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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-
PEDAGÓGICA
TURMA 2015
Título: Utilização de imagens de satélites como meio do processo de ensino-aprendizagem.
Autor: Andreia Cristina Bueno
Disciplina/Área: Geografia
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Antônio Martins de Mello
Município da escola: Ibaiti
Núcleo Regional de Educação: Ibaiti
Professor Orientador: Fernando Luiz de Paula Santil
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Maringá
Relação Interdisciplinar:
Resumo:
Este projeto apresenta como objetivo analisar as transformações do espaço geográfico através dos conceitos de paisagem e lugar com a utilização de imagens de satélites e fotografia aérea, sendo oferecidas algumas propostas de atividades para trabalhar determinados conceitos geográficos com o auxílio de imagens de satélites e dos elementos cartográficos, analisando o conhecimento espacial do espaço vivido dos alunos antes e depois do uso das imagens de satélite, aplicados aos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Antônio Martins de Mello.
Palavras-chave: Lugar, espaço, paisagem, imagens de satélite
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público:
Alunos do 6º ano do ensino fundamental.
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Professora PDE: Andreia Cristina Bueno
Área PDE: Geografia
NRE: Ibaiti
Escola de implementação: Colégio Estadual Antônio Martins de Mello.
Público objeto da intervenção: Alunos do 6º ano do Colégio Estadual Antônio
Martins de Mello. Ensino Fundamental e Médio de Ibaiti PR
TEMA: Tecnologias e Linguagens no Ensino de Geografia
TÍTULO: Utilização de imagens de satélites como meio do processo de ensino-
aprendizagem.
Apresentação
A presente produção pedagógica, em forma de unidade didática, baseada no
projeto de intervenção pedagógica, é resultado do Programa de Desenvolvimento
Educacional PDE em Geografia da IES UEM, tem como objetivo analisar as
transformações do espaço geográfico através dos conceitos de paisagem e lugar
com a utilização de imagens de satélites, promovendo assim o raciocínio espacial,
estabelecendo como produto mental a formação de uma consciência espacial ou
geográfica, bem como o desenvolvimento do pensamento geográfico, internalizando
conceitos e procedimentos capazes de captar a realidade.
A “Utilização de Imagens de Satélites como meio do processo de ensino-
aprendizagem” terá como foco os alunos do 6º ano do Colégio Estadual Antônio
Martins de Mello. Ensino Fundamental e Médio, da cidade de Ibaiti – PR.
No ensino de Geografia atual é forte a presença de aulas expositivas, leituras
de textos do livro didático, sendo possível a inserção de novas práticas pedagógicas.
É necessário avaliar quais os recursos didáticos mais adequados para cada situação
de ensino, analisando os conteúdos e formas diferenciadas para promover a
aprendizagem, construindo um ambiente favorável ao processo de ensino. Assim as
imagens de satélites destacam-se como ferramenta didática que permite a
compreensão dos fenômenos inseridos no espaço geográfico. (BRASIL, 1988,
p.135)
A ampliação do enfoque à paisagem local e o espaço vivido por meio do
emprego de imagens de satélite possibilita a inserção de um novo instrumental para
o ensino. O uso do Sensoriamento Remoto incorporado ao contexto escolar,
proporciona ao aluno a interação com o meio em que vive, proporcionando-lhe
compreender as relações espaciais, humanas e ambientais (MOTA, 2007, p.03).
O uso de dados obtidos por Sensoriamento Remoto constitui-se como
instrumento para o estudo do espaço geográfico, pois possibilita a análise das
transformações ocorridas na paisagem. Essas imagens podem ser apresentadas em
diferentes escalas e perspectivas, onde se podem perceber nitidamente as divisões
administrativas ou físicas de um espaço delimitado.
Para o desenvolvimento dessa Unidade Didática, serão oferecidas algumas
propostas de atividades para trabalhar determinados conceitos geográficos com o
auxílio de imagens de satélites e dos elementos cartográficos, analisando o
conhecimento espacial do espaço vivido dos alunos antes e depois do uso de
imagem de satélite.
