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Florianópolis, 20 de junho de 2016.
“LAUDO ERGONÔMICO” Nº 11/2016
IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
Razão Social: Atlas Indústria de Eletrodomésticos Ltda.
Nome fantasia: Atlas
CNAE / CNPJ: CNPJ. 78.242.849/0001-69
Natureza Jurídica: 206-2 - Sociedade Empresária Limitada
Endereço: Rodovia BR 158, sem número.
CEP: 85501-970
Cidade: Pato Branco
Estado: Paraná
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SUMÁRIO
1. TÍTULO
2. IDENTIFICAÇÃO DO SOLICITANTE 03
3. CONSULTOR/ERGONOMISTA 03
4. MOTIVO DA ANÁLISE 03
5. SETORES SUBMETIDOS À ANÁLISE - ESTUDO ERGONÔMICO 03
6. REFERÊNCIAS PARA A ANÁLISE – ESTUDO ERGONÔMICO 03
7. OBJETIVO 04
8. DIRETRIZ 04
9. RESPONSABILIDADES 04
10. DESENVOLVIMENTO 05
10.1 SETOR DE EXPEDIÇÃO 05
I. PERFIL FÍSICO FUNCIONAL 06
II. PERFIL DA CARGA BIOMECÂNICA 11
III. PERFIL DA CARGA FÍSICA DE TRABALHO 17
IV. PONTOS DE VERIFICAÇÃO ERGONÔMICA 20
10.2 SETOR MONTAGEM 25
I. PERFIL FÍSICO FUNCIONAL 25
I. PERFIL DA CARGA BIOMECÂNICA 33
II. PERFIL DA CARGA FÍSICA DE TRABALHO 40
III. PONTOS DE VERIFICAÇÃO ERGONÔMICA 43
11. ENCERRAMENTO 54
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1. TÍTULO
Estudo e análise de boas práticas ergonômicas
2. IDENTIFICAÇÃO DO SOLICITANTE
Sra. Eliane Sutil Dall’Oglio
Supervisora de Recursos Humanos
3. CONSULTOR/ERGONOMISTA
Ricardo W. das Chagas Lucas
Mestre em Ciências do Movimento Humano/UDESC
Especialista em Ergonomia/UFSC
CREFITO 10 14404 F - CBO: 2236-05
4. MOTIVO DA ANÁLISE
Gestão da Saúde Ocupacional
5. SETORES SUBMETIDOS À ANÁLISE - ESTUDO ERGONÔMICO
Expedição
Montagem
6. REFERÊNCIAS PARA A ANÁLISE – ESTUDO ERGONÔMICO
NR 17 Portaria no 3214/78 MTbE;
OMS (Organização Mundial da Saúde);
OIT (Organização Internacional do Trabalho);
FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo / Seg. e Med. do
Trabalho,
“Pontos de Verificação Ergonômica” preparados pela ILO – International
Labour Office em colaboração com a International Ergonomics Association;
CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde)
da OMS (Organização Mundial de Saúde).
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7. OBJETIVO
Diagnóstico e prevenção dos riscos inerentes à NR 17, através do
levantamento de hipóteses e predições oriundas da AET - Análise Ergonômica do
Trabalho com foco no Pontos de Verificação Ergonômica, sem ferir o exposto pelo
PPRA e PCMSO. A meta é permitir ao contratante a preservação e a promoçao da
saúde dos trabalhadores pela melhoria das suas condições laborais.
8. DIRETRIZ
O estudo ergonômico está normatizado na NR 17 da Portaria 3.214/78 (revista
pela Portaria 3.751/90). Articula-se com as demais Normas Regulamentadoras,
principalmente a NR 7 PCMSO e NR 9 PPRA, estendendo aos aspectos
relacionados com o levantamento, transporte e descarga de materiais, com o
mobiliário, equipamentos, condições ambientais do posto de trabalho e à própria
organização do trabalho, conforme cita:
“[...] 17.1.2. – Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao
empregador realizar a análise ergonômica do trabalho conforme
estabelecido nesta Norma Regulamentadora [...]”.
9. RESPONSABILIDADES
O Consultor se responsabiliza pela disponibilização de equipe técnica
especializada na execução da Análise Ergonômica do Trabalho, elaboração do
‘Laudo” e indicação de possíveis melhorias e correções necessárias.
Os resultados obtidos na presente Análise Ergonômica do Trabalho e suas
recomendações são de caráter diagnóstico e sugestivo, respectivamente.
É responsabilidade da direção da empresa contratante, através de pessoal
técnico especializado (conforme NR 4) ou contratado, a implementação das
alterações, indicadas no “Caderno de Engargos” relativo ao estudo ergonômico, e
se recomenda dar ciência à CIPA, para que esta possa atuar na divulgação e
participação do programa de intervenção ergonômica.
