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HEMORREDE SUSTENTÁVEL
FUNDAÇÃO DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIADO RIO GRANDE DO SUL
HEMORGS
LaSUS
POLÍTICA NACIONAL DESANGUE E HEMODERIVADOS
Ministério daSaúde
SUS
P R O J E T O HEMORREDE SUSTENTÁVEL - H E M O R G S
i
HEMORGS
RELATÓRIO TÉCNICO
Relatório técnico de projeto de pesquisa para
reabilitação ambiental sustentável de edifício da
rede de hemocentros coordenadores / projeto:
00038.1740001/12-055
Marta Adriana Bustos Romero
Coordenadora Geral
BRASÍLIA, MARÇO DE 2015.
P R O J E T O HEMORREDE SUSTENTÁVEL - H E M O R G S
ii
EQUIPE EXECUTORA
Coordenação Geral Marta Adriana Bustos Romero (UnB)
Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética
Marta Adriana Bustos Romero (Coordenação, Profa. FAU/UnB) Caio Frederico e Silva (Prof. FAU/UnB)
José Marcelo Medeiros (Prof. FAU/UFAP) Ederson Oliveira Teixeira (Arq.) Gustavo de Luna Sales (Arq.)
Ana Carolina C. Correia Lima (Arq.) Aline Curvello da Costa Nemer (Arq.)
Bianca Leite Gregório (Est. Arq.) Jeferson Carlos da Silva Santos (Est. Arq.)
Moira Nunes Costa Neves (Est. Arq.) Yves Luan Antunes de Amorim (Est. Info)
Fase Retrofit
Marco Antonio Saidel (Coordenação) Prof. Dr. Alberto Hernandez Neto
Eduardo Kanashiro (Eng.)
Fase Projeto de Pesquisa Marta Adriana Bustos Romero (Coordenação) Márcio Augusto Roma Buzar(Prof. FAU/UnB)
Caio Frederico e Silva(Prof. FAU/UnB) Ederson Oliveira Teixeira Gustavo de Luna Sales
Gustavo A. Cardoso Cantuária(Prof. FAU/CEUB) Ana Carolina C. Correia Lima
Aline Curvello da Costa Nemer
Fase Análise e Consolidação de parâmetros de saúde e qualidade de vida
Humberto Dias Xavier e Equipe
Apoio Técnico Operacional ao Projeto de Pesquisa Valmor Cerqueira Pazos (Coordenação)
Flávio Rocha de Souza Britoaldo Martins do Vale Junior
Diego Macedo Dantas Soemes Barbosa de Sousa
Diego Macedo Dantas Imelda Mendes Santos
Ministério da Saúde
Coordenação Geral - Sangue e Hemoderivados / CGSH/SAS / MS) Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Rio Grande do Sul - HemoRGS
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Lista de Figuras
Figura 1 - Porto Alegre, Zona 07. ............................................................................................. 11
Figura 2 - A Carta Bioclimática de Givoni relaciona a temperatura seca do ar (A), razão de
umidade (B) e a temperatura úmida do ar (C). ........................................................................ 12
Figura 3 - Zona Bioclimática 3 .................................................................................................. 13
Figura 4 - Cartas solares e rosa dos ventos .............................................................................. 13
Figura 5 - Ventos predominantes ............................................................................................. 14
Figura 6 - Localização Urbana do HemoRGS – Porto Alegre .................................................... 17
Figura 7 - Localização HemoRGS – Av. Bento Gonçalves, 3790 – Partenon, Porto Alegre. ...... 17
Figura 8 - Entorno do HemoRGS e Avenida Bento Gonçalves. ................................................. 17
Figura 9 – Acesso de veículos e pedestres ao HemoRGS. ........................................................ 18
Figura 10 - Fachada do edifício existente. ................................................................................ 18
Figura 11 - Fachada do edifício existente. ................................................................................ 18
Figura 12 - Pátio Interno .......................................................................................................... 19
Figura 13 - Sala com arquivos obstruindo a janela. .................................................................. 19
Figura 14 e 15 – Ambientes internos ....................................................................................... 19
Figura 16 - Vias e acessos. ........................................................................................................ 19
Figura 17 - Foto panorâmica do edifício existente e entorno. ................................................. 20
Figura 18 - Foto panorâmica do acesso de pedestres. ............................................................. 20
Figura 19 - Localização do novo terreno do complexo HemoRGS. ........................................... 21
Figura 20 - Edifícios existentes no terreno. .............................................................................. 21
Figura 21 - Vias existentes no terreno...................................................................................... 21
Figura 22 – Código do terreno de acordo com o PDL de Porto Alegre. .................................... 22
Figura 23 - Estudo das insolações em cada fachada. ............................................................... 29
Figura 24 - Círculo Bioclimático do complexo HemoRGS. ........................................................ 29
Figura 25 - Análise de radiação solar incidente no local durante o inverno............................. 30
Figura 26 - Análise da radiação solar incidente no local durante o verão. ............................... 30
Figura 27 - Máscaras de sombra dos brises de cada fachada. ................................................. 30
Figura 28 - Área assistencial existente. .................................................................................... 31
Figura 29 - Máscaras de sombra dos brises de cada fachada. .................................................. 31
Figura 30 - Foto de ambiente interno existente. ...................................................................... 31
Figura 31 - Análise de luz natural nos ambientes internos com a situação atual. .................... 32
Figura 32 - Tipo de brise fixo existente..................................................................................... 32
Figura 33 - Análise do percurso solar no terreno em estudo. .................................................. 33
Figura 34 - Análise da incidência dos ventos no terreno em estudo. ....................................... 33
Figura 35 - Análise da incidência das chuvas no terreno em estudo. ....................................... 33
Figura 36 - Análise da topografia do terreno em estudo. ......................................................... 33
Figura 37 - Análise das fontes de ruído no terreno em estudo. ............................................... 34
Figura 38 - Análise da vegetação no terreno em estudo. ......................................................... 34
Figura 39 - Medição quadro de distribuição do Hemocentro de Porto Alegre......................... 36
Figura 40 - Quadro de distribuição do Hemocentro de Porto Alegre. ...................................... 36
Figura 41 - Analisador MARH-21. ............................................................................................. 37
Figura 42 - Local de medições de parâmetros elétricos. .......................................................... 38
Figura 43 - Matriz de consumo desagregado do Hemocentro. ................................................ 39
Figura 44 - Modelo virtual da Clínica Hematológica ................................................................. 39
Figura 45 - Exemplo de relatório de saída de dados da simulação realizada pelo EnergyPlus. 40
Figura 46 - Potencial de redução das estratégias propostas. ................................................... 41
Figura 47 - Eficiência energética para fontes de luz atuais ....................................................... 42
Figura 48 - Possibilidades para sensores de presença .............................................................. 43
Figura 49 - Sensores de presença com tecnologia PIR, com instalação no teto, parede e
embutido, respectivamente. .................................................................................................... 44
Figura 50 - Sensor de presença com tecnologia ultrassônica ................................................... 44
Figura 51 - Sensor de presença com tecnologia dual e respectiva fonte de alimentação. ....... 45
Figura 52 - Área de cobertura do sensor dual de lente padrão e de longo alcance. ................ 45
Figura 53 - Luminária com calhas não reflexivas. ..................................................................... 46
Figura 54 - Medição no quadro de distribuição do HEMORGS. ................................................ 50
Figura 55 - Medição do Transformador 1 – Correntes A, B e C. ............................................... 50
Figura 56 - Medição dos harmônicos de tensão no quadro de distribuição do HEMORGS. ..... 52
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Figura 57 - Valores calculados para o fator de potência do HEMORGS. .................................. 52
Figura 58 - Praça de integração: elemento de ligação entre o Edifício Assistencial existente, e
o novo Hemocentro Coordenador do estado do Rio Grande do Sul. ....................................... 54
Figura 59 - Estudo de implantação geral com definição dos volumes. .................................... 54
Figura 60 - Volumes distintos com praças humanizadas. ......................................................... 55
Figura 61 - Praça de integração entre o edifício assistencial e o Hemocentro Coordenador... 55
Figura 62 - Rua do Doador, ligação entre todos os blocos do Hemocentro Coordenador. ...... 55
Figura 63 - Setorização do Pavimentos. ................................................................................... 56
Figura 64 - Proteções solares existentes. ................................................................................. 57
Figura 65 – Novas proteções solares sugeridas........................................................................ 57
Figura 66 - Imagem virtual da aplicação das diretrizes. ........................................................... 58
Figura 67 - Vista aérea do edifício reabilitado. ......................................................................... 58
Figura 68 - Croqui da solução para a cobertura da passagem do pedestre. ............................ 59
Figura 69 – Planta baixa do pavimento térreo do Hemocentro Coordenador. ........................ 60
Figura 70 – Planta baixa do primeiro pavimento do Hemocentro Coordenador. .................... 61
Figura 71 – Imagem conceitual da fachada principal (Bloco A). ............................................... 62
Figura 72 – Imagem conceitual com vista aérea da fachada dos novos edifícios. ................... 62
Figura 73 – Imagem conceitual da fachada noroeste dos novos edifícios. .............................. 62
Figura 74 – Imagem conceitual da fachada do Bloco C. ........................................................... 62
Figura 75: Técnica de bioengenharia para contenção de margens de cursos d’água .............. 65
Figura 76: Técnica de bioengenharia para contenção de encostas em estradas. .................... 65
Figura 77: Alagado construído horizontal no Parc Chemin de l‟Île, em Nanterre, França ....... 66
Figura 78: Exemplo de alagado construído horizontal na França em 2011. ............................. 66
Figura 79: Exemplo de biovaleta em Quioto em 2011. ............................................................ 66
Figura 80: Biovaleta em estacionamento em Auckland, Nova Zelândia .................................. 66
Figura 81: Exemplo de jardim de chuva em Portland em 2013. Fonte:
www.ecotelhado.blog.br ......................................................................................................... 67
Figura 82: Exemplo de canteiro pluvial em Portland em 2012................................................. 67
Figura 83: Exemplo de inserção viária em Frienburg em 2011. ............................................... 67
Figura 84: Exemplo de lagoa pluvial em Goiânia em 2012. ...................................................... 67
Figura 85 - Lagoa Seca em Rieselfeld, Freiburg, Alemanha. ..................................................... 68
Figura 86 - Exemplo de casa com teto e parede verde, 2012. .................................................. 68
Figura 87 - Exemplo de pavimentação porosa. ........................................................................ 68
Figura 88 - Modelo de pavimentação porosa e a eficiência no escoamento da água. ............. 69
Figura 89 - Piso poroso na calçada em Freiburg, Alemanha. .................................................... 69
Figura 90 - Estacionamento drenante da Ópera de Bayreuth, Alemanha. ............................... 69
Figura 91 - Exemplo de rua verde com pavimentação porosa, 2012. ...................................... 69
Figura 92 - Vias de Portland com a presença de biovaletas e jardim de chuva em 2013. ........ 69
Lista de Gráficos
Gráfico 1 – Normais climatológicas: precipitação (mm). .......................................................... 14
Gráfico 2 - Normais climatológicas: Pressão ao nível da estação (HPa). .................................. 14
Gráfico 3 - Normais climatológicas: evaporação (mm)............................................................. 15
Gráfico 4 - Normais climatológicas: nebulosidade (décimos)................................................... 15
Gráfico 5 - Normais climatológicas: insolação (horas).............................................................. 15
Gráfico 6 - Consumo mensal de energia da Clínica Hematológica do HEMORGS..................... 48
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 7
1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................... 8
1.1. Objetivos ....................................................................................................................... 10
1.2. Procedimentos Metodológicos ..................................................................................... 10
1.3. Contextualização de Porto Alegre/RS ........................................................................... 11
1.3.1. Plano Diretor .......................................................................................................... 11
1.3.2. Arquitetura Bioclimática ........................................................................................ 12
1.3.3. Caracterização das Normais Climatológicas ........................................................... 13
2. VISITA TÉCNICA E LEVANTAMENTOS.................................................................................... 17
2.1. Caracterização do Entorno ............................................................................................ 17
2.2. Caracterização das Edificações Existentes .................................................................... 18
2.3. Caracterização do Novo Terreno ................................................................................... 21
2.3.1. Código de Edificações de Porto Alegre ................................................................... 22
2.3.2. Programa de Necessidades .................................................................................... 23
3. DIAGNÓSTICO BIOCLIMÁTICO .............................................................................................. 29
3.1. Diagnóstico do Edifício Existente .................................................................................. 29
3.1.1. Principais Pontos Levantados: ................................................................................ 29
3.1.2. Incidência de Radiação Solar .................................................................................. 29
3.1.3. Círculo Bioclimático ................................................................................................ 29
3.1.4. Incidência de Radiação Solar no Plano Horizontal ................................................. 30
3.1.5. Proteções Solares ................................................................................................... 30
3.2. Diagnóstico do terreno para expansão do HemoRGS ................................................... 32
4. RETROFIT .............................................................................................................................. 35
4.1 Análise da Instalação ...................................................................................................... 37
4.1.1 Medições de Energia ............................................................................................... 37
4.2 Consumo Desagregado e Medições ............................................................................... 39
4.3 Simulação Energética da Edificação ............................................................................... 39
4.4 Sistemas de Iluminação .................................................................................................. 42
4.4.1 Iluminação a LED ..................................................................................................... 43
4.4.2 Sensores de presença .............................................................................................. 43
4.4.3. Iluminação Natural ................................................................................................. 45
4.5 Recomendações do Sistema de Iluminação ................................................................... 46
4.6 Recomendações do Sistemas de Climatização ............................................................... 46
4.7 Recomendações do Sistema de Refrigeração ................................................................. 47
4.8 Estudo da Estrutura Tarifária .......................................................................................... 47
4.9 Qualidade de Energia Elétrica......................................................................................... 48
4.9.1 Perturbações elétricas ............................................................................................. 49
4.9.2 Harmônicos ............................................................................................................. 50
4.9.3 Fator de Potência .................................................................................................... 52
4.10 Considerações Finais .................................................................................................... 52
5. PROJETO ............................................................................................................................... 54
5.1 Estudo Preliminar do Edifício Existente .......................................................................... 56
5.1.1 Nova Planta Baixa (fluxos e distribuição dos ambientes) ........................................ 56
5.1.2 Proteções solares mais eficientes ............................................................................ 57
5.1.3 Acessibilidade Universal .......................................................................................... 57
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5.1.4 Proteções Externas (sol e chuva) ............................................................................. 58
5.2. Estudo Preliminar dos novos edifícios do HemoRGS .................................................... 59
5.2.1. Fluxo do Doador ..................................................................................................... 60
5.2.2. Fluxo do Sangue ..................................................................................................... 60
5.2.3. Fluxo do Lixo........................................................................................................... 61
5.2.4. Espaços de Convivência .......................................................................................... 61
5.2.5. Funcionários ........................................................................................................... 61
5.2.6. Estacionamento...................................................................................................... 61
5.2.7. Auditório Integrado ................................................................................................ 61
5.2.8. Sustentabilidade na Cobertura ............................................................................... 61
5.2.9. Fachadas ................................................................................................................. 62
5.3 Diretrizes do Edifício Existente ....................................................................................... 63
5.4 Diretrizes para a expansão do complexo HemoRGS ...................................................... 63
5.5 Detalhamento e especificações ..................................................................................... 64
6. Infraestrutura verde ............................................................................................................. 65
6.1 Exemplos de Infraestrutura verde .................................................................................. 65
6.2 Exemplos de Espécies vegetais adequadas ao clima local ............................................. 70
6.2.1 Espécies nativas de grande porte (para os Bosques e aleias arborizadas) .............. 70
6.2.2 Espécies nativas de grande porte (para os Bosques e aleias arborizadas) .............. 71
6.2.3 Espécies nativas de pequeno porte (para os jardins de chuva e canteiros) ............ 72
6.2.4 Espécies nativas de pequeno porte (para os jardins de chuva e canteiros) ............ 73
6.2.5 Espécies dos Jardins Formais entre os Blocos Construídos e entradas principais) .. 74
6.2.6 Espécies indicadas para o estacionamento ............................................................. 76
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................... 77
8. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 77
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APRESENTAÇÃO
Este Relatório Técnico apresenta a Avaliação Ambiental Integrada do
Edifício do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Rio
Grande do Sul - HemoRGS. As atividades foram desenvolvidas no
âmbito do projeto Hemorrede Sustentável, fruto de uma parceria
entre o Ministério da Saúde e o Laboratório de Sustentabilidade
Aplicada a Arquitetura e ao Urbanismo – LaSUS da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. Este documento
é composto de duas partes, que, por sua vez, estão subdivididas em
tópicos.
A Parte I do Relatório aborda os procedimentos de trabalho utilizados
para o diagnóstico ambiental e reabilitação do edifício existente do
HEMORGS. Desta forma, este volume foi organizado em tópicos
referentes às etapas da pesquisa: Introdução, Visita Técnica e
Diagnóstico.
A Parte II é composta pelo estudo preliminar para o edifício existente,
que passa a funcionar como clínica, e estudo preliminar de um novo
edifício para oHemoRGS. O estudo apresentado na parte II é
resultante dos indicativos encontrados por meio da aplicação de
conceitos de sustentabilidade. Aqui, são apresentadas diretrizes de
projeto visando a humanização, eficiência energética e
confortoambiental em todo o complexo HemoRGS.O estudo
preliminar do novo edifício também está subdividido em tópicos:
Diretrizes, Repertório, Estudo da Ocupação e Estudo de Projeto.
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1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO
Em 2001, o Brasil vivenciou uma crise de abastecimento no setor elétrico. Duas
consequências positivas sobressaíram desta crise: a forte participação da sociedade na busca
da sua solução e a valorização da eficiência no uso de energia.
Em decorrência desse processo involuntário de aprendizagem, vem se formando uma
consciência de que a eficiência energética não pode estar vinculada apenas a questões
conjunturais. Deve, sim, fazer parte, de forma definitiva, da política energética nacional,
mediante a promoção de medidas que permitam agregar valor às iniciativas já em
andamento, como o desenvolvimento de produtos e processos mais eficientes e a
intensificação de programas que levem à mudança de hábitos de consumo.
Sendo assim, de modo geral, as edificações públicas apresentam oportunidades significativas
de redução do consumo de energia e, portanto, de custos operacionais por meio do
aprimoramento do projeto, de um melhor gerenciamento da instalação, da adoção de
equipamentos tecnologicamente mais eficientes e alterações dos hábitos dos usuários.
Muitas vezes, oportunidades interessantes de ganhos de eficiência não são possíveis, pois
ferem compromissos assumidos no projeto da edificação. Assim, a possibilidade de avaliar as
soluções adotadas, ainda na etapa de projeto, apresenta-se como uma excelente
oportunidade de seu refinamento.
Cabe destacar que muitos refinamentos de projeto, que buscam a eficiência energética, já
são contemplados nos projetos atuais, tornando-os mais aderentes às necessidades da
sociedade. A análise aqui desenvolvida compreende uma revisão dos conceitos utilizados
buscando identificar ganhos adicionais de eficiência.
Combater o desperdício de energia é vantajoso para todos os envolvidos. Ganha o
consumidor, neste caso a sociedade, que passa a comprometer menor parcela de seus custos
e ganha o setor elétrico, que posterga investimentos necessários ao atendimento de novos
clientes e a sociedade como um todo, pois além dos recursos economizados, as atividades de
eficiência energética contribuem para a conservação do meio ambiente evitando agressões
inerentes à construção de usinas hidrelétricas ou térmicas.
