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DISCIPLINA DE NEUROLOGIA
PORTFOLIO DO ALUNO
Nome:
HISTÓRIA CLÍNICA 1 Data de colheita:
26/11/2012
Nome: M.J.S.M. Idade: 46 anos Sexo: Feminino Profissão: Desempregada (anterior empregada
doméstica)
DATA DE INTERNAMENTO
25/11/2012
MOTIVO DE INTERNAMENTO
Cirurgia electiva de Estimulação Cerebral Profunda
HISTÓRIA DA DOENÇA ACTUAL
Doente em aparente estado de saúde até aos 36 anos, altura em que começou a notar dificuldade
em realizar determinadas tarefas, destacando-se aquelas que requeriam domínio da motricidade fina,
de instalação lenta e progressiva, predominante no membro superior direito. Refere ainda situações
de freezing com alívio após desvio da atenção para outra tarefa.Cerca de dois meses depois iniciou
quadro de cefaleias constantes na região frontal esquerda com irradiação para a órbita esquerda e
picos de intensidade 6/10 e duração de algumas horas, que agravava com o ortostatismo e
melhorava com a toma de café e com o decúbito, dores estas que a doente associava a tensão baixa.
Aos 37 anos desenvolveu um quadro de dor muscular e articular com início nas articulações dos
punhos, que se generalizou aos membros superiores, inferiores e região dorsal de maior intensidade
à direita e durante o período matinal. Estas dores tinham intensidade 8/10, causando incapacidade
funcional, agravavam com o stress e aliviavam com compressão das regiões dolorosas e por vezes
eram acompanhadas de tumefação maleolar. Nesta altura recorreu a técnicas de Medicina
Alternativa (acupuntura) sem resultado. Consultou ainda a sua médica de família, que lhe prescreveu
um Electromiograma dos membros superiores, que revelou uma anomalia à direita que a doente não
sabe especificar e análises laboratoriais sem alterações. Ainda na mesma altura iniciou um tremor
lento e rítmico nas extremidades, inicialmente de maior intensidade à direita, com posterior
generalização à esquerda e à mandíbula, predominantemente em repouso, que agravava com o frio
e com o stress e que aliviava com o movimento.
Aos 38 anos, ocorreu uma diminuição súbita da sensibilidade em todo o hemicorpo direito,
acompanhada de cefaleias intensas de características semelhantes às referidas anteriormente, bem
como exacerbação do tremor. Por esta altura recorreu pela primeira vez a um Neurologista que pediu
uma TC crânio-encefálica que se veio a verificar não apresentar quaisquer alterações. Além disso,
foram realizadas análises, apresentando um valor de cobre elevado na urina (restantes parâmetros
sem alterações). Nesta altura foi-lhe feito o diagnóstico de Doença de Wilson. Foi medicada com
sulfato de zinco, sem apresentar qualquer melhoria nos sintomas.
Aos 41 anos, por aposentação da sua médica assistente, esteve seis meses sem efectuar qualquer
medicação, acabando por recorrer novamente ao serviço de Neurologia do HSM. Nesta altura foi-lhe
realizada uma biópsia hepática que afastou o diagnóstico de Doença de Wilson, ficando com o
diagnóstico de Parkinson Juvenil. Foi medicada com Ropinirol, Levodopa e Selegilina.
Aos 42 anos iniciou dificuldade na marcha, que se tornou bradicinésica e com passos de menor
amplitude, ocorrendo episódios de bloqueio total da marcha. Referia também instabilidade postural e
sensação de desequilíbrio quando andava com sapatos de salto alto. Nesta altura refere também que
os seus interlocutores notavam alterações na sua fala, bem como a mímica facial menos expressiva,
algo de que a doente não se apercebia. Refere ainda xerostomia, sudação aumentada e episódios de
obstipação, que se mantêm até à actualidade.
Desde os 43 anos refere micrografia e modificação da postura normal, adotando uma posição semi-
flectida. A condução tornou-se mais difícil, tendo alguma dificuldade em realizar sequências de
movimentos como a de mudar as mudanças.
A doente refere ainda, desde os 44 anos, dificuldade em adormecer, dormindo uma média de 5
horas/noite, que relaciona com o falecimento do pai, tendo sido medicada com Fluoxetina e
Amitriptilina. Nega alterações do estado de consciência, convulsões, vertigens, alterações de
audição e visão, alterações da memória, disfagia, disfunção de esfíncteres, hipotensão ortostática,
mioclonias ou alucinações.