Assim, espera-se que os alunos possam identificar e interpretar as
problemáticas e potencialidades do meio, podendo desenvolver uma visão mais
consciente do lugar em que vivem.
UNIDADE DIDÁTICA
Utilização de imagens de satélites como meio facilitador do
processo de ensino-aprendizagem.
Apresentando a unidade didática
Pensando numa prática pedagógica com clareza teórica conceitual
possibilitando ao aluno a construção do conhecimento geográfico, propomos a
realização dessa Unidade Didática utilizando as imagens de satélite como
instrumento facilitador da aprendizagem.
As aulas de Geografia para muitos alunos parece ser uma disciplina
desconectada da realidade vivida. Neste sentido as imagens serão apresentadas
como um recurso metodológico motivador, desencadeando a compreensão das
transformações ocorridas nas paisagens através dos tempos.
A Geografia é a ciência que estuda e analisa o espaço produzido pelo
homem. Enquanto disciplina, ela possibilita que o aluno perceba-se como
participante do espaço onde estuda, que os acontecimentos ocorridos neste espaço
são consequências da vida e do trabalho dos homens.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p. 108):
O ensino de Geografia pode levar os alunos a compreenderem de forma mais ampla a realidade, possibilitando que nela interfiram de maneira mais consciente e propositiva. Para tanto, porém, é preciso que eles adquiram conhecimento, dominem categorias, conceitos e procedimentos básicos com os quais este campo do conhecimento opera e constitui suas teorias e explicações, de modo a poder não apenas compreender as relações socioculturais e o funcionamento da natureza às quais historicamente pertence, mas também conhecer e saber utilizar uma forma singular de pensar sobre a realidade: o conhecimento geográfico.
Por outro lado, a complexidade do espaço geográfico global é de
compreensão mais difícil para o cidadão, necessitando para isso referências mais
sistematizadas, para além das referências cotidianas. O ensino de Geografia tem a
finalidade de trabalhar essas referências na escola, as mais genéricas e
sistematizadas em contato com as cotidianas.
Nesse cenário a Geografia contribui para que se compreenda como ocorre as
relações do espaço local com global, como o contexto mais próximo contém e está
contido em um contexto mais amplo e quais as possibilidades e implicações que
essas dimensões possuem.
Conforme as DCEs – Diretrizes curriculares Da Educação Básica, do Estado
do Paraná (2008), a Geografia tem como objetivo o estudo do espaço geográfico,
produzido e reproduzido continuamente pela sociedade, composto por fatos sociais,
naturais, econômicos e culturais etc. Neste sentido estudar geografia, proporciona
ter uma melhor compreensão do mundo, fazer relações entre o espaço local,
regional e global, descobrir outras culturas, diversidades da natureza, modos de
produção e outros eventos.
Nos anos iniciais, é necessário trabalhar de forma introdutória, com os
conceitos geográficos de paisagem e lugar incentivando o aluno, a partir de
experiências concretas, a observar os ambientes e a compreender que todos eles,
em conjunto, formam um espaço maior, que é o planeta Terra. Neste aspecto os
Parâmetros Curriculares Nacionais citam que:
No que se refere ao ensino fundamental, é importante considerar quais são as categorias da Geografia mais adequadas para os alunos em relação à sua faixa etária, ao momento da escolaridade em que se encontram e às capacidades que se espera que eles desenvolvam. Embora o espaço geográfico deva ser o objeto central do estudo, as categorias paisagem, território e lugar devem também ser abordadas, principalmente nos ciclos iniciais, quando se mostram mais acessíveis aos alunos, tendo em vista suas características cognitivas e afetivas (BRASIL, 1997, p. 110).
Percebendo a dificuldade de introduzir o aluno no ensino de Geografia de
uma forma que o mesmo se aproprie dos conhecimentos geográficos de forma
satisfatória, reconhecendo como inserido no contexto global, através da esfera local,
desenvolvi esta unidade didática com base nos estudo anteriores dos autores de
Santos e Pereira Filho (2010), Criscuolo e Bacci (2007), Holgado e Rosa (2011) para
promover no aluno o entendimento da espacialidade dos eventos que ocorrem no
espaço geográfico, desenvolvendo suas noções espaciais.