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10. DESENVOLVIMENTO
O estudo ergonômico foi desenvolvido em cada setor demandado,
passando pelos seguintes pontos de análise:
I. Perfil físico funcional geral
II. Perfil da Carga Biomecânica – Gesto Motor
III. Perfil da Carga Metabólica – Carga Física
IV. Análise dos Pontos de Verificação Ergonômica
10.1 SETOR EXPEDIÇÃO E ESTOQUE
Tarefa –
Trabalho Prescrito: Expedição e estocagem de fogões
Atividade –
Trabalho Efetivo:
Retirada manual de fogões embalados de
esteira rolante proveniente da Montagem –
Acondicionamento em empilhadeiras de
tração manual – Deslocamento para
estocagem – Acondicionamento manual no
estoque – Acondicionamento em
empilhadeiras de tração manual –
Deslocamento para área de expedição –
Acondicionamento manual em caçambas
de caminhões.
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I. PERFIL FÍSICO FUNCIONAL DOS COLABORADORES
CONTEXTO - De acordo com a OMS – Organização Mundial de Saúde,
e com o Colégio Americano de Medicina Esportiva (1998), a boa condição
física (aptidão física) possui relação direta com a qualidade de vida dos
indivíduos, refletindo positivamente na produtividade laboral e de atividades
de vida diária.
Desta forma, a análise das valências físicas que mais se relacionam com
a qualidade de vida do trabalhador, corrobora para a busca da excelência
na saúde ocupacional, onde a identificação precoce de déficits nestas
valências é fundamental, e de acordo com o que determina a legislação
trabalhista brasileira.
Analisados: 62 (sessenta e dois) colaboradores
Total do setor: 66 (sessenta e seis) colaboradores
Percentual de analisados: 94% (noventa e quatro)
Gênero: 100% masculino
Mediana da Idade: 30 anos
Itens Analisados:
1. Perfil Físico Funcional Geral,
contemplando:
a) Perfil da Força Muscular de
Preensão;
b) Perfil da Flexibilidade Geral;
c) Perfil do Risco Cardíaco.
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O critério de definição de “perfil físico funcional anormal” foi baseado
na existência de pelo meno 01 (um) parâmetro relacionado às seguintes
análises contempladas:
Força de preensão manual masculina abaixo de 48 kgf e
feminina abaixo de 26 kgf.
Incapacidade de alcançar manualmente a ponta dos pés com
os joelhos estendidos
Perímetro da cintura abdominal acima de 50% da medida da
estatura.
Índice de Massa Corporal acima de 25.
Gráfico 01. Perfil físico funcional geral do setor expedição e estoque.
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Gráfico 02. Perfil da força de preensão manual do setor expedição e estoque.
Para a determinação deste perfil foi utilizado o método da coleta da força
de preensão em kgf (quilogramas-força) por “Dinanometria de Preensão”
utilizando o Dinamômetro digital da marca CAMRY.
Figura 01. Dinamômetro Manual CAMRY.
Como referência de normalidade foram utilizados os parâmetros do TSN.
Handgrip Strength Test, presente na rede mundial de computadores, com
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acesso atualizado 05 de junho de 2016, disponível no link
http://www.topendsports.com/testing/tests/handgrip.htm
Os escores foram estatisticamente determinados pela mediana na
população analisada, já que a análise da média pode gerar discrepância em
razão de alguns valores apresentarem magnitudes muito elevadas ou muito
baixas.
Gráfico 03. Perfil da flexibilidade geral do setor expedição e estoque.
Para a determinação deste perfil foi utilizado o método da inclinação do
tronco anteriormente, denominado dedos ao solo. É realizado com os joelhos
estendidos, buscando as pontas dos dedos dos pés, com as pontas das mãos.
O teste se baseou nas referências do ACSM – Colégio Americano de
Medicina Esportiva, em diretrizes específicas para os testes de esforços e sua
prescrição.
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Figura 02. Teste de Flexibilidade Geral.
A análise foi qualitativa, sendo considerado baixa flexibilidade o fato do
colaborador não atingir o parâmetro estipulado, independentemente do que o
colaborador referir por não ter sido positivo na testagem.
Gráfico 04. Perfil do risco cardíaco do setor expedição e estoque.
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Para a determinação deste perfil foi utilizado o método da coleta do
perímetro (medida) da cintura abdominal, utilizando o cálculo da relação
Cintura-estatura preconizado por Ashwell (2010).
Para a mensuração foi utilizada fita métrica inextensível, sendo aplicada
na região anatômica do tóxax/abdomen possuidora da menor comprimento,
detetado visualmente ou por palpação.
Figura 03. Mensuração do perímetro abdominal.
O escore de normalidade, foi verificado pela relação entre a estatura dos
analisados e a medida da cintura, ambos e centímetros. Foram considerados
como apresentando perfil de risco todos os que possuíram a medida da cintura
com valor maior que a metade da sua estatura.
