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Em fevereiro, os "apontamentos" do Museu de Lamego destacam o colóquio "Quo Vadis".
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APONTAMENTOS fevereiro 2016
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Pintura “Quo Vadis” debatida em colóquio
COLÓQUIO
3 | APONTAMENTOS
Refletir sobre os contributos que a História da Arte, a
Museografia e as disciplinas e métodos de
conservação podem ter na conservação da pintura é o
grande objetivo do colóquio “Quo Vadis”, que o
Museu de Lamego e o Museu do Douro organizam, no
âmbito do projeto mais amplo do Museu de Lamego
“Conhecer, Conservar, Valorizar”. A iniciativa tem
lugar no próximo dia 16 de março, a partir das 9h30,
nas instalações do Museu do Douro e conta ainda com
a parceria do laboratório Hercules da Universidade de
Évora.
“Quo Vadis” é o título da pintura da coleção do Museu
de Lamego que dá nome ao colóquio. Datada do século
XVI, apresenta problemas de conservação, alguns dos
quais possivelmente motivados por intervenções
anteriores. Esta obra integra-se, juntamente com
outras peças, no projeto de “fundraising” Conhecer,
Conservar, Valorizar, premiado, em 2012, pela APOM
(Associação Portuguesa de Museologia), na categoria de
“Melhor Intervenção em Conservação e Restauro”.
É propósito deste colóquio reunir contributos de várias
áreas científicas para a conclusão sustentável do
restauro desta pintura.
A participação é livre. A inscrição pode ser feita nos
sites do Museu de Lamego (www.museudelamego.pt)
e do Museu do Douro (www.museudodouro.pt)
“Conhecer Conservar Valorizar” é uma exposição que reúne um conjunto de
obras referenciadas na campanha de angariação de fundos, com o mesmo
nome, iniciada em 2011.
Vocacionada para a promoção de uma relação de crescente cumplicidade
entre a comunidade e as «memórias» que as coleções do Museu evocam,
“Conhecer, Conservar, Valorizar” tem por finalidade sensibilizar o público
para um conjunto de obras do Museu de Lamego que se impõem pela sua
importância histórica, artística e estética, mas também pela urgência de
uma intervenção de conservação e restauro.
No terreno desde 2011, foi já possível, com o apoio de muitos anónimos e
não só, o restauro de uma belíssima gravura. “África” foi o primeiro
exemplar a beneficiar do envolvimento e contributo do público neste projeto,
projeto que só estará concluído quando o tratamento de todos os objetos for
uma realidade.
4 | APONTAMENTOS
CONHECERCONSERVARVALORIZAR
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BIOGRAFIA DA MONITORA
Sílvia Pinto Ferreira (Chaves, 1982) é atriz e criadora no âmbito
das artes performativas, vocacionada para projetos artísticos
multidisciplinares e comunitários, metodologias de pesquisa
performativas e para as linguagens do teatro de objetos e do
storytelling.
Licenciada em Estudos Teatrais (Universidade de Évora) e mestre
em Teatro com especialização em Teatro e Comunidade (Escola
Superior de Teatro e Cinema/IPL). Integra, desde 2005, a equipa
artística da Quarta Parede (Covilhã) como intérprete-criadora,
assistente de programação e monitora de ações artístico-
pedagógicas para públicos diversos. Colabora, desde 2012, com
projetos artísticos da Pé de Pano (Castelo Branco). É membro do
Colectivo M12 8 (desde 2013) formado por artistas-investigadores
na área das práticas artísticas comunitárias.
O ponto de partida é a coleção do Museu de Lamego. O meio é o teatro. O fim materializa-se na
construção de uma experiência de descoberta, através de três oficinas dirigidas a crianças e
jovens entre os 6 e os 17 anos. De 21 a 26 de março, o Museu de Lamego será o palco da
criatividade. As inscrições já estão abertas.
HÁ TEATRO NO MUSEUFérias da Páscoa
Na base de todas as sessões, direcionadas para faixas
etárias específicas, estará a abordagem transversal a
duas gravuras da coleção do museu, através de
ferramentas performativas que exploram a expressão
corporal e vocal dos participantes.
Experimentar outros modos de conhecer e mostrar
uma peça museológica, construir novas histórias a
partir da História e favorecer uma aprendizagem
integral serão aspetos da expressão criativa a
explorar.
No último dia, realiza-se uma sessão aberta ao
público que desafia os participantes a exporem os
resultados mais significativos do trabalho
desenvolvido através de uma apresentação inédita de
uma peça da coleção do museu.
As oficinas de teatro do Museu de Lamego contam
com o apoio do Teatro Ribeiro Conceição e da Liga dos
Amigos do Museu de Lamego.
As inscrições encontram-se abertas e podem ser
feitas em http://bit.ly/OficinaTeatro2016.
