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revista
Ano XXIII • no 55 • fev/jun 2015Publicação para a área privada
Os laços da educaçãoEstudos apontam impactos benéficos na sociedade quando professores trabalham competências socioemocionais
Robótica Expoente lança material inédito • Papo exclusivo com Júlio Furtado, doutor em Educação
Editorial
Uma educação cidadãCaros leitores:
Quem conhece o Grupo Expoente sabe da importância que damos ao resgate e cultivo dos valores morais, ecológicos, comportamentais e de igualdade, somados a tantos outros, em nossas unidades e no trabalho com nossas escolas conve-niadas ao Sistema de Ensino Expoente. Para nós, está muito claro de que além de ensinar, passar conteúdos, trabalhamos para formar cidadãos mais conscientes e responsáveis.
A revista Impressão Pedagógica traz esse DNA do Expoente na matéria de capa, que discute os benefícios de se desen-volver competências socioe-mocionais em sala de aula. Assim, formaremos pessoas mais conscientes e éticas. Isso muda o ser humano.
A escolha de nosso tema peda-gógico para o biênio 2015/2016, que aborda os vínculos e as aprendizagens no ambiente escolar, tem esse mesmo propósito. O professor Júlio Furtado explica os detalhes da importância de trabalhar o olho no olho com nossos alunos em uma entrevista exclusiva. Isso muda a relação em sala de aula.
Também é muito gratificante ver os projetos das escolas conve-niadas nas páginas a seguir, que estão incríveis. É possível observar que as escolas de todo o país estão desenvolvendo
trabalhos com o mesmo objetivo de formar cidadãos de bem e promovendo aprendizagens verdadeiramente significativas e valiosas. Isso muda uma sociedade.
Mostraremos, ainda, que uma leitura mais atenta, o uso do Portal Escola Interativa, a aplicação do SAGE e as novas tecnologias são ferramentas de que o professor dispõe para que conquiste sua excelência e faça o que mais ama: educar seus alunos. Somos parceiros com soluções educa-cionais que valorizam acima de tudo seu potencial, querido educador. Isso muda o mundo.
Boa leitura!
Expediente
Direção-Geral:Armindo Vilson Angerer
Gerência do CEEE:Sandra Poli
Jornalista Responsável:Arieta Arruda(MTB 6815/PR)
Revisão:Caroline Rabelo GomesCamila Dayane RibeiroMarcelle Lubel
Design:Gustavo Morais
Marketing:Soraia Costa
Foto de capa:© Michael Jung / iStock
Pré-Impressão:Alexandre Straube
Fotolitos e Impressão:Editora Gráfica ExpoenteAntonio Both Av. Maringá, 350 – Pinhais (PR)CEP: 83324-000 Tel.: (41) 3312 4350
Tiragem:15 000 exemplares.Impressão Pedagógica é uma publicação semestral de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores, distribuída gratuitamente por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões expressas nos artigos assinados.Todos os direitos reservados.
Armindo AngererDiretor-geralGrupo Educacional Expoente
| impressão pedagógica #554
|26EspecialA Robótica pode contribuir na vida escolar dos alunos
|06EntrevistaJúlio Furtado discute a prática dos vínculos e aprendizagens
|10 Curtas Refl exões e fatos marcantes na Educação
|11 Artigo IDebates sobre indimplência escolar
|18Projetando o futuroConheça a riqueza dos projetos pelo Brasil
|25Artigo IIAprender sobre a nossa cultura
|30LeituraComo inserir esse tema diariamente em sua escola?
|32Avaliação Sucesso do SAGE apresenta cultura avaliadora
|34EsporteCombinação perfeita entre esporte e música
|36Mundo WebExpoente promove cursos em EAD para professores
índice
|12Matéria de capaImportância de considerar os alunos como seres socioemocionais
impressão pedagógica #55 | 5
entrevista
As gerações jovens impõem ao professor necessidades diferentes das quais
ele tinha enquanto aluno. Por mais que os professores tenham a tendência
de reproduzir o modo como seus professores lhe ensinaram, é preciso
entender que as gerações que estão hoje nas salas de aulas apresentam
características diferentes e, portanto, aprendem de maneira diferente.
É necessário mais diálogo, negociações de sentidos, transparência e
vínculos afetivos na relação com os alunos. Se existem necessidades dife-
rentes, é preciso novas maneiras de levar o conhecimento para que haja um
aprendizado significativo. Mas como fazer isso? O professor Júlio Furtado
apresenta alguns detalhes sobre o tema nesta entrevista exclusiva.
Ele é doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Havana (Cuba),
mestre em Educação pela Univer-
sidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), pedagogo, psicólogo
e autor de diversos livros.
Esteve em Curitiba (PR) para lançar
a sua mais nova obra em parceria
com o Grupo Expoente: "Vínculos e
aprendizagem", livro que embasará
as atividades pedagógicas de todas
as escolas conveniadas ao Sistema
de Ensino Expoente. Confira.
”“O professor precisa ter o famoso
‘jogo de cintura’; o autoconhecimento e a consciência de quais são seus limites e potencialidadesVeja como alguns desafios que os professores vivem no dia a dia podem ser enfrentados quando se estabelece vínculos afetivos com os alunos. É o tema do bate-papo com o professor e doutor em Educação, Júlio Furtado
| impressão pedagógica #556
Impressão Pedagógica (IP) –
Quais as características
da geração Z?
Julio Furtado (JF) – Formada
por crianças e adolescentes
entre 5 e 17 anos, é uma geração
completamente imersa na
tecnologia e que não consegue
conceber o mundo sem apli-
cativos, mídias sociais, smart-
phones e internet. Esses jovens
possuem alta habilidade tecno-
lógica e baixa habilidade em rela-
cionamento interpessoal. Uma
parece ter se desenvolvido em
detrimento da outra, pois eles
se isolam quando fazem uso da
tecnologia e com isso não se rela-
cionam pessoalmente. É uma
geração silenciosa. Falam pouco
e ouvem pouco em função do
alto índice de dispersão e desin-
teresse nos “discursos não tecno-
lógicos”. Possuem pouco interesse
em profissões e áreas de conhe-
cimento que não se relacionam
diretamente com a tecnologia.
Além disso, têm dificuldade com
o pensamento linear (início-
-meio-fim) e isso, com certeza,
será um grande desafio quando
chegarem ao mercado de trabalho.
IP – O livro "Vínculos e
aprendizagem" trata sobre
como criar vínculos afetivos
com essa nova geração.
Como esse processo se dá?
JF – Os vínculos afetivos são
estabelecidos a partir dos senti-
mentos e emoções vivenciados
ao longo de uma relação. Podem
ser positivos ou negativos, já que
esses sentimentos e emoções
podem ser positivos ou não.
Os vínculos afetivos positivos
se formam a partir de uma
relação que oferece confiança,
nascida da vivência de senti-
mentos e emoções construtivas
e saudáveis. Estabelecemos
vínculos afetivos com alguém
que nos trata com consideração,
respeito e carinho, por exemplo.
Com o ingresso da criança na
escola, ela tem a experiência
de construir novos vínculos.
A gente precisa entender a
importância e o lugar desses
vínculos para a continuidade
do sucesso do processo de
aprendizagem dessa criança.
A gente sabe que se a criança
consegue construir um processo
de vinculação afetiva com a escola,
ela automaticamente também
desenvolve um processo de
aprendizagem igualmente seguro.
IP – Quais os principais
pilares do livro?
JF – Já no início do livro, a gente
trata da questão da construção
do afeto. Logo depois, entra
o segundo pilar que é a alte-
ridade. Lidar com o diferente de
mim. Nessa relação com aquele
que é diferente de mim, eu me
autoconstruo, desconstruo
ou modifico vínculos. ➤ foto
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impressão pedagógica #55 | 7
entrevista
O terceiro pilar é a mediação rela-
cional do professor. Basicamente,
o professor precisa travar com
o aluno dois tipos de mediação:
mediação didática – por meio da
qual ele apresenta o conteúdo de
maneira que o aluno entenda, e
para isso ele precisa ser versátil
na forma de apresentar, em uma
linguagem que o aluno dê conta
de aprender; mediação
relacional – pela qual o
professor não deixa que o
aluno desista de aprender.