Neste contexto, defende-se uma abordagem de análise mais sistêmica, que aborde o edifício
e a cidade em todas as suas complexidades. A abordagem energética não deve priorizar a
análise tecnicista dos equipamentos, assim como a análise do grau da sustentabilidade não
pode abrir mão das estratégias tecnológicas que visam a eficiência energética. Defende-se,
portanto, uma análise integrada no que se referem os problemas de ordem ambiental.
A Avaliação Ambiental Integrada compreende uma visão bioclimática da arquitetura e do
urbanismo fundamental para uma conformação mais sustentável dos lugares, segundo
premissas de Romero (2001).
Para a aplicação da avaliação ambiental, tem-se como o objeto de estudo o edifício sede do
Centro de Hemoterapia e Hematologia do Estado do Rio Grande do Sul - HEMORGS,
localizado na cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, tem população
estimada de 1.5 milhões de habitantes (IBGE, 2010).
A avaliação ambiental é de fundamental importância para a redução dos impactos
ambientais que o ambiente construído promove na sua implantação e manutenção.
Atualmente, as questões ambientais em geral têm sido colocadas como preponderantes e
direcionadoras para quase todas as áreas de conhecimento. Na arquitetura, o meio
ambiente, o contexto onde se constrói e os condicionantes locais, historicamente, sempre
foram considerados pelos projetistas na criação dos espaços construídos, uma vez que para
existir conforto e segurança era imprescindível a correta adaptação ao clima. Sendo assim,
quando não se podia contar com o condicionamento de ar e iluminação artificial, as únicas
opções para as edificações eram a ventilação natural, a iluminação natural, o correto uso dos
materiais de construção para o condicionamento passivo.
Neste sentido, as facilidades proporcionadas pelo uso da energia, principalmente a
possibilidade de construir padrões arquitetônicos independentes do clima local, rapidamente
causaram um gradativo e elevado crescimento de consumo energético. O grande aporte de
energia necessário para manutenção desse modelo de edificação, extremamente
dependente de mecanismos artificiais de energia para garantia do conforto ambiental, só
passou a ser reconhecido como problemático com a crise do petróleo, em 1973. Até esta
época, as questões energéticas e ambientais não eram entendidas como urgentes, porque o
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custo da energia era irrisório e não havia uma conscientização consolidada sobre a poluição
ambiental gerada pela produção da energia (PNEF, 2010).
A construção de uma edificação que se insere no contexto de desenvolvimento sustentável é
aquela que modifica o ambiente natural de maneira a produzir um ambiente confortável,
adequado ao clima local, energeticamente eficiente e com baixo custo de manutenção.
Conforto ambiental e eficiência energética são, portanto, premissas do novo modelo
construtivo.
Com a finalidade de aprofundar a articulação com a Hemorrede Pública Nacional, o
Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados – CGSH
definiu a “Atenção aos Pacientes Portadores de Doenças Hematológicas” em parceria com a
“Qualificação dos Serviços Públicos de Hemoterapia e Hematologia”, como um dos eixos
prioritários de gestão, a ser continuado, para o período de 2011/2014.
A situação encontrada junto à hemorrede pública do país, ainda persiste na necessidade de
avançarmos em grandes desafios, tais como: a integração e articulação entre os serviços de
hemoterapia; a racionalização de procedimentos, investimentos, compras e demais
procedimentos inerentes ao processo de trabalho.
A Qualificação dos Serviços envolve processos de trabalho que agregam qualidade ao ciclo do
sangue e a atenção aos pacientes portadores de doenças hematológicas, permitindo avanços
e melhoria significativa dos serviços e produtos ofertados pela hemorrede.
O resultado do trabalho inicial de diagnóstico da Hemorrede, realizado por meio do
Programa Nacional de Qualificação – PNQH, voltado aos Hemocentros Coordenadores,
demonstra a necessidade da continuidade de ações de melhoria e a implantação de alguns
processos, dentre eles: a elaboração de projeto de estudo e pesquisa com vistas à adequação
da estrutura física do conjunto de edifícios que compõem a HEMOREDE NACIONAL, cujos
resultados transportamos para a ação de “Atenção aos Pacientes Portadores de Doenças
Hematológicas”.
Tendo em vista os estudos já desenvolvidos até o presente momento, a reabilitação
ambiental sustentável dos edifícios dos Hemocentros Coordenadores representa propostas
para a melhoria das condições da oferta de serviço, aumento da qualidade de trabalho dos
funcionários, otimização dos processos desenvolvidos, o conforto ambiental dos usuários e
ocupantes da edificação e a redução dos impactos ambientais por meio da eficientização dos
sistemas componentes do espaço construído.
Recursos Humanos necessários à execução do projeto:
Nível Nacional, com equipe composta por profissionais técnicos e de nível superior
com experiência nas respectivas áreas, com ênfase nos processos a serem
trabalhados durante o período de vigência do projeto;
Nível Médio e Estagiários com experiência nas respectivas áreas objeto do estudo e
para apoio das atividades de Administração, webdesigner, desenho técnico,
simulação computacional, programação visual e diagramação dos relatórios para
publicação.
Preferencialmente utilizaremos nesse projeto, os profissionais selecionados por
meio do edital LaSUS-FAU-UnB 01/2010 que atuaram no Projeto intitulado:
“Segurança Transfusional e qualidade do sangue e
hemoderivados/aperfeiçoamento e avaliação de serviços de hemoterapia e
hematologia” - “Projeto de Estudo e Pesquisa para Adequação do Edifício de
Serviço de Hemocentro Público, apoiadas nas premissas de APO/Retrofit,
Etiquetagem Predial e Procel”, por terem experiência e know-how adquiridos
durante o projeto de pesquisa realizado. Se necessário, caso o banco de
profissionais do LaSUS-FAU-UnB não seja suficiente para o projeto em questão,
faremos nova seleção pública para contratação de novos profissionais.
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1.1. Objetivos
O objetivo geral deste trabalho é apresentar os procedimentos metodológicos e diretrizes
gerais no contexto da avaliação ambiental integrada do edifício do HEMORGS. As diretrizes
propostas neste estudo foram desenvolvidas dentro da fase de estudo preliminar de
arquitetura; após a incorporação das contribuições identificadas nas etapas de Diagnóstico.
Aplicar o modelo de projeto de estudo e pesquisa de referência para a edificação existente e
para o novo projeto da rede de saúde, com vistas à reabilitação ambiental sustentável tendo
como base a aplicação de métodos técnico-científicos para resultados de saúde e qualidade
de vida.
1.2. Procedimentos Metodológicos
Para a realização deste trabalho foram aplicados métodos de avaliação ambiental integrada.
A utilização destes instrumentos se justifica tendo em vista a redução dos impactos sociais,
econômicos e ambientais inerentes ao ciclo de vida de edifícios. Os métodos empregados
para a realização deste trabalho são pautados, principalmente, pela avaliação de variáveis do
projeto arquitetônico. Neste sentido, toda a análise se inicia a partir dos impactos desde a
sua implantação no sítio. Quanto aos aspectos arquitetônicos, podemos citar que a análise
foi feita a partir da adequação quanto à orientação das fachadas, materiais superficiais,
componentes construtivos e suas relações com as condições climáticas locais. Na dimensão
climática, ressalta-se a peculiaridade climática da cidade de Porto Alegre, locus do projeto em
questão.
Em decorrência da interação entre os elementos do edifício e o clima local, surgem
importantes balizadores da qualidade do espaço; por exemplo: a percepção dos usuários
(física, emocional e sensorial). Desta forma, os métodos de avaliação escolhidos para o
desenvolvimento do trabalho se caracterizam como importantes ferramentas de
identificação dos aspectos mencionados.
De um modo didático, estão listadas as atividades e metas alcançadas com a finalização deste
projeto de pesquisa:
Elaboração de roteiro de avaliação das características dos edifícios com base em
parâmetros de sustentabilidade;
Seleção das Hemorredes Estaduais a serem classificadas para o estudo/pesquisa
com base nos resultados do 1º e 2º ciclos de visitas do PNQH e que atendam a
metodologia desenvolvida em conjunto pela CGSH e pelo LaSUS-FAU-UnB;
Assessoramento e visitas técnicas aos estados pré-classificados, para identificação
do edifício objeto do projeto;
Levantamento, consolidação e análise de dados referentes às visitas técnicas,
realizados aos edifícios dos Hemocentros Públicos Coordenadores identificados;
Elaboração, aplicação e análise dos dados técnicos sobre a estrutura física desses
edifícios, com foco nas premissas de um RETROFIT;
Elaboração, aplicação e análise dos dados coletados por meio de formulário
modelo para pesquisa de Suporte técnico-científico para resultados de saúde e
qualidade de vida.
Elaboração de modelo de adequação final aos princípios da reabilitação ambiental
sustentável, nos edifícios de HEMOCENTROS PÚBLICOS COORDENADORES
selecionados.
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1.3. Contextualização de Porto Alegre/RS
Neste tópico, será detalhado o plano diretor da cidade de Porto Alegre, com destaque para a
zona 18 (dezoito), onde está inserido o complexo de Hemoterapia e Hematologia do Estado
do Rio Grande do Sul - HEMORGS, objeto de estudo desta pesquisa aplicada. A cidade de
Porto Alegre será abordada em seus aspectos de infraestrutura e em seus aspectos mais
técnicos, em relação aos dados ambientais e climáticos.
1.3.1. Plano Diretor
Destaca-se o PDDUA – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental e sua relação
com o edifício de saúde em questão. O Plano Diretor está regulamentado por meio da Lei
434/1999, e de acordo com o documento, a promoção do desenvolvimento no Município de
Porto Alegre tem como princípio o cumprimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana, nos termos da Lei Orgânica, garantindo:
I. A gestão democrática;
II. A promoção da qualidade de vida e do ambiente, reduzindo as desigualdades e a
exclusão social;
III. A integração das ações públicas e privadas através de programas e projetos de
atuação;
IV. O enriquecimento cultural da cidade pela diversificação, atratividade e
competitividade;
V. O fortalecimento do papel do Poder Público;
VI. A articulação das estratégias de desenvolvimento da cidade no contexto regional
metropolitano de Porto Alegre;
VII. O fortalecimento da regulação pública sobre o solo urbano;
VIII. A integração horizontal entre os órgãos e Conselhos Municipais, promovendo a
atuação coordenada no desenvolvimento e aplicação das estratégias e metas do
Plano, programas e projetos;
IX. A defesa, a conservação e a preservação do meio ambiente;
X. A regularização fundiária e a urbanização de áreas ocupadas por população de
baixa renda;
XI. A distribuição dos benefícios e encargos do processo de desenvolvimento da
Cidade;
O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental incorpora o enfoque ambiental de
planejamento na definição do modelo de desenvolvimento do Município, das diretrizes e das
estratégias para a execução de planos, programas e projetos, enfatizando a participação
popular, a sustentabilidade econômica, social e ambiental (Lei 434/1999).
Nele, pode-se destacar a estratégia de uso e ocupação do solo voltada para a Região de
Planejamento Número 07 – Bairro PartenonFigura 1, onde se localiza o complexo do sangue:
a Estratégia do Sistema de Planejamento objetiva um processo de planejamento dinâmico e
contínuo, que articule as políticas da administração municipal com os diversos interesses da
sociedade, promovendo instrumentos para o monitoramento do desenvolvimento urbano.
Figura 1 - Porto Alegre, Zona 07. Fonte: Ada//ptado de PDDUA, 2014.
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1.3.2. Arquitetura Bioclimática
A arquitetura bioclimática baseia-se na correta aplicação dos elementos arquitetônicos com
o objetivo de fornecer ao ambiente construído um alto grau de conforto higrotérmico com
baixo consumo de energia. O conforto higrotérmico está relacionado à produção de calor
pelo corpo humano relativo ao metabolismo. Esse calor é dissipado continuamente para o
ambiente. Quando a velocidade de produção de calor é exatamente igual à velocidade de
perda, diz-se que a pessoa está em equilíbrio térmico.
A sensação de conforto higrotérmico varia de região para região, e depende da capacidade
de adaptação do indivíduo às condições climáticas onde está inserido. Esse conforto está
condicionado às seguintes variáveis: temperatura, umidade relativa e velocidade do ar
(Martins, 2004).
Quando essa troca de calor entre o corpo humano e o meio acontece de forma equilibrada,
diz-se que o indivíduo encontra-se na Zona de Conforto. É definida por um intervalo nos
valores de umidade (30% e 70%) e temperatura (entre 23°C – 27°C), podendo variar,
dependendo de outros fatores como, por exemplo, o efeito resfriativo do vento, região, sexo,
idade, vestimenta.
As Cartas Bioclimáticas, principalmente a desenvolvida por Givoni (1994), associam
informações sobre a zona de conforto térmico, clima local e as estratégias de projeto
indicadas para cada período do ano (Figura 2). São enumeradas 9 (nove) zonas onde são
lançadas estratégias bioclimáticas que podem ser classificadas em naturais (sistemas
passivos) e artificiais (sistemas ativos). As zonas naturais são as que não gastam energia para
seu funcionamento: ventilação natural, resfriamento evaporativo, massa térmica (que
aumenta inércia térmica da construção), aquecimento solar passivo, etc. Os sistemas
artificiais de uso mais comum na arquitetura são ventilação mecânica, aquecimento e
refrigeração (Figura 2).
Figura 2 - A Carta Bioclimática de Givoni relaciona a temperatura seca do ar (A), razão de umidade (B) e a temperatura úmida do ar (C).
Fonte: NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações - Parte 3.
A norma brasileira para o Desempenho Térmico de Edificações (NBR 15220), em sua parte 3,
propõe um Zoneamento Bioclimático (ZB) para o Brasil que contêm oito zonas. Cada Zona
Bioclimática (ZB) apresenta diferentes características climáticas das regiões brasileiras (Figura
2).
Além disso, para cada ZB são indicadas estratégias para melhorar as condições de conforto
térmico no ambiente construído. Essas recomendações baseiam-se justamente na Carta
Bioclimática de Givoni (1994) adaptada para as características climáticas brasileiras. As
estratégias sugeridas na NBR 15220-3 estão dividias em: aquecimento artificial (calefação),
aquecimento solar, massa térmica para aquecimento, desumidificação, resfriamento
evaporativo, massa térmica para resfriamento, ventilação, refrigeração artificial e
umidificação do ar.
Segunda esta metodologia, a cidade de Porto Alegre encontra-se presente na ZB 3, na qual
NBR 15220-3 estabelece as seguintes estratégias:
Ventilação Cruzada;
Aquecimento solar da edificação;
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Paredes internas pesadas;
Permitir a insolação dos ambientes;
Para a ZB 3 orienta-se: aberturas de tamanho médio que permitam o acesso da radiação
solar no inverno; paredes externas leves e refletoras; cobertura leve e isolada. Como
métodos construtivos são destacados: a ventilação cruzada no verão (J), o aquecimento solar
da edificação (B) e vedações internas pesadas no inverno (C), (Figura 3). A ventilação cruzada
permanente é essencial para a promoção do efeito de resfriamento evaporativo e
desumidificação do ar no interior dos ambientes. Além disso, o sombreamento das aberturas,
principalmente as áreas envidraçadas, utilização de superfícies leves e refletoras são
estratégias fundamentais para as edificações na ZB 3.
Figura 3 - Zona Bioclimática 3 Fonte: NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações - Parte 3.
1.3.3. Caracterização das Normais Climatológicas
O clima da região é subtropical úmido. Apresenta as quatro estações do ano, embora por
situar-se numa zona de transição, tenha como característica a grande variabilidade dos
elementos do tempo meteorológico. Os dados oficiais do INMET – Instituto Nacional de
Meteorologia indicam que a precipitação pluviométrica média da região varia de 75 a 140
mm, sendo os meses de junho e setembro os mais chuvosos. As chuvas são bem distribuídas,
com a média anual permanecendo em torno de 130 milímetros.
Figura 4 - Cartas solares e rosa dos ventos Fonte: Software SOL-AR 2014.
Tabela 1 - Média anual de intensidade dos ventos de Porto Alegre.
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Tabela 2 - Média das temperaturas anuais (°C).
Figura 5 - Ventos predominantes Fonte: Software ECOTECT 2014.
Gráfico 1 – Normais climatológicas: precipitação (mm).
Gráfico 2 - Normais climatológicas: Pressão ao nível da estação (HPa).
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Gráfico 3 - Normais climatológicas: evaporação (mm).
Gráfico 4 - Normais climatológicas: nebulosidade (décimos).
Gráfico 5 - Normais climatológicas: insolação (horas).
Em relação à pressão atmosférica estudada, é possível observar que no mês de Janeiro
obteve-se o valor mínimo encontrado de 1008 hPa. E no mês de Julho, o valor máximo (1016
hPa).
A partir das informações estudadas sobre a temperatura do ar de Porto Alegre, obteve-se:
em relação à temperatura média máxima, o maior valor foi encontrado no mês de Janeiro
(30,2 C°) já o menor valor, no mês de Junho (19,4 C°). Em relação à temperatura média
mínima, o maior valor foi encontrado no mês de Fevereiro (20,8 C°) já o menor valor, entre
os meses de Junho e Julho (10,7 C°).
Sobre os valores de umidade relativa do ar ao decorrer do ano, a média do mês de Junho é a
maior encontrada (82 %), enquanto a do mês de dezembro, o menor valor (69 %).
A presença da grande massa de água do lago Guaíba contribui para elevar as taxas de
umidade atmosférica e modificar as condições climáticas locais, com a formação de
microclimas. O contínuo processo de cobertura da superfície do terreno por edificações e
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calçamento também gera microclimas específicos, observando-se até 4°C de variação térmica
nas diferentes regiões da cidade. Em relação à informação sobre os valores de evaporação ao
decorrer do ano, Dezembro é o mês com a maior taxa de evaporação (125 mm), e o mês de
Junho apresenta o menor valor encontrado (45 mm). (Gráfico 3).
Com relação à nebulosidade, destaca-se que o valor máximo encontrado (0,6 déc.) refere-se
aos meses de março e de maio a novembro. Enquanto o menor valor (0,50 déc.) se estende
entre os meses dezembro, janeiro, fevereiro e abril. (Gráfico 4).
Em relação aos níveis de insolação, o mês de Dezembro é o que apresenta o maior valor
encontrado (250h) já o mês de Junho, o menor valor (135 h) (Gráfico 5).
A partir da análise das normais climatológicas da cidade, pode-se afirmar que as estratégias
bioclimáticas para Porto Alegre, se diferenciam entre estratégias para o período de Verão e
estratégias para o período do Inverno, e são elas:
Verão:
Ventilação Cruzada;
Inverno:
Aquecimento solar da edificação;
Paredes internas pesadas;
Permitir a insolação dos ambientes;
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2. VISITA TÉCNICA E LEVANTAMENTOS
2.1. Caracterização do Entorno
O Complexo HemoRGS está situado na Avenida Bento Gonçalves, n° 3790, no Bairro
Parthenon (Figura 6).O Bairro é cortado pela Avenida Bento Gonçalves, que se tornou uma
das principais artérias da cidade de Porto Alegre. Às margens desta avenida se desenvolveu
uma ampla rede comercial, que vai de pequenos estabelecimentos a hipermercados. A
mesma diversificação de oferta se dá também no que se refere à educação onde, na mesma
avenida, são encontradas desde escolas de segundo grau estaduais e particulares, até
a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul , (Figura 6), que inaugurou
seu Campus Central em 1968, ocupando uma grande área dentro do bairro. A PUC – RS com
26 mil alunos de graduação e 3 mil de pós-graduação, constitui um importante ponto de
referência da região. Há um único acesso ao complexo hospitalar, por meio da Avenida Bento
Gonçalves, conforme observado na Figura 7.
