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PLANO DE GESTÃO – 2012/2016
CHAPA: GESTÃO PARTICIPATIVA
Dr. José Carlos Miguel – Candidato a Diretor
Dr. Marcelo Tavella Navega – Candidato a Vice-Diretor
INTRODUÇÃO
O plano de gestão que ora apresentamos para discussão com a comunidade da
Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) da UNESP tem como pressuposto básico a idéia de
que é pela força das relações profissionais e interpessoais que a organização do trabalho na
escola e, em particular, na universidade pública, se consolida. Na nossa compreensão, o
trabalho é um direito social fundamental de modo que as relações estabelecidas neste contexto
devem se pautar pela qualidade do convívio e pela busca de autonomia na produção e no uso
do conhecimento científico necessário para a efetividade dos processos de crítica e de
renovação da sociedade. Daí, a importância da democracia como princípio inalienável para o
seu advento e da noção de gestão participativa como forma de consolidar o serviço público
como instância fundamental para o desenvolvimento da cidadania.
É fato que vivemos um momento econômico diferenciado que permite transformar a
FFC em um canteiro de obras. Algumas dessas obras, reivindicações históricas da
comunidade, estão na fila de espera há vários anos. Ao excedente econômico administrado
pelo Estado e aos esforços de toda a comunidade unespiana se deve, também, o relativo
quadro de estabilidade institucional.
Está posto que ao quadro técnico administrativo a burocracia impõe sobrecarga de
trabalho agravada seja pela rotatividade de funcionários em função de baixos salários, seja
pela incompletude do subquadro de cargos e funções. Temos seções funcionando com cerca
da metade do subquadro, sem considerar que tal subquadro não contempla a grande expansão
de cursos de graduação e de pós-graduação ocorrida nos últimos anos, ou seja, há necessidade
de revisão de critérios para a sua constituição. Não basta construir prédios; é preciso cuidar
das pessoas.
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Aos docentes, para além da sobrecarga de trabalho, se impõe a responsabilidade pela
viabilização de equipamentos e suprimentos pela qual devem ir à busca de recursos,
legitimando o modelo CAPES no que se refere à forma de distribuição e aplicação das verbas
de ciência e tecnologia. Não se fazendo assim, a carreira docente perece face à sistemática de
avaliação atrelada àquele modelo.
Se a produção é inerente ao trabalho na academia como de resto em toda atividade
laboral, o produtivismo exacerbado caracterizado pelo discurso de excelência que deve se
materializar no quantitativo de publicações em periódicos Qualis, na internacionalização da
pesquisa, na inserção do docente na pós-graduação e na sua capacidade de captação de
recursos em agências externas de financiamento instala um clima de exagerada
competitividade na universidade.
Sem embargo, questões óbvias são esquecidas nesse debate. Haverá lugar para todos
os docentes nos programas de pós-graduação? A busca da internacionalização, a qualquer
custo, não coloca em segundo plano a pesquisa sobre demandas locais e regionais como, por
exemplo, a discussão de políticas públicas para combate ao analfabetismo, o problema da
inclusão de pessoas com deficiências, sem a devida atenção à formação específica do
professor, além da questão social da fome? Enquanto instância de formação o que temos feito
relativamente à questão ambiental, ressaltadas valorosas iniciativas isoladas de alguns
profissionais? Processos de pesquisas dessa natureza se consolidam no curto prazo?
A ênfase na melhoria dos índices de produção acadêmica amplia, portanto, as
demandas de trabalho de funcionários e professores. E o sentido humanista do trabalho cede
lugar à pressão e ao constrangimento pelo cumprimento dos prazos, na maioria dos casos,
exíguos. Quando mais se enfatizou a necessidade de liberdade para incremento do ensino, da
pesquisa e da extensão, a burocratização da gestão administrativa engessou o processo de
trabalho na universidade. E as relações profissionais e interpessoais se deterioraram pela
multiplicidade de afazeres e pelo conflito de competências.
O empenho para suprir as carências e necessidades do trabalho impõe a funcionários e
professores a ampliação das suas tarefas cotidianas. Não há liberdade sem possibilidade de
escolhas. A deterioração progressiva das condições de trabalho e de estudo na universidade
pública tem gerado um clima de instabilidade e de improvisação incompatível com a razão
mais sublime para a existência dessa instituição, qual seja, a produção de conhecimento para a
melhoria da condição humana, para a construção da identidade, da autonomia e da liberdade.
Apesar disso, é notável a capacidade de resistência de professores, funcionários e
estudantes para a defesa intransigente do ideário da Universidade Pública, Democrática,
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Gratuita e de Qualidade Referenciada na Sociedade. A recuperação do pleno prazer em
estudar e trabalhar na FFC – UNESP- Campus de Marília impõe como necessário o
enfrentamento dessas questões como forma de motivação da comunidade unespiana para fazer
avançar um modelo institucional que, a despeito de tais contradições, se mostra grandioso no
contexto de suas contribuições para a área do ensino, da pesquisa e da extensão.
É fato que concepções denominadas plurais de universidade e exímias em tentar
responder unilateralmente às demandas da sociedade global ganham concretude no Brasil, não
somente pela expansão da rede privada de ensino superior, via ensino a distância, mas,
principalmente, pela descaracterização da identidade da universidade pública e de sua função
social. Aos poucos se coloca como natural a transferência de verbas públicas para a
universidade privada via PROUNI.
Nas atuais circunstâncias do processo de acumulação capitalista, a divisão
internacional do trabalho impõe para um país periférico como o Brasil a reforma de seu
sistema educacional de modo a adequá-lo ao seu papel nessa nova ordem. Sob essa óptica, o
modelo de universidade voltado para a articulação entre ensino, pesquisa e extensão que,
obviamente, demanda grande investimento, corpo docente qualificado e com dedicação
integral é considerado obsoleto e só deveria ser mantido excepcionalmente, dentre outros
motivos, para atender aos interesses do mercado como se constata com a incrementação dos
centros de excelência acadêmica. Paralelamente, atribui-se à universidade outro papel, qual
seja, de instrumento de formação aligeirada, em cursos de menor duração, sem ambiente
adequado de pesquisa, as denominadas universidades de ensino. E as instituições que
objetivam a articulação entre ensino, pesquisa e extensão têm a sua atuação prejudicada pela
tentativa de vinculação da produção e difusão do conhecimento às condições do mercado.