LUGAR
♦ Nesta etapa será trabalhado o conceito de lugar, com o objetivo de um melhor
entendimento do meio.
Para Castellar (2000, apud CRISCUOLO, BACCI, 2007, p.1453), o lugar da
geografia nas séries iniciais se reflete através do aprendizado da leitura do espaço,
o que significa criar condições para que a criança leia o espaço vivido. Fazer essa
leitura demanda uma série de condições, que podem ser resumidas na necessidade
de se realizar uma alfabetização cartográfica, e esse é um processo que se inicia
quando a criança reconhece os lugares, conseguindo identificar as paisagens. Para
tanto, ela precisa saber olhar, observar, descrever, registrar e analisar.
Existem diversas definições do conceito lugar, entre elas podemos citar:
La Blache (1913 apud ARCHELA; GRATÃO; TROSTDORF, 2004, p.4.) define
a Geografia como a ciência dos lugares e não dos homens. Nesse sentido, a
definição de lugar consistia em analisar as integrações que variam de lugar para
lugar, relacionando o conceito de lugar ao da própria Geografia.
Lemos (2001, p. 435) ressalta que:
Os lugares são considerados como um componente de nossa identidade de sujeitos, como centro de significados, como condição da própria existência, foco de vinculação emocional para os seres humanos, contexto para as nossas ações; o lugar como expressão de paisagem e cultura, de experiências e significações diferenciadas. O lugar concentra significados, pensamentos e os sentimentos de seus habitantes, dando conteúdo e formando novas territorialidades.
Para Motta (2003, p. 24):
O lugar é o espaço onde acontecem as relações de coexistência. É onde as pessoas movem-se, individual e coletivamente, construindo uma realidade compartilhada. É no lugar que as pessoas criam laços com outras pessoas e encontram significados para a sua presença no mundo. O lugar não tem escala, como o local ou o nacional. O lugar tem significados.
Mas existem outros entendimentos da categoria lugar, com um conteúdo mais
econômico-político.
[...] o lugar como a extensão do acontecer homogêneo ou do
acontecer solidário que se caracteriza por dois gêneros de constituição: uma
é a própria constituição territorial, a outra é a norma, a organização, os regimes de regulação [...] (SANTOS, 1994, p. 37)
Atividade 1 (1 aula)
Qual o lugar que você vive?
Objetivo: Levantamento do entendimento de lugar através de questionamentos dos
alunos.
Questionar o alunos sobre:
o Qual o lugar que você vive?
o O que tem no seu lugar de vida?
As perguntas deverão ser respondidas em forma de desenhos.
Após a confecção dos desenhos, realizar uma breve discussão do que seria o
lugar de vivência e qual nossa relação com o mesmo, introduzindo o conceito
de lugar.
Atividades baseadas nos estudos anteriores de Santos e Pereira Filho (2010).
Atividade 2 (2 aulas)
Mapa mental do Bairro onde mora
Objetivo: Investigar o conhecimento espacial que cada aluno possui sobre o bairro,
através de representações gráficas no papel de lugares conhecidos, remetidos de
experiências sobre o lugar em que vivem.
Solicitar que cada aluno fale um pouco sobre seu bairro, segundo o seu ponto de
vista, ressaltando as características que consideram mais importantes.
Esclarecer aos alunos o que é um mapa mental e qual a sua utilidade.
Distribuir uma folha de papel e escrever no quadro “Faça um mapa mental do
Bairro onde mora”.
Atividades baseadas nos estudos anteriores de Santos e Pereira Filho (2010).
SENSORIAMENTO REMOTO
♦ As atividades a seguir, tentaram realizar a aproximação dos alunos com o
sensoriamento remoto, dando ênfase nos princípios básicos, os produtos gerados
por essa técnica e sua importância e utilidade.
