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Aula 3 – Parte 2

Ensino e Aprendizagem Inovadores com

Tecnologias Audiovisuais e Telemáticas José Manuel Moran

Lilian R. Rios 07/03/16

Vimos...

A construção do conhecimento na sociedade da

informação

O conhecimento não é fragmentado mas

interdependente, interligado, intersensorial.

Conhecer significa compreender todas as dimensões

da realidade, captar e expressar essa totalidade de

forma cada vez mais ampla e integral.

Processamos a informação de várias formas:

Processamento lógico-sequencial

forma mais habitual

se expressa na linguagem falada e escrita

vamos construindo o sentido aos poucos, em sequência

espacial ou temporal, dentro de um código relativamente

definido que é o da língua

tanto a escrita quanto a leitura dependem das

habilidades de fazer julgamentos, estabelecer

comparações, relações e de comunicá-los aos outros

Adquirir habilidade na linguagem significa ter, ao mesmo

tempo, adquirido a lógica e a sintaxe que estão inscritas

nessa linguagem.

Processamento hipertextual

ocorre quando processamos a informação contando

histórias, relatando situações que se interconectam,

ampliam-se, que nos levam a novos significados

importantes, inesperados ou que terminam diluindo-se nas

ramificações de significados secundários.

É a comunicação “linkada”, através de nós intertextuais.

a leitura é feita como em “ondas”, em que uma leva à outra,

acrescentando novas significações.

a construção é lógica, coerente, sem seguir uma única trilha

previsível, sequencial, mas que vai se ramificando em

diversas trilhas possíveis.

Processamento multimídico

ocorre juntando pedaços de textos de várias linguagens

superpostas simultaneamente, que compõem um mosaico

impressionista, na mesma tela, e que se conectam com

outras telas multimídia.

a leitura é cada vez menos sequencial.

as conexões são tantas que o mais importante é a visão

ou leitura em flash, no conjunto, uma leitura rápida, que

cria significações provisórias, dando uma interpretação

rápida para o todo

a construção do conhecimento é mais “livre”, menos rígida,

com conexões mais abertas, que passam pelo sensorial,

pelo emocional e pela organização do racional.

Na sociedade atual, em virtude da rapidez com que temos

que enfrentar situações diferentes a cada momento, cada

vez utilizamos mais o processamento multimídico.

Por sua vez, os meios de comunicação (principalmente a

televisão) utilizam a narrativa com várias linguagens

superpostas, que nos acostuma, desde pequenos, a

valorizar essa forma de lidar com a informação, atraente,

rápida , sintética, o que traz consequências para a

capacidade de compreender temas mais abstratos de longa

duração e de menos envolvimento sensorial.

Atualmente...

Os meios de comunicação, principalmente a televisão,

vêm nos acostumando a receber tudo mastigado, em

curtas sínteses e com respostas fáceis.

o acesso às redes eletrônicas também estimula a busca

on-line da informação desejada.

é uma situação nova no aprendizado.

a avidez por respostas rápidas, muitas vezes, leva-nos a

conclusões previsíveis, a não aprofundar a significação

dos resultados obtidos, a acumular mais quantidade do

que qualidade de informação, que não chega a

transformar-se em conhecimento efetivo.

O docente como orientador/mediador de

aprendizagem

O professor, com o acesso a tecnologias telemáticas, pode

se tornar um orientador/gestor setorial do processo de

aprendizagem, integrando de forma equilibrada a orientação

intelectual, a emocional e a gerencial.

O professor é um pesquisador em serviço. Aprende com a

prática e a pesquisa e ensina a partir do que aprende.

Realiza-se aprendendo-pesquisando-ensinando-aprendendo.

O seu papel é fundamentalmente o de um

orientador/mediador.

A Telemática é o conjunto de tecnologias da informação e da

comunicação, resultante da junção entre os recursos das

telecomunicações (telefonia, satélite, cabo, fibras ópticas

etc.) e da informática (computadores, periféricos, softwares

e sistemas de redes).

Essa união das referidas áreas possibilitou o processamento

de grandes quantidades de dados, em curto espaço de

tempo, entre usuários localizados em qualquer ponto do

Planeta.

Orientador/mediador intelectual

informa

ajuda a escolher as informações mais

importantes

trabalha para que elas se tornem significativas

para os alunos, permitindo que eles as

compreendam, avaliem – conceitual e

eticamente-, reelaborem-nas e adaptem-nas

aos seus contextos pessoais

ajuda a ampliar o grau de compreensão de

tudo, a integrá-lo em novas sínteses

provisórias.

Orientador /mediador emocional

motiva

incentiva

estimula

organiza os limites, com equilíbrio,

credibilidade, autenticidade, empatia.

Orientador/mediador gerencial e comunicacional

organiza grupos, atividades de pesquisa, ritmos,

interações.

organiza o processo de avaliação.