6 | APONTAMENTOS
PÚBLICO-ALVO Crianças e jovens dos 6 aos 17 anos Nº DE PARTICIPANTES POR OFICINA Mínimo de 8 e máximo de 16 DURAÇÃO 120 minutos por sessão de cada oficina (num total de 6 sessões). A sessão final será aberta ao público. VALOR DA INSCRIÇÃO 15,00 € DATA
LIMITE DE INSCRIÇÃO 11 de março de 2016 MAIS INFORMAÇÃO E INSCRIÇÃO (obrigatória) www.museudelamego.pt
Museu de LamegoLargo de Camões 5100-147 Lamego PORTUGALTel + 351 254 600 230 | mlamego@culturanorte.ptwww.museudelamego.pt | /museu.de.lamego
www.museudelamego.pt
Liga dosAmigos doMuseu de Lamegoor
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Depois de em janeiro ter destacado, no âmbito da rubrica Um Ano. Um Tema, uma Estela
Funerária da sua coleção, em fevereiro, o Museu de Lamego viaja até à Capela de São Pedro de
Balsemão, integrada no projeto Vale do Varosa, e recupera um fragmento de lápide funerária,
igualmente do período romano, constituindo esta mais uma oportunidade de investigação e de
divulgação do património.
UM ANO. UM TEMA fevereiroTumulária do Museu de Lamego e Vale do Varosa
Devido ao desgaste provocado pelo tempo, não é
possível uma interpretação total da epígrafe, que
tanto poderá ter resultado da adaptação posterior de
uma estela, como de uma placa funerária. Mais
simples que as estelas, as placas possuíam
normalmente uma decoração que se limitava a uma
moldura de gola, ou de filete ou filete duplo, a
bordejar o campo epigráfico.
Os nomes apresentados, Celtius e Maelo, indicam
antropónimos indígenas (TEIXEIRA, 1998, p.219)
muito frequentes na Lusitânia romana, do século I,
data na qual se deverá enquadrar esta epigrafe,
atendendo à paleografia e simplicidade do texto, e à
ausência da invocação aos Manes, as almas do entes
falecidos.
O presente exemplar integra um conjunto de
vestígios romanos que se podem observar em São
Pedro de Balsemão, inseridos no muro da capela, ou
destituídos da sua função original e reaproveitados
no interior.
Com efeito, conservam-se deste período, duas aras
votivas consagradas a Júpiter e a Fortuna e, inseridos
8 | APONTAMENTOS
FRAGMENTO DE LÁPIDE
Séc. I, romana
Granito
São Pedro de Balsemão (inserida num dos muros da capela)
Inscrição:
CELTIVSM
AELONIS
HIC.SITVS
EST
Interpretação:
CELTIVS M/AELONIS (filius) / HIC . SITVS /EST
Tradução:
Aqui jaz Céltio, filho de Maelo
Dimensões: 51 x 45 cm.
Campo epigráfico: 39,5 x 35 cm.
no muro da capela, ou destituídos da sua função original e
reaproveitados no interior.
Com efeito, conservam-se deste período, duas aras votivas
consagradas a Júpiter e a Fortuna e, inseridos nos muros da
fachada, uma segunda lápide funerária e um marco terminal do
tempo do imperador Cláudio Augusto, para além de fustes e
silhares com marca de fórfex, encontrados nas redondezas.
A ausência de qualquer estação arqueológica nas imediações, e
o caráter de reaproveitamento e variedade dos elementos
encontrados, têm dificultado a tarefa de determinar a sua
proveniência original, que se mantém desconhecida, apesar das
várias explicações que procuram justificar a sua presença em
São Pedro de Balsemão. Facto que tem contribuindo para
alimentar a discussão em torno deste monumento, já por si de
cronologia controversa.
João Inês Vaz, um dos arqueólogos que defende que a capela de
Balsemão é de origem paleocristã, remontando ao século V e VI,
equaciona a possibilidade de após a conversão dos suevos ao
9 | APONTAMENTOS
cristianismo, ter havido o reaproveitamento de alguns materiais romanos para a construção do
«novo» templo cristão. Desse modo, as lápides funerárias (recolhidas nas necrópoles pagãs), o
marco terminal (de uma divisória existente na cidade) e as aras, (do antigo fórum). (VAZ, 2007, p.22-
24) terão sido transportadas da antiga civitas romana situada em Lamego e reaproveitados na
construção do templo, como forma de sacralizar os vestígios pagãos relacionados com o culto dos
mortos e das divindades. (VAZ, 2007, p.22-24).
Mais pragmático, Vergílio Correia aventa a possibilidade de um dos antigos proprietários da capela
pudesse ser colecionador de lápides romanas e, por esse motivo, as ter transportado até Balsemão e
inserido na reconstrução do templo. Uma hipótese que se contrapõe a uma terceira, que refere a
pré-existência de um templo romano, que mais tarde o cristão viria substituir.
Referências bibliográficas:
TEIXEIRA, Ricardo (1998) – Elementos para o estudo da ocupação romanano Alto Douro: bacia hidrográfica dos rios
Varosa e Balsemão. In «Douro: Estudos & Documentos». Vol. III (5), pp.11-28. Porto: GEHVID Faculdade de Letras
da Universidade do Porto, GEHVID
[on-line: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/9384.pdf, 15-02-2016].
