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Medidas Antropométricas: como interpretar, Medidas Antropométricas: como interpretar, quando utilizar e qual o impacto no prognóstico?quando utilizar e qual o impacto no prognóstico?
MÓDULO 1
Curso de Aperfeiçoamento em Terapia Nutricional: Nutrientes bioativos em nutrição clínica, da evidência à prática clínica
Medidas Antropométricas: como interpretar, Medidas Antropométricas: como interpretar, quando utilizar e qual o impacto no prognóstico?quando utilizar e qual o impacto no prognóstico?
MÓDULO 1
Subnutrição HospitalarSubnutrição Hospitalar
Prevalência: 26 a 80%
Causas: ↓ ingestão, ↑ perdas de nutrientes, ↑ necessidades
Conseqüências fisiológicas da subnutriçãoConseqüências fisiológicas da subnutrição
Alteração fisiológica e morfológica de órgãos e sistemas
↓ tecido adiposo e muscular
↓ proteínas viscerais
↓ linfócitos totais
↓ cicatrização de feridas: ↓ neovascularização, ↓ proliferação de fibroblastos, ↓ síntese de colágeno
Baron RB: Malnutrition in hospitalized patients 1986 West J Baron RB: Malnutrition in hospitalized patients 1986 West J MedMed
Subnutrição HospitalarSubnutrição Hospitalar
Conseqüências fisiológicas da subnutriçãoConseqüências fisiológicas da subnutrição
Atrofia muscular e fraqueza do sistema respiratório
Atrofia de vilosidades intestinais com ↓ dissacaridases
↓ função cardíaca: ↓ débito da contratilidade; arritmias ventriculares (Síndrome da Realimentação)
% perda de peso → ↑ em 5x a mortalidade no pós-operatório
Baron RB: Malnutrition in hospitalized patients 1986 West J Baron RB: Malnutrition in hospitalized patients 1986 West J MedMed
Subnutrição HospitalarSubnutrição Hospitalar
Recomendações para a Avaliação NutricionalRecomendações para a Avaliação Nutricional
História alimentar; histórico do peso; antropometria; estado funcional
Avaliar massa magra, massa gorda e balanço hídrico
Procurar sinais de deficiência de micronutrientes
Avaliar albumina, transferrina e linfócitos totais
Avaliar a ingestão e estimar as necessidades: se for adulto - calorias 1 a 1,5 x GEB; 25 a 40 kcal/kg; proteína 0,8 a 1,5 g/kg
Baron RB: Malnutrition in hospitalized patients 1986 West J Baron RB: Malnutrition in hospitalized patients 1986 West J MedMed
Perda de pesoPerda de peso
Redução IMCRedução IMC
Redução da Massa MagraRedução da Massa Magra
Redução da Massa GordaRedução da Massa Gorda
↑ ↑ Risco do paciente hospitalizado Risco do paciente hospitalizado ter pior prognósticoter pior prognóstico
Sullivan DH et al. 2002Sullivan DH et al. 2002
J Gen Intern Med J Gen Intern Med
Avaliação Antropométrica: Para quê fazer?Avaliação Antropométrica: Para quê fazer?
Criança enfermaCriança enferma
Avaliação NutricionalAvaliação Nutricional
Peso (97%); Estatura (39%)Peso (97%); Estatura (39%)
Exame físico (73%) Exame físico (73%) (ex: tecido adiposo escasso, pele fina e (ex: tecido adiposo escasso, pele fina e macerada, hipoatividade, edema, hipotrofia muscular, etc)macerada, hipoatividade, edema, hipotrofia muscular, etc)
Dobras cutâneas: tríceps, bíceps, subscapular Dobras cutâneas: tríceps, bíceps, subscapular (14%)(14%)
Exames bioquímicos (52%): albumina 38%; pré-Exames bioquímicos (52%): albumina 38%; pré-albumina 27%; lipídios 20%; proteínas totais 19%; albumina 27%; lipídios 20%; proteínas totais 19%; proteína ligadora de retinol 14%; nitrogênio uréico proteína ligadora de retinol 14%; nitrogênio uréico sérico 12%; transferrina 11%; CTLF 10%; glicemia sérico 12%; transferrina 11%; CTLF 10%; glicemia 10%; eletrólitos 7%; vitaminas 6%; cálcio, fósforo, 10%; eletrólitos 7%; vitaminas 6%; cálcio, fósforo, magnésio 6%; ácido fólico 3%.magnésio 6%; ácido fólico 3%. Martijn van der Kuip et al., Martijn van der Kuip et al.,
20042004
LGS, 56 anos, sexo masculino.
Diagnóstico: Doença pulmonar obstrutiva crônica.
Hiporexia (FFQ: 1100 kcal/dia e 32g ptn/dia; Ferro
6mg/dia; Vitamina C 12mg/dia), fraqueza, perda de peso
(15kg em 23 dias).
Caso clínico Caso clínico
Antropometria: qual a utilidade nesse caso?
Tratamento NutricionalTratamento Nutricional
Suplemento nutricional via oral; 2x/dia (500 kcal/dia);
mínimo de duas semanas.
Terapia Nutricional enteral em caso de recusa do
suplemento.
Monitorar: Terapia nutricional é eficaz?Monitorar: Terapia nutricional é eficaz?
Suplementação nutricional para doença pulmonar obstrutiva crônica
estável (revisão Cochrane)
Ferreira IM, Brooks D, Lacasse Y, Goldstein RS, White J. Suplementação nutricional para doença pulmonar obstrutiva crônica estável (Revisão Cochrane) (Cochrane Review). In:
Resumos de Revis�es Sistem�ticas em Portugu�s, Issue 4, 2007.
Suplementação nutricional para doença pulmonar obstrutiva crônica
estável (revisão Cochrane)
Ferreira IM, Brooks D, Lacasse Y, Goldstein RS, White J. Suplementação nutricional para doença pulmonar obstrutiva crônica estável (Revisão Cochrane) (Cochrane Review). In:
Resumos de Revis�es Sistem�ticas em Portugu�s, Issue 4, 2007.
OBJETIVO:OBJETIVO:
Avaliar se a suplementação nutricional oral Avaliar se a suplementação nutricional oral por pelo menos duas semanas, melhora as por pelo menos duas semanas, melhora as medidas antropométricas (peso, dobra medidas antropométricas (peso, dobra triciptal, circunf. braço), a função triciptal, circunf. braço), a função pulmonar, a força dos músculos pulmonar, a força dos músculos respiratórios e a capacidade funcional para respiratórios e a capacidade funcional para o exercício em adultos estáveis com DPOC.o exercício em adultos estáveis com DPOC.