Predominante no setor privado, configurado nos “centros universitários”, esse modelo
começa a ganhar força nas universidades públicas seja pela precarização das formas de
contratação do pessoal docente seja pela instituição de processos de graduação via ensino a
distância. Tal situação paulatinamente se torna hegemônica pela nomeação ou pela eleição de
dirigentes universitários comprometidos com a política de conciliação legitimada por
interpretação enviesada e oportunista da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº
9394/96. A certeza da garantia de legitimação eleitoral ou política com base em apenas um
dos segmentos da universidade cria uma casta de dirigentes descompromissada com ideais de
transformação e democratização das relações de trabalho no interior dessa instituição.
Mas a universidade pública pode contribuir para superação das contingências
histórico-sociais dependentes, se formar pesquisadores e profissionais qualificados a
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empreender estratégias transformadoras. Assim, é fundamental que a educação superior
produza conhecimentos e formação na amplitude do sentido de pertinência social. E que possa
fazer da continuidade das ações administrativas e técnico-pedagógicas bem sucedidas o apoio
para a transformação das instâncias universitárias que justifiquem um redirecionamento.
Tal modelo de universidade sustenta-se no princípio estabelecido no artigo 207 da
Constituição da República Federativa do Brasil ao definir que “As universidades gozam de
autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e
obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. Esses
preceitos constitucionais indicam um perfil de universidade a ser preservado no contexto de
emancipação do país, sob pena de se negar o papel histórico desempenhado pelas
universidades no mundo inteiro, como setores estratégicos de uma nação para o seu
desenvolvimento científico e tecnológico, social e cultural. As tentativas de regulamentação
de tais preceitos constantes do projeto de reforma universitária em curso devem, a nosso ver,
serem rechaçadas, na medida em que podem desmantelar o sistema de ensino superior
público.
Concebemos que a universidade tem, como objetivo principal, a produção de
conhecimento e tecnologia com vistas à humanização das relações entre os homens e à
harmonização das suas relações com o meio ambiente, em suma, conhecimento destinado à
preservação da vida com boa qualidade. Tal produção de conhecimento faz-se, obviamente,
por meio da pesquisa científica que, aliás, é o que define uma instituição como universidade.
Um fato a ser considerado a esse respeito é que, atenta às necessidades do trabalho,
não convém à universidade ser prisioneira das leis de mercado a ponto de sua produção
científica enviesar para o tecnicismo, uma tendência da chamada “sociedade global”. Esse
modelo avança no âmbito da tecnocracia e regride no processo de formação humana. Ora, se
um dos objetivos das pesquisas científicas é o de encontrar soluções para problemas
enfrentados pela humanidade, faz-se necessário assegurar autonomia para a pesquisa. De
outro modo, os temas de pesquisa seriam ditados exclusivamente pelas contingências do
cotidiano, o que propiciaria uma universidade de caráter funcional, que se presta unicamente a
discutir questões imediatas postas pelas condições histórico-sociais vigentes e se apresenta
incapaz de também projetar mudanças estruturais. Sem universidade livre, não há liberdade;
limita-se o senso crítico; se empobrece a cultura.
A consolidação dos cursos de graduação e de pós-graduação, com critério de boa
qualidade, requer a contratação de funcionários em regime autárquico e de professores
prioritariamente em tempo integral, em quantidade compatível com as atuais necessidades, a
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manutenção e criação de infraestrutura adequada e a ampliação dos auxílios estudantis como
imprescindíveis ao alcance dos objetivos de formar profissionais não apenas competentes
tecnicamente, mas conscientes do seu papel de dignificar as relações sociais.
Nesse sentido, a pós-graduação está inserida no contexto das ações de ensino. Não é
uma dimensão à parte do tripé acadêmico e deve articular-se intimamente com a graduação.
Ensinar pela pesquisa exige que a universidade tenha a seu cargo a função de gerar saber
comprometido com a ruptura, a transformação e a inovação com vistas ao estabelecimento de
perspectivas para o encaminhamento das demandas sociais. A rigor, a função da universidade
é apenas gerar saber. Um saber comprometido com a justiça social porque ela deve ser a base
das relações entre os homens. Um saber voltado para o avanço da fronteira da ciência, da arte,
da cultura e para o encaminhamento dos problemas emergentes de situações específicas.
Nas perspectivas apontadas, pretende-se que as atividades de ensino permitam que os
conhecimentos produzidos pela humanidade sejam apropriados e atualizados, a produção
material facilitada, o trabalho dignificado pelo homem. Vinculando-se com a pesquisa, o
ensino também se constitui como locus de produção do conhecimento, de criação, superando
a dimensão da mera reprodução.
A extensão universitária, por sua vez, prioritariamente dissemina o conhecimento
produzido na universidade a setores da população que não têm acesso a ele pelas outras duas
vias: o ensino e a pesquisa. É o momento privilegiado de relação entre a universidade e a
sociedade, por meio de projetos interinstitucionais ou não, de cursos, assessorias, palestras,
mostras e recitais, dentre outras ações. Deve configurar um processo educativo, científico e
cultural no qual iniciativas de natureza teórica e prática se fazem necessárias para dar conta
das demandas originadas a partir de tensões produzidas no amplo espectro do espaço social
pelas fortes desigualdades e discriminações postas no processo de elaboração e difusão do
conhecimento produzido.
A extensão deve, portanto, estar articulada com o ensino e a pesquisa para a
formulação de propostas transformadoras e a superação da tendência ao ativismo. Não se
trata, pois, de remediar lacunas do poder público, mas de, estrategicamente, formular
propostas que possam contribuir para a geração de políticas públicas, com base em critérios
científicos, projetos e intervenções qualificados. A extensão permite verificar, inclusive, a
validade dos conhecimentos produzidos em circunstâncias determinadas e a percepção e
definição de novos problemas a serem pesquisados.
Entendemos que a resistência à deterioração da forma de organização da universidade
pública não se sustenta sem propostas transformadoras e nem se restringe à via da gestão
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institucional. Mas a gestão democrática pode se tornar um caminho propício à efetivação dos
objetivos que almejamos. Nossa candidatura à direção da FFC emerge da convicção de que,
nesse contexto histórico, faz-se necessário gerir a universidade com base nos princípios da
autonomia e da democracia.