Figura 6 - Localização Urbana do HemoRGS – Porto Alegre Fonte: adaptado do GoogleEarth,
Acesso (27-05-2013)
Figura 7 - Localização HemoRGS – Av. Bento Gonçalves, 3790 – Partenon, Porto Alegre.
Fonte: adaptado do GoogleEarth,
Acesso (27-05-2013)
Figura 8 - Entorno do HemoRGS e Avenida Bento Gonçalves.
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Figura 9 – Acesso de veículos e pedestres ao HemoRGS.
Figura 10 - Fachada do edifício existente.
Figura 11 - Fachada do edifício existente.
2.2. Caracterização das Edificações Existentes
Desenvolveu-se levantamento in loco de uma série de dados da edificação, tendo em vista a
desatualização das informações, ou inexistentes, nas plantas fornecidas inicialmente. Desta
forma, foram verificadas e complementadas as informações necessárias para viabilizar o
projeto de reabilitação das edificações.
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Figura 12 - Pátio Interno
Figura 13 - Sala com arquivos obstruindo a janela.
Figura 14 e 15– Ambientes internos
Figura 16 - Vias e acessos.
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Figura 17 - Foto panorâmica do edifício existente e entorno.
Figura 18 - Foto panorâmica do acesso de pedestres.
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2.3. Caracterização do Novo Terreno
O terreno adquirido para construção de uma nova edificação para o Hemocentro do Rio
Grande do Sul também faz parte do complexo hospitalar e encontra-se ao lado do edifício já
existente (Figura 19). Atualmente o espaço é ocupado por um conjunto de galpões
desocupados que serão demolidos para dar espaço ao novo HemoRGS (Figura 20 e Figura
21). O terreno possui uma localização estratégica no complexo e uma proximidade ainda
maior com a PUC (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), abrindo uma série
de oportunidades para captação do público jovem.
Figura 19 - Localização do novo terreno do complexo HemoRGS. Adaptado do GoogleEarth.
Figura 20 - Edifícios existentes no terreno.
Figura 21 - Vias existentes no terreno.
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2.3.1. Código de Edificações de Porto Alegre
O código de Edificações de Porto Alegre, Lei Complementar n° 284, de 27 de outubro de
1992, no que se refere à construção de hospitais e congêneres, apresenta as seguintes
orientações:
Art. 150 – As edificações destinadas a estabelecimentos hospitalares e congêneres, deverão:
I – ter pé-direito mínimo de 3,00m exceto em corredores e sanitários;
II – corredores com pavimentação de material liso, resistente, impermeável lavável de acordo
com o artigo 92;
III – ter instalações sanitárias para uso público, compostas de vaso, lavatório
(e mictório, quando masculino), em cada pavimento, dimensionado de acordo com artigo
131;
IV – quando com mais de um pavimento, possuir elevador para transporte de macas, não
sendo o mesmo computado para cálculo de tráfego;
V – ter instalações de energia elétrica de emergência.
Art. 151 – Todas as construções destinadas a estabelecimentos hospitalares e congêneres
deverão obedecer a legislação estadual pertinente.
Art. 152 – Nas construções hospitalares existentes e que não estejam de acordo com as
exigências do presente Código, serão permitidas obras que importem no aumento do
número de leitos quando for previamente aprovado pelo departamento competente a
remodelação da construção hospitalar.
Figura 22 – Código do terreno de acordo com o PDL de Porto Alegre. Fonte: PDL
Tabela 3 - Regime Volumétrico por área definido pelo PDL.
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2.3.2. Programa de Necessidades
O método de trabalho para a consolidação do programa de necessidades a ser adotado seguiu com a elaboração da matriz comparativa com quadro de áreas, observações técnicas, observações
estratégicas do LaSUS, algumas delas advinda de visitas técnicas onde também foi possível coletar a opinião dos usuários do edifício. A proposta resultante englobava todas as observações – de
todas as instâncias técnicas do Ministério da Saúde, prevalecendo a maior área – que acomodasse um novo HemoRGS, com uma demanda de usuários muito maior.
Tabela 4 - Síntese do Programa de Necessidades oferecido pelo Ministério da Saúde.
Sugestão HEMORGS
Quantidades e Áreas Observações Ministério da Saúde Observações da Equipe do LaSUS Observações Dr. Marcelo Addas
Ciclo doador Quant. Área (m2)
Total Humberto + Observação/Guilherme/Jane/Helder/Lydia/Marcelo Addas
Visita 25-11-2013
Observações gerais LaSUS–2avisita Marcelo Addas
18-02-2014
Postos de cadastro (recepção)
4 2 8 Reduzir para 04, deve-se avaliar o perfil de público desejado, lembrando que a proposta é descentralização das coletas públicas esperadas.
sala de recepção para 4 atendentes
de acordo 04 postos de cadastro
Sala para espera de doadores - 80 cadeiras
60 1 60 Sala para espera de doadores - 40 cadeiras (expansível a 60), agregar espaço lúdico para convívio, inserindo conceito de hotelaria, que possa disponibilizar outras atividades, como acesso à internet, livraria, convivência para crianças, etc.
sala de recepção para 60 pessoas
2 - Área de convívio para crianças com educador sala de espera com 40 lugares + área para palestras (balcão), acho desnecessário área para crianças
Sala para arquivo de registro de doadores
1 20 20 considerar que a automação dos arquivos pode modificar as dimensões
permanece 3 - Necessidade de atendimento de Anemia falciforme - dimensionar espaço entendo que neste ambiente nos referimos apenas ao arquivo de registro de doadores, sendo necessário pode-se criar outro espaço para arquivo de pacientes, próximo à área de recepção destes pacientes e inserido no fluxo dos pacientes.
arquivo informatizado, desnecessário na coleta O arquivos informatizados tem se mostrado mais eficientes e proporcionado uma redução de espaços nos ambientes destinados á guarda e conservação destas informações que devem a ser guardados por 20 anos
02 salas de pré-triagem
2 9 18 02 salas de triagem hematológica + espera (pré-triagem)
pré-triagem com balcão e cadeiras para 3 pessoas
5 - 01 sala para curativos (3 boxes separados) balcão para 02 postos de pré-triagem
05 salas de triagem clinica
4 12 48 Reduzir para 04 + espera 04 salas de triagem (1 para outros casos) + espera para 40 cadeiras
6 - +3 consultórios gerais e +2 consultórios para dentista
3 salas de triagem
01 sala de espera para doadores com 60 cadeiras
40
1 40 Reduzir para 40 espera para doadores sala para 40 pessoas
7 - 01 câmara fria grande próxima as geladeiras duas salas de espera ou sala de espera para triagem de 10 lugares
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01 sala de coleta com 10 cadeiras
10
3 30 Reduzir para 06, mas manter espaço para ampliar até 10
01 sala de coleta para 8 a 10 cadeiras
8 - 01 sala para transfusão coleta com 8 cadeira, porém 2-3 para equipamentos de aférese
01 sala de recuperação (com duas macas)
1 9 9 Reduzir para 01 permanece sugestão HEMOGRS - 01 sala de recuperação (com 01 maca) + 2 cadeiras
9 - 01 espaço para arquivo morto somente 01 maca
01 sala de lanche para doadores (com 30 lugares)
20
1 20 Reduzir para 15 com possibilidade de ampliação para 20
01 sala de lanche para doadores com 30 lugares
10 - demanda atual para 10 poltronas de coleta de acordo, porém acho muito grande (15-20 lugares no máximo)
02 salas para captação 1 25 25 Pensar em 01 espaço que possa ser subdividido em dois, a depender da necessidade
permanece - 01 sala captação 11 - sala de controle da qualidade; sala de gestão ambiental; sala gestão patrimonial
01 sala para captação, porém é necessário uma outra área administrativa para equipe (4-5 pessoas)
01 sala para setor de treinamentos (para 4 pessoas)
1 10 10 Não identifico este ambiente no Guia permanece - 01 sala para setor de treinamento (04 pessoas)
4 - Acessibilidade universal
01 banheiro feminino (com 08 box)
6 3,2 19,2 01 banheiro feminino (com 06 box) permanece 06
01 banheiro masculino (com 08 box)
6 3,2 19,2 01 banheiro masculino (com 06 box) permanece 06
01 banheiro necessidades especiais
2 3,8 7,6 01 masc e 01 fem permanece
01 sala de espera entre a triagem e a coleta 30 pessoas
20
1 20 Não consta do Guia, mas acho correto, mas acho que 20 lugares estaria adequado
permanece sugestão HEMOGRS - 01 sala de espera para 30 pessoas
vide acima (a coleta precisa de somente 2 esperas uma para cadastro e outra para pré triagem e triagem clínica)
01 sala aférese 2 4 8 manter 01 sala de aférese com 02 cadeiras
atualmente as unidades de coleta não estão separando os procedimentos de aférese das coletas de sangue total - rever esta proposta de sala para aférese. Deve ser separado se a proposta for realizar procedimentos de aférese terapêutica ou coleta de CPP (TMO)
01 sala Responsável Técnico - administrativo
1 12 12 Não identifico este ambiente no Guia. Verificar in loco a necessidade de uma sala específica para este cargo
permanece - 01 sala para RT
01 sala de convivência para "staff"
0 Não identifico este ambiente no Guia. É o mesmo da sala de estar para funcionários, verificar melhor localização e calcular com o HEMORGS o quantitativo de funcionários.
ambiente de convivência para funcionários
01 central de higienização
0 Não identifico este ambiente no Guia, se for DML, inserir no local adequado.
DML
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Sala equipamentos coleta externa
1 25 25 Sugestão Marcelo Addas permanece
ciclo sangue
01 sala de processamento de sangue
1 55 55 Utilizei área média do Guia, o Marcelo sugere aumentar, ele tem 36 m² para 5 centrífugas. Verificar com o HEMORGS quantas centrífugas estão projetadas com a ampliação e calcular área
- Devemos considerar laboratórios de referência em imunohematologia, agência transfusional para atendimento dos pacientes ambulatoriais, etc. Sugiro câmara fria (-20oC para armazenamento de amostras - soroteca/plasmateca). Falta laboratório de HLA - demanda do MS para atendimento do REDOME. Sala para instalação de IRRADIADOR junto ao processamento. ATENÇÃO: é necessário prever salas para os supervisores e/ou diretores, podendo ser compartilhadas mas são indispensáveis.
01 sala de produção (centrifugação)
0 Esta dentro do processamento (ambiente acima)
-
01 sala de chefia 1 12 12 manter permanece
01 laboratório de imunohematologia do doador
1 24 24 específico para o doador permanece
01 sala de estocagem de hemocomponentes não-liberados
1 18 18 manter permanece
01 sala de estocagem de hemocomponentes liberados
1 18 18 manter permanece
01 sala para liberação e rotulagem
1 17 17 manter permanece
01 laboratório de sorologia
1 98 98 Caso a opção for centralizar a sorologia com a criação de uma central, verificar se o espaço previsto é suficiente. Quanto ao dimensionamento do armazenamento e almoxarifado, deve ser melhor avaliado o tamanho, assim como a localização, pois neste espaço de 98 m² não estão previsto estes 02 ambientes (almoxarifado e armazenamento).
01 laboratório de sorologia para 3 analistas + área pré-analítica + área administrativa + armazenamento + almoxarifado
01 Central Sorológica 0 inserido no ambiente acima permanece - 01 central sorológica
01 sala para Hemovigilância - ambiente administrativo
1 12 12 Localizar junto a área administrativa permanece
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01 laboratório de Biologia Molecular - NAT
1 72 72 Espaço destinado a espação de NAT e ou imunohematologia
permanece
01 sala de materiais - DML
1 2 2 Confirmar se é Depósito de Material de Limpeza
permanece - 01 sala de materiais DML
01 ambiente com 03 câmaras frias (área a combinar)
1 70 70 01 de Medicamentos + Reagentes (24m² de +2 a +8 graus), 01 de Sangue (18m² de +2 a +6 graus) + de plasma (18m² a -30 graus) + 01 ante câmara, comum a todas (a área depende do layout, + ou - 20%)
permanece sugestão do MS
01 laboratório de Controle da Qualidade e produto final
1 35 35 Aumentei de 25m² para 35m² por sugestão Marcelo Addas
permanece sugestão do MS
01 central de higienização (Sala de Utilidades)
1 6,5 6,5 Confirmar se é sala de utilidades -
01 sala de estudos 1 25 25 Verificar quantidade de alunos (este ambiente deverá estar junto ao espaço administrativo
pode ser o mesmo espaço da biblioteca - baias de estudo (ver item)
administração
01 sala Recursos Humanos
1 16,5 16,5 Verificar quantidade de pessoas permanece
01 sala Contratos e Convênios
1 16,5 16,5 manter permanece
01 sala de Tecnologia de Informação
1 30 30 manter permanece
01 sala Direção com banheiro
1 24 24 manter permanece
01 sala de reuniões (para Hemorrede)
1 20 20 Cria sala Videoconferência/Treinamento (ver item23) - Verificar número de pessoas
pode ser a mesma sala de vídeo conferência
Incluir BIBLIOTECA e LABORATÓRIO DE ENSINO PARA TREINAMENTOS PRÁTICOS.
01 auditório para 80 pessoas
80
1,2 96 01 recinto com área suficiente para configuração auditório ou salas individuais (divisórias flexíveis)
01 sala para reuniões (Direção)
1 20 20 verificar integração com a sala da Direção
01 suíte para plantonista com banheiro
1 14 14 permanece
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02 banheiros servidor masculino com 06 box sanitários
12
3,8 45,6 banheiros para servidores separados dos usuários - verificar quantidade
Incluir banheiro e VESTIÁRIO com condições para troca de roupa, armários, banho, etc. (para áreas críticas)
02 banheiros servidor feminino com 06 box sanitários
12
3,8 45,6
01 vestiário masculino 1 20 20 Verificar quantidade de pessoas permanece
01 vestiário feminino 1 20 20 Verificar quantidade de pessoas permanece
01 refeitório com cozinha para 50 pessoas
50
1,2 60 Avaliar tamanho da equipe de profissionais (acho pouco)
permanece - quantificar número de funcionários
01 recepção hospitais (Distribuição Externa)
1 20 20 O ambiente pode ser previsto e destina-se a promover a distribuição de sangue e hemocomponentes aos hospitais. Verificar no HEMORGS como é o funcionamento e se este ambiente permitirá melhoria no serviço.
não foi mencionada na visita
01 área convivência (sala de estar para funcionários e ou alunos)
30
1,3 39 Inserir paisagismo pode ser o mesmo espaço de convivência - item 17
almoxarifado 1 120 120 Verificar se esta dimensão pode ser aumentada em função do projeto.
permanece
sala recepção empresas 1 12 12 Ambientes específico para recepção de fornecedores que pode conter equipamento de gravação, verificar como é a rotina local.
recepção geral
sala segurança 1 6 6 01 sala para comportar controle do sistema de segurança
sala terceirizados (o que é isto)
0 Verificar quantidade de pessoas não foi mencionada na visita
sala para guarda de equipamentos para manutenção
1 50 50 permanece depósito - verificar tamanho e necessidade de armazenar equipamentos (não virar entulho)
sala empresa manutenção
1 20 20 Em virtude da implantação da gestão de equipamento, alguns Hemocentros tem inserido este ambiente em suas instalações, pois pode ser contratada empresa terceirizada para realização do serviço de calibração e outros "In Loco", acho que deve ser mantido.
não foi mencionada na visita
sala reuniões 1 20 20 Verificar a necessidade de sala de reuniões anexa à diretoria.
pode ser mesmo espaço do auditório
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sala para videoconferência
1 20 20 Prever a instalação do equipamento para videoconferência assim como os requisitos técnicos.
permanece - utilização do mesmo espaço para reunião Hemorrede
sala biblioteca e de estudos
1 25 25 espaço para biblioteca e baias para estudo
sala ouvidoria 1 10 10 permanece
abrigo de recipientes de resíduos
1 20 20 Verificar plano resíduos e prever expansão permanece
sala para equipamentos (guarda)
0 Deve ser previsto local para armazenamento de equipamentos novos, que chegam até sua distribuição para a Hemorrede. Não confundir com equipamentos para manutenção.
aproveitar almoxarifado Não acho adequado, esta sala deve ficar junto com manutenção e metrologia (gestão de equipamentos)
01 sala Garantia da Qualidade (administrativo para o programa de qualidade)
1 12 12 Não é a mesma coisa que laboratório de controle de qualidade e produto final
incorporar ao lab. controle da qualidade
Não acho adequado, deve estar junto da administração e alta direção. Incluir sala de reuniões. Não é a mesma coisa que lab. CQ.
Grupo Gerador 1 25 25 Permanece, necessário verificar melhor posicionamento.
Necessidade de locação de grupo gerador. A sugestão procede e deve atender às normas quando de sua implantação, obviamente deverá ser observada a localização da rede de entrada e das redes de distribuição do gerador para o edifício.
01 sala de Biossegurança (pode ser junto com a qualidade)
0 Não consta do Guia, verificar permanece ok
Área - sub total sem circulação
1690
Circulação geral - 25% da área dos ambientes
423
Área interna total a ser construída- sub total com circulação interna
2113
Estacionamentos - 1 0 Verificar número de funcionários e doadores. Incluir abrigo para veículos do HEMORGS, inclusive os veículos destinados a coleta móveis.
verificar demanda Estacionamentos para: doador, funcionários, coleta externa, ônibus, veículos, motos e bicicletas + paisagismo.
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29
3. DIAGNÓSTICO BIOCLIMÁTICO
3.1. Diagnóstico do Edifício Existente
3.1.1. Principais Pontos Levantados:
• Incidência de Radiação Solar
• Eficiência das Proteções Solares
• Identificação diretrizes para a melhoria das condições ambientais e de eficiência
energética do edifício
• Adequação da estrutura ao programa de necessidades
3.1.2. Incidência de Radiação Solar
Necessidade de Proteção Solar nas fachadas Sudoeste e Noroeste.
Necessidade de Insolação na fachada Sudeste.
Figura 23 - Estudo das insolações em cada fachada. Fonte: Software ECOTECT 2014.
3.1.3. Círculo Bioclimático
Ferramenta de análise que reúne condicionantes bioclimáticos que devem ser considerados
no terreno (ventos predominantes, percurso aparente do sol, localização das fontes de ruído,
etc.).
Figura 24 - Círculo Bioclimático do complexo HemoRGS.
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30
3.1.4. Incidência de Radiação Solar no Plano Horizontal
Exposição a alta incidência a radiação solar nos espaços abertos (coberturas e
estacionamentos).
Figura 25 - Análise de radiação solar incidente no local durante o inverno. Fonte: Software ECOTECT 2014.
Figura 26 - Análise da radiação solar incidente no local durante o verão. Fonte: Software ECOTECT 2014.
