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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
NATIVOS DIGITAIS: UMA NOVA GERAÇÃO E UMA
NOVA CULTURA.
Lorena de Souza Chamarelli
RIO DE JANEIRO
Dezembro - 2011
OS NATIVOS DIGITAIS: UMA NOVA GERAÇÃO E NOVA CULTURA
Por:
Lorena de Souza Chamarelli
Monografia apresentada à FACULDADE DE EDUCAÇÃO da UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO como requisito parcial à obtenção do GRAU DE LICENCIATURA EM FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAS DO ENSINO FUNDAMENTAL PARA CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS E O BACHARELADO EM PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES E NOS MOVIMENTOS SOCIAIS.
RIO DE JANEIRO
Dezembro – 2011
NATIVOS DIGITAIS : UMA NOVA GERAÇÃO E UMA NOVA CULTURA.
Por:
Lorena de Souza Chamarelli
Monografia apresentada aos professores
.......................................José Mauro
Lunes.....e
..................................................................
_________________________________
Professor
Orientador
________________________________
Professor
Examinador
RIO DE JANEIRO
Dezembro - 2011
Dedicado ao Gabriel Garuti,
“Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração,
escorre pelos olhos”. (Bob Marley)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por ter me dado forças para ter chegado até aqui e por
tudo o que ele representa na minha vida.
Aos meus pais por aturarem meu mau humor e as crises de desespero durante a
realização da monografia, principalmente a minha mãe por sempre me ajudar a revisar
os trabalhos. Por terem investido na minha educação, e sempre me darem apoio.
Obrigada por tudo sem vocês e não teria chegado até aqui.
A minha irmã Juliana, pelo simples fato de ter pulado junto comigo quando eu entrei
para UERJ. Obrigada por acreditar que eu conseguiria e principalmente obrigado por
ter me ajudado quando eu mais precisei.
Ao Professor José Mauro, pelas orientações, pela paciência e pelos conselhos.
Obrigada.
As minhas amigas, Fernanda Obelar, Anna Carolina, Gabriela, Ana Clara, Angélica,
Débora Fernanda Garcia e Gabrielle, sem vocês a UERJ não teria graça, não sei nem
por onde começar agradecer a vocês. Vocês tornaram minhas manhãs mais divertidas,
choram junto comigo, me deram força quando eu achei que não aguentaria, me
fizeram rir, e até me agüentaram cantando de madrugada!rsrs Eu nunca vou esquece
dos momentos que vive na UERJ, das nossas historias e das brincadeiras.
A Tânia e o Wiliam por me darem apoio necessário para realização desse trabalho,
por serem um exemplo de força e de determinação. Aprendi muito com vocês esse
ano. Obrigada por tudo.
A Suzane por ser uma ótima companhia para se esfriar a cabeça, obrigada amiga.
A Carolina sem ela eu não teria conseguido numerar as páginas obrigada.
RESUMO
CHAMARELLI, Lorena. OS NATIVOS DIGITAIS: UMA NOVA GERAÇÃO E UMA NOVA CULTURA.
Brasil, 2011, nº f. Monografia (Graduação em Pedagogia) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.
Os Nativos Digitais são todos aqueles que nasceram depois 1980, na era da tecnologia
digital. O fato de terem nascido no contexto da tecnologia desenvolveu nos integrantes dessa
geração características específicas em seus cognitivos, entre elas: a forma como eles
aprendem. Os novos estilos de aprendizagem exigem um novo método de ensino por parte
dos educadores, fazendo surgir um conflito entre os Nativos Digitais e a Escola, mediante a
problemática educacional e o descaso dos Nativos Digitais que não demonstram interesse na
metodologia usada pela escola. Educadores alegam que os Nativos Digitais não gostam de
estudar, ou ler, preferem passar horas na internet, o que ocasiona resultados poucos
satisfatórios, como falta de atenção as aulas, vocabulário estilisticamente pobre, uma maior
dificuldade na escrita e na leitura, erros gramaticais e ortográficos. Entretanto os Nativos
Digitais alegam falta de motivação para assistirem aula, para eles o mundo tecnológico
oferece atrativo e informações melhores e mais eficazes do que a escola. Diante desse
conflito educacional, o seguinte trabalho fará uma análise conceitual sobre como adaptar a
metodologia escolar de acordo com os novos estilos de aprendizagem dos alunos digitais.
Três palavras-chave
Nativos Digitais , Educação e Tecnologia Digital.
ABSTRACT
Digital Natives are people who were born after 1980, in the era of digital
technology. The fact of being born in the context of technology developed in the members of
this generation specific cognitive features, including: how they learn. The new styles
of learning require a new method of teaching by educators, giving rise to a conflict
between Digital Natives and the School due to the problematics of educational neglect and the
Digital Natives, who show no interest in the methodology used by the school. Educators argue
that Digital Natives don't like to study or read, they prefer to spend hours on the Internet,
which leads to poor results, lack of attention to the lessons,
vocabulary stylistically poor, a greater difficulty in writing and reading, and grammatical
spelling mistakes. However, the Digital Natives allege lack of motivation to attend school.
They think that the technological world offers more attractive and better information and that
it is more effective than school. Given this educational conflict, the following work will
make a conceptual analysis of how to adapt teaching methodology to the new styles of digital
learning.
Three Keys words:
Digital Natives, Education e digital Technology
SUMÁRIO
Introdução ......................................................................................p. 10
Capítulo I
Os Nativos digitais ...........................................................................p.12
Capítulo II
O efeito das tecnologias da informação e da comunicação no funcionamento do cognitivo
humano ..........................................................................................p.22
Capítulo III
Os Nativos Digitais: Um desafio educacional....................................... p.28
4 - Considerações finais ......................................................................p.37
5 - Referências Bibliográfica. ...............................................................p.42
10
INTRODUÇÃO
Em 1980 surgiu uma nova geração, filhos da era digital, conhecidos como: Nativos
Digitais. Os objetivos desse trabalho é discorrer sobre eles, analisar quais foram às mudanças
que a tecnologia digital desenvolveu nos seus comportamentos e em seus cognitivos, os novos
estilos de aprendizagem desenvolvidos e como objetivo principal discuti sobre o desafio
educacional que a escola vem enfrentando no ensino-aprendizagem dos Nativos Digitais.
A escolha do tema foi realizada através da observação feita no meu estágio de Ensino
Fundamental. Pude observar alunos levando para sala de aula celular, MP3 e PSP1, nos
momentos onde a professora não observava eles aproveitavam para jogar, ouvir musicas com
fone de ouvido, mas na hora de aprender a matéria eles não prestavam atenção ao que ela
estava falando.
A metodologia usada foi teórica conceitual, a partir de uma análise critica dos
conceitos exposto, na literatura que sustenta esse trabalho. A exposição do texto é permeado
pelas definições dos conceitos centrais que embasaram esse trabalho - a saber, Nativos
Digitais, estilos de aprendizagem, tecnologia da informação e da comunicação; bem como a
sua pertinência com a problemática educacional.
Essa nova geração desenvolvida aprendeu a mexer com a tecnologia digital com muita
facilidade. Eles obtêm informações há todos os instantes, são acostumados a fazer mil coisas
ao mesmo tempo, são capazes de ver televisão, ouvir música e ainda fazer o dever da casa ao
mesmo tempo. Acostumados às novas tecnologias e estarem ao tempo todo recebendo novos
aprendizados de uma formar mais dinâmica, quando se depararam com a escola ainda de
maneira tradicional acabam considerando ela chata e sem sentindo. Hoje uma criança
consegue ter a mesma informação do que seu professor só olhando a internet, “A diferença
entre o professor e o aluno não está na quantidade de informação, mas no modo como
utilizar a informação.” (Lyotard, 1998)
A escola por sua vez rejeita essa nova cultura, fechando- se muitas vezes as portas para
um novo caminho. O professor ao dar sua aula, sente-se desmotivado pelo fato de não
conseguir a atenção dos seus alunos, ele culpa as tecnologias acusando-a de ter estragado
essa geração, os alunos por sua vez culpam a escola e ao professor por serem desinteressante.
Durante o decorrer do trabalho será desenvolvidos argumentos e deliberações sobre o
que aconteceu com a geração que tem como principal ferramenta a internet. O primeiro 1 PlayStation Portátil
11
capítulo falará melhor sobre essa nova geração, o que mudou de uma geração para outra e há
quanto tempo essa mudança vem acontecendo. Discutirá o impacto que essa geração causou a
todos, as diversas críticas recebidas por partes de estudiosos e educadores. Também será
relatado as oitos normas desenvolvida por essa geração.
Não há dúvida que a tecnologia digital desenvolveu habilidades cognitivas diferentes
em seus usuários, o cérebro dos nativos digitais apresentam habilidades que nenhuma outra
geração possuem. Porém pesquisas comprovam que a leitura foi deixada de lado por parte
dessa geração, que preferem passar horas em frente ao computador ao invés de passar horas
lendo um livro, críticos alegam que falta de leitura ocasiona prejuízos ao cognitivo dos
Nativos Digitais, e que pessoas que lêem mais tendem a fazer mais obras sociais do que
aquelas que não lêem. Os livros foram substituídos por blog, e site de notícias, um novo tipo
de leitura mais interativa. Esse será justamente o assunto que será deliberado no segundo
capítulo, as mudanças no cognitivo dos Nativos Digitais e troca dos livros pela tecnologia
digital.
Ao passar do tempo a geração se transformou, logo o mundo se transformou junto,
porém de alguma forma a escola se trancou durante a transformação, continuando a mesma
com passar dos anos. A relação da escola com a tecnologia será discutido no terceiro capítulo,
como a escola lida com a geração que é movida pela tecnologia, como os professores podem
ensinar uma geração totalmente diferente da deles, como ensinar os mesmo conteúdo para
pessoas com estilos de aprendizagem diferentes, tudo isso será visto no ultimo capítulo e por
fim será feito um analise sobre o que é preciso para se ter uma escola voltada para atender a
nova geração.