Como subsídio ao estudo da categoria lugar e de suas relações que ocorrem
no espaço geográfico, tem-se buscado inserir as tecnologias espaciais no ensino de
Geografia, dentre as quais se destaca a utilização de imagens de satélite, sendo que
estas tecnologias permitem, entre outras possibilidades, obter uma variedade de
informações sobre o nosso planeta.
Em Sensoriamento Remoto a fonte de energia utilizada pode ser natural,
como a luz do sol ou o calor emitido pela própria superfície terrestre, ou artificial,
como a produzida por um radar de microondas.
Santos (2002, p. 40) ao se referir à coleta dos dados de Sensoriamento
Remoto enfatiza que a mesma:
Pode ocorrer em diferentes níveis. A distância do sensor em relação ao objeto observado define três níveis de coleta de dados: laboratório/campo (a poucos metros da superfície); aéreo (avião); orbital (satélites). Em função dos níveis de coleta, também são utilizados diferentes sensores e obtidos diferentes dados. A distância entre o sensor e a superfície terrestre margeada influencia na capacidade de identificação e detalhamento de alvos nas imagens de sensoriamento remoto. Quanto maior a altitude do sensor, maior à distância em relação á superfície terrestre e a dimensão da área observada. Contudo, quanto menor a resolução a distância do sensor à superfície terrestre, maior a resolução espacial e a escala e, consequentemente, o nível de informação que pode ser obtido com a interpretação dos dados.
As imagens de sensores remotos como fontes de dados apresentam
elementos básicos a partir dos quais podem se extrair informações a respeito da
Terra. Esses elementos empregados para a análise e interpretação das imagens
são: tonalidade/cor, textura, tamanho, padrão, forma, sombra, localização,
associação e contexto dos diferentes alvos.
Ainda que os sensores operem em diferentes faixas do espectro
eletromagnético, nem todas essas faixas podem ser utilizadas para obter
informações com sensores remotos.
Os sistemas sensores localizados a bordo de satélites operam em faixas
específicas em que os objetos são mais bem identificados. Essas faixas espectrais
são chamadas bandas ou canais. Deste modo, alvos como a água, a área urbana ou
a vegetação podem ser representadas nas imagens em tonalidades diferentes, uma
vez que a quantidade de energia refletida por esses elementos varia ao longo do
espectro eletromagnético e, portanto, nas diferentes bandas ou canais de um sensor
(SANTOS, 2002 apud SANTOS, PEREIRA FILHO, 2010, p.07)
Florenzano (2002, p. 10) ressalta que:
A energia refletida ou emitida pela superfície terrestre e captada por sensores eletrônicos é transformada em sinais elétricos, que são registrados e transmitidos para estações de recepção na Terra, equipadas com enormes antenas parabólicas. Os sinais enviados para essas estações são transformados em dados na forma de gráficos, tabelas ou imagens. A partir da interpretação desses dados, é possível obter informações a respeito da superfície terrestre.
Já a energia captada por sensores localizados a bordo de aviões pode ser
registrada por métodos analógicos (fotografia aérea) ou por métodos digitais
(imagens digitais). Santos (2002 apud SANTOS, PEREIRA FILHO, 2010, p.04)
afirma que em Sensoriamento Remoto, os termos fotografia e imagem são
empregados para diferenciar as representações pictóricas geradas por métodos
analógicos e digitais, respectivamente. A imagem pode se apresentar em papel
fotográfico (impresso) ou em meio digital.
Atualmente, com a evolução dos sistemas de computação, o processamento
digital de imagens tem agilizado a manipulação de dados (posição e registro), além
de poder destacar um elemento da paisagem ou realçar uma determinada cor,
subsidiando um estudo específico ou a identificação de objetos
As imagens obtidas por sensores eletrônicos em diferentes canais são
individualmente dispostas em preto e branco, com diferentes tons de cinza. Quando
essas imagens são projetadas e sobrepostas através de filtros coloridos: verdes,
vermelhos e azuis-, é possível gerar imagens coloridas. Por meio de
processamentos aplicados aos registros captados pelos sensores, pode-se obter,
através do computador, uma imagem colorida a partir de três imagens digitais em
preto e branco de canais diferentes (Santos, 2002 apud SANTOS, PEREIRA FILHO,
2010, p.04).