3.1.5. Proteções Solares
Proteção Solar insuficiente nas fachadas Sudoeste e Noroeste.
Excesso de proteção na fachada Sudeste.
Figura 27 - Máscaras de sombra dos brises de cada fachada. Fonte: Software ECOTECT 2014.
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31
Figura 28 - Área assistencial existente.
Proteção Solar insuficiente nas fachadas Sudoeste e Noroeste.
Excesso de proteção na fachada Sudeste.
Figura 29 - Máscaras de sombra dos brises de cada fachada. Software: ECOTECT 2014.
Figura 30 - Foto de ambiente interno existente.
Inserção de brises horizontais pintados em tom de branco pouco interferem na
Autonomia de Luz do Dia e redução da carga térmica direta.
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32
Figura 31 - Análise de luz natural nos ambientes internos com a situação atual. Fonte: Software RELUX 2014.
Figura 32 - Tipo de brise fixo existente.
3.2. Diagnóstico do terreno para expansão do HemoRGS
Desenvolveu-se o diagnóstico do terreno destinado à inserção de uma nova edificação,
visando à expansão das atividades do HEMORGS. Este diagnóstico foi baseado,
principalmente, na análise das condicionantes ambientais de radiação solar e iluminação,
ruído, ventilação, incidência de chuvas e topografia, e a vegetação. Quanto da radiação solar
(Erro! Fonte de referência não encontrada.) foi analisado o percurso aparente do sol no
terreno visando a identificação das melhores orientação tendo em vista a realidade climática
da cidade de Porto Alegre. Esta análise possibilita o estabelecimento de diretrizes do projeto
no sentido de aproveitamento do aquecimento solar passivo de ambientes durante os
períodos mais frios, bem como, a proteção de ambientes a exposição excessiva ao sol
durante o verão. Esta análise também é importante para a determinação de diretrizes de
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33
projeto visando o posicionamento mais adequado das fachadas na busca do aproveitamento
da iluminação natural nos ambientes.
Figura 33 - Análise do percurso solar no terreno em estudo.
Figura 34 - Análise da incidência dos ventos no terreno em estudo.
Figura 35 - Análise da incidência das chuvas no terreno em estudo.
Figura 36 - Análise da topografia do terreno em estudo.
Pontos de acúmulo de água da chuva
Pontos de escoamento de água da chuva
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34
Figura 37 - Análise das fontes de ruído no terreno em estudo.
Figura 38 - Análise da vegetação no terreno em estudo.
Em termos de análise da ventilação predominante dos ventos (Figura 34), pode-se identificar
que a área voltada para Sudeste e Sul possui grande potencial de aproveitamento da
ventilação, considerando a orientação predominante e a velocidade do vento nessas áreas,
bem como a presença de vegetação nesses trechos. Esta análise torna-se importante para a
determinação de diretrizes de projeto direcionadas ao aproveitamento da ventilação natural
no futuro edifício.
Em conjunto com a análise da ventilação predominante foi realizada a análise da incidência
das chuvas e os possíveis pontos de acúmulo de água na topografia do terreno. Pode-se
identificar que as áreas localizadas na parte Sudeste do terreno devem considerar os ventos
carregados com chuva (Figura 35) – ou seja, a futura edificação deve pensar em fachadas
apropriadas nessa orientação. Além disso, determinados pontos na topografia do terreno
estão mais propensos ao acúmulo de água (destacados em azul na Figura 36), e outros se
caracterizam como pontos de escoamento de água da chuva (destacados em vermelho na
Figura 36).
A análise relativa ao ruído (Figura 37) identificou o trecho Sul, voltado para a Av. Bento
Gonçalves, como o mais ruidoso devido ao tráfego intenso de veículos. Também foi
identificado ruído com menor intensidade no trecho Sudeste do terreno, voltado para a Rua
Nelson Duarte Brochado. No entanto, na análise da vegetação (Figura 38) pode-se perceber a
existência de uma considerável massa vegetal no trecho Sudeste (árvores de médio e grande
porte), fato que atenua os níveis de ruído que chegam ao terreno. Importante destacar que a
presença da vegetação nesse trecho também contribui para o potencial de aproveitamento
da ventilação natural, uma vez que atua como filtro para a retirada de materiais particulados
do ar.
P R O J E T O HEMORREDE SUSTENTÁVEL - H E M O R G S
35
4. RETROFIT
No contexto da crise de abastecimento no setor elétrico, tem-se duas consequências
positivas sobressaíram desta crise: a forte participação da sociedade na busca da sua solução
e a valorização da eficiência no uso de energia. Neste sentido, o combate o desperdício de
energia, como visto, é vantajoso para todos os atores envolvidos.
Este trabalho tem por objetivo levantar e analisar informações sobre o consumo de energia
elétrica, hábitos de consumo, características ocupacionais, situação operacional das
instalações e equipamentos de usos finais do Hemocentro de Porto Alegre, sobretudo
relacionados à Clínica Hematológica, identificando oportunidades de melhoria na eficiência
do uso da energia elétrica e de redução do seu custo.
Desta forma, aplicou-se uma metodologia de diagnóstico energético específica, ressaltando
que cada instalação apresenta peculiaridades próprias e que merecem, muitas vezes,
tratamento específico.
A realização de diagnósticos energéticos envolve um conjunto bastante diversificado de
atividades, variáveis conforme a finalidade e o tipo de ocupação da instalação. Tal fato
implica na existência de diversas metodologias de análise energética, cada qual com suas
peculiaridades necessárias à determinação correta dos potenciais de conservação daquela
instalação.
No caso da instalação em questão, com todas as suas peculiaridades, incluindo também
diversos ambientes de escritórios e atendimento ao público, a metodologia aplicada pode ser
dividida nas seguintes etapas:
Visita de inspeção preliminar.
Planejamento das atividades de levantamento de dados.
Levantamento de dados, documentos, plantas e cadastro dos equipamentos da instalação.
Medições de grandezas elétricas utilizando-se analisadores de energia.
Análise e tabulação dos dados e informações levantadas.
Estudo de viabilidade técnica e econômica de alternativas para os usos finais encontrados e
determinação dos respectivos potenciais de conservação de energia.
A visita de inspeção foi realizada com o objetivo de ter contato com a instalação e de
conhecer o pessoal encarregado de dar apoio à equipe técnica no que diz respeito à
locomoção, ao fornecimento de documentos e demais informações durante todo o processo
de diagnóstico energético.
A partir da visita de inspeção, foi possível ter uma visão macroscópica da instalação, fato que
permitiu traçar a estratégia de levantamento de dados, através da escolha dos pontos de
medição no sistema elétrico.
Entre todas as etapas do processo de diagnóstico energético, o levantamento de dados é,
sem dúvida, um dos mais importantes, uma vez que todos os resultados e conclusões obtidos
estão baseados nas informações levantadas nessa fase. Dessa forma, todos os dados devem
ser obtidos e tratados com o maior rigor possível, desconsiderando as informações mais
duvidosas. Devido à extensão e à importância dessa fase, foi conveniente a sua segmentação
em duas etapas:
Medições das grandezas elétricas de interesse.
Inspeção de ambientes segundo os usos finais de energia.
A medição das grandezas elétricas de interesse foi realizada utilizando-se equipamento
analisador de energia com memória de massa, instalado no quadro de distribuição principal
do Hemocentro.
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36
Figura 39 - Medição quadro de distribuição do Hemocentro de Porto Alegre.
Figura 40 - Quadro de distribuição do Hemocentro de Porto Alegre.
Os analisadores de energia correspondem a equipamentos digitais microprocessados capazes
de realizar medições monofásicas e trifásicas com precisão de todas as grandezas elétricas
relevantes em diagnósticos energéticos, como por exemplo: tensão, corrente, potências ativa
e reativa, consumos de energia ativa e de reativa com período de integração programável,
fator de potência e distorção harmônica. Além disso, eles possuem considerável capacidade
de armazenamento de dados em sua memória de massa interna, registrando, inclusive,
períodos de falta de energia, uma vez que eles também são dotados de baterias internas
recarregáveis.
As informações fornecidas pelos analisadores de energia são essenciais e indispensáveis para
a realização de diagnósticos energéticos precisos. A partir dessas informações, também é
possível determinar irregularidades na operação de sistemas e equipamentos, por meio da
detecção de baixos fatores de potência, de altas distorções harmônicas e de desequilíbrios
entre fases.
Por outro lado, a inspeção de ambientes tem por objetivo levantar as características mais
particulares dos usos finais presentes na instalação, complementando as informações obtidas
através da medição direta de grandezas elétricas.
Neste trabalho, foram vistoriados especificamente os ambientes da Clínica Hematológica,
onde foram anotados todos os dados relevantes para a análise de cada uso final, embora, por
motivos de acessibilidade, as medições elétricas tenham sido feitas no prédio do
Hemocentro.
No caso do sistema de iluminação, foram verificadas e anotadas as tecnologias atualmente
utilizadas. Além disso, também foram levantados os tempos de utilização do sistema em cada
ambiente (horário de expediente, utilização no período noturno), de forma a permitir uma
estimativa do consumo de energia elétrica desse uso final.
Os dados levantados foram analisados e tratados de forma a determinar as características de
consumo da Clínica Hematológica do Hemocentro.
As visitas de inspeção ocorreram nos dias 17 e 18 de Junho de 2013. Neste mesmo período,
foram realizadas as medições de grandezas elétricas utilizando-se o analisador de energia.
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37
4.1 Análise da Instalação
As instalações elétricas do Hemocentro encontram-se em bom estado de conservação.
Durante as visitas constatou-se a preocupação com a manutenção dos diversos painéis
elétricos distribuídos pelo Hemocentro, bem como de equipamentos em geral, mantendo-se
um bom nível de atendimento aos usuários. Entretanto, o quadro principal se apresenta com
pó, sujeira e teias, não sendo uma condição ideal de operação.
4.1.1 Medições de Energia
As medições das grandezas elétricas foram realizadas por meio de um equipamento
analisador de energia instalado no quadro de distribuição principal da instalação.
O analisador de energia, harmônicos e oscilografia de perturbações fabricado pela RMS
Sistemas Eletrônicos MARH-21, utilizado neste diagnóstico, é um registrador portátil,
trifásico, programável, destinado ao registro de tensões, correntes, potências, energias,
harmônicos e oscilografia de perturbações em sistemas de geração, consumo e distribuição,
bem como circuitos que alimentam motores elétricos em geral.
O MARH-21 possui mostrador e teclado alfanumérico permitindo efetuar a programação
diretamente no equipamento.
O equipamento registra os dados de medição em sua memória interna do tipo RAM e possui
também porta serial para a transferência dos dados registrados para um computador. O
software denominado ANAWIN possibilita a análise dos dados em forma de gráficos e
relatórios.
A Figura 41apresenta o analisador MARH-21.
Figura 41 - Analisador MARH-21.
O equipamento MARH-21 possui as seguintes aplicações:
Registro das formas de onda das tensões e correntes, distorções harmônicas e
variações de frequência.
Análise dos harmônicos.
Estudos de demanda e otimização do uso de energia.
Simulações para estudos de correção do fator de potência.
Monitoramento de processos visando à obtenção de curvas de temperatura,
pressão e vazão, juntamente com as grandezas elétricas como tensão, corrente,
demanda e energia.
Análise de desligamentos e falhas causados por variações nas características da
tensão.
Obtenção de curvas de partida de motores elétricos.
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38
As medições das grandezas elétricas foram realizadas no quadro de distribuição principal do
Hemocentro de Porto Alegre.
A Figura 42ilustra onde foram realizadas medições de parâmetros elétricos nas instalações
elétricas do Hemocentro.
Figura 42 - Local de medições de parâmetros elétricos.
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39
4.2 Consumo Desagregado e Medições
Foi realizado um levantamento dos equipamentos existentes na Clínica Hematológica do
Hemocentro e seus respectivos períodos de utilização. Assim, foi possível estimar seu
consumo de energia por tipo de equipamento e construir a matriz de consumo desagregado,
conforme apresenta a Figura 43.
Figura 43 - Matriz de consumo desagregado do Hemocentro.
Nota-se que o principal uso final na Clínica Hematológica é a refrigeração com 49% da
energia consumida nesse setor. A climatização também é um uso final intenso que
corresponde a 23% do consumo de energia, já a iluminação é responsável por 14%.
As medições dos parâmetros elétricos foram realizadas com o objetivo de avaliar a qualidade
do fornecimento de energia por parte da concessionária e será tratado no Capítulo 10. Cabe
ressaltar que não existe um ponto acessível para a medição do consumo da Clínica
Hematológica, assim as medições foram realizadas na entrada do HEMORGS, que é um
prédio adjacente e que opera com a mesma equipe de manutenção da Clínica.
4.3Simulação Energética da Edificação
Com base nas medições realizadas e nos levantamentos de dados durante as visitas técnicas,
desenvolveu-se um modelo virtual da edificação da Clínica Hematológica (Figura 44), onde foi
possível inserir dados relativos à envoltória e usos finais dos seus diversos blocos. Este
modelo adotou algumas hipóteses simplificadoras visando fornecer uma estimativa
preliminar do desempenho energético da edificação em análise.
Figura 44 - Modelo virtual da Clínica Hematológica
Utilizando a ferramenta de simulação EnergyPlus®, simulou-se o modelo virtual da Clínica
para as condições climáticas de Porto Alegre. Foram utilizados dados típicos para os materiais
da edificação, a saber:
• Paredes externas: painéis wall e acabamento com espessura total de 100 mm.
• Paredes internas: divisórias de madeira ou dry wall.
• Cobertura: forro com espaço de ar, telha canaleta e platibandas com telha de fibrocimento.
• Vidros: vidro simples de 3 mm.
• Portas: madeira com 40 mm de espessura.
Foi definido que o perfil de ocupação da edificação seria das 8:00h às 18:00h de segunda a
sexta e sem expediente nos finais de semana. Estes perfis foram utilizados para a presença
de pessoas, iluminação e equipamentos e calibrados com base nas avaliações feitas nas
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40
visitas técnicas realizadas. A potência das câmaras frigoríficas foi definida com base nos
levantamentos feitos e o seu funcionamento foi estipulado como ininterrupto. Para os
sistemas de climatização unitários, foi definido o valor médio de COP de 2,8 e o seu perfil de
operação foi estipulado como sendo o mesmo definido para a ocupação das pessoas na
edificação. Foi definido como temperatura de controle dos sistemas de climatização o valor
de 23°C. Esta definição de sistemas baseou-se nas avaliações feitas nas visitas técnicas.
Nestas visitas constatou-se, na maioria dos ambientes, a instalação de sistemas unitários do
tipo split que operam tanto para resfriamento como para aquecimento com alguns poucos
equipamentos do tipo janela. Verificou-se também que no Hemocentro está instalado um
sistema tipo self que, devido a falhas de operação e falta de manutenção, encontrava-se
desativado. A edificação assim simulada será considerada para fins deste relatório como a
edificação de referência (REF).
Com base nos relatórios de saída do EnergyPlus, como os mostrados na Figura 45, podemos
avaliar a contribuição de cada uso final no consumo total da edificação ao longo de um ano
de operação. Este modelo foi calibrado de forma a reproduzir o mais fielmente possível o
perfil de consumo e a matriz de consumo desagregado da edificação.
Figura 45 - Exemplo de relatório de saída de dados da simulação realizada pelo EnergyPlus.
Os sistemas de climatização e de refrigeração correspondem a 72% do consumo total da
edificação e, portanto ações para a redução do consumo de energia destes sistemas podem
ter um impacto razoável no perfil de consumo total da edificação.
Nesse sentido, foram simuladas as seguintes estratégias visando a redução do consumo de
energia dos sistemas de climatização:
Estratégia 1 (EST_01): Modificação da temperatura de controle dos sistemas de
climatização de 23°C para 25°C: esta estratégia foi sugerida para mostrar o
potencial de redução, caso os usuários da edificação modifiquem o seu
comportamento quanto à definição da temperatura de controle do sistema de
climatização. Esta modificação só deve ser realizada nos setores em que a demanda
End Uses
Electricity
[kWh]
Natural Gas
[kWh]
Additional Fuel [kWh]
District Cooling
[kWh]
District Heating
[kWh]
Water [m3]
Heating 43,02 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Cooling 967,12 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Interior Lighting
641,40 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Exterior Lighting
0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Interior Equipment
128,28 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Exterior Equipment
342,08 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Fans 16,08 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Pumps 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Heat Rejection 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Humidification 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Heat Recovery 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Water Systems 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Refrigeration 2138.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Generators 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Total End Uses 4276.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
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41
de climatização seja apenas para conforto térmico e não seja necessário controle
de temperatura para conservação do sangue e demais produtos manipulados no
Hemocentro.
Estratégia 2 (EST_02): Retrofit dos sistemas de climatização para equipamentos
com selo PROCEL A: esta ação visa mostrar o impacto da redução se os
equipamentos a serem instalados adotassem níveis de eficiência de equipamentos
etiquetados com selo PROCEL A com temperatura de controle dos sistemas de
climatização de 25°C (COP=3,1).
Estratégia 3 (EST_03): implantação de um sistema central com self com
condensação a ar e sistema de distribuição de dutos com renovação de ar externo:
esta ação visa avaliar a implantação de um sistema central que reduziria de forma
mais acentuada o consumo dos sistemas de climatização com temperatura de
controle dos sistemas de climatização de 25°C (COP=4,2)
Após a simulação de cada uma destas estratégias, podem-se verificar na Figura 46as
reduções do consumo anual obtidas por cada estratégia e que podem ser comparadas com a
situação atual (REF).
Figura 46 - Potencial de redução das estratégias propostas.
Pode-se concluir que:
A estratégia EST_01 apresenta uma redução pequena e cuja implantação
demandaria uma conscientização por parte do usuário, podendo ser aplicada de
imediato.
As estratégias EST_02 e EST_03 implicam em um investimento maior da instituição
e com intervenções mais significativas na edificação sendo que o maior impacto é
conseguido com a estratégia EST_3 na redução do seu consumo de energia.
20000
22000
24000
26000
28000
30000
REF EST_01 EST_02 EST_03
Co
msu
mo
an
ual
da
ed
ific
ação
[kW
h]
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42
4.4 Sistemas de Iluminação
A luz é um elemento indispensável em nossas vidas, sendo encarada de forma familiar e
natural. Ao longo dos anos, as tecnologias que envolvem os sistemas de iluminação se
desenvolveram bastante, sendo que atualmente têm-se diversos tipos de equipamentos
disponíveis para diversas aplicações.
No campo da iluminação, sabe-se que a qualidade da luz é decisiva, tanto no que diz respeito
ao desempenho das atividades, como na influência que exerce no estado emocional e no
bem-estar das pessoas.
Conhecer os sistemas de iluminação, as alternativas disponíveis e saber controlar quantidade
e qualidade são ferramentas preciosas para o sucesso de qualquer instalação.
Muitos projetos executados trazem algum tipo de problema nos sistemas de iluminação,
sejam nas edificações públicas ou privadas. É frequente o sistema de iluminação encontrar-se
fora dos padrões técnicos adequados.
As ocorrências mais comuns são:
Iluminação em excesso.
Falta de aproveitamento da iluminação natural.
Uso de equipamentos com baixa eficiência luminosa.
Falta de comandos (interruptores) setorizados.
