA 2010 Satildeo Paulo
64
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PINTO Luiza Helena PINHEIRO Sergio Avelino Orientaccedilotildees baacutesicas para
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65
de Belo Horizonte e daacute outras providecircncia Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte
2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
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Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
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RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
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REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
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2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
59
g) reservatoacuterio 7 sua reserva eacute de aacuteguas pluviais para consumos nos vasos
sanitaacuterios e mictoacuterios inferior (apoiado) em concreto armado aacuterea da base
igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m altura do niacutevel da aacutegua
360 m e volume aproximadamente 100494msup3 com tampatildeo de acesso em
chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto)
h) reservatoacuterio 8 sua reserva eacute de potaacutevel e pluvial para irrigaccedilatildeo do gramado
localizado na parte inferior (apoiado) em concreto armado com duas cacircmaras
com aacuterea da base igual aproximadamente 27915 msup2 altura interna 390 m
altura do niacutevel da aacutegua 360 m e volume aproximadamente 27360msup3 e 27504
msup3 com tampatildeo de acesso em chapa de accedilo de 80x80 cm (na laje teto) Esse
reservatoacuterio conteacutem vaacutelvulas de altitudes nas entradas de aacutegua potaacutevel da
COPASA para se assegurar o abastecimento na falta de aacuteguas pluviais
Aleacutem dos reservatoacuterios o sistema eacute composto eletrobombas equipadas com
dispositivos de interface para automaccedilatildeo e controle contendo as seguintes
descriccedilotildees
a) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
b) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 30msup3h Hman= 35 mca P= 75
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
c) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 60msup3h Hman= 70 mca P= 30
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
d) 02 eletrobombas centrifuga horizontal Q= 40msup3h Hman= 45 mca P= 15
CV -3ᶲ 220380 V da KSB (uma reserva)
e) 02 eletrobomba P= frac14 CV dosadora de cloro (uso simultacircneo)
f) 02 eletrobombas P= frac14 CV dosadora de azul de metileno (uso simultacircneo)
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
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de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo documentaccedilatildeo
artigo publicado Belo Horizonte 2014 Disponiacutevel em
httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14inicialpdf
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de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
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de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
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Saneamento de Belo Horizonte 20122015 ndash Volume III Belo Horizonte2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE SAtildeO PAULO Diretrizes Baacutesicas Para Projetos De
Drenagem Urbana No Municiacutepio de Satildeo Paulo Disponiacutevel em
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Acesso 27 out 2015
SECRETARIA MUNICIPAL DE POLIacuteTICAS URBANA ndash SMURBE Estudos Urbanos
Belo Horizonte 2008 ndash Transformaccedilotildees recentes na estrutura urbana 516 p
Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
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Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
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VIOLA Heitor Gestatildeo de aacuteguas pluviais em aacutereas urbanas ndash o estudo de caso da
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Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
60
g) 02 eletrobombas Q= 30msup3h Hman= 70 mca P= 15 CV -3ᶲ 220380 V
(irrigaccedilatildeo do campo)
A capacidade de armazenamento dos reservatoacuterios satildeo de 5 milhotildees de litros de aacutegua
da pluvial para reuso Essa quantidade garante o abastecimento no periacuteodo de 3
meses O revestimento da cobertura foi executado em policarbonato com uma aacuterea
de aproximadamente 14700 msup2 No cronograma da obra foram determinados 650 dias
apoacutes assinatura do contrato para finalizaccedilatildeo dos acabamentos dentre os serviccedilos
contemplavam as instalaccedilotildees hidro-sanitaacuteria e a cobertura Foram destinados 221
do custo total da obra para realizaccedilatildeo das instalaccedilotildees hidraacuteulicas irrigaccedilatildeo e
drenagens