Ele incentiva, elogia e motiva
para que a aprendizagem
ocorra verdadeiramente.
Se o professor não acredita
no potencial de apren-
dizagem desse aluno, ele
não vai ser capaz de desen-
volver uma mediação rela-
cional competente. Por não
ficar verdadeira, refletirá
no quanto esse aluno vai
se autoacreditar ou não.
Da negociação de sentidos,
um quarto pilar importante.
O professor em
sala de aula, em sua
relação com o aluno,
está lá para ensinar
alguma coisa.
Esse aluno tem uma
cultura e uma crença
e esse professor
também. Ao usar
um exemplo, esse
professor leva uma
crença, uma linguagem da cultura
dele. É preciso que o professor
mergulhe, que considere a
cultura do aluno para que consiga
fazer com que o aluno saia do
sentido e vá para o significado.
O professor tem de ficar muito
atento, pois a aprendizagem signi-
ficativa se dá na formação do
significado, e não na formação do
sentido. Então para que eu seja um
bom indutor do sentido até o signi-
ficado, o que eu preciso fazer?
Estar atento em relação ao
sentido que o aluno formou.
Para isso, eu preciso olhar esse
aluno com o olhar dele, com a cultura
dele, com os paradigmas dele e
desse modo ajudá-lo a entender.
A melhor maneira de fazer isso
é por meio da prática.
IP – Como desafiar os alunos
a aprenderem mais?
JF – Em primeiro lugar usando
a tecnologia. O professor, defi-
nitivamente, precisa encarar a
tecnologia como um recurso
didático. Eu acho que poucos
estão usando a tecnologia
com todo o potencial que
ela tem para ser usada. A
tecnologia já é um elemento
de intercessão de interesse
muito grande com as gerações
que estão nas escolas.
Além da tecnologia, a maneira
com que o professor se coloca
em sala de aula. Ou seja, uma
coisa é o professor
se colocar como
alguém que dá bom
dia e diz: “vim ensinar
alguma coisa nova
para vocês. Fiquem
quietinhos, que eu
vou explicar”. Infe-
lizmente, é o modelo
que se traz da escola
em que estudou.
“ Os vínculos afetivos se formam a partir de uma relação
que oferece confiança, nascida da vivência de sentimentos e emoções
construtivas e saudáveis ” foto
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| impressão pedagógica #558
O professor é muito mais formado
pelos professores que ele teve do
que pelos discursos que ele ouviu
sobre como deveria ser professor
(eu dou aula como me deram aula).
A atitude do professor em sala
de aula, ao invés de trazer esse
conhecimento pronto, deve trazer
um desafio real, ligado à vida, em
especial ligado ao contexto em que
esse aluno vive. Ao propor esse
desafio, o professor tem condição
de ser um bom mediador rela-
cional e de fazer esse aluno ficar
com vontade de aprender e insistir,
de não desistir rápido. Se a gente
reúne todas essas características,
teremos uma escola mais voltada
para as necessidades e para as
características dessa geração.
IP – A partir do autoconhecimento
e amadurecimento, é possível
criar vínculos mais facilmente?
JF – É o grande pulo do gato. À
medida que o professor não tem
amadurecimento, ele encara esse
aluno como uma grande ameaça,
fica querendo instaurar o modelo
e o paradigma que deu certo com
ele. Mas essa geração está cada vez
mais criando caminhos e maneiras
de comunicação interessantes.
Nós temos exemplos de escolas
e, não são poucas, em que o poder
de sinergia dessa geração Z ou Y
é imenso. Ele [aluno] não fala nada
em sala de aula, mas no dia seguinte
está na internet se vingando
daquele professor. E não adianta
o professor perguntar “quem foi
que postou isso?”, que não vai
aparecer. Há uma grande difi-
culdade de quebrar paradigmas.
É momento de parar e pensar:
se eu continuar medindo forças,
vou perder, porque eu estou com
uma turma de 30 alunos.
O professor precisa ter o famoso
“jogo de cintura”. O que é isso?
É o autoconhecimento e a cons-
ciência de quais são seus limites
e potencialidades. Preciso saber
até onde eu vou conseguir, para
não ficar, como dizia a minha mãe,
“batendo em ponta de faca”. Hoje,
a gente vê professor “batendo
em ponta de facas”, tendo crises
hipertensivas, até morrendo.
IP – Como liderar a sala de
aula e otimizar o tempo?
JF – Costumo partir do próprio
significado etimológico da palavra
professor. Professor significa
”aquele que professa a verdade”.
Se hoje em dia o professor
continuar achando que é o que
professa a verdade, com certeza
ele vai ter diversos conflitos
e dilemas no exercício da sua
profissão. Hoje estamos lidando
com uma população aprendente,
que não admite a não existência
do diálogo, não admite ficar sem
voz e vez. O professor precisa
então romper o paradigma de
aula que lhe foi colocado como
aluno. Essa é a grande difi-
culdade do professor atualmente.
A formação continuada é
importante? É. À medida que
seja vivencial, que trabalhe o
professor na mesma intensidade
da dificuldade que ele tem de
reaprender a forma de dar aula.
Acredito que a relação de
poder desse professor tem de
continuar existindo de outra
forma. Ele tem de entender que
não professa mais a verdade
e que esse aluno pode virar
para ele e dizer: “professor, tem
um site aqui que está dizendo
diferente do que você está
dizendo”. A atitude hoje é:
”que site é esse? Vamos ver...”,
ou seja, ele tem de se despir do
rótulo de detentor da verdade.
É uma questão muito mais de
amadurecimento e mudança de
paradigma de mudança pessoal
do que uma questão cognitiva.
Estamos há pelo menos três
ou quatro décadas treinando
os professores para que eles
deem aulas diferentes. E me
parece que as mudanças são
muito lentas. Está proporcional
para o esforço que se tem feito
para que ele mude. A meu ver,
esse não é um esforço objetivo,
é um esforço muito mais subjetivo.
A formação continuada precisa
ser mais voltada à formação
pessoal. Claro que a formação
pedagógica e científica tem de
continuar, mas a formação pessoal
tem de ser mais valorizada. ✪
impressão pedagógica #55 | 9
O que uma paquistanesa de 17 anos e um indiano de 60 anos tem em comum?
São referências para a educação no mundo. No final de 2014, Malala Yousafzai
e Kailash Satyarthi ganharam o Prêmio Nobel da Paz pelo trabalho que fazem
em prol da educação.
Kailash Satyarthi abandonou a profissão de engenheiro na Índia e há mais de
25 anos resgata crianças expostas ao trabalho escravo e possibilita educação
a elas. Já foram mais de 80.000 crianças salvas nessa situação. Atualmente,
Satyarthi lidera a organização Bachpan Bachao Andolan (Movimento para
Salvar as Crianças). Pela Organização das Nações Unidas (ONU), seu trabalho
foi valorizado por estar “mantendo a tradição de Gandhi”.
Malala, mesmo com pouca idade, também chama atenção do mundo pela
consciência e coragem que tem para lutar em prol da educação. Há alguns
anos, no Paquistão, as escolas destinadas às mulheres tiveram a ordem de
fechar. Malala, em seu blog, foi a voz dessas meninas e mulheres que queriam
estudar. Por conta disso, a estudante foi alvo de um grupo extremista em
seu país. Em 2012, ela foi baleada no rosto quando voltava da escola. Malala
sobreviveu e, hoje, luta pela educação como instrumento de paz no mundo.
“Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.
A educação é a única solução”, diz Malala em discurso na ONU.
Nobel da Paz à educação
Em 2015, o Portal Escola Interativa ganhará novos conteúdos. Todos os
materiais didáticos devem estar disponíveis em versão digital para que aluno
e professor possam utilizar. Alguns materiais irão receber novos recursos ao
longo do ano, como itens de animação, novas imagens, movimentos, entre
outros. Vamos conhecer? Acesse <www.escolainterativa.com.br>.
1. Tecnologias educacionais. Você acessa novos projetos para se inspirar
para os trabalhos deste ano e também confere a galeria de imagens sobre as
Mostras de Robótica realizadas.
2. Gibi interativo. Novo leiaute do canal e o gibi Crianças do Trânsito, voltado
à Educação Infantil. Está com animações incríveis.