12
1°: OS NATIVOS DIGITAIS
Junto com as mudanças da sociedade e com os avanços tecnológicos surgiu uma nova
geração: Os nativos digitais; são aqueles que nasceram e cresceram na era da tecnologia
digital, são fluentes na linguagem digital dos computadores, dos jogos eletrônicos e da
internet.
São definidos por diversos nomes como: Screenagers, geração Net, geração internet,
Geração Y ou Geração Milênio. Os nativos digitais vêm causando grande curiosidade por
parte de educadores, psicólogos, estudiosos e cientistas.
Os nativos digitais vêm recebendo inúmeras criticas por partes de todos, desde pais até
empregadores frustrados. Tapscott (2010) em seu livro “A hora da geração digital” apresenta
algumas criticas feitas por jornalistas, acadêmicos e estudiosos céticos que pensam
negativamente sobre a essa geração, veja alguns comentários:
Eles são mais burros do que nós quando tínhamos a mesma idade. Ouvem-se
variações desse tema popular. Eles não sabem nada, escrever Mark Bauerlein em
The Dumbest Generation: How the Digital Age Stupefies Young Americans and
Jeopardizer our future ( A geração mais burra: como a era digital estupidifica os
jovens e põe em risco nosso futuro.) Segundo Bauerlein, a Geração Internet é o
retrato de uma ignorância vigorosa e indiscriminada.(p.11)
Eles não tem vergonha. É bastante comum hoje em dia que as garotas exponham
fotos provocadoras na internet, adverte M.Gigi Durham, a zelosa autora de the
Lolita Effect (O efeito Lolita). Os Jovens, sem saber que isso pode vir a assombrá-
los mais tarde, disponibilizam todo o tipo de informação pessoal on-line, seja para
um recrutador universitário, um futuro empregador ou para um marqueteiro
manipulador, um intimidador ou predador cibernético. Os pais, educadores e
empregadores ficam atônitos ao ver as demonstrações de afeto exibidas on-line para
que todos vejam. Os jovens não vêem qual é o problema. (p.12)
Eles são violentos. Basta observar os dois jovens que cometeram o homicídio em
massa na escola de ensino médio Columbine, perto de Denver, Colorado. Elimine a
combinação de personalidade desses jovens e o seu vício em videogames
extremamente violentos, com os quais estavam profundamente envolvidos, e os
assassinatos e massacres não teriam ocorrido, afirma um processo instaurado pelas
vítimas contra fabricantes de computadores. Segundo a MAVAV, a indústria de
videogames promove ódio,racismo, sexismo e a tendências mais perturbadora: clãs
e guildas, um fenômeno subterrâneo dos videogames que se parece muito com os
gangues. (p.13)
13
Criticas feitas a essa geração demonstram que uma parte significativa dos pesquisadores
entende que a tecnologia digital fez dos Nativos Digitais uma geração inferior as outras,
porém esse é um retrato bastante pessimista sobre os nativos digitais. Entretanto, para
Johnson (2005) a cultura da sociedade atual ficou mais complexa com a entrada das
tecnologias, a entrada dos games, das redes sociais, da internet e até mesmo de certos
programas da televisão estão tornando a cultura mais complexa do que a cultura de 30 anos
atrás, exigindo assim mais do intelecto das pessoas.
Em seu livro Tapscott (2010) relata que a hostilidade que as pessoas tratam os nativos
digitais é devido ao medo que sentem de algo novo e fora de sua compreensão. Ele compara
essa mesma hostilidade, com a hostilidade de décadas atrás quando a geração Baby
Boomers 2apareceu:
Os baby boomers abriram um precedente com uma grande ameaça geracional aos
seus antepassados. As gerações anteriores não tiveram o luxo de uma adolescência
prolongada; após uma infância breve, as crianças entravam direto no mercado de
trabalho. Mas os baby boomers cresceram em uma época de relativa prosperidade e
frequentaram a escola por muito mais tempo do que seus pais. Eles tiveram tempo
de desenvolver sua própria cultura jovem. Rock’n’roll, cabelo compridos, protestos,
roupas estranhas e novos estilos de vida incomodavam seus pais. Também tiveram
uma nova mídia por meio da qual podiam comunicar sua cultura – a televisão
( Tapscott, 2010, p. 16)
A geração que antes incomodava seus pais com o Rock’n’ roll e que passava horas em
frente a TV agora se sente incomodada por uma nova geração a qual eles não conseguem
compreender , muitos deles acabam criticando como defesa contra essa nova cultura que
cresce cada vez, que os fazem se sentirem como estrangeiros em novo mundo.
De 1946 até os dias atuais surgiram algumas gerações, cada uma dessas gerações
causaram apreensão e espanto a todos que não faziam parte dela, uma geração sempre
surpreendo a outra.
2 Geração dos nascidos na era da televisão
14
Gerações de 1946 até o presente (Tapscott p.27) 3:
1. Geração “Baby Boom”
Janeiro de 1946 a dezembro de 1964 -19 anos. São os filhos do pós-guerra, que romperam
padrões e lutaram pela paz. Já não conheceram o mundo destruído o encontraram mais
otimista, puderam pensar em valores pessoais e na boa educação dos filhos. Têm relações de
amor e ódio com os superiores, são focados e preferem agir em consenso com os outros.
2. Geração X
Janeiro de 1965 a dezembro de 1976 – 12 anos. Também chamada de Baby Bust. Nesse
período, as condições materiais do planeta permitem pensar em qualidade de vida, liberdade
no trabalho e nas relações. Com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação já podem
tentar equilibrar vida pessoal e trabalho. Mas, como enfrentaram crises violentas, como a do
desemprego na década de 80, também se tornaram céticos e super protetores.
3. Geração Internet
Janeiro de 1977 até o presente. Também chamada de geração do Milênio ou Geração Y.
Com o mundo relativamente estável, eles cresceram em uma década de valorização intensa da
infância, com internet, computador e educação mais sofisticada que as gerações anteriores.
Ganharam auto-estima e não se sujeitam a atividades que não fazem sentido em longo prazo.
Sabem trabalhar em rede e lidam com autoridades como se eles fossem um colega de turma.
A geração digital é uma das que mais causa polêmicas, devido ao seu envolvimento
com a tecnologia, eles mudaram a sociedade, o jeito de pensar, maneira de fazer amigos, a
estrutura familiar, o ambiente de trabalho dentre outras coisas. É a geração que tem em casa a
liberdade que nenhuma outra geração teve.
Os nativos digitais nasceram com as tecnologias digitais, para eles saber usar essas
novas ferramentas é algo natural e simples, a maneira que eles utilizam a internet e outras
tecnologias é diferente da maneira que as outras gerações utilizam. É normal hoje em dia ver
o filho ensinando ao pai a usar o computador, ficando claro que o manuseio das ferramentas
digitais é mais fácil para o filho que nasceu com aquilo do que para o seu pai que está se
3 Site http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG87165-7943-219,00-GERACAO+Y.html
(acessado no dia 14/07/2011 ás 21:00 horas)
15
adaptando a essa nova ferramenta. Os nativos digitais vêem a tecnologia como uma parte do
seu ambiente, para muitas crianças, fazer uso da tecnologia é tão normal como respirar, eles já
nascem usando um computador. Os nativos digitais são capazes de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, por
exemplo: Eles estudam, ouvem musica, e conversam com seus amigos pela internet tudo ao
mesmo tempo, recebendo assim um monte de informações, muitos estudiosos falam que por
isso o cérebro dos nativos digitais são mais velozes do que os dos seus pais, eles acreditam
que fazer uso da tecnologia exige mais do intelecto.
Johnson ( Surpreendente, 2005) chamou de curva do dorminhoco a tendência da
cultura popular, nos últimos 30 anos se tornar mais complexa, sendo assim exigindo mais da
inteligência das pessoas. Ou seja, ao contrario do que dizem muitas das criticas que os
nativos digital recebem, eles não possuem um intelecto inferior ao das outras gerações.
Pode-se perceber que a tecnologia transformou uma geração, o uso da internet e outros
meios digitais desenvolveram mudanças na maneira de pensar e agir dessa nova geração,
porém, não é só a internet que muda os jovens, a maneira como eles pensam e se comportam
também influência e modifica a internet. As crianças e jovens não apenas manuseiam a
internet como também editam e colaboram com seu conteúdo. O uso de blogs é a prova disso,
os jovens colaboram colocando novos conteúdos e suas opiniões na internet baixam musicas e
filmes e compartilham suas escolhas e opiniões com milhões e milhões de pessoas. A
tecnologia fornecer as ferramentas digitais, porém as diversas maneiras as quais a mesma
ferramenta é utilizada é o que a torna diferente para essa geração. Os nativos digitais
mudaram a internet, eles não a vêem da mesma maneira que os seus pais a vêem, eles a
utilizam de maneira diferente, eles não só fazem pesquisa ou batem papo, mas também
colocam vídeo, escrevem sobre determinado assunto, participam de fórum, debatem sobre
políticas, se organizam, marcam eventos, compartilham fotos e musicas, jogam e se
comunicam com pessoas do mundo todo.
A tecnologia para eles é algo de extrema importância, viver sem a mesma é como
retroceder a “era das trevas”, eles usam a tecnologia para tudo, até mesmo na hora de
preparar o jantar utilizam a internet para procurar uma nova receita culinária. Eles estão
conectados 24h, seja pelo computador em casa, ou notebook, ou até mesmo no celular.
