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RIO GRANDEDO SUL
INSTITUTOFEDERAL
Contabilidade Empresarial
2012Curitiba-PR
Alexandre Machado Fernandes
Paulinho Rene Stefanello
Presidncia da Repblica Federativa do Brasil
Ministrio da Educao
Secretaria de Educao a Distncia
Catalogao na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paran
2012 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA PARAN EDUCAO A DISTNCIA
Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paran para o Sistema Escola Tcnica Aberta do Brasil e-Tec Brasil.
Prof. Irineu Mario ColomboReitor
Prof. Mara Christina Vilas BoasChefe de Gabinete
Prof. Ezequiel WestphalPr-Reitoria de Ensino - PROENS
Prof. Gilmar Jos Ferreira dos SantosPr-Reitoria de Administrao - PROAD
Prof. Paulo Tetuo YamamotoPr-Reitoria de Extenso, Pesquisa e Inovao - PROEPI
Neide AlvesPr-Reitoria de Gesto de Pessoas e Assuntos Estudantis - PROGEPE
Prof. Carlos Alberto de vilaPr-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional - PROPLADI
Prof. Jos Carlos CiccarinoDiretor Geral de Educao a Distncia
Prof. Ricardo HerreraDiretor de Planejamento e Administrao EaD - IFPR
Prof Mrcia Freire Rocha Cordeiro MachadoDiretora de Ensino, Pesquisa e Extenso EaD - IFPR
Prof Cristina Maria AyrozaCoordenadora Pedaggica de Educao a Distncia
Prof. Roberto Jos Medeiros JuniorCoordenador do Curso
Prof Ediane Santos SilvaVice-Coordenadora do Curso
Adriana Valore de Sousa BelloCassiano Luiz Gonzaga da Silva Karmel Louise Pombal SchultzRafaela Aline VarellaAssistncia Pedaggica
Prof Ester dos Santos OliveiraIdamara Lobo DiasReviso Editorial
Eduardo Artigas AntoniacomiDiagramao
e-Tec/MECProjeto Grfico
Prof. Irineu Mario ColomboReitor
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Prof. Ricardo HerreraDiretor de Planejamento e Administrao EaD - IFPR
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Prof Cristina Maria AyrozaCoordenadora Pedaggica de Educao a Distncia
Prof. Roberto Jos Medeiros JuniorCoordenador do Curso
Prof Ediane Santos SilvaVice-Coordenadora do Curso
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e-Tec/MECProjeto Grfico
e-Tec Brasil
Apresentao e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo ao e-Tec Brasil!
Voc faz parte de uma rede nacional pblica de ensino, a Escola Tcnica
Aberta do Brasil, instituda pelo Decreto n 6.301, de 12 de dezembro 2007,
com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino tcnico pblico, na mo-
dalidade a distncia. O programa resultado de uma parceria entre o Minis-
trio da Educao, por meio das Secretarias de Educao a Distncia (SEED)
e de Educao Profissional e Tecnolgica (SETEC), as universidades e escolas
tcnicas estaduais e federais.
A educao a distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso educao de qualidade, e promover o fortalecimento da
formao de jovens moradores de regies distantes, geograficamente ou
economicamente, dos grandes centros.
O e-Tec Brasil leva os cursos tcnicos a locais distantes das instituies de en-
sino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir
o ensino mdio. Os cursos so ofertados pelas instituies pblicas de ensino
e o atendimento ao estudante realizado em escolas-polo integrantes das
redes pblicas municipais e estaduais.
O Ministrio da Educao, as instituies pblicas de ensino tcnico, seus
servidores tcnicos e professores acreditam que uma educao profissional
qualificada integradora do ensino mdio e educao tcnica, capaz de
promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm com auto-
nomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, social, familiar,
esportiva, poltica e tica.
Ns acreditamos em voc!
Desejamos sucesso na sua formao profissional!
Ministrio da Educao
Janeiro de 2010
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
e-Tec Brasil5
Indicao de cones
Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas de
linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.
Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.
Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao
tema estudado.
Glossrio: indica a definio de um termo, palavra ou expresso utilizada no texto.
Mdias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mdias: vdeos,
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes nveis de aprendizagem para que o estudante possa
realiz-las e conferir o seu domnio do tema estudado.
e-Tec Brasil
Sumrio
Palavra dos professores-autores 11
Aula 1 Empresas 131.1 Definio de Empresa 13
1.2 Usurios da contabilidade 13
1.3 Exemplos de usurios da Contabilidade 13
1.4 Escritrio Contbil 14
Aula 2 Sistemas Contbeis 172.1 Sistema Manual 17
2.2 Sistema Maquinizado 18
2.3 Sistema Mecanizado 18
2.4 Sistema Eletrnico 18
2.5 Sistema Digital 18
2.6 O que ERP 19
Aula 3 Relatrios Contbeis 213.1 Relatrios Contbeis Obrigatrios X No Obrigatrios 23
3.2 Balano Patrimonial 24
3.3 Capital de terceiros X capital prprio 25
Aula 4 Balano Patrimonial Grupos de Contas 29
Aula 5 Provises Versus Reservas 355.1 Provises do ativo 35
5.2 Provises do passivo 36
Aula 6 Tratamento de receitas e despesas antecipadas 396.1 Ajustes em contas de despesas 39
6.2 Ajustes em Contas de Receitas 43
Aula 7 Aspectos do Endividamento 477.1 Principais Dedues do Ativo 47
7.2 Principais Dedues do Patrimnio Lquido 48
Aula 8 Situao financeira 51
8.1 O que Balano Patrimonial? 51
8.2 Comentrios da estrutura financeira 51
8.3 Aps conhecer a estrutura financeira 53
8.4 Situao Financeira 56
8.5 Ativo Circulante (AC) e Passivo Circulante (PC) 56
Aula 9 Situao econmica 599.1 Comparao entre fontes de recursos 59
9.2 Capital de terceiros 59
9.3 Fortalecimento do Patrimnio Liquido x Capital Terceiros 60
9.4 Lucro 61
Aula 10 Regimes de contabilidade 6310.1 O caso da Rolls Royce 63
10.2 Apurao do resultado 63
10.3 Regime de competncia e Regime de caixa 65
10.4 Comparativo dos resultados: 65
Aula 11 Um comparativo entre DRE e DFC 6711.1 Enfoques de tratamento para a Demonstrao
do Resultado e a Demonstrao do Fluxo de Caixa 67
11.2 Estudo de caso 67
Aula 12 Demonstrao do resultado exerccio 7112.1 Leis relacionadas 71
12.2 Descrio dos Principais Grupos da DRE 73
Aula 13 Demonstrao dos lucros e prejuzos acumulados 7713.1 Estrutura da Demonstrao de Lucros ou Prejuzos Acumu-
lados (DLPA) 78
Aula 14 Demonstrao do Fluxo De Caixa (DFC) 8314.1 Uma breve palavra sobre Fluxo de Caixa 83
14.2 Objetivo Bsico da DFC 84
14.3 Informaes de perodos anteriores 84
14.4 Por que a Contabilidade no Brasil d pouco valor ao FC 84
Aula 15 Demonstrao do Valor Adicionado (DVA) 8715.1 Estrutura da DVA 88
15.2 Lucros retidos/prejuzos 90
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
Aula 16 A Anlise de Balanos como Instrumento de Avaliao de Desempenho 95
16.1 Interpretao dos Resultados Obtidos pela Anlise de Balanos 96
16.2 Processos de Anlise 97
Aula 17 Contabilidade de Custos como Instrumento til da Contabilidade Empresarial 103
17.1 Contabilidade de custos 103
17.2 Definies 103
17.3 Finalidade 104
17.4 Objetos 105
17.5 Terminologias 105
Aula 18 Margem de contribuio 11118.1 Conceito 111
18.2 Definies de custos fixos e variveis 111
18.3 Estudo de Caso 112
Aula 19 Ponto de equilbrio 11519.1 Definio 115
19.2 Frmulas 115
19.3 Diferenas entre os mtodos de Calculo de Ponto de Equilbrio 116
19.4 Limitaes ao uso do ponto de equilbrio 116
19.5 Estudo de caso - Ponto de Equilbrio com margem de contribuio iguais 116
19.6 Estudo de caso - Ponto de Equilbrio com margem de contribuio diferentes 117
Aula 20 Gesto de Impostos 12120.1 Informaes dos Relatrios de Gesto de Impostos 121
20.2 Outros Impostos 123
Resumo 124
Referncias 127
Atividades autoinstrutivas 129
Currculo dos professores-autores 147
e-Tec Brasil11
Palavra dos professores-autores
As organizaes que buscam se manter em um mercado competitivo, e pro-
curam utilizar-se de fonte seguras de informaes para tomar as melhores
decises, utilizam-se de ferramentas corretas, de sistemas de informaes
teis e prticos s suas necessidades, mas principalmente utilizam-se de uma
fonte de informaes que ao longo dos tempos, tem sido fundamental ao
desenvolvimento e permanncia dessas empresas no mercado, chamada de
Contabilidade Empresarial.
Dentro das vrias cincias sociais aplicadas s atividades organizacionais, a
contabilidade aliada a administrao, trabalham de maneira conjunta buscan-
do no resultado das informaes geradas pelas decises administrativas, o
registro de fatos e atos tanto contbeis quanto administrativos, proporcionan-
do um histrico de aes por parte da gesto da empresa, que permita traar
planos futuros, sem tampouco se esquecer dos acontecimentos passados.
A Contabilidade Empresarial enquanto ferramenta de gesto contbil e ad-
ministrativa, permite ao administrador planejar de maneira organizada suas
aes voltadas aos melhores resultados da empresa, utilizando-se de um
conjunto de dados que foram previamente reconhecidos e registrados pela
contabilidade, e que servem de amparo as decises dos gestores.
A partir da contabilidade empresarial, voc estar aprofundando seus conhe-
cimentos sobre contabilidade, com um enfoque gerencial, a partir de infor-
maes relacionadas a gesto organizacional e as decises administrativas.
Aproveite ao mximo esses conhecimentos atravs de seus estudos, buscando
o melhor aproveitamento do contedo didtico, dos exerccios de fixao e
das sugestes de materiais de apoio pertinentes disciplina estudada.
Professor Alexandre Fernandes
Professor Paulinho Rene Stefanello
e-Tec Brasil13
Aula 1 Empresas
Nesta aula vamos visualizar uma empresa com seus departamentos contbeis.
1.1 Definio de EmpresaEmpresas so entidades econmico-administrativas, constitudas para de-
senvolver variados ramos de atividades, como comrcio, indstria, servios e
atividades sem fins lucrativos.
As empresas so formadas na sua grande maioria por scios ou acionistas,
embora existam empresas formadas por uma nica pessoa, as chamada em-
presas individuais.