3. Material didático digital. É possível acessar de qualquer tablet on-line ou
pelo iPad. É só baixar na banca da Apple e acessar a hora que quiser.
Todos os níveis estão disponíveis para apoio dos estudos, com recursos do
Caderno Interativo Digital.
4. Infográficos. É mais fácil aprender por meio de imagens, sons e animação.
Novos infográficos foram criados (sobre ebola e dinossauros) para auxiliar no
aprendizado. Vale a pena conferir!
5. Interativa filmes. O filme é um ótimo recurso pedagógico para aplicar em
suas aulas. O Portal Escola Interativa disponibiliza periodicamente indicações
de filmes e sugestões que podem ser trabalhados para cada nível de ensino.
5 motivos para acessar o
Portal Escola Interativa
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| impressão pedagógica #5510
artigo I
A inadimplência nas escolas é um
tema bastante discutido, pois gera
muitos reflexos e problemas para as
instituições de ensino. Em épocas de
retração econômica e acréscimo nas
despesas domésticas, normalmente
a opção é deixar em atraso a mensa-
lidade escolar. Isto porque, por força
da Lei 9.870/1999, as escolas não
podem proibir o aluno de frequentar
as aulas e nem reter qualquer
documento na hora da transferência.
Se houver atraso no pagamento da
conta de água e luz, por exemplo,
pode haver a interrupção do serviço,
o mesmo não ocorre com o ensino.
Na prática, se o responsável pelo
aluno deixa de pagar a mensa-
lidade do ano todo, a escola é
obrigada a prestar o serviço e
arcar com os custos, mesmo sem
receber a devida contraprestação.
Isto reflete no valor da mensa-
lidade, pois a estimativa da inadim-
plência é incluída no cálculo do preço
da mensalidade e a taxa de inadim-
plência costuma ser alta, em torno
de 10%, segundo estimativa do
Sindicato das Escolas Particulares.
Há, entretanto, formas de minimizar
os prejuízos. Fazer um contrato de
prestação de serviços educacionais
que contenha todos os direitos e
obrigações do seu aluno e(ou) do pai
ou responsável pelo pagamento das
mensalidades escolares. Importante
é também colher todas as assi-
naturas solicitadas no contrato (pai
ou responsável, escola e duas
testemunhas). Essa atitude facilita
posteriormente a cobrança judicial
em caso de inadimplência.
Após o vencimento de cada
mensalidade, é preciso fazer o
lançamento dos pagamentos das
mensalidades que foram pagas.
Passados 10 dias do vencimento,
emita um primeiro aviso por
escrito para os alunos inadim-
plentes. Tome os devidos cuidados
para que o aluno menor de idade
e dependente não tenha acesso
ao aviso, que deverá ser lacrado
e entregue ao pai ou responsável
(ou enviado pelo Correio).
Quando vencer a 2ª mensa-
lidade, recomendamos um 2º
aviso mais contundente. Reco-
mendamos, ainda, o envio de um
3º aviso, assinado pelo Depar-
tamento Jurídico. A partir da
3ª mensalidade vencida, a
escola pode inscrever o pai ou
o responsável inadimplente em
um dos Serviços de Proteção ao
Crédito que existem no mercado.
Em paralelo, o contrato pode ser
mandado para execução, por um
escritório jurídico. Não deixe de
cobrar as mensalidades atrasadas.
Infelizmente, há casos de pais
de alunos que não pagam as
mensalidades durante todo o ano
letivo e depois solicitam a trans-
ferência para outro estabele-
cimento de ensino, que igualmente
ficará sem receber pelos serviços
prestados. Por esse motivo, ao
receber um aluno transferido,
peça uma certidão negativa de
débitos da escola de origem do
aluno. É um direito da escola.
Pode ficar certo de que, ao
entrar com a ação executando o
contrato de prestação de serviços
de ensino, na maioria dos casos
você conseguirá receber boa
parte da inadimplência. Pode
ser demorado, mas cria-se uma
carteira considerável de recebíveis
que um dia virá para o seu caixa.
Essa medida também impede a
prescrição dos débitos em 5 anos.
Todos os procedimentos da escola
devem ser transparentes e a
cobrança não pode ser abusiva. ✪
Inadimplência nas escolasPor Manoela Lautert Caron*
*Manoela Lautert CaronAdvogada, sócia no escritório Caron Sociedade de Advogados Ltda. <www.caronadvogados.com.br>. Especialista em Direito Lato Sensu pelo Estação Business School/IBMEC, Legal Advisor – MBA em Direito Corporativo pelo Estação Business School.
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impressão pedagógica #55 | 11
matériade capa
| impressão pedagógica #5512
Ir alémdo conteúdo
Estudos apontam que para uma formação integral é necessário incluir no cotidiano escolar aprendizados socioemocionais de maneira explícita
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matéria de capa
Reduzir a pobreza, baixar a taxa
de desemprego, diminuir a crimi-
nalidade e o uso de drogas.
reduzir os conflitos das cidades
são alguns dos benefícios
visíveis na sociedade apontados
em pesquisas realizadas sobre
o aprendizado de compe-
tências socioemocionais
nas escolas. Os alunos que
recebem atenção em aspectos
emocionais durante a formação
na educação básica conseguem
ser melhores cidadãos e,
ainda, aprender melhor Mate-
mática, Português e outras
disciplinas. Também estarão
preparados para escolher suas
profissões e lidar com os colegas
durante o dia a dia escolar e,
futuramente, no ambiente
de trabalho. Serão pessoas
mais conscientes e éticas.
“A Educação para o século 21
exige a ampliação da fronteira
do que se entende por apren-
dizagem e passa pelo desen-
volvimento desses outros
aspectos que, hoje, já podem
ser mensurados e ensinados
intencionalmente na escola”,
aponta um estudo desen-
volvido pelo Instituto Ayrton
Senna (IAS). Segundo o IAS,
aprender competências
socioemocionais nas escolas
é relevante pelos seguintes
fatores: importam em si mesmas,
pois preveem a garantia dos
direitos humanos, previstos na
Declaração Universal dos Direitos
Humanos de formar cidadãos
autônomos, com acesso à
educação, entre outros direitos.
Também importam pelo impacto
benéfico que apresentam em
nossas vidas. O aprendizado de
competências socioemocionais
“dão aos alunos condições a
melhorar a inserção no mercado
de trabalho, a se tornarem
cidadãos mais politizados,
saberem lidar adequadamente
com conflitos e a melhora
econômica e socialmente”,
explica Daniela Arai, analista de
projetos da Área de Avaliação
e Desenvolvimento do IAS.
E, por último, contribuem nas
aprendizagens cognitivas como
atividade-meio. Assim, crianças
e adolescentes podem aprender
com mais qualidade e segurança
os conteúdos das disciplinas
regulares. Entre as famílias de
competências socioemocionais
que devem ser introduzidas
no aprendizado cotidiano dos
alunos, duas são apontadas como
cruciais para atingir resultados
importantes, segundo estudo do
IAS. A conscienciosidade, que
inclui características relacionadas
à responsabilidade, à organização
e ao foco; e a abertura, que
significa o aluno estar aberto a
novas experiências e opiniões, ter
resiliência, aceitar que o erro faz
parte do aprendizado, entre outros.
“Apresentam em média 30% a mais
de aprendizado em Matemática em
um ano letivo quando comparados
aos que têm menos consciencio-
sidade. A proporção é a mesma
para o desempenho em Português
quando se trata de alunos com mais
abertura a novas experiências e
protagonismo”, aponta os estudos.
Qual o papel de cada um? Cabe aos gestores das escolas,
que acreditam nessa visão, incluir
esses conceitos no currículo,
planejar atividades e promover
a formação dos professores
de maneira continuada. Já aos
professores, cabe a responsa-
bilidade de aplicar os conceitos
de maneira explícita para que o
aluno tenha clareza de que está
aprendendo competências socioe-
mocionais e quais são elas.
“É papel de todas as instituições
educadoras, incluindo as famílias e
as escolas, promover esse espaço
de aprendizagem de competências
socioemocionais”, acredita Daniela.
Segundo a analista do IAS, a coor-
denação pode inverter a relação
das conversas com os pais.