A autonomia financeira requer percentual da arrecadação do ICMS que seja suficiente
para sustentar o crescimento vegetativo das universidades. No caso da UNESP, para preservar
a sua autonomia, faz-se necessário ainda que os recursos complementares destinados à
expansão sejam convertidos em percentuais fixos e revistos os percentuais destinados a cada
uma das suas unidades. No caso da FFC, a complementação dos recursos tem sido equivalente
à verba de custeio fixada nos últimos anos.
A gestão democrática supõe, dentre outras práticas, que os dirigentes pautem suas
decisões nas deliberações tomadas pelos órgãos colegiados e demais instâncias
representativas da instituição e que as propostas e as discussões estejam embasadas nos
princípios estatutários e regimentais que orientam sua função social. Impõe-se a ampliação
das bases de participação e de tomada de decisões.
Uma proposta de gestão participativa exige consideração e respeito ao processo
decisório dos órgãos colegiados, legitimando as relações dialógicas como forma de superação
de buscas de soluções dos problemas por vias imediatistas e por tentativas individuais.
Estamos cientes, também, de que a pressão produtivista tensiona, além da medida, nossas
relações interpessoais e chega a interferir negativamente no debate e nas decisões acadêmicas
importantes. Contudo, somos confiantes na potencialidade que tem nossa unidade para a
superação, não só de suas contingências internas, mas também para contribuir para a
preservação da identidade da UNESP como universidade pública, gratuita, laica, de boa
qualidade e democrática, no contexto das demais Universidades Estaduais Paulistas.
Assim, consideramos que as dimensões do ensino, da pesquisa, da extensão e da
gestão universitária devem estar articuladas. Por isso, são princípios que deverão nortear a
nossa conduta como dirigentes:
1) Gestão participativa e respeito às decisões colegiadas.
2) Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, concebendo a gestão como
atividade-meio fundamental para a sua consolidação.
3) Apoio irrestrito a todas as decisões de instâncias superiores que se pautarem por estes
princípios.
A partir dessa compreensão, formulamos a seguir as principais diretrizes e ações a
serem implementadas.
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PESQUISA
Uma administração comprometida com o princípio da indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão, atividades-fim da universidade, deve conceber a gestão como atividade-
meio para a sua consolidação de modo a não permitir o avanço de políticas que podem
desvincular a pesquisa desse padrão, descaracterizando-o e trazendo como conseqüência o
rebaixamento do nível do trabalho protagonizado pelas Unidades Universitárias da UNESP.
A FFC como uma unidade que integra uma universidade de ensino, pesquisa e
extensão, deve agir social e politicamente para que essas atividades sejam valorizadas e
estimuladas, enfatizando especialmente a pesquisa científica para que ela tenha um
desenvolvimento tal que coloque nossa instituição entre aquelas de maior destaque nessa área.
A ênfase nas atividades científicas resulta do entendimento de que a pesquisa é uma
das atividades fundamentais da universidade, tanto no que se refere à sua função básica de
produção e disseminação de conhecimento, quanto no que se refere ao papel imprescindível
que desempenha na formação acadêmica dos que dela participam: professores e alunos.
Dado seu papel central, especificamente no contexto de descaracterização da
universidade pública, as atividades de pesquisa na FFC terão destaque em nossa gestão, e
deverão ser coordenadas pelos Departamentos e pela Comissão de Pesquisa, com a assessoria
do Escritório de Pesquisa.
Em nossa compreensão o Escritório de Pesquisa é construção histórica da comunidade
unespiana de Marília e deve ser preservado garantindo a autonomia relativa de um modelo
fundamental para apoio à política científica do campus e que serve de referência para toda a
UNESP.
Na sequência, as principais ações a serem desenvolvidas:
- elaborar, junto com a Congregação e a Comissão de Pesquisa, uma política de
desenvolvimento científico com o objetivo de assegurar à Unidade maior visibilidade
acadêmica, tanto no interior da UNESP, como em nível nacional e internacional, sem
desconsiderar a discussão dos temas regionais;
- avaliar as ações desenvolvidas pelo Instituto de Políticas Públicas de Marília enquanto
instrumento de aproximação com a comunidade mariliense com vistas à busca de
solução de problemas locais e regionais;
- estimular a aproximação entre as Comissões de Ensino, Pesquisa e Extensão, os
Conselhos de Curso de Graduação e de Pós-Graduação com o objetivo de tornar mais
coesas as iniciativas de pesquisa no campus, visando ao estabelecimento de uma
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política de produção científica para a Unidade, com um melhor aproveitamento de
recursos;
- criar um Conselho de Integração dos Programas de Pós-Graduação;
- discutir no âmbito do orçamento participativo a contrapartida da FFC para o
financiamento dos Programas de Pós-Graduação;
- desenvolver iniciativas de gestão voltadas para possibilitar intercâmbio sistemático
entre as instâncias que têm a pesquisa como ponto crucial de seu trabalho:
departamentos com os projetos individuais de pesquisa de seus docentes, Grupos de
Pesquisa, Núcleos e Centros da FFC e Programas de Pós-Graduação com os projetos
dos pós-graduandos e programas institucionais de iniciação científica ligados à
Graduação;
- incentivar e articular o desenvolvimento de linhas e de grupos de pesquisa que tenham
o reconhecimento da comunidade científica e da sociedade;
- ampliar e aperfeiçoar as infraestruturas dos laboratórios existentes, priorizando a
aquisição de equipamentos e a disponibilização de pessoal de apoio para a realização
de atividades de pesquisa;
- atuar para a consolidação dos cursos da área de saúde, priorizando a construção de
laboratórios de pesquisa;
- apoiar a ampliação de cursos de pós-graduação stricto sensu nas áreas de Saúde e
Humanidades;
- coordenar ações para consolidar os grupos de pesquisa já existentes e incentivar a
criação de novos grupos, assegurando as condições básicas para o seu funcionamento;
- estimular a formação de grupos de estudos com o objetivo de dinamização e
articulação aos grupos de pesquisa;
- promover a articulação e a integração dos grupos de pesquisa, disponibilizando
recursos para encontros de docentes e estudantes pesquisadores;
- estimular o trabalho coletivo de pesquisa nos Departamentos, nos Grupos e em
equipes de trabalho;
- estimular e apoiar a divulgação da pesquisa docente, individual e coletiva, de pós-
graduação e de iniciação científica por meio de:
criação de um Fórum Permanente de Pesquisa realizado internamente com
apresentação e discussão dos trabalhos;