VAZ, João L. Inês (2007) – Lamego na época romana, capital dos Coilarnos, Lamego: AVDPVD.
10 | APONTAMENTOS
ediç
ões
Um Ano. Um Tema nasceu da vontade, dando
continuidade a rubricas anteriores como Peça do Mês
ou Tesouros [Reserva]dos, de dar visibilidade a peças
da coleção do museu menos conhecidas do grande
público. Ao mesmo tempo, este projeto de
investigação e comunicação online aposta na
organização temática, permitindo uma valorização
de conjunto, contextualizadora e, por isso, mais
inteligível e enriquecedora do ponto de vista
histórico.
Para a escolha da coleção de gravura para a
primeira edição do projeto foi determinante o
facto de o Museu de Lamego possuir um raro e
valioso exemplar de inícios do século XVIII,
conhecido como Alegoria a África (Oficina de Pierre
Landry, Paris), que reproduz a famosa imagem do
rinoceronte de Albrecht Dürer, no ano em que se
celebraram os 500 anos da viagem do animal e da
execução da gravura que o imortalizou.
A revista Um Ano. Um Tema apresenta ao todo 12
gravuras oriundas dos mais importantes centros de
Depois de em 2015 o Museu de Lamego ter trazido mensalmente a público, de uma forma
desmaterializada, a sua coleção de gravura, o projeto Um Ano. Um Tema conhece agora a sua
primeira publicação, constituindo esta mais uma oportunidade de investigação, tentando
coligir informação dispersa e produzir, se não informação nova, pelo menos propor novas
perspetivas.
UM ANO. UM TEMA 2015 EM E-BOOK
produção de gravura portuguesa e europeia, ativos
entre os séculos XVI e XIX, reunindo reputados
gravadores como os flamengos Hieronimus Wierix e
Lamberecht Causé, o italiano Raphel Morghen, ou o
de Bernarnd Picard, gravador de origem francesa, ou
ainda dos holandeses Jonas Suyderhoelf e Pieter
Soutman e dos portugueses Joaquim Carneiro da Silva
e de Gaspar Fróis Machado.
O primeiro número de Um Ano. Um Tema está
disponível em permanência e para download
gratuito, em www.museudelamego.pt, cumprindo o
Museu de Lamego mais uma vez o seu grande objetivo
de alargar a todo o público o conhecimento
produzido no âmbito das suas atividades.
12 ravurasGdo Museu de Lamego
UM
ANO TEMA
11 | APONTAMENTOS
TÍTULO
Um Ano. Um Tema – 12 Gravuras do Museu de Lamego
DIREÇÃO EDITORIAL
Luís Sebastian (Museu de Lamego | DRCN)
COORDENAÇÃO
Alexandra Isabel Falcão (Museu de Lamego | DRCN)
TEXTOS
Alexandra Isabel Falcão (Museu de Lamego | DRCN)
Frédéric Jiméno (Universidade Sorbonne, Paris)
Luís Sebastian (Museu de Lamego | DRCN)
FOTOGRAFIA
Museu de Lamego – DRCN. Fotógrafo: José Pessoa
©The British Museum
COMUNICAÇÃO
Patrícia Brás (Museu de Lamego | DRCN)
CONCEÇÃO E COMPOSIÇÃO GRÁFICA
Paula Pinto (Museu de Lamego | DRCN)
OIMAGEM DE CAPA
Alegoria a África (pormenor) – Fotografia com radiação UV de Sónia
de castro (Laboratório José Figeuiredo/laboratório Hércules de
Universidade de Évora)
EDIÇÃO
Museu de Lamego | Direção Regional de Cultura do Norte
DATA DE EDIÇÃO
Fevereiro de 2016
ISSN
2183-7430
12 | APONTAMENTOS
SUGESTÕES
De terça a domingo, das 10h00 às 18h00.
13 | APONTAMENTOS
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MUSEU DE LAMEGOLargo de Camões5100-147 Lamego
(+351)254600230 mlamego@culturanorte.pt www.museudelamego.pt /museu.de.lamego /museudelamego /c/museudelamego
N 41º05’51’’ W 7º48’21’
ENCONTRE-NOS
14 | APONTAMENTOS
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15 | APONTAMENTOS
Museu de Lamego
Largo de Camões
5100-147 Lamego
Tel: (+351) 254600230
E-mail: mlamego@culturanorte.pt
Site: www.museudelamego.pt
Facebook: www.facebok.com/museu.de.lamego
Horário
De terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00.
Encerra às segundas-feiras.
Gratuito no primeiro domingo do mês.
Serviço Educativo
Visitas orientadas/comentadas à exposição permanente e
exposições temporárias, mediante marcação prévia.
Biblioteca
De terça a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às
18h00, mediante contacto prévio.
Auditório
100 lugares
Loja
APONTAMENTOS fevereiro 2016100 ANOS
[1917-2017]
16 | APONTAMENTOS
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