Monitorar evolução clínica nutricional após intervenção
Suplementação nutricional para doença pulmonar obstrutiva crônica
estável (revisão Cochrane)
Ferreira IM, Brooks D, Lacasse Y, Goldstein RS, White J. Suplementação nutricional para doença pulmonar obstrutiva crônica estável (Revisão Cochrane) (Cochrane Review). In:
Resumos de Revis�es Sistem�ticas em Portugu�s, Issue 4, 2007.
9 estudos; 487 participantes.
Estudos randomizados controlados.
6 estudos de alta qualidade
Suplementação nutricional para doença pulmonar obstrutiva crônica
estável (revisão Cochrane)
Ferreira IM, Brooks D, Lacasse Y, Goldstein RS, White J. Suplementação nutricional para doença pulmonar obstrutiva crônica estável (Revisão Cochrane) (Cochrane Review). In:
Resumos de Revis�es Sistem�ticas em Portugu�s, Issue 4, 2007.
Conclusões dos revisores O suporte nutricional não teve efeito significante nas medidas antropométricas, na função pulmonar ou na capacidade para o exercício em pacientes com DPOC estável.
Dietary advice for illness-related malnutrition in adults
Baldwin C, Parsons T, Logan S. Dietary advice for illness-related malnutrition in adults (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 4, 2007.
OBJETIVO:OBJETIVO:
Avaliar o efeito do aconselhamento Avaliar o efeito do aconselhamento dietético em adultos (idosos) subnutridos e dietético em adultos (idosos) subnutridos e doentes, no aumento da ingestão doentes, no aumento da ingestão alimentar, na sobrevida e na alimentar, na sobrevida e na ANTROPOMETRIAANTROPOMETRIA..
Dietary advice for illness-related malnutrition in adults
Baldwin C, Parsons T, Logan S. Dietary advice for illness-related malnutrition in adults (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 4, 2007.
35 estudos; 2648 participantes.
Estudos randomizados controlados.
Com aconselhamento dietético + suplemento
nutricional oral; sem aconselhamento dietético; apenas
aconselhamento dietético (18 dias a 24 meses).
Dietary advice for illness-related malnutrition in adults
Baldwin C, Parsons T, Logan S. Dietary advice for illness-related malnutrition in adults (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 4, 2007.
Reviewers' conclusions This review highlights the lack of evidence for the provision of dietary advice in managing illness-related malnutrition. Dietary advice plus nutritional supplements may be more effective than dietary advice alone or no
advice in enhancing short-term weight gain, but whether this is sustainable, or whether survival and morbidity are improved remains uncertain. A large adequately-powered randomised controlled trial is needed comparing the efficacy of different therapies to increase dietary intake in people with illness-related malnutrition and examining the impact of this on clinical function and survival.
Monitoramento de peso em pediatria: qual o real impacto no estado nutricional?
Qual o objetivo?Qual o objetivo?
Aferir regularmente o peso da criança;
Aplicar a medida em uma gráfico ou curva de crescimento;
Se o peso está anormal, a equipe de saúde faz alguma coisa…;
Como um resultado dessa ação, melhora-se a nutrição da criança, a criança recebe suporte social e médico adequado, ou o médico faz diagnóstico precoce de doenças.
Monitoramento do peso
Panpanich R, Garner P. Growth monitoring in children (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 4, 2007.
Se a medida está anormal…
Dificuldade para alimentar.
Presença de doença.
Nutrição inadequada; pobreza.
Causa psico-social.
Growth monitoring in children
Panpanich R, Garner P. Growth monitoring in children (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 4, 2007.
OBJETIVO:OBJETIVO:
Avaliar o impacto do monitoramento de rotina Avaliar o impacto do monitoramento de rotina do peso da criança na prevenção da morbi-do peso da criança na prevenção da morbi-mortalidade e subnutrição, no cuidado médico mortalidade e subnutrição, no cuidado médico e social, no conhecimento nutricional da mãe, e social, no conhecimento nutricional da mãe, na ansiedade materna, na satisfação materna na ansiedade materna, na satisfação materna com o serviço médico.com o serviço médico.
(revisão Cochrane)
Growth monitoring in children (revisão Cochrane)
Panpanich R, Garner P. Growth monitoring in children (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 4, 2007.
2 estudos de baixa qualidade; 500 participantes.
Estudos randomizados.
Crianças até 5 anos de idade vivendo em qualquer
parte do mundo.
Monitoramento do peso versus não monitoramento.
Growth monitoring in children (revisão Cochrane)
Panpanich R, Garner P. Growth monitoring in children (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 4, 2007.
Reviewers' conclusionsImplications for practiceAt present, there is insufficient reliable information to be confident whether routine growth monitoring is of benefit to child health in both developing and developed country settings.Given the level of investment in growth monitoring worldwide, it is surprising there is so little research evaluating its potential benefits and harms.
Peso = 6kg; estatura = 65cm; P/I = 60%; E/I = 84,7%; Peso = 6kg; estatura = 65cm; P/I = 60%; E/I = 84,7%; P/E = 84,5%; IMC = 14,2 kg/mP/E = 84,5%; IMC = 14,2 kg/m22; Dobra cutânea do ; Dobra cutânea do
tríceps = 4mm (38%); Dobra cutânea subscapular = tríceps = 4mm (38%); Dobra cutânea subscapular = 4mm (67%); Somatória das dobras = 48% adequação = 4mm (67%); Somatória das dobras = 48% adequação = < p5; Classificação de Gomez (P/I) = Subnutrição de III < p5; Classificação de Gomez (P/I) = Subnutrição de III grau; Classificação de Waterlow = Subnutrição crônica; grau; Classificação de Waterlow = Subnutrição crônica;
Classificaçõa da OMS = Subnutrição grave Classificaçõa da OMS = Subnutrição grave
Antropometria: como interpretar?Antropometria: como interpretar?
1 ano e 2 meses
Antropometria: como interpretar?Antropometria: como interpretar?