Ao sair na rua e olhar ao redor logo se pode perceber o quanto a tecnologia faz parte do
cotidiano das pessoas. Um jovem da geração internet faz uso de pelo menos de três diferentes
16
tecnologias por dia, pode se relatar o cotidiano de um jovem da geração internet da seguinte
maneira :
De manhã o celular despertar mostrando que já está na hora de se levantar, ele acorda e
verificar na sua agenda eletrônica os compromissos para o dia, se arruma e vai trabalhar
ouvindo o seu Ipod e aproveita para ver os seus email pelo celular, ao chegar no trabalho
utiliza o computador para fazer uma pesquisa e organizar dados e aproveita para dar uma
olhada em seu Facebook, verifica se tem algum evento para o dia de hoje no Facebook,
conversar com alguns amigos pelo MSN e manda alguns Emails. Vai para casa ouvindo o
mesmo Ipod que contém mais 200 musicas diferentes ao mesmo tempo em que responde
alguns torpedos enviados para o seu celular, ao chegar em casa ele toma banho e janta, logo
depois verifica se algo de bom está passando na televisão, entra no Twitter para postar algo
sobre seu dia e vê o que seus amigos estão fazendo, mais tarde ele entra no Youtube para ver
alguns vídeos, e aproveita para dar uma olhada nas noticias do dia, entra em algumas
comunidades no Orkut para debater algum tópico, ao mesmo tempo que baixa series e
musicas na internet.
Os nativos digitais vivem imersos na era digital, e na era digital uma pessoa que não tem
acesso ao computador se torna uma pessoa limitada, por fora, perdida e até mesmo excluída, a
internet é considerada uma grande ferramenta na qual abre inúmeras possibilidades, sejam
elas profissionais, sociais ou sentimentais.
A tecnologia mais utilizada por essa geração, sem duvida é a internet, a televisão fez
parte da vida dos pais da geração digital mais do que na vida deles, para eles a TV passou a
ser apenas uma musica ao fundo, ela continua ligada, mas apenas como uma opção secundária
em meio a tanta opção dada pela internet. Eles não deixaram de assistir seus programas
favoritos, de ver jornais ou filmes, só que agora eles simplesmente entram na internet e
baixam ou procuram no Youtube seus programas favoritos, sem precisar depender da
programação da TV ou então precisar assistir comerciais indesejados.
O acesso a internet é constante, estão sempre conectados, o celular agora não apenas tem
a serventia de ligar para alguém, mas também passou a ser uma das ferramentas preferida de
acesso a rede. Ao comprar um celular para os filhos os pais, pensam no celular como um meio
de segurança e de controle, através do celular o pai pode localizar o filho, lembrar da hora
que ele precisa chegar em casa, além de ser uma grande ajuda caso o filho precise falar com
os pais. A criança ou adolescente não vê o celular como os seus pais o vêem, elas os vêem
como uma ferramenta social indispensável, para elas o celular não é só uma forma de se
17
comunicar com seus pais, é um entretimento e um meio de está sempre em contato com seus
amigos e com as noticias. Eles falam serio quando falam aos pais que não são nada sem o
celular, porque ficar sem celular é como está desconectado do convívio social.
Tapscott (2010) , definiu oito regras da Geração internet, são elas: “Liberdade,
customização, escrutínio, integridade, colaboração, entretenimento, velocidade e inovação”.
Liberdade:
Para Don Tapscott essa geração possui e quer mais liberdade do que as outras, eles
querem essa liberdade até mesmo na hora de escolher um emprego, eles não ficam muito
tempo em apenas um emprego, eles querem ter a liberdade de poder conhecer outros
empregos e escolher pelo qual mais se identificam. Diferente das outras gerações, os
integrantes da geração internet não tem medo de largar um ótimo emprego por outro que
melhor se enquadram nas suas expectativas, eles querem liberdade de escolha. Procuram por
empregos com horários flexivos e que dão a liberdade de até mesmo trabalharem em sua
própria casa usando o computador.
Se enquadrando nas expectativas dessa geração, a Intel faz com que os seus funcionários
tenham a maior liberdade possível. Muitos dos seus funcionários trabalham á distância, ao
passo que outros desfrutam de horários flexíveis, semanas curtas, trabalho de meio expediente
e compartilhamento de emprego. Todas as principais unidades da empresa oferecem aos
funcionários ótimos serviços, como academias de ginástica, vestiários, quadras de basquete e
vôlei, tinturarias, mercearias e cafés em praças de alimentação com cardápios que mudam
diariamente. Estudos mostram constantemente que mordomias como as oferecidas pela Intel
aumentam a satisfação e o desempenho dos funcionários. (Tapscott ,2010,p.96)
A liberdade dada por algumas empresas como a Intel e a Google aos seus funcionários,
está sendo uma grande influência para que algumas empresas também possam adotar um
horário mais flexível para atrair os funcionários mais jovens. Essa iniciativa, está sendo
nominada como Rowe ( results-only work environment, “Ambiente de trabalho voltado apenas
para resultados”), as empresas estão permitindo que seus funcionários tenham a liberdade da
qual precisam, podem trabalhar a onde e o horário em que os convém, porém a tarefa precisa
ser concluída a tempo.
Os nativos digitais buscam a liberdade de tal forma, que alguns dos seus integrantes
abrem seus próprios negócios só para não se submeterem a ordens de um chefe. Eles gostam
de ter escolhas, de poder ter mais do que uma opção, variedade é uma palavra adorada por
18
eles. Os nativos mais jovens procuram essa liberdade acessando a internet, a interferência dos
pais ao acesso a rede os incomoda , é interessante para eles dominar uma ferramenta a qual os
pais não dominam completamente, a internet passa a ser um lugar de liberdade a onde existem
milhões de opções de entretenimento, além de ser um local pouco acessado pelos seus pais.
Customização
Os nativos digitais transformam as ferramentas digitais para que as mesmas se apareçam
com eles, mudar e colocar traços de sua personalidade faz parte dessa geração, por exemplo,
cada celular tem um papel de parede diferente, letras diferentes na agenda telefônica e alguns
deles tem varias opções de desenho e cores para contra capa do celular, podendo colocar
aquela que mais combina com a pessoa.
Para eles não basta fazer uso da tecnologia, a ferramenta digital também precisa ter a
personalidade deles, pode-se descobrir qual é o estilo do dono de um Ipod, só de ouvir as
suas seleções de musicas. Na internet nota-se essa customização em sites como blogs ou até
mesmo no Facebook a onde a personalidade do usuário é nítida, a TV também sofre
transformação a maioria dos componentes dessa geração assistem seus programas favoritos
quando eles querem e no horário que eles quiserem sem precisar depender da programação da
TV, simplesmente vêem no Youtube ou então gravam seus episódios usando HD Digital para
que possam ver depois sem a interrupção de comerciais.
Escrutínio:
Os nativos digitais se tornam bastante minuciosos, antes de acreditarem em qualquer
coisa eles buscam saber primeiro. Devido a milhões de informações existem na internet os
nativos digitais aprenderam ser céticos sempre que estão on-line, antigamente uma foto era
um prova discutível sobre a sua veracidade, hoje em dia é fácil alterar uma foto na internet, o
uso de Photoshop transformar qualquer pessoa, além de golpes, noticias falsa, spam e outras
coisas existem na internet, tudo isso fez com essa geração se tornasse cada dia mais céticas,
eles só passam acreditar na informação depois de fazer uma boa verificação e comprovar sua
veracidade.
Essa desconfiança nas informações contidas na internet, faz com os nativos digitais
sejam mais desconfiados até mesmo fora da internet, antes de fazerem compras os membros
da geração digital pesquisam sobre o produto dos seus interesses antes de comprar, para
terem a certeza que realmente vale a pena ter o produto. O melhor jeito de atrair essa geração
19
é com a verdade, eles já não caiem em comerciais que falam que se você usar o determinado
perfume as mulheres vão cair aos seus pés.
Integridade
O uso da internet facilita os nativos digitais a fazerem escolhas certas antes de
comprarem algum produto ou trabalharem em alguma empresa. Eles usam a internet para
fazer uma pesquisa sobre a empresa e saber se a mesma é confiável, e usam site de
relacionamento com Facebook para denunciar quando não for confiável. Através de site como
o Facebook também são feitas diversas correntes e campanhas contra abortos, bebida e
direção, direitos cívicos, e outros temas.
Os jovens da Geração internet esperam que as outras pessoas também tenham
integridade. Não querem trabalhar para uma organização desonesta nem consumir
seus produtos. Esperam que as empresas tenham considerações por seus clientes,
funcionários e pelas comunidades onde atuam. Têm mais consciência do que nunca
do seu mundo. Graças á abundância de informação na internet. ( Tapscott p.105)
Porém a integridade tem dois lados, quando o assunto é download de musica pela
internet, a indústria fonográfica considera roubo e os nativos digitais se dividem.
A maioria não acha roubo baixar musica da internet e falam que ainda estão ajudando
algumas bandas pequenas, que se gostam da banda vão ao show e compram camisas. Outros
já pensam que baixar musica desvaloriza o trabalho do artista, porque quando se baixa musica
sem custo pela internet, o artista não possui nenhum lucro.
Colaboração
Nascidos na era da rede digital, os nativos digitais estão a todo tempo interagindo uns
com os outros através das redes sociais ou através de mensagens instantânea, eles estão
sempre em contato com alguém, é como ter um amigo no bolso sempre que precisar. Por
isso estão sempre ajudando e dando opinião relação algum trabalho ou pesquisa. Através
da internet eles podem ajudar um amigo a terminar o dever de casa, tiram suas duvidas,
20
respondem as pesquisas e colaboram até mesmo com algumas empresas sobre um
determinado produto.