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fortalecimento da estrutura existente na Faculdade para a publicação de livros,
periódicos e outras formas de divulgação da produção acadêmica;
estimular a edição dos trabalhos docentes da unidade através da Oficina
Universitária Unesp procurando viabilizar a sua publicação e divulgação e valorizar
edições conjuntas com outras editoras acadêmicas, como também, se for do interesse,
editoras comerciais;
auxílio e assessoria para os organizadores ou grupos responsáveis por
periódicos da Unidade;
oferecimento de recursos humanos e equipamentos para incentivar a criação de
periódicos eletrônicos, além dos já existentes;
- articular projetos de pesquisa em cooperação com segmentos da classe trabalhadora,
movimentos populares e escola pública por meio de parcerias e convênios;
- fortalecer os canais de comunicação entre a Comissão Permanente de Pesquisa e a
comunidade acadêmica, de modo a garantir a constante atualização das informações e
a efetiva dinamização dos recursos disponíveis para a implementação das políticas
firmadas para o setor;
- ampliar e otimizar as condições necessárias ao desenvolvimento do trabalho do
Escritório de Pesquisa para que possa continuar atuando como setor estratégico de
encaminhamento de projetos de pesquisa, auxílios e bolsas;
- incentivar a apresentação de projetos às agências de fomento via Escritório de
Pesquisa;
- manter a autonomia do Escritório de Pesquisa como instância precípua para a
formalização de convênios, parcerias, acordos de cooperação e captação de recursos
externos de apoio à pesquisa;
- incrementar a estrutura de funcionamento do Laboratório Editorial;
- conceber a STAEPE como instância precípua para o apoio aos eventos culturais e
científicos;
- conceber a STA como instância precípua para a formalização, organização e apoio a
projetos de ensino, pesquisa e extensão universitária, institucionalizados ou com
financiamento interno da UNESP;
- incentivar intercâmbios e convênios entre a FFC e instituições e universidades no
Brasil e no exterior;
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- promover eventos internos e externos para divulgação das pesquisas realizadas por
professores e alunos e fomentar a troca de experiência entre pesquisadores, alunos e
membros da comunidade;
- discutir com a comunidade a construção de um alojamento para alunos e professores
visitantes estrangeiros com vistas ao apoio efetivo ao processo de internacionalização
da pesquisa;
- apoiar os docentes para que possam participar de eventos científicos, divulgando suas
pesquisas, quer no Brasil, quer no exterior;
- priorizar a iniciação científica, como meio essencial à formação do aluno pesquisador,
visando ao domínio do conhecimento científico e metodológico, e ao aprimoramento
de seu pensamento reflexivo e crítico;
- incentivar a criação de Grupos de Estudos com alunos da graduação, objetivando
prepará-los para a pesquisa, através do aprofundamento do embasamento teórico e da
elaboração de projetos de iniciação científica;
- criar o Laboratório de Pesquisa para Iniciação Científica;
- fortalecer a articulação entre os Cursos de Pós-Graduação e os Cursos de Graduação
(alunos e docentes) por meio da socialização das pesquisas desenvolvidas pelos
Programas;
- apoiar as atividades do Comitê de Ética na Pesquisa;
- apresentar junto à UNESP e órgãos governamentais responsáveis pelo financiamento
da pesquisa científica a crescente demanda por bolsas e projetos;
- fortalecer a edição de revistas com objetivo de divulgar os trabalhos docentes e
discentes da FFC;
- apoiar a divulgação científica em periódicos em periódicos estrangeiros;
- discutir com o setor de informática e com a assessoria de imprensa formas de melhorar
os processos de divulgação de projetos e pesquisas da UNESP.
ENSINO
O desenvolvimento da sociedade atual, com a complexificação das relações sociais e
de produção, requer níveis de formação escolar cada vez mais elevados e que reflitam uma
melhor qualificação das pessoas. O processo de ensino/aprendizagem, no âmbito do ensino
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superior, constitui-se em importante modalidade de formação para inserção autônoma e
consciente dos indivíduos ao universo do trabalho, da cultura e das relações sociais.
A expansão do ensino superior brasileiro, prioritariamente no âmbito público,
apresenta-se não só como uma das possibilidades para o desenvolvimento do país, mas
também como uma contribuição à conquista de direitos individuais e sociais. Necessário se
faz que essa expansão seja realizada com critério e respeite o princípio da indissociabilidade
entre ensino, pesquisa e extensão, pois as instituições que priorizam o ensino empenham-se
principalmente em formar profissionais adaptáveis ao escasso nível de emprego e abdicam da
função de formar profissionais qualificados para a transformação das relações de produção e
aptos a prosseguir seus estudos na pós-graduação “stricto sensu”.
É nosso propósito discutir com a comunidade unespiana um planejamento para a
ampliação de cursos e vagas na FFC – UNESP – Campus de Marília, mantendo os seus eixos
atuais de Ciências Humanas e de Ciências da Saúde, considerando, por exemplo, a pertinência
de um Curso de Museologia diante das características dos cursos já existentes e da
qualificação do corpo docente.
É urgente aprofundar a discussão sobre as constantes tentativas de reorganização
curricular dos Cursos de Licenciaturas, em especial, quanto aos efeitos da Deliberação
111/2012 que traz consequências nefastas para o projeto político pedagógico do Curso de
Pedagogia, sobejamente reconhecido por se constituir em referencial para a formação de
professores para atuação na educação infantil, nos anos iniciais do Ensino fundamental, na
educação especial, na educação inclusiva e na gestão escolar. Além disso, continuar os
esforços já desenvolvidos para a consolidação dos cursos de graduação e de pós-graduação e a
melhoria da infraestrutura das salas de aulas e das salas dos professores são exigências que se
colocam como inadiáveis. Destaque-se nesse sentido que a área da saúde necessita muito mais
de laboratórios de pesquisa do que propriamente das tradicionais salas de atendimento dos
docentes aos alunos.
Nesse contexto, cumpre elaborar os projetos político-pedagógicos dos cursos de
graduação e dos programas de pós-graduação em consonância não somente com as exigências
do mercado de trabalho, objetivando sua adaptação às necessidades humanas, mas também
em consonância com o desenvolvimento do conhecimento na área de cada curso ou programa.
As diretrizes curriculares oficiais e os parâmetros de avaliação não podem sobrepor-se à
autonomia didático-científica das universidades. Ao Estado, cumpre destinar os recursos
necessários à manutenção e expansão do ensino superior público, sem tutelar seu conteúdo,
impor parâmetros ou flexibilizá-los a ponto de desqualificar os perfis dos cursos.