Deste modo, as cores, falsas ou verdadeiras, são determinadas de acordo
com a combinação da faixa espectral e do filtro utilizado para produzi-las,
beneficiando a identificação dos alvos na superfície terrestre, considerando as
especificações do sensor, tais como a resolução espacial e as características físicas
do terreno.
Para que os alunos possam visualizar e extrair as informações das imagens
de satélite, precisam ser orientados sobre os elementos de interpretação de
imagens, que são: tonalidade, cor, textura, tamanho, forma, sombra, altura, padrão e
localização.
Segundo Florenzano (2002 apud SANTOS, PEREIRA FILHO, 2010, p.04),
estes elementos podem ser identificados, independentemente da resolução escala,
podendo obter informações de objetos, áreas ou fenômenos. A descrição dos
elementos de interpretação de imagens é apresentada no Quadro 1.
Elementos de interpretação
Principais características
Tonalidade Utilizada para interpretar imagens em preto e branco, representadas por diferentes tonalidades, ou tons de cinza.
Cor Elemento usado na interpretação de fotografias ou imagens coloridas. Destaca-se a maior facilidade em interpretar imagens coloridas, porque o olho humano distingue cem vezes mais cores do que tons de cinza.
Textura Refere-se ao aspecto liso ou rugoso dos objetos em uma imagem. Contém informações quanto às variações de tons ou níveis de cinza/cor de uma imagem.
Tamanho É uma função da escala da fotografia ou imagem, relativo aos objetos na imagem. É um elemento importante na identificação de objetos.
Forma Elemento tão importante, que alguns objetos, feições ou superfícies são identificados apenas com base nesse elemento. De modo geral, formas irregulares são indicadoras de objetos naturais, enquanto formas regulares indicam objetos artificiais ou culturais, construídos pelo homem.
Sombra Permite obter informações estimadas sobre a altura dos objetos em imagens bidimensionais. Por outro lado, a sombra de objetos representada em uma imagem pode ocultar a visualização dos objetos por ela encobertos.
Altura Permite obter informações sobre a altura dos objetos em fotografias ou imagens em 3D.
Padrão Ajuda na identificação de objetos, uma vez que ele se refere ao arranjo espacial ou à organização desses objetos em uma superfície.
Localização A localização de um objeto ajuda na sua identificação. As áreas urbanas, por exemplo, podem ser identificadas por sua proximidade de rodovias, rios e litorais.
Quadro 1 - Descrição sobre os elementos de interpretação de imagens. Fonte: Santos & Pereira Filho (2010, p.04)
Atividade 3 (2 aulas)
Por que enxergamos no escuro
Objetivo: Levar o aluno a raciocinar sobre a influência da luz no processo de
distinção das cores.
Questionar o aluno sobre porque na inexistência de luz não enxergamos.
Explicar para o aluno que a luz é uma onda que possui a habilidade de ser
enxergada pelo olho humano, dentro da frequência que vai do infravermelho
até a ultravioleta. A cor é luz e depende da percepção da retina, que se
comunica com o sistema nervoso, e que ao atingir um objeto, parte dessa luz
é absorvida refletindo apenas uma parte da luz que recebeu, assim, a cor do
objeto será resultado do reflexo da luz após incidir sua superfície.
Mostrar para o aluno a diferença entre cor pigmento e cor tinta.
Fonte: InfoEscola .Disponível em: <http://www.infoescola.com/fenomenos-opticos/como-surgem-
as-cores/> Acesso em jan. 2014
Atividade 4 (2 aulas)
Visão vertical, visão oblíqua e visão horizontal.