Muitas empresas montam sites para ouvirem a opinião dos seus consumidores, muitos
jovens vão até esse site e dão ideias que ajudam a melhorar o produto oferecido pela
empresa. A geração digital gosta de colaborar, e como acesso direto a internet permite que
eles colaborem com mais freqüência.
Entretenimento
Muitas das criticas que os jovens da geração digital recebem é devido ao fato de
serem considerados imaturos, para muitos eles são apenas jovens que gastam tempo de
mais em frente ao computador e que são imaturos o suficiente para jogarem ou
olharem o seu perfil do Facebook até mesmo no trabalho. Para a geração digital o
trabalho tem que ser algo satisfatório, algo que eles estejam extremamente
envolvidos, tem que ser divertido, eles não vem o trabalho como algo a ser
considerado enfadonho. Por isso eles não vêem nada de mais olhar o Facebook ou
jogar algum joguinho no computador para relaxar um pouco enquanto estão no
trabalho, isso não significa que eles não vão cumprir a tarefa qual lhe foi designadas,
eles só usam o jogos como estratégia para aliviar a tensão para que depois retorne ao
trabalho mais dispostos e relaxados.
Usar a internet para essa geração é a melhor forma de aliviar a tensão, eles podem
usar o Google e pesquisar algo dos seus interesses, usar o MSN para conversar com os
amigos que também estão trabalhando, ver vídeo no Youtube e jogar para se distrair
um pouco.
Velocidade
Acostumados a uma velocidade cada vez maior ao se conectarem na rede, os
integrantes da geração digital estão acostumados à velocidade, e não suportam a ideia
de ficar esperando. Quando mandam uma mensagem ao um amigo e esse demora em
responder, eles ficam logo preocupados achando que algo aconteceu ou se estão sendo
ignorados pelo amigo.
21
Para eles tudo tem que ser rápido, ligar para companhia telefônica e ficar horas e
horas esperando ser atendido é um verdadeiro tormento. Eles gostam de um retorno
rápido, muitos ficam entediados no trabalho por acharem que tudo se revolve
lentamente, e podem desistir facilmente de um emprego se verem que suas
expectativas não estão se cumprindo nesse prazo.
Inovação
O avanço tecnológico permite que cada vez mais novas tecnologias sejam criadas, um
celular comprado hoje daqui a duas semanas já está ultrapassado. Os nativos digitais
são fascinados por essas novas tecnologias que cada vez facilitam mais sua vida, um
Ipod 4agora não serve apenas para ouvir musica, enquanto se correr, o Ipod Nano
informa tempo, distância, ritmo e calorias queimadas.
Cada vez que uma empresa inventa uma nova tecnologia, as outras empresas buscam
recursos e estratégias para inventar outro com mais funcionalidade do que o da outra
empresa, isso faz com um aparelho super moderno passe a ser ultrapassado em
segundos.
4 Novo Ipod Nano. http://www.apple.com/br/ipodnano/features.html
22
: 2°: O PODER DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÕES E DA
COMUNICAÇÃO NO FUNCIONAMENTO DO COGNITIVO HUMANO
A imersão digital fez os nativos digitais se desenvolverem de uma maneira diferente das
outras gerações. Há quem diga que a tecnologia transformou toda uma geração em pessoas
totalmente alienadas e menos inteligentes, que abandonam as obras literais para jogar
videogames, assistirem televisão e acessar a internet.
Tapscott (2010) discorda totalmente sobre a teoria que os nativos são menos inteligentes
do que as gerações anteriores, pelo contrario, para ele os nativos digitais desenvolveram uma
inteligência maior do que estes, devido ao constante uso da tecnologia digital.
Acredito que o fato de terem ficado imersos em um ambiente digital interativo os
tornou mais inteligentes do que o típico espectador passivo de televisão. Eles talvez
leiam menos obras literárias, mas dedicam muito mais tempo à leitura e à redação
on-line. Essa atividade pode ser intelectualmente desafiadora. Em vez de apenas
receber informações passivamente, eles as estão coletando rapidamente. Em vez de
simplesmente acreditarem que um apresentador de tevê está nos dizendo a verdade,
eles as estão avaliando e analisando um montanha de informações muitas vezes
contraditórias ou ambíguas. Quando escrevem em seus blogs ou carregam um vídeo
na internet, eles têm a oportunidade de sintetizar e criar uma nova formulação, o que
gera uma enorme oportunidade. A Geração Internet teve a chance de satisfazer seu
potencial intelectual inerente como nenhuma outra. (Tapscott, 2010, p.122)
Os Nativos Digitais recebem informações a todo tempo, basta acessar a internet para
saber o que está acontecendo no mundo, eles não são leitores passivos, pois compartilham,
comentam e deliberam sobre elas. Estão o tempo todo lendo, seja historias dos seus amigos no
Facebook, notícias, ou blogs.
Pais e educadores criticam os Nativos Digitais pelo desapego a leitura, dizem que essa
geração perde muito tempo sentada em frente a um computador, enquanto poderiam aprender
muito mais lendo um bom livro. Alguns estudiosos acreditam que pessoas que lêem por
prazer estão muitas vezes mais propensas a visitar museus e freqüentar espetáculos musicais
do que aquelas que não o fazem, quase três vezes mais inclinadas a realizar trabalho
voluntário e de caridade, e quase duas vezes mais favoráveis a participar de eventos
esportivos, em outras palavras, não ler faz com que as pessoas se acomodem.
Não se pode discutir os benefícios que a leitura traz a uma pessoa, porém da mesma
forma não se pode generalizar o uso das ferramentas digitais como um atraso intelectual.
Stevens Jonhson ( 2005) em seu livro “Surpreendente” esclarece que as criticas vem através
23
da influência do passado, os críticos julgam a nova cultura comparando-a como antiga
cultura, encontrando assim imperfeições e realçando as falhas.
O problema é que ao julgar novos sistemas culturais á própria maneira, a presença
do passado recente inevitavelmente influência a visão de forma emergente,
realçando as falhas e as imperfeições. Historicamente, os games sofreram essa
síndrome, principalmente porque têm sido comparados com as convenções mais
antigas da leitura. (Jonhson,2005, p.16)
Jonhson(2005) propõe em seu livro que se imagine um mundo alternativo idêntico ao
que se vive, exceto por uma mudança tecnológica histórica: os videogames foram inventados
e popularizados antes dos livros. Nesse universo paralelo proposto por Jonhson, as crianças
brincam com games há séculos, e de repente, surgem textos com páginas encadernadas, e
viram moda. O que seria dito sobre o livro? O que os professores, pais e autoridades culturais
teriam a dizer sobre esse frenesi da leitura? Jonhson imaginou da seguinte forma:
Ler livros durante um longo período de tempo atrofia os sentidos. Ao contrário da
antiga tradição de videogames – que envolve a criança em um mundo realista e
tridimensional repleto de imagens animadas e trilhas sonoras, pilotadas e
controladas por meio de movimentos musculares complexos – os livros são
simplesmente uma sequência enfadonha de palavras em uma página. Apenas
pequena parte do cérebro dedicada ao processamento da linguagem escrita é ativada
durante a leitura, ao passo que jogos envolvem uma variedade completa dos córtices
sensoriais e motores. Os livros também têm a capacidade trágica de isolar a pessoa.
À medida que, durante muitos anos, os jogos engajaram os jovens em relações
sociais complexas com seus pares, juntos construindo e explorando mundos, os
livros forçam a criança a se isolar em um espaço sossegado, excluída da interação
com outras crianças. (p.17)
São inúmeras vantagens cognitivas que a leitura ocasiona em uma pessoa:
concentração, atenção, capacidade de compreender as palavras, imaginação, criatividade,
dentre outras, deixando claro que a leitura é ótimo exercício metal.
Alguns integrantes da geração Digital gostam de ler uma boa historia, e os livros
ainda fazem parte do cotidiano da vida deles, porém a grande a maioria preferem alternativas
mais interativas do que os livros, a palavra eletrônicos tem mais espaço na vida deles do que
a literatura. Essa cultura não literária, diferente do que muitos pais e educadores podem
pensar, apresentam diferentes capacidades mentais que são tão importantes quanto aquelas
praticadas por meio da leitura de livros.
24
Pesquisas mostram que o cérebro pode mudar ao longo da vida à medida que
responde a influências do ambiente. Por viverem imersos ao mundo digital, os nativos digitais
apresentam desenvolvimentos diferentes do que a geração Baby Boomers, como exemplo,
estudos comprovam que pessoas que jogam mais videogames tende adquirir uma atenção
visual maior do que aquelas que não jogam.
Embora jogar videogames possa parecer bastante tolo, é uma atividade capaz de
alterar o processamento da atenção visual, concluíram Green e Bavelier. Em outras
palavras, as pessoas que jogam videogame com muita frequência podem localizar
mais objetos de uma só vez do que as pessoas que não jogam. Segundo, eles são
melhores no monitoramento de um mundo cheio de elementos; podem identificar
com mais rapidez um alvo brevemente apresentado em um campo cheio de poluição
visual. E, terceiro, os jogadores de videogame experientes processam um fluxo
rápido de informações visuais melhor. (Tapscott, 2005, p. 126)
Os videogames também desenvolvem outras habilidades como: melhora a
coordenação entre as mãos e os olhos, otimiza o tempo de reação e beneficia a visão
periférica. Melhora as habilidades espaciais, a capacidade de manipular mentalmente um
objeto tridimensional, habilidades que são necessárias a um arquiteto, escultor e engenheiro, e
até mesmo melhoras em alguns campos da matemática. Além desenvolver nos nativos digitais
uma maior capacidade de trabalhar em equipe, alguns dos jogos exigem do jogador uma
maior cooperação com os oponentes para derrotar um inimigo comum, estabelecendo um
aprendizado coletivo.