O artigo 966 do Cdigo Civil (Lei 10.406/2002) considera o empresrio quem
exerce profissionalmente atividade econmica organizada para a produo
ou circulao de bens ou servios.
Voc , foi ou ser empregado de uma ou mais empresas ou quem sabe
scio ou proprietrio.
1.2 Usurios da contabilidadeOs usurios da contabilidade so todos os interessados nas informaes for-
necidas por ela, h os que se interessam por acompanhar o desenvolvimento
da empresa, h os interessados em informaes que orientem nas tomadas
de decises (administradores), h tambm os interessados em saber se a em-
presa capaz de honrar seus compromissos, com clientes (qualidade, preo,
prazo), com fornecedores (capacidade de pagamento, credibilidade), com o
fisco (pagamento dos tributos), com empregados (pagamento dos salrios).
1.3 Exemplos de usurios da Contabilidade Scios;
Administradores;
Fornecedores;
Clientes;
Empregados
Bancos;
Investidores;
Concorrentes;
A comunidade (sociedade);
Governo;
Sindicato;
Outros por diversos motivos.
1.4 Escritrio Contbil Quero ambient-los ao funcionamento de um escritrio contbil, para tanto,
o assunto foi dividido da mesma forma em que um escritrio atua, ou seja:
Figura 1.1: Escritrio de ContabilidadeFonte: Olga Miltsova/Shutterstock
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 14
1.4.1 Departamento de Pessoal necessrio conhecer basicamente como funciona a admisso de funcion-
rios, a manuteno dos registros, os pagamentos dos direitos (frias, licenas
mdicas, dcimo terceiro etc.) e os pagamentos das obrigaes: pagamentos
de impostos (INSS, FGTS, Imposto de Renda, impostos sindicais etc.) dos
funcionrios em atividade.
1.4.2 Departamento Fiscal relacionado com impostos ou declaraes. Tambm responsvel pela
escriturao fiscal, fornece informaes com relao ao controle da situao
fiscal dos tributos e contribuies das empresas enquadradas nos regimes
existentes na legislao. possvel saber se a empresa est com uma carga
tributria maior do que a necessria.
1.4.3 Departamento ContbilSero abordadas as demonstraes contbeis, dando um conhecimento b-
sico, parte fundamental, fonte importantssima de informaes, to neces-
srias tomada de deciso.
1.4.4 Departamento Para-LegalTem por atribuies principais desenvolver os trabalhos de constituio, alte-
rao ou extino de empresas; solicitar certides negativas junto aos rgos
pblicos perante suas autarquias, orientar e executar todos os procedimen-
tos que visam dar cumprimento s exigncias nas esferas municipais, esta-
duais e federais.
ResumoNesta aula o aluno obteve o conhecimento de como funciona o departa-
mento contbil de uma empresa, ou como funciona um escritrio contbil.
Atividades de aprendizagem Qual departamento contbil esta ligado diretamente com a gesto da
empresa? Por qu?
e-Tec BrasilAula 1 Empresas 15
e-Tec Brasil17
Aula 2 Sistemas Contbeis
O objetivo desta aula proporcionar ao tcnico em administrao, uma per-
cepo clara sobre a necessidade dos sistemas contbeis, to importantes ao
desenvolvimento da atividade empresarial e principalmente ao gestor.
Entende-se por sistemas contbeis o conjunto de atividades contbeis que
envolvem desde a compreenso da atividade empresarial, o registro e inter-
pretao dos fatos contbeis, a contabilizao e a elaborao dos relatrios
contbeis, at a anlise, interpretao e recomendaes para transformar
uma organizao, em empresa competitiva.
Para a escolha de um sistema contbil, entre as vrias alternativas que po-
dem surgir para sua seleo, primeiramente dever ser levada em conside-
rao a necessidade administrativa, para em segundo plano, considerar os
demais usurios e terceiros atingidos pelas informaes contbeis geradas:
fornecedores, funcionrios, bancos, governo etc. Associado a isso, muito
importante a organizao ter conhecimento claro sobre seus recursos finan-
ceiros, humanos e tcnicos.
Outro ponto importante, a ser levado em considerao, a capacidade de
processamento de informaes de forma qualitativa e quantitativa, sendo
que para isso, a organizao dever dispor de equipamentos que supram
essas duas caractersticas. Para isso, dever haver uma necessidade de con-
tratao de profissionais para uma anlise de servios em informtica, a fim
de atender essa demanda.
Como todo processo evolutivo, as organizaes tambm tiveram que se ade-
quar evoluo tecnolgica, e partindo dessa ideia, alguns dos sistemas
contbeis sero apresentados a seguir, tomando-se por base, o uso e a evo-
luo de cada um desses sistemas contbeis:
2.1 Sistema ManualPraticamente em extino, todos os sistemas dependem de processo ma-
nual, a partir da utilizao de equipamentos e instrumentos simples, como
canetas, livros ou fichas de escriturao. At o sculo XX, na dcada de 70
os procedimentos contbeis eram todos registrados de forma manual.
2.2 Sistema MaquinizadoTambm em extino esse processo, esse tipo de sistema utilizava-se de mqui-
nas de datilografia, mquina de calcular e de formulrios prprios aos registros
contbeis. Esse procedimento foi muito utilizado entre as dcadas de 70 e 80.
2.3 Sistema MecanizadoProcesso que permitiam o acmulo de informaes para o processamento
de informaes em diferentes tipos de relatrios e formulrios, no caracte-
rizando ainda uma evoluo, como nos dias atuais. Esse tipo de sistema foi
muito utilizado na dcada de 80 e 90
2.4 Sistema EletrnicoTambm tratado como Processamento de Dados via computador, o sistema
de contabilidade que utiliza-se desse mecanismo como ferramenta, pres-
supe a existncia de uma grande quantidade de informaes e registros
contbeis a serem feitos. Para esse tipo de sistema h a necessidade de uso
do software contbil em funo de sua capacidade de processamento aliada
ao uso de recursos informatizados de hardware.
2.5 Sistema DigitalO sistema digital no deixa de ser um sistema eletrnico, mas merece um
esclarecimento especfico. Atualmente no Brasil, o governo criou o Sistema
Pblico de Escriturao Digital (SPED), tendo como objetivo principal integrar
as informaes geradas pelos contribuintes nas esferas municipal, estadual
e federal, atravs do compartilhamento das informaes fiscais e contbeis.
A Instruo Normativa RFB No. 787/07 regulamenta o SPED Contbil, insti-
tuindo a Escriturao Contbil Digital (ECD).
O objetivo principal do sistema digital a substituio do papel na emisso dos
livros contbeis (Dirio e Razo) pela existncia apenas da contabilidade digital.
A escriturao digital contbil ser armazenada em um banco de dados que
permitir aos rgos conveniados com o SPED, via internet, acesso s infor-
maes do banco de dados. Toda essa realidade possvel graas s Notas
Fiscais Eletrnicas (NFe).
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 18
O SPED objetiva uma melhora no controle e fiscalizao das informaes
geradas, confiabilidade s informaes contbeis, alm de uma diminuio
na sonegao fiscal, reduo de custos e entraves burocrticos, aliados a
rapidez no acesso s informaes.
2.6 O que ERPEnterprise Resource Planning (ERP), ou Planejamento de Recursos Empresa-riais, um conjunto de informaes, recursos, funes e aes administrati-
vas de uma empresa, pertencendo a um processo de gesto administrativa,
baseada nas melhores prticas de mercado. A partir dessas caractersticas
que so traduzidas e transformadas em um sistema de informaes, tem
como objetivo principal a consolidao dos dados no nvel corporativo, e
no apenas em um nvel departamental, focando no s a otimizao dos
processos individuais por rea, mas a empresa, de forma globalizada.
Diante da evoluo tecnolgica, atualmente se tornou imprescindvel para o
crescimento das empresas, a utilizao de um sistema que permita ao seu ges-
tor, obter informaes sobre as operaes e atividades organizacionais, sejam
da rea de vendas, do controle de contas a pagar ou a receber, ou ainda do
departamento de contabilidade atravs das informaes geradas pelos relat-
rios contbeis e demais demonstrativos de apoio e anlise de dados.
Ao gestor torna-se fundamental o conhecimento da empresa de forma glo-
bal, sabendo o que se passa em todas as reas e departamentos, para que
a partir de um sistema de informao seguro como o sistema contbil, esse
gestor possa ter plena certeza e segurana das decises que estar toman-
do, e os resultados que espera alcanar.
ResumoAtravs do estudo desse captulo, foi possvel apresentar as caractersticas
dos sistemas contbeis mais antigos e modernos, passando pelo atual pa-
dro estabelecido pelo governo brasileiro, o chamado Sistema Pblico de
Escriturao Digital (SPED), alm de tratarmos da integrao de todos os
possveis sistemas em uma organizao, a partir de um sistema central que
atenda a todas as necessidades globais de uma empresa, o Planejamento de
Recursos Empresariais (ERP).
e-Tec BrasilAula 1 Empresas 19
e-Tec Brasil 20
Atividades de aprendizagem Pesquisar no Cdigo Civil (Lei 10.406/2002) na parte de Direito Empresarial,
os artigos que tratam da escriturao e sistemas de escriturao, bem como
da Instruo Normativa da RFB No. 787/2007 que regulamenta o SPED. Dis-
ponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm
Anotaes
e-Tec Brasil21
Aula 3 Relatrios Contbeis
O objetivo desta aula voc conhecer melhor os relatrios contbeis utilizados
pelos gestores, o porqu de sua elaborao e utilizao no processo decisrio,
bem como sua importncia para a organizao e para o responsvel pelas
decises organizacionais.
Voc j deve ter visto na disciplina anterior de Contabilidade Bsica, desde
o princpio do surgimento da contabilidade como cincia, pelo seu criador,
o Frei Luca Pacioli no ano de 1494, passando pela evoluo dessa cincia ao
longo dos tempos pelo mundo antigo e na idade medieval, chegando aos
atuais dias modernos com a apresentao de conceitos voltados as atuais
aplicaes de recursos humanos, financeiros, tecnolgicos e ambientais.
Voc tambm deve lembrar que a partir das definies de contabilidade,
tambm foram vistas as funes da contabilidade, os aspectos relacionados
a qualidade e a quantidade de patrimnio que podem pertencer a um indi-
vduo ou a uma organizao.
A partir das definies do patrimnio, sua caracterizao e subdiviso com a
utilizao de nomenclatura especfica aplicada contabilidade, o surgimen-
to das contas patrimoniais e das contas de resultado e dos possveis estados
patrimoniais da organizao, que houve a necessidade de se organizar as
contas contbeis de maneira estruturada para uma melhor representao do
patrimnio da empresa.