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O fortalecimento de ações integradas entre os departamentos, os conselhos de cursos e
a comissão de ensino é importante para assegurar a qualidade dos cursos e contrapor-se às
políticas de formação à distância que visam a substituir a formação presencial como suposta
forma de otimização de recursos e democratização do ensino. Para o alcance desses objetivos,
no âmbito do ensino, nos propomos fundamentalmente a:
- articular e valorizar ações integradoras da Comissão de Ensino com as Comissões de
Pesquisa e de Extensão;
- incentivar o desenvolvimento de projetos que articulem ações entre docentes e alunos da
graduação e da pós-graduação, visando à melhoria do ensino;
- fortalecer os cursos da unidade, ampliar contratação de professores prioritariamente em
RDIDP e expandir a infraestrutura física, material e de recursos humanos para as
atividades de ensino;
- dar prosseguimento ao processo de modernização das salas de aula, salas de professores
e laboratórios, melhorando o espaço físico e provendo-os de equipamentos e recursos
didáticos;
- discutir com os funcionários envolvidos a criação de um espaço com arquivo central
articulando ações das Seções de Comunicação e de Graduação;
- ampliar o alcance das ações do SISGRAD para fazer cruzamento de dados e
informações;
- melhorar a infraestrutura da Seção de Graduação;
- apoiar as iniciativas dos cursos na articulação com as várias instâncias da realidade
social, com o intuito de assegurar formação acadêmica em consonância com a situação
apresentada por tal realidade;
- propiciar o fortalecimento da Comissão de Estágio, com vistas à ampliação de campos
de estágio, considerando-se a diversidade de áreas de atuação para estágios curriculares e
extracurriculares e sua importância na formação acadêmica, além de dar respaldo para
ampliarmos à reivindicação no que se refere à carga horária docente na supervisão de
estágios curriculares;
- discutir a destinação de verbas para a pós-graduação, no âmbito do orçamento
participativo, acrescentando ao atual montante de recursos, um aditivo definido pela
proporcionalidade em relação ao número de alunos, funcionários e professores;
- investir na desburocratização do processo de estabelecimentos de convênios e parcerias;
- viabilizar condições de atuação dos Conselhos de Cursos, Departamentos e Comissão de
Ensino para:
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discutir e encaminhar propostas de avaliação dos cursos condizentes com suas
especificidades, projetos pedagógicos e o princípio da autonomia universitária;
criar uma comissão de estudos sobre as condições de acesso e permanência dos
alunos na universidade, contemplando, dentre outros temas, educação inclusiva, avaliação
de políticas afirmativas e redução dos índices de evasão;
consolidar o desenvolvimento do banco de dados sobre os alunos egressos, para
subsidiar processos de avaliação dos cursos;
discutir com a comunidade a elaboração de programas pedagógicos alternativos
para os alunos ingressantes visando favorecer, quando houver necessidade, a transição do
Ensino Médio para a Universidade;
apoiar estratégias visando maior envolvimento dos alunos nas diferentes
atividades acadêmicas, incluindo iniciação científica, participação em grupos de estudo e
de pesquisa, publicações, grupos PET, Núcleo de Ensino, tutoria, monitoria, congressos e
atividades equivalentes;
- ampliar o número de bolsas de estudo para alunos ingressantes dos vários cursos de
acordo com os parâmetros da iniciação científica;
- prover recursos complementares necessários à formação global do aluno, tais como:
cursos de língua estrangeira, cursos de informática, cursos de redação científica e
normalização, dentre outros;
- estimular e articular o desenvolvimento e constituição de grupos de trabalho para
discutir e implementar o uso de novas tecnologias aplicadas ao ensino;
- apoiar cursos de extensão e especialização destinados à formação profissional;
- incentivar as iniciativas de convênios e parcerias para o fortalecimento da prática de
ensino, dos projetos de extensão, dos estágios e da atuação dos Núcleos e Centros da
unidade;
- incentivar as iniciativas de projetos de Formação Continuada, a partir de um Centro de
Formação Continuada, agregando as várias áreas do conhecimento.
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Consideramos imperioso pensar a extensão universitária como processo fundamental
para concretização de relações transformadoras entre a universidade e a sociedade e como
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ação educativa, cultural e científica que visa à consolidação da articulação entre teoria e
prática. A função social da universidade se consolida nesse processo.
A realidade brasileira impõe a construção de um modelo de universidade no qual se
coloca como imprescindível uma contribuição mais significativa dessa instituição para o
enfrentamento da brutal diferença nas formas de acesso aos bens culturais produzidos pela
humanidade. Existe muita informação, indubitavelmente, mas a sua difusão não é
democrática.
É pela extensão universitária, estruturada e tratada como prioridade, que se
estabelecem as perspectivas de revitalização do processo de ensino e de pesquisa com alcance
social e se garante o diálogo com a sociedade. Não se trata de falar para a comunidade, mas
de dialogar com ela, diagnosticando os problemas e pensando o encaminhamento de soluções
pela atitude investigativa que caracteriza o trabalho acadêmico. Nesse sentido, a FFC por
atuar na área de humanidades e de saúde, possui grande potencial para ajudar a comunidade a
solucionar problemas, respaldado em conhecimento da universidade.
Os assuntos comunitários, parte integrante da extensão, devem ser tratados como
prioridade para efetivamente promoverem a melhoria das relações tanto com a comunidade
externa quanto com a comunidade interna, de modo a favorecer a produção acadêmica ou
melhorar as relações no ambiente de trabalho.
A extensão universitária e os assuntos comunitários não podem continuar como
instâncias secundárias do debate acadêmico, aquilo que se implementa na universidade
quando sobram recursos. É imperativo pensar uma ação extensionista indissociável do ensino
e da pesquisa. Para tanto, há que se superar o assistencialismo e a mera prestação de serviços,
de modo a garantir, a partir dos projetos de extensão, a melhoria da formação inicial e
contínua na universidade. Nesse sentido, cada projeto de extensão pode se transformar num
projeto piloto para encaminhamento de políticas públicas nas diversas áreas do conhecimento
e numa proposta de intervenção na realidade social.
Há que se perseguir, em todas as áreas do conhecimento, a formação humana e
generalista de modo que a articulação entre as diversas instâncias da atuação acadêmica
encaminhe um processo de valorização do ser humano como um todo, além de efetiva
democratização do saber, coerente com a concepção de universidade pública, laica, gratuita e
de qualidade, capaz de garantir com parcimônia os seus objetivos de produção e difusão da
ciência, cultura e tecnologia, relevantes para a efetiva construção da cidadania.