Subnutrição aguda: P/I dois desvios padrões abaixo da média
Subnutrição crônica: A/I dois desvios padrões abaixo da média
Jessie Hulst et al., 2003Jessie Hulst et al., 2003
Desnutrição moderada Desnutrição grave
Edema simétrico Não Sim (desnutrição edematosa)
Peso para altura -3 z escore -2 Z escore < -3 (< 70%)
(70-79%) DEP grave
Altura para idade -3 z escore < -2 Z escore < -3 (< 85%)
85-89% (nanismo grave)
CLASSIFICAÇÃO DA OMS:Z escore = [(valor observado) – (mediana de referência)]
[Desvio padrão da população de referência]
Subnutrição grave: escore Z -3 – P/E
Subnutrição moderada: escore Z > - 3 e - 2 – P/E
Subnutrição leve: escore Z > - 2 e - 1 – P/E
Eutrofia: escore Z > -1 e < 1 – P/E
Sobrepeso: escore Z 1 e < 2 – P/E
Obesidade: escore Z 2 – P/EOMS, 1999OMS, 1999
Classificação do estado nutricional – OMSClassificação do estado nutricional – OMS
Escore Z – P/E e E/IEscore Z – P/E e E/I
Antropometria: como interpretar?Antropometria: como interpretar?
Baixa estatura: escore Z -2 – E/I
Risco para baixa estatura: escore Z > - 2 e - 1 – E/I
Sem comprometimento estatural: > - 1 – E/I
OMS, 1999OMS, 1999
Classificação do estado nutricional – OMSClassificação do estado nutricional – OMS
Escore Z – P/E e E/IEscore Z – P/E e E/I
Antropometria: como interpretar?Antropometria: como interpretar?
Antropometria: como interpretar?Antropometria: como interpretar?
• Peso/idade
• Estatura/idade
• Peso/estatura
• IMC
• Gomez F. et al., 1956
• Waterlow J C. et al., 1977
• Must A et al., 1991
National Center for Health Statistics-World Health Organization National Center for Health Statistics-World Health Organization data (NCHS) – CDC 2000 ou OMS 2006data (NCHS) – CDC 2000 ou OMS 2006
GOMEZ (3 meses a 2 anos):P/I = [peso encontrado x 100] [peso ideal (p50)]
Porcentagem da adequação do peso normal por idade
Classificação do estado nutricional
Mais de 110% Sobrepeso ou obesidade
Entre 110 a 91% Normal ou eutrofia
Entre 90 a 76% Desnutrição de I grau – DI (leve)
Entre 75 a 61% Desnutrição de II grau – DII (moderada)
Menos de 60% Desnutrição de III grau – DIII (grave)
WATERLOW (2 a 10 anos):A/I = [estatura encontrada x 100] [estatura ideal (p50)]
P/A = [peso encontrado x 100] [peso ideal para a estatura observada]
P/A 90% P/A < 90%
A/I 95% Normal Desnutrição aguda
A/I < 95% Desnutrição pregressa Desnutrição crônica
Curvas da OMS 2006Curvas da OMS 2006
Estudo multicêntrico Internacional que reflete Estudo multicêntrico Internacional que reflete como crianças crescem sob condições ótimascomo crianças crescem sob condições ótimas
Objetivo: substituir NCHS 1978Objetivo: substituir NCHS 1978
Seal A. 2007Seal A. 2007
BMJBMJ
Curvas da OMS 2006 Curvas da OMS 2006 versusversus Curvas do NCHS 1978 Curvas do NCHS 1978
Seal A. 2007Seal A. 2007
BMJBMJ
Curvas da OMS 2006 Curvas da OMS 2006 versusversus Curvas do NCHS 1978 Curvas do NCHS 1978
Subnutrição leve e moderada: pouca diferença entre as prevalências
Subnutrição aguda grave: as diferenças entre as prevalências são maiores (1,7 a 4,2 vezes maior quando se usa OMS 2006)
Seal A. 2007Seal A. 2007
BMJBMJ
Curvas da OMS 2006 versus Curvas do NCHS 1978Curvas da OMS 2006 versus Curvas do NCHS 1978
As diferenças são maiores quando comparadas as duas pelo Z escore do que pelas porcentagens de adequação
Curvas OMS 2006: > sensibilidade para incluir criança gravemente subnutrida pelo P/E ( Z escore)
Curvas OMS 2006: < sensibilidade para incluir criança gravemente subnutrida pelo P/E (porcentagem de adequação)
Criança enfermaCriança enferma
Avaliação NutricionalAvaliação Nutricional
Impedância bioelétrica não foi validada para Impedância bioelétrica não foi validada para crianças gravemente enfermascrianças gravemente enfermas
Avaliação hormonal e bioquímica Avaliação hormonal e bioquímica marcador da marcador da gravidade da doençagravidade da doença
Antropometria: prática, baixo custo, boa correlação Antropometria: prática, baixo custo, boa correlação com técnicas mais sensíveiscom técnicas mais sensíveis
Antropometria: até 24h após admissão; Antropometria: até 24h após admissão; semanalmentesemanalmente
Neonatos < 1000g: dobras não são validadas; Neonatos < 1000g: dobras não são validadas; história gestacional é mais importantehistória gestacional é mais importante
Frisancho, 1990
< 5 baixo peso
5 – 15 risco para baixo peso
15 – 85 eutrofia
85 - 95 sobrepeso
≥ 95 obesidade
OMS, 1995
< 5 baixo peso
-
5 – 85 eutrofia
85 - 95 sobrepeso
≥ 95 obesidade
Tabela. Classificação do estado nutricional de acordo com os percentis de IMC (Frisancho, 1990 e WHO, 1995)
Antropometria: como interpretar?Antropometria: como interpretar?
Crianças de 8 a 18 anosCrianças de 8 a 18 anos
www.cdc.gov/growthchartswww.cdc.gov/growthcharts
Baixo peso: IMC < 5thBaixo peso: IMC < 5th
Risco para sobrepeso: IMC Risco para sobrepeso: IMC ≥ 85≥ 85
Obesidade: IMC ≥ 95thObesidade: IMC ≥ 95th
Criança gravemente enfermaCriança gravemente enferma
Antropometria: como interpretar?Antropometria: como interpretar?
LimitaçõesLimitações
Edema, cirurgia, resposta inflamatória sistêmicaEdema, cirurgia, resposta inflamatória sistêmica
Albumina, Albumina, Peso, Dobras, Circunferência do braçoPeso, Dobras, Circunferência do braço, , Balanço nitrogenadoBalanço nitrogenado
Criança gravemente enfermaCriança gravemente enferma
Antropometria: como interpretar?Antropometria: como interpretar?