Objetivo: Definir os conceitos básicos de visão vertical, visão horizontal e visão
oblíqua, possibilitando ao aluno identificar as diferentes visões do mesmo objeto,
contribuindo para abstração da visão dos objetos a partir de uma visão superior,
avaliando o entendimento dos alunos e sua capacidade de representar o espaço no
plano bidimensional.
Levar para sala de aula alguns objetos para serem observados pelos alunos.
Exemplo de objetos:
Fonte: Elabora pela autora.
Distribuição de folha, onde os alunos devem elaborar desenhos dos objetos
como estivessem sendo observados de cima.
Com auxilio de um Data Show mostrar imagens de diferentes locais numa
visão horizontal e vertical, procurando tornar concreta a experiência de
observar os objetos e os alvos a partir de um outro ponto de vista, sobre o
qual não estão habituadas.
Exemplos de imagens:
Rodoviária. Fonte: Elaborada pela autora Rodoviária: Google Eart. . Fonte: Google Earth. Acesso em
jan. 2014
Cemitério: Fonte: Elaborada pela autora Vista aérea Cemiterio de Ibaiti. Fonte: Google Earth. Acesso
em jan. 2014
Santuário. Fonte: Elaborada pela autora Vista aérea do Santuário de Ibaiti. Fonte: Google Earth. Acesso
em jan. 2014
Atividades baseadas nos estudos anteriores de Criscuolo e Bacci (2007).
Atividade 5 (4 aulas)
O Sensoriamento Remoto
Objetivo: Para a realização desta atividade será apresentado aos alunos o conceito
de sensoriamento remoto, e explicitado como os produtos são gerados, como são
adquiridos e como podem ser utilizados para os mais variados fins.
Projetar imagens do globo terrestre, imagens de satélite e do Satélite Sino-
Brasileiro de Recurso Terrestres através do Data Show e pedir para os alunos
identificarem o que imagens estão observando, quais as áreas apresentadas
nas imagens e que tipos de relação os objetos possuíam.
Exposição de forma oral das constatações feitas a partir da observação das
imagens.
Explanação dos princípios do sensoriamento remoto, explicando o processo
de obtenção de uma imagem enfocando a forma como uma imagem é
produzida e qual a utilidade das imagens para os dias atuais.
Fonte: FLORENZANO, 2002, p.09.
Questionamento dos alunos sobre o conhecimento de alguma utilidade das
imagens de satélite, contribuindo com seus conhecimentos prévios,
mostrando que o sensoriamento remoto está presente na vida de cada um
Atividades baseadas nos estudos anteriores de Santos e Pereira Filho (2010).
Atividade 6 (2 aulas)
Reconhecimento do espaço de vivência escolar.
Objetivo: O objetivo desta atividade é proporcionar uma visão mais ampla do espaço
que os alunos estão habituados e mostrar as diferentes funções dos ambientes da
escola e avaliar a capacidade de compreensão dos alunos e de representação do
lugar, a partir de um novo ponto de vista.
Os alunos participarão de uma atividade visando o reconhecimento do lugar
(estabelecimento de ensino que frequentam) a partir da observação do
edifício da escola, por plano superior oblíquo feito através de imagem de
satélite, permitindo que os alunos que eles vejam a própria escola de outro de
vista.
Vista Aérea do Col. Est.Antônio Martins de Mello.Fonte: Google Earth, acesso em jan. 2014
Estabelecer, de forma oral, quais as funções dos espaços escolares.
Representação, por meio de desenhos, dos espaços da escola: os alunos
devem escolher lugares importantes da escola e classificar de acordo com
sua função.
Com apoio de recursos multimídias, projetar fotografias com lugares do
município de Ibaiti, destacando-se suas funções urbanas.
Prefeitura Municipal de Ibaiti Pista da Saúde
Fonte: Elaborada pelo autora Fonte: Elaborada pelo autora
Atividades baseadas nos estudos anteriores Criscuolo e Bacci (2007).
PAISAGEM
♦ Nesta etapa será inserido o conceito de paisagem, demonstrando as
transformações promovidas pelos seres humanos na ocupação do espaço
geográfico.