Em vez de promover diálogos sobre
problemas com os filhos, usar o
momento para ouvir os pais sobre
suas dificuldades e criar um vínculo
para que eles possam saber como
está o aprendizado de seus filhos. foto
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| impressão pedagógica #5514
Assim, é possível promover uma
educação mais personalizada,
mesmo que o aluno esteja em
um contexto coletivo. “Quando
a escola abre outro canal para
os pais, eles percebem uma
parceria ali”, afirma Daniela.
“Quando falamos de habi-
lidades socioemocionais,
estamos falando de educar
seres humanos e não
apenas engenheiros, admi-
nistradores, médicos.
O desafio de nós, professores,
é conseguir trazer essa visão
mais humanista para dentro do
sistema, que ainda é avaliado
quantitativamente [por
números]”, complementa Soraia
Schutel, professora, doutoranda
em Administração pela UFRGS
na área de Inovação, Tecnologia e
Sustentabilidade e pesquisadora
no Brasil e exterior sobre Apren-
dizagem Transformadora para o
Desenvolvimento Sustentável.
Como fazer isso? Não deixando
de lado as habilidades cognitivas,
mas incluindo-as nas atividades
de modo que fique claro para
os alunos. Uma maneira é
promover exercícios desafiantes,
elaboração de projetos (como a
Robótica), problematização ou
aprendizagens colaborativas.
De acordo com Soraia Schutel,
ao invés de apontar defeitos,
o professor deve auxiliar os
alunos a identificar seus pontos-
-força, seu valor como pessoa.
Por meio desse contato humano
é possível mudar vidas e trans-
formar realidades. “Enquanto
professores, podemos deixar
um legado. Acredito que os
professores são as principais
chaves de mudança e quali-
ficação da sociedade”, finaliza a
professora. As atividades podem
ser divididas em grupos, em
que os alunos ajudam uns aos
outros, trabalhando o conceito
de cooperação.Pode ser vendo
um filme que transmita uma
mensagem de gratidão, ou
ainda, um trabalho em times,
em que cada participante saiba
de uma informação diferente
e que, com a colaboração, seja
possível construir o resultado
final. Uma alternativa também
é diversificar a avaliação, com
ferramentas de verificação
contínua sobre o aprendizado.
O importante é assegurar aos
alunos “quatro aprendizagens
que concorrem para a formação
de cidadãos mais preparados
para enfrentar os desafios do
mundo”, conforme orienta
o Relatório para a UNESCO
da Comissão Internacional
sobre Educação para o século
21, organizado por Jacques
Delors. São elas: aprender a ser,
aprender a conviver, aprender a
conhecer e aprender a fazer. ➤
impressão pedagógica #55 | 15
matéria de capa
característico do início do século
passado, mas vivemos em uma
sociedade que requer inovação
e criatividade para ser compe-
titiva. Para se atualizar não é
suficiente adotar recursos tecno-
lógicos dentro da sala de aula, mas
sim buscar formar seres humanos
integrais. Um terceiro fator é que
não formamos nossos alunos
para a vida. Pois na prática, o que
se verifica é que os jovens estão
saindo do sistema universitário sem
saber o que querem da vida, sem
conhecer a si mesmos e sobretudo
sem as habilidades socioemo-
cionais como cooperação, resi-
liência, saber lidar com perdas,
respeito aos mais experientes,
estabilidade emocional, amabi-
lidade, que são fundamentais para
o relacionamento social e para ter
uma vida mais plena e de valores.
Agregar habilidades socioemo-
cionais na educação básica e
universitária já é política pública
em países como o Canadá.
Em uma pesquisa que o governo
canadense realizou junto a
líderes comunitários e líderes de
empresas, foram identificadas
cinco características e cinco habi-
lidades necessárias aos alunos.
As características são: resiliência,
criatividade, inovação, capa-
cidade de tomar boas decisões,
cooperação e consciência global.
E as habilidades: tomada de
decisão ética, pensamento crítico,
Soraia Schutel, doutoranda em
Administração pela UFRGS na
área de Inovação, Tecnologia
e Sustentabilidade e pesqui-
sadora no Brasil e exterior
sobre Aprendizagem Transfor-
madora para o Desenvolvimento
Sustentável. Além disso, é espe-
cialista em Psicologia Social pela
Universidade estatal de São
Petersburgo (Rússia) e possui
experiência acadêmica e profis-
sional em mais de 25 países.
Confira uma entrevista exclusiva
à Revista Impressão Pedagógica.
Impressão Pedagógica (IP):
Qual a importância do tema?
Soraia Schutel (SS): Atualmente
percebe-se em nossos jovens
uma lacuna entre o saber, fazer
e ser, o que se deve a vários
fatores. O primeiro deles é o
modo de mensurar resultados.
O sistema educacional brasileiro
é, sobretudo, quantitativo e
conteudista, onde se mede
eficiência e qualidade do ensino
por notas das provas e exames
como Enem e Enade. A formação
intelectual é fundamental, mas
não suficiente, pois não abrange
a integralidade humana, como
as dimensões emocional e espi-
ritual. Um segundo fator está
relacionado às necessidades da
sociedade atual. Não estamos
mais na era em que o dife-
rencial era conseguir apertar
mais parafusos por minuto,
“Quando o aluno é contagiado pelo amor ao saber, ele se torna professor de si mesmo”, afirma Soraia Schutel.
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ensinam a autonomia de como
valorizar o próprio espaço, saber
cozinhar, fazer a própria horta
etc. Não é apenas a atividade em
si, mas o fato de criar sinapses
de autonomia e de capacidade
resolutiva, em que a pessoa sabe
que é capaz, e se não é, sabe
ter a humildade de recorrer a
quem sabe. Leonardo da Vinci,
quando entrou na Bottega do
Maestro Verrocchio, era auxiliar
de limpeza e de organização do
ambiente de trabalho. Limpava os
pincéis e, aos poucos, foi sendo
inserido na aprendizagem da alta
técnica artística, que rapidamente
dominou. Ou seja, não podemos
subestimar esses conheci-
mentos mais “simples”. Assim
a escola torna-se uma escola
para a vida. E é muito importante
também estimular o aprender a
aprender. A escola é passageira,
nossos alunos crescem, vão
para o mundo. Quando o aluno
é contagiado pelo amor ao
saber, ele se torna professor
de si mesmo, busca as oportu-
nidades de crescimento ao longo
de sua vida. Nós, professores,
somos mediadores e facili-
tadores dessas habilidades. ✪
comunicação, fluência no mundo
digital, prontidão para encarar o
mundo tanto em relação às aspi-
rações profissionais quanto em
relação às experiências de vida.
IP: O “empoderamento”
individual de crianças e
adolescentes pode diminuir
desigualdades sociais?
SS: A desigualdade social em
nosso país é resultante de fatores
histórico-coloniais, corrupção
em todos os setores de nossa
sociedade, políticas públicas inefi-
cientes, falta de planejamento
familiar, valores centrados no
consumo desenfreado etc.
Nesse contexto, a educação
é uma arma poderosa para
combater a desigualdade social e
contribuir para a autonomia das
futuras gerações. Entre as habi-
lidades socioemocionais visando
o empoderamento, a responsa-
bilidade é, no meu entender, uma
das mais importantes. Quando
temos indivíduos responsáveis,
cientes das consequências de suas
ações, de que cada ação possui
uma reação, de que a melhoria
de sua vida depende também de
suas ações e escolhas, podemos
contribuir para a autonomia
de nossos alunos e para que
almejem uma vida melhor
por meio de seus esforços.
IP: Quais práticas podem ser
aplicadas em sala de aula?
SS: Não devemos abandonar
o estudo dito clássico, pois
arriscamos a entrar na educação
do “achismo” e abandonar o
enorme conhecimento que já
foi gerado pela humanidade.
O importante é buscar formar a
integralidade humana, que possui
mais dimensões que aquelas que
estamos focados hoje. Assim,
temos que buscar novas metodo-
logias e práticas pedagógicas que
façam o aluno se conectar com
as coisas simples da vida e com
profundos valores humanos.