II. PERFIL DA CARGA BIOMECÂNICA – GESTO MOTOR
CONTEXTO - A análise biomecânica do ser humano é feita com os
objetivos de minimizar ou, mesmo, eliminar os problemas causados pela má
postura ou pela aplicação excessiva de forças, evitar desperdício energético,
obter maior eficiência e determinar a força máxima suportável, entre outros
(Alves, 2004).
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De acordo com Iida (2005) a biomecânica ocupacional, uma das
ciências ligadas à ergonomia, estuda os movimentos corporais e forças
relacionadas ao trabalho. Assim, preocupa-se com as interações físicas do
trabalhador, com seu posto de trabalho, máquinas, ferramentas e materiais,
visando reduzir os riscos de distúrbios musculoesqueléticos.
Figura 04. Amplitude dos movimentos e a relação de risco biomecânico.
A figura acima demonstra como o estado ótimo do movimento laboral
cursa por uma amplitude que possui o menor risco biomecânico, quando
compreendido normalmente no terço médio das amplitudes dos movimentos
articulares (Cerda, 2009).
Para a determinação qualitativa dos movimentos que se
encontravam em amplitude de risco, a estudo procedeu a filmagem de todo
o ciclo de trabalho de cada etapa das atividades do setor (cinemetria), com
câmera digital, Modelo Canon SX400IS - 16.0MP, referenciando os valores
normais pela Cinesiologia Clinica de Brunnstrom (1997).
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O desenvolvimento do estudo do gesto laboral de risco, cursou com
amostragem direcionada para a análise de todos os padrões de movimento,
e foram detectados os que se apresentavam acima do terço médio de seu
arco normal de movimento.
A) ATIVIDADE – RETIRADA DE FOGÕES DO TRILHO
Figura 05. Movimento de abdução de ambos complexos articulares
do ombro.
Movimento de Abdução do complexo articular do ombro:
Amplitude total normal: de 0° a 180°.
Amplitude laboral sem risco: de 60° a 120°.
Amplitude máxima encontrada 135°.
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Figura 06. Movimento de extensão de ambos complexos articulares do
cotovelo.
Movimento de flexo/extensão do complexo articular do cotovelo:
• Amplitude total normal: de 0° a 145°.
• Amplitude laboral sem risco: de 48° a 96°.
• Amplitude máxima encontrada 0°.
Figura 07. Movimento de extensão de ambos complexos articulares do
punho.
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Movimento de extensão do complexo articular do punho:
• Amplitude total normal: de 0° a 70°.
• Amplitude laboral sem risco: de 23° a 46°.
• Amplitude máxima encontrada 70°.
B) ATIVIDADE – TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
Figura 08. Movimento de rotação medial que acontece em ambos
complexos articulares do ombro.
Movimento de rotação medial do complexo articular do ombro:
• Amplitude total normal: de 0° a 90°.
• Amplitude laboral sem risco: de 30° a 60°.
• Amplitude máxima encontrada 90°.
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Figura 09. Movimento de pronação do cotovelo e flexão do punho que
aconteceem nos complexos articulares de ambos membros superiores.
Movimento de pronação do complexo articular do cotovelo:
• Amplitude total normal: de 0° a 90°.
• Amplitude laboral sem risco: de 30° a 60°.
• Amplitude máxima encontrada 90°.
Movimento de flexão do complexo articular do punho:
• Amplitude total normal: de 0° a 90°.
• Amplitude laboral sem risco: de 30° a 60°.
• Amplitude máxima encontrada 90°.
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C) ATIVIDADE – TRANSPORTE E EMBARQUE
Esta atividade apresenta os mesmos movimentos de risco da
atividade A e da atividade B, tendo em vista a mesmo ser caracterizada
pela somatória das duas.
III. PERFIL DE CARGA METABÓLICA – CARGA FÍSICA DE
TRABALHO
CONTEXTO - De acordo com Fiedler (2007), a avaliação da carga
física de trabalho foi o primeiro problema tratado pela fisiologia do trabalho
e continua sendo uma questão central para a maioria dos trabalhadores do
mundo, inclusive para os que trabalham em setores mais modernos e com
esforços físicos menores.
A frequência cardíaca é um importante indicador para avaliar a carga
física de trabalho, devido aos conhecimentos adquiridos a respeito de seu
significado fisiológico a respeito do gasto calórico e sua facilidade de
registrá-la (Edholm, 1968).
Apud (1989) estabeleceu que o limite de carga máxima no trabalho
pode ser calculado com base na frequência cardíaca do trabalho (FCT) ou
pela carga cardiovascular (CCV), que ele considera ser por volta de 40% do
intervalo entre o repouso e a máxima frequência cardíaca do trabalhador.