O conceito de paisagem é um dos conceitos através do qual podemos realizar
uma analise cientifica do espaço, apesar da discussão em torna da paisagem ser
trabalhada principalmente nas universidades, atualmente percebemos a introdução
desse conceito nas propostas curriculares.
Milton Santos (1991) afirma que paisagem é “tudo aquilo que nós vemos, o
que nossa visão alcança”. Definida como o domínio do visível, o que a visão abarca,
formada tanto de valores como de cores, movimentos, odores, sons, etc., sendo que
cada tipo de paisagem é a reprodução de níveis diferentes de forças produtivas. O
autor diferencia de espaço de paisagem ao considerar que a paisagem é o conjunto
de formas, que num dado momento representam as sucessivas relações entre o
homem e a natureza, já o espaço são as formas mais a vida que as anima
(SANTOS, 1991, p. 61-67; SANTOS, 2002, p.103).
Atividade 7 (2 aulas)
Conceito de Paisagem e a transformação do espaço pelo homem.
Objetivo: Introduzir os conceitos de paisagem (natural e humanizada) e o papel do
homem como agente de modificação das paisagens. Partindo da escola, um
ambiente conhecido e devidamente identificado pelos estudantes, para um espaço
mais amplo, discutindo assim a importância desses espaços e a suas respectivas
funções, inserindo a escola num contexto mais amplo, no qual os diversos espaços
se complementam para formar o bairro.
Utilizando recursos multimídia para a projeção de fotografia de diferentes
ambientes e ecossistemas (rios, florestas, cidades, áreas agrícolas),
trabalhando os conceitos de paisagem, partindo da própria ideia que as
crianças tinham das paisagens e lugares que foram exibidos.
Discussão das diversas funções dos espaços do bairro e a inclusão da
escola como um desses ambientes, através da exibição de fotografias do
bairro, para que eles identifiquem as diferentes funções existentes nos locais
(estabelecimentos comerciais, escolas, posto de saúde, delegacia de polícia
e praças).
Exemplo de imagens
Fonte: Disponibilizado pela Prefeitura Municipal de Ibaiti
Atividades baseadas nos estudos anteriores Criscuolo e Bacci (2007).
Atividade 8 (4 aulas)
Escala geográfica
Objetivo: Mostrar as diferentes escalas de representação, bem com os níveis e
abrangência do espaço, utilizando as imagens de satélites, mostrar aos alunos que
cada indivíduo tem um papel fundamental, não só no lugar onde vive, mas no mundo
como um todo.
Atividade lúdica de observação da superfície terrestre a partir da
representação de uma viagem imaginária em um balão. Com auxilio de
equipamentos multimídia e do programa Google Earth, criar um personagem
fictício, viajando a bordo de um balão, distanciando-se do solo e, em seguida,
retornando para o ponto de partida, simulando um sobrevôo. Durante esse
passeio imaginário, o personagem identificará alguns elementos (árvore,
casa, estrada, rios). Explorando a questão da escala e a representação de
elementos a partir de um novo ponto de referência.
A partir das imagens partir do nível local até chegar ao Planeta Terra
(localizando a escola no bairro, o bairro na área urbana, a área urbana no
município, o município no estado, o estado no país, o país no continente, o
continente no Planeta Terra.
Representação em forma de desenhos dos elementos visto do alto pelos
alunos.
Elaboração de Texto: Como você visualiza seu lugar no Planeta Terra.
Atividades baseadas nos estudos anteriores Criscuolo e Bacci (2007).
Atividade 9 ( 4 aulas)
Identificação de elementos geográficos nos bairros de Ibaiti
Objetivo: Essa atividade tem como objetivo a identificação dos elementos
geográficos presente nas imagens de satélite bem como os problemas que cada
bairro apresenta, verificando assim suas diferenças e semelhança, bem como
promover a conscientização de cada um é responsável tem participação e
responsabilidade pelo espaço que ocupa.