História AlimentarHistória Alimentar
Ótimo parâmetro de avaliação da criança críticaÓtimo parâmetro de avaliação da criança crítica
Peso pré-admissãoPeso pré-admissão
Mudança de peso últimas semanasMudança de peso últimas semanas
Revisão do padrão alimentar habitual: apetite, número Revisão do padrão alimentar habitual: apetite, número de refeições, preferências alimentares, alergia ou de refeições, preferências alimentares, alergia ou intolerância alimentar, interação drogas e nutrientesintolerância alimentar, interação drogas e nutrientes
Peck MD & Chang Y, 1999Peck MD & Chang Y, 1999
Caso Clínico
RPM, 14 anos, sexo feminino, RPM, 14 anos, sexo feminino, evolui em tratamento para evolui em tratamento para
leucemia há 9 meses, em uso de leucemia há 9 meses, em uso de quimioterapia (Cisplatina + quimioterapia (Cisplatina +
Metrotexate). Apresenta Metrotexate). Apresenta anorexia, náuseas, diarréia e anorexia, náuseas, diarréia e
sangramento da cavidade oral.sangramento da cavidade oral.
Antropometria:Antropometria: Peso habitual 49kg; Peso atual 43kg; Peso habitual 49kg; Peso atual 43kg; altura 159cm; IMC = 16,99kg/maltura 159cm; IMC = 16,99kg/m22 (CDC p 10 e p 25); (CDC p 10 e p 25); Perda de peso em 9 meses = 12,2%; PCT p5.Perda de peso em 9 meses = 12,2%; PCT p5.
Caso Clínico
Exame físico:Exame físico: mucosas descoradas 3+/4+; mucosite; mucosas descoradas 3+/4+; mucosite; dermatite e queilose angular; desidratada 2+/4+.dermatite e queilose angular; desidratada 2+/4+.
História alimentar:História alimentar: FFQ revelou baixa ingestão FFQ revelou baixa ingestão alimentar nos últimos 2 meses; aceitação apenas de alimentar nos últimos 2 meses; aceitação apenas de líquidos, com média de ingestão de 1200kcal/dia; líquidos, com média de ingestão de 1200kcal/dia; vits complexo B, não aceita suplementos alimentares.vits complexo B, não aceita suplementos alimentares.
Caso Clínico
Exames bioquímicos:Exames bioquímicos: magnésio 1,4mg/dlmagnésio 1,4mg/dl; albumina ; albumina 2,9g/dl 2,9g/dl ; potássio 2,9mEq/l ; potássio 2,9mEq/l ; leucócitos 1000 x 10; leucócitos 1000 x 1099; ; ferro sérico 29mg/dl ferro sérico 29mg/dl ; ferritina 16ng/ml (6-159); ; ferritina 16ng/ml (6-159); transferrina 400mg/dl transferrina 400mg/dl ; VCM 69; VCM 693 3 ↓↓; ;
Diagnóstico Nutricional: ??????????Diagnóstico Nutricional: ??????????
Caso Clínico
Diagnóstico Nutricional:Diagnóstico Nutricional: Perda significativa de Perda significativa de peso (> 10%) nos últimos 2 meses; PCT p5 peso (> 10%) nos últimos 2 meses; PCT p5 (provável depleção de massa gorda); Anemia (provável depleção de massa gorda); Anemia ferropriva (carencial + perdas); desequilíbrio ferropriva (carencial + perdas); desequilíbrio eletrolítico; provável deficiência vits B eletrolítico; provável deficiência vits B (riboflavina) e zinco (dermatite). Subnutrição (riboflavina) e zinco (dermatite). Subnutrição protéica aguda?protéica aguda?
Fisiopatologia da subnutrição:Fisiopatologia da subnutrição: náuseas e vômitos náuseas e vômitos (perdas e anorexia); diarréia (perdas (perdas e anorexia); diarréia (perdas má- má-absorção?); quimioterapia (absorção?); quimioterapia ( ingestão); ingestão); perdas perdas urinárias e gastrointestinais; Hipermetabolismo?; urinárias e gastrointestinais; Hipermetabolismo?; proteólise.proteólise.
Conduta:Conduta: Indicação da NE pela subnutrição e pela Indicação da NE pela subnutrição e pela anorexia, além da depleção de massa gorda e magra; anorexia, além da depleção de massa gorda e magra; hipoalbuminemia.hipoalbuminemia.
Caso Clínico
JVS, sexo masculino, 28 dias de JVS, sexo masculino, 28 dias de vida, idade gestacional 32 sem., vida, idade gestacional 32 sem.,
peso ao nascer 1700g (prematuro peso ao nascer 1700g (prematuro e baixo peso); 46cm (p3). Após 3 e baixo peso); 46cm (p3). Após 3
dias de alta hospitalar evoluiu dias de alta hospitalar evoluiu com enterocolite necrozante com enterocolite necrozante
tendo sido submetido a tendo sido submetido a enterectomia ileal extensa, com enterectomia ileal extensa, com
retirada da válvula íleo-cecal.retirada da válvula íleo-cecal.
Antropometria:Antropometria: Peso atual 1700g (< p3); comprimento Peso atual 1700g (< p3); comprimento 46cm (p3); Classificação de Gomez (?) : p 50 = 3,3kg; 46cm (p3); Classificação de Gomez (?) : p 50 = 3,3kg; P/I = ?; Usar curvas de crescimento para a idade P/I = ?; Usar curvas de crescimento para a idade gestacional (entre P10 e P50).gestacional (entre P10 e P50).
Curva de Ramos, 1986
Evolui com diarréia; desidratado Evolui com diarréia; desidratado 4+/4+; hipocorado 3+/4+; 4+/4+; hipocorado 3+/4+;
cianótico nas extremidades; cianótico nas extremidades; arritmia cardíaca com parada arritmia cardíaca com parada cárdio-respiratória revertida.cárdio-respiratória revertida.
Exames bioquímicos:Exames bioquímicos: Ca 0,9; Mg 1,1mg/dl; K 2,0mEq/l; Ca 0,9; Mg 1,1mg/dl; K 2,0mEq/l; Na 129mEq/l; P 3,8mg/dl (Na 129mEq/l; P 3,8mg/dl ( para todos) para todos)
Diagnóstico Nutricional:Diagnóstico Nutricional: ????????????????
Fisiopatologia:Fisiopatologia: Enterectomia + RFA da enterocoliteEnterectomia + RFA da enterocolite
Conduta:Conduta: Neocate Neocate 2ml/kg/h = 48ml/d = 2ml/kg/h = 48ml/d = 34kcal/d; 0,9gptn/d; 34kcal/d; 0,9gptn/d;
3,9gCHO/d; 1,7glip/d.3,9gCHO/d; 1,7glip/d.