Nesse sentido, a partir da Lei 11.638/2007 que veio a corrigir e melhorar a Lei
6.404/1976 criada originalmente como a Lei das Sociedades Por Aes, define
que ao trmino de cada exerccio social (12 meses), devero ser elaborados e
publicados os demonstrativos contbeis baseados nas escrituraes contbeis:
Balano Patrimonial (BP). Demonstrao de Resultado do Exerccio (DRE). Demonstrao de Lucros ou Prejuzos Acumulados (DLPAc). Demonstrao de Fluxo de Caixa (DFC). Demonstrao do Valor Adicionado (DVA) (se for uma sociedade de
capital aberto).
Segundo a Lei 6.404/1976 que continua em vigor com as devidas alteraes
da nova Lei, apresentado o contedo que trata da elaborao e publicao
dos demonstrativos contbeis/financeiros:
Art. 176. Ao fim de cada exerccio social, a diretoria far elaborar, com
base na escriturao mercantil da companhia, as seguintes demons-
traes financeiras, que devero exprimir com clareza a situao do
patrimnio da companhia e as mutaes ocorridas no exerccio:
I - balano patrimonial;
II - demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados;
III - demonstrao do resultado do exerccio;
IV - demonstrao dos fluxos de caixa; e (Redao dada pela Lei n
11.638, de 2007)
V - se companhia aberta, demonstrao do valor adicionado. (Includo
pela Lei n 11.638, de 2007)
1 As demonstraes de cada exerccio sero publicadas com a indicao
dos valores correspondentes das demonstraes do exerccio anterior.
2 Nas demonstraes, as contas semelhantes podero ser agrupa-
das; os pequenos saldos podero ser agregados, desde que indicada a
sua natureza e no ultrapassem 0,1 (um dcimo) do valor do respectivo
grupo de contas; mas vedada a utilizao de designaes genricas,
como diversas contas ou contas-correntes.
3 As demonstraes financeiras registraro a destinao dos lucros
segundo a proposta dos rgos da administrao, no pressuposto de
sua aprovao pela assembleia geral.
4 As demonstraes sero complementadas por notas explicativas e
outros quadros analticos ou demonstraes contbeis necessrios para
esclarecimento da situao patrimonial e dos resultados do exerccio.
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 22
H de se ressaltar que alm dos relatrios contbeis, tambm devero ser
publicadas juntamente com estes, as notas explicativas, que so comple-
mentos s demonstraes contbeis, no sendo necessariamente uma de-
monstrao, mas sim esclarecimentos em formato de textos, que servem
para facilitar o entendimento das informaes apresentadas nos respectivos
demonstrativos, aos acionistas ou proprietrios da companhia. Tais notas
explicativas so necessrias quando certas informaes registradas pela con-
tabilidade se tornam difceis de serem indicadas nos relatrios contbeis.
Exemplo: mudana de critrio contbil, taxa de juros, garantias ofertadas aos
bancos pela concesso de emprstimos, etc.
3.1 Relatrios Contbeis Obrigatrios X No Obrigatrios
No Brasil, destacam-se dois tipos distintos de sociedades: as empresas limi-
tadas (quotas de capital) e as annimas (por aes). As sociedades limitadas
devero seguir parte dos dispositivos das sociedades annimas, como elabo-
rao das demonstraes nos moldes da Lei das Sociedades por Aes, no
sendo, entretanto, obrigadas a publicar tais demonstraes. J as sociedades
annimas alm de seguirem os modelos de relatrios da Lei das S.A.s (Socie-
dades Annimas), devero tambm public-los.
Pode-se dizer ento, alm de existirem tipos de sociedades diferentes quanto
a sua constituio (Sociedade Limitada constituda por quotas de capital, e
Sociedade Annima constituda por aes), mesmo que regidas pela Lei das
S.A.s, no seguem o mesmo padro quanto a elaborao e publicao dos
relatrios contbeis. H relatrios contbeis que devem ser elaborados, mas
no so obrigatrias suas publicaes, e h relatrios contbeis que devem
ser elaborados e publicados obrigatoriamente, dependendo especificamente
do tipo de sociedade e do seu porte. De acordo com a Lei 11.638/2007, as so-
ciedades de grande porte so aquelas que apresentaram no ano anterior, em
seu Ativo Total, o valor superior a R$240.000.000,00 (duzentos e quarenta
milhes de reais) ou uma Receita Bruta anual superior a R$300.000.000,00
(trezentos milhes de reais). Essas empresas, mesmo que no sejam socie-
dades annimas, esto sujeitas Lei das S.A.s em relao escriturao
contbil e elaborao dos demonstrativos contbeis / financeiros.
e-Tec BrasilAula 3 Relatrios Contbeis 23
Relatrios Contbeis
Capital Fechado(No Vendido em Bolsa de
Valores)
Grande Porte
Mdias, Pequenas e Micros
DOARBalano Patrimonial
Oramento
Sociedades Annima Lei 6.404/76 (Alterada pela Lei 11.638/07) (Publicao
nos jornais)
Ltdas. e Outras - Lei No. 10.406/02) - CC No
precisam ser publicados
Relata o Passado
Relata o Futuro
Obrigatrios (Pela Lei das Socieda-
des por Aes)
No Obrigatrios (No exigidos por Lei)
Dessa maneira, podemos apresentar os relatrios contbeis conforme segue:
* - Obrigada a publicar nos jornais quando o PL for maior que R$ 2.000.000,00 (Ver arquivo original em Word)
Figura 3.1: Relatrios ContbeisFonte: Marion (2009, p.44)
3.2 Balano PatrimonialSendo considerado o relatrio mais importante sob o ponto de vista cont-
bil, o Balano Patrimonial tem por objetivo apresentar uma posio finan-
ceira e patrimonial, partir da classificao dos elementos do patrimnio
registrados de forma organizada, que permitir o conhecimento e anlise
das informaes da empresa, em determinada data.
Uma das caractersticas do Balano Patrimonial, apresentao dos resulta-
dos das contas, aps o registro e encerramento das atividades da empresa
durante o exerccio social, ou seja, o registro dos fatos contbeis aps efe-
tivamente terem ocorrido, portanto, o Balano Patrimonial apresenta uma
situao esttica das informaes da organizao aps seu acontecimento.
De acordo com a lei, o balano representado da seguinte forma:
BALANO PATRIMONIAL
ATIVOPASSIVOPATRIMNIO LQUIDO
Fonte: Elaborado pelo autor
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 24
J de conhecimento de vocs que a composio dos grupos estar repre-
sentado da seguinte forma:
Ativo: Bens e Direitos, representando as aplicaes de recursos, con-trolados pela organizao, tendo por objetivo a perspectiva de resul-
tados econmicos futuros.
Passivo: Obrigaes ou exigibilidades, designando as dvidas das em-presas junto a terceiros.
Patrimnio Lquido: Representa a diferena entre o ativo e o pas-sivo, ou ainda, o investimentos dos scios na sociedade, alm dos
valores obtidos economicamente pelo resultado da atividade da orga-
nizao (lucro ou prejuzo).
Uma vez que as contas devam seguir uma classificao ordenada e unifor-
me, para que permita aos usurios uma anlise adequada, o ativo e passivo
devero apresentar uma subdiviso, de acordo com os 1 e 2 do Art. 178
da Lei 6.404/76, sendo:
BALANO PATRIMONIALATIVO PASSIVO
Ativo CirculanteAtivo No Circulante Realizvel a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangvel
Passivo CirculantePassivo No CirculantePatrimnio Lquido Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliao Patrimonial Reservas de Lucros Aes em Tesouraria Prejuzos Acumulados
Fonte: Elaborado pelo autor
Uma vez que a composio do patrimnio da empresa representada pelos
seus bens, direitos e obrigaes, pode-se dizer que a partir da composio
do patrimnio que se origina o Balano Patrimonial, representado pelo equi-
lbrio entre os bens, os direitos e as obrigaes da empresa, demostrados em
um nico relatrio.
3.3 Capital de terceiros X capital prprioNa formao do passivo de uma empresa, dois grupos muito importantes
podem ser identificados, e que esto relacionados diretamente s obriga-
es da empresa:
e-Tec BrasilAula 3 Relatrios Contbeis 25
Capital de Terceiros: So todas as obrigaes da empresa junto a tercei-ros, que foram contradas para o desenvolvimento da atividade opera-
cional. Exemplo: Fornecedores, Contas a Pagar, Impostos a Pagar, etc.
Para se identificar o capital de terceiros, basta verificar no balano
patrimonial a representao de dois grupos importantes: o passivo
circulante e o passivo no circulante (respectivamente obrigaes de
curto prazo e obrigaes de longo prazo). Todas as obrigaes de
curto e longo sero exigveis, ou seja, sero cobradas pelos terceiros.
Capital Prprio: So as obrigaes da empresa junto aos scios, repre-sentada pelos investimentos iniciais dos scios na sociedade. Exem-
plo: Capital Social. Esse tipo de obrigao estar representado no
Balano Patrimonial pelo grupo do Patrimnio Lquido, e no sero
cobradas imediatamente (obrigaes no exigveis).
Uma comparao entre o capital de terceiros e capital prprio poder apre-
sentar o grau de endividamento da empresa, ou seja, quanto maior for o
capital de terceiros (obrigaes junto a terceiros exigveis) em relao ao
capital prprio (obrigaes junto aos scios no exigveis), maior ser o
endividamento da empresa. Isso significa que a empresa dever optar por
contrair obrigaes com terceiros de forma planejada, para que possa quitar
estas obrigaes e assim, possuir um grau de endividamento baixo.
ResumoAtravs dos relatrios contbeis possvel ao tcnico em administrao com-
preender melhor porque so elaborados tais relatrios e a quem atendem
estas informaes. A partir da Lei 11.638/2007 que alterou a Lei 6.404/76,
algumas alteraes foram introduzidas, mas continua evidente a necessi-
dade e obrigatoriedade dos demonstrativos contbeis para atendimento as
necessidades governamentais, bem como para a gesto empresarial com
foco no resultado. Vimos tambm que h alguns relatrios que so obriga-
trios a elaborao e outros no so, e tambm h relatrios que no so
obrigatrios a publicao e outros so obrigatrios a publicao. Por ltimo
vimos que de acordo com o tipo de sociedade, a necessidade de recursos de
terceiros ou prprio depender do tipo de negcio, mas que toda empresa
possui os dois tipos de recursos.
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 26
Atividades de aprendizagem Baseado em sua situao pessoal e patrimonial, relacione os recursos de
terceiros e os recursos prprios, e organize-os baseados nas divises de
grupos e subgrupos do balano patrimonial (ver modelo do art. 178, da
Lei 6.404/76 e Lei 11.638/2007.).