Por exemplo, no Japão as crianças
auxiliam nas atividades de limpeza
da escola como forma de respeito
e cuidado com o local em que
aprendem. Isso ajuda a desen-
volver a humildade, a reconhecer
o valor do trabalho, a cuidar mais
do próprio espaço. As crianças
e jovens de hoje, em sua maioria,
não sabem realizar atividades
básicas, e essas atividades
“ Temos que buscar novas metodologias e práticas pedagógicas que façam o aluno se conectar com as coisas simples da vida ”impressão pedagógica #55 | 17
projetandoo futuro
Mais que estudar a teoria,
o Colégio Santa Rita,
em Iguarassu (PE), proporciona
a seus alunos ensinamentos
práticos e contextualizados à
realidade do Nordeste. Atividades
de campo fazem parte da rotina
escolar da instituição pernam-
bucana conveniada com o
Sistema de Ensino Expoente.
Estamos falando do projeto
Redescobrindo o Nordeste, que
surgiu em 2010 e atualmente
conta com duas ações por
ano. “A ideia surgiu, pois perce-
bíamos que os alunos tinham
uma imagem negativa quando se
estudava o Nordeste. Uma visão
reducionista da nossa região”,
conta Tiago de Melo Calado,
coordenador pedagógico da
escola. A instituição abraçou a
causa e atualmente o projeto
acontece em três etapas.
A primeira é a escolha do local
e apresentação do roteiro.
A partir disso, é feito um trabalho
de “gabinete”, que é o estudo
teórico, por meio de pesquisas
sobre informações técnicas
do local a ser visitado.
Por último, faz-se a visita,
na qual se apresentam
relatórios e debates
sobre o que foi
visitado.
“Os pais apoiam tanto, que além
de financiar as viagens, alguns vão
junto”, conta Tiago. As visitas em
locais ricos em cultura e conhe-
cimento já fazem parte da tradição
do Colégio. Os alunos do Ensino
Fundamental já visitaram cidades em
Pernambuco, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Alagoas, entre outras.
O conhecimento adquirido nas
viagens é agregado ao máximo
às disciplinas e ao aprendizado
dos alunos. Segundo o coor-
denador, percebe-se o apren-
dizado no dia a dia, em coisas
simples. Os alunos estão mais
críticos e com maior bagagem
cultural sobre a realidade em que
estão inseridos. É uma viagem pela
riqueza cultural nordestina! ✪
Turismo pedagógico
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projetandoo futuro
O sentimento que advém da
recompensa pelo esforço realizado
é um dos aprendizados que nossas
crianças precisam ter para construir
uma vida financeira saudável.
Pensando nisso, o Colégio Froebel,
de Olinda (PE), criou um projeto
voltado à educação financeira.
O público-alvo foram os alunos
da Educação Infantil ao Ensino
Fundamental (9º ano).
Durante oito meses,
o colégio – conveniado
com o Sistema de
Ensino Expoente –,
promoveu dife-
rentes atividades
práticas.
Os alunos fizeram
economia,
pouparam durante
todo o ano passado,
e assim cada turma pode
realizar algum tipo de sonho.
Alguns alunos, por exemplo,
compraram presentes para
pessoas queridas, já os alunos
do 9º ano conseguiram pagar
um passeio de formatura.
Fizeram rifas, barracas de
produtos e outras atividades,
que proporcionaram a arre-
cadação do valor para a viagem.
“Esse projeto não é estanque.
Já foi introduzido em nosso
currículo, pois melhorou até a
autoestima dos alunos ao verem
que podem, conseguem. Os pais
também gostaram muito dos
resultados”, afirma Tânia Maria
da Silva, diretora do Colégio
Froebel. Dessa maneira, o valor
do dinheiro ganhou novos signi-
ficados e possibilitou o empreen-
dedorismo entre os alunos. ✪
Poupando dinheiro, esbanjando aprendizadoSabe aquele bem que você comprou com todo o suor?Ou aquele presente que pode dar para alguém querido?
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projetandoo futuro
No ano passado, o Colégio
Guimarães, em Maceió (AL),
conveniado com o Sistema de
Ensino Expoente; promoveu, com
sucesso, mais uma vez o projeto
ExpoTeatral para os alunos do
Ensino Fundamental. O trabalho
desenvolvido foi sobre o tema
Eleições, cada turma elegeu
um subtópico e produziu uma
peça de teatro. O espetáculo
ocorreu no dia 4 de setembro,
no ginásio da escola. Do início
do ano até esse dia, os alunos e
professores de várias disciplinas
trabalharam duro para desen-
volver o projeto com excelência.
Os pais e a comunidade ao redor
do Colégio Guimarães foram pres-
tigiar o espetáculo. “Muitos alunos
não conseguem se expressar,
mas depois de participarem do
projeto, eles mudam o compor-
tamento para melhor. Perdem a
vergonha de se expressar”, explica
Denise L. Santos, coordenadora
pedagógica da instituição. ✪
Expressar para se orgulhar
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projetandoo futuro
Atualmente, a instituição conta com
150 alunos do berçário ao Ensino
Fundamental I, oferecendo um
trabalho com foco na aprendizagem
emocional e social de cada aluno.
Para isso, o foco está também na
capacitação de seus professores.
“Um dos principais diferenciais
é o investimento no professor:
nossas reuniões semanais envolvem
estudos teóricos e práticos”, afirma
Camila Almeida, diretora peda-
gógica e mestre em Educação.
Para avançar, o Sistema de Ensino
Expoente tem contribuído com a
organização dos conteúdos e inte-
gração do trabalho pedagógico entre
as turmas. “A assessoria pedagógica
também tem auxiliado bastante,
trazendo novas ideias, ajudando
na solução de pequenos
problemas. Gostei muito
do material espe-
cífico de berçário:
está sendo um
ótimo norteador para
o nosso trabalho”,
explica Camila.
Segundo a diretora, este ano
a ideia é cuidar dessas novidades
e desenvolver um trabalho
personalizado. “A formação dos
professores específica para
o berçário é um projeto no qual
tenho me debruçado: já planejei
com a assessoria pedagógica
formações e tenho realizado
leituras e estudos
específicos
da área.
Todas as realizações da escola
somente têm sido possíveis
porque conto com uma equipe
com muita disposição e vontade
de fazer a diferença. Todos aqui
trabalham dentro de um mesmo
ideal de educação e fazem [isso]
com muito amor: trabalhamos
muito e não perdemos nosso
foco”, finaliza a diretora. ✪
Nascimento de uma nova faseO Centro Educacional Dominó, conveniado com o Sistema de Ensino Expoente e localizado em Jacareí (SP), inaugurou recentemente o berçário
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projetandoo futuro
Essa marca não é para qualquer
um. Para coroar o momento,
foi realizado um coquetel que
reuniu cerca de 100 pessoas
entre ex-funcionários,
ex-alunos, familiares de alunos
etc. O Colégio é parceiro do
Sistema de Ensino Expoente,
que há mais de 17 anos está
presente na vida dos alunos da
instituição. O jubileu de ouro foi
realizado no salão de festas da
Academia Gonçalense de Letras
(ICBEU). “Foi um momento para
expressar a gratidão, primeiro
a Deus, depois às pessoas.
Ninguém faz nada sozinho”,
afirma a professora Anita Eloisa
Chagas, diretora do Colégio
Auxiliadora, que recebeu uma
menção da Câmara Municipal de
São Gonçalo pela contribuição
de cinco décadas na formação
de cidadãos de bem. O Expoente
foi representado pelo Gerente de
Sistemas Pedagógicos, Renaldo
Franque. “O Grupo Expoente
não poderia deixar de estar aqui
para cumprimentá-los publi-
camente pelas conquistas e
pelo legado que vem deixando
na educação brasileira”,
homenageia Renaldo. ✪
Momento de ouroO Colégio Auxiliadora, em São Gonçalo (RJ), comemorou ao longo do ano passado o aniversário de 50 anos
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projetandoo futuro
É com tamanha sensibilidade
que a Escola Arco Íris, de
Paramirim (BA), trabalhou com
seus alunos da Educação Infantil
ao Ensino Médio um projeto
baseado nessa obra ano passado.