Conduta:Conduta: Nutrição Parenteral (209kcal/d)Nutrição Parenteral (209kcal/d)
Glicose 50% 55ml = 28g = 8mg/kg/min 95,2kcal (45% Glicose 50% 55ml = 28g = 8mg/kg/min 95,2kcal (45% VCT)VCT)
Aa 10% 60ml = 6g ptn/d 24kcal (11,5% VCT)Aa 10% 60ml = 6g ptn/d 24kcal (11,5% VCT)
Lip 20% 45ml = 9g/d 90kcal (3,7g/kg/d) (43,5% VCT)Lip 20% 45ml = 9g/d 90kcal (3,7g/kg/d) (43,5% VCT)
NaCl 20%: 5 x 2,43 = 12,15 = 4mlNaCl 20%: 5 x 2,43 = 12,15 = 4ml
KCl 19,1%: 3 x 2,43 = 7,29 mEq – 6 = 1,29 = 0,5mlKCl 19,1%: 3 x 2,43 = 7,29 mEq – 6 = 1,29 = 0,5ml
K2HPO4 25%: 100mg/d = 3ml = 6mEq KK2HPO4 25%: 100mg/d = 3ml = 6mEq K
MgSO4 50%: 75mg MgSO4 50%: 75mg 48,7 = 1,54ml48,7 = 1,54ml
MVI pediátrico 1 ampolaMVI pediátrico 1 ampola
Oligoelementos pediátrico 1 ampolaOligoelementos pediátrico 1 ampola
Caso Clínico
PSA, sexo masculino, 7 anos, PSA, sexo masculino, 7 anos, evoluiu com febre, dor abdominal evoluiu com febre, dor abdominal intensa tipo cólica, esteatorréia, intensa tipo cólica, esteatorréia,
melena, episódios de diarréia melena, episódios de diarréia intercalado com constipação, intercalado com constipação,
intolerância à lactose e intolerância à lactose e flatulência, vômitos.flatulência, vômitos.
Exame físico:Exame físico: mucosas descoradas mucosas descoradas
3+/4+; pele em 3+/4+; pele em aspecto celofane; aspecto celofane; abdome escavado; abdome escavado; papilas gustativas papilas gustativas
atróficas.atróficas.
História clínica História clínica nutricional:nutricional: exposição exposição
precoce ao leite de precoce ao leite de vaca integral (2 vaca integral (2
meses de vida); baixa meses de vida); baixa ingestão de fibras e ingestão de fibras e
perda de peso perda de peso recente de 8% em 2 recente de 8% em 2 semanas devido a semanas devido a
anorexia.anorexia.
AntropometriAntropometria:a: Peso atual Peso atual 21kg; peso 21kg; peso
habitual habitual 22,9kg (p50); 22,9kg (p50); altura 121cm altura 121cm (p50); (p50); CMB < CMB <
90% 90% adequação adequação
Classificação Classificação de Waterlow: de Waterlow: A/I = 99,42%; A/I = 99,42%; P/A = 91,7% P/A = 91,7%
(eutrofia)(eutrofia)
??????????????????????
Circunferência Muscular do BraçoCircunferência Muscular do Braço
Doença de CrohnDoença de Crohn
Circunferência muscular do braço < 90% ideal
↓ albumina, ↓ prealbumina, ↓ hemoglobina
Harries AD et al. 1982Harries AD et al. 1982
BMJBMJ
Exames bioquímicos:Exames bioquímicos: Leucócitos 18000 c x Leucócitos 18000 c x 101099 ; HT 28% ; HT 28% ; Hb ; Hb
8,5g/dl 8,5g/dl ; VCM 100; VCM 10033 ; ; Fe 33mg/dl Fe 33mg/dl ; Na ; Na
130mEq/l 130mEq/l ; K 2,8mEq/l ; K 2,8mEq/l ; Mg 1,1mg/dl ; Mg 1,1mg/dl ; P ; P
4,5mg/dl; Ca i 1,0mg/dl 4,5mg/dl; Ca i 1,0mg/dl ; PCR 8mg/dl ; PCR 8mg/dl ; ;
albumina 2,7g/dl albumina 2,7g/dl
Exames:Exames: Má-absorção Má-absorção de CHO evidenciada de CHO evidenciada
pelo teste da D-xilose; pelo teste da D-xilose; má-absorção de má-absorção de
gordura – esteatorréia; gordura – esteatorréia; índice de atividade da índice de atividade da
doença > 20 e o exame doença > 20 e o exame endoscópico com endoscópico com
biópsia confirmou a biópsia confirmou a doença de Crohndoença de Crohn
Diagnóstico nutricional:Diagnóstico nutricional: subnutrição protéica-subnutrição protéica-
aguda (RFA)aguda (RFA)
Fisiopatologia:Fisiopatologia: RFA à RFA à doença inflamatória doença inflamatória
intestinalintestinal
OBS: Se você desconsiderou a história de perda de peso significativa e a reduzida CMB, além da história clínica e dos exames bioquímicos, correu o risco de classificar a criança como eutrófica.
Antropometria é um dos parâmetros da avaliação nutricional e não deve ser considerada
isoladamente!!!
Conduta:Conduta: NE sem NE sem sacarose, sem lactose, sacarose, sem lactose, hipoalergênica (Alfaré)hipoalergênica (Alfaré)
Necessidade Necessidade energética: energética: GET = GET = [88,5 – (61,9 x 7) + [88,5 – (61,9 x 7) +
[1,13 x (26,7 x 21)] + [1,13 x (26,7 x 21)] + [903 x 1,21] + 20kcal/d[903 x 1,21] + 20kcal/d
GET = 1682,4kcalGET = 1682,4kcal
Ptn = 2g/kg/d = 42g/dPtn = 2g/kg/d = 42g/d
Lip = 3g/kg/dLip = 3g/kg/d
Suplemento: ácido Suplemento: ácido fólico + eletrólitosfólico + eletrólitos
Conduta:Conduta: AlfaréAlfaré
2125ml = 1700kcal2125ml = 1700kcal
53g ptn = 2,5g/kg/d53g ptn = 2,5g/kg/d
76,5g Lip = 3,6g/kg/d76,5g Lip = 3,6g/kg/d
Iniciar 20ml/h – 88ml/kgIniciar 20ml/h – 88ml/kg
Obesidade e Antropometria: como interpretar?
J.M.L., sexo feminino, 5 anos e 11 meses, branca, natural e procedente de Ribeirão Preto;
Foi encaminhada ao atendimento nutricional pelo ambulatório APUE, já que paciente obesa, sendo identificado erro alimentar importante, e pelo questionamento insistente da criança sobre “alimentos que engordam”;
Mãe refere que a filha “sempre” foi obesa;
Orientação nutricional: médicos que acompanham o caso – perda de 6Kg em 8meses (há 2 anos);
Ganhou 1,7Kg nos últimos 2 meses
Antecedentes familiares: Família materna: avô com HAS e DM, tio obeso; Família paterna: avó com DM, avô com HAS, e pai obeso (Peso
relatado pela mãe = 132Kg);
Criança na casa da avó paterna (período da tarde): oferece grande quantidade de alimentos fonte de CHO simples e gordura e incentiva mentiras quanto ao consumo alimentar.