Anotaes
e-Tec BrasilAula 3 Relatrios Contbeis 27
e-Tec Brasil29
Aula 4 Balano Patrimonial Grupos de Contas
Nessa aula, ser estudado mais amplamente o Ativo e o Passivo, de tal
forma que possamos identificar, interpretar e classificar as contas que
compem esses grupos, bem como analisar a relao entre os grupos e
as contas que os compem.
Para facilitar a interpretao e anlise do Balano, existe uma preocupao
constante em estabelecer uma adequada distribuio de contas em grupos
homogneos (MARION, 2009), sendo que a Lei 6.404/76 dispe uma estru-
tura de contas aceita nacionalmente.
As contas de Ativo so agrupadas a partir da caracterstica da converso
em dinheiro mais rapidamente, em ordem decrescente de liquidez. Primei-
ramente so agrupadas as contas que j so dinheiro (Caixa, Bancos, Apli-
caes Financeiras de CP, etc.) com as contas que se transformaro rapida-
mente em dinheiro (Clientes, Ttulos a Receber, Estoques, etc). A esse grupo
chamamos de ATIVO CIRCULANTE, e, portanto, um grupo de alto grau de
liquidez (transformao em valores imediatos).
Em segundo lugar, sero classificadas as contas que se transformaro de
forma mais lenta em dinheiro, sendo os ativos de um grau de liquidez menor
(Valores a Receber ou contas similares, mas que demoram muito mais tempo
para serem recebidos). Chamamos essas contas de realizvel em longo prazo, e que por sua vez pertence ao grupo denominado Ativo No Circu-lante (transformao em valores mais demorada, superior ao curto prazo).
Em terceiro lugar, sero classificadas as contas consideradas de investimen-
tos pela empresa, mas de carter permanente, ou seja, destinados a produzir
benefcios pela sua permanncia na empresa. Faro parte desse grupo os
investimentos permanentes de participaes em outras sociedades e os di-
reitos de qualquer natureza, no classificveis no ativo circulante, e que no
se destinem manuteno da empresa (Investimentos em Coligadas, Obras
de Arte, etc.). Esse grupo denomina-se Investimentos.
Em quarto lugar, sero classificadas as contas que dificilmente sero trans-
formadas em dinheiro, sendo utilizadas como meio de alcance dos objetivos
operacionais da organizao, sendo consideradas contas de pouqussima li-
quidez e so utilizados por vrios anos pela empresa (vida til longa). Os itens
nesse grupo tem uma caracterstica permanente, de uso por vrios anos ou
perodos operacionais, no se destinando venda (Mquinas e Equipamen-
tos, Veculos, Edificaes, etc.). A esse grupo chamamos de Imobilizado (no se transformam em dinheiro facilmente, ou quase nunca).
Em quinto e ltimo lugar, com as alteraes da Lei 6.404/76, promovidas pe-
las Leis 11.638/07 e 11.941/09, foi inserida uma nova estrutura no balano
patrimonial para as empresas de capital aberto e fechado e as sociedades de
grande porte, no qual sero classificadas as contas que representem direitos
que tenham por objeto bens incorpreos destinados manuteno da com-
panhia ou exercidos com essa finalidade (Fundo de comrcio adquirido pela
organizao, Marcas e Patentes e Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento,
etc.). Esse grupo chamamos de Intangvel.
Assim, a partir do que a lei determina, e pelas prticas contbeis adotadas,
as contas de ativo podero ser representadas em seus respectivos subgrupos
da seguinte forma:
BALANO PATRIMONIALATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Caixa Bancos Clientes EstoquesAtivo No Circulante Realizvel a Longo Prazo Valores a Receber Emprstimos a Scios Investimentos Investimentos em Coligadas Obras de Arte Imobilizado Mquinas e Equipamentos Veculos Edificaes Intangvel Fundo de Comrcio Marcas e Patentes Gastos com P&D
Fonte: Elaborado pelo autor
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 30
As contas de Passivo e Patrimnio Lquido sero agrupadas de acordo com
seu vencimento, ou seja, primeiramente aquelas que devem ser pagas ou
liquidadas mais rapidamente, seguidas de forma destacada em outro grupo,
por aquelas que levaro um prazo maior para a quitao.
Primeiro, agruparemos as contas que sero pagas mais rapidamente, ou que
tero sua exigncia de pagamento imediata (Salrios a Pagar, Fornecedores,
Impostos a Pagar ou a Recolher, INSS a Pagar, etc.), sendo esse grupo cha-
mado de Passivo Circulante. A principal caracterstica a ser considerada para o ordenamento dessas contas nesse grupo, o fato de vencerem at o
final do exerccio social seguinte.
Em seguida, sero classificadas as contas que devero ser pagas em um
prazo mais longo (Financiamentos a Pagar, Emprstimos a Pagar, Imposto
de Renda e Contribuio Social Diferidos etc.). Esse grupo ser chamado de
Passivo No Circulante, e tem como principal caracterstica para organi-zao das contas, sua liquidao ocorrer em prazo superior ao trmino do
exerccio social seguinte.
Em terceiro lugar, sero organizadas e registradas as contas que praticamen-
te no sero pagas, representadas pelas obrigaes com os proprietrios ou
acionistas da organizao. Essas obrigaes so consideradas no exigveis,
pois no so cobradas pelos scios. Contudo, no significam que no sejam
pagas, visto que constituem-se uma obrigao, e estaro registradas no sub-
grupo chamado patrimnio lquido. Esse subgrupo estar dividido em:
a) Capital Social
b) Reservas de Capital
c) Ajustes de Avaliao Patrimonial
d) Reservas de Lucros
e) Aes em Tesouraria
f) Prejuzos Acumulados
Da mesma forma que o Ativo, a partir da Lei e de sua aplicao contbil, as con-
tas do Passivo podero ser representadas em seus subgrupos conforme segue:
e-Tec BrasilAula 4 Balano Patrimonial Grupos de Contas 31
BALANO PATRIMONIALATIVO PASSIVO
Passivo Circulante Fornecedores Salrios a Pagar Impostos a Pagar INSS a PagarPassivo No Circulante Exigvel a Longo Prazo Financiamentos a Pagar Emprstimos a Pagar IR e CS DiferidosPatrimnio Lquido Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliao Patrimonial Reservas de Lucros Aes em Tesouraria Prejuzos Acumulados
Fonte: Elaborado pelo autor
ResumoNessa aula foi apresentado o balano patrimonial de uma forma mais deta-
lhada, possibilitando interpretar de maneira mais fcil as contas que com-
pem cada grupo patrimonial, tanto Ativo quanto Passivo, e a relao entre
contas dentro do grupo, possibilitando a apresentao do Balano Patrimo-
nial mais adequada realidade da organizao.
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 32
Atividades de aprendizagem Dado as contas abaixo relacionadas da Empresa XYZ S/A, elabore o
Balano Patrimonial em 31/12/20X9:
CONTA DBITO
Caixa 220.000,00
Proviso para Devedores Duvidosos 6.000,00
Mveis e Utenslios 50.000,00
FGTS a Recolher 18.200,00
Dividendos a Pagar 98.000,00
Contribuio Social a Pagar 65.000,00
Depreciao Acumulada de Veculos 120.000,00
Estoque de Mercadorias 1.073.500,00
Banco Conta Movimento 327.500,00
Depreciao Acumulada de Mveis e Utenslios 15.000,00
Veculos 200.000,00
COFINS a Recolher 46.000,00
Salrios a Pagar 44.000,00
Imposto de Renda a Recolher 42.000,00
Capital Social 1.200.000,00
Lucros Acumulados 107.342,00
Reserva Legal 82.023,00
INSS a Pagar 12.500,00
Depreciao Acumulada de Mquinas e Equipamentos 30.000,00
Fornecedores 250.000,00
Financiamentos a Longo Prazo 364.935,00
Mquinas e Equipamentos 50.000,00
Marcas e Patentes 180.000,00
Duplicatas a Receber 400.000,00
Fonte: Elaborado pelos autores
e-Tec BrasilAula 4 Balano Patrimonial Grupos de Contas 33
e-Tec Brasil35
Aula 5 Provises Versus Reservas
Esta aula tem como objetivo aprofundar os conhecimentos e diferencia-
es sobre a utilizao pela contabilidade, da proviso e das reservas.
Provises so as estimativas que podem reduzir o Ativo ou aumentar o Passivo,
representadas pelas perdas do Ativo ou pelo aumento das obrigaes do Passivo.
Uma das caractersticas essenciais das Provises serem fundamentais durante a
elaborao dos registros contbeis a partir do Regime de Competncia.
5.1 Provises do ativoComo o patrimnio das empresas composto por bens e direitos classifica-
dos no Ativo, os seus valores reais so normalmente menores que os valores
registrados na contabilidade. Assim, h uma necessidade de se ajustar esses
valores contbeis o mais prximo da realidade, baseado nas provises.
Em se tratando de direitos, a situao que acontece com maior frequncia
o registro de Duplicatas a Receber dos clientes que dificilmente sero re-
cebidas, servindo de base para a constituio de uma proviso, chamada de
Proviso para Devedores Duvidosos. Esse nome em decorrncia jus-tamente de uma estimativa sobre os valores a receber dos clientes que no
acontecero. Dessa forma, o valor apresentado na contabilidade representa-
r o direito o mais prximo da realidade da empresa. Esta conta se diferencia
das demais contas do Ativo por ser de origem credora, sendo registrada em
conta prpria, logo abaixo da conta de Duplicadas a Receber ou Clientes, e
reduzindo assim o total do Ativo Circulante.
H ainda no Ativo Circulante a conta de estoques de mercadorias, muito
embora com menos frequncia, sofre o desgaste ou reduo de seu valor
em relao ao mercado. Quando o valor de registro contbil for superior ao
valor de custo de aquisio no mercado dessas mercadorias, essa diferena
representar uma perda para a empresa, e dever ser registrada como uma
proviso. A essa operao contbil denominamos de Proviso para Ajuste ao Valor de Mercado dos Estoques. Esta conta possui as mesmas carac-
tersticas da Proviso para Devedores Duvidosos, porm diretamente re-lacionada aos estoques, sendo relacionada (em caso de sua existncia), logo
aps a conta de Estoques.
No caso de bens do ativo, a situao mais comum so os valores representa-
dos pelos bens permanentes, registrados no Imobilizado. Os bens tangveis
da empresa perdem valor, seja pelo seu uso, pelo seu desgaste ou pela perda
de sua eficincia em produzir resultados, o registro contbil para essa perda
ser chamada de Depreciao Acumulada, em funo de ao longo do tempo, o valor registrado gradativamente se acumular. Mesmo havendo o
registro da depreciao acumulada pelo desgaste ou uso, a caracterstica do
registro dessa proviso dever ser feita em conta especfica no Ativo, dentro
do subgrupo Ativo No Circulante, e por sua vez, pertencer ao grupo me-
nor do Imobilizado. No Imobilizado, o que diferencia a conta de depreciao
das demais contas do Ativo, ela ser de caracterstica credora, ou seja, ela
fica em conta especfica, no Ativo, porm credora, reduzindo assim o poten-
cial valor do bem em funo do seu desgaste.