A instituição, conveniada com
o Sistema de Ensino Expoente,
promoveu um musical com base
na obra "O Pequeno Príncipe",
de 1943. O objetivo foi resgatar
valores e trabalhar o tema da
Semana Pedagógica: música.
As crianças da Educação Infantil
trabalharam com contação
de histórias e mascotes, e até
ganharam uma almofada de
raposa, uma das personagens
do livro. Já o Ensino Funda-
mental e o Ensino Médio traba-
lharam essa temática em literatura
e diversas outras disciplinas
de modo rico e proveitoso.
Em dezembro, o musical ganhou
vida e recebeu cerca de 1 200
pessoas em um espetáculo
no centro cultural da cidade.
“Pudemos ver a satisfação
dos pais e da comunidade.
Foi tudo muito bem organizado.
Os pais falaram que parecia
um filme”, afirmou Patrícia A.
G. Cardoso, diretora da escola.
Este ano, o trabalho continua
e o tema será cinema. ✪
Le Petit Prince“O essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração”, registra Antoine de Saint-Exupéryno livro O Pequeno Princípe (Le Petit Prince, em francês).
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projetandoo futuro
O ano letivo já começou agitado
na Escola Cecília Meirelles, em
Palotina (PR), com a implantação
do novo tema pedagógico
proposto pelo Sistema de Ensino
Expoente. “Achamos o material
riquíssimo”, afirma Marili Spricigo
Masconi, diretora da Escola, sobre
o tema "Vínculos e aprendizagem".
Para trabalhar o tema, a equipe
diretiva propôs aos professores
que cada equipe apresentasse um
trecho do livro escrito pelo doutor
em Educação, Júlio Furtado.
A obra embasa o tema do
Expoente neste biênio 2015/2016.
Após esse exercício, foi o momento
de traçar metas para esses dois
anos de trabalho. “O maior ques-
tionamento é como vamos desen-
volver dentro da nossa escola?
Pode ser por música, teatro,
palestras, ações solidárias, entre
outras formas. Vamos relacionar
várias metas”, conta a diretora.
Segundo Marili, esse é um
tema que vai ajudar também na
parceria entre escola e família.
“Vamos colher bons frutos com
esse trabalho. Trabalhar valores
e vínculos tem tudo a ver com a
nossa escola”, conclui a diretora. ✪
Laços afetivos para ensinar melhor
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artigo II
A implementação da Lei 10.639,
sancionada em 2003, e seu
complemento, a Lei 11.645, de 2008,
foram marcos para o reconhecimento
da importância de uma parcela da
população historicamente negli-
genciada no processo de construção da
identidade brasileira, pois ambas indicam
a obrigatoriedade do ensino de história
e cultura afro-brasileira e indígena nos
currículos de todas as instituições de
ensino do país, públicas ou privadas.
O primeiro parágrafo da Lei
11.645 determina que
[...] o conteúdo programático a que
se refere este artigo incluirá diversos
aspectos da história e da cultura
que caracterizam a formação da
população brasileira, a partir desses
dois grupos étnicos, tais como o
estudo da história da África e dos
africanos, a luta dos negros e dos
povos indígenas no Brasil, a cultura
negra e indígena brasileira e o negro
e o índio na formação da sociedade
nacional, resgatando as suas contri-
buições nas áreas social, econômica e
política, pertinentes à história do Brasil.
Nesse sentido, alguns desafios educa-
cionais e sociais foram lançados
aos diferentes autores da educação
brasileira, responsáveis diretos pela
implementação legal dos conteúdos
indicados, nas diversas disciplinas da
educação básica. A primeira questão
que se impõe é a ausência de uma
formação docente adequada, que por
vezes não contempla as africanidades
ou os elementos culturais indígenas,
ao mesmo tempo em que a carência
de livros didáticos e paradidáticos e
de materiais são empecilhos para
a efetiva contemplação da lei.
Passados mais de dez anos
desde que a primeira legislação
foi sancionada, além da produção
de materiais, muito foi feito a fim
de promover uma formação mais
adequada. Mesmo assim, consi-
deramos que alguns pontos
fundamentais devem ser contem-
plados nesse processo.
Em primeiro lugar, é comum encon-
trarmos visões sobre os africanos a
partir da escravização e dos indígenas
a partir do contato com o português
colonizador, prática que restringe
a abordagem sobre esses povos,
pois provém, nas fontes e nos docu-
mentos históricos mais usuais,
de um viés de poder que precisa
ser interpretado e relativizado.
Além disso, certa abordagem homo-
geneizante, expressa na ideia de
“negros vindos da África”
ou no termo genérico “índio”,
precisa ser repensada.
Os diferentes reinos, nações,
tribos e suas respectivas
representações etnocul-
turais formam um mosaico
importante para a formação
do Brasil, e é justamente
essa diversidade, em
suas especificidades,
que precisa ser reconhecida,
respeitada e estudada. É fundamental
enfatizar a importância da contri-
buição desses povos, que vai muito
além dos estereótipos comumente
relacionados com música, culinária
e festas populares, e está em prati-
camente todosos setores da
economia, do social, da tecnologia
e da cultura brasileira. A melhor
maneira é ensinar na escola. ✪
Desafio: História e culturaafro-brasileira e indígena Por Amanda Cieslak Kapp* e Fabio Luciano Iachtechen**
*Mestre e doutoranda em História Moderna pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).**Mestre em Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e doutorando em História Contemporânea pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
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especial
O criador e a criaturaAprenda a utilizar a robótica como aprendizagem de
valores morais e fatores socioemocionais
O cinema já mostrou.
Os jornais estamparam.
Os livros já discutiram.
Muitos filmes, obras literárias
e reportagens já retrataram a
relação dos seres humanos
com os computadores e outras
máquinas. Assim como no cinema
e na imprensa, não raras vezes,
essas máquinas se tornam mais
atraentes do que todo conhe-
cimento que o professor pode
passar em sala de aula, ou o uso
delas substitui momentos de
uma boa conversa entre amigos,
ou ainda, prejudica o apren-
dizado de questões impor-
tantes para a formação dos
alunos, como resiliência, criati-
vidade e trabalho em equipe.
Mas a tecnologia não é só inimiga,
pelo contrário. Se bem utilizada
no contexto educacional, pode
gerar impactos assertivos para
a formação de crianças e jovens.
Uma maneira muito eficiente de
utilizar “as máquinas” a favor dos
alunos é a Robótica Educacional
Expoente, que utiliza compu-
tadores e atividades para a cons-
trução de minirrobôs e(ou)
maquetes com movimento.
Tudo isso com materiais reci-
cláveis e um material didático
inédito complementar organizado
para os professores. “Aliando a
teoria à prática, a robótica é capaz
de desenvolver nos alunos alguns
conceitos que as demais ➤
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disciplinas quase não abordam,
como autodesenvolvimento,
capacidade de solucionar
problemas, senso crítico, inte-
gração de disciplinas, exposição
de pensamentos, criatividade,
autonomia, responsabilidade
e postura empreendedora”,
afirma Rosana Romanó, coorde-
nadora de Tecnologias Educa-
cionais do Grupo Expoente.
O fator motivacional também
pode ser destacado entre os
itens de maior relevância para
os alunos. “Eles se envolvem no
projeto com muita motivação e a
assimilação do conteúdo é muito
maior”, destaca Rosana Romanó.
“Buscamos relacionar o limite
que o ser humano pode chegar e
onde ele pode chegar, esse foi o
principal propósito do trabalho.
O período da construção da
maquete foi de muito apren-
dizado. A gente aprendeu sobre
companheirismo, trabalho
em equipe, aprendemos
a usar software Scratch e
sobre automação”, conta o
aluno do Colégio Expoente,
João Victor Otenio.
Papel do professorNesse contexto, o professor
tem a tarefa de incentivar os
alunos, coordenar as equipes e
mediar esse processo de apren-
dizagem. “Instigando os alunos a
sempre melhorarem, controlando
o tempo e a qualidade”, orienta
Rosana. A avaliação é feita
no decorrer do processo.
O importante é saber se o aluno
tentou, se empenhou, se inte-
ressou. “A riqueza está nas
tentativas”, comenta a coor-
denadora. “O principal ganho
é o envolvimento dos alunos
para o trabalho em equipe.