Existe em torno do videogame uma preocupação dos pais, e da sociedade, se jogos
violentos são apenas diversão ou podem realmente influenciar uma pessoa. Matar alguém em
um jogo virtual pode influenciar uma reação violenta, que pode ser usada em tempo real?
É chamado de catarse o conceito definido como descarga emocional, aonde se usa de
meios não reais para canalizar sentimentos violentos, ou seja, jogar um game violento não
induz a pessoa ser violenta, pelo contrário, através do jogo ela pode satisfazer instintos
violentos, liberar no jogo todo sentimento agressivo ou não. Jogos e até mesmo programas da
televisão ditos como violentos, constituem em espaço de catarse.
Portanto, a interação com cenas e imagens promotoras de tais sentimentos não
resulta, necessariamente, na repetição mecânica desses afetos no cenário social,
mas na ressignificação dessas emoções em um espaço previamente definido, sem
atingir os semelhantes. No que se refere aos comportamentos violentos e agressivos
que cotidianamente são veiculados pela mídia, a teoria da catarse na área da
comunicação argumenta que a violência na mídia cumpre uma função social:
25
satisfazer e canalizar instintos violentos reprimidos, de modo que não transcendam
cada indivíduo e não perturbem a boa marcha social. Logo, o efeito terapêutico
consiste em que, graças à contemplação de cenas violentas na mídia, o indivíduo
possa desenvolver suas fantasias pessoais, canalizando toda a carga de instintos
agressivos e reduzindo, assim, qualquer dose de violência na vida real. Por
conseguinte, as mídias se convertem em agentes canalizadores de comportamentos
violentos e agressivos. ( Lynn Alves, 2005 apud Sílbernam & Lira, 200, p.210)
É preciso ressalta que parte das críticas sobre a cultura digital, são realizada sem
conhecimento prévio da mesma. Em sua grande maioria as criticas são realizadas por baby
boom, considerados imigrantes digitais, que julgam a nova cultura baseado nos conceitos
culturais da sua geração, todavia não dominam a concepção cultural da nova geração,
criticando-a sem realmente conhecê-la.
Não é apenas o videogame que apresenta vantagens cognitivas para os nativos, a
internet e televisão são ferramentas digitais que mudaram o jeito que as informações chegam
aos nativos.
A maneira como recebemos informação – lendo um livro, assistindo a um filme ou
escutando uma pessoa ao telefone – tem um grande impacto no cérebro, e esse
impacto é ainda mais significativo do que o próprio conteúdo da mensagem. Em
outras palavras, como McLuhan disse em sua frase famosa, mas um tanto obliqua:
“ O meio é a mensagem”. (Tapscott, 2005, p. 128)
Tapscott (2010) relatou uma pesquisa realizada na Universidade Carnegie Mellon, na
qual foi feita um rastreamento cerebral para testar a hipótese de que a maneira que se recebe a
informação afeta a maneira como se absorve. Foi constatado que a teoria é verdadeira,
descobriram que o cérebro constrói a mensagem de maneira diferente quando ela é lida ou
ouvida, um noticiário ouvido no rádio é processado de maneira diferente se for lido em um
jornal. Sendo assim é de se esperar que informações absorvidas através da internet, causem
um impacto diferente no cérebro.
Em 2006, foi realizado um estudo com os nativos digitais, os pesquisadores
apresentaram o mesmo noticiário de quatro maneiras diferentes; pelo radio, em uma
transmissão on-line ativada por um único clique, em uma transmissão via internet na qual era
necessário clicar em cada notícia para que ela aparecesse, e numa transmissão via internet que
incluía links para se aprofundar no assunto. Foi constatado que os participantes se lembraram
mais das informações transmitida de uma maneira interativa do que a realizada de forma
tradicionais. Ao realizar uma pesquisa na internet os nativos digitais procuram informações
26
que contem links para outras informações, diferentemente dos baby boomers que lêem a
informação do início ao fim sem mudar de fonte.
As crianças pensam de uma maneira diferente em comparação ao resto de nós. Elas
desenvolvem mentes hipertextuais. Fazem saltos. É como se suas estruturas
cognitivas fossem paralelas, e não seqüenciais. Essa é uma das maneiras pelas
quais a imersão digital literalmente reconectou o cérebro das pessoas com menos
de quarenta anos. ( Tapscott, 2010 apud Prensky, 2000 p.130)
As inovações tecnológicas estão surgindo cada vez mais rápido, e adaptar a mente a
uma sequência cada vez mais veloz da tecnologia também treina a mente a explorar e
dominar sistemas complexos. Uma criança da geração digital, compreende e adapta-se
rapidamente a uma nova tecnologia, ela faz uso de ferramentas digitais sem precisar ler o
manual instrução, o cérebro dos nativos digitais se adaptam com muito mais facilidades as
novas inovações tecnológicas do que as dos seus pais que são apenas estrangeiros no mundo
digital. Os nativos digitais também desenvolvem uma habilidade visual maior do que as dos
seus pais, eles aprendem muito mais com imagens do que com apenas textos.
Os nativos digitais são capazes de realizar varias tarefas ao mesmo tempo em diferentes
meios, é comum ver um integrante da geração digital, fazer o trabalho de casa ao mesmo
tempo em que conversa com um amigo no MSN. Estudiosos e pais da geração digital são
céticos em relação à eficiência do trabalho realizado com diversas tarefas juntas, estudiosos
dizem que por realizar diversas tarefas ao mesmo tempo o integrante da geração digital leva o
dobro do tempo para realizar uma tarefa. Estudiosos dessa geração acreditam que os nativos
digitais realmente conseguem trocar de foco com mais rapidez do que qualquer outra geração,
porém isso não significa que eles sejam capazes de pensar de forma mais criativa ou com
mais profundidade a respeito de uma questão mais complicada. Quanto mais tarefas forem
desenvolvidas simultaneamente, menor vai ser a capacidade de pensar e resolver
racionalmente.
O cérebro dos nativos digitais ainda é uma incógnita a ser desvendada, mas nota-se que a
tecnologia digital mudou o jeito dessa geração de pensar, se comportar e resolver problemas.
A geração digital se comporta e pensa diferente dos seus pais baby boomers, ou seja, eles se
desenvolvem e aprendem diferentemente da maneira que seus pais aprendiam.
27
As pessoas muitas vezes me perguntam: os jovens de hoje são diferentes dos jovens de vinte anos
atrás? Bem, eles são. Como o mundo está diferente, o cérebro deles está conectado de uma outra
maneira. ( Taspcott, 2010, p.133 apud Martin Westwell, Oxford)
28
3°: O NATIVOS DIGITAIS: UM DESAFIO EDUCACIONAL.
Existe um conflito entre escola e geração digital. A primeira alega que essa geração não
gosta de estudar, que não gosta de ler, é totalmente desinteressada em relação aos estudos,
preferem passar horas e horas em frente ao computador conversando, vendo fotos e jogando
algum tipo de game. A segunda define a escola com chata, algo desinteressante e
ultrapassado, fora do contexto e totalmente entediante.
O conflito surge mediante ao fato do modelo educacional continuar o mesmo depois de
anos, as metodologias de ensino e aprendizagem mantêm-se iguais por mais de 100 anos. A
Geração digital apresenta características distintas das gerações anteriores, ela age e pensa
diferentemente, ou seja, essa geração possui também um modo de aprendizagem
diversificado, eles não aprendem da mesma forma a qual seus pais aprendiam, a metodologia
empregada no ensino-aprendizagem dessa geração digital não pode ser a mesma que era
utilizada na época dos Baby Boomers.
É normal atualmente ouvir criticas vinda de professores sobre a geração digital, eles as
classificam como a geração mais “burra” e “desinteressada” que surgiu. Para alguns os
avanços tecnológicos prejudicaram e estragaram essa geração, porém Steve Jonhoson em seu
livro surpreendente faz uma retrospectiva dos teste do QI ao passar do tempo, e nota-se que
as médias dos testes tem aumentado junto com a dificuldade dos mesmos. Ele faz uma
analise com a infância de 40 anos atrás e com a infância atual, percebendo que a criança de
hoje é menos passiva do que uma criança há 40 anos atrás. Atualmente uma criança manda
email, mexe em computador, grava vídeo, joga games e utiliza ferramentas tecnológicas que
são consideradas complicadas para um Baby Boom. Ao chegar à escola a criança encontra
matérias antigas, professor exausto, mas no mundo fora da escola seu cérebro recebe desafio a
cada momento, com as novas tecnologias.
Ao se desenvolverem com a tecnologia os nativos desenvolveram um novo método de
aprendizado, durante todo o decorrer do dia os nativos digitais são surpreendidos com um
novo desafio tecnológico, eles aprendem interagindo com a informação, tendo acesso a uma
ampla fonte de informação a qual estão o tempo todo conectado, estão acostumado a receber
informações mais rápida do que um professor em sala de aula é capaz de transmitir.
29
Mattar (2010) relaciona as diferenças encontradas nos professores que são considerados
imigrantes digitais, responsáveis por transmitir conhecimento nas escolas, e nos alunos de
hoje, os Nativos Digitais, alunos que desenvolveram um novo conhecimento através da
tecnologia digital.
Nossos professores, imigrantes digitais, falam uma língua desatualizada (aquela da
era pré-digital) e estão lutando para ensinar uma população que fala uma linguagem
inteiramente nova. Os alunos nativos digitais estão acostumados a receber
informações mais rapidamente do que os imigrantes digitais sabem transmitir.