Segundo o gerente teacutecnico Otaacutevio Goes ldquoao longo do ano o consumo de aacutegua de
chuva eacute mais de 70 do consumo do mensal e a meacutedia no ano corresponde de 50
a 60 devido a escassez no periacuteodo sem chuvardquo Os materiais utilizados na execuccedilatildeo
do sistema encontra-se anexo G
44 Anaacutelise e dados do questionaacuterio
Foi aplicado um questionaacuterio ao puacuteblico graduando em Engenharia e aos professores
da Instituiccedilatildeo Newton Paiva Engenheiro e outros com perguntas relacionadas ao
sistema de drenagem urbana de Belo Horizonte a contribuiccedilatildeo das obras para
captaccedilatildeo armazenamento de aacuteguas pluviais no sistema de drenagem e o
embasamento das disciplinas ministradas no curso de engenharia no sistema de
drenagem
O objetivo do questionaacuterio eacute demonstrar o quatildeo agrave sociedade acadecircmica estaacute
esclarecida agrave parcela da implantaccedilatildeo das teacutecnicas natildeo convencionais no sistema de
drenagem urbana atraveacutes dos resultados conforme anexo I Os resultados apontam
que os entrevistados tem conhecimento sobre o assunto que satildeo necessaacuterias accedilotildees
mais efetivas do poder puacuteblico no controle de enchentes e expressam a deficiecircncia do
aceleramento de poliacuteticas ligadas ao desenvolvimento e aplicaccedilatildeo de novas
tecnologias no sistema de drenagem visando o retorno esperado do dinheiro puacuteblico
aplicado para este fim ou seja eacute necessaacuterio rever e compreender as teacutecnicas
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
BOTELHO M H C Instalaccedilotildees Hidraacuteulicas Prediais 3deg ed 2010 Satildeo Paulo -
Blucher
BOTELHO M H C Aacuteguas de Chuva Engenharia das Aacuteguas Pluviais nas
Cidades 3deg ed 2011 ndash Editora Edgar
CAcircMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE - PROJETO DE LEI Ndeg 382014
Estabelece a Poliacutetica Municipal de Captaccedilatildeo Armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo documentaccedilatildeo
artigo publicado Belo Horizonte 2014 Disponiacutevel em
httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14inicialpdf
Acesso em 30 ago 2015
CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
CHAMPS JRB PEREZ STC FROacuteES CMV O Planejamento do Sistema de
Drenagem Urbana na Cidade de Belo Horizonte In Congresso Brasileiro de
Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental 21 p Joatildeo Pessoa 2001 Disponiacutevel em
lthttpwwwbvsdepahoorgbvsaidissaneabbrasilix-011pdfgt Acesso em 27 out
2015
COSTA HSM BONTEMPO V KNAUER S Programa Drenurbs uma discussatildeo
sobre a constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem na Poliacutetica de Saneamento de Belo
Horizonte In Encontro Nacional de Estudos Populacionais XVI2008 Caxambu
Disponiacutevel
httpwwwabepnepounicampbrencontro2008docsPDFABEP2008_1146pdf
Acesso em 27 out 2015
PHILIPPI A JR Saneamento Sauacutede e Ambiente 1deg ed 2005 ndash Rio de Janeiro
DRUMOND Pedro de Paula Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas
pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte MG Avaliaccedilatildeo hidraacuteulica e
hidroloacutegica 184 f Aacuterea de concentraccedilatildeo Saneamento - Escola de Engenharia da
UFMG Belo Horizonte 2012
GRIBBIN John E Hidraacuteulica hidrologia e gestatildeo de aacuteguas pluviais 2deg ed 2009 ndash
Satildeo Paulo
MARCONI MA LAKATOS EM Fundamentos de metodologia cientiacutefica 7ordf Ed
- Editora Atlas SA 2010 Satildeo Paulo
64
MARCONI MA LAKATOS EM Teacutecnicas de Pesquisa 7ordf Ed - Editora Atlas SA
2010 Satildeo Paulo
MIGUEZ MG VEROacuteL AP SOUSA MM REZENDE OM (2015) ldquoUrban
Floods in LowlandsmdashLevee Systems Unplanned Urban Growth and River
Restoration Alternative A Case Study in Brazilrdquo Sustainability 7 no 8 11068-11097
Disponiacutevel em
httpwwwaquafluxuscombrwp-contentuploads201508sustainability-07-
11068pdf Acesso em 29 set 2015
PARDO Aluiso Canholt Drenagem urbana e controle de enchentes 2deg ed Satildeo
Paulo Oficina de textos 2013
PBH SUDECAP PROJETO SWITCH Gestatildeo Sustentaacutevel das Aacuteguas para a
Melhoria da Qualidade de Vida das Cidades do Futuro Disponiacutevel em
httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxo
nomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 Acesso em 27
out 2015
PINTO Luiza Helena PINHEIRO Sergio Avelino Orientaccedilotildees baacutesicas para
drenagem urbana
Disponiacutevel em
httpwwwfeambrimagesstoriesarquivosCartilha20Drenagempdf Acesso em
29 set 2015
PICARELLI Sophia Kit de Treinamento SWITCH ndash Estudo de Caso Minas Gerais
Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwswitchtrainingeufileadmintemplateprojectsswitch_trainingfilesModule
sModules_PortugueseCase_studiesEstudo_de_caso_Belo_Horizontepdfgt Acesso
em 27 out 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PMBH)a Plano Diretor de