é a ponte principal entre a instituição, os alunos e

os demais grupos envolvidos (a comunidade).

organiza o equilíbrio entre o planejamento e a

criatividade.

o professor atua como orientador comunicacional

e tecnológico

ajuda a desenvolver todas as formas de

expressão, de interação, de sinergia, de troca de

linguagens, conteúdos e tecnologias.

Orientador ético

ensina a assumir e vivenciar valores construtivos,

individual e socialmente

cada um dos professores colabora com um

pequeno espaço, uma pedra na construção

dinâmica do “mosaico” sensorial-intelectual-

emocional-ético de cada aluno

este vai organizando continuamente seu quadro

referencial de valores, ideias, atitudes, tendo por

base alguns eixos fundamentais comuns como a

liberdade, a cooperação, a integração pessoal.

Um bom educador faz a diferença.

Alguns princípios metodológicos norteadores:

Ponto I

• Integrar tecnologias, metodologias, atividade.

• Integrar texto escrito, comunicação oral, escrita,

hipertextual, multimídica.

• Aproximar as mídias, as atividades, possibilitando

que transitem facilmente em meio para o outro, de

um formato para o outro.

• Experimentar as mesmas atividades em diversas

mídias.

• Trazer o universo do audiovisual para dentro da

escola.

https://www.youtube.com/watch?v=obKep7AcSp4

Ponto II

• variar a forma de dar aula, as técnicas usadas

em sala de aula e fora dela, as atividades

solicitadas as dinâmicas propostas, o processo

de avaliação

• a previsibilidade do que o docente vai fazer

pode tornar-se um obstáculo intransponível

• a repetição pode tornar-se insuportável, a não

ser que a qualidade do professor compense o

esquema padronizado de ensinar...

Ponto III

• planejar e improvisar, prever e ajustar-se às

circunstâncias, ao novo

• diversificar

• mudar

• adaptar-se continuamente a cada grupo, a

cada aluno, quando necessário.

Ponto IV

• Valorizar a presença no que ela tem de

melhor e a comunicação virtual no que ela

nos favorece.

• Equilibrar a presença e a distância, a

comunicação “olho no olho” e a telemática.

Integrar as tecnologias de forma inovadora

É importante na aprendizagem integrar todas as

tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais,

lúdicas, as textuais, musicais.

Passamos muito rapidamente do livro, para a

televisão e o vídeo e destes para a Internet sem

saber explorar todas as possibilidades de cada

meio. O docente deve encontrar a forma mais

adequada de integrar as várias tecnologias e os

procedimentos metodológicos.

Integrar os meios de comunicação na escola

Os meios de comunicação desenvolvem formas

sofisticadas de comunicação e opera

imediatamente com o sensível, o concreto, a

imagem em movimento.

O olho nunca consegue captar toda a informação,

então o essencial, o suficiente é escolhido para

dar sentido ao caos e organizar a multiplicidade de

sensações e dados.

A organização da narrativa televisiva baseia-se

numa lógica mais intuitiva, mais conectiva,

portanto não é uma lógica convencional, de

causa-efeito.

A televisão estabelece uma conexão

aparentemente lógica entre mostrar e demonstrar:

“se uma imagem impressiona então é verdadeira”.

Também é muito comum a lógica de generalizar a

partir de uma situação concreta, do individual,

tendemos ao geral.

Ex: dois escândalos na família real inglesa e se tira

conclusões sobre a ética da realeza como um todo.

Uma situação isolada converte-se em uma

situação padrão.

Integrar a televisão e o vídeo na educação

escolar

Vídeo para o aluno significa descanso e não aula.

Essa expectativa deve ser aproveitada para atrair o

aluno. A televisão e o vídeo partem do concreto, do

visível, daquilo que toca todos os sentidos.

Televisão e vídeo exploram também o ver, o

visualizar, ter diante de nós as pessoas, os

cenários, cores, relações espaciais, imagens

estáticas e dinâmicas, câmaras fixas ou em

movimento, personagens quietos ou não.

A fala aproxima o vídeo do cotidiano, de como as

pessoas se comunicam, enquanto o narrador

costura as cenas, dentro da norma culta, orientando

a significação do conjunto.

A música e os efeitos sonoros servem como

evocação de situações passadas próximas às

personagens do presente e cria expectativas.

A televisão e o vídeo são sensoriais, visuais as

linguagens se interagem não são separadas.

As linguagens da TV e do vídeo respondem à

sensibilidade dos jovens e de adultos.

Dirigem-se mais à afetividade do que a razão.

O jovem vê para compreender a linguagem

audiovisual, desenvolve atitudes perceptivas como

a imaginação enquanto a linguagem escrita

desenvolve mais a organização, a abstração e a

análise lógica.