Imigrantes preferem textos a imagens: já os nativos, ao contrário, preferem imagens
a textos. Os imigrantes preferem as coisas em ordem, enquanto os nativos
relacionam-se com a informação de maneira aleatória. Imigrantes estão acostumados
a uma coisa por vez, ao passo que os nativos são multitarefa. Os imigrantes
aprenderam de modo lento, passo a passo, uma coisa por vez, individualmente e,
acima de tudo, seriamente. Os alunos de hoje não são mais as pessoas para as quais
nossos sistemas educacionais foram projetados, em virtudes disso a escola tem
ensinado habilidade do passado. (Mattar, 2010 p. 7)
O sistema educacional enfrenta dificuldade em relação ao ensino-aprendizagem dos
Nativos Digitais, ao adentrar uma sala de aula percebe-se alunos organizados em fileiras,
quadro repleto de anotações, professor no centro da sala explicando a matéria enquanto os
alunos disfarçadamente, ouvem musica, usam o celular, jogam PSB, ou cochilam em suas
cadeiras, ou seja, no final do dia o conteúdo foi esporadicamente ensinado.
A escola está sendo vista com algo desnecessário para os Nativos Digitais, os métodos
usados pela escola se tornaram antigos e ultrapassados, fazendo muito dos seus alunos se
perguntarem o motivo pelo o qual eles precisam ir para escola, se hoje em dia qualquer pessoa
pode ter acesso ao um banco de dados amplo de informações na internet.
O número de evasão escolar é crescente, as razões são complexas e diversas, mas o fato
da escola ainda seguir o modelo da era industrial faz com que ocorra uma distancia entre
realidade dos seus alunos e os métodos aplicados na escola, formando assim um abismo entre
a escola e os alunos. Não se pode depositar a culpa do fracasso escolar na internet ou em
outros meios tecnológicos, como também não se pode culpar os alunos pela falta de interesse,
ou os professores pelo cansaço. Turmas lotadas, professores mal remunerados são fatores que
contribuem para um rendimento escolar muito baixo. Primeiramente antes de depositar a
culpa sobre o professor, por não buscar a modernização, é preciso pensar na situação
precária encontrada por ele ao adentrar na escola. Por não entender essa nova geração o
professor julga a mesma com desdém, salas lotadas e poucos recursos não facilitam o trabalho
30
dele em sala, mal remunerado o professor é obrigado á procurar emprego no seu tempo livre,
sobrando o mínimo de tempo para planejar suas aulas. O sistema educacional apresenta
falhas que prejudicam o professor e o aluno, para se ter uma educação válida é preciso que o
professor esteja sempre se atualizando, buscando ter uma educação continuada, buscando
conhecer o mundo aonde seus novos alunos vivem.
Os Nativos Digitais gostam de expor sua opinião, prova disso são os diversos Fóruns
criados em comunidades de redes sociais como Facebook ou Orkut, gostam de saber o motivo
pelo qual eles precisam saber determinado assunto, eles não aprendem apenas sentados e
ouvindo alguém, eles gostam de estar em constante movimento, se comunicando e expondo
sua opinião a todo tempo, eles precisam se sentir incluídos no aprendizado, cabe ao
professor compreender o melhor método a ser usado com essa geração, entendendo
principalmente, que o aprendizado se constitui de maneira diversificada em cada aluno.
Não há dúvida que a frenquência da imersão no mundo digital criou novos estilos de
aprendizagem específicos nos Nativos Digitais, Mattar (2010) faz uma comparação entre os
estilos de aprendizagem do novo milênio com os estilos de aprendizagem do milênio anterior.
Veja o quadro abaixo:
Estilos de aprendizagem – novo milênio e milênio anterior (p.13) :
Estilos de aprendizagem do novo
milênio
Estilos de aprendizagem do milênio
anterior
Fluência em múltiplas mídias, valoriza cada
uma em função dos tipos de comunicação,
atividades, experiências e expressões que ela
estimula.
Centra-se no trabalho com uma mídia única,
mais adequada ao estilo e ás preferências do
indivíduo.
Aprendizado baseado em experiências de
pesquisa, peneira e síntese coletiva, em vez da
localização e absorção de informações em
alguma fonte individual melhor, prefere
aprendizado comunal em experiências
diversificadas, tácitas e situadas: valoriza o
Integração individual de fontes de
informação explícitas e divergentes.
31
conhecimento distribuído por uma
comunidade e em um contexto, assim como o
conhecimento de um indivíduo.
Expressão por meio de teias não lineares e
associativas de representações em vez de
história lineares (por exemplo, criar uma
simulação e uma página Web para expressar a
compreensão em vez de escrever um artigo):
usa representações envolvendo simulações
ricamente associadas e situadas.
Usa multimídia ramificada, mas altamente
hierárquica.
Codesign de experiências de aprendizado
personalizadas para necessidades e
preferências individuais.
Enfatiza a seleção de uma variante
precustomizada de uma gama de serviços
oferecidos.
Os Nativos digitais adquiriram uma maior habilidade para ler imagens visuais, são
comunicadores visuais indutivos aprendem melhor por descoberta do que ouvindo;
possuem desdobramento de atenção, são capazes de mudar sua atenção rapidamente
de uma tarefa para outra e podem escolher não a prestar atenção naquilo que não
interessam, respondem em imediato e esperam resposta rápidas como retorno. Suas
habilidades para se mover entre o real e o virtual é instantânea, expandindo sua
alfabetização bem além do texto; do outro lado, sua alfabetização em textos pode ser
inferior à das gerações anteriores. Tendem mais a utilizar a internet do que a
biblioteca para pesquisa, apesar de reconhecerem que a web não supre todas as
necessidades de informação, eles preferem aprender fazendo do que ser orientados
sobre o que fazer, aprendem bem por descoberta, explorando por conta própria ou
com seus colegas. Esse estilo de exploratório permite que retenham informação
melhor e a utilizem de maneira criativa e significativa, gostam de atividades que
promovam e reforcem a interação social. ( JOÃO MATTAR, 2010, p.12)
O método de ensino pedagógico de uma escola precisa ser voltado para atender as
necessidades dos seus alunos, é preciso considerar o aluno como o sujeito do seu próprio
aprendizado, levar em conta suas experiências e desafios vivido fora do ambiente escolar, o
currículo precisa ser flexível preparado para sofrer modificações de acordo com os
questionamentos dos alunos. Não se pode constituir um modelo educacional homogêneo,
32
aonde não se pensa no aluno como um sujeito individual, com estilos de aprendizagem
próprios.
É importante lembrar que não temos apenas um estilo de aprendizagem, já que
somos constituídos de uma mistura de estilos e podemos inclusive integrar dois ou
mais estilos predominantes no mesmo momento. Podemos também utilizar estilos
distintos em função da situação, do conteúdo e do objeto de aprendizado. Além
disso os estilos não são fixos, pois podem se modificar com o tempo, já que estamos
em constante mutação. Cabe também lembrar que os estilos de aprendizagem não
são a única variável que afeta o aprendizado, por isso não devem se constituir no
único diagnóstico para determinar o planejamento da educação.
(Mattar, 2010, p. 7)
É de suma importância entender os diferentes desenvolvimentos de aprendizagem. Às
escolas não podem ignorar o desenvolvimento do mundo globalizado, se o mundo se
transformou e os alunos também mudaram nada mais justo que a escola repense seu método
pedagógico a fim de reconquistar o seu espaço na sociedade do mundo moderno.
A tecnologia digital modificou o cenário da economia global, que está em crescente
mudança, devido aos novos desenvolvimentos tecnológicos e ao aumento da velocidade da
informação. Para acompanhar o crescimento da economia global, é preciso está em constante
aprendizado.
A capacidade de aprender novas coisas é mais importante do que nunca em um
mundo no qual você precisa processar novas informações em grande velocidade. Os
estudantes precisam ser capazes de pensar de forma criativa, critica e colaborativa
para dominar os “aspectos básicos” e se destacar em leitura, matemática e ciências,
para ter competência de leitura e para reagir ás oportunidades e desafios com
rapidez, agilidade e inovação. Os estudantes precisam expandir sua base de
conhecimento para além das portas de sua comunidade se quiserem se tornar
cidadãos globais responsáveis e cooperativos em uma economia mundial cada vez
mais complexa. ( Tapscott, 2010 p. 156)
Para que haja uma educação voltada para atingir os objetivos do mundo globalizado a
escola precisa abrir suas portas para um novo horizonte, e receber em suas salas de aulas a
tecnologia digital, saber usar essa ferramenta ao seu favor, se modernizar e buscar um
método mais eficaz de ensino-aprendizagem para essa geração.
Entretanto a escola não pode ser vista como a vilã que não se modernizou, é notório
que a tecnologia digital desenvolveu no cérebro dos Nativos Digitais vantagens cognitivas,
conforme visto no capítulo anterior, porém há pesquisas que alegam que as tecnologias
digitais desenvolveram neles uma menor concentração. Não se discuti o fato de que essa
33
geração seja capaz de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo, todavia estudos comprovam
que os nativos digitais levam o dobro do tempo para realizar à mesma e não obtendo a
qualidade necessária.
Críticos alegam que por causa da internet e do uso de celulares, os jovens estão
acostumados a ler textos breves e estilisticamente mais pobres, de uma forma totalmente
desatenta, sendo considerado de extrema dificuldade a leitura de texto maiores com um
vocabulário estilisticamente mais rico. O tempo de concentração dos nativos digitais é menor
do que dos imigrantes digitais.