Devido ao agravamento dos sintomas e reduzida eficácia farmacológica, foi indicada para terapêutica
cirúrgica, encontrando-se actualmente internada no serviço de Neurologia do HSM para realização
de cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda.
ANTECEDENTES PESSOAIS
Nega hábitos tóxicos ou alergias.
DOENÇAS ANTERIORES: Provável depressão desde os 44 anos (início sincrónico com luto
paterno). Nega quaisquer doenças cardiovasculares, respiratórias, gastrointestinais, génito-urinárias,
endócrino-metabólicas, osteoarticulares ou neurológicas. Na infância refere papeira, sarampo e
varicela, negando outras doenças como rubéola, tosse convulsa, escarlatina, difteria, amigdalites de
repetição, febre reumática, poliomielite, febre tifóide. Refere desenvolvimento tardio da fala (apenas
por volta dos 5 anos), desconhecendo o motivo para tal.
INTERNAMENTOS PRÉVIOS e CIRURGIAS: Fractura de clavícula (aos 29 anos); Parto por
cesariana (há 18 anos).
ACIDENTES: Acidente de mota aos 29 anos, que levou à fractura da clavícula.
TERAPÊUTICA EM AMBULATÓRIO: Levodopa, Ropinirole (Agonista Dopaminérgico) e Selegilina
(Inibidor MAO B) para Doença de Parkinson, Fluoxetina e Amitriptilina.
HÁBITOS ALIMENTARES: equilibrada e diversificada, com 3 refeições por dia, sem restrição salina.
Nega intolerâncias alimentares.
ANTECEDENTES FAMILIARES
DADOS POSITIVOS À OBSERVAÇÃO
À observação apresenta-se consciente e colaborante, orientada auto- e alo-psiquicamente, com limitada
mobilidade no leito. Sem evidência de défice cognitivo. Apresenta fáscia hipomímica e disartria. Apresenta
tremor lento, rítmico, de predomínio distal, bilateral e simétrico, predominantemente de repouso e também
tremor postural. Bradicinésica. Artralgias à mobilização passiva/activa. Marcha de características
tipicamente parkinsónicas. Rigidez muscular com sinal da roda dentada presente e ligeira atrofia muscular
de predomínio distal. Dificuldade de execução de movimentos finos e micrografia. Ausência de outros
movimentos involuntários para além do tremor. Sem evidência de afecção cerebelar ou vestibular,
sensibilidade superficial e profunda sem alterações e sem reflexos patológicos positivos.
HIPÓTESES DIAGNOSTICAS
1. Mais provável: Doença de Parkinson.
2. Outras hipóteses:
- Doença de Wilson
- Atrofia Multissistémica
- Paralisia Supranuclear Progressiva
- Degenerescência Corticobasal
- Demência com corpos de Lewy
- Parkinsonismo Vascular
- Doença de Alzheimer
- Tremor Essencial
- Aterosclerose cerebral
- Hidrocefalia de Pressão Normal
Tendo em conta o tremor e as suas características, a rigidez com sinal da roda dentada presente, a
bradicinésia, a instabilidade postural, o “freezing” da marcha e a dificuldade na execução de movimentos
finos, bem como outras queixas, nomeadamente obstipação, fácies hipomímico, micrografia, artralgias,
postura típica e alterações do sono, a principal hipótese diagnóstica é a doença de Parkinson com início
precoce, já que a Doença de Parkinson se manifesta normalmente por volta dos 60 anos. O início
assimétrico das queixas também é um forte argumento a favor desta hipótese, bem como a sequência e
tempo de aparecimento dos sintomas. No entanto, há que excluir outras hipóteses que podem causar
alguns dos sintomas típicos da Doença de Parkinson.
Tendo em conta que os sintomas tiveram início antes dos 40 anos, a doença de Wilson é o principal
diagnóstico diferencial a ter em conta. Cursa normalmente com perturbações do comportamento e
perturbações cognitivas, ausentes neste caso. Também seria de esperar encontrar anéis de Kayser-
Fleischer.
A Atrofia Multissistémica afecta essencialmente homens com mais de 60 anos e é caracterizada, para
além de sintomas parkinsónicos, por uma combinação de disfunção autonómica (hipotensão ortostática e
incontinência de esfíncteres), corticoespinhal e cerebelar, ausentes na doente. Para além disso, esta
patologia é caracterizada pela ausência de tremor.