Eles aprendem e ensinam os
colegas. A construção da maquete
é 100% deles”, explica o professor
Edson Roberto Cassilha Jr., que
trabalhou com o projeto
na Unidade Expoente.
Os pais também
comemoram. “É muito
interessante, pois entra
no mundo dos adoles-
centes. Ele precisa ter
um chamariz, precisa
ser desafiado a estudar
e a produzir. As aulas
de Robótica eram as
melhores para ele [filho].
Acho que esses projetos
tornam a escola viva.
Abrem para a comu-
nidade, os pais
vêm para a
escola, os
alunos
explicam
e se inte-
ressam”,
conclui a mãe
do aluno Gabriel,
Raquel Neuwert.
especial
Robótica é importante para
- aulas mais dinâmicas
e interativas;
- desenvolver nos alunos criati-
vidade, autonomia, responsabi-
lidade e postura empreendedora;
- o mercado de trabalho futuro;
- desenvolver a comunicação
interpessoal e a oratória;
- a construção do conhecimento.
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| impressão pedagógica #5528
Programação A ideia é defendida por muitos
pedagogos e executivos de
tecnologia, e confirma que o mundo
está se tornando cada vez mais
digital, sendo imprescindível saber
interpretar e escrever códigos
da linguagem digital. Para tornar
essa tecnologia mais acessível às
escolas conveniadas das redes
privada e pública, o Sistema de
Ensino Expoente disponibiliza kits
prontos nas versões aluno e escola,
e capacitação dos professores para
orientação teórico-metodológica e
execução dos projetos. Este ano,
foi lançado material sistematizado de
robótica, segmentado por séries do
Ensino Fundamental. "Algo inédito
e muito produtivo para professores
e alunos", destaca Rosana.
Além de cabos, lâmpadas e motores
específicos, os kits contêm manuais
detalhados para o correto uso peda-
gógico da ferramenta e uma placa
Arduino, com a qual é possível
manipular entradas e saídas que se
comunicam com o computador.
De acordo com Maurício Gebran,
consultor do Grupo Expoente
e mestre em engenharia da
produção com ênfase em mídia e
conhecimento, o sistema já passou
por todas as fases de testes e
foi aprovada pelos profissionais.
“Essa solução foi desenvolvida por
uma equipe técnico-pedagógica
especializada, e já foi testada e
aprovada”, confirma o professor.
Direcionada às turmas
do Ensino Fundamental,
a Robótica Expoente pode ser
aplicada de maneira curricular
ou extracurricular, envolvendo
diversas disciplinas, como Arte,
Geografia, História e Física,
entre outras. “É uma inovação
colocada ao alcance de todas
as escolas, que precisam acom-
panhar os avanços tecno-
lógicos e preparar seus alunos
para a vida”, finaliza Gebran. ✪
Da teoria à prática
A solução inovadora
apresentada atualmente pela
Robótica Educacional Expoente
foi desenvolvida pela Empresa
Júnior do curso de Sistemas
de Informação da Faculdade
Expoente, em Curitiba (PR).
Durante um ano, sob orientação
do professor Maurício Gebran,
os acadêmicos Luana Oliveira,
Edson Prokot e Guilherme
Scandelari pesquisaram e
desenvolveram uma meto-
dologia de robótica educacional
para o Ensino Fundamental,
utilizando o software Scratch e
o hardware Arduino. O resultado
foi implantado nas Unidades
Expoente Água Verde e Boa Vista,
sendo testado e aprovado para o
uso em escolas de todo o país.
A Robótica Expoente possui
metodologia própria e orientada
por materiais customizados para
cada série, contendo atividades,
conceitos de programação e
sustentabilidade e um diário
de bordo. Ao final, o aluno
ganha ainda um certificado.
impressão pedagógica #55 | 29
leitura
Já dizia Rubem Alves, “as palavras
só têm sentido se nos ajudam a
ver o mundo melhor. Aprendemos
palavras para melhorar os olhos”.
Por isso, aprender a ler o mundo
contribui para a formação de alunos
mais observadores, com maior
bagagem cultural e capacidade
de conectar diferentes fontes
de saber em qualquer área que
se propuserem a seguir. “A leitura
está no cotidiano. Estamos cons-
tantemente sendo nutridos de
palavras, nutridos de histórias.
O que sugerimos é estabelecer
pontes desse cotidiano com
as leituras. Nesse sentido, para
os alunos ficará mais vivo, mais
próximo. Eles vão dando exemplos
da vida deles, apresentando novas
Para ler melhor o mundoIncluir a leitura de maneira transdisciplinar, utilizando elementos do cotidiano é essencial, aponta especialista
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referências e mostrando que a poesia está ali”, afirma Gloria Kirinus, pós-
-doutora em Sociologia na Sorbonne (Paris-França), doutora em Letras pela
Universidade de São Paulo (USP) e autora de diversas obras infantis. Glória
está desenvolvendo em parceria com as unidades do Colégio Expoente, em
Curitiba, o projeto “Ler e escrever: um compromisso de todas as áreas”.
Início do projeto O projeto surgiu da necessidade de aprimorar nos alunos compe-
tências cognitivas em diferentes áreas do conhecimento e a possibi-
lidade de promover aprendizagens mais significativas com atividades
lúdicas e contextualizadas com o cotidiano. A ideia é instigar os
professores das mais diversas disciplinas a promoverem experiências
em sala de aula que conduzam à formação de uma nova geração
de leitores, que saibam dominar as múltiplas formas de linguagem.
É preciso fazer pontes entre conteúdos e leituras de mundo para
levar ao aluno o conteúdo disciplinar com uma nova roupagem.
A escritora bilíngue ressalta que a escrita pode ser resultado das expe-
riências vividas, e que por isso a realidade deve ser usada como rica
fonte de inspiração. “Fica muito mais fácil estabelecer o conhecimento
nos livros quando se faz essa ponte com o cotidiano”, completa.
Ampliar horizontesÉ importante que a escola
seja um ambiente privilegiado
para garantir contato com os
livros e a leitura. “Trazer um
projeto de leitura é acima de
tudo qualificar a ação peda-
gógica e ampliar os horizontes
do mundo escolar, provocando
mudanças de comportamento
dos professores e, conse-
quentemente, dos alunos.
É desta maneira que se pretende
envolver o corpo docente em
uma dinâmica mais ativa em
relação à leitura e à forma como
ela deve se integrar à rotina
escolar e familiar”, enfatiza
o projeto que pode servir de
inspiração para sua escola. ✪
impressão pedagógica #55 | 31
O Sistema de Avaliação Global
Expoente (SAGE) contabilizou
maior número de inscrições no
ano passado em relação aos anos
anteriores, totalizando um cres-
cimento de 150% em relação ao
ano de 2013. Os dados obtidos
são referentes à avaliação realizada
com os alunos das instituições
públicas e privadas conveniadas.
As escolas que conquistaram
os melhores resultados
na média geral foram as
seguintes: em primeiro lugar
a EMEF Professor José Luis
Tomazi I, de Novo Horizonte
Recordede inscrições no SAGEO sistema de avaliação avançou em 2014 e mostrou grande aceitação das escolas parceiras, apresentando crescimento expressivo no número de inscrições
(SP), em segundo ficou o Centro Educacional Humberto Martelli,
de Porto Feliz (SP), em terceira colocação está o Colégio Alef de Sinop
(MT), no quarto lugar ficou a EMEF Professor José Luis Tomazi II,
também de Novo Horizonte, e em quinta colocação a escola de
Ouro Fino (MG), Obra Assistencial Nossa Senhora do Rosário.
A prova do SAGE foi realizada no dia 26 de setembro para todas as escolas
da rede conveniada que aderiram ao programa de avaliação. Foram apro-
ximadamente 14 mil alunos participantes da avaliação em centenas
de escolas conveniadas por todo o país que compõem o Sistema de
Ensino Expoente. A correção das provas foi feita utilizando-se a meto-
dologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI), mesmo modelo utilizado na
correção das provas do Enem. As questões foram classificadas de acordo
com o grau de dificuldade, fáceis, médias e difíceis, e o total de pontos
ficou definido em 800. O SAGE, além de avaliar o conhecimento dos
alunos, faz um levantamento do perfil deste público. Avalia ainda o perfil
dos professores e gestores, obtendo um retrato do momento da escola
e dos desafios que precisarão ser enfrentados para melhorar a qualidade
dela. “As avaliações possibilitam estabelecer indicadores de qualidade no
trabalho pedagógico”, afirma Renaldo Franque, gerente de Sistemas Peda-
gógicos do Expoente. As informações servirão para estabelecer melhorias
contínuas no trabalho das escolas conveniadas a partir deste ano. ✪
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Escolas cujos alunos tiveram melhores resultados no último SAGE. Parabéns a todos os participantes.