O fato dos Nativos Digitais realizarem várias tarefas ao mesmo tempo, faz com que
seus cérebros estejam acostumados a mudar o foco de atenção rapidamente, funciona
perfeitamente com atividades que não exigem total atenção por parte do cérebro, porém ao
realizar uma tarefa como ler um texto, ou estudar, os nativos digitais não conseguem manter o
foco por muito tempo, conseqüentemente demoram o dobro do tempo para estudar e se não
obtém um bom rendimento. Observando em redes sociais, é possível ver comentários como;
“Eu tenho que estudar, mas tô na internet”. “ Eu tento estudar, mas o Facebook não
deixa”.
Ao analisar a situação pode-se observar dois lados: Em um lado está a escola, com
métodos antigos e professores cansados, sendo considerada chata e desnecessária, do outro
lado estão os Nativos Digitais, criados com a tecnologia, estão acostumados com desafios e
preferem um aprendizado mais interativo do que o passivo oferecido pela escola,
desenvolveram cognitivo diferente por causa da tecnologia, entretanto possuem dificuldade
em se concentrar em textos que exijam uma maior concentração.
Não há dúvida que os Nativos Digitais se tornaram um grande desafio para escola, entre
eles existe um abismo de diferenças, condenar somente a escola pela ineficiência da educação
com os Nativos Digitais não justifica o abismo encontrado, os motivos são diversos e não são
apenas de responsabilidade do professor e também não são só dos alunos. As dificuldade vem
do modelo antigo, e de questões também políticas, porém por mais quanto tempo a escola vai
mascará a realidade encontrada? O modelo pedagógico atual não está enquadrando a nova
geração. Criticar o aluno atual é mais fácil do que admitir que a escola não está preparada
para recebê-los.
Não se pode negar que os Nativos Digitais possuem dificuldade de concentração em
leitura ou em atividades que os façam ficar ouvindo passivamente, logo se deduz que ensinar
esses alunos com o modelo antigo usando apenas o quadro da sala de aula e voz do professor
34
não é eficaz. A escola precisa repensar o que é realmente é significativo para o aprendizado
desses alunos, o que eles vão aproveitar durante a sua vida, é preciso que a escola entre no
mundo dos seus alunos e descubra suas qualidades e dificuldades.
A presença de computadores na escola não a torna uma escola “moderna”, é preciso
saber manusear o uso dessas maquinas, não usá-las apenas na aula de informática, o professor
pode e dever fazer uso da tecnologia em sua aula, porém ele não pode depender apenas da
tecnologia, o principal foco que professor precisar ter é o modelo pedagógico o qual ele vai
utilizar durante as aulas. Um dos recursos que o professor pode utilizar como principal
ferramenta na sala de aula é a voz do aluno, é preciso dar a e ele a oportunidade de contribuir
para sua própria formação, o professor precisar deixar de lado o preconceito de achar que o
alunos não podem ensinar nada a ele por ele ser o professor.
Tapscott (2010) em seu livro relata o caso de colégio na Nova Zelândia o Wellington
Girls’ College, uma escola somente para meninas do tipo tradicional, até que Margaret
Mcleod se tornou a diretora no final dos anos 1990. Ela é uma educadora progressista que
sabia que o velho modelo industrial de educação não prepararia as meninas para o mundo
digital. Então ela resolveu levar os computadores para sala de aula, “ McLeod teve a
esperança de que a tecnologia pudesse ser o catalisador para a mudança do modelo
tradicional e esperava torná-la um exemplo de sucesso da escola.” (p.176)
O único problema encontrado pela diretora foi o fato dos professores não saberem
fazer uso dos computadores, e os que sabiam, não sabiam mais do que as alunas, foi então
que surgiu a idéia de transformar as alunas em professoras, as estudantes que sabiam usar os
computadores ensinavam aos professores que não sabiam. Assim nasceu as Tech Angels,
algumas meninas receberam um sofisticado treinamento em computação, desenvolveram e
deram uma aula na qual ensinaram aos professores, desde como ligar um computador até
como criar um site. A escola disse que a Tech Angels foi uma abordagem “ revolucionária”
da educação porque reconheceu que as crianças eram autoridades na interação com um
computador pessoal.
A inversão de papeis na escola permitiu que os professores pudessem aprender com
os alunos, porém essa experiência recebeu criticas por partes de alguns educadores que não
acreditavam na eficiência da proposta pedagógica realizada pela escola, para eles as meninas
estavam apenas ensinando algumas noções de informática nada além disso.
Tapscott (2010) relata que a iniciativa da escola Wellington Girls’ College, foi o
primeiro passo para a criação de uma nova escola, a escola 2.0 uma escola com a proposta
35
pedagógica voltada para ensinar seus alunos para o mundo digital. Ele cita como exemplo de
escola 2.0 a escola Greenwood. A mesma antes de começar o ano letivo realiza testes para
descobrir o estilo de aprendizado de cada aluno e os seus interesses, o aprendizado se dar de
acordo os resultados dos testes. Todos os alunos têm laptops na sala de aula, e o professor
utiliza quadros interativos durantes as aulas, podem sempre enviar o material das aulas para o
laptop dos alunos, e há sempre um espaço durante as aulas para que os alunos trabalhem
juntos, experimentem e conversem com o professor.
A escola 2.0 ainda é um sonho distante para muitos, são poucas as escolas que estão
aderindo à nova proposta pedagógica, muitas alegam falta de verbas para poder “modernizar”
as escolas, outros professores mais antigos não aceitam mudanças no modelo educacional
para eles essa é uma geração perdida, e levar a tecnologia para sala de aula é deixar que a
escola se perca junto com a mesma.
É importante ressaltar que para se ter um novo modelo educacional não é só
simplesmente ter computadores na sala de aula, mas sim saber trabalhar de jeito mais
interativo com a geração digital. Tapscott (2010) delibera sobre sete estratégias que iram
ajudar a se tornar um melhor professor para novo era digital (p.180) :
1. Não jogue a tecnologia na sala de aula esperando bons resultados. Concentre-se
na mudança da pedagogia, e não da tecnologia. Aprendizado 2.0 significa
transformar dramaticamente a relação entre professor e aluno no processo de
aprendizado. Acerte isso e use a tecnologia para criar um ambiente de
educação centrado no aluno, customizado e colaborativo.
2. Reduza as aulas expositivas. Você não precisa ter todas as respostas. Além
disso, o ensino de massa não funciona para essa geração. Comece fazendo
perguntas aos alunos e ouvindo as respostas. Ouça também as perguntas feitas
por eles. Deixe-os descobrir a resposta. Deixe-os criar junto com você uma
experiência de aprendizado.
3. Dê aos alunos poder para colaborar. Estimule-os a trabalhar uns com os outros
e mostre como acessar o mundo de especialistas em um determinado assunto
que está disponível na internet.
4. Concentre-se no aprendizado para vida inteira, e não apenas para uma prova.
O que conta não é o que eles sabem quando se formam, mas a capacidade e o
36
amor pelo aprendizado duradouro. Não se preocupe se as crianças esquecem as
datas de batalhas importantes da história. Elas podem procurá-las. Concentre-
se em ensinar como aprender – e não o que saber.
5. Use a tecnologia para conhecer cada aluno e construa programas de
aprendizado com um ritmo próprio, apropriado para eles.
6. Crie programas educacionais de acordo com as oitos normas. É necessário que
haja opções, customização, transparência, integridade, colaboração, diversão,
velocidade e inovação nas experiências do aprendizado. Utilize os pontos
fortes da cultura e do comportamento da Geração digital em experiências de
aprendizado baseadas em projetos.
7. Reinvente-se como professor, docente universitário ou educador. Você também
pode dizer: “Agora, mal posso esperar para me levantar de manhã e ir
trabalhar”.
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CONCLUSÃO
Negar a transformação de uma geração é negar as mudanças ocorridas no mundo,
cada vez que surgiu uma nova geração ela foi vista com desdém por outras gerações. A
mudança sempre assusta causando medo do desconhecido, no primeiro momento o diferente
parece algo ruim.
Para geração que veio antes dos baby Boomers, o surgimento deles foi um grande
impacto, uma geração totalmente diferente da deles, desafiando as suas normas. Agora essa
geração que desafiou a geração anterior sente-se confrontada por uma nova geração, a qual
eles a julgam burra e fútil, por causa da internet.
Se as gerações anteriores fossem relatar algo sobre os Baby Boom, surgiriam
diversas críticas como chamá-los de baderneiros e desocupados, ou seja, toda nova geração
que surgi causa a antipatia nas gerações anteriores, porém não significa que a nova geração
seja inferior a antiga, apenas diferente. As críticas levantadas pelo Baby Boom sobre os
Nativos Digitais fazem parte do medo do desconhecido, por ser uma geração diferente da
deles parece errada e perdida.
A tecnologia digital faz parte da nova geração, para os seus integrantes é algo
natural, como respirar, está conectado o tempo todo faz parte do dia a dia deles. Está online
faz com que os Nativos Digitais estejam sempre recebendo informações, fazendo que não seja
preciso ir à escola para aprender coisas novas. Na cabeça de um Nativo Digital qual seria o
sentido dele decorar datas históricas se ele simplesmente pode acessar a internet e ter todas as
informações necessárias.
É comprovado que a tecnologia digital trouxe mudanças no desenvolvimento dos
Nativos Digitais, e tentar ensiná-los com métodos antigos é negar qualquer mudança que
tenha acontecido, é fechar os olhos para as transformações ocorridas no mundo, é ignorar
novas formas de aprendizagem.
Os Nativos Digitais aprendem na pratica e não na teoria, por exemplo, eles não
lêem o manual antes de jogar um game, pela lógica deles, eles vão aprender sobre como
funciona jogando, diferentemente de um imigrante digital que primeiramente ler o manual
para depois se arriscar a jogar. Eles são multitarefas, interativos, mais sociáveis, exploradores.