Obesidade e Antropometria: como
interpretar?
Avaliação Antropométrica – Evolução ponderal
Idade(anos) Sobrep. Obesid. Crian.
2 18,02 19,81 27,42
2.5 17,76 19,55 26,5
3 17,56 19,36 27,06
3.5 17,4 19,23 25,3
4 17,28 19,15 18,86
4.5 17,19 19,12 18,43
5 17,15 19,17 19,71
5.5 17,2 19,34 18,45
6 17,34 19,65 19,75
0
5
10
15
20
25
30
2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6
Idade (anos)
IMC
(C
ole
et
al,
2000
)
Sobrepeso
Obesidade
Cça
Gráfico 1: Evolução de IMC da paciente – comparado com valores de IMC propostos por Cole et al, 2000
Tabela 1. Valores de IMC da paciente e Tabela 1. Valores de IMC da paciente e referênciareferência
Avaliação Antropométrica
Peso: 28,9Kg; Altura: 118cm; IMC: 20,8Kg/m² - obesidade, segundo Cole et al; % de adeq de peso: 148,9% (P50 = 19,4Kg) E/I = 103,4% - estatura adequada (NCHS) (P50 = 114,1cm) P/E = 138,2% - obesidade (NCHS) (Peso para estatura observada = 20,9Kg)
De acordo com as curvas de crescimento (CDC,2000): IMC - > percentil 95
Conde e Monteiro 2006
Avaliação Antropométrica
CB: 22cm; CMB: 16,6cm; PCT: 17mm – >P95, NCHS; PCSE: 15mm – >P95, NCHS; Soma das dobras (PCT+PCSB)= 32mm – >P95, NCHS; CC: 61cm; CQ: 74cm;
Composição Corporal % de Gordura Corporal (Somatório das dobras): 26,75 %
Bioimpedância
Massa magra: 7,4KgMassa gorda: 21,5KgÁgua Corporal Total: 16,6L 75,5% da massa magra
Slaughter et al. 1988 (sobrepeso ♀ 32%, ♂25%); Cole et al. 2000
Porcentagem de Gordura Corporal em escolares
Gómez-Díaz RA et al. 2004 Diabetes Obesity and Metabolism (crianças mexicanas)
Circunferência da cintura: como interpretar?
Circunferência da Cintura em Crianças e Circunferência da Cintura em Crianças e AdolescentesAdolescentes
↑ gordura visceral (Circ. Cintura) → ↑ LDL e ↑ Colesterol e ↑ TG e ↓ HDL (11 a 15 anos) Caprio et al 1996, Am J Clin Nutr
↑ Circ. Cintura → ↑ Lipídios e ↑ Insulina Freedman et al 1999, Am J Clin Nutr
Referência Circunferência da Cintura para crianças britânicas: 5 a 16,9 anos McCarthy et al. 2001, Eur J Clin Nutr
McCarthy et al 2003McCarthy et al 2003
BMJBMJ
Central overweight and obesity in British youth Central overweight and obesity in British youth aged 11 – 16 years: cross sectional surveys of aged 11 – 16 years: cross sectional surveys of
waist circumferencewaist circumference
Circunferência da cintura detecta maiores variações da gordura corporal do que o IMC em adolescentes, principalmente do
sexo feminino
McCarthy et al 2003McCarthy et al 2003
BMJBMJ
A prevalência de sobrepeso e obesidade em jovens, baseada no IMC tem aumentado nos últimos 10 a 20 anos
IMC não reflete distribuição da gordura corporal
Circunferência da cintura é um marcador de acúmulo de gordura central e está associado à complicações metabólicas
McCarthy et al. 2001, Eur J
Clin Nutr
Freedman et al 1999, Am J Clin Nutr
Obesidade e o ato de pesar: implicações psicológicas
Crianças com sobrepeso e obesidade preocupam mais
com o peso e com a imagem corporal o que pode estar
associado a problemas psicológicos.
Allen KL et al., Int J Pediatr Obes, 2006.
Hora do lanche!!!!!
Paciente FRA, 67 anos, tabagista há 51 anos e etilista há 33 anos, evoluiu com pneumonia. Última internação (há 1 mês) apresentou pancreatite crônica agudizada. A história clínica nutricional revela gastrite crônica agudizada, perda de 21% de peso em relação ao usual nos últimos 8 meses. Há dois meses que ingere apenas sopa líquida e chás devido à diarréia crônica (esteatorréia). Ao exame físico, encontra-se caquético, pele em aspecto celofane, mucosas descoradas (4+/4+) e língua despapilada, além de dermatite e descamação em mãos e pés. Indicada dieta enteral devido a anorexia e grau de subnutrição. IMC = 17 kg/m2
CASO CLÍNICOCASO CLÍNICO
A subnutrição é leve, moderada ou grave?
Clinical nutrition: 1. Protein-energy Clinical nutrition: 1. Protein-energy malnutrition in the inpatientmalnutrition in the inpatient
Hoffer LJ. 2001 CMAJHoffer LJ. 2001 CMAJ
Perda de peso > 10% = anormalidades bioquímicas e funcionais + imunossupressão
IMC para idoso e ponto de corte:
IMC 20 kg/m2 e < 23 kg/m2: subnutrição leve ou ausente (perda de 5 – 15% do peso)
IMC > 16 e < 20 kg/m2 subnutrição moderada (perda de 16 – 33% do peso)
IMC ≤ 16 kg/m2 subnutrição grave
LGS, 70 anos, sexo masculino, etilista.LGS, 70 anos, sexo masculino, etilista.
H.P.M.A: cólicas epigástricas que se difundem para todo o H.P.M.A: cólicas epigástricas que se difundem para todo o
abdome.abdome.
Anorexia, fraqueza, perda de peso (Anorexia, fraqueza, perda de peso (18kg em 13 dias18kg em 13 dias), ),
náuseas e vômitos, diarréia volumosa.náuseas e vômitos, diarréia volumosa.
HD: pancreatite crônica agudizadaHD: pancreatite crônica agudizada
Caso clínicoCaso clínico
Exame físicoExame físico
Emagrecido, fácies caquética, alopécia.Emagrecido, fácies caquética, alopécia.