Ainda em se tratando de bens, os bens intangveis tambm sofrem reduo
pelo seu desgaste, pelo seu uso ou pela sua perda de eficincia em produzir
resultados, e ser registrado no Ativo de forma similar Depreciao, mas
ser chamada de Amortizao Acumulada. Se ainda fizer parte dos bens intangveis da empresa a explorao de recursos naturais ou minerais, estes
por sua vez devero tambm registrar a perda da capacidade produtiva, e a
conta ser chamada de Exausto Acumulada.
As proviso que reduzem o ativo so de caracterstica credora, j que os
saldos das contas de ativo so originariamente devedoras.
5.2 Provises do passivoQuando existe a possibilidade de serem estimadas algumas obrigaes, mes-
mo que elas ainda no tenham sido efetivadas, mas que ocorrero no mes-
mo exerccio social, elas devero ser registradas contabilmente, sendo os
casos mais comuns:
a) Proviso de Frias: Dever ser realizada uma proviso no passivo, ba-seada no direito adquirido pelo funcionrio para cada ms trabalhado,
sendo registrado base de 1/12 avos de frias, e seu pagamento ocorre-
r em momento adequado de acordo com a necessidade da empresa. A
contrapartida dessa proviso o registro de uma despesa, no grupo de
resultado, sendo que o valor reduzir o lucro da empresa.
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 36
b) Proviso para 13 Salrio: Dever ser constituda essa proviso no pas-sivo, tambm baseada no direito adquirido pelo funcionrio para cada
ms trabalhado, e seu registro ser de 1/12 avos, contudo, seu pagamen-
to ocorrer sempre ao trmino do exerccio social. A contrapartida dessa
proviso o registro de uma despesa, no grupo de resultado, reduzindo
assim o lucro da empresa.
c) Proviso para IR e CS: O Imposto de Renda e a Contribuio Social, se-ro registradas as duas provises no exerccio social e liquidada no exerc-
cio financeiro. Isso significa que em virtude do Regime de Competncia,
considera-se o IR e a CS no ano em que foi gerado, e seu pagamento no
ano seguinte.
5.2.1 ReservasAs reservas so valores que tem como caracterstica de origem, suas consti-
tuies baseadas no resultado positivo da atividade de uma empresa. Desse
resultado positivo, sero feitas as destinaes conforme a legislao deter-
mina. Essas destinaes no so valores que reduzem o patrimnio, mas
sim aumentam, como um fato positivo, j que compem o Capital Prprio
da companhia, ao contrrio das Provises, que aumentam as obrigaes no
passivo (Capital de Terceiros) ou diminuem do Ativo.
Reservas de Capital So aumentos ao Patrimnio Lquido da companhia,
mas normalmente gerados por terceiros e no originados das operaes da
empresa. Os casos mais comuns so:
a) gio Cobrado na Emisso de Novas Aes;
b) Doaes;
c) Subvenes para Investimentos.
Reservas de Incentivos Fiscais Decorrentes de Doaes ou Subvenes go-
vernamentais para Investimentos em Ativos.
Reservas de Lucro So as cotas constitudas pelo aproveitamento de lucros
da companhia, podendo ser:
a) Reserva Legal
b) Reserva Estatutria
c) Reserva para Contingncias
d) Reserva de Lucros a Realizar
e-Tec BrasilAula 5 Provises Versus Reservas 37
ResumoNesse captulo, tivemos a condio de estudar e compreender de forma sim-
ples, a definio e aplicao de uma proviso, podendo ela ser para reduo
do Ativo ou aumento do Passivo. A proviso do Ativo ser caracterizada pelo
registro em contas de origem credora, que reduziro os valores dos bens e
direitos do Ativo, seja do grupo Circulante ou No Circulante. Da mesma
forma, as provises do Passivo, serviro para aumentar as obrigaes devi-
das pela companhia. Esses aumentos podero ocorrer no grupo Circulante
ou No Circulante. E vimos ainda as Reservas, que tem como caracterstica
principal positiva o aumento do Patrimnio Lquido, e consequente aumento
do Capital Prprio.
Atividades de aprendizagem Faa uma pesquisa atravs de livros e da internet, e procure identificar,
alm dos exemplos apresentados sobre Provises do Ativo e Provises do
Passivo, outros exemplos que possam caracterizar cada um dos grupos
mencionados.
Anotaes
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 38
e-Tec Brasil39
Aula 6 Tratamento de receitas e despesas antecipadas
Este captulo tratar especificamente sobre os ajustes em contas de resul-
tado, baseado na ocorrncia de receitas e despesas antecipadas.
Para que os resultados dos exerccios apurados pelas empresas estejam de
acordo com os Princpios de Contabilidade, necessria a realizao de ajus-
tes nas contas de Receitas e Despesas. A partir dos registros contbeis e
elaborao dos relatrios, h a necessidade da realizao de ajustes mensais.
Contudo, alguns desses ajustes podem ser efetuados uma nica vez ao ano,
especificamente na apurao do resultado do exerccio, ao final do ano.
A partir da Resoluo do CFC No. 750/93, que estabelece os sete princpios
de contabilidade, o princpio da competncia trata do tema das receitas e
despesas: ... as receitas e despesas devem ser reconhecidas na apurao do
resultado do perodo a que pertencerem e de forma simultnea quando se
correlacionarem. As despesas devem ser reconhecidas independentemente
do seu pagamento e as receitas, somente quando de sua realizao.
Dessa forma, as despesas sero reconhecidas pela contabilidade no exerccio
que foram geradas, sejam elas pagas ou no; as receitas sero reconhecidas
no exerccio ou momento de sua realizao (gerao), quer tenham sido
recebidas ou no. Baseado nessas premissas do Princpio da Competncia,
estaremos apresentando algumas informaes pertinentes a ajustes em con-
tas de Despesas e Receitas.
6.1 Ajustes em contas de despesasNas contas de Despesas, as ajustes devem ser realizados para reconhecer
tanto as despesas geradas no ms (ou ao ano) mesmo que no pagas, bem
como para as despesas que tenham sido pagas por antecipao antes de
serem reconhecidas.
H despesas geradas dentro do ms, mas que sero pagas somente no ms
seguinte ou perodo futuro. As mais comuns so:
a) Despesas com a folha de pagamento (salrios, contribuies de previdn-cia, FGTS etc.);
b) ICMS sobre vendas;
c) PIS sobre faturamento;
d) COFINS sobre faturamento;
e) Aluguis, etc.
A apropriao dessas despesas feita debitando-se uma conta de despesa
que represente o referido encargo, e creditando-se uma conta que represen-
te a respectiva obrigao.
As contas que representam as despesas no grupo de resultado, podem ser:
a) Salrios,
b) Contribuies de Previdncia, FGTS;
c) ICMS sobre Vendas;
d) PIS sobre Faturamento;
e) COFINS;
f) Despesas de Aluguis, etc.
As contas que representam as Obrigaes no grupo do passivo, podem ser:
a) Salrios a pagar;
b) Contribuies de Previdncia a Recolher;
c) FGTS a Recolher;
d) ICMS a Recolher;
e) PIS sobre Faturamento a Recolher;
f) COFINS a recolher;
g) Aluguis a Pagar, etc.
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 40
6.1.1 Despesas Incorridas e No PagasPara melhor compreender esse contedo, segue a exemplificao abaixo:
Suponhamos que o aluguel do perodo onde est instalada a empresa, re-
ferente ao ms de agosto, no valor de R$3.000, deva ser pago no dia 05 de
setembro, de acordo com o contrato de locao.
No dia 31 de agosto, contabilmente ser feito o registro da apropriao da
referida despesa atravs do seguinte lanamento:
D Despesas de Aluguis
C Aluguis a Pagar
Pela apropriao do aluguel ref. ao ms de agosto a ser pago em 05/09/XX 3.000,00
A partir do referido lanamento contbil, ficar apropriada a despesa de alu-
guel referente ao ms de agosto, dentro do ms de sua gerao. Da mesma
forma, ficou registrada um lanamento a crdito, na conta Aluguis a Pagar
no Passivo pelo registro da obrigao, em funo do pagamento s ocorrer
no dia 05 do ms seguinte.
6.1.2 Despesas Pagas AntecipadamenteAs despesas que forem pagas antecipadamente, mas pertencerem a outro
perodo contbil, devero ser registradas em contas do Ativo Circulante. Sua
apropriao (reconhecimento) dever ser feita at o ltimo dia do ms do
exerccio de atividade, debitando-se uma conta de Despesa e creditando-se
uma conta do Ativo Circulante que tenha registrado anteriormente, o paga-
mento da despesa antecipada.
A mais comum dessas despesas a Despesa com Seguro, sendo registrada
no dia do pagamento, debitando-se a conta Prmios de Seguro a Vencer e
creditando-se o pagamento por Caixa ou Banco. A partir da; mensalmente,
ou no ltimo dia do ano, dever ser apropriada a importncia corresponden-
te despesa do ms ou do ano.
Exemplo: Suponhamos que no dia 4 de julho a empresa tenha efetuado um pagamento no valor de R$36.500 para a Companhia Seguradora, referente
a seguro contra incndio, pelo perodo de um ano. (Geralmente, os seguros
contra incndio so feitos pelo perodo de um ano, isto , uma vez que paga
a despesa de seguro, o Patrimnio segurado fica coberto contra o risco du-
rante 365 dias.)
e-Tec BrasilAula 6 Tratamento de receitas e despesas antecipadas 41
Assim, no dia 4 de julho, a empresa efetuou o seguinte registro no livro
Dirio:
D Prmios de Seguro a Vencer
C Caixa (ou Bancos ou outra conta)
Pagamento Companhia Seguradora X, referente aplice de
Seguro n. x, cobertura contra incndio pelo perodo de 1 ano 36.500
A conta debitada (Prmios de Seguro a Vencer) Conta do Ativo Circulan-
te que registra a despesa paga antecipadamente. Ao final de cada ms, a
empresa dever apropriar o valor da despesa de seguro do referido ms,
debitando uma conta que representa a despesa de seguro, no grupo de
resultado, e creditando a Conta do Ativo Circulante que registrou a despesa
paga antecipadamente.
Para se conhecer o valor da despesa de seguro de cada ms, feito o se-
guinte clculo: divide-se o valor da despesa paga por 365 dias, obtendo-se,
assim, o valor da despesa de seguro correspondente a um dia. A partir da,
basta multiplicar o nmero de dias do ms pelo valor da despesa diria para
se conhecer o valor a ser apropriado naquele ms.