Ausência de manutenção, depreciando o sistema.
Hábitos de uso inadequados (não é uma característica do projeto, mas ocorre).
A adequação possível de instalações existentes sob o aspecto de maior eficiência energética
é apresentada sob a denominação de “Retrofit” das instalações de iluminação. A ideia inicial
nasceu na área de iluminação, em grandes escritórios, equipados com luminárias antigas e de
baixa eficiência em relação às atuais, e que não atendiam aos valores dos níveis de
iluminância estipulados em norma.
A Figura 47apresenta a faixa de valores de eficiência energética para a maioria dos tipos
atuais de fontes de luz utilizados em sistemas de iluminação. Nela pode-se observar que as
lâmpadas de descarga em gases a baixa pressão (fluorescentes) e as de alta pressão
(multivapores metálicos e sódio) são as que apresentam os melhores índices.
Figura 47 - Eficiência energética para fontes de luz atuais
As lâmpadas de descarga em gases ou vapores metálicos apresentam resistência interna
baixa e, portanto necessitam ser ligadas à rede de alimentação através de reatores, que além
de proporcionarem o controle e estabilização da intensidade de corrente da lâmpada,
fornecem condições necessárias para a ignição da mesma que, em alguns tipos específicos,
necessitam de elemento extra de ignição denominado normalmente de ignitor ou starter.
Cada tipo de lâmpada de descarga possui características elétricas diferenciadas, portanto,
sua utilização depende de reatores específicos.
O sistema de iluminação equipado com reatores eletrônicos apresenta eficiência energética
bem superior ao eletromagnético. Eletricamente o reator eletrônico consta de circuito
retificador, filtro e oscilador, para uma faixa operação de 20 a 50 kHz. A sua utilização nos
sistemas de iluminação resulta nas seguintes vantagens:
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43
Economia de energia elétrica.
Menor intensidade de corrente exigida para o funcionamento da lâmpada, tendo
como consequência o aumento da sua vida útil.
Manutenção do nível de iluminância, mesmo com variações de tensão.
Tamanho e peso reduzidos.
Aumento do fluxo luminoso emitido pela lâmpada.
Assim, os reatores eletrônicos representam um avanço na área de iluminação com lâmpadas
de descarga, atendendo a necessidade atual de utilização eficiente da energia elétrica, mas
merecem atenção em relação aos impactos que podem provocar quanto ao requisito
qualidade de energia. Por outro lado, oferecem a opção de controle da intensidade
luminosa, requisito hoje indispensável na automação predial.
4.4.1Iluminação a LED
Com o desenvolvimento nos últimos anos dos LEDs de alta potência, estes começaram a ser
empregados em iluminação com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica, de
preservar os recursos ambientais e diminuir a necessidade de manutenção dos sistemas de
iluminação.
Entretanto, o mercado nacional desconhece, de maneira geral, a aplicação de LEDs em
iluminação comercial, por ser ainda uma tecnologia nova. A ABNT publicou em maio de 2013
a norma “ABNT IEC/PAS 62612:2013” que especifica os requisitos de desempenho para
lâmpadas LED com dispositivo de controle incorporado.
Diversos fabricantes estão investindo no desenvolvimento de produtos apoiados nesta
tecnologia oferecendo uma gama de produtos que prometem uma eficiência energética
entre 50 e 100 lm/watt e vida útil de 25.000 a 50.000 horas, que a partir da vigência da
norma passou a ter condições e métodos de ensaio requeridos específicos para este
equipamento.
4.4.2 Sensores de presença
Os sensores de presença são utilizados com a finalidade de reduzir o consumo de energia
elétrica e também promover conforto aos usuários, de forma que ao detectarem a presença
de um corpo na área controlada, comandam um circuito comutador que por sua vez aciona o
sistema utilizado, como por exemplo: iluminação, abertura de portas, climatização, entre
outros. A Figura 48apresenta algumas possibilidades para os sensores de presença.
Figura 48 - Possibilidades para sensores de presença
Um estudo realizado pela Bticino revela que 40% do tempo em que as luzes num escritório
ficam acessas, as áreas encontram-se desocupadas, ocorrendo desperdício de energia, tal
situação é mais frequente em recintos com baixa ocupação nominal.
As principais tecnologias dos sensores de presença são:
Raios infravermelhos passivos:
Os sensores de presença com tecnologia de raios infravermelhos passivos (PIR, sigla em
inglês) detectam a presença de um corpo através da diferença entre o calor emitido por este
corpo e o ambiente, e somente detecta determinadas fontes de energia, como o corpo
humano.
Eles utilizam uma lente Fresnel, que distribui os raios infravermelhos em diferentes zonas,
obtendo uma área maior para realizar o controle.
Utilizam também um filtro de luz para aumentar a confiabilidade do sistema, evitando falsas
detecções causadas pelos raios solares, e também circuitos especiais para evitar
interferências com ondas de rádio frequência. São adequados para utilização em corredores.
A Figura 49apresenta alguns sensores com a tecnologia PIR:
P R O J E T O HEMORREDE SUSTENTÁVEL - H E M O R G S
44
Figura 49 - Sensores de presença com tecnologia PIR, com instalação no teto, parede e embutido, respectivamente.
Ultrassônica
No caso da tecnologia ultrassônica, é transmitida uma onda sonora que ao encontrar um
corpo, retorna ao receptor do sensor com uma frequência diferente da original.
Esta frequência transmitida é alta e gerada por um cristal de quartzo, e não pode ser
percebida pelos seres humanos.
A cobertura deste tipo de sensor não necessita de visão direta, podendo estar sensível
através de divisórias e portas, porém deve ser instalado em local adequado para evitar
detecções fora da área desejada.
A eficiência deste tipo de sensor pode ser alterada por fluxo de ar excessivo, presença de
carpetes e materiais antiacústicos.
Este sensor pode ser utilizado em ambientes com pouco fluxo de ar, como banheiros, ou em
salas onde o fluxo de ar esteja a mais de 1 metro de distância do sensor, sendo necessária a
realização de testes antes da implantação do projeto.
A Figura 50apresenta um sensor de presença do tipo ultrassônico:
Figura 50 - Sensor de presença com tecnologia ultrassônica
Dual
Os sensores de presença com tecnologia dual são indicados para utilização em locais de
permanência de pessoas. Eles combinam as tecnologias PIR e Ultrassônica, de forma que
detecta a presença de pessoas por emissão de calor do corpo humano e movimento.
Este tipo de sensor é mais confiável, pois aproveita as melhores características de cada
tecnologia, proporcionando melhor controle de acionamento de cargas onde os sensores de
apenas uma tecnologia poderiam apresentar falhas de detecção.
Esta tecnologia apresenta diferentes configurações de operação. Na operação em
configuração padrão faz o acionamento da carga quando as duas tecnologias detectam a
presença de corpos simultaneamente, mantém carga acionada enquanto pelo menos uma
das tecnologias continue detectando presença, e somente desconecta a carga quando a área
de operação é desocupada.
Dependendo das características da área a ser controlada, é possível alterar estas
configurações. O tempo que as luzes permanecem acesas é ajustável de 30s a 30min após a
última detecção, além de ser possível ajustar: nível de luz necessário e a sensibilidade de
detecção ultrassônica e dos raios infravermelhos.
O sensor dual é ideal para aplicação em salas e laboratórios, pois um fluxo de ar originado de
um aparelho de ar condicionado ou ventilador poderia causar uma falsa detecção num
sensor de tecnologia ultrassônica, e um baixo índice de movimento na área poderia provocar
o errôneo desligamento da iluminação através de um sensor de tecnologia PIR. Então, o
sensor de tecnologia dual acionaria a iluminação quando as tecnologias PIR e ultrassônica
tivessem detectado simultaneamente a presença de pessoas, manteria a iluminação acesa
enquanto pelo menos uma tecnologia detectasse presença de pessoas e somente desligaria a
iluminação quando ambas as tecnologias não detectassem mais a presença de nenhuma
pessoa. Neste caso, o tempo de desligamento da iluminação na ausência de pessoas seria
configurado para 30s.
Além disso, alguns sensores com tecnologia dual não permitem o acionamento do circuito de
iluminação quando detectam iluminação natural suficiente pois possuem uma fotocélula
integrada.
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45
A Figura 51apresenta um sensor com tecnologia dual e sua respectiva fonte de alimentação.
Figura 51 - Sensor de presença com tecnologia dual e respectiva fonte de alimentação.
A Figura 52 apresenta a área de cobertura do sensor dual, de lente padrão e de longo
alcance.
Figura 52 - Área de cobertura do sensor dual de lente padrão e de longo alcance.
A utilização de sensores de presença na iluminação de ambientes é uma boa alternativa para
o uso racional de energia elétrica, que contribui com a diminuição do consumo de energia e
consequentemente, diminuição na conta de energia da edificação.
Os sensores de presença e fotocélula independente possuem vida útil indeterminada, porém
o fabricante assegura que existem aplicações há mais de dez anos atuando no mercado sem
apresentar falhas nos sensores e fotocélulas, apresentando apenas a necessidade de
substituição das fontes de alimentação.
Para o caso de eventuais falhas nos sensores ou em suas fontes de alimentação, é
recomendável a implantação de um sistema de acionamento da iluminação em paralelo,
composto por interruptores ou relé de pulso, dependendo da aplicação.
4.4.3. Iluminação Natural
A luz natural possui grande importância nos ambientes, não apenas por possibilitar a
economia de energia, mas por proporcionar uma série de vantagens aos usuários:
Confere senso de especialidade.
Propicia vivacidade ao edifício.
Propicia um bom ambiente visual, por ser a melhor reprodutora de cores.
A presença de aberturas também é importante por possibilitar o contato visual com o
exterior e desta forma informar as condições adversas do mesmo.
É importante observar que, ao se falar em luz natural ou aproveitamento da iluminação
natural, faz-se referência apenas a luz natural difusa, sem a presença da radiação direta.
Desta forma, o uso de elementos externos nas fachadas é sempre recomendado, pois
propiciam proteção solar reduzindo a carga térmica interna, diminuindo o contraste de níveis
de iluminância internos e externos.
Os brises são vantajosos também, pois direcionam luz natural difusa para o interior do
edifício.
Analisando a configuração espacial, orientação solar e os elementos externos de proteção
dos Edifícios do Hemocentro, nota-se potencial para o aproveitamento de iluminação natural
nas áreas periféricas do mesmo.
Durante a visita notou-se que, apesar do potencial para aproveitamento da iluminação
natural nas áreas periféricas, os ambientes apresentam acionamento inadequado das
luminárias, pois não existe segmentação de circuitos para as luminárias próximas às janelas.
Assim, diante do potencial para aproveitamento da iluminação natural, sugerem-se algumas
medidas para racionalização do sistema de iluminação artificial:
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46
Segmentar o sistema elétrico das luminárias próximas às janelas e disponibilizar interruptores
para estas luminárias, permitindo que fiquem apagadas quando existir iluminação natural
suficiente.
Implantar sistemas de controle de iluminação com sensores de luminosidade e reatores
eletrônicos dimerizáveis nas luminárias próximas às janelas.
Caso sejam adotados sensores de luminosidade e reatores eletrônicos dimerizáveis, o
controle da iluminação artificial deve ser automático e gradual, conforme os níveis de
iluminância provenientes da luz natural. Neste caso, o sistema de controle utiliza a
iluminação natural disponível, mantendo a iluminância requerida para cada atividade no
plano de trabalho constante.
Além dos sistemas de controle mencionados, estão disponíveis no mercado sistemas mais
complexos, que integram todos os recursos citados a um sistema de gerenciamento predial.
Esses sistemas permitem:
Controle automático dos horários de acionamento / desligamento.
Controle automático e individual das funções do ambiente.
Criação de cenários apropriados para diversas situações de uso do ambiente,
inclusive para economia de energia.
Facilidade de operação.
Controle dinâmico da iluminação.
4.5 Recomendações do Sistema de Iluminação
Observa-se que a não utilização de luminárias com calhas reflexivas reduz a eficiência
energética global do sistema de iluminação. Este tipo de luminária desvia a luminosidade não
aproveitada (naturalmente direcionada para cima) para os focos de interesse aumentando a
eficiência energética do sistema, além de reduzir a quantidade de lâmpadas necessárias para
a iluminação adequada do ambiente.
Figura 53 - Luminária com calhas não reflexivas.
Neste sentido, recomenda-se:
Retrofit dos sistemas de iluminação buscando maximizar o aproveitamento da
luminosidade emitida pelas lâmpadas.
Segmentar os circuitos em grupos menores de luminárias, principalmente em
ambientes amplos, dividindo-os por linhas de luminárias próximas e afastadas das
janelas e de forma a criar pequenos grupos independentes de trabalho.
Segmentar o sistema elétrico das luminárias próximas às janelas, permitindo que
estas fiquem apagadas quando os níveis de iluminância forem aceitáveis.
Disponibilizar aos usuários acesso aos interruptores a todas as salas que não o
possuem ou sistemas de controle de iluminação por meio de sensores de presença.
Alterar o layout das estações de trabalho de modo que as telas dos computadores
fiquem sempre que possível em posição lateral às janelas, evitando-se
ofuscamentos nestas áreas de trabalho, permitindo a utilização da iluminação
natural.
Adotar programas para conscientização e educação dos funcionários sobre a
importância de se conservar energia e de que forma podem-se evitar desperdícios.
4.6 Recomendações do Sistemas de Climatização
Os sistemas de climatização utilizados na Clínica Hematológica são compostos de unidades
unitários do tipo janela e splits de diferentes capacidades. Porém, em muitos setores, não
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47
houve a preocupação de adquirir equipamentos eficientes (selo A do PROCEL), deixando de
explorar um grande potencial de economia no Hemocentro.
Verificou-se que no Hemocentro havia sistemas centrais do tipo self que devido a falhas de
operação e falta de manutenção, deixaram de funcionar, dando lugar às unidades do tipo
split, que foram adquiridas sem a preocupação em selecionar equipamentos mais eficientes.
Neste sentido, recomenda-se:
Avaliar a possibilidade de implantar um sistema tipo self para todo o edifício.
Caso a implantação do sistema tipo self não se viabilize, promover a substituição
dos modelos tipo janela por equipamentos tipo split com selo A do Procel.
Mantendo-se a opção por sistemas tipo split, realizar a aquisição de novos
equipamentos com selo A do Procel.
Realizar a manutenção e limpeza dos filtros periodicamente, evitando consumo
excessivo de energia e proliferação de fungos e bactérias.
4.7 Recomendações do Sistema de Refrigeração
Verificou-se no hemocentro a existência de diversas unidades de refrigeração com
temperaturas de controle variando de +6°C a -80°C com capacidades de armazenamento e de
consumo de energia também diversas. Estas unidades estão distribuídas pelos diversos
setores do Hemocentro. Constatou-se também que a vida útil das unidades é bem diversa,
sendo o uso final de maior importância para o Hemocentro. Na Clínica Hematológica, este
sistema corresponde a aproximadamente 50% do consumo de energia o que ressalta a
importância de manter estes sistemas em ótimo estado de operação.
Neste sentido, recomenda-se:
Manutenção preventiva dos sistemas;
Retrofit das unidades de resfriamento com vida útil maior que 20 anos.
4.8 Estudo da Estrutura Tarifária
A partir da Resolução 414/2010 da ANEEL e com o início da vigência do terceiro Ciclo de
Revisão Tarifária Periódica (CRTP) para a Companhia Estadual de Distribuição de Energia
Elétrica - CEEE, em outubro de 2012, a estrutura tarifária de seus consumidores sofreu
algumas alterações em suas modalidades, explicadas a seguir.
GRUPO A
Tarifa Convencional
Aplicada em unidades consumidoras atendidas em tensão inferior a 69 kV e demanda
contratada menor que 300 kW. Entretanto, esta modalidade será gradualmente extinta ao
longo do terceiro CRTP, inicialmente para os consumidores com demanda contratada maior
ou igual a 150 kW, que deverão optar por uma das modalidades horárias, azul ou verde, até o
final do primeiro ano de vigência do terceiro CRTP. Ao final deste Ciclo, os demais
consumidores também deverão optar por uma das modalidades horárias.
A modalidade tarifária convencional considera os seguintes critérios:
Demanda de potência [kW]: tarifa única sem distinção horária.
Consumo de energia [kWh]: tarifa única sem distinção horária.
Tarifa Horária Verde
Aplicada em unidades consumidoras atendidas em tensão inferior a 69 kV, com demanda
contratada até 2.500 kW. A modalidade tarifária horária verde considera os seguintes
critérios:
Demanda de potência [kW]: tarifa única sem distinção horária.
Consumo de energia [kWh]: uma tarifa para o posto horário ponta; uma tarifa para o posto
horário fora de ponta.
Tarifa Horária Azul
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48
Aplicada compulsoriamente às unidades consumidoras atendidas em tensão igual ou
superior a 69 kV e opcionalmente para as demais unidades. A modalidade tarifária horária
azul considera os seguintes critérios:
Demanda [kW]: uma tarifa para o posto horário ponta; uma tarifa para o posto horário fora
de ponta.
Consumo de energia [kWh]: uma tarifa para o posto horário ponta; uma tarifa para o posto
horário fora de ponta.
GRUPO B
Tarifa Convencional
Aplicado de forma compulsória e automática às unidades consumidoras atendidas em tensão
inferior a 2,3 kV, com tarifa que considera o seguinte critério:
Consumo de energia [kWh]: tarifa única, sem distinção horária.
Tarifa Branca
Aplicado conforme opção do consumidor, somente após a publicação da resolução específica
e considera o seguinte critério:
Consumo de energia [kWh]: uma tarifa para o posto horário de ponta, uma tarifa para o
posto horário intermediário e uma tarifa para o posto horário fora de ponta.
Avalia-se que a Clínica Hematológica é alimentada em baixa tensão e seu consumo de
energia atual não viabiliza a substituição pelo sistema em média tensão. Entretanto, a
ampliação de sua ocupação, no local onde hoje abriga o HEMORGS, irá propiciar um aumento
no consumo de energia, e assim um novo estudo deverá ser realizado, avaliando as novas
condições de consumo.
O Gráfico 6 - Consumo mensal de energia da Clínica Hematológica do HEMORGS.representa o
consumo mensal de energia da Clínica Hematológica do HEMORGS. Pode-se observar que
apesar da necessidade de climatização dos ambientes na maior parte do ano, o consumo
para amenizar as altas temperaturas do verão é mais intenso que para o aquecimento nos
meses de inverno.
Gráfico 6 - Consumo mensal de energia da Clínica Hematológica do HEMORGS.
Neste sentido, recomenda-se:
Avaliar o novo perfil de consumo de acordo com a ampliação da Clínica
Hematológica e verificar qual modalidade tarifária é a mais adequada.
4.9 Qualidade de Energia Elétrica
Em todas as áreas, muito se discute sobre qualidade de energia elétrica.
Esta pode ser definida em função de quatro perturbações elétricas em um sinal de tensão ou
de corrente, em uma instalação elétrica:
Perturbações na amplitude da tensão.
Perturbações na frequência do sinal.
Desequilíbrios de tensão ou de corrente em sistemas trifásicos.
Perturbações na forma de onda do sinal.
Para a concessionária, é muito importante a ausência de variações de tensão, bem como de
desligamentos.