Pulmões semiologicamente normais, coração a 80spm.Pulmões semiologicamente normais, coração a 80spm.
PA = 100/70 mmHg, abdome globoso, ascítico (3+/4+), PA = 100/70 mmHg, abdome globoso, ascítico (3+/4+),
indolor.indolor.
Membros: hipotrofia generalizada e edema perimaleolar.Membros: hipotrofia generalizada e edema perimaleolar.
Antropometria: como Antropometria: como interpretar?interpretar?
Peso (Kg)
Altura (m)
IMC (Kg/m2)
CB (cm)
PCT (mm)
CMB (cm)
Valor atual
46
1,72
15,6
20
4
18,7
Valor ideal
66,6
-
22,5
29,3
12,5
25,3
% ideal
-
-
-
68,3
32
73,9
Você fez essa avaliação e registrou em prontuário...
E daí? O que significa isso tudo do ponto de vista
clínico?
Antropometria - Análise críticaAntropometria - Análise crítica
Antropometria: simples, barato e não invasivo
Qual o valor da antropometria em predizer mortalidade?
Peso, % perda peso, altura, PCT, dobra abdominal, dobra subscapular
772 homens e 624 mulheres (> 70 anos)
% perda de peso: RR = 2,53, CI = 1,37 – 4,67
Crotty M. et al. 2002
J Nutr Health Aging
Antropometria – como interpretar?Antropometria – como interpretar?
PCT = indicador de massa gorda;
PCT mortalidade
CB = indicador de massa corporal magra
CB mortalidade
CMB mortalidade
IMC = prediz mortalidade
Allison DB. et al. 2002
Int J Obes Relat Metab Disord
Zhu S. et al. 2003
Ann Epidemiol
Antropometria – como interpretar?Antropometria – como interpretar?
PCT morbi-mortalidade em pacientes terminais com câncer.
↓ CB →↓ performance em pacientes com câncer gástrico.
Ho Sy. et al. 2003
J Formos Med Assoc.
Mc Millan DC. et al. 2002
Nutr. Cancer
Antropometria - Análise crítica
Antropometria e força muscular
413 homens e 415 mulheres (50 a 92 anos)
Peso, altura (IMC), CMB, dinamômetro
IMC e CMB – boa correlação com a força muscular
Pieterse S. et al. 2002
Eur J Clin Nutr
Antropometria
Análise crítica
PCT: melhor utilizada para avaliar mudanças a longo prazo nas reservas de tecido adiposo subcutâneo. Não detecta mudanças agudas com confiança devido a redistribuição corpórea de fluidos (edema); deve ser seriado.
PCT idoso: mudança da composição de gordura, variação na compressibilidade da prega com a idade e inclusão de pequena porção de tecido não adiposo na prega; requer treinamento.
PCT: ausência de padrão local de referência; êrro de mensuração 5 – 15%.
Idosos: a gordura corporal se distribui na região abdominal e intramuscular e a PCT não prediz de forma adequada a gordura corporal total.
PCT: a mais utilizada na prática clínica
CMB < p5 – mau prognóstico
Antropometria - Análise crítica
Antropometria - Análise crítica
Redução de erros das medidas de CB e PCT
Excluir pacientes com prega cutânea em pêndulos, com edema de extremidades e muito obesos.
Treinar rigorosamente os examinadores (coeficiente de variação interobservador)
Definir padrões de referência local
Marcar o sítio de exame para avaliação; sempre o mesmo examinador
Como aferir estatura e peso se o paciente não pode ficar em pé?
Equações para estimar altura Análise crítica
Estimativa altura - altura do joelho (Chumlea et al. 1985, 1998)
736 idosos – México
Altura do joelho e altura real (boa correlação)
Homem: 52,6 + (2,17 x AJ); Mulher: 73,7 + (1,99 x AJ)
Equação de Chumlea et al. (1985) diferiu dos valores para altura
Mendoza-Nunez VM et al. 2002
Am J Human Biol
Equações para estimar altura Análise crítica
Estimativa altura - altura do joelho (Chumlea et al. 1985, 1998)
Idosos – Japão
Altura do joelho e altura real (boa correlação)
Equação de Chumlea et al. (1985) diferiu dos valores para altura
Myers AS., Takiguchi S., Yu M. 1994
J Am Geriatr Soc
Equações para estimar altura Análise crítica
Correlação da altura do joelho com a altura real: r = 0,89 (p < 0,05)
Concordância da altura do joelho com a altura real: diferença média = -0,6cm
Hickson M. & Frost G. 2003
J Hum Nutr Diet
Equações para estimar altura Análise crítica
Concordância da altura do joelho com a altura real: diferença média pode chegar a 10cm
Dificuldade em se obter altura joelho exata: 11/17 medida em posição errada
Falsa estimativa do IMC
Kirk SF. et al. 2003
J Hum Nutr Diet
Three simple methods of detecting malnutrition on medical wards
Nightingale JMD 1996Nightingale JMD 1996
J R Soc MedJ R Soc Med
IMC < 19kg/m2 + % perda de peso > 10% + CMB IMC < 19kg/m2 + % perda de peso > 10% + CMB < p5< p5
IMC + % perda de peso: detectaram a maioria dos pacientes subnutridos, porém a retenção hídrica pode
limitar a medida. Associar a CMB
Avaliação Nutricional de IdososAvaliação Nutricional de Idosos
Envelhecimento
Altura ↓ 0,5cm – 1,5cm/década (Chumlea, 1989 Am J Clin Nutr)
IMC ↓ com ↑ idade em ♀ e ♂ (FNB, 1989)
Sistema esquelético: ↓ desmineralização → ↓ espessura das vértebras
Sánchez-García et al 2007Sánchez-García et al 2007
BMC Public HealthBMC Public Health
Avaliação Nutricional de IdososAvaliação Nutricional de Idosos
Sergi et al, 2005 J Gerontol A Biol Sci Med Sci
Subnutrição em idoso: IMC < 20kg/m2
Kyle et al. 2002 Curr Opin Clin Nutr Metab Care
Normal para idoso: 25,0 IMC ≤ 29,9kg/m2 (? – IMC < 25kg/m2 está associado a doenças cardiovasculares – Yan et al. 2004 Obes Res)
Sánchez-García et al 2007Sánchez-García et al 2007
BMC Public HealthBMC Public Health
Malnutrition screening in the elderly population
Harris D & Haboubi N. 2005 J R Soc MedHarris D & Haboubi N. 2005 J R Soc Med
Edema
Não detecta perda de peso significativa
Adequada aferição da altura
Alteração postural
Compressão das vértebras
Perda de tônus muscular
Índice de Massa Corporal (IMC)
Variáveis confundidoras
Malnutrition screening in the elderly population
Harris D & Haboubi N. 2005 J R Soc MedHarris D & Haboubi N. 2005 J R Soc Med
Triciptal, biciptal, subscapular, ilíaca
Distribuição das dobras varia com a idade, sexo, etnia, edema
Circunferência muscular do braço
Bom indicador de subnutrição em pacientes doentes: normal = ♀ > 22 cm e ♂ 23 cm (Macallan D. Medicine 2005)
Sofre interferência do edema
Dobras cutâneas
Antropometria e doenças Antropometria e doenças cardiovascularescardiovasculares
Circunferência da cintura - Adulto (Lean & Morrison, 1995 BMJ)
Mulher: 88cm
Homem: 102cm
Índice de Massa Corporal – Adulto (OMS, 1995)
< 18,5kg/m2 = subnutrição; 18.5 – 24.9kg/m2 = normal;
25kg/m2 sobrepeso; 30kg/m2 obesidade
As variações inter e intra-observador são maiores para CC do que comparado com IMC, porém as diferenças são pequenas o que torna a CC uma boa medida para a prática clínica
Em idosos: Mais estudos!Em idosos: Mais estudos!