Para o estudo da determinação da carga metabólica laboral foi
utilizado o Método de APUD (1989), que emprega a monitorização contínua
da frequência cardíaca através de emissor de frequência cardíaca anexado
ao tórax e pulseira receptora no punho. Para a captação foi utilizado o
Modelo FT1 da Empresa Polar.
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Figura 10. Movimento de pronação do cotovelo e
flexão do punho que aconteceem nos complexos
articulares de ambos membros superiores.
O equipamento captou a FCR (frequência cardíaca de repouso) pré
atividade, e a captou a FCT (frequência cardíaca de trabalho) da amostra de
colaboradores de cada atividade, durante um período médio de 15 (quinze)
minutos, caracterizados como efetivo trabalho, sem pausas.
Tendo em vista todos os colaboradores do setor apresentarem gênero
masculino, foi calculada a FCM (frequência cardíaca máxima) através da
fórmula de Tanaka (2001) representada como:
FCM (frequência cardíaca máxima para homens) = 208 – (0,7 x idade)
Foi calculada a FCL (frequência cardíaca limite) determinada por
Apud (1989), representada como:
FCL = [0,4 x (FCM – FCR)] + FCR
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Por amostra tendenciosa do consultor, foram coletadas e calculadas
as médias das FC (frequências cardíacas) e dados de 03 (três)
colaboradores, representando cada atividade do setor, necessários à
análise da carga física pelo método proposto, apresentando os seguintes
parâmetros:
Média da idade – 25 anos
Média da FCR (frequência cardíaca de repouso) – 85 bpm
Média da FCT (frequência cardíaca de trabalho) – 112 bpm
Média da FCM (frequência cardíaca máxima) – 191 bpm
Média da FCL (frequência cardíaca limite) – 128 bpm
Equiparando o resultado do cálculo da carga metabólica com o
referenciado pela CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde, da OMS – Organização Mundial da Saúde, foi
encontrado uma condição metabólica qualificada como GRAVE e
quantificada em 63%, conforme imagem abaixo:
Figura 11. Equiparação da carga metabólica do Método APUD (1098) com a CIF.
Sem a equiparação com a CIF, e utilizando a classificação de carga
de trabalho de APUD (1997) a carga metabólica analisada se apresenta
como PESADA.
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O mesmo autor referencia que um trabalho de FC média inferior a 75
bpm é muito LEVE, de 76 a 100 bpm é MEDIANAMENTE PESADO, de 101
a 125 bpm é PESADO e de 126 a 150 bpm é EXTREMAMENTE PESADO.
IV. ANÁLISE DOS PONTOS DE VERIFICAÇÃO ERGONÔMICA
CONTEXTO – De acordo com a OIT – Organização Internacional do
Trabalho e a IEA – Associação Internacional de Ergonomia, para aplicar as
melhorias nos locais de trabalho, os pontos de verificação oferecem uma série
de diretrizes baseadas em vários princípios fundamentais, entre os quais se
incluem:
I. As soluções imediatas precisam, para ser levadas a efeito, do
envolvimento ativo dos empregados, e o apoio dos trabalhadores deve
ser estimulado;
II. O trabalho em grupo é uma vantagem para planificar e aplicar melhorias
práticas;
III. O uso do material e dos peritos locais disponíveis traz muitas vantagens;
IV. Uma atuação em muitas direções pode assegurar que as melhorias
permaneçam com o tempo; e
V. Para realizar melhorias são necessários programas de ação contínua.
No estudo os pontos de verificação ergonômicas considerados em “não
conformidades” receberam escores quantitativos e qualitativos por equiparação
com a CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde.
Apresentamos abaixo o quadro das verificações relevantes ao setor,
com as respectivas pontuações:
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A) MANIPULAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS
Total de pontos de análise: 21 (vinte e um)
QUANTIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES 14%
QUALIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES LEVE
Pontos deficitários:
Vias de transporte desocupadas e sinalizadas
Figura 12. Obstrução das vias
Manter as passagens e os corredores com largura suficiente
para permitir um transporte de mão dupla.
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Figura 13. Obstrução de corredor. Piso molhado.
Providenciar alças, asas ou bons pontos de preensão em todos
os pacotes e caixas.
Figura 14. Ausência de ponto de preensão. Má pega.
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Ao transportar uma carga por uma distância curta, estendera a
carga simetricamente sobre os dois ombros para proporcionar
equilíbrio e reduzir esforço.
Figura 15. Transporte inadequado sobre a cabeça.
B) MELHORIA DO DESIGN DO POSTO DE TRABALHO
Total de pontos de análise: 15 (quinze)
QUANTIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES 7%
QUALIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES LEVE
Pontos deficitários:
Providenciar cadeiras ou banquetas para que ocasionalmente
se sentem os trabalhadores que executam suas tarefas de pé.