Consumo mensal de energia - Clínica Hematológica (HEMORGS)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13
Co
nsu
mo
de
ener
gia
[kW
h]
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49
Para o consumidor, a qualidade de energia elétrica está relacionada à ausência relativa de
variações de tensão no ponto de entrega de energia.
Muitas vezes, as perturbações podem ser causadas pelo próprio consumidor, por meio da
utilização de equipamentos com tecnologia moderna ou por cargas não lineares, que
possuem funcionamento baseado em eletrônica de potência.
A partir da década de 90, com o aumento da utilização de equipamentos eletrônicos nos
setores residencial, comercial e industrial, a situação tornou-se ainda mais grave.
Na medida em que estes equipamentos exigem uma rede elétrica de boa qualidade para seu
correto funcionamento, também são os principais causadores de perturbações.
4.9.1 Perturbações elétricas
A variação na amplitude da tensão ocorre quando sobre um sinal senoidal produz-se:
Afundamentos ou elevações momentâneas de tensão.
Sobretensão e subtensão.
Interrupções de tensão.
Flutuações de tensão.
Cintilações.
Afundamentos de tensão, ou “sags”, são caracterizados por uma diminuição no valor da
amplitude, de forma brusca, entre 0,1 a 0,9 p.u., restabelecendo-se após um curto período
de tempo.
Em alguns países, tem-se buscado melhorar o fornecimento de energia, através de
programas essenciais para a redução do número e duração de interrupções sofridas pelos
consumidores.
O tempo de afundamento de tensão está compreendido entre 0,5 e 30 ciclos e pode ser
ocasionado por elevações bruscas de corrente, seja por curto circuito, partida de motores de
grande porte ou comutação de cargas com elevada potência.
Equipamentos modernos utilizados em instalações industriais são extremamente sensíveis
aos afundamentos de tensão, uma vez que podem deixar de exercer corretamente suas
funções.
As elevações momentâneas de tensão são de curta duração e apresentam um forte
amortecimento em sua forma de onda. São causadas pela comutação de bancos de
capacitores, conexões e desconexões de equipamentos, operação de retificadores
controlados, variadores de velocidade, atuação de dispositivos de proteção, descargas
atmosféricas, entre outros.
Para ser considerada elevação momentânea de tensão, o valor da sobretensão transitória, ou
“swell”, deve estar na faixa de 1,1 a 1,8 p.u.
A sobretensão pode ser definida como sendo uma perturbação com valor eficaz superior ao
valor de tensão nominal (10%) e pode ser de curta ou longa duração.
Dentro de certos limites, os equipamentos de uso final podem suportar impulsos transitórios
de tensão, porém, dependendo da intensidade e quantidade dos eventos, sua vida útil pode
ser afetada.
Equipamentos com eletrônica de potência e fontes de alimentação de computadores são
bem mais sensíveis que o motor, podendo ser danificados em sua totalidade.
Muitas vezes, as de curta duração possuem intensidade bem superior às de longa duração.
A sobretensão pode ocorrer devido à entrada em operação de grupos geradores ou rejeição
de cargas com elevada potência.
Já os desequilíbrios de tensão são produzidos devido à existência de diferenças significativas
entre valores eficazes das tensões ou correntes presentes em um sistema trifásico.
Geralmente, tal ocorrência pode ser devido à abertura de uma das fases do sistema de
alimentação trifásico, bem como cargas monofásicas desigualmente distribuídas.
Observa-se que a presença de tensões ligeiramente desbalanceadas pode provocar
alterações nas características de desempenho de equipamentos de uso final.
P R O J E T O HEMORREDE SUSTENTÁVEL - H E M O R G S
50
Por exemplo, para o motor elétrico, devido aos desequilíbrios de tensão, este pode sofrer
acréscimo das perdas e desequilíbrio das correntes de linha, redução dos valores de
conjugado, redução do rendimento e aumento dos níveis de ruído e vibração, podendo ser
considerado uma das causas da queima deste tipo de máquina.
Sendo assim, é importante a determinação do valor do Grau de Desequilíbrio de Tensão
(GDT), um dos fatores relacionados à qualidade da tensão da rede elétrica, fornecida pela
concessionária. Este valor não deve ser maior do que 1%.
Na prática, o grau de desequilíbrio de tensão pode ser calculado de acordo com a seguinte
equação:
100. tensõesdas médioValor
tensõesdas médioValor - tensãoda valor Máximo tensãode rioDesequilíb
A Figura 54apresenta as tensões medidas no quadro principal de distribuição do HEMORGS.
Pela proximidade entre os pontos de fornecimento de energia do HEMORGS e de sua
respectiva Clínica Hematológica, pode se considerar uma equivalência entre ambas. Os
valores encontram-se dentro dos limites permitidos, garantindo um bom atendimento a
essas unidades.
Figura 54 - Medição no quadro de distribuição do HEMORGS.
Neste ponto, determinou-se o valor do Grau de Desequilíbrio de Tensão menor que 0,5%, de
forma que se considera um sistema equilibrado.
A Figura 55apresenta as correntes medidas no Transformador 1.
Figura 55 - Medição do Transformador 1 – Correntes A, B e C.
Nota-se que há um desequilíbrio das correntes, em consequência das cargas monofásicas
não distribuídas uniformemente, e que deverão ser mais bem equilibradas na nova
instalação.
4.9.2 Harmônicos
As perturbações ocasionadas por harmônicos tornaram-se importantes na década de 80,
quando se iniciou a substituição de equipamentos elétricos e eletromecânicos por
equipamentos eletrônicos.
As cargas chamadas lineares, como motores elétricos e iluminação incandescente, possuem
corrente proporcional a tensão, ou seja, senoidais, mesmo estando defasadas ou não, em
função de sua natureza: resistiva, indutiva ou capacitiva.
Nas cargas não lineares, essa proporcionalidade não existe, pois se pode conduzir corrente
durante apenas uma parte do ciclo, e mesmo que a tensão seja senoidal, a corrente não será.
Tensão de alimentação do HEMORGS
210
212
214
216
218
220
222
224
226
228
11:3
012
:30
13:3
014
:30
15:3
016
:30
17:3
0
18:3
019
:30
20:3
021
:30
22:3
023
:30
00:3
001
:30
02:3
0
03:3
004
:30
05:3
006
:30
07:3
0
08:3
009
:30
10:3
011
:30
12:3
013
:30
Ten
são
[V]
Vab(V) Vbc(V) Vca(V)
Corrente no quadro principal do HEMORGS
0
20
40
60
80
100
120
140
160
11:0
0
12:0
0
13:0
0
14:0
0
15:0
0
16:0
0
17:0
0
18:0
0
19:0
0
20:0
0
21:0
0
22:0
0
23:0
0
00:0
0
01:0
0
02:0
0
03:0
0
04:0
0
05:0
0
06:0
0
07:0
0
08:0
0
09:0
0
10:0
0
11:0
0
12:0
0
13:0
0
14:0
0
Co
rren
te [A
]
Ia(A) Ib(A) Ic(A)
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51
As correntes harmônicas são responsáveis por elevar a temperatura dos condutores, dos
rotores de motores elétricos, e também provocarem sobretensões em locais onde estão
instalados capacitores, através do efeito de ressonância.
Estas correntes geradas são somadas vetorialmente com as correntes originadas pelas cargas
residenciais, industriais, entre outras, que lentamente estão adquirindo valores significativos,
devido à utilização cada vez maior de equipamentos eletrônicos.
Chama-se ordem de um harmônico, um número inteiro obtido pelo quociente da frequência
desse harmônico, pela frequência da componente fundamental:
1f
fh h
Onde:
h = ordem harmônica.
fh = frequência harmônica de ordem h [Hz].
f1 = frequência da fundamental [Hz].
Os harmônicos podem ser classificados segundo a sua ordem e frequência conforme aTabela
5:
Tabela 5 - Classificação dos harmônicos de acordo com sua ordem e frequência.
Ordem Frequência [Hz]
1 60
2 120
3 180
4 240
5 300
6 360
h h.60
A situação desejada seria aquela com a existência de somente o harmônico de ordem 1, com
60 Hz, chamado de fundamental.
Pode-se observar a existência de harmônicos de ordem ímpares, encontradas em instalações
elétricas em geral, e de ordem pares, encontradas somente em casos de assimetrias.
As sequências podem ser positiva, negativa ou nula. No caso de motores elétricos, os
harmônicos de sequência positiva superiores a fundamental, tendem a girá-lo em velocidade
superior à nominal, provocando aquecimento devido à sobrecorrentes, reduzindo sua vida
útil. As de sequência negativa tendem a girá-lo no sentido inverso ao do campo girante
provocado pela fundamental, produzindo ação de frenagem, reduzindo o conjugado e
provocando também aquecimentos indesejáveis. Os harmônicos de sequência zero somam-
se de forma algébrica em circuitos com a presença de condutor neutro, provocando
correntes elevadas, algumas vezes superiores aos valores das correntes de fase.
Os harmônicos são expressos em termos de seu valor eficaz, pois o aquecimento produzido
pela onda distorcida está relacionado ao mesmo.
O desenvolvimento da eletrônica de potência trouxe novas possibilidades de utilização de
máquinas elétricas, sendo possível com essa tecnologia, controlar com precisão o fluxo de
energia elétrica, aumentando o desempenho eletromecânico de motores, tornando-se uma
opção eficiente em termos de conservação de energia.
Porém, os harmônicos gerados na tensão de alimentação, afetam a dinâmica de
magnetização do núcleo das máquinas, provocando o aumento das perdas magnéticas.
Harmônicos de quinta ordem produzem um conjugado de sentido oposto ao de rotação do
motor, reduzindo o conjugado resultante e a capacidade de acionamento da carga mecânica.
Neste caso, ocorre um acréscimo na corrente de alimentação, podendo ocasionar a queima
do motor, uma vez que o aumento das perdas Joule no estator provoca a estabilização da
temperatura em um valor superior à classe térmica do enrolamento.
A Figura 56apresenta os valores dos harmônicos de tensão medidos na saída do
transformador. Valores encontram-se dentro dos limites permitidos.
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52
Figura 56 - Medição dos harmônicos de tensão no quadro de distribuição do HEMORGS.
Neste caso, em nenhum momento os valores ultrapassaram 5%, de forma que o Hemocentro
e consequentemente sua Clínica Hematológica não possuem problemas de qualidade de
energia relacionados aos harmônicos.
Os valores de fator de potência também foram verificados por meio das medições realizadas.
4.9.3 Fator de Potência
O Fator de Potência (FP) de um sistema elétrico qualquer, que está operando em corrente
alternada, é definido pela razão da potência real ou potência ativa pela potência total ou
potência aparente.
De acordo com a Resolução Normativa ANEEL 414/2010, que estabelece as condições gerais
de fornecimento de energia elétrica, o fator de potência da unidade consumidora, para efeito
de faturamento, deve ser verificado pela distribuidora por meio de medição permanente, de
forma obrigatória para clientes do Grupo A. De acordo com a Resolução, o fator de potência
de referência, indutivo ou capacitivo, tem como limite mínimo permitido, para as unidades
consumidoras, o valor de 0,92.
A Figura 57apresenta os valores de fator de potência calculados para toda a carga do
Hemocentro. Esses valores encontram-se dentro dos limites permitidos.
Figura 57 - Valores calculados para o fator de potência do HEMORGS.
Neste sentido, recomenda-se:
Atentar para os desequilíbrios de corrente nos painéis elétricos do Hemocentro, procurando
sempre manter as correntes de fase equilibradas (melhor distribuição de cargas).
4.10 Considerações Finais
As instalações do Hemocentro encontram-se em bom estado de conservação, sendo que
durante as visitas constatou-se a preocupação com a manutenção de painéis elétricos, bem
como de equipamentos em geral, mantendo-se um bom nível de atendimento aos usuários.
Entretanto, o painel principal do Hemocentro merece uma atenção especial quanto à
manutenção, pois apresentou sujeira, pó e teias.
Pela indisponibilidade do acesso ao sistema de alimentação da Clínica Hematológica foi
realizada a medição utilizando-se equipamentos analisadores de energia instalados no ponto
de entrada de energia do sistema elétrico do Hemocentro, para avaliar a qualidade do
fornecimento e de seu consumo de energia. Em função da proximidade das instalações e de
operarem sob a mesma administração, pode se considerar que ambas instalações se
assemelham, possibilitando avaliar a Clínica Hematológica através dos dados do Hemocentro.
Harmônico de tensão no HEMORGS
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
11:3
0
12:3
0
13:3
0
14:3
0
15:3
0
16:3
0
17:3
0
18:3
0
19:3
0
20:3
0
21:3
0
22:3
0
23:3
0
00:3
0
01:3
0
02:3
0
03:3
0
04:3
0
05:3
0
06:3
0
07:3
0
08:3
0
09:3
0
10:3
0
11:3
0
12:3
0
13:3
0
Dis
torç
ão
ha
rmô
nic
a d
e t
en
sã
o [
%]
hVa(%) hVb(%) hVc(%)
Fator de Potência - HEMORGS
0,90
0,92
0,94
0,96
0,98
1,00
11:0
0
12:0
0
13:0
0
14:0
0
15:0
0
16:0
0
17:0
0
18:0
0
19:0
0
20:0
0
21:0
0
22:0
0
23:0
0
00:0
0
01:0
0
02:0
0
03:0
0
04:0
0
05:0
0
06:0
0
07:0
0
08:0
0
09:0
0
10:0
0
11:0
0
12:0
0
13:0
0
14:0
0
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53
Foi possível também, desenvolver um modelo virtual da edificação utilizando-se o software
de simulação EnergyPlus, onde foram simuladas as seguintes estratégias visando a redução
do consumo de energia:
Estratégia 1: Modificação da temperatura de controle dos sistemas de climatização
de 23°C para 25°C.
Estratégia 2: Retrofit dos sistemas de climatização tipo split para equipamentos
com selo Procel A.
Estratégia 3: implantação de um sistema central com self com condensação a ar e
sistema de distribuição de dutos com renovação de ar externo.
No tocante aos sistemas de iluminação, recomenda-se atualizar os sistemas de iluminação
adotando luminárias reflexivas, aumentando a eficiência do conjunto, logo se reduz a
quantidade de lâmpadas para iluminar adequadamente os ambientes e assim reduzindo seu
consumo de energia.
Verificou-se também a necessidade de segmentar os circuitos em grupos menores de
luminárias, principalmente em ambientes amplos, bem como segmentar o sistema elétrico
das luminárias próximas às janelas permitindo que estas fiquem apagadas quando os níveis
de iluminância forem aceitáveis.
Quanto aos sistemas de climatização, recomenda-se a substituição dos modelos tipo janela,
pelos split e que quando novas aquisições forem realizadas, o aspecto selo energético seja
considerado e sejam adquiridos apenas equipamentos nível A.
No tocante aos sistemas de refrigeração, recomenda-se a manutenção preventiva dos
equipamentos e o retrofit progressivo das unidades que tenham acima de 20 anos de vida
útil.
Quanto ao estudo tarifário, a clínica é atualmente alimentada em baixa tensão, entretanto
em virtude de sua ampliação, um novo estudo deverá ser realizado, adequando-se ao novo
perfil de consumo de energia.
Para os aspectos de qualidade de energia elétrica, recomenda-se atentar para os
desequilíbrios de corrente nos painéis elétricos, procurando sempre manter as correntes de
fase equilibradas (melhor distribuição de cargas).
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5. PROJETO
O projeto tem como temática a forte inclusão de sustentabilidade e a humanização dos
espaços de saúde é vital para o bem estar dos funcionários e os usuários.
A fase do projeto apresentada neste relatório trata-se de estudo preliminar, que foi
concebido como um mergulho de luz na paisagem de Porto Alegre. As formas sólidas e leves,
vestidos como uma colcha de retalhos amarelo refletem a energia das atividades que ali
funcionam, emanando como a própria vida.
O complexo arquitetônico e urbanístico em que está inserido o novo HemoRGS trata-se de
um novo edifício para doação e manipulação dos hemoderivados. Trata-se de um edifício de
referência para a sustentabilidade no que se refere ao Projeto Hemorrede Sustentável.
Em Porto Alegre, o novo Hemocentro será composto de um complexo de 5 blocos, sendo 2
antigos e 3 novos blocos projetados, todos interligados por passarelas cobertas que criam um
grande parque urbano e praças de integração que vão além da "gentileza urbana" gerada
pelos edifícios mas são importantes geradoras de espaço público. Neste espaço, poderão
ocorrer manifestações artísticas e culturais, realizadas campanhas de doação de sangue,
feirinhas livres dos funcionários e associações ligadas à hemorrede.
Figura 58 - Praça de integração: elemento de ligação entre o Edifício Assistencial existente, e o novo Hemocentro Coordenador do estado do Rio Grande do Sul.
Os três volumes divididos em funções combinadas de administração, doação, laboratório e
serviços permitem uma maior permeabilidade do verde criando uma maior área de fachada
conectada com o verde, trazendo a relação direta do externo com o interno, como um jardim
escorrendo por entre os dedos (Figura 59). Vale ressaltar que a locação dos edifícios se deu
respeitando ao máximo todo verde existente, premissa inegociável da arquitetura
sustentável.
Figura 59 - Estudo de implantação geral com definição dos volumes.
Foi também objetivo de projeto que o prédio não olhasse apenas para dentro de si, mas que
se abrisse para seus vizinhos, convidando a todos a conhecê-la e daquele espaço usufrua.
Com isso praças de integração e demais espaços de socialização como os deques, passarelas
cobertas e jardins surgem como gentilezas urbanas (Figura 60).
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55
Figura 60 - Volumes distintos com praças humanizadas.
As áreas internas foram norteadas pelo tripé espaço, luz e verde, desmascarando qualquer
conotação sombria e não atraente, muitas vezes ligados a espaços de saúde. Com isso foi
vislumbrado espaços humanizados para relaxar, descansar e despreocupar, extinguindo
tensões, expectativas, anseios e temores, comuns em atividades hospitalares como doação.
Os materiais utilizados permitem ainda trabalhar o sensorial lúdico além de serem de fácil
limpeza e manutenção.
Busca-se assim com os novos Hemocentros aplicar um conceito de Reabilitação Ambiental
Sustentável, que produzam recomendações inovadores tendo em vista a otimização dos
espaços; eficiência energética do edifício; e redução dos impactos ambientais advindos desde
da implantação até na manutenção do edifício. Adotando novos conceitos de
sustentabilidade atualizados com inovação tecnológica, busca-se ainda fazer do HemoRGS
uma referência de equilíbrio ecológico e que contribua com a fidelização de usuários
doadores através da qualidade dos ambientes e da qualificação da força de trabalho.
O complexo criado reúne o edifício multiclínicas e o integra com o novo HemoRGS. A união é
feita mediante a praça da integração e uma passarela coberta (Figura 61), permitindo assim
que os funcionários e demais usuários do complexo de saúde possa transitar com mais
conforto nas suas rotinas. Esta passarela integra-se à rua do doador (Figura 62) que foi criada
promovendo uma circulação ampla para doadores e funcionários e nesse percurso criado
leva da praça da integração à praça das águas.
Figura 61 - Praça de integração entre o edifício assistencial e o Hemocentro Coordenador.
Figura 62 - Rua do Doador, ligação entre todos os blocos do Hemocentro Coordenador.