Serão distribuídas aos alunos imagens de satélite de diferentes bairros de
Ibaiti, cada aluno receberá a imagem de um bairro e de uma folha de papel
vegetal e um clips. Os alunos devem fixar com o auxílio de clips o papel
vegetal sobre a imagem e com um lápis traçassem os elementos geográficos,
solicitados na folha de instrução entregue juntamente com a imagem,
identificando cada elemento copiado com o seu respectivo número.
Número Elemento geográfico
1 Os limites da área urbana.
2 Área de vegetação
3 Área com plantações.
4 Área comum do bairro
5 Uma área que apresente casas
6 Uma área que apresenta comércios
7 Avenida principal
8 Uma rua pavimentada (asfaltada ou com calçamento)
9 Uma rua não pavimentada (estradas)
10 Um círculo sobre a(s) escola(s) do bairro.
11Outros lugares conhecidos que você identifica na imagem
12 Prováveis locais de degradação ambiental no bairro
Após a conclusão da etapa anterior os alunos se reuniram em grupos de
acordo com a imagem do bairro recebida e em grupo, irão discutir sobre os
problemas apresentados no bairro e elaborar um texto apresentando os
problemas, possíveis soluções e a que cabe a solução do problema.
Encerramento da atividade com exposição oral dos problemas de cada Bairro,
bem como suas possíveis soluções e contribuições do restante da turma.
Atividades baseadas nos estudos anteriores de Holgado e Rosa (2011)
Atividade 10 (1 aula)
Mapa mental do Bairro após a utilização da imagem de satélite.
Objetivo: Essa atividade teve o intuito de investigar se houve uma expansão no
conhecimento espacial que cada aluno possui sobre o bairro após a discussão e
principalmente a utilização da imagem de satélite.
Distribuir uma folha de papel e solicitar que cada aluno faça novamente um
mapa mental do bairro em que mora, ressaltando as características que
consideram mais importantes e lugares conhecidos.
Atividades baseadas nos estudos anteriores de Holgado e Rosa (2011).
Atividade 11 (6 aulas)
Objetivo: desenvolver a análise das transformações da paisagem no centro do
município de Ibaiti através da interpretação de fotografias aéreas, imagens de
satélite do Google Earth e fotografia de anos distintos da área de estudo.
Proporcionando aos alunos o desenvolvimento de uma analise sobre os espaços
que ocupam.
Observação de uma imagem do Google Earth que apresenta o centro do
município de Ibaiti. A imagem será apresentada utilizando equipamentos
multimídia, propiciando a discussão e percepção das características área de
estudo pelos alunos.
Vista Aérea da região central de Ibaiti. Fonte: Google Eart. Acesso jan. 2014
Definição dos objetos a serem analisados na imagem: elementos da
paisagem e suas transformações, ocupação dos solo, atividades econômicas.
Atividades com as fotografias antigas da área de estudo e imagens de
satélites. Os alunos, em grupos, interpretaram as imagens. Durante a
atividade, os alunos devem discutir sobre os diversos elementos que fazem
parte das paisagens analisadas e as transformações que podem ser
percebidas.
Elaboração de mapas temáticos utilizando um programa de edição de
imagens, onde os alunos devem elaborar a delimitação das áreas presentes
nas imagens de diferentes anos.
Discussão sobre as transformações na paisagem na área de estudo com
posterior apresentação dos mapas temáticos elaborados durante a atividade
desenvolvida.
Atividades baseadas nos estudos anteriores de Holgado e Rosa (2011).
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do PR (2008), não há
sentido em processos avaliativos que apenas constatam o que o aluno aprendeu ou
não aprendeu e o fazem refém dessas constatações, tomadas como sentenças
definitivas, sem considerar o todo, sua participação, sua sensibilização e
valorização, assim, a Avaliação será diagnóstica, durante todo o processo de
ensino-aprendizagem, tentando levar cada aluno a questionar-se sobre o seu
processo de aprendizagem, como ocorreu, o que levou a aprender e através desses
questionamentos, repensar as práticas pedagógicas para assim promover um
processo de ensino-aprendizagem de forma efetiva.
REFERÊNCIAS:
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