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Figura 16. Ausência de banquetas.
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10.2 SETOR MONTAGEM
Tarefa –
Trabalho Prescrito: Montagem dos fogões
Atividade –
Trabalho Efetivo de todos
os modelos de fogões
Montagem de partes de peças integrantes
dos segmentos dos fogões – Montagem das
partes macro dos fogões – Testagem do
funcionamento das chamas – Inspeção final
– Embalagem.
I. PERFIL FÍSICO FUNCIONAL DOS COLABORADORES
CONTEXTO - De acordo com a OMS – Organização Mundial de Saúde,
e com o Colégio Americano de Medicina Esportiva (1998), a boa condição
física (aptidão física) possui relação direta com a qualidade de vida dos
indivíduos, refletindo positivamente na produtividade laboral e de atividades
de vida diária.
Desta forma, a análise das valências físicas que mais se relacionam com
a qualidade de vida do trabalhador, corrobora para a busca da excelência
na saúde ocupacional, onde a identificação precoce de déficits nestas
valências é fundamental, e de acordo com o que determina a legislação
trabalhista brasileira.
Analisados: 137 (cento e trinta e sete) colaboradores
Total do setor: 573 (quinhentos e setenta e três)
colaboradores
Percentual de analisados: 24% (vinte e quatro)
Gênero: 99 (noventa e nove) – Masculino
38 (trinta e oito) - Feminino
Mediana da Idade: 27 anos – Masculino
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30 anos - Feminino
Itens Analisados:
1. Perfil Físico Funcional Geral,
contemplando:
a) Perfil da Força Muscular de
Preensão;
b) Perfil da Flexibilidade Geral;
c) Perfil do Risco Cardíaco.
Gráfico 01. Perfil físico funcional geral do setor montagem - Masculino.
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O critério de definição de “perfil físico funcional anormal” foi baseado
na existência de pelo meno 01 (um) parâmetro relacionado às seguintes
análises contempladas:
Força de preensão manual masculina abaixo de 48 kgf e
feminina abaixo de 26 kgf.
Incapacidade de alcançar manualmente a ponta dos pés com
os joelhos estendidos
Perímetro da cintura abdominal acima de 50% da medida da
estatura.
Índice de Massa Corporal acima de 25.
Gráfico 02. Perfil físico funcional geral do setor montagem - Feminino.
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Gráfico 03. Perfil da força de preensão manual do setor montagem - Masculino.
Gráfico 04. Perfil da força de preensão manual do setor montagem - Feminino.
Para a determinação deste perfil foi utilizado o método da coleta da força
de preensão em kgf (quilogramas-força) por “Dinanometria de Preensão”
utilizando o Dinamômetro digital da marca CAMRY.
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Figura 01. Dinamômetro Manual CAMRY.
Como referência de normalidade foram utilizados os parâmetros do TSN.
Handgrip Strength Test, presente na rede mundial de computadores, com
acesso atualizado 05 de junho de 2016, disponível no link
http://www.topendsports.com/testing/tests/handgrip.htm
Os escores foram estatisticamente determinados pela mediana na
população analisada, já que a análise da média pode gerar discrepância em
razão de alguns valores apresentarem magnitudes muito elevadas ou muito
baixas.
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Gráfico 05. Perfil da flexibilidade geral do setor montagem - Masculino
Gráfico 06. Perfil da flexibilidade geral do setor montagem - Feminino
Para a determinação deste perfil foi utilizado o método da inclinação do
tronco anteriormente, denominado dedos ao solo. É realizado com os joelhos
estendidos, buscando as pontas dos dedos dos pés, com as pontas das mãos.
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O teste se baseou nas referências do ACSM – Colégio Americano de
Medicina Esportiva, em diretrizes específicas para os testes de esforços e sua
prescrição.
Figura 02. Teste de Flexibilidade Geral.
A análise foi qualitativa, sendo considerado baixa flexibilidade o fato do
colaborador não atingir o parâmetro estipulado, independentemente do que o
colaborador referir por não ter sido positivo na testagem.
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Gráfico 07. Perfil do risco cardíaco do setor montagem. Masculino
Gráfico 08. Perfil do risco cardíaco do setor montagem. Feminino
Para a determinação deste perfil foi utilizado o método da coleta do
perímetro (medida) da cintura abdominal, utilizando o cálculo da relação
Cintura-estatura preconizado por Ashwell (2010).
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Para a mensuração foi utilizada fita métrica inextensível, sendo aplicada
na região anatômica do tóxax/abdomen possuidora da menor comprimento,
detetado visualmente ou por palpação.
Figura 03. Mensuração do perímetro abdominal.
O escore de normalidade, foi verificado pela relação entre a estatura dos
analisados e a medida da cintura, ambos e centímetros. Foram considerados
como apresentando perfil de risco todos os que possuíram a medida da cintura
com valor maior que a metade da sua estatura.