Nos ambientes internos, todos os layouts estudados buscando uma modernização em todos
os fluxos, garantindo além disto uma melhor ambiência. Todas as salas são voltadas para o
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56
espaço externo, que além de possuir uma ventilação natural, permitem uma melhor
humanização para os seus usuários.
5.1 Estudo Preliminar do Edifício Existente
Desenvolveu-se o estudo para o projeto de reforma do Edifício Existente do HemoRGS de
acordo com quatro (4) intervenções específicas, seguindo todo o diagnóstico realizado e
pensando na readequação da estrutura para novos usos:
Nova Planta Baixa (fluxos e distribuição dos ambientes)
Proteções solares mais eficientes
Acessibilidade Universal
Proteções externas (sol e chuva)
O resultado final destas quatro (4) intervenções serão melhor descritos em cada um dos seus
respectivos tópicos.
5.1.1Nova Planta Baixa (fluxos e distribuição dos ambientes)
Iniciando com os estudos de adequação do edifício, percebe-se a evolução da proposta de
acordo com as necessidades, principalmente, de aperfeiçoamento da priorização do
pedestre, humanização dos espaços públicos, conforto ambiental e otimização dos fluxos.
Estes estudos iniciais têm como fundamento a otimização dos espaços, além da melhor
distribuição dos fluxos.
A Figura 63ao lado representa a setorização das Plantas Baixas dos edifícios existentes
Figura 63 - Setorização do Pavimentos.
Dessa forma, percebe-se que os fluxos foram distribuídos de maneira a separar o acesso dos
funcionários que trabalham somente no Setor Administrativo, em alaranjado, do acesso dos
funcionários da área de saúde e pacientes no Setor Assistencial em roxo. Assim, o primeiro
bloco se destina a atividades de chefia e operacionais. Possui recepção, copa, estar e repouso
dos plantonistas, sala de reuniões e de direção.
Para o edifício antigo do Hemocentro foi pensada uma ampla sala de fisioterapia, aberta e
dinâmica, capaz de receber equipamentos de grande porte para o melhor atendimento dos
pacientes. Também foi proposta a instalação de duas piscinas para o mesmo fim. O espaço da
fisioterapia recebeu banheiros e vestiários com acessibilidade universal.
Ainda no setor Assistencial, foram projetadas salas de atendimento voltadas para um grande
jardim interno. Assim, recebem luz e ventilação natural, além de banheiros individuais. Esse
setor também abrigou o almoxarifado, e recebe o estoque pelo monta-carga, que parte do
subsolo.
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O Subsolo, em azul, se manteve como o Setor de Serviços. Nele se distribuem os fluxos do
lixo, além dos setores de estocagem e recebimento de materiais.
O projeto ainda conta com uma Área de Ampliação, em verde. Este setor foi planejado para
receber o acesso diferenciado dos pacientes através de uma passarela, analisada no próximo
subitem, acessibilidade universal. Essa área de expansão também abriga uma brinquedoteca
e o espaço de recepção e espera de pacientes para a fisioterapia. Suas características
arquitetônicas foram pensadas de forma a integrar os dois edifícios, através de uma grande
rampa com acessibilidade universal detalhada no tópico 6.1.4.
5.1.2 Proteções solares mais eficientes
Após o diagnóstico das orientações das fachadas existentes no terreno, percebe-se que
devem ser protegidas da radiação solar as fachadas de orientação Sudoeste e Noroeste.
Assim, os brises existentes nas fachadas Sudoeste e Noroeste foram considerados
insuficientes, pois deixam passar a radiação solar em grande período da tarde.
Para o funcionamento eficiente das proteções solares dos edifícios foram propostos novos
brises nas fachadas, conforme Figura 65. Os brises são horizontais, pintados em tom de
branco, pois assim pouco interferem na autonomia de luz do dia e proporcionam a redução
da carga térmica direta.Também foi proposta a retirada dos brises metálicos da fachada
Sudeste.
Figura 64 - Proteções solares existentes.
Figura 65 – Novas proteções solares sugeridas.
Já na fachada Sudeste, há excesso de proteção. O estudo do diagnóstico indica a necessidade
de insolação na fachada Sudeste, devido aos períodos de frio na região.
5.1.3 Acessibilidade Universal
Em visitas técnicas realizadas ao HemoRGS, percebemos que apesar da existência de uma
rampa de acesso ao edifício, ela dificilmente era utilizada, sendo esse pouco uso em função
de questões funcionais. Ela não atende aos requisitos de acessibilidade universal, além de ser
pouco atrativa.
Na parte central do terreno, entre um edifício e outro há um desnível de aproximadamente
2.4 metros, o que impede quaisquer uso e relação harmônica direta entre os edifícios e o
entorno imediato.
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Amparados por esta análise e buscando uma integração com a sociedade, melhoraria da
acessibilidade e segurança da região, bem como a integração das estruturas existentes com a
nova proposta de Edifício Assistencial, foi proposta uma passagem de acesso universal.
Desta forma, foi projetada uma grande rampa dentro dos padrões de acessibilidade
universal. Essa passarela além de conectar os dois edifícios existentes, direciona e prioriza o
pedestre, conforme observado na Figura 66.
Figura 66 - Imagem virtual da aplicação das diretrizes.
Ao mesmo tempo foram propostas pequenas áreas de estar ao longo do passeio, em forma
de decks conforme indica a Figura 67.
Figura 67 - Vista aérea do edifício reabilitado.
A área de decks foi pensada em piso de pedra local, como granito. E toda a passarela é
permeada por vegetação adequada ao clima local, capaz de diminuir a quantidade de ruído
vinda da rua de acesso dos automóveis, além de promover a humanização do local. Entende-
se que esta proposta serve de base para um estudo paisagístico mais detalhado, e que este
deverá ser desenvolvido por uma equipe especializada para atender as necessidades do
partido proposto.
O sistema de calçadas também foi repensado, de forma dar prioridade ao pedestre. O
usuário, tanto externo quanto interno, tem liberdade no seu passeio pelo Complexo
Assistencial, sendo possível circular e acessar aos blocos pela grande rampa coberta e seus
decks, sem ter conflito com outros tipos de fluxos, como por exemplo, o do automóvel.Neste
estudo preliminar da implantação, houve a inclusão de área para estacionar Ambulância.
Além disto, houve uma grande preocupação na preservação de todas as árvores existentes.
5.1.4 Proteções Externas (sol e chuva)
A rampa de acesso descrita no subitem anterior possui uma cobertura em estrutura metálica
semi translúcidas, para abrigar atividades de descanso e lazer ao ar livre, porém protegidas
do sol e da chuva.
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A estrutura de proteção externa ao longo da passarela foi pensada em estrutura metálica
com pintura eletrostática (cor clara) e membrana escura com valor máximo de 70% de
opacidade. Este valor máximo de referência deve ser seguido para que a cobertura seja um
pouco translúcida, permitindo que os caminhos sejam iluminados naturalmente.
O fechamento da cobertura em vidro temperado é capaz de reduzir a carga térmica, mas ao
mesmo tempo permite a presença de luminosidade, desejada nos meses de frio intenso na
região.
Para as laterais também em vidro foram propostas telas solares móveis, conforme a Figura
68. Elas podem ser abertas e são capazes de diminuir a sensação térmica nos meses de
verão, pois diminuem a incidência da luz solar, sem impedir a passagem da ventilação
natural.
Figura 68 - Croqui da solução para a cobertura da passagem do pedestre.
Além disso, essas telas poderiam abrigar sinalização de acesso do edifício e propagandas de
campanhas de doação de sangue do Hemocentro. Os decks ao longo da passarela recebem
bancos em estrutura metálica, acoplados a essa estrutura de cobertura.
5.2. Estudo Preliminar dos novos edifícios do HemoRGS
O novo Hemocentro Coordenador buscou atender, principalmente, ao principal conceito de
reabilitação adotado em todo o complexo: a humanização dos espaços. Com isto, buscou-se,
em toda a sua estrutura, apresentar diretrizes de ocupação de layout que garantisse
melhores condições de habitabilidade, a partir de um conforto térmico, sonoro, luminoso e
visual adequado para seus usuários.
O novo edifício é constituído por três blocos distintos, denominados de bloco A, B e C. O
bloco A é composto de dois pavimentos, enquanto o bloco B e C possuem três pavimentos.
Além disto, possui um pátio de serviços locado na porção noroeste do terreno, com uma área
de embarque e desembarque isolado, não gerando ruídos para os ambientes do HemoRGS.
O pavimento térreo do bloco A e B recebe a área de coleta e doação do sangue. Já o primeiro
pavimento do Bloco A é preferencialmente administrativo, enquanto o Bloco B guarda o
principal parque de laboratórios. O bloco C tem programa voltado para os serviços e alguns
usos institucionais.
Para entender o novo Hemocentro Coordenador, é necessário iniciar o percurso pela Praça
da Integração, que funciona como o grande hall de distribuição para o novo complexo do
HemoRGS. Permite os embarque e desembarque coberto para funcionários e usuários do
complexo, com materiais de revestimento da praça deverão em pedras locais,
antiderrapantes, que permitam o recolhimento das águas da chuva e sua condução para as
áreas ajardinadas.
Neste novo acesso também foi proposto uma guarita central permitindo uma melhor leitura
do complexo construído, outorgando um maior grau de orientação para os funcionários e os
visitantes.
Além disto, nesta mesma Praça de Integração foram propostos Quiosques Multiusos, que
permitam aos usuários do complexo um maior conforto ao usufruir do edifício. Como por
exemplo, optam-se por comércios e serviços que atendessem tanto aos funcionários quanto
ao público externo, como bancos eletrônicos, bancas de revista, loja do
hemocentro,cafeterias e lanchonetes, dentre outros usos.
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60
Buscando orientar seus usuários foi criada uma passarela coberta denominada de “Rua do
Doador”, que funciona como principal eixo de circulação do complexo edificado. Esta rua
coberta, estruturada com perfis metálicos do tipo aço corten e cobertura vidro bronze,
recebe e filtra a luz natural, permitindo um espaço arejado, iluminado e lúdico aos seus
usuários, a partir da preservação dos bosques verdes entre blocos. Esta rua dá permite
acesso coberto toda a edificação. Além disto, serve como principal passagem entre a Praça
de Integração e a Praça das Águas.
A Praça das Águas é uma área destinada do projeto que recolhe água das chuvas e oferece
uma paisagem mais harmônica.A água é visualizada cumprindo seu papel de educação
ambiental.
O paisagismo do complexo inclui um caminho compartilhado (calçada + ciclovia) de modo a
convidar a população de Porto Alegre a participar do espaço público do HemoRGS,
promovendo uma interação comunitária solidária com a cidade.
Vale ressaltar que todo o complexo foi estudado nos diferentes fluxos adotados no programa
de necessidades: o fluxo do doador, o fluxo do sangue e o fluxo do lixo. Os demais espaços
foram propostos buscando não prejudicar estes fluxos, garantindo assim uma melhor
orientação em todas as funções da edificação. Estes espaços serão melhor detalhados nos
tópicos a seguir.
5.2.1. Fluxo do Doador
O fluxo do doador tem como acesso principal pela Rua do Doador (Figura 69). A proposta do
layout interno foi projetada com que todos os ambientes voltados aos usuários, que inclui
funcionários e doadores, fossem voltados para o ambiente externo, garantindo com isto um
melhor conforto térmico, acústico, luminoso e visual. Além disto, os acessos são
diferenciados, permitindo que o doador entre pelo Bloco A e encontre um enorme salão,
composto pela recepção, esperas para a pré-triagem e triagem, e consultórios, para
posteriormente, se dirigir para a área de coleta, passando por um acesso entre blocos
transparente com visuais verdes. A saída do doador acontece pelo Bloco B, garantindo um
fluxo contínuo dos seus usuários.
Figura 69 – Planta baixa do pavimento térreo do Hemocentro Coordenador.
5.2.2. Fluxo do Sangue
O fluxo do sangue inicia-se no pavimento térreo, após a realização da sua coleta. Os
funcionários o administrarão por monta-cargas localizados no posto de enfermagem, que o
distribuirão para os laboratórios presentes no primeiro pavimento do Bloco B (Figura 70).
Além dos principais laboratórios que controlam o processo inicial do sangue, tais como
processamento, sangue não liberado, rotulado, sangue liberado, laboratório de controle de
qualidade, e distribuição interna, também estão presentes laboratórios de sorologia,
citometria, citologia, microscopia, hemoglobina, NAT, biossegurança, de treinamento, e
outros.
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Figura 70 – Planta baixa do primeiro pavimento do Hemocentro Coordenador.
Vale ressaltar, que toda a área laboratorial possui circulações adequadas para intercorrências
que possam ocorrer, assim como a presença de chuveiros e expurgos localizados em pontos
estratégicos.
5.2.3. Fluxo do Lixo
O fluxo do lixo está presente principalmente no Bloco C, sendo recolhido pelos ambientes de
expurgo localizados ao longo de toda a edificação, e transportados por um elevador de
serviço exclusivo para este fim. Sua retirada se dá pelo pátio de serviço presente pavimento
térreo, não interferindo qualquer fluxo presente na edificação.
5.2.4. Espaços de Convivência
Todo o segundo pavimento do bloco B e C são voltados para os funcionários, possuindo uma
enorme biblioteca que servirá de apoio para estudos e leituras diversas, uma enorme área
que funciona como refeitório, com um terraço aberto para as manifestações culturais e de
confraternização do Hemocentro. Da cobertura poderá ser admirada a paisagem do entorno.
Além disto, todas as passagens entre blocos possuem um pequeno estar com copa, para
garantir um repouso no decorrer das tarefas do dia-a-dia.
5.2.5. Funcionários
Os funcionários possuem dois acessos distintos, porém, sem restrições para seus usuários.
Estes acessos foram definidos pela proximidade de suas atividades. O acesso do funcionário
administrativo, assim como neste caso, o acesso do público externo para o setor
administrativo, acontece pelo Bloco A, subindo para o primeiro pavimento por um enorme
hall de entrada com escadas e elevadores, permitindo o acesso universal aos seus usuários.
Já o acesso laboratorial e de serviço, acontece pelo entre-bloco B e C, mais próximo a estas
atividades.
No pavimento térreo e no primeiro pavimento Bloco C, foi proposto um vestiário amplo,
masculino e feminino, adaptados para portadores com necessidades especiais, com armários
para a troca de roupas, duchas, e apoios diversos para as atividades do hemocentro.
5.2.6. Estacionamento
O estacionamento está localizado na parte norte do complexo, garantindo assim uma maior
prioridade para o pedestre que percorre todo o complexo do Hemocentro. O estacionamento
deverá ser revestido com materiais semipermeáveis que recolhem a água pluvial e conduzem
para os depósitos de armazenagem, e todo o percurso até as edificações será coberta.
5.2.7. Auditório Integrado
O auditório permite uma maior integração com os espaços abertos nos dias de verão,
ampliando o foyer. O material dos deques poderá ser de pedra antiderrapante tipo granito
não polido ou utilizar novos materiais sustentáveis como as estruturas sintéticas como o PVC.
Assim como, o palco possui uma abertura para a praça das águas, criando uma integração
com a área externa para novos eventos.
5.2.8. Sustentabilidade na Cobertura
Toda a área da cobertura dos novos edifícios foi pensada buscando uma melhor eficiência
energética do complexo. Desta forma, além do reaproveitamento das águas pluviais, também
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deverão ser implantadas placas fotovoltaicas para o aproveitamento da energia solar, e
placas solares para o aquecimento das águas dos vestiários do HemoRGS.
5.2.9. Fachadas
As fachadas na cor amarela do HemoRGS foram inspiradas na energia, e o sol em sua função
vital. Além de uma cor clara que reflete a luz com potencial equilibrado, ofuscando menos
que o branco, o amarelo como cor quente proporciona um ambiente mais aconchegante. O
afastamento dessa membrana para o bloco construído garante uma segunda pele a
edificação, servindo também de proteção solar, diminuindo a incidência da radiação solar
direta na fachada. O tipo de membrana utilizado (SOLTIS), permite a transparência para o
lado externo.
Nas fachadas nortes, foram propostos brises verticais, que após análise da orientação solar,
terão uma melhor eficiência para a iluminação e proteção nestas fachadas.
As propostas podem ser observadas nas Figura 71 à Figura 74.
Figura 71 – Imagem conceitual da fachada principal (Bloco A).
Figura 72 – Imagem conceitual com vista aérea da fachada dos novos edifícios.
Figura 73 – Imagem conceitual da fachada noroeste dos novos edifícios.
Figura 74 – Imagem conceitual da fachada do Bloco C.
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5.3 Diretrizes do Edifício Existente
Existem dois edifícios separados no terreno atual do HemoRGS: um que funciona como
Hemocentro e outro com função Assistencial. Devido a grande demanda de atendimentos, o
novo programa de necessidades prevê uma adequação da estrutura existente, de forma que
ambos se destinem a atender funções Assistenciais.
A visita técnica permitiu a observação in situ das plantas arquitetônicas, levantamento
fotográfico do terreno, levantamento arbóreo, e entrevista com funcionários com relação ao
programa de necessidades. Assim, alguns problemas foram destacados: fluxo de pacientes e
funcionários pouco funcional, necessidade de melhoria no conforto ambiental, ineficiência
dos dispositivos de proteção da radiação solar, bem como falta de acessibilidade aos
edifícios.
Dessa forma, a proposta do LaSUS pretende unificar os dois edifícios em um só elemento
arquitetônico, o Edifício Existente. Inovações tecnológicas foram trazidas para o projeto de
reforma sustentável. Foram desenhados dispositivos bioclimáticos especiais que visam à
incorporação de novas estratégias ambientais para o edifício, assim como um aumento do
nível de conforto.
As diretrizes gerais para a melhoria das condições ambientais do HEMORGS e para a
elaboração do projeto de expansão no terreno analisado são:
Readequação das proteções solares nas aberturas das fachadas Noroeste e Sudeste
– dando prioridade a brises horizontais de cores claras, tendo como base o período
de exposição à radiação solar fornecido pela Carta Solar.
Inserção de proteções solares nas passagens e passarelas externas do HEMORGS,
buscando a proteção dos usuários dos edifícios contra a radiação solar e as chuvas.
Verificação da possibilidade de troca dos materiais que compõe a cobertura dos
edifícios, dando prioridade a telhas termo-acústicas de cores claras.
Verificação da possibilidade de troca dos vidros, películas e revestimentos internos
nos ambientes, tendo em vista o melhor aproveitamento da iluminação natural.
Verificação da possibilidade de troca de caixilhos, tendo em vista o aproveitamento
da ventilação natural (em ambiente que o permitam).
Verificação da possibilidade de aproveitamento da energia solar.
Readequação das rampas de acesso visando atender as recomendações da ABNT.
Readequação do fluxo de funcionários, de doadores, do sangue, do lixo, visando
atender as exigências da ANVISA e de Ministério da Saúde.
Readequação dos espaços de refeitório e descanso para os funcionários do
HEMORGS, tendo em vista as premissas da humanização dos espaços.
Readequação dos espaços dos usuários, tendo em vista as premissas de
humanização dos espaços.
Readequação das câmaras frias, dos espaços de estocagem de materiais, recepção,
entre outros, tendo em vista o programa de necessidades estabelecido pelo
Ministério da Saúde.