Se a apropriao for feita somente no final do ano, basta multiplicar o n-
mero de dias contados a partir do dia do pagamento da despesa (4 de julho)
at o ltimo dia do ano (31 de dezembro) pelo valor dirio do seguro. Veja:
R$36.500 = R$100,00 por dia 365 dias
180 dias x R$100,00 = R$18.000,00
Esses R$18.000,00 sero considerados como despesa desse exerccio.
Assim, a contabilizao a seguinte:
D Despesas Prmios de Seguro
C Prmios de Seguro a Vencer Pela apropriao de despesa de seguro referente ao
Perodo de 4 de agosto a 31 de dezembro 15.000
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 42
Veja a posio das contas envolvidas nos respectivos Razonetes, antes do
lanamento:
A posio aps o lanamento acima :
A conta debitada (Prmios de Seguro) conta de Despesa Operacional do
exerccio, cujo salrio ser transferido para a conta Resultado do Exerccio,
no momento da apurao do Resultado Lquido.
A conta creditada (Prmios de Seguro a Vencer) conta que registra o va-
lor da despesa diferida (antecipada) que passar para o exerccio seguinte,
referente aos 185 dias que restam para o vencimento do seguro (de 1 de
janeiro a 3 de julho).
6.2 Ajustes em Contas de ReceitasOs ajustes nas Contas de Receitas devero ser feitos para registrar tanto as
receitas realizadas (geradas) e no-recebidas, como as recebidas e ainda no-
-realizadas.
e-Tec BrasilAula 6 Tratamento de receitas e despesas antecipadas 43
6.2.1 Receitas Realizadas (geradas/ganhas) e No Recebidas
Para apropriao das receitas geradas e ainda no recebidas, dever ser feito
um lanamento a dbito de uma conta do Ativo, que represente o respectivo
direito (Ex.: Duplicatas a Receber, Aluguis a Receber, etc.), e um lanamento
a crdito em uma conta que represente a respectiva receita (Ex.: Vendas de
Mercadorias, Aluguis Ativos, etc.).
Exemplo: A empresa tem um imvel alugado para o Sr. Joaquim. Segundo consta no contrato de locao, o pagamento do aluguel do ms ser sempre
no dia 10 do ms seguinte. Dessa forma, o aluguel do ms de dezembro,
que de R$4.000 e deve ser recebido no dia 10 de janeiro do ano seguinte,
ser registrado no dia 31 de dezembro conforme o seguinte lanamento:
D Aluguis a Receber
C Receitas de Aluguis Ativos Pela apropriao do aluguel ref. ao ms de
Dezembro, a ser recebido em 10 de janeiro p.f. 4.000
A partir desse lanamento, a receita ser registrada no valor de R$4.000
no ms de sua realizao (dezembro). Como a respectiva receita ser rece-
bida somente no dia 10 do ms seguinte, foi debitada a conta Aluguis a
Receber, que representa um direito da empresa, e foi creditada a conta de
Receitas de Aluguis Ativos, no resultado.
6.2.2 Receitas Recebidas AntecipadamentePara entender essa operao, ser apresentado um exemplo:
No dia 19 de dezembro, a empresa recebeu a importncia de R$10.000 de
aluguis referentes ao ms de janeiro do ano seguinte. Para essa situao,
no dia 19 de dezembro, data do recebimento da receita antecipada, ser
realizado o seguinte registro contbil:
D Caixa
C Aluguis Ativos a Vencer Recebido nesta data, referente ao aluguel de janeiro do
Ano seguinte 10.000
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 44
Com esse lanamento, a importncia recebida de R$10.000 ficar registrada
na conta Caixa. A receita ser creditada na conta Aluguis Ativos a Ven-
cer, no grupo do passivo, representando uma receita antecipada, no sendo
considerada para a apurao do resultado do ano em questo. No ms de
janeiro do ano seguinte, quando a referida receita estiver realizada, ser feita
a respectiva apropriao atravs do seguinte lanamento:
D Aluguis Ativos a Vencer
C Receitas de Aluguis Ativos Pela apropriao da receita recebida antecipadamente 10.000
Com esse lanamento, feito no ms da realizao da receita (janeiro do ano
seguinte), houve um lanamento a crdito da conta Receita de Aluguis Ati-
vos, sendo feito o reconhecimento da receita no ms de sua competncia. O
dbito na conta Aluguis Ativos a Vencer, registrado em funo da baixa na
respectiva conta, do valor registrado como receita recebida antecipadamente.
ResumoAtravs do contedo nesse captulo, foi apresentado o registro de receitas e
despesas, recebidas e pagas antecipadamente, bem como tambm receitas
e despesas reconhecidas (geradas), mas sem o recebimento ou o pagamento
antecipado, observando assim o princpio da competncia, de acordo com a
Resoluo No. 750/2003 do CFC. Tambm foram apresentados exemplos das
respectivas operaes contbeis para melhor compreender o mecanismo des-
ses registros na contabilidade.
e-Tec BrasilAula 6 Tratamento de receitas e despesas antecipadas 45
Atividades de aprendizagem Uma empresa comercial, efetuou a contratao de um seguro, para a
cobertura de seu prdio, por um perodo de 1 ano. Esta contratao
ocorreu no ms de maro de 20x8, pelo valor total de R$24.000,00, sen-
do que ela efetuou o pagamento do seguro antecipadamente, atravs
do Banco.
Efetue os respectivos lanamentos contbeis de seguro para o ano de 20x8, e aps responda a seguinte pergunta: Qual o valor do seguro que
ficar a apropriar no ano de 20x9?
Anotaes
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 46
e-Tec Brasil47
Aula 7 Aspectos do Endividamento
O objetivo dessa aula compreender a utilizao do capital de terceiros
no financiamento da atividade empresarial.
Para a organizao, pode ser mais cmodo e prtico a opo em contrair d-
vidas de longo prazo em relao as de curto prazo, visto que com um prazo
maior, poder se planejar tanto em relao ao pagamento das dvidas, quan-
to a gerao de recursos para liquidao dessas obrigaes de longo prazo.
Contudo, nem sempre fcil para as organizaes a obteno de recursos fi-
nanceiros de longo prazo, ainda mais voltados a utilizao operacional como
Capital de Giro (Ativo Circulante). Na grande maioria de vezes, as empresas
optam por emprstimos em longo prazo para a aquisio de bens perma-
nentes, e atravs desses bens permanentes, geram recursos de forma mais
lenta, do que a aplicao imediata em Capital de Giro. Isso significa que os
montantes de recursos adquiridos longo prazo so maiores que os recursos
destinados ao Ativo Circulante.
De acordo com o tipo de atividade operacional de uma organizao, h uma
preocupao em adquirir dvidas curto prazo e no a longo prazo, visto que
tal ao poder gerar benefcios imediatos que possam satisfazer s necessida-
des de curto prazo. Entretanto, recomenda-se que a empresa procure ampliar
suas dvidas longo prazo, reduzindo as de curto prazo, mesmo sendo essa
uma tarefa difcil, visto que com a opo por obrigaes de longo prazo, a
organizao poder planejar-se melhor, investindo adequadamente seus re-
cursos tanto em bens permanentes, quanto em Capital de Giro, e assim apre-
sentando o que pode-se chamar de endividamento de qualidade.
7.1 Principais Dedues do AtivoA partir das informaes geradas pelas atividades operacionais da empresa
e registradas na contabilidade, poderemos encontrar contas que reduziro o
montante total do Ativo, sendo estas contas chamadas de Dedutveis. Como
o Ativo subdividido em Circulante e No Circulante, veremos as principais
contas dedutveis de cada subgrupo.
Ativo circulante: Na conta Duplicatas a Receber (ou Clientes) encontram-se duas dedues:
a) A parcela estimada pela empresa que no ser recebida em virtude dos maus pagadores, devendo esse valor ser diminudo do total da conta Du-
plicatas a Receber. A esse valor dedutvel, receber o nome de proviso para devedores duvidosos, e seu valor dever ser registrado com base na expectativa de perda.
b) A parcela das Duplicatas a Receber que forem negociadas com instituies financeiras (Bancos), com o objetivo de antecipao de recursos financeiros
daqueles ttulos, dever ser diminuda da conta de Duplicatas a Receber, e
a esse valor diminudo receber o ttulo de duplicatas descontadas.
Ativo no circulante: J no subgrupo Imobilizado e Intangvel, encontram-se
as seguintes dedues:
a) Imobilizado: com o passar do tempo, em decorrncia do uso, os bens sofrem desgaste e perdem sua capacidade funcional produtiva. Esse des-
gaste ou perda vai acumulando-se, de forma aproximada, baseado na
legislao do Imposto de Renda em seus artigos 305 a 323, no qual so
estabelecidas as taxas anuais de desgaste de acordo com a caractersti-
ca do bem permanente. Os valores referentes a essa perda devero ser
registrados em conta especfica chamada DEPRECIAO ACUMULADA,
que por sua vez ser subtrada do Imobilizado.
b) Intangvel: nesse subgrupo, ser registrada a perda (parcial ou total) da capacidade dos gastos dessa categoria, em trazer benefcios futuros para
a organizao. Da mesma forma que o Imobilizado, o Intangvel possuem
uma vida til definida, sendo que a perda dessa capacidade de resultados
futuros dever ser registrada em conta especfica, dedutvel do subgrupo
Intangvel, classificada como AMORTIZAO ACUMULADA.
7.2 Principais Dedues do Patrimnio LquidoDa mesma forma que o Ativo, o Patrimnio Lquido tambm possui contas
que reduziro o montante total tanto do PL como do Passivo, e que tambm
recebem o nome de Dedutveis. Como principais contas redutoras do Passi-
vo, podemos destacar:
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 48
Patrimnio lquido: Como principais contas, podemos destacar:
a) Capital Social a Integralizar: Representa o montante (valores ou bens) investido pelos scios na sociedade, sendo a parcela no integralizada
(no realizada) registrada em conta especfica redutora do capital social.
Essa conta denominada CAPITAL A INTEGRALIZAR.
b) Prejuzos Acumulados: A partir da vigncia da Lei 11.638/07, com a extino da apresentao do saldo da conta de Lucros Acumulados no
Balano, em havendo resultado positivo da atividade, esse dever ser
destinado constituio de reservas de lucros ou pagamentos de divi-
dendos. Contudo, no caso de resultado negativo, esse dever aparecer
no Balano Patrimonial, com o saldo negativo, reduzindo assim o mon-
tante do Patrimnio Lquido e do Passivo total. Essa conta ser denomi-
nada de PREJUZOS ACUMULADOS.