Sánchez-García et al 2007Sánchez-García et al 2007
BMC Public HealthBMC Public Health
Nadas J et al 2008Nadas J et al 2008
Med Sci Monit.Med Sci Monit.
Antropometria e doenças Antropometria e doenças cardiovascularescardiovasculares
Relação cintura/quadril - Adulto (OMS, 1986)
Mulher: 0,85
Homem: 1,00 Em idosos: Mais estudos!Em idosos: Mais estudos!
Sánchez-García et al 2007Sánchez-García et al 2007
BMC Public HealthBMC Public Health
Circunferências da cintura e do quadril Circunferências da cintura e do quadril e doenças cardiovascularese doenças cardiovasculares
Circunferência da cintura (CC) - Adulto
↑ CC em homem e mulher está associado com redução do HDL-colesterol, ↑ triglicérides, ↑ insulina e glicose.
↑ CC em mulher está associado ao aumento da pressão arterial.
Seidell JC et al 2001Seidell JC et al 2001
Am J Clin NutrAm J Clin Nutr
Índices de adiposidadeÍndices de adiposidade
Circunferência da cintura (CC).
Relação circunferência/quadril.
Prega cutânea triciptal (PCT).
Índice de Massa Corporal (IMC).
CC foi o único índice associado com pressão arterial (preditor) em uma população de obesos de ambos os sexos. (Majane OH et al. J Hypertens. 2007)
Anthropometric measures and absolute cardiovascular risk estimates in the Australian
Diabetes, Obesity and Lifestyle (AusDiab) Study
Preditores de alto ou intermediário risco de doença cardiovascular:
Mulheres
Homens
IMC
25-26 kg/m2
26 kg/m2
Circ.cintura
80-85 cm
95 cm
Razão cint./quadril
0,80
0,90
Chen L. et al 2007Chen L. et al 2007
Eur J Cardiovasc Prev RehabilEur J Cardiovasc Prev Rehabil
Mulheres
Homens
Circ.cintura
82 cm
85 cm
Mulheres
Homens
IMC
26,5 - 27,6 kg/m2
24,7 – 26,1 kg/m2
Circ.cintura
91,3 – 95,3 cm
87,3 – 91,1cm
2007
Mulheres: IMC (RR = 1,48; 95% CI – 1,07 – 2,06), dobras triciptal (RR = 1,63; 95% CI - 1,12 - 2,39), biciptal (RR = 1,46; 95% CI -1,08 – 1,47) e subscapular (RR = 1,65; 95% CI - 1,19 – 2,03) aumentam o risco para doença cardiovascular fatal.
Homens: IMC aumenta o risco para doença cardiovascular fatal (RR = 1,29; 95% CI – 1,12 – 1,49).
Antropometria e doenças cardiovascularesAntropometria e doenças cardiovasculares
Circunferência da cintura em idososCircunferência da cintura em idosos
Harris TB et al., Ann N Y Acad Sci 2000
Coorte; 2830 idosos (1439 mulheres, 1391 homens)
Circunferência da cintura (CC) e IMC versus tomografia computadorizada e DEXA.
Boa correlação com a gordura total.
CC reflete melhor a gordura corporal total do que a visceral em idosos.
Antropometria e doenças cardiovascularesAntropometria e doenças cardiovasculares
Circunferência da cintura em idososCircunferência da cintura em idosos
Quer dizer que se eu souber interpretar os
dados antropométricos de acordo com as
classificações atuais estou pronto, não
preciso de mais nada?
1990 Mississippi1990 Mississippi
Média 25,444kg/mMédia 25,444kg/m22
DP 4,88DP 4,88
N = 1498N = 1498
2003 Mississippi2003 Mississippi
Média 27,73kg/mMédia 27,73kg/m22
DP 6,3DP 6,3
N = 4212N = 4212
The Changing Shape of the Body Mass Index Distribution The Changing Shape of the Body Mass Index Distribution Curve in the Population: Implications for Public Health Policy Curve in the Population: Implications for Public Health Policy
to Reduce the Prevalence of Adult Obesityto Reduce the Prevalence of Adult Obesity
Penman AD et al. 2006 Prev Chronic DisPenman AD et al. 2006 Prev Chronic Dis
IMC: 25 a 30kg/m2 = sobrepeso
IMC > 30kg/m2 = obesidade
Países Latino Americanos acham que os pontos de corte são bastante permissivos
Quais são os valores associados ao risco de desenvolver doença cardiovascular?
Pontos de corte nos EUAPontos de corte nos EUA
The bigger the healthier: Are the limits of The bigger the healthier: Are the limits of BMI risk changing over time?BMI risk changing over time?
Henderson RM. 2005 Econ Hum BiolHenderson RM. 2005 Econ Hum Biol
Americanos das forças armadas século 19
Americanos do NHANESI século 20
Faixa de Normalidade (sem risco)
20 – 26 kg/m2
Faixa de Normalidade (sem risco)
22 – 28 kg/m2Mudam as perspectivas dos Mudam as perspectivas dos estudos epidemiológicos!estudos epidemiológicos!
The bigger the healthier: Are the limits of The bigger the healthier: Are the limits of BMI risk changing over time?BMI risk changing over time?
Henderson RM. 2005 Econ Hum BiolHenderson RM. 2005 Econ Hum Biol
ObrigadaObrigada
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