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Impõe-se-nos, então, enfrentar o desafio da valorização da extensão universitária como
atividade curricular e extracurricular, o que implica uma política institucional de incentivo aos
docentes e discentes para assumirem tais atividades.
Nesses parâmetros, o tripé ensino, pesquisa e extensão deixará de ser uma aspiração
idealista para se tornar uma realidade concreta, pois que ousará enfrentar o desafio da
extensão comprometida com a realidade social.
Tais preocupações encaminham um conjunto de ações específicas:
desenvolvimento de uma ação política de maior aproximação e integração entre a
universidade e a comunidade mariliense e regional, e com órgãos governamentais,
entidades sindicais e associações de classe;
incentivo e valorização do Departamento como instância apropriada para definição e
execução da sua proposta de Extensão Universitária;
fortalecimento da CPEU como instância de gerenciamento de recursos,
acompanhamento e estabelecimento de políticas para o desenvolvimento de atividades
de extensão universitária;
incremento de atividades de estágio curricular e extracurricular via ação extensionista;
apoio e valorização à implementação de projetos de extensão universitária, financiados
pela UNESP e por agências de fomento, de modo que, além da consolidação do tripé
de atuação acadêmica, seja viável a melhoria da Assistência Estudantil pela ampliação
do número de Bolsas de Extensão Universitária;
intensa atuação política e administrativa para a ampliação do número de Bolsas de
Apoio Acadêmico ao Estudante (BAAE);
defesa intransigente da propositura de políticas de permanência estudantil como
elemento imprescindível num modelo excessivamente concentrador de renda como é o
caso brasileiro;
incentivo à inserção dos bolsistas BAAE em programas de iniciação científica;
empenho político e administrativo no sentido de ampliação do número de vagas na
Moradia bem como de melhoria na infraestrutura existente para fazer dela um local
apropriado para estudo;
encaminhamento de gestões no sentido de reserva de vagas na Moradia Estudantil para
atendimento de pós-graduandos comprovadamente carentes;
priorizar a expansão do Restaurante Universitário, procurando garantir melhoria no
seu funcionamento diurno e noturno.
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dar condições para que a cantina funcione de forma a propiciar um ambiente saudável
de convivência universitária.
construção de novo prédio para o CCI.
apoio para continuidade e ampliação das ações desenvolvidas pela Seção Técnica de
Saúde (UNAMOS);
prioridade para ações de atendimento psicossocial;
investimento na continuidade e ampliação das atividades de extensão desenvolvidas no
contexto do CEES;
incentivo ao incremento das ações do Diretório Acadêmico e dos Centros Acadêmicos
bem como defesa intransigente de suas autonomias plenas, respeitados os parâmetros
legais;
valorização das atividades desenvolvidas no CEDHUM, investindo na melhoria da
infraestrutura e na melhor divulgação do trabalho;
Realização do 1º Festival de Arte e Música da FFC- UNESP, objetivando o
desenvolvimento de programas de atividades culturais dos docentes, funcionários e
alunos nas áreas de música, teatro, cinema, artesanato e despertando e descobrindo os
talentos da comunidade acadêmica;
continuidade dos trabalhos desenvolvidos no contexto do projeto UNATI e incentivo à
sua articulação com outros projetos de extensão universitária como, por exemplo, o
PEJA ou o LUDIBUS;
incentivo ao desenvolvimento dos trabalhos do Grupo de Teatro da UNATI;
valorização das atividades desenvolvidas pelo CCI, garantindo reuniões periódicas
para troca de experiências, avaliação e planejamento do trabalho, bem como
investindo na manutenção de grupo de apoio psicopedagógico, num processo de
formação contínua da equipe envolvida;
continuidade e ampliação das ações desenvolvidas no contexto do Núcleo de Ciência e
Cultura, incentivando o intercâmbio e a parceria com outras instituições afins;
valorização das atividades do Núcleo de Direitos Humanos como uma instância
fundamental para a discussão de políticas públicas na área;
ampliação do número de vagas oferecidas pelo CAUM;
desenvolvimento de iniciativas para a institucionalização de projetos de natureza
permanente, tais como o LUDIBUS e as diversas ações situadas no contexto do
CPEA;
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apoio ao desenvolvimento das ações desenvolvidas em projetos como o GUTO e o
CPEA, compreendidos como iniciativas importantes para implementação de políticas
públicas;
incentivo ao desenvolvimento de cursos de extensão universitária nas diversas áreas
do conhecimento;
garantia de infraestrutura e apoio técnico-administrativo ao funcionamento do Museu
Histórico Pedagógico;
planejamento de ações voltadas à prática poliesportiva;
apoio a todos os centros, núcleos e museus, para a implementação de projetos de
extensão de caráter permanente, bem como para a consolidação de projetos artísticos e
culturais;
desenvolvimento permanente de programas de formação contínua via núcleos, centros
e grupos de estudos e pesquisas;
desenvolvimento de encontros, seminários, simpósios e congressos de extensão
universitária como forma de divulgação e avaliação permanente das ações
desenvolvidas.
construção de um novo anfiteatro;
Apoiar e ampliar as ações e visibilidade da Comissão de Atividades Culturais (CAC).
GESTÃO
Ao diretor e ao vice-diretor cabe dialogar com os diversos segmentos com o objetivo
de coletivamente construir a gestão da unidade universitária. Os princípios da “Gestão
Participativa”, que ora enunciamos, resultam de análises e discussões com a comunidade
unespiana, da experiência advinda da participação em órgãos colegiados centrais e locais, do
exercício de funções administrativas e da atuação em outras instâncias acadêmicas e
representativas da unidade.
Nossa atuação em diversas instâncias do processo decisório da UNESP e coordenando
projetos acadêmicos de grande alcance social tais como o Programa UNESP de Educação de
Jovens e Adultos (PEJA), projetos integrados ao Núcleo de Ensino e ao Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES/MEC/UNESP), dentre outros,
sempre se pautaram pela defesa da universidade pública, pela urbanidade no trato com as
pessoas e pela preservação da qualidade das relações profissionais e interpessoais seja na
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FFC, seja nas relações com a Reitoria. É nossa convicção que a comunidade unespiana
reconhece na nossa atuação o profissionalismo capaz de apoiar e contribuir para as ações
relevantes da UNESP e um posicionamento crítico, mas respeitoso, em ações que o coletivo
compreender como prejudiciais ao desenvolvimento institucional.