Desenvolveram uma maior habilidade cognitiva em visualização e mapas mentais, possuem
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uma melhora na capacidade de memória visual, sendo capaz de compreender e lembrar
melhor de imagens do que de textos.
Os Nativos Digitais desenvolveram novos estilos de aprendizagem, através desses
estilos é possível propor atividades que despertem os interesses dos alunos, tendo com
resultado uma aprendizagem eficaz. Alguns dos estilos de aprendizagem desenvolvidos
foram: Visual, Auditivo e Cinestésico, ler e escrever.
Pessoas com estilo de aprendizagem visual aprendem com mais facilidade através de
Figuras, vídeos, ilustrações, diagramas, gráficos, modelos, mapas. Alunos com esse tipo de
estilo são capazes de lembrar o que vêem. São leitores visuais, aprendem com mais facilidade
assistindo um vídeo. Indica-se como melhor estratégia de ensino que o professor desenvolva
atividades usando: historias em quadrinhos, cartazes, substitua palavras por símbolos.
Alunos que preferem aprender escrevendo ou lendo absorvem informações melhor por
meio de listas, títulos, dicionários, glossários, definições, folhetos, livros, ensaios e manuais.
O estudo para eles é mais eficaz quando escrevem e reescrevem palavras, lêem suas notas em
silêncio várias vezes; reescrevem suas ideias e princípios com outras palavras, transformam
reações, ações, diagramas e gráficos em palavras. O professor deve-se trabalhar com esses
alunos atividades como: produção de textos, leituras de histórias, questões discursiva,
interpretação de textos, ditados e outras.
Alunos com estilos de aprendizagem auditiva são capazes de memorizar o que ouvem,
preferindo instruções orais. Eles preferem aprender ouvindo e falando. Estes alunos gostam de
conversa e entrevistar. Eles são leitores fonéticos, gostam de ouvir historias, debateram, ouvir
palestras. O professor pode promover como estratégias de ensino, debates, desenvolver
palestras, formular entrevista e realizar seminários sobre diversos temas.
Alunos com estilo cinestésico aprendem com mais facilidade realizando a atividade.
Eles têm a necessidades de envolver o corpo todo na aprendizagem. Eles memorizam melhor
os conteúdos abordados em aula se eles o expressarem em ações. O melhor método de se
trabalhar com esse estilo é desenvolver jogos, realizar experimentos e promover atividades
práticas, que sejam relevante para o aluno.
A maioria dos alunos são multimodal, ou seja, possuem preferência por mais de um
ou dois estilos, além disso existe casos de pessoas que quando jovens preferem um estilo, e
com passar do tempo desenvolvem preferência por outro estilo. É essencial conhecer os
estilos de aprendizagem de cada aluno, pois através dos estilos o professor pode planejar sua
aula usando recursos e métodos mais adequados para o aprendizado dos seus alunos,
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proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender utilizando estratégias que vão de
encontro ao seu estilo de aprendizagem, facilitando o seu aprendizado.
Os alunos aprendem de maneiras distintas, portanto os professores precisam
utilizar múltiplas estratégias para atingir os estilos de aprendizagem de todos os
aprendizes, atendendo as necessidades diversas dos diferentes indivíduos, já que um
estilo não consegue alcançar todos os alunos. Seria importante, portanto,o professor
ter em sua “cartola” métodos e recursos alternativos para ensinar a mesma
informação de diferente maneiras. Alunos diferentes devem ser ensinados de modo
diferente. É moralmente errado fazer com que as crianças sofram por causa de um
desencontro entre o estilo de ensino do professor e seus estilos de aprendizagem.
(Mattar, 2010, p.10)
A educação precisa andar lado a lado com as mudanças da sociedade, não é possível
pensar em uma educação com moldes antigos se os alunos a qual ela é destinada já não são
mais os mesmos, continuar usando os mesmo métodos resulta em aprendizado defasado,
transformando a escola em algo chato para os Nativos Digitais. Adaptar a escola para nova
era digital não é apenas implantar computadores na escola, para se ter uma escola preparada
para ensinar seus alunos para o novo século, é preciso buscar uma escola voltada totalmente
para o seu novo aluno, se adequando aos novos estilos de aprendizagem dos alunos.
Ao invés da antiga aula tradicional aonde o professor transcorre a matéria no quadro e
os alunos passivamente sentados e suas cadeiras, vão copiando a matéria em seus cadernos
sem ao menos saberem direito o que estão aprendendo, como e quando usaram aquilo fora da
escola, porque não desenvolver uma aula que envolva os interesses dos alunos, uma aula
dinâmica que tenha com principal instrumento os próprios alunos, não deixando de fora os
desafios que os alunos encontram fora da escola, se a tecnologia faz parte deles porque não
usá-la dentro da escola.
É de suma importância o uso TICs 5 no cotidiano escolar, pois proporcionará ao
professor recursos metodológicos que iram facilitar o ensino- aprendizado dos alunos. Através
das TICs a escola torna-se mais acessível aos alunos, trazendo recursos tecnológicos que são
vivenciados durante o seu dia para dentro da escola. O uso de vídeos, quadro interativos,
projetor, internet, tornaram o aprendizado mais leve e significativo para os alunos, deixando
de ser algo maçante como passar horas e horas copiando matéria do quadro.
Algumas escolas estão usando as TICs como meio de manter os alunos e os pais sempre
em contato com a escola, com a criação do site da própria escola os pais podem conhecer
5 Tecnologia da Informação e da Comunicação.
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mais sobre a proposta de pedagógica, ter contato com outros pais através de sala de bate papo,
podem acompanhar as atividades realizadas pelos seus filhos no período escolar. Ao sair da
escola, os alunos podem continuar conectados ao ambiente escolar, através do site, a ideia é
que se construa atividades interativas que proporcionam ao aluno a continuidade do
aprendizado adquirido durante as aulas.
A entrada das TCIs no cotidiano escolar promove desafios e problemas, cujas as
soluções vão depender das potencialidades de cada escola, do trabalho pedagógico que nela se
realiza, de seu corpo docente e discente, de sua comunidade interna e externa, dos propósitos
educacionais e das estratégias que propiciam a aprendizagem. Cabe ao professor saber
mediar esse aprendizado, para isso é preciso que o professor esteja sempre se atualizando,
tenha uma formação continuada e que esteja disposto a saber ensinar, porém também saber
aprender com seus alunos quando for necessário. A inclusão digital não consiste apenas no
ato de manusear os equipamentos tecnológicos é preciso que se saiba utilizá-lo para buscar,
criar, transformar informações, resolver problemas e compreender o mundo.
A nova geração tem muito que ensinar, eles apresentam características únicas, notando
que a tecnologia é diferencial entre as gerações, talvez não sabiam resolver um problema de
matemática ou não tenham decorados todas as datas históricas, mas criam sites, montam
blogs, aprendem a mexer em aparelho digital sem ler o manual, criam enquetes, fazem vídeos,
lêem noticiais na internet, criam redes sociais, criam jogos digitais, baixam músicas,
modificam fotos, mandam mensagens, entre os outras coisas.
Surgi então o questionamento, o que é ser inteligente? Visto que inúmeros professores,
vem considerando está como a geração mais débil e desinteressada, por não dominar os
conteúdos das disciplinas oferecidas pelas escolas. O que é necessário saber no mundo de
hoje? Talvez essa pergunta seja mais adequada, porque os Nativos Digitais podem não ser a
geração mais bem sucedida dentro da escola, mas fora dela, eles dominam totalmente o
mundo em que vivem.
Se acertei alguma coisa em Geração digital, foi a afirmação de que essa geração
vai mudar o mundo. Eles já estão apresentando e implementando visões radicais a
respeito do processo de governança democrática e de como os negócios devem ser
conduzidos. Eles são uma geração que pode aprender em conjunto, uma geração
unificada, como nenhuma outra. Estão procurando proteger o planeta e acham o
racismo, o sexismo e outros resquícios sórdidos do passado e inaceitáveis. Vão
querer dividir a riqueza que criarem. Vão querer poder em todos os campos da vida
econômica e política. A grande questão que resta para as gerações mais velhas é se
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esse poder será compartilhado com gratidão – ou se vamos ficar paralisados até que
uma nova geração o tomo de nós. Teremos a sabedoria e a coragem de aceitá-los , de
aprovar sua cultura e sua mídia? Seremos eficazes ao oferecemos a nossa
experiência para ajudá-los a administrar o lado negro? Daremos a eles a
oportunidade de realizar plenamente seu destino? Acho que o mundo será melhor se
o fizemos. ( Tapscott, 2011, p. 372)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
LYOTARD, Jean-Frantois. A condição pós-moderna. 5ª. ed. Rio de Janeiro: José Olympio,
1998.
TAPSOCTT, Don A Hora da Geração Digital: como os jovens que cresceram usando a
internet estão mudando tudo, das empresas aos governos. Tradução de Marcello Lino, - Rio
de Janeiro: Agir Negócios, 2010.
JOHNSON, Stevens. Surpreendente: a televisão e o videogame nos tornam mais
inteligentes/ Stevens Johnson; tradução Lucy Hellena Duarte. – Rio de Janeiro: Elsevier,
2005.
ALVES, Lynn Rosalina Gama. Game Over: jogos eletrônicos e violência. / São Paulo:
Futura, 2005.
MATTAR, João. Games em educação: como os nativos digitais aprendem/SP: Peaarson
Prentice, 2010.
REVISTA Época. São Paulo / 2011 Disponível em:
http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2011/10/internet-faz-mal-ao-cerebro.html.
Acesso em 10/11/2011 ás 15:30h
REVISTA Nova Escola. Edição 223/2009 Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/223_materiacapa_abre.shtml
Acesso em 4/12/2011 ás 14:00h
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