Drenagem [200-] Disponiacutevel em httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontents
Acesso em 29 set2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PMBH)c Programas e Projetos
[200-] Disponiacutevel em
httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxo
nomiaMenuPortalampapp=programaseprojetosamptax=12065amplang=pt_BRamppg=6080amptax
p=0amp3E Acesso em 29 set 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9845 de 8 de
abril de 2010 Altera a Lei nordm 861603 que conteacutem o Coacutedigo de Posturas do Municiacutepio
65
de Belo Horizonte e daacute outras providecircncia Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte
2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SUDECAP - Plano Municipal de
Saneamento de Belo Horizonte 20122015 ndash Volume III Belo Horizonte2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE SAtildeO PAULO Diretrizes Baacutesicas Para Projetos De
Drenagem Urbana No Municiacutepio de Satildeo Paulo Disponiacutevel em
httpwwwfauuspbrdocentesdeptecnologiar_toledo3textos07drenagdren-sppdf
Acesso 27 out 2015
SECRETARIA MUNICIPAL DE POLIacuteTICAS URBANA ndash SMURBE Estudos Urbanos
Belo Horizonte 2008 ndash Transformaccedilotildees recentes na estrutura urbana 516 p
Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SILVA A B CARVALHO E T FANTINEL L M ROMANO A W VIANA CS
Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
VIOLA Heitor Gestatildeo de aacuteguas pluviais em aacutereas urbanas ndash o estudo de caso da
Cidade do samba Disponiacutevel em
httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf Acesso em 30 de agos2015
RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
61
aplicadas no sistema de drenagem para soluccedilatildeo de alagamentos constantes A
incorporaccedilatildeo de teacutecnicas de detenccedilatildeo de escoamento eacute uma possibilidade para essa
soluccedilatildeo pois as interferecircncias na populaccedilatildeo devido a sua implantaccedilatildeo satildeo bem
menores do que teacutecnicas convencionais de drenagem Podendo se destacar tambeacutem
a relaccedilatildeo custo benefiacutecio tanto tecnicamente quanto nos recursos aplicados mostra-
se viaacutevel
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
BOTELHO M H C Instalaccedilotildees Hidraacuteulicas Prediais 3deg ed 2010 Satildeo Paulo -
Blucher
BOTELHO M H C Aacuteguas de Chuva Engenharia das Aacuteguas Pluviais nas
Cidades 3deg ed 2011 ndash Editora Edgar
CAcircMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE - PROJETO DE LEI Ndeg 382014
Estabelece a Poliacutetica Municipal de Captaccedilatildeo Armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo documentaccedilatildeo
artigo publicado Belo Horizonte 2014 Disponiacutevel em
httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14inicialpdf
Acesso em 30 ago 2015
CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
CHAMPS JRB PEREZ STC FROacuteES CMV O Planejamento do Sistema de
Drenagem Urbana na Cidade de Belo Horizonte In Congresso Brasileiro de
Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental 21 p Joatildeo Pessoa 2001 Disponiacutevel em
lthttpwwwbvsdepahoorgbvsaidissaneabbrasilix-011pdfgt Acesso em 27 out
2015
COSTA HSM BONTEMPO V KNAUER S Programa Drenurbs uma discussatildeo
sobre a constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem na Poliacutetica de Saneamento de Belo
Horizonte In Encontro Nacional de Estudos Populacionais XVI2008 Caxambu
Disponiacutevel
httpwwwabepnepounicampbrencontro2008docsPDFABEP2008_1146pdf
Acesso em 27 out 2015
PHILIPPI A JR Saneamento Sauacutede e Ambiente 1deg ed 2005 ndash Rio de Janeiro
DRUMOND Pedro de Paula Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas
pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte MG Avaliaccedilatildeo hidraacuteulica e
hidroloacutegica 184 f Aacuterea de concentraccedilatildeo Saneamento - Escola de Engenharia da
UFMG Belo Horizonte 2012
GRIBBIN John E Hidraacuteulica hidrologia e gestatildeo de aacuteguas pluviais 2deg ed 2009 ndash
Satildeo Paulo
MARCONI MA LAKATOS EM Fundamentos de metodologia cientiacutefica 7ordf Ed
- Editora Atlas SA 2010 Satildeo Paulo
64
MARCONI MA LAKATOS EM Teacutecnicas de Pesquisa 7ordf Ed - Editora Atlas SA
2010 Satildeo Paulo
MIGUEZ MG VEROacuteL AP SOUSA MM REZENDE OM (2015) ldquoUrban
Floods in LowlandsmdashLevee Systems Unplanned Urban Growth and River
Restoration Alternative A Case Study in Brazilrdquo Sustainability 7 no 8 11068-11097
Disponiacutevel em
httpwwwaquafluxuscombrwp-contentuploads201508sustainability-07-
11068pdf Acesso em 29 set 2015
PARDO Aluiso Canholt Drenagem urbana e controle de enchentes 2deg ed Satildeo
Paulo Oficina de textos 2013
PBH SUDECAP PROJETO SWITCH Gestatildeo Sustentaacutevel das Aacuteguas para a
Melhoria da Qualidade de Vida das Cidades do Futuro Disponiacutevel em
httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxo
nomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 Acesso em 27
out 2015
PINTO Luiza Helena PINHEIRO Sergio Avelino Orientaccedilotildees baacutesicas para
drenagem urbana
Disponiacutevel em
httpwwwfeambrimagesstoriesarquivosCartilha20Drenagempdf Acesso em
29 set 2015
PICARELLI Sophia Kit de Treinamento SWITCH ndash Estudo de Caso Minas Gerais
Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwswitchtrainingeufileadmintemplateprojectsswitch_trainingfilesModule
sModules_PortugueseCase_studiesEstudo_de_caso_Belo_Horizontepdfgt Acesso
em 27 out 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PMBH)a Plano Diretor de
Drenagem [200-] Disponiacutevel em httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontents
Acesso em 29 set2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PMBH)c Programas e Projetos
[200-] Disponiacutevel em
httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxo
nomiaMenuPortalampapp=programaseprojetosamptax=12065amplang=pt_BRamppg=6080amptax
p=0amp3E Acesso em 29 set 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9845 de 8 de
abril de 2010 Altera a Lei nordm 861603 que conteacutem o Coacutedigo de Posturas do Municiacutepio
65
de Belo Horizonte e daacute outras providecircncia Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte
2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SUDECAP - Plano Municipal de
Saneamento de Belo Horizonte 20122015 ndash Volume III Belo Horizonte2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE SAtildeO PAULO Diretrizes Baacutesicas Para Projetos De
Drenagem Urbana No Municiacutepio de Satildeo Paulo Disponiacutevel em
httpwwwfauuspbrdocentesdeptecnologiar_toledo3textos07drenagdren-sppdf
Acesso 27 out 2015
SECRETARIA MUNICIPAL DE POLIacuteTICAS URBANA ndash SMURBE Estudos Urbanos
Belo Horizonte 2008 ndash Transformaccedilotildees recentes na estrutura urbana 516 p
Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SILVA A B CARVALHO E T FANTINEL L M ROMANO A W VIANA CS
Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
VIOLA Heitor Gestatildeo de aacuteguas pluviais em aacutereas urbanas ndash o estudo de caso da
Cidade do samba Disponiacutevel em
httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf Acesso em 30 de agos2015
RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
62
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Neste trabalho de conclusatildeo de curso foram explanadas atraveacutes do conteuacutedo as
teacutecnicas de drenagem urbana convencionais meacutetodo de canalizaccedilatildeo e natildeo
convencional meacutetodo de detenccedilatildeo dos escoamentos Eacute possiacutevel concluir que a
implantaccedilatildeo dessas teacutecnicas eacute de suma importacircncia para o controle de enchentes
por serem obras de baixo impacto para a populaccedilatildeo em razatildeo da sua forma de
incorporaccedilatildeo no sistema de drenagem e mostrarem significativos resultados positivos
nos aspectos teacutecnicos e financeiros que garantem a eficiecircncia nas medidas de
proteccedilatildeo apoacutes a operaccedilatildeo dos dispositivos efetivada Sua implantaccedilatildeo eacute tatildeo
significativa junto ao planejamento urbano que existem leis sendo aprovadas em
diversos estados brasileiros para garantir a eficiecircncia no desenvolvimento do sistema
de drenagem urbana
Foi incorporada ao trabalho uma visita teacutecnica cuja finalidade foi verificar a
aplicabilidade e funcionalidade de sistema de captaccedilatildeo armazenamento e reuso de
aacutegua pluvial Os resultados da implantaccedilatildeo do sistema foram expressivos
comparados ao meacutetodo convencional que aleacutem de garantir um funcionamento estaacutevel
do estabelecimento durante o periacuteodo de estiagem houve uma reduccedilatildeo significativa
quanto ao custo gerado pelo fornecimento de aacutegua pela companhia distribuidora da
regiatildeo
Os resultados do questionaacuterio aplicado aos professores e acadecircmicos de Engenharia
mostraram que os problemas de drenagem urbana satildeo perceptiacuteveis a todos e que
accedilotildees para minimizaccedilatildeo do mau funcionamento deste sistema se fazem necessaacuterias
Eacute de conhecimento tambeacutem que obras de captaccedilatildeo (reuso) reservaccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua pluvial contribuem significativamente para o bom
funcionamento da gestatildeo de drenagem urbana
Para futuras pesquisas sobre sistemas de captaccedilatildeo armazenamento e detenccedilatildeo de
aacuteguas pluviais seria interessante realizar um estudo direcionado aos impactos
gerados pelo natildeo cumprimento de leis decretadas abrangendo o uso e ocupaccedilatildeo
antroacutepica
63
REFEREcircNCIAS
BOTELHO M H C Instalaccedilotildees Hidraacuteulicas Prediais 3deg ed 2010 Satildeo Paulo -
Blucher
BOTELHO M H C Aacuteguas de Chuva Engenharia das Aacuteguas Pluviais nas