Compreendemos que dada a especificidade do processo de trabalho na universidade a
representação institucional democrática não pode ser definida nem pelo sufrágio universal,
que garantiria o predomínio dos alunos em sua definição, e nem pela forma prevista no artigo
57 da LDB, que concretiza o mesmo vício no que tange ao segmento docente. A rigor, o
argumento da especificidade da gestão universitária precisa ser relativizado posto que ela já é
contemplada quando se define que apenas os docentes podem se candidatar a cargos diretivos
máximos da universidade. Isso bastaria para atender à intenção do legislador ao elaborar tal
artigo da LDB no que se refere aos cargos dirigentes executivos.
Nossa convicção é por um sistema paritário de representação, de natureza mista, que
atribua peso de um terço para cada segmento da universidade no processo de escolha dos
dirigentes executivos (Reitor, Vice-Reitor, Diretor e Vice-Diretor), mas garantindo a forma de
representação prevista pela LDB para a constituição das comissões e colegiados. Numa
Comissão de Pesquisa, por exemplo, deve prevalecer o pensamento de quem faz pesquisa de
qualidade reconhecida. Para além disso, o argumento é matemático: num sistema de sufrágio
paritário para ser eleito o dirigente máximo só tem duas perspectivas, seja a de conseguir
maioria absoluta no conjunto dos três segmentos, ou, então, uma votação excepcional em
pelos dois segmentos.
Temos, no entanto, a clareza de que essa mudança somente se efetivará mediante
alteração do Estatuto da UNESP, o que extrapola os limites da atuação do Diretor e do Vice-
Diretor de uma unidade, mas é nossa obrigação ética esclarecermos no Plano de Gestão os
princípios que deverão nortear a nossa eventual atuação como dirigentes. Caso essa discussão
seja posta no contexto geral da universidade, o que consideramos urgente e salutar, essas
serão as posições a serem defendidas, respeitadas as deliberações da Congregação da FFC -
UNESP - campus de Marília.
Posto isso, compreendemos que as crises e os conflitos de gestão podem ser
minimizados pela modernização da forma de representação que hoje permite que o processo
de escolha dos dirigentes possa se resolver no âmbito de apenas um dos segmentos da
universidade, fato que consideramos antidemocrático e que inclusive dificulta a composição
da equipe administrativa.
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Com a divulgação do presente Plano de Gestão reafirmamos nosso compromisso no
sentido tanto de manutenção quanto de fortalecimento de ações bem sucedidas que são
numerosas no contexto da FFC pelo labor de toda a sua comunidade. Não se mexe naquilo
que funciona bem, resguardados os interesses da FFC e dos envolvidos. As decisões sempre
serão pautadas pelo crivo do interesse coletivo.
Tais princípios indicam a diretriz geral a ser seguida, estando, portanto, sujeitos à
permanente avaliação da comunidade da FFC e abertos à inclusão de outros elementos que
vierem a ser considerados importantes pela comunidade, especialmente no processo pós-
eleitoral de elaboração do Plano Diretor da FFC.
Guiamo-nos pela idéia de que a autonomia universitária transcende à mera discussão
sobre a problemática do financiamento do ensino superior. Ela inclui, sobretudo, a elaboração
e a defesa do perfil de universidade que almejamos. Apesar disso, no caso da Unidade de
Marília, considerando-se sua expansão, é imprescindível reivindicar o aumento do percentual
dos recursos fixos previstos, para resgatar sua autonomia diante da política de conciliação que
submete o conjunto dos trabalhadores e dos estudantes a condições inadequadas de trabalho e
de estudo.
Na nossa compreensão, o acúmulo de trabalho ao qual se submete o conjunto dos
trabalhadores da FFC não se resolverá com a mera complementação dos subquadros. Tratar
essa necessidade como prioridade é imperativo, mas também é necessária uma ação política e
administrativa no sentido da ampliação dos subquadros ante a expansão dos cursos de
graduação e pós-graduação e ao grande número de projetos de extensão universitária e de
iniciação científica.
Quanto ao Setor Técnico de Informática, por exemplo, é fundamental, além da
contratação de funcionários, a viabilização de condições para o desenvolvimento de sistemas
fundamentais para o respaldo às diversas seções e departamentos, racionalizando o trabalho.
A unidade conta, por exemplo, com boa estrutura para a realização de videoconferências que
tem sido pouco utilizada, além de equipamentos que ainda não foram instalados.
Na mesma perspectiva da organização racional do trabalho cumpre pensar uma
política efetiva de formação de recursos humanos, preferencialmente dentro da jornada de
trabalho dos servidores, respeitados os limites definidos no contexto do Orçamento
Participativo, mas fazendo gestões junto à Reitoria para a ampliação de sua implementação.
É importante, também, discutir com a comunidade envolvida a atuação do Grupo de
Desenvolvimento e as diretrizes do Planejamento Estratégico.
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Impõe-se, nesse modo de pensar, a necessidade de uma prática de gestão
administrativa alinhada com os princípios da autonomia e da gestão democrática.
Compreendemos que é a força do trabalho coletivo que permitirá superar as divergências e
construir relações profissionais/interpessoais democráticas capazes de transformar o modelo
político em desenvolvimento na universidade, ainda marcado por alguns vícios da burocracia
clientelista, embora reconheçamos os esforços havidos para o bom encaminhamento dos
problemas. Nosso compromisso será gerir a unidade com imparcialidade, valorizando o
potencial de cada servidor docente ou técnico-administrativo para propiciar o melhor
atendimento aos discentes.