ResumoAtravs deste captulo foi possvel tratar do capital de terceiros no contexto
endividamento de curto e longo prazo. Tambm foi trato de contas reduto-
ras, sejam elas de ativo e passivo, sendo essas contas responsveis por repre-
sentar a reduo do montante total dos grupos patrimoniais principais, em
funo de perspectivas de valores no recebidos, ou do desgaste de bens,
ou ainda pela no realizao de investimento de capital prprio ou resultado
negativo da atividade operacional.
Atividades de aprendizagem Pesquise atravs da internet ou de relatrios impressos, o balano patri-
monial de empresas que publicam esse demonstrativo contbil, e identi-
fique a composio do endividamento dessa companhia, bem como as
contas redutoras de Ativo e Passivo.
e-Tec BrasilAula 7 Aspectos do Endividamento 49
e-Tec Brasil51
Aula 8 Situao financeira
Nesta aula o aluno ser conduzido a sintetizar as contas patrimoniais de
uma entidade contbil, dando um sentido financeiro de analise da situ-
ao patrimonial.
8.1 O que Balano Patrimonial?A palavra balano decorre do equilbrio: Ativo Passivo + Patrimnio Liqui-
do, ou da igualdade: Aplicaes = Origens. Parte-se da ideia de uma balana
de dois pratos, onde sempre encontramos a igualdade. Mas em vez de se
denominar balana (como balana comercial...) denomina-se balano.
O termo patrimonial tem origem no patrimnio da empresa, ou seja, conjun-
to de bens, direitos e obrigaes. Da chamar-se patrimonial.
Juntando-se ambas as palavras, obtm-se balano patrimonial, equilbrio do
patrimnio, igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o balano evidencia a
situao patrimonial da empresa em determinada data.
Fonte: Texto extrado do livro Contabilidade Bsica 10 Edio, Jos Carlos Marion, p. 61.
8.2 Comentrios da estrutura financeira Ao observar a estrutura de um Balano Patrimonial ou Demonstraes Fi-
nanceiras, como queiram interpretar percebe-se trs grupos de contas em
destaque, Ativo, Passivo e Patrimnio Liquido e suas subdivises tambm de
forma macro como Ativo Circulante e No Circulante, Passivo Circulante e
No Circulante.
Figura 8.1: Ativo, Passivo e Patrimnio LiquidoFonte: Elaborado pelo autor
Isto faz um grande sentido se olharmos para estes grupos na percepo de
investimento ou de investidores.
Para refletir
Onde esta os bens de uma empresa, no Ativo ou no Passivo?
Ou
De onde vieram os recursos financeiros para a aquisio destes bens?
Balano Patrimonial
ATIVOS BENS + DIREITOS
PASSIVO(Capital de Terceiros)
PATRIMNIO LQUIDO(Capital Prprio)
baseado nestes pontos que comeamos a delinear sobre o assunto, o confronto
entre o Ativo e Passivo resulta na avaliao da Situao Financeira da empresa.
Tabela 8.1: Balano Patrimonial Modelo (perodo de apurao 30 dias)BALANO PATRIMONIAL
31/12/2010EMPRESA MODELO LTDACNPJ 05.666.777/0001-88
ATIVO PASSIVO
Circulante R$187.162,60 Circulante R$114.297,18
Disponvel R$54.607,37 Fornecedores R$60.280,00
Caixa R$6.890,23 Icms a Recolher R$17.793,60
Bancos R$18.358,69 IR a Recolher R$1.779,36
Aplicao de Liquidez Imediata R$29.358,45
Salrios a Pagar R$12.980,00
Crditos R$53.197,23 Encargos Sociais a Recolher R$1.352,00
Clientes R$45.697,23 Emprstimos Bancrios R$9.850,00
(-) Prev. Devedores Duvidosos R$3.500,00 Contas a Pagar R$4.850,00
Adiantamentos R$1.200,00
Aluguel Ant. Janeiro/2011 R$2.800,00 Pis s/ Faturamento a Recolher R$963,82
Cofins s/ Faturamento a Recolher R$4.448,40
Estoques R$79.358,00
Mercadorias para Revenda R$79.358,00 No Circ. R$292.805,06
Financiamentos R$258.860,12
No Circulante R$753.333,68 Ttulos a Pagar R$33.944,94
Realizavel a Longo Prazo R$37.200,00
Impostos a Recuperar R$3.200,00 Patrimnio Liquido R$533.394,04
Adiantamento a Scios R$12.000,00 Capital Social R$500.000,00
Emprstimos a Coligadas R$22.000,00 Capital Subscrito R$500.000,00
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 52
(-) Capital a Integralizar R$ -
Investimentos R$135.000,00 Reservas de Lucros R$ -
Imveis para Renda R$75.000,00 Reserva Legal R$ -
Participaes Societrias R$25.000,00
Imveis para Futura Utilizao R$35.000,00 Lucros ou Prejuzos Acumulados R$33.394,04
Lucros Acumulados (Conta Transitria) R$33.394,04
Imobilizado R$346.133,68 ( - ) Prejuzos Acumulados R$ -
Veculos R$22.350,00
(-) Depreciao Acumulada -R$372,50
Mveis e Utenslios R$7.900,00
(-) Depreciao Acumulada -R$65,83
Equipamentos Eletrnicos R$6.980,00
(-) Depreciao Acumulada -R$116,33
Edifcios R$130.000,00
(-) Depreciao Acumulada -R$541,66
Terrenos R$180.000,00
Intangvel R$235.000,00
Fundo de Comrcio R$220.000,00
Marcas R$15.000,00
TOTAL R$940.496,28 TOTAL R$940.496,28
Fonte: Elaborado pelo autor
8.3 Aps conhecer a estrutura financeiraMuito Bem, agora que voc j esta na fase de tato com o Balano Patrimo-
nial existe outro relatrio ou pea contbil que voc j estudou na Contabili-
dade que se chama DRE ou Demonstrao do Resultado do Exerccio.
Tabela 8.2: Demonstrao do Exerccio Modelo (perodo de apurao 30 dias)DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCICIO (DRE)
31/12/2010EMPRESA MODELO LTDACNPJ 05.666.777/0001-88
Receita Bruta R$ 148.280,00
Vendas Mercadorias R$148.280,00
(-) Dedues da Receita Bruta
Vendas Canceladas R$ -
Abatimentos R$ -
Impostos e Taxas R$23.205,82
ICMS s/ Faturamento R$17.793,60
PIS s/ Faturamento R$963,82
COFINS S/ Faturamento R$4.448,40
e-Tec BrasilAula 8 Situao financeira 53
Receita Liquida R$125.074,18
(-) Custo das Mercadorias Vendidas
R$54.545,45
CMV R$54.545,45
Lucro Bruto R$70.528,73
(-) Despesas Opera-cionais
R$33.753,91
Despesas de Vendas R$7.522,14
Salrios R$7.522,14
Comisses R$3.761,07
Propaganda/Publicidade R$2.450,00
Marketing R$189,00
Proviso para devedores Duvidosos
R$3.500,00
Despesas Administrativas R$16.331,70
Honorrios Administrativos R$4.500,00
Salrios e encargos R$6.980,00
Aluguis escritrio R$2.800,00
Materiais de Escritrio R$890,00
Depreciao R$1.096,32
Assinaturas de Jornais R$54,80
Despesas diversas R$10,58
Lucro Operacional R$36.774,82
Receitas No Operacionais
R$ -
Despesas No Operacionais
R$ -
Lucro Antes do Imposto de renda
R$36.774,82
Imposto de Renda e Contribuio Social
R$3.380,78
IRPJ s/ Faturamento R$1.779,36
CSSL s/ Faturamento R$1.601,42
Lucro Depois do Imposto de Renda
R$33.394,04
Participaes
Empregados R$ -
Administrao R$ -
Lucro Lquido R$33.394,04
Fonte: Elaborado pelo autor
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 54
Algumas definies j devem estar bem claras, como exerccios (traduzidos a
um perodo normalmente de doze meses) normalmente ano civil.
Mas existem perodos nos quais podemos utilizar o DRE como base de ana-
lise, como ms ou meses, analise trimestral ou semestral ou anual (caso de
um exerccio).
Na DRE o aluno j dever ter observado que existem vrios nomes dado a
receita e vrios grupos de despesas, e isto se traduz em leitura financeira,
mas olhando de forma macro, observa-se que temos dois itens: Receitas e
Despesas o que resulta no lucro ou prejuzo do perodo, tambm conhecido
como o resultado econmico.
Observe que em nosso exemplo temos uma receita no ms de R$148.280,00 e um Lucro Liquido de R$33.394,04
Para Refletir
Sobre a Estrutura Financeira:
Pergunta. Todas as despesas foram pagas? Todas as Receitas foram rece-
bidas?
A resposta esta no principio da competncia que considera receitas e des-
pesas do perodo independentemente do pagamento das despesas ou do
recebimento das receitas.
Nota! Na contabilidade ou no Balano Contbil no podemos confundir des-
pesas pagas com despesas do perodo, pois consideramos as despesas do
perodo independentemente de seu pagamento, bem como as receitas inde-
pendentemente do seu recebimento, o famoso Principio da Competncia.
Alguns segmentos de mercado com alto giro de seus ativos circulantes pode-
r ser desconsiderado o regime de competncia e utilizar o regime de caixa,
no entanto no aconselhvel tendo em vista que o regime de caixa trata
apenas de recebimento e pagamento, no levando em considerao despe-
sas no monetrias, como por exemplo, depreciao, perdas involuntrias
(estoque) e provises mensais que possuem reflexos financeiros somente em
alguns perodos do ano, como 13 salrio.
e-Tec BrasilAula 8 Situao financeira 55
8.4 Situao Financeira 1. Balano Patrimonial (Ativo e Passivo)
a) Evidencia a situao patrimonial da empresa;
I. Recursos e Aplicaes, sendo que o Ativo representa a Aplicao dos Recursos, e o Passivo a Origem dos Recursos.
1. Aplicao dos recursos esta subdividida em itens que possuem giro rpi-do como por exemplo estoque, clientes, etc.
2. Aplicao dos recursos que no possuem giro ou tem carter de investimentos permanentes, Equipamentos, terrenos, participao em outras sociedades.
b) Funo de indicador da Situao Financeira da Entidade;
I. possvel analisar o confronto entre os grupos do Ativo e os Grupos do Passivo e ter uma base dos indicadores financeiros, balizados pela pro-
priedade dos bens de aplicao (Ativo) e a urgncia do pagamento dos
recursos (Passivo).
c) A capacidade de pagamento da empresa.
I. O Simples confronto do Ativo Circulante e Passivo Circulante, grupos que tem a mesma propriedade de aplicao e recursos, poder ser um
indicador financeiro de capacidade de pagamento.