5.4 Diretrizes para a expansão do complexo HemoRGS
As diretrizes gerais para a ocupação dos novos edifícios do HEMORGS contemplando os
conceitos de sustentabilidade e as questões abordadas nos diagnósticos são:
Atendimento das normas e legislações vigentes no que diz respeito ao uso do solo,
a resistência dos materiais, a eficiência energética dos edifícios, e ao conforto
ambiental.
Preservação das árvores existentes no local.
Introdução de praças conectando os edifícios, reforçando assim a experiência do
verde e garantindo a preservação do local.
Integração entre ambiente interno e externo, com as fachadas dos edifícios
voltadas para paisagens naturais acolhedoras.
Integração com a comunidade.
Priorização do acesso e da circulação do pedestre dentro do complexo, por meio de
praças e passagens cobertas, protegidas de sol e chuva.
Circulação e estacionamento de veículos de maneiro perimetral ao local de
desenvolvimento das atividades.
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Integração entre os edifícios existentes e a edificação a ser implantada.
Consideração das condicionantes ambientais na implementação da nova
edificação.
Observar o reuso e reaproveitamento da água.
Observar o aproveitamento de energias renováveis (ex.: solar, eólica, biomassa,
etc.).
Observar a humanização dos espaços e as exigências quanto aos fluxos no interior
do edifício.
Observar os princípios de sustentabilidade na construção, manutenção e demolição
do edifício (ciclo de vida do edifício).
5.5 Detalhamento e especificações
Apresenta-se algumas especificações técnicas a serem incorporados pelo Projeto.
O Hemocentro coordenador é composto por três blocos: A (administrativo), B (doação) e C
(laboratórios e funcionários). Em todos os pavimentos seguiu-se a modulação de cinco e por
cinco metros. As circulações internas, entre salas e laboratórios, devem ter iluminação
natural integrada à iluminação artificial, por meio de aberturas zenitais. Todas as instalações
deverão ser sob forro com tratamento acústico.
Quanto aos pisos e rodapés:
- Áreas de manutenção e áreas de serviço: piso epóxi alto nivelante (rodapés curvos no
mesmo material).
- Áreas de laboratórios e coleta: piso vinílico em manta (rodapés curvos no mesmo material).
- Áreas administrativas e lazer: piso em porcelanato ou granito;
Quanto a bancadas, paredes e forros:
- As bancadas deverão ser de Corian, Silestone ou similar, pela sua melhor contiguidade e
menor risco de contaminação. Preferencialmente com cores claras.
- As paredes internas devem ser de gesso acartonado com tratamento acústico (marca de
referência: Hunter Douglas);
- Os forros devem ser contínuos e devem ter tratamento acústico - forro mineral (marca de
referência: vibrasom);
Quanto aos sistemas (iluminação + condicionamento de ar):
- Todo o sistema de iluminação deverá utilizar luminárias tipo LED tubular (marca de
referência: Philips).
- A potência instalada máxima admissível para o sistema de iluminação artificial é de 13w/m²
(referência etiqueta Procel A).
- Condicionamento de ar sistema VRF multisplit com máquinas tipo cassete com inverter
(etiqueta Procel a).
Quanto a portas e janelas:
- As portas serão de fórmica, fórmica e vidro e vidro, dependendo da situação;
- As janelas serão de pvc e vidro temperado, com estrutura ora fixa ora de abrir em básculas.
Quanto às grades e telas:
- As grades (fachadas noroeste) devem ser de metalon com pintura eletrostática (cor clara)
- As telas receberão estrutura metálica e serão de tecido sintético (marca de referência
soltis).
Quanto à cobertura:
As coberturas receberão telha tipo sanduíche termo-acústica branca (pintura eletrostática);
Parte de cobertura será de laje com placas cimentíceas que farão drenagem pluvial.
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6. Infraestrutura verde
Conceitualmente, a infraestrutura verde estabelece uma conexão entre a floresta urbana1 e
as vias com atribuições verdes, o que contribui com o fluxo de água e a biodiversidade
(Herzog, 2010)*. É, portanto, um conceito emergente de planejamento e projeto,
principalmente estruturado por uma rede híbrida hidrológica e de drenagem, completando e
ligando áreas verdes existentes com infraestrutura construída, fornecendo funções
ecológicas.
A integração da infraestrutura verde com a cidade se dá através do planejamento,
favorecendo a mitigação de impactos ambientais e o ajustamento de problemas pelas
mudanças climáticas, como as chuvas intensas, as ilhas de calor, desertificação, entre outros.
Infraestrutura verde não é um conceito novo, vem sendo discutido na ultima década para ser
incorporada em longo prazo em várias cidades de alguns países como solução ecológica para
determinados problemas causados pela concentração da ocupação urbana. Essa
infraestrutura consiste em espaços abertos com a presença de vegetação e permeabilidade
que visem melhorar a qualidade de vida da população, colabore para um clima e visual
agradável.
Para ilustrar a ambições de infraestrutura que o projeto almeja alcançar este tópico de
infraestrutura verde apresenta as alternativas possíveis para o projeto com exemplos de
técnicas de bienergia, o conceito e alternativas em alagados construídos, caracterização de
biovaletas, jardins de chuva, canteiro pluvial, interseções viárias, lagoa pluvial, lagoa seca,
teto e parede verde, pavimentos porosos e ruas verdes.
6.1 Exemplos de Infraestrutura verde
Além das opções em infraestrutura o projeto conta com tabelas de vegetação condizente
com as condicionantes climáticas de Porto Alegre, bem como o apontamento dos tipos de
extrato das espécies, as quais levam em conta quesitos benéficos e apropriados ao espaço
1Floresta urbana consiste no somatório das árvores contidas nas cidades, seja nas vias, em parques,
praças, entre outros.
hospitalar. Este tópico abordará alguns exemplos de infraverdes que poderão ser utilizadas
no âmbito do projeto do HemoRGS, a saber:
Técnicas de bioengenharia:
De modo complementar, a bioengenharia consiste nas técnicas utilizadas nas construções de
muros e encostas de cursos d’água com materiais ecológicos. A infraestrutura verde possui
alguns elementos que se estabelecem a partir de sua função e objetivo a ser alcançado, os
quais podem ser vistos nas figuras 56 e 57.
Figura 75: Técnica de bioengenharia para contenção de margens de cursos d’água Fonte: Jack Ahern
Figura 76: Técnica de bioengenharia para contenção de encostas em estradas.
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Alagados Construídos:
Os Alagados construídos ou Sistema de Alagados Construídos (SACs)2, consiste em tipo de
tratamento (vertical ou horizontal) dado a águas residuárias para sua purificação, com a
cultivação de Schoenoplectus lacustris sobre brita e areia, podendo ter auxílio de outras
células para o escoamento horizontal. O sistema possui baixo custo de manutenção,
condiciona estética paisagística, proporciona habitat selvagem e mitiga problemas de áreas
propensas a poluição.
Figura 77: Alagado construído horizontal no Parc Chemin de l‟Île, em Nanterre, França
Figura 78: Exemplo de alagado construído horizontal na França em 2011. Fonte: www.vitruvius.com.br.
2 Ver mais em Antover Panazzolo Sarmento, 2010
Biovaletas:
Promovem a filtragem inicial das águas contaminadas com resíduos de óleo, borrachas de
pneus e partículas de poluição. Constituem-se de jardins lineares ao longo de vias e espaços
de estacionamento;
Figura 79: Exemplo de biovaleta em Quioto em 2011. Fonte: www.vitruvius.com.br.
Figura 80: Biovaleta em estacionamento em Auckland, Nova Zelândia (Crédito: Maria Ignatieva)
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Jardins de Chuva:
Espaços ajardinados que drenam as águas provenientes das chuvas;
Figura 81: Exemplo de jardim de chuva em Portland em 2013. Fonte: www.ecotelhado.blog.br
Canteiro Pluvial:
São jardins de chuva construídos em ruas, residências e edifícios que recebem o escoamento
superficial das vias;
Figura 82: Exemplo de canteiro pluvial em Portland em 2012.
Fonte: www.reformafacil.com.br.
Interseções Viárias:
Constituem-se de ilhas verdes de interseção viária, contribuindo para o clima, influencia no
controle da velocidade de veículos, receptor das águas pluviais e melhoramento visual
estético;
Figura 83: Exemplo de inserção viária em Frienburg em 2011. Fonte: www.vitruvius.com.br.
Lagoa Pluvial:
Consiste em uma bacia de retenção ecológica integrada a um sistema de drenagem verde e
comporta o excesso de acumulo das águas da chuva;
Figura 84: Exemplo de lagoa pluvial em Goiânia em 2012. Fonte: www.skyscrapercity.com.
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Lagoa Seca:
São depressões com a presença de vegetação que recebe as águas da chuva retardando a
entrada para sistemas de drenagem, e em períodos secos, esses espaços são direcionados ao
lazer e recreação, podem ser projetadas em espaços públicos, loteamentos e espaços
privados;
Figura 85 - Lagoa Seca em Rieselfeld, Freiburg, Alemanha. (crédito: Cecilia Herzog)
Teto e Parede Verde:
Os tetos verdes consistem em uma cobertura vegetal em lajes e telhados. As paredes verdes
constituem uma camada de vegetação em torno de uma parede servindo como bloqueador
de insolação ou para substituir áreas não vegetadas no solo;
Figura 86 - Exemplo de casa com teto e parede verde, 2012. Fonte: www.ecotelhado.blog.br.
Pavimentos Porosos:
São pavimentos porosos que permitem a infiltração da camada superficial e substituem o
asfalto na pavimentação de vias e calçadas e também podem ser utilizadas em pátios,
parques, praças, quintais, entre outros;
Figura 87 - Exemplo de pavimentação porosa. Fonte: www.rhinopisos.com.br.
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Figura 88 - Modelo de pavimentação porosa e a eficiência no escoamento da água. Fonte: www.rhinopisos.com.br.
Figura 89 - Piso poroso na calçada em Freiburg, Alemanha. fonte: Herzog, 2010
Figura 90 - Estacionamento drenante da Ópera de Bayreuth, Alemanha. fonte: Herzog, 2010
Ruas Verdes:
As ruas verdes são vias arborizadas e se integram com os métodos de drenagem e
constituem-se em um projeto holístico enquadrando a paisagem ao local com uma circulação
mais restrita entre ciclistas e pedestres com baixa circulação de veículos;
Figura 91 - Exemplo de rua verde com pavimentação porosa, 2012. Fonte: www.archdaily.com.br.
Figura 92 - Vias de Portland com a presença de biovaletas e jardim de chuva em 2013. Fonte: www.solucoesparacidades.com.br
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6.2 Exemplos de Espécies vegetais adequadas ao clima local
Porto Alegre possui o clima subtropical úmido possui chuvas bem distribuídas durante o ano
e verões quentes (Cfa na escala de Köppen), ocorrendo na maior parte do estado.
Registra temperaturas médias anuais de entre 18 °C e 20 °C. Portanto foram utilizadas
espécies que nativas e adaptadas ao clima subtropical.
As espécies utilizadas se dividiram em três estratos: arbóreo, arbustivo e forrações. Como o
hemocentro é um equipamento hospitalar deu-se prioridade a espécies que não provoquem
alergia ou que produzam uma quantidade excessiva de pólen.
6.2.1 Espécies nativas de grande porte (para os Bosques e aleias arborizadas)
Imagem de Referência Caracterização
Syagrus romanzoffiana Nome
Popular: Jerivá
Família: Arecaceae
Nativa
Caesalpinia ferrea
Nome Popular: Pau-Ferro
Família: Fabaceae
Nativa
Ceiba speciosa
Nome Popular: Paineira
Família: Malvaceae
Nativa
Peltophorum dubium
Nome Popular: Canafístula
Família: Fabaceae
Nativa
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6.2.2 Espécies nativas de grande porte (para os Bosques e aleias arborizadas)
Imagem de referência Caracterização
Caesalpinia peltophoroides
Nome popular: Sibipiruna
Família: Fabaceae
Nativa
Syzygium cumini
Nome Popular: Jamelão
Família: Myrtaceae
Nativa
Araucaria angustifolia
Nome Popular: Pinheiro-Do-Paraná
Família: Araucariaceae
Nativa
Tabebuia sp.
Nome Popular: Ipê
Família: Bignoniaceae
Nativa
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6.2.3 Espécies nativas de pequeno porte (para os jardins de chuva e canteiros)
Imagem de referência Caracterização
Eriospatha Butia
Nome Popular: Butiá
Família: Palmae
Nativa
Myrciaria cauliflora
Nome Popular: Jabuticabeira
Família: Myrtaceae
Nativa
Eugenia uniflora
Nome Popular: Pitangueira
Família: Myrtaceae
Nativa
Imagem de referência Caracterização
Eugenia involucrata
Nome Popular: Cereja do Rio Grande
Família: Myrtaceae
Nativa
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Psidium cattleianum Sabine
Nome Popular: Araça
Família: Myrtaceae
Nativa
6.2.4 Espécies nativas de pequeno porte (para os jardins de chuva e canteiros)
Imagem de referência Caracterização
Nome Científico: Cortaderia selloana
Nomes Populares: Capim-dos-pampas,
Família: Poaceae
Nativa
Nome Científico: Clusia fluminensis
Nomes Populares: Clúsia,
Família: Clusiaceae
Nativa
Calliandra tweedii
Nome Popular: Esponjinha
Família: Fabaceae
Nativa
Erythrina speciosa
Nomes Populares: Mulungu-do-litoral
Família: Fabaceae
Nativa
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6.2.5 Espécies dos Jardins Formais entre os Blocos Construídos e entradas
principais)
Imagem de referência Caracterização
Cycas revoluta
Nome popular: sagu-de-jardim
Família: Cycadaceae
Origem: China e Japão
Cycas circinalis
Nome popular: Cica
Família: Cycadaceae
Origem: Índia
Rhododendron simsii
Nome Popular: Azaléia
Família: Ericaceae
Origem: China
Hydrangea macrophylla
Nome Popular: Hortênsia
Família: Hydrangeaceae
Origem: China e Japão
Buxus sempervirens
Nome Popular: Buxinho
Família: Buxaceae
Origem: Mediterrâneo e Oriente
Podocarpus macrophyllus
Nome Popular: Podocarpo
Família: Podocarpaceae
Origem: China e Japão
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Ligustrum sinense
Nome Popular: Ligustro
Família: Oleaceae
Origem: China e Coréia
Bauhinia variegata
Nome Popular: Pata-de-vaca
Família: Fabaceae
Origem: Ásia
Elaeagnus pungens
Nome Popular: oleastro
Família: Elaeagnaceae
Origem: China e Japão
Nome Científico: Dypsis decaryi
Nome Popular:Palmeira-triângulo
Família: Arecaceae
Origem: Madagascar
Pittosporum tobira
Nome Popular: pitósporo
Família: Pittosporaceae
Origem: China e Japão
Phoenix canariensis
Nome Popular: Palmeira-das-canárias
Origem: Ilhas Canárias
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6.2.6 Espécies indicadas para o estacionamento
Imagem de referência Caracterização
Licania tomentosa
Nome Popular: Oiti
Família:
Chrysobalanaceae
Nativa
Inga lentiscifolia.
Nome Popular: Ingá
Família: Fabaceae
Nativa
Inga marginata
Nome Popular: Ingá
feijão
Família: Fabaceae
Nativa
Peltophorum dubium
Nome Popular:
Canafístula
Família: Fabaceae
Nativa
Inga sessilis
Nome Popular: Ingá
Família: Fabaceae
Nativa
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A inclusão de sustentabilidade e a humanização dos espaços de saúde é vital para o bem
estar dos funcionários e os usuários. Neste sentido, o projeto do HemoRGS foi concebido
como um mergulho de luz na paisagem de Porto Alegre. As formas sólidas e leves, vestidos
como uma colcha de retalhos amarelo refletem a energia das atividades que ali funcionam,
emanando como a própria vida.
Os três volumes divididos em administração, doação e laboratório permitem uma maior
permeabilidade do verde criando uma maior área de fachada conectada com o verde,
trazendo a relação direta do externo com o interno, como um jardim escorrendo por entre os
dedos. Vale ressaltar que a locação dos edifícios se deu respeitando ao máximo todo verde
existente, premissa inegociável da arquitetura sustentável.
Foi também objetivo de projeto que o prédio não olhasse apenas para dentro de si, mas que
se abrisse para seus vizinhos, convidando a todos a conhecê-la e daquele espaço usufrua.
Com isso praças de integração, espaços de socialização e jardins surgem como gentileza
urbana.
As áreas internas foram norteadas pelo tripé espaço, luz e verde, desmascarando qualquer
conotação sombria e não atraente, muitas vezes ligados a espaços de saúde. Com isso foi
vislumbrado espaços humanizados para relaxar, descansar e despreocupar, extinguindo
tensões, expectativas, anseios e temores, comuns em atividades hospitalares como doação.
Os materiais utilizados permitem ainda trabalhar o sensorial lúdico além de serem de fácil
limpeza e manutenção.
Busca-se assim com os novos Hemocentros aplicar um conceito de Reabilitação Ambiental
Sustentável, que produzam recomendações inovadores tendo em vista a otimização dos
espaços; eficientização energética do edifício; e redução dos impactos ambientais advindos
desde da implantação até na manutenção do edifício. Adotando novos conceitos de
sustentabilidade atualizados com inovação tecnológica, busca-se ainda fazer do HemoRGS
uma referência de equilíbrio ecológico e que contribua com a fidelização de usuários
doadores através da qualidade dos ambientes e da qualificação da força de trabalho.
8. REFERÊNCIAS
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ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, Rio de Janeiro. NBR 5413: Iluminação de Interiores. Rio de Janeiro, 1992.
ABNT. NBR 15220-3 – Desempenho térmico de edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social.Rio de Janeiro, 2005.
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ANDRADE, Rodrigo Fadul. A copa do mundo de 2014 em Manaus/AM: uma cidade amazônica entre o tradicional e o moderno. XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais. Disponível em <http://www.xiconlab.eventos.dype.com.br/resources/anais/3/1308323655_ARQUIVO_artigoCONLAB-RodrigoFadul.pdf> , Ondina, BA, 2011.
ASHRAE HANDBOOK HVAC SYSTEMS AND EQUIPMENT, ASHRAE INC., ATLANTA, GA, 1996.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 15220 – DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÕES - PARTE 2 e 3. Rio de Janeiro: 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 17094-1: MÁQUINAS ELÉTRICAS GIRANTES - MOTORES DE INDUÇÃO – PARTE 1: TRIFÁSICOS. RIO DE JANEIRO, 2008.
BARCELLAR, Clarissa. Ruas de Manaus sofrem intervenções para se adequar cidade à Copa do Mundo de Futebol. Portal Amazônia. http://www.portalamazonia.com/noticias/cidades/20140313/ruas-manaus-sofrem-intervencoes-para-adequar-cidade-copa-mundo-futebol/5334.shtml , Manaus, 2014.
BD MOTOR. SOFTWARE PARA VIABILIZAÇÃO ENERGÉTICA. RIO DE JANEIRO. 2003.
BD MOTOR. SOFTWARE PARA VIABILIZAÇÃO ENERGÉTICA. RIO DE JANEIRO. 2003.
BRASIL. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Portaria 163, de 08 de junho de 2009. Regulamento Técnico da
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Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001462.pdf>. Acesso em: 03 mar. 2009.
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