Dentre outras metas objetivamos:
- democratizar a gestão e ampliar a participação dos três segmentos nas tomadas de decisões;
- acatar e executar com zelo administrativo, transparência e probidade todos os
encaminhamentos do processo decisório da UNESP, com ênfase para os princípios
decorrentes do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) considerados prioritários na
discussão coletiva;
- defender o retorno da modalidade de participação paritária nas eleições na UNESP;
- discutir com a Reitoria um plano de reposição de funcionários e docentes tendo em vista a
incompletude dos subquadros e o volume de aposentadorias a ocorrer nos próximos quatro
anos bem como considerar a necessária ampliação dos subquadros em decorrência da política
de expansão do ensino superior;
- reduzir o excessivo rodízio de funcionários pelas seções, discutindo com a comunidade de
funcionários o seu perfil de atuação, considerando as condições de suas contratações, suas
habilidades específicas e onde elas se desenvolvem melhor;
- fortalecer a participação integrada docente, discente e de funcionários através da
implementação da Congregação Aberta, semestral (ou eventual face à pauta específica),
estimulando o debate democrático sobre políticas específicas advindas da comunidade, sendo
suas deliberações encaminhadas ao foro decisório majoritário;
- ampliar e aprofundar a prática do orçamento participativo na unidade;
- fortalecer a transparência administrativa divulgando, via intranet, pautas e atas da
Congregação e Comissões Assessoras e o Orçamento da Unidade;
- elaborar e divulgar Boletim Informativo da unidade;
- realizar assembleias anuais com os três segmentos para discutir o plano diretor e avaliar sua
execução;
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- efetuar estudos com vistas à descentralização das decisões buscando agilização das
atividades administrativas;
- melhorar o fluxo administrativo, reduzindo, respeitados os aspectos legais, os obstáculos
burocráticos, agilizando procedimentos e racionalizando recursos;
- proporcionar melhores condições de trabalho investindo na formação de recursos humanos,
na melhoria da infraestrutura, incentivando e favorecendo o trabalho em equipe,
possibilitando maior produtividade e satisfação pessoal;
- fortalecer política de formação dos servidores técnico-administrativos;
- investir na capacitação e no aprimoramento dos servidores garantindo recursos
orçamentários e financeiros, preferencialmente dentro da jornada de trabalho;
- prover recursos complementares necessários à formação global dos servidores técnico-
administrativos, tais como: cursos de língua estrangeira, cursos de informática, cursos de
redação científica e técnica e normalização, dentre outros;
- atuar junto às instâncias superiores buscando reposição e ampliação do quadro de servidores;
- desenvolver, em conjunto com a área de Recursos Humanos, estratégias para solucionar
dificuldades vivenciadas pelos setores administrativos;
- ampliar, em conjunto com a área de Recursos Humanos, a política de recepção de docentes e
funcionários novos, esclarecendo sobre as possibilidades de atuação institucional bem como
quanto aos deveres e direitos;
- promover o diálogo entre os setores favorecendo troca de experiências e a valorização dos
mesmos;
- incentivar a participação dos três segmentos na administração, acolhendo sugestões que
colaborem com o bem estar, a convivência e a melhoria do trabalho na Unidade;
- investir na informatização, atualização e desenvolvimento de sistemas de acordo com as
necessidades dos setores acadêmicos e administrativos, incluindo outros setores como a
portaria do campus;
- discutir com os funcionários envolvidos e com a comunidade a melhor forma de atuação da
Seção Técnica de Saúde ( UNAMOS) no Campus I;
- quanto à biblioteca, desenvolver estudo sobre necessidade de ampliação do espaço físico,
além de valorizar as atividades nela desenvolvidas concebendo-a como importante polo de
dinamização e difusão da cultura;
- incrementar a estrutura das salas de leitura;
- ampliar o processo de modernização da biblioteca, com ênfase na melhoria da
acessibilidade;
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- estimular a utilização do acervo da biblioteca nas suas múltiplas possibilidades,
especialmente no que tange ao recebimento de acervos históricos como instrumento de
formação pedagógica bem como de pesquisa disponibilizando-os futuramente na internet;
- incentivar a participação dos servidores da biblioteca em cursos de aperfeiçoamento, bem
como o seu oferecimento aos usuários;
- envidar esforços para viabilizar recursos humanos e infraestrutura para o funcionamento da
biblioteca, mesmo que parcialmente, nos finais de semana;
- estimular a integração e a cooperação entre bibliotecas como forma de ampliação do seu
alcance logístico;
- tratar a melhoria da infraestrutura da Biblioteca como prioridade;
- investir na melhoria dos recursos de informática da biblioteca;
- valorizar o CEES como Centro de articulação de atividades de ensino, pesquisa e extensão e
de integração da UNESP com a comunidade;
- fortalecer o CEES como Unidade Auxiliar complexa;
- destinar maior dotação orçamentária ao CEES;
- priorizar a melhoria da infraestrutura do Campus II e elaboração de estudo a fim de otimizar
sua utilização após a construção do CEES no campus I ;
- empreender esforços para que junto à entrega do prédio do CEES, sejam garantidos
equipamentos e mobiliários para adequada utilização, priorizar efetivamente a melhoria das
condições de atendimento;
- valorizar as atividades culturais no cotidiano universitário como importante elemento de
formação humana e profissional de alunos, funcionários e professores;
- possibilitar a criação de espaços culturais nas dependências da unidade e apoiar a realização
de festas típicas que permitam a integração e confraternização da comunidade da FFC e sua
integração com a comunidade externa;
- estimular a apresentação, no campus, de grupos artísticos da própria UNESP e de fora dela
(corais, orquestras, grupos teatrais, conjuntos musicais, grupos de dança, etc.);
- fortalecer a CAC no sentido de estimular práticas culturais, desportivas, atividades circenses,
excursões culturais, projeção de filmes, mostras de artes plásticas, constituição de livrarias,
painéis de fotos, etc.;
- apoiar iniciativas voltadas à maior abrangência da política de informática da unidade;
- implantar política de atualização do parque computacional da FFC, visando uma atualização
mínima dos microcomputadores da unidade;
- implantar política para descarte correto do lixo eletrônico (equipamentos obsoletos);
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- tratar a regularização do subquadro da Seção de Material como prioridade, com ênfase para
a dimensão de licitação;
- construir um prédio para depósito de bens de patrimônio já que o atual é inadequado.
Assim, com o presente Plano de Gestão, colocado à apreciação da comunidade
unespiana da FFC, queremos reafirmar nosso compromisso com os princípios da “Gestão
Participativa” e o envolvimento com todas as ações que possam contribuir para o seu
engrandecimento, em especial, a humanização das relações acadêmicas, interpessoais e de
trabalho. É nossa certeza que na realidade
“Não existe crise pessoal. Existem maneiras pessoais de sentir as crises coletivas.” (Frei
Betto. In: Paulo Freire & Frei Betto. Essa escola chamada vida: depoimentos ao repórter
Ricardo Kotscho. São Paulo, Ática, 1991, p. 80).
Marília, 08 de agosto de 2.012.
José Carlos Miguel – Candidato a Diretor
Marcelo Tavella Navega – Candidato a Vice-Diretor
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