A Paralisia Supranuclear Progressiva é caracterizada por paralisia dos movimentos oculares verticais,
ausente neste caso. Ocorrem também quedas logo desde o início da doença (normalmente no primeiro
ano). O início é normalmente simétrico. Tem a seu favor os sinais extrapiramidais, rigidez e bradicinesia.
Na Degenerescência Cortico-Basal, o início é tipicamente assimétrico, o que pode ser um argumento a
favor desta hipótese. No entanto apresenta logo desde as fases iniciais um comprometimento do córtex
com apraxia e dificuldade em identificar objectos. Pode também ocorrer o sinal da “Mão Alienígena”,
apesar de não ser obrigatório, e um défice cognitivo surge habitualmente 1 a 3 anos após as primeiras
manifestações da doença, o que não é compatível com a evolução clínica da doente.
A Demência com Corpos de Lewy caracteriza-se por disfunção cognitiva substancial até um ano após o
início dos sintomas parkinsónicos. A ocorrência de alucinações também é bastante comum. Nenhuma
destas alterações está presente nesta doente.
Para o diagnóstico de Parkinsonismo Vascular, são critérios: a progressão sintomatológica em degraus,
hipertensão arterial e dislipidémia, a detecção imagiológica de enfartes nos núcleos da base e a melhoria
sem terapêutica com L-DOPA. Nenhum destes critérios foi identificado na avaliação da doente.
Na Doença de Alzheimer existe uma forte afecção cognitiva, com destaque para a memória, que não foi
detectada na colheita da história clínica nem reconhecida pela doente em questão.
O Tremor Essencial destaca-se na classificação dos tremores por ser monossintomático e
predominantemente de acção (postural, isométrico e cinético), o que não corresponde ao observado na
doente, manifestamente de repouso. A apresentação e diagnóstico do Tremor Essencial é, habitualmente,
mais precoce, no adulto jovem, e por isso discordante com a aparição temporal do tremor nesta doente,
pelos 37 anos. Em adição, a ausência de antecedentes familiares de tremor fragiliza esta hipótese clínica
dada a sua transmissão autossómica dominante.
A Aterosclerose Cerebral, partilhando a etiologia e fisiopatologia do Parkinsonismo Vascular, é
caracterizado por um tipo de marcha patológica de caracteríscas semelhantes à parkinsónica que se
designa Marcha de Pequenos Passos. Nesta marcha o passo também é curto como na parkinsónica, mas
é mais rápido e com braquibasia. Os membros inferiores não estão flectidos, mas sim hirtos, “presos”. A
principal distinção entre marchas é a presença do balanceio normal dos membros superiores durante a
marcha no caso da Marcha de Pequenos Passos.
Hidrocefalia de Pressão Normal é caracterizada por sinais de parkinsonismo (bradicinesia, rigidez, tremor
de repouso, hipomimia), coerentes com o caso em questão, por compressão dos ventrículos sobre os
núcleos da base, alterações da marcha por compressão sobre os tractos córtico-espinhais, mas também
por demência e incontinência urinária por alterações ao nível do lobo frontal. Tem como achados
imagiológicos característicos um alargamento dos ventrículos (por aumento de produção de LCR) e a
inexistência de atrofia cortical significativa.
Existem ainda fármacos que podem produzir sintomas parkinsónicos, nomeadamente os neurolépticos.
Esta hipótese fica afastada tendo em conta que a doente nega o seu consumo em qualquer altura.
ORIENTAÇÃO DIAGNOSTICA
Neste caso, o diagnóstico foi já estabelecida há cinco anos e, como na maioria dos casos, foi o quadro
clínico do paciente o que levou ao diagnóstico da doença de Parkinson. No entanto, há certos exames
complementares que ajudam a excluir as outras hipóteses diagnósticas acima enunciados:
1. Análises Laboratoriais
- Hemograma
- Ionograma com Cálcio
- Cobre sérico e urinário e ceruloplasmina sérica: Para despiste de Doença de Wilson
(Cobre aumentado e ceruloplasmina diminuída)
-
T3, T4, TSH: Para despiste de Tremor Essencial por Hipertiroidismo.
- LDL, HDL, Triglicéridos: Para despiste de Parkinsonismo Vascular.
- Norepinefrina no plasma/urina: Para despiste de Atrofia Multissistémica
2. Imagiologia
- Tomografia Axial Computorizada Crânio-Encefálica: Para despiste de:
Parkinsonismo Vascular : enfartes nos núcleos da base.