1. Exemplo simplrio: Suas despesas mensais versus seu ganho mensal. (Observe que neste momento muitas dvidas podem surgir, como o que
despesa e investimento), desta mesma forma existem vrios indicado-
res financeiros onde grupos so considerados e outros no, indicadores
relevantes ou irrelevantes.
8.5 Ativo Circulante (AC) e Passivo Circu-lante (PC)
Comparao entre AC e PC propicia uma viso panormica da Situao Fi-nanceira da empresa em curto prazo ou no perodo do ciclo operacional.
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 56
Ativo Circulante (AC)
Disponvel
Dinheiro, algumas aplicaes de saques imediatos e depsitos em conta
bancria.
Estoques - Futuro dinheiro ( necessrio vender a vista ou a prazo).
Duplicatas a Receber
Quase dinheiro (possui um tempo aps a venda para receber);
Recursos financeiros
Utilizados para fazer s dvidas da empresa, Passivo Circulante, so retirados
do Ativo Circulante (caixa e bancos e poltica de venda a prazo).
Se o Ativo Circulante for menor que o Passivo Circulante
Normalmente a empresa comercial ou industrial ter dificuldade em solver
seus compromissos;
Sua Situao Financeira no boa.
Da relao do Ativo Circulante com o Passivo Circulante obtm-se o ndice de Liquidez Corrente.
Liquidez Corrente, geralmente, ideal que seja > 1, isto , AC > PC.
e-Tec BrasilAula 8 Situao financeira 57
Importante: Outras anlises financeiras podem ser elaboradas, procure em qualquer livro de administrao financeira um capitulo sobre analise finan-
ceira de balanos e poder observar vrias formulas e suas concluses.
ResumoNesta aula observamos os grupos principais das demonstraes financeiras,
uma simples comparao dar uma viso da situao financeira da empresa,
o compromisso dos bens em circulao versus as obrigaes financeiras. Os
comparativos podem ser compostos dos mais diversos encontros com o Ati-
vo e Passivo, por exemplo, sem o estoque dependendo da sua rotatividade
ou contas a receber, cada empresa tem uma composio patrimonial que
dever ser analisada de forma particular.
Atividades de aprendizagem Qual a situao financeira da empresa do nosso Balano Patrimonial (Em-
presa Modelo)? Faa um comentrio? (pginas: 53 e 54)
Anotaes
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 58
e-Tec Brasil59
Aula 9 Situao econmica
Nesta aula o aluno ter o entendimento da composio do passivo, o que
capital prprio e capital de terceiros, a sua relao e a implicncia na
situao financeira da empresa.
9.1 Comparao entre fontes de recursos A comparao Capital de Terceiros com o Capital Prprio revela o grau de en-
dividamento da empresa. Quanto maior for o Capital de Terceiros, maior ser o
endividamento da empresa, ou melhor, mais comprometida a situao financeira.
(Passivo Circulante + Passivo No Circulante)/Patrimnio Liquido, revela a
composio dos recursos na empresa.
Dada as fontes de recursos da empresa sendo elas prprias ou de terceiros,
representados pelo Passivo e Patrimnio Liquido a soma destes recursos o
valor do Ativo, ou seja, o total das aplicaes.
Balano Patrimonial
ATIVOS BENS + DIREITOS
PASSIVO(Capital de Terceiros)
PATRIMNIO LQUIDO(Capital Prprio)
9.2 Capital de terceirosVoc neste momento dever estar imaginando se um funcionrio capital
de terceiro, por outro lado este mesmo funcionrio trabalha trinta dias e so-
mente aps que estar recebendo pelos seus servios, logo ele, financiou
a empresa neste perodo e isto caracteriza como sendo um terceiro, pois
financia a atividade da empresa.
Outro exemplo mais caracterstico sobre o capital de terceiro se diz respeito
aos fornecedores, estes possuem um grau de maior relevncia na empresa,
pois a poltica de compra que define na maioria dos casos a necessidade
de capital de giro ou a poltica de venda.
Assim, cada conta do Passivo Circulante nos mais diversos ttulos que tem
cunho de financiamento das atividades da empresa em sua essncia, capi-
tal de terceiro.
Capital Prprio (Patrimnio Liquido ) em relao ao Capital de Tercei-ros (Passivo Circulante e Passivo No Circulante)
O Capital prprio so os recursos iniciais dados pelos scios, mais os lucros
acumulados retidos e outras reavaliaes dos bens e direitos, isto definindo
de forma sinttica.
9.3 Fortalecimento do Patrimnio Liquido x Capital Terceiros
A principal fonte o lucro quando a empresa possui um resultado posi-
tivo e expressivo, naturalmente que h um fortalecimento no capital uma
vez que este for aplicado no Ativo, gera menos dependncia de capital de
terceiros.
Constante obteno de resultado positivo
Contribui para uma situao econmica mais slida, a constncia de apli-caes do resultado positivo (lucro), leva a uma menor dependncia de
capital de terceiros que possui um custo liquido e certo para a empresa
no financiamento de suas atividades;
No se torna vulnervel a qualquer revs que possa ocorrer no dia a dia;
Quanto mais composto de capital prprio, menos vulnervel se torna a empresa oscilaes de mercado;
O oposto tambm uma realidade;
O Prejuzo constante de uma empresa silencioso, vai diminuindo seus bens se percebido pelos seus gestores, pode at mesmo estar em uma
situao financeira favorvel no curso prazo, no entanto ao longo dos
anos torna-se invivel pela constncia de prejuzos;
Um exemplo simples, mas que ira dar um entendimento exponencial, quan-
do voc pega um emprstimo para comear a pagar daqui a seis meses, voc
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 60
ter capital de sobra em mos (situao financeira boa), no entanto quando
comear a pagar sua dvida e no ganha o suficiente para arcar com a pres-
tao a tendncia sua de endividar-se ou se desfazer de bens para arcar
com o compromisso.
Na h dvida de que o bom e constante lucro ser o fator de equilbrio e
fortalecimento da situao econmica da empresa.
9.4 Lucro Todo lucro obtido pela empresa pertence aos proprietrios;
Cabe uma pergunta! De quem a empresa? obvio que a empresa pertence
aos seus proprietrios ou proprietrio, logo o lucro da empresa pertence aos
seus donos, a opo de aplicar parte deste lucro na empresa dos scios.
O lucro no distribudo aos proprietrios, fortalece a situao de econ-mica da empresa, isto , a empresa se fortalece. Essa parcela se incorpora
ao Capital Prprio. Numa situao de continuidade, sem a distribuio,
pertence empresa;
Se o patrimnio lquido apresentar crescimento em proporo menor que o
Capital de Terceiros, durante vrios perodos, a situao econmica da em-
presa tende a enfraquecer.
Ativo Passivo + PL
Aplicao Capital de Terceiros (CT)
Aplicao Capital Prprio
Aplicao Origens
Fonte: Elaborado pelos autores, baseado no modelo de Marion (2009, p.89)
Sem dvida nenhuma, a principal origem de recursos para as empresa o
lucro obtido no negcio. importante ficar bem claro que o lucro obtido
pela empresa no pertence a ela, mas aos seus proprietrios (scios ou acio-
nistas), pois so eles que correm o risco do negcio.
e-Tec BrasilAula 9 Situao econmica 61
ResumoNesta aula o destaque foi a composio do capital prprio e capital de ter-
ceiros para obter uma viso econmica, cada empresa tem uma composio
patrimonial que dever ser analisada de forma particular, tendo em vista que
objeto social da empresa que define sua composio de capital.
Atividades de aprendizagem Qual a razo para um funcionrio ser considerado Capital de Terceiro e
no Capital Prprio na empresa?
Anotaes
Contabilidade Empresariale-Tec Brasil 62
e-Tec Brasil63
Aula 10 Regimes de contabilidade
Nesta aula o foco principal o Regime de Competncia e o Regime de
Caixa, de extrema importncia o Administrador desvincular o resultado
econmico (lucro contbil) do fluxo financeiro (dinheiro em caixa).
10.1 O caso da Rolls Royce O nome Rolls Royce deveria estar sempre no pensamento de todos os em-presrios, pois quando essa empresa quebrou espetacularmente em 1973,
e teve de ser socorrida pelo governo, estava na verdade trabalhando com
lucro. Ela apenas no tinha liquidez (no tinha caixa), e os bancos no se dis-
puseram a emprestar mais. Se isto aconteceu com uma das empresas mais
famosas e tradicionais do mundo, pode muito bem facialmente acontecer
com sua empresa.
Fonte: Finanas para o pequeno empresrio, Cap. 3. p. 84
10.2 Apurao do resultado
REGRAS REGRAS
BALANO PATRIMONIALATIVO PASSIVO e PL
xxx1 xxx0 xxx1 xxx0
AC PC
ANC PNC
PL
TOTAL TOTAL
DEMONSTRAO DO RESULTADO
(+) Receita xxxxxx
(-) CMV (xxxxx)
(-) Despesas (xxxxx)
(-) Impostos (xxxx)
(=) Resultado (xxxx)
Figura 10.1: Princpios Bsicos Contbeis relativos DREFonte: Marion (2009, p.102)
A cada exerccio social (normalmente, um ano) a empresa deve apurar o
resultado dos seus negcios. Para saber se obteve lucro ou prejuzo, a conta-
bilidade confronta a receita (vendas) com as despesas. Se a receita foi maior
que a despesa a empresa teve lucro. Se a receita foi menor que a despesa,
teve prejuzo.
Fonte: Contabilidade bsica 10 - Jose Carlos Marion p. 86
A apurao do resultado realizada de forma independente em cada pero-
do, evidenciado na Demonstrao do Resultado do Exerccio- DRE, ordenado
em Receitas e Despesas para facilitar a tomada de deciso.
A Lei das Sociedades por Aes (LSA) estabelece que a escriturao da em-
presa ser mantida em registros permanentes, com obedincia aos preceitos
da legislao comercial e da LSA e aos Princpios Contbeis Geralmente Acei-
tos (PCGA), devendo observar mtodos ou critrios contbeis consistncia
uniformes no tempo e registrar as mudanas do patrimnio segundo o
regime de Competncia.
De maneira geral, atravs da apurao do resultado pode-se verificar se o
maior objetivo da empresa foi atingido, ou seja, se os benefcios obtidos
foram maiores que os sacrifcios realizados.
Tabela 10.1: Exemplo DRE com lucro e prejuzo DRE DRE
Cia Sucesso Cia Fracasso
Receita R$90 Milhes Receita R$60 Milhes
Despesa R$48 Milhes Despesas R$72 Milhes
Lucro R$42 Milhes Prejuzo R$12 Milhes
Fonte: Elaborado pelos autores
O tratamento das receitas e despesas no exemplo acima indiferente quanto
sua realizao, ou melhor, independentemente se recebeu as vendas (a vista
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