USOS INADEQUADOS EM AULA

Vídeo-tapa buraco: colocar vídeo quando há um

problema inesperado, como ausência do professor.

Usar este expediente eventualmente pode ser útil,

mas se for feito com frequência, desvaloriza o uso do

vídeo e o associa -na cabeça do aluno- a não ter aula.

Vídeo-enrolação: exibir um vídeo sem muita ligação

com a matéria. O aluno percebe que o vídeo é usado

como forma de camuflar a aula. Pode concordar na

hora, mas discorda do seu mau uso.

Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba

de descobrir o uso do vídeo costuma empolgar-se e

passa vídeo em todas as aulas, esquecendo outras

dinâmicas mais pertinentes. O uso exagerado do

vídeo diminui a sua eficácia e empobrece as aulas.

Vídeo-perfeição: Existem professores que

questionam todos os vídeos possíveis porque

possuem defeitos de informação ou estéticos. Os

vídeos que apresentam conceitos problemáticos

podem ser usados para descobri-los, junto com os

alunos, e questioná-los.

Só vídeo: não é satisfatório didaticamente exibir o

vídeo sem discuti-lo, sem integrá-lo com o assunto de

aula, sem voltar e mostrar alguns momentos mais

importantes.

PROPOSTAS DE UTILIZAÇÃO

Vídeo como SENSIBILIZAÇÃO: Um bom vídeo é

interessantíssimo para introduzir um novo assunto,

para despertar a curiosidade, a motivação para novos

temas. Isso facilitará o desejo de pesquisa nos

alunos para aprofundar o assunto do vídeo e da

matéria.

Vídeo como ILUSTRAÇÃO: O vídeo muitas vezes

ajuda a mostrar o que se fala em aula, a compor

cenários desconhecidos dos alunos. Por exemplo, um

vídeo que exemplifica como era Galileu ou Isaac

Newton ou Einstein, mesmo que não seja

totalmente fiel, ajuda a situar os alunos no

tempo histórico.

Um vídeo traz para a sala de aula realidades

distantes dos alunos, como, por exemplo,

a Grécia ou Inglaterra ou Amazônia

ou o espaço. A vida se aproxima da

escola através do vídeo.

Vídeo como SIMULAÇÃO: É uma ilustração mais

sofisticada. O vídeo pode simular experiências de

química que seriam perigosas em laboratório ou

que exigiriam muito tempo e recursos. Um vídeo

pode mostrar o crescimento acelerado de uma

planta, de uma árvore - da semente até a

maturidade - em poucos segundos.

Vídeo como CONTEÚDO DE ENSINO: Vídeo que

mostra determinado assunto, de forma direta ou

indireta. De forma direta, quando informa sobre um

tema específico orientando a sua interpretação. De

forma indireta, quando mostra um tema, permitindo

abordagens múltiplas, interdisciplinares.

Vídeo como expressão, como nova forma de

comunicação, adaptada à sensibilidade principalmente

das crianças e dos jovens.

As crianças adoram fazer vídeo e a escola precisa

incentivar o máximo possível a produção de pesquisas

em vídeo pelos alunos. A produção em vídeo tem uma

dimensão moderna, lúdica. Moderna, como um meio

contemporâneo, novo e que integra linguagens. Lúdica,

pela miniaturização da câmera, que permite brincar com a

realidade, levá-la junto para qualquer lugar.

Os alunos podem ser incentivados a produzir programas

informativos, feitos por eles mesmos e colocá-los em

lugares visíveis dentro da escola e em horários onde

muitos alunos possam assisti-los.

Vídeo como INTEGRAÇÃO/SUPORTE De outras

mídias: Vídeo como suporte da televisão e do cinema.

Gravar em vídeo programas importantes da televisão

para utilização em aula.

Alugar ou comprar documentários para ampliar o

conhecimento de cinema, iniciar os alunos na

linguagem audiovisual.

COMO VER O VÍDEO

Antes da exibição: Informar somente aspectos gerais

do vídeo (autor, duração, prêmios...).

Não interpretar antes da exibição, não pré-julgar (para

que cada um possa fazer a sua leitura).

Checar o vídeo antes. Conhecê-lo. Ver a qualidade da

cópia. Deixá-lo no ponto antes da exibição. Zerar a

numeração (apertar a tecla reset).

Checar o som (volume), o canal de exibição (3 ou 4), o

tracking (a regulagem de gravação).

Durante a exibição: Anotar as cenas mais importantes.

Se for necessário (para regulagem ou fazer um rápido

comentário) apertar o pause ou still, sem demorar muito

nele. Observar as reações do grupo.

Depois da exibição: Rever as cenas mais importantes

ou difíceis.

Se o vídeo é complexo, exibi-lo uma segunda vez,

chamando a atenção para determinadas cenas, para a

trilha musical, diálogos, situações. Passar quadro a

quadro as imagens mais significativas.

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