Hidrocefalia de Pressão Normal: alargamento dos ventrículos sem atrofia
cortical significativa.
Paralisia Supranuclear Progressiva: num estadio avançado revela diminuição
do diâmetro ântero-posterior do mesencéfalo (tegmentum) e alargamento dos
regos sílvicos do 3º ventrículo.
Degeneresgência Corticobasal: num estadio avançado surge atrofia
córticoparietal assimétrica contralateral ao hemicorpo afectado.
- Ressonância Magnética Crânio-Encefálica: Para despiste de:
Atrofia Multissistémica
Degeneresgência Corticobasal: num estadio avançado surge atrofia
córticoparietal assimétrica contralateral ao hemicorpo afectado.
3. Neurofisiologia
- Electroencefalograma : Para despiste de Degenerescência Corticobasal
- Electromiografia do esfíncter anal: Para despiste de Atrofia Multissistémica
4. Anatomia Patológica: Biópsia Hepática: já feita para despiste de doença de Wilson.
TERAPÉUTICA
Cirurgia electiva de Estimulação Cerebral Profunda
HISTÓRIA CLÍNICA 2 Data de colheita: 19/12/2012
Iniciais: C.V.B Idade: 82 anos Sexo: M Profissão: Desempregado (anterior condutor)
MOTIVO DA CONSULTA/INTERNAMENTO
Alteração súbita de visão e hemiparesia esquerda
HISTÓRIA ACTUAL
Doente de 82 anos, o dia foi a dormir o dia 11/11 assintomático (cerca de 23:30) e acorda no dia
2012/12/11 por volta das 04:20 com perda de visão e fraqueza no hemicorpo esquerdo. O doente não
refere episódios anteriores semelhantes e mantém o nível de consciência. Sem dor de cabeça, náuseas,
vómitos ou outros sintomas acompanhantes. A mulher chamou a 012 e ativa-se o codificação ictus.
DADOS POSITIVOS À OBSERVAÇÃO:
Na exploração, paciente vigil, orientado em pessoa, tempo e espaço; Glasgow 13/15. Hemiparésia
3/5 no membro superior esquerdo e 2/5 no membro inferior esquerdo. Sem alteração dos reflexos
tendinosos ou sensiblidad. Mobilidade, força e nível de sensibilidade preservada no membro superior
direito. A nível do olho, apresenta isocoria normoreactiva com abertura de olho esponanea,
hemianopsia homolateral esquerda e desvio do olhar à direita.
ANTECEDENTES PESSOAIS
Não refere hábitos tóxicos atualmente, mas refere consumo anterior (dose acumulada: 33 paq/ano) . Sem
alergias conhecidas. Uso de óculos por hipermetropía.
DOENÇAS ANTERIORES:
DM II há 10 anos
HTA há 10 anos.
Arritmia completa por fibrilação auricular há 5 anos.
INTERNAMENTOS PRÉVIOS e CIRURGIAS: apendicectomia e colecistectomia há muitos anos (não
lembra quando). Não refire ter tido episódios semelhantes anteriormente.
TERAPÊUTICA EM AMBULATÓRIO: Metformina, Digoxina Enalapril, Aspirina.
ANTECEDENTES FAMILIARES
Não refire.
HIPÓTESES DIAGNOSTICAS:
1. Acidente vascular cerebral
2. Hematoma subdural e epidural
3. Hemorragia intracraniana
4. LOE (metástasis, tumor primario...)
5. Encefalopatia metabólica (Pouco provável)
ORIENTAÇÃO DIAGNOSTICA E TERAPÊUTICA:
EXAMENS:
• ECG
• Rx tórax (para despiste de Mx).
• Hematologia completa e testes de coagulação
• Eletrólitos séricos (descartar hiponatremia grave).
• Glicemia (descartar hipoglicemia).
• Bioquímica renal e hepática (descartar encefalopatia metabólica).
• TC cerebral simple: No momento do ingresso, o estudo é dentro delímites normais e não há evidencias
de lesões hemorrágicas ni patología evidente.
• Eco-Doppler: aterosclerose leva na artéria carótida a nível da bifurcação.
• RMN cerebral (após 72 horas): área hipodensa na zona de irrigação da artéria cerebral média direita de
aproximadamente 2x2 cm.
TERAPÊUTICA:
Rt_PA + AAS.