Cidades 3deg ed 2011 ndash Editora Edgar
CAcircMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE - PROJETO DE LEI Ndeg 382014
Estabelece a Poliacutetica Municipal de Captaccedilatildeo Armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo documentaccedilatildeo
artigo publicado Belo Horizonte 2014 Disponiacutevel em
httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14inicialpdf
Acesso em 30 ago 2015
CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
CHAMPS JRB PEREZ STC FROacuteES CMV O Planejamento do Sistema de
Drenagem Urbana na Cidade de Belo Horizonte In Congresso Brasileiro de
Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental 21 p Joatildeo Pessoa 2001 Disponiacutevel em
lthttpwwwbvsdepahoorgbvsaidissaneabbrasilix-011pdfgt Acesso em 27 out
2015
COSTA HSM BONTEMPO V KNAUER S Programa Drenurbs uma discussatildeo
sobre a constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem na Poliacutetica de Saneamento de Belo
Horizonte In Encontro Nacional de Estudos Populacionais XVI2008 Caxambu
Disponiacutevel
httpwwwabepnepounicampbrencontro2008docsPDFABEP2008_1146pdf
Acesso em 27 out 2015
PHILIPPI A JR Saneamento Sauacutede e Ambiente 1deg ed 2005 ndash Rio de Janeiro
DRUMOND Pedro de Paula Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas
pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte MG Avaliaccedilatildeo hidraacuteulica e
hidroloacutegica 184 f Aacuterea de concentraccedilatildeo Saneamento - Escola de Engenharia da
UFMG Belo Horizonte 2012
GRIBBIN John E Hidraacuteulica hidrologia e gestatildeo de aacuteguas pluviais 2deg ed 2009 ndash
Satildeo Paulo
MARCONI MA LAKATOS EM Fundamentos de metodologia cientiacutefica 7ordf Ed
- Editora Atlas SA 2010 Satildeo Paulo
64
MARCONI MA LAKATOS EM Teacutecnicas de Pesquisa 7ordf Ed - Editora Atlas SA
2010 Satildeo Paulo
MIGUEZ MG VEROacuteL AP SOUSA MM REZENDE OM (2015) ldquoUrban
Floods in LowlandsmdashLevee Systems Unplanned Urban Growth and River
Restoration Alternative A Case Study in Brazilrdquo Sustainability 7 no 8 11068-11097
Disponiacutevel em
httpwwwaquafluxuscombrwp-contentuploads201508sustainability-07-
11068pdf Acesso em 29 set 2015
PARDO Aluiso Canholt Drenagem urbana e controle de enchentes 2deg ed Satildeo
Paulo Oficina de textos 2013
PBH SUDECAP PROJETO SWITCH Gestatildeo Sustentaacutevel das Aacuteguas para a
Melhoria da Qualidade de Vida das Cidades do Futuro Disponiacutevel em
httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxo
nomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 Acesso em 27
out 2015
PINTO Luiza Helena PINHEIRO Sergio Avelino Orientaccedilotildees baacutesicas para
drenagem urbana
Disponiacutevel em
httpwwwfeambrimagesstoriesarquivosCartilha20Drenagempdf Acesso em
29 set 2015
PICARELLI Sophia Kit de Treinamento SWITCH ndash Estudo de Caso Minas Gerais
Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwswitchtrainingeufileadmintemplateprojectsswitch_trainingfilesModule
sModules_PortugueseCase_studiesEstudo_de_caso_Belo_Horizontepdfgt Acesso
em 27 out 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PMBH)a Plano Diretor de
Drenagem [200-] Disponiacutevel em httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontents
Acesso em 29 set2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PMBH)c Programas e Projetos
[200-] Disponiacutevel em
httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxo
nomiaMenuPortalampapp=programaseprojetosamptax=12065amplang=pt_BRamppg=6080amptax
p=0amp3E Acesso em 29 set 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9845 de 8 de
abril de 2010 Altera a Lei nordm 861603 que conteacutem o Coacutedigo de Posturas do Municiacutepio
65
de Belo Horizonte e daacute outras providecircncia Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte
2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SUDECAP - Plano Municipal de
Saneamento de Belo Horizonte 20122015 ndash Volume III Belo Horizonte2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE SAtildeO PAULO Diretrizes Baacutesicas Para Projetos De
Drenagem Urbana No Municiacutepio de Satildeo Paulo Disponiacutevel em
httpwwwfauuspbrdocentesdeptecnologiar_toledo3textos07drenagdren-sppdf
Acesso 27 out 2015
SECRETARIA MUNICIPAL DE POLIacuteTICAS URBANA ndash SMURBE Estudos Urbanos
Belo Horizonte 2008 ndash Transformaccedilotildees recentes na estrutura urbana 516 p
Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SILVA A B CARVALHO E T FANTINEL L M ROMANO A W VIANA CS
Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
VIOLA Heitor Gestatildeo de aacuteguas pluviais em aacutereas urbanas ndash o estudo de caso da
Cidade do samba Disponiacutevel em
httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf Acesso em 30 de agos2015
RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
63
REFEREcircNCIAS
BOTELHO M H C Instalaccedilotildees Hidraacuteulicas Prediais 3deg ed 2010 Satildeo Paulo -