II. PERFIL DA CARGA BIOMECÂNICA – GESTO MOTOR
CONTEXTO - A análise biomecânica do ser humano é feita com os
objetivos de minimizar ou, mesmo, eliminar os problemas causados pela má
postura ou pela aplicação excessiva de forças, evitar desperdício energético,
obter maior eficiência e determinar a força máxima suportável, entre outros
(Alves, 2004).
De acordo com Iida (2005) a biomecânica ocupacional, uma das
ciências ligadas à ergonomia, estuda os movimentos corporais e forças
relacionadas ao trabalho. Assim, preocupa-se com as interações físicas do
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trabalhador, com seu posto de trabalho, máquinas, ferramentas e materiais,
visando reduzir os riscos de distúrbios musculoesqueléticos.
Figura 04. Amplitude dos movimentos e a relação de risco biomecânico.
A figura acima demonstra como o estado ótimo do movimento laboral
cursa por uma amplitude que possui o menor risco biomecânico, quando
compreendido normalmente no terço médio das amplitudes dos movimentos
articulares (Cerda, 2009).
Para a determinação qualitativa dos movimentos que se
encontravam em amplitude de risco, a estudo procedeu a filmagem de todo
o ciclo de trabalho de cada etapa das atividades do setor (cinemetria), com
câmera digital, Modelo Canon SX400IS - 16.0MP, referenciando os valores
normais pela Cinesiologia Clinica de Brunnstrom (1997), por amostragem
tendenciosa.
Os movimentos de risco foram identificados, e foram quantificados e
qualificados por equiparação à CIF – Classificação Internacional de
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Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, da OMS – Organização Mundial da
Saúde, em relação à amostra, conforme representação esquemática abaixo:
Esquema 01. Referencias qualitativos e quantitativos para equiparação à CIF.
O desenvolvimento do estudo do gesto laboral de risco, cursou com
amostragem direcionada para a análise de todos os padrões de movimento,
de um total de 91 (noventa e uma) atividades, e foram detectados os que se
apresentavam acima do terço médio de seu arco normal de movimento,
compondo o quantitativo conforme quadro abaixo:
COMPLEXO ARTICULAR
MOVIMENTOS DE RISCO
QUANTIFICAÇÃO CIF
QUALIFICAÇÃO CIF
Cervical Flexão 38% Moderado
Ombro Dir. Rotação Med. 45% Moderado
Ombro Esq. Rotação Med. 32% Moderado
Cotovelo Dir. Extensão
Supinação Pronação
39% 14% 7%
Moderado Leve Leve
Cotovelo Esq. Extensão
Supinação 27% 15%
Moderado Leve
Punho Direito
Extensão Flexão
Desvio Radial Desvio Ulnar
8% 11% 7%
43%
Leve Leve Leve
Moderado
Punho Esq. Extensão
Flexão Desvio Ulnar
11% 8%
23%
Leve Leve Leve
Lombar Flexão 11% Leve
Quadro 01. Percentual de movimentos de risco máximo em relação ao total de atividades.
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Amostras de imagens relevantes, representativas dos movimentos
de risco do setor, referenciando a atividade executada:
Figura 05. Movimento de flexão da coluna cervical na atividade de pré-
montagem (encaixar e parafusar vidro).
Movimento de flexão da coluna cervical:
• Amplitude total normal: de 0° a 65°.
• Amplitude laboral sem risco: de 22° a 43°.
• Amplitude máxima encontrada 65°.
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Figura 06. Movimento de rotação medial do complexos articular do
ombro direito na atividade de pré-montagem (encaixar e parafusar
vidro).
Movimento de rotação medial do complexo articular do ombro direito:
Amplitude total normal: de 0° a 90°.
Amplitude laboral sem risco: de 30° a 60°.
Amplitude máxima encontrada 90°.
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Figura 07. Movimento de rotação medial do complexo articular do
ombro esquerdo na atividade de pré-montagem (pré montagem da
dobradiça).
Movimento de rotação medial do complexo articular do ombro esquerdo:
• Amplitude total normal: de 0° a 90°.
• Amplitude laboral sem risco: de 30° a 60°.
• Amplitude máxima encontrada 90°.
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Figura 08. Movimento de extensão do complexo articular do cotovelo
esquerdo na atividade de encaixe da porta.
Movimento de flexo/extensão do complexo articular do cotovelo
esquerdo:
• Amplitude total normal: de 0° a 145°.
• Amplitude laboral sem risco: de 48° a 96°.
• Amplitude máxima encontrada -10°.
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Figura 09. Movimento de desvio ulnar do complexo articular do punho
direito na atividade de parafusar o queimador.
Movimento de desvio ulnar do complexo articular do punho direito:
• Amplitude total normal: de 0° a 20°.