Estatina.
DIAGNÓSTICO:
ACV isquémico por oclusão d’artéria Cerebral Média direita
DIA 1
DOENTES OBSERVADOS:
Iniciais: C.A.F Idade: 65 anos Sexo: F Local da observação: HSM
Diagnóstico: AVC art.cerebral media direita
Aspectos particulares da História/ Observação:
Paciente com os siguentes antecedentes de interes: * exfumadora de 15 cig/dia por 37 anos (27’75
paq/ano) com critérios clínicos e espirométricos de bronquite crônica;* hipertensão assintomática
diagnosticada hà 15 anos e tratada com IECA e diuréticos; DM diagnosticada hà 15 anos en tratamento
com antidiabéticos orais.
A doente vem para o departamento de emergência, por apresentar de forma súbita, disartria, desvio da
boca para a direita e perda de força no braço esquerdo, sem alteração de sensibilidade associada loco-
regional o outros sintomas acompanhantes.
Na exploração destaca hemiparesia 3/5 no membro superior esquerdo, sem alteração do nível de
sensibilidade e reflexos tendinosos. Mobilidade, força e nível de sensibilidade preservada no membro
superior direito e ambos membros inferiores. Babinski flexor bilateral. Exploração cerebelar normal. Sem
alterações no campo visual.
Na TAC mostrou um sinal sugestivo de um trombo no segmento proximal da artéria cerebral média
direita.
Iniciais: A.F.C Idade: 59 Sexo: M Local da observação HSM
Diagnóstico: AFASIA DE BROCA
Aspectos particulares da História/ Observação:
Doente de 59 anos de sexo masculino. Exploraçao da linguagem: Relativamente boa compreensão
auditiva. Dificuldade em produção verbal com discurso não fluente. Capacidade de repetição limitada.
Elocução lenta e trabalhosa e muitas vezes silábica com disprosodia. Gramatical redução ao mais
simples. Linguagem espontânea é reduzida a enumeração de objetos e apresenta mutismo inicial ou
semimutismo e também blocos da linguagem. Erros fonéticos, movimentos articulatórios lentos e
descoordenados.
* A professora explicou que em doentes com afasia, nós suspeitamos que a lesão ocorreu no lobo
anterior, com compressão preservada, sem possibilidade de linguagem, ou no lobo posterior, sem
linguagem ou compreensão.
DIA 2
DOENTES OBSERVADOS:
Iniciais: J.A.C Idade: 52 anos Sexo: F Local da observação HSM
Diagnóstico: Cavernomas múltiples
Aspectos particulares da História/ Observação:
Doente com antecedentes de HTA, DM, hipercolesterolemia y cavernomas cerebrais múltiplos
diagnosticados cerca de um ano atrás que chega ao serviço de urgência pela aparição de
disestesia em hemilengua, lábio superior, nariz e bochecha direita, parestesias na zona inferior da face e
da língua direitas. Realizando uma ressonância, é confirmado um aumento do tamanho de um dos
tumores, sugerindo sangramento.
* Os Angiomas cavernosos podem sangrar e provocar sintomatología. Uma pequena hemorragia
pode não exigir cirurgia e pode ser reabsorvido. No entanto, contínuas pequenas hemorragias
continuarem no mesmo angioma cavernoso, freqüentemente causam deterioração na função.
Nesta doente é recomendável evitar aquelas atividades que podam piorar os seus síntomas,
especialmente as mudanças bruscas de posição e esforço físico intenso. A paciente continuou o
tratamento com amitriptilina e beta sem cirurgia.
Iniciais: A.P.M Idade: 50 anos Sexo: F Local da observação HSM
Diagnóstico: Polineuropatia subaguda sensitivo-motoria progressiva.
Aspectos particulares da História/ Observação:
A doente foi internada duas semanas atràs porque em junho começou a reportar dificuldade a caminhar,
sensaça ̃o de pernas cansadas, perda da sensibilidade na punta dos dedos das mao ̃s e perda da força
nas pernas e mao ̃s.
Ao exame objectivo presenta hiperestesia em algumas zonas das pernas e nas costas da mao ̃ direita,
hipoestesia na palma da mao ̃ direita, diminuça ̃o da sensibilidade ta ́til na zona do pulso e hiporeflexia; nos
pés: sensibilidade ta ́til normal mas falta de sensibilidade vibratória, diminuça ̃o da força nos pés, nas