Blucher
BOTELHO M H C Aacuteguas de Chuva Engenharia das Aacuteguas Pluviais nas
Cidades 3deg ed 2011 ndash Editora Edgar
CAcircMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE - PROJETO DE LEI Ndeg 382014
Estabelece a Poliacutetica Municipal de Captaccedilatildeo Armazenamento e aproveitamento
de aacuteguas pluviais e define normas gerais para sua promoccedilatildeo documentaccedilatildeo
artigo publicado Belo Horizonte 2014 Disponiacutevel em
httpwwwcmbhmggovbrsitesdefaultfilespl_1381-14inicialpdf
Acesso em 30 ago 2015
CANHOLI A P Drenagem Urbana e Controle de Enchentes 2005 Satildeo Paulo ndash Oficina de Textos
CHAMPS JRB PEREZ STC FROacuteES CMV O Planejamento do Sistema de
Drenagem Urbana na Cidade de Belo Horizonte In Congresso Brasileiro de
Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental 21 p Joatildeo Pessoa 2001 Disponiacutevel em
lthttpwwwbvsdepahoorgbvsaidissaneabbrasilix-011pdfgt Acesso em 27 out
2015
COSTA HSM BONTEMPO V KNAUER S Programa Drenurbs uma discussatildeo
sobre a constituiccedilatildeo de alianccedilas de aprendizagem na Poliacutetica de Saneamento de Belo
Horizonte In Encontro Nacional de Estudos Populacionais XVI2008 Caxambu
Disponiacutevel
httpwwwabepnepounicampbrencontro2008docsPDFABEP2008_1146pdf
Acesso em 27 out 2015
PHILIPPI A JR Saneamento Sauacutede e Ambiente 1deg ed 2005 ndash Rio de Janeiro
DRUMOND Pedro de Paula Estudo da influecircncia da reservaccedilatildeo de aacuteguas
pluviais em lotes no municiacutepio de Belo Horizonte MG Avaliaccedilatildeo hidraacuteulica e
hidroloacutegica 184 f Aacuterea de concentraccedilatildeo Saneamento - Escola de Engenharia da
UFMG Belo Horizonte 2012
GRIBBIN John E Hidraacuteulica hidrologia e gestatildeo de aacuteguas pluviais 2deg ed 2009 ndash
Satildeo Paulo
MARCONI MA LAKATOS EM Fundamentos de metodologia cientiacutefica 7ordf Ed
- Editora Atlas SA 2010 Satildeo Paulo
64
MARCONI MA LAKATOS EM Teacutecnicas de Pesquisa 7ordf Ed - Editora Atlas SA
2010 Satildeo Paulo
MIGUEZ MG VEROacuteL AP SOUSA MM REZENDE OM (2015) ldquoUrban
Floods in LowlandsmdashLevee Systems Unplanned Urban Growth and River
Restoration Alternative A Case Study in Brazilrdquo Sustainability 7 no 8 11068-11097
Disponiacutevel em
httpwwwaquafluxuscombrwp-contentuploads201508sustainability-07-
11068pdf Acesso em 29 set 2015
PARDO Aluiso Canholt Drenagem urbana e controle de enchentes 2deg ed Satildeo
Paulo Oficina de textos 2013
PBH SUDECAP PROJETO SWITCH Gestatildeo Sustentaacutevel das Aacuteguas para a
Melhoria da Qualidade de Vida das Cidades do Futuro Disponiacutevel em
httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxo
nomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 Acesso em 27
out 2015
PINTO Luiza Helena PINHEIRO Sergio Avelino Orientaccedilotildees baacutesicas para
drenagem urbana
Disponiacutevel em
httpwwwfeambrimagesstoriesarquivosCartilha20Drenagempdf Acesso em
29 set 2015
PICARELLI Sophia Kit de Treinamento SWITCH ndash Estudo de Caso Minas Gerais
Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwswitchtrainingeufileadmintemplateprojectsswitch_trainingfilesModule
sModules_PortugueseCase_studiesEstudo_de_caso_Belo_Horizontepdfgt Acesso
em 27 out 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PMBH)a Plano Diretor de
Drenagem [200-] Disponiacutevel em httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontents
Acesso em 29 set2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PMBH)c Programas e Projetos
[200-] Disponiacutevel em
httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxo
nomiaMenuPortalampapp=programaseprojetosamptax=12065amplang=pt_BRamppg=6080amptax
p=0amp3E Acesso em 29 set 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9845 de 8 de
abril de 2010 Altera a Lei nordm 861603 que conteacutem o Coacutedigo de Posturas do Municiacutepio
65
de Belo Horizonte e daacute outras providecircncia Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte
2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SUDECAP - Plano Municipal de
Saneamento de Belo Horizonte 20122015 ndash Volume III Belo Horizonte2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE SAtildeO PAULO Diretrizes Baacutesicas Para Projetos De
Drenagem Urbana No Municiacutepio de Satildeo Paulo Disponiacutevel em
httpwwwfauuspbrdocentesdeptecnologiar_toledo3textos07drenagdren-sppdf
Acesso 27 out 2015
SECRETARIA MUNICIPAL DE POLIacuteTICAS URBANA ndash SMURBE Estudos Urbanos
Belo Horizonte 2008 ndash Transformaccedilotildees recentes na estrutura urbana 516 p
Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SILVA A B CARVALHO E T FANTINEL L M ROMANO A W VIANA CS
Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
VIOLA Heitor Gestatildeo de aacuteguas pluviais em aacutereas urbanas ndash o estudo de caso da
Cidade do samba Disponiacutevel em
httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf Acesso em 30 de agos2015
RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
64
MARCONI MA LAKATOS EM Teacutecnicas de Pesquisa 7ordf Ed - Editora Atlas SA
2010 Satildeo Paulo
MIGUEZ MG VEROacuteL AP SOUSA MM REZENDE OM (2015) ldquoUrban
Floods in LowlandsmdashLevee Systems Unplanned Urban Growth and River
Restoration Alternative A Case Study in Brazilrdquo Sustainability 7 no 8 11068-11097
Disponiacutevel em
httpwwwaquafluxuscombrwp-contentuploads201508sustainability-07-
11068pdf Acesso em 29 set 2015
PARDO Aluiso Canholt Drenagem urbana e controle de enchentes 2deg ed Satildeo
Paulo Oficina de textos 2013
PBH SUDECAP PROJETO SWITCH Gestatildeo Sustentaacutevel das Aacuteguas para a
Melhoria da Qualidade de Vida das Cidades do Futuro Disponiacutevel em
httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxo
nomiaMenuPortalampapp=sudecapamplang=pt_BRamppg=5581amptax=17761 Acesso em 27
out 2015
PINTO Luiza Helena PINHEIRO Sergio Avelino Orientaccedilotildees baacutesicas para
drenagem urbana
Disponiacutevel em
httpwwwfeambrimagesstoriesarquivosCartilha20Drenagempdf Acesso em
29 set 2015
PICARELLI Sophia Kit de Treinamento SWITCH ndash Estudo de Caso Minas Gerais
Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwswitchtrainingeufileadmintemplateprojectsswitch_trainingfilesModule
sModules_PortugueseCase_studiesEstudo_de_caso_Belo_Horizontepdfgt Acesso
em 27 out 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PMBH)a Plano Diretor de
Drenagem [200-] Disponiacutevel em httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcontents
Acesso em 29 set2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PMBH)c Programas e Projetos
[200-] Disponiacutevel em
httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxo
nomiaMenuPortalampapp=programaseprojetosamptax=12065amplang=pt_BRamppg=6080amptax
p=0amp3E Acesso em 29 set 2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9845 de 8 de
abril de 2010 Altera a Lei nordm 861603 que conteacutem o Coacutedigo de Posturas do Municiacutepio
65
de Belo Horizonte e daacute outras providecircncia Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte
2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SUDECAP - Plano Municipal de
Saneamento de Belo Horizonte 20122015 ndash Volume III Belo Horizonte2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE SAtildeO PAULO Diretrizes Baacutesicas Para Projetos De
Drenagem Urbana No Municiacutepio de Satildeo Paulo Disponiacutevel em
httpwwwfauuspbrdocentesdeptecnologiar_toledo3textos07drenagdren-sppdf
Acesso 27 out 2015
SECRETARIA MUNICIPAL DE POLIacuteTICAS URBANA ndash SMURBE Estudos Urbanos
Belo Horizonte 2008 ndash Transformaccedilotildees recentes na estrutura urbana 516 p
Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SILVA A B CARVALHO E T FANTINEL L M ROMANO A W VIANA CS
Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
VIOLA Heitor Gestatildeo de aacuteguas pluviais em aacutereas urbanas ndash o estudo de caso da
Cidade do samba Disponiacutevel em
httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf Acesso em 30 de agos2015
RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
65
de Belo Horizonte e daacute outras providecircncia Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte
2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Lei Municipal n 9959 de 20
de julho de 2010 Altera as leis ndeg 716596 - que institui o Plano Diretor do Municiacutepio
de Belo Horizonte - e ndeg 716696 - que estabelece normas e condiccedilotildees para
parcelamento ocupaccedilatildeo e uso do solo urbano no Municiacutepio Diaacuterio Oficial do
Municiacutepio Belo Horizonte 2010
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ndash Deliberaccedilatildeo Normativa ndeg69
de 30 de agosto de 2010 Estabelece normas para o plantio de aacutervores em
logradouros puacuteblicos em substituiccedilatildeo agrave Deliberaccedilatildeo Normativa nordm 09 de 08 de julho
de 1992 Diaacuterio Oficial do Municiacutepio Belo Horizonte2018
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE SUDECAP - Plano Municipal de
Saneamento de Belo Horizonte 20122015 ndash Volume III Belo Horizonte2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE SAtildeO PAULO Diretrizes Baacutesicas Para Projetos De
Drenagem Urbana No Municiacutepio de Satildeo Paulo Disponiacutevel em
httpwwwfauuspbrdocentesdeptecnologiar_toledo3textos07drenagdren-sppdf
Acesso 27 out 2015
SECRETARIA MUNICIPAL DE POLIacuteTICAS URBANA ndash SMURBE Estudos Urbanos
Belo Horizonte 2008 ndash Transformaccedilotildees recentes na estrutura urbana 516 p
Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SILVA A B CARVALHO E T FANTINEL L M ROMANO A W VIANA CS
Estudos Geoloacutegicos Hidrogeoloacutegicos Geoteacutecnicos E Geoambientais
Integrados No Municiacutepio De Belo Horizonte Projeto estudos teacutecnicos para o