• Amplitude laboral sem risco: de 6° a 13°.
• Amplitude máxima encontrada 20°.
III. PERFIL DE CARGA METABÓLICA – CARGA FÍSICA DE
TRABALHO
CONTEXTO - De acordo com Fiedler (2007), a avaliação da carga
física de trabalho foi o primeiro problema tratado pela fisiologia do trabalho
e continua sendo uma questão central para a maioria dos trabalhadores do
mundo, inclusive para os que trabalham em setores mais modernos e com
esforços físicos menores.
A frequência cardíaca é um importante indicador para avaliar a carga
física de trabalho, devido aos conhecimentos adquiridos a respeito de seu
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significado fisiológico a respeito do gasto calórico e sua facilidade de
registrá-la (Edholm, 1968).
Apud (1989) estabeleceu que o limite de carga máxima no trabalho
pode ser calculado com base na frequência cardíaca do trabalho (FCT) ou
pela carga cardiovascular (CCV), que ele considera ser por volta de 40% do
intervalo entre o repouso e a máxima frequência cardíaca do trabalhador.
Para o estudo da determinação da carga metabólica laboral foi
utilizado o Método de APUD (1989), que emprega a monitorização contínua
da frequência cardíaca através de emissor de frequência cardíaca anexado
ao tórax e pulseira receptora no punho. Para a captação foi utilizado o
Modelo FT1 da Empresa Polar.
Figura 10. Movimento de pronação do cotovelo e
flexão do punho que aconteceem nos complexos
articulares de ambos membros superiores.
O equipamento captou a FCR (frequência cardíaca de repouso) pré
atividade, e a captou a FCT (frequência cardíaca de trabalho) da amostra de
colaboradores de cada atividade, durante um período médio de 15 (quinze)
minutos, caracterizados como efetivo trabalho, sem pausas.
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Tendo em vista todos os colaboradores do setor apresentarem gênero
masculino, foi calculada a FCM (frequência cardíaca máxima) através da
fórmula de Tanaka (2001) representada como:
FCM (frequência cardíaca máxima para homens) = 208 – (0,7 x idade)
Foi calculada a FCL (frequência cardíaca limite) determinada por
Apud (1989), representada como:
FCL = [0,4 x (FCM – FCR)] + FCR
Por amostra tendenciosa do consultor, foram coletadas e calculadas
as médias das FC (frequências cardíacas) e dados de 09 (nove)
colaboradores, representando atividades relevantes à pesquisa ergonômica
do setor, necessários à análise da carga física pelo método proposto,
apresentando os seguintes parâmetros:
Média da idade – 25 anos
Média da FCR (frequência cardíaca de repouso) – 79 bpm
Média da FCT (frequência cardíaca de trabalho) – 91 bpm
Média da FCM (frequência cardíaca máxima) – 191 bpm
Média da FCL (frequência cardíaca limite) – 124 bpm
Equiparando o resultado do cálculo da carga metabólica com o
referenciado pela CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde, da OMS – Organização Mundial da Saúde, foi
encontrado uma condição metabólica qualificada como MODERADA e
quantificada em 25%, conforme imagem abaixo:
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Figura 11. Equiparação da carga metabólica do Método APUD (1098) com a CIF.
Sem a equiparação com a CIF, e utilizando a classificação de carga
de trabalho de APUD (1997) a carga metabólica analisada se apresenta
como muito LEVE.
O mesmo autor referencia que um trabalho de FC média inferior a 75
bpm é muito LEVE, de 76 a 100 bpm é MEDIANAMENTE PESADO, de 101
a 125 bpm é PESADO e de 126 a 150 bpm é EXTREMAMENTE PESADO.
IV. ANÁLISE DOS PONTOS DE VERIFICAÇÃO ERGONÔMICA
CONTEXTO – De acordo com a OIT – Organização Internacional do
Trabalho e a IEA – Associação Internacional de Ergonomia, para aplicar as
melhorias nos locais de trabalho, os pontos de verificação oferecem uma série
de diretrizes baseadas em vários princípios fundamentais, entre os quais se
incluem:
I. As soluções imediatas precisam, para ser levadas a efeito, do
envolvimento ativo dos empregados, e o apoio dos
trabalhadores deve ser estimulado;
II. O trabalho em grupo é uma vantagem para planificar e aplicar
melhorias práticas;
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III. O uso do material e dos peritos locais disponíveis traz muitas
vantagens;
IV. Uma atuação em muitas direções pode assegurar que as
melhorias permaneçam com o tempo; e
V. Para realizar melhorias são necessários programas de ação
contínua.
No estudo os pontos de verificação ergonômicas considerados em “não
conformidades” receberam escores quantitativos e qualitativos por equiparação
com a CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde.