• Emef Profª Maria José de Oliveira
• Emef Profª Salete Aparecida Laude
• Emef Professor José Luis Tomazi II
• Emef Professor José Luis Tomazi I
• Erm Limpo Grande
• Escola Bem-me-quer
• Escola Bom Jesus
• Escola Branca de Neve
• Escola Caminho do Sol
• Escola Caminho Suave
• Escola de Educ. Básica Valentin Bernardi
• Escola Dengoso
• Escola Dente de Leite
• Escola Dom Mota
• Escola Dominius
• Escola Educativa
• Escola Educativa
• Escola Espaço Infantil
• Escola Futura Vividense
• Escola Meu Caminho
• Escola Municipal Theresa G. Seifarth
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impressão pedagógica #55 | 33
esporte
Exercício físico com ginga brasileira
A capoeira desenvolve importantes habilidades físicas e psicológicas para o desenvolvimento de crianças e adolescentes em idade escolar
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Capoeira é culturaA capoeira começou no século
XVI, quando o Brasil ainda era
colônia de Portugal, com os
africanos escravizados. Eles
foram proibidos de praticar
lutas marciais e criaram um
jogo, utilizando música e alguns
passos de dança. Foi uma
importante maneira de resis-
tência e manifestação cultural
dos africanos escravizados,
cultura que ainda hoje está viva
em diversas regiões do país e no
mundo. “O reconhecimento da
Roda de Capoeira pela Unesco é
uma conquista muito importante
para a cultura brasileira.
A capoeira tem raízes africanas
que devem ser cada vez mais
valorizadas por nós. Agora,
é um patrimônio a ser mais
conhecido e praticado em todo
o mundo", destaca a ministra
interina da cultura, Ana Cristina
Wanzeler, no portal do Ministério
da Cultura do governo federal.
“Paranauê, Paranauê, Paraná”, canta uma música ao longe. Ao avistar,
é possível observar uma roda formada por algumas pessoas sorri-
dentes, tocando berimbau e cantando em voz firme, e duas pessoas
ao centro fazendo movimentos que mais parecem uma dança com
muita ginga. Essa poderia ser uma cena comum nas escolas brasi-
leiras, mas ainda não é. A capoeira é um
esporte genuinamente tupiniquim, considerado
Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Orga-
nização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco) no fim do ano passado, mas pouco praticado no dia a
dia escolar. Ainda assim são mais de seis milhões de praticantes no país.
A capoeira apresenta diversas linguagens de aprendizado, por isso
não tem idade predefinida para começar. “No jogo da capoeira o aluno
mostra todo seu potencial, trabalhando inúmeras qualidades físicas,
como resistências aeróbica e muscular, flexibilidade, velocidades de
reação e de deslocamento, forças dinâmicas, estática e explosiva,
agilidade, equilíbrio, coordenação, ritmo e descontração diferencial”,
explica o professor Robson Pinheiro, do Grupo Capoeira Brasil.
Novos aprendizadosAlém de habilidades físicas, quem entra na ginga da capoeira pode
desenvolver maior atenção (foco), percepção, iniciativa, autocontrole,
astúcia, coragem e segurança. Outro fator interessante promovido pela
prática da capoeira é a interação entre o grupo, envolvendo conceitos
de cooperação. “Alguns trabalhos tem como proposta, também,
propiciar o desenvolvimento da criatividade artística por meio do ritmo
e do canto, além de promover a interdisciplinaridade”, complementa
Pinheiro. Os alunos podem ainda aprender a confeccionar os instru-
mentos, a tocar e a cantar. É um esporte que mistura música a movi-
mentos acrobáticos. A história desse esporte também resgata muito
da própria história do Brasil, mostrando parte da identidade do povo
brasileiro, conteúdo importante a ser repassado aos alunos. ✪
impressão pedagógica #55 | 35
mundo web
Para ser um educador melhor Os professores têm a oportunidade de estudos on-line com a expertise em educação de quase 30 anos do Grupo Expoente
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Diferenciais do EAD Escolas incentivam a formação continuada do professor
• Estuda onde quiser;
• Aprende novas maneiras de conduzir as aulas;
• Ganha mais conhecimento;
• Troca experiências com os colegas;
• Compreende como funciona o aprendizado virtual do aluno.
A falta de tempo, dinheiro e mobi-
lidade para realizar cursos, aplicar
novas atividades e inovar no jeito de
dar aulas é uma queixa de 9 entre
10 professores. Por outro lado,
existe a necessidade de aperfei-
çoamento profissional, assim como
nas demais áreas do mercado de
trabalho. Com tantas dificuldades,
muitos se perguntam: o que fazer
para ter uma formação continuada?
Uma ótima alternativa são os cursos
de educação a distância (EAD)
promovidos pelo Sistema de Ensino
Expoente para seus conveniados.
Em 2015, o Grupo Expoente deu
um grande salto em direção a essa
modalidade de ensino. Trata-se
de cursos livres de capacitação
oferecidos aos educadores da
Educação Infantil e Ensino Funda-
mental I de todo o país. Basta a
escola privada ou as escolas da rede
pública requisitarem a parceria para
oferecer aos seus professores.
Os cursos acompanham uma
tendência na educação: a neces-
sidade de professores se atualizarem
de modo on-line e com mobilidade,
ou seja, onde e quando puderem.
Tudo isso de uma maneira prazerosa,
com dicas de filmes, atividades para
aplicar em sala de aula e materiais de
apoio. Os cursos têm ainda o objetivo
de disponibilizar conhecimento de
novas práticas pedagógicas e aper-
feiçoamento do trabalho em sala de
aula aos professores da rede pública
e privada das escolas conveniadas
ao Sistema de Ensino Expoente.
O Grupo Expoente realizou
um grande investimento para
gerar alto impacto social entre
os profissionais de educação
que estão carentes de
espaços de aprendizagem.
“Estamos muito satisfeitos.
Vamos começar a oferecer este
curso para redes de ensino públicas
e privadas. Queremos levar este
curso para todo o Brasil dentro
do formato EAD”, conta Renaldo
Franque, gerente de sistemas
pedagógicos do Expoente.
Ação pioneiraO projeto deu certo. Entre agosto
e dezembro do ano passado, foi
realizado o projeto-piloto, testado
e aprovado pela rede de ensino do
município de Fernandes Pinheiro
(PR). Foram aplicadas 19 atividades
em diferentes módulos para
Educação Infantil e Ensino Funda-
mental I (até o 5º ano). Todos os
módulos foram orientados pela
tutora Liliane Colpani Lapuch,
especialista em Gestão Educa-
cional, que auxiliou os alunos
em cada etapa dos cursos.
“Os textos que a professora
postava eram excelentes.
A gente trouxe da teoria
para a prática da sala de aula.
Temos de agradecer o desafio.
O curso é excelente e vale
muito a pena”, conta a professora
Regina Ribeiro Pereira Zanlourensi,
que realizou os dois cursos.
O espaço de aprendizado tinha
atividades on-line, fóruns, chats
ao vivo e vídeos com conteúdos
interessantes para o trabalho
do professor em sala de aula.
Ao final, foi emitido certi-
ficado de curso de extensão.
Este projeto-piloto foi também
uma aposta da Prefeitura de
Fernandes Pinheiro, conveniada
ao Expoente, que pretende ampliar
o convênio ao Sistema de Ensino
Expoente para 2015. “Abrimos
para que todos pudessem
participar. A gente como
professor(a) precisa ser isento.
Se esperamos atenção do nosso
aluno, precisamos tentar fazer
o nosso melhor também”, disse
Thais Padilha Goy, secretária
de Educação do município,
em cerimônia de formatura. ✪
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