levantamento da carta geoloacutegica do municiacutepio de Belo Horizonte 150 p Relatoacuterio
final FUNDEPUFMG-IGC Belo Horizonte 1995
SMARU SMSU Manual Teacutecnico Aplicado a Edificaccedilotildees Versatildeo 2 558pPrefeitura
Municipal Belo Horizonte 2012
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Caderno de
Encargos 3degEdiccedilatildeo 624 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2008
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Plano De Inspeccedilatildeo
Em Galerias 9 p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2009
SUDECAP ndash Superintendecircncia de Desenvolvimento da Capital Magna Engenharia
Ltda
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
VIOLA Heitor Gestatildeo de aacuteguas pluviais em aacutereas urbanas ndash o estudo de caso da
Cidade do samba Disponiacutevel em
httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf Acesso em 30 de agos2015
RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
66
Plano Diretor de Drenagem de Belo Horizonte ndash primeira etapa Anaacutelise Integrada
do Sistema de Drenagem v 1 193p Prefeitura Municipal Belo Horizonte 2001
VIOLA Heitor Gestatildeo de aacuteguas pluviais em aacutereas urbanas ndash o estudo de caso da
Cidade do samba Disponiacutevel em
httpwwwppeufrjbrppeproductiontesisheitorvpdf Acesso em 30 de agos2015
RAMOS MHD Drenagem Urbana Aspectos urbaniacutesticos legais e metodoloacutegicos
em Belo Horizonte 91 p Dissertaccedilatildeo de mestrado Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte1998
REZENDE Osvaldo Moura Manejo De Aacuteguas Pluviais ndash Uso De Passagens
Multifuncionais Em Drenagem Urbana Para Controle Das Inundaccedilotildees 104 f
Obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Especialista em Engenharia Urbana ndash Universidade Federal do
Rio de Janeiro ndash Escola Politeacutecnica Rio de Janeiro 2010
SILVA Luciano Castro da Sistemas de Drenagem Urbana Natildeo Convencionais 59
f Trabalho de Conclusatildeo de Curso Universidade Morumbi de Satildeo Paulo 2004
SILVEIRA Andreacute Luiz Lopes da Drenagem Urbana ndash Aspectos de Gestatildeo
Gestores Regionais De Recursos Hiacutedricos 70 f Curso ndash Instituto de Pesquisas
Hidraacuteulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Fundo Setorial de Recursos
Hiacutedricos (CNPq) 2002
SUDECAP e PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) Procedimento para Elaboraccedilatildeo de
Projeto de Ligaccedilatildeo Predial ao Sistema Puacuteblico de Drenagem Pluvial 28 P
TAYLOR e FRANCIS (2015) ndash Research Article - System interactions of stormwater
management using sustainable urban drainage systems and green
Infrastructure Disponiacutevel em
httpwwwtandfonlinecomdoifull1010801573062X20151036083 Acesso em 20
set 2015
TUCCI C E M Hidrologia ciecircncia e aplicaccedilatildeo 4deg ed Porto Alegre UFRGSABRH
2014
TUNDISI J G TUNDISI T M Recursos Hiacutedricos no Seacuteculo XXI 2deg ed 2011 Satildeo
Paulo Oficina de textos
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
67
ANEXO A
PROPORCcedilAtildeO DE AacuteREAS DAS BACIAS POR MUNICIacutePIO14
Municiacutepio Bacia Aacuterea (kmsup2) () Total (kmsup2) () Percentual ()
Contagem Arrudas 2896
8241
1917 Onccedila 5345
Belo Horizonte Arrudas 16370
33238
7732 Onccedila 10257
Isidoro 5561
Rio das Velhas
1050
Sabaraacute
Arrudas 1510 1510 351
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte (2012 2015 p 60)
14httpportalpbhpbhgovbrpbhecpcomunidadedoevento=portletamppIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortalampapp=politicasurbanasamptax=35461amplang=pt_BRamppg=5562amptaxp=0amp
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
68
ANEXO B
IDENTIFICACcedilAtildeO DE AacuteREAS SUSCETIacuteVEIS A INUNDACcedilAtildeO ndash REGIONAL PAMPULHA
Fonte Portal PBH - Poliacuteticas Urbanas(2015)
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
69
ANEXO C
PRECIPITACcedilOtildeES CONCENTRADAS ABRIL DE 2006 Aacute JULHO 2015
Fonte Inmet Abril de 2006 aacute Julho 2015
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
70
ANEXO D
CRONOGRAMA FIacuteSICO FINANCEIRO
Fonte Portal Sudecap ndash Plano inspeccedilotildees de Canais
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
71
ANEXO E
CANAIS REVESTIDOS E FECHADOS DE BELO HORIZONTE ndash REGIONAL
PAMPULHA
Fonte Portal Sudecap (2015)
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
72
ANEXO F
INSPECcedilAtildeO DE CANAIS NA REGIONAL PAMPULHA
Fonte Plano de Saneamento de Belo Horizonte20122015
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
73
ANEXO G
MATERIAIS UTILIZADOS NA EXECUCcedilAtildeO DO SISTEMA
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
74
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
75
ANEXO I
QUESTIONAacuteRIO APLICADO
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
76
77
78
ANEXO J
PROJETOS
77
78
ANEXO J
PROJETOS
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