Apresentamos abaixo o quadro das verificações relevantes ao setor,
com as respectivas pontuações:
A) MANIPULAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS
Total de pontos de análise: 21 (vinte e um)
QUANTIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES 48%
QUALIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES MODERADA
Pontos deficitários:
Vias de transporte desocupadas e sinalizadas
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Figura 12. Obstrução em via de transporte.
Manter as passagens e os corredores com largura suficiente
para permitir um transporte de mão dupla.
Figura 13. Obstrução e falta de sinalização de mão dupla.
Assegurar-se de que a superfície das vias de transporte seja
uniforme, antiderrapante e desimpedida de obstáculos.
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Figura 14. Piso escorregadio (molhado) e com obstrução.
Melhorar a disposição da área de trabalho de forma que seja
mínima a necessidade de mover materiais.
Figura 15. Disposição diversa na área de trabalho.
Em vez de transportar cargas pesadas, repartir o peso em
pacotes menores e mais leves, em recipientes ou em bandejas.
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Figura 16. Disposição diversa na área de trabalho.
Eliminar ou reduzir as diferenças de nível quando os materiais
forem removidos à mão.
Figura 17. Discrepância em nivel.
Erguer e baixar os materiais devagar, diante do corpo, sem
realizar torções nem inclinações profundas.
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Figura 18. Componente torcional no tronco.
Ao transportar uma carga por uma distância curta, estender a
carga simetricamente sobre os dois ombros para proporcionar
equilíbrio e reduzir esforço.
Figura 19. Translado inadequado .
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B) MELHORIA DO DESIGN DO POSTO DE TRABALHO
Total de pontos de análise: 15 (quinze)
QUANTIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES 33%
QUALIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES MODERADA
Pontos deficitários:
Ajustar a altura de operação para cada trabalhador, situando-a
no nível dos cotovelos ou um pouco mais baixa.
Figura 20. Bancadas não ajustáveis.
Assegurar-se de que os trabalhadores mais baixos possam
alcançar os controles e materiais com uma postura natural.
Certificar-se de que os trabalhadores mais altos tenham
bastante espaço para mover com comodidade as pernas e o
corpo.
Providenciar cadeiras ou banquetas para que ocasionalmente
se sentem os trabalhadores que executam suas tarefas de pé.
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Figura 21. Banqueta inapropriada.
C) ILUMINAÇÃO
Total de pontos de análise: 10 (dez)
QUANTIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES 30%
QUALIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES MODERADA
Pontos deficitários:
Redistribuir os pontos de luz ou dotá-los de um quebra-luz
apropriado para eliminar a iluminação direta.
Eliminar as superfícies brilhantes do campo de visão do
trabalhador.
Escolher um fundo apropriado à tarefa visual para realizar
trabalhos que requeiram uma atenção contínua e importante.
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Figura 22. Fundo inapropriado para visualização do teste de chama.
D) COMODIDADE E BEM-ESTAR
Total de pontos de análise: 05 (cinco)
QUANTIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES 20%
QUALIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES LEVE
Pontos deficitários:
Designar responsabilidades para a arrumação e a limpeza
diárias.
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Figura 23. Piso com resíduos aparentes e molhado.
Figura 24. Resíduos (fuligem) aparentes em equipamento.
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Figura 25. Ambiente inapropriado.
E) EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO PESSOAL
Total de pontos de análise: 08 (oito)
QUANTIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES 38%
QUALIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES MODERADA
Pontos deficitários:
Assegurar o uso habitual do equipamento de proteção pessoal
mediante as instruções e o treinamento adequados e períodos
de experiência para a adaptação.
Assegurar-se de que todos utilizem os equipamentos de
proteção pessoal quando eles forem necessários.
Providenciar recursos para a limpeza e a manutenção regular
dos equipamentos de proteção pessoal.
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F) ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Total de pontos de análise: 21 (vinte e um)
QUANTIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES 14%
QUALIFICAÇÃO DAS NÃO
CONFORMIDADES LEVE
Pontos deficitários:
Envolver os trabalhadores na planificação de seu trabalho diário.
Premiar os trabalhadores por sua colaboração na melhoria da
produtividade e do local de trabalho.
Levar em consideração as habilidades dos trabalhadores e suas
preferências na hora de designar os postos de trabalho.
1. CONSIDERAÇÕES FINAIS - ENCERRAMENTO
Quaisquer alterações que venham a ocorrer nas atividades, planta física, número de
colaboradores, mudança na organização do trabalho ou em equipamentos exigirão
pareceres ergonômicos subsequentes, sem ferimento ao atual documento.
Este “Laudo Ergonômico” foi digitado num total de 54 (cinquenta e quatro) páginas,
com rúbrica em cada página e datado e assinado pelo Consultor na última página..
20 de junho de 2016.
Ricardo Wallace das Chagas Lucas
CREFITO 10 14404 F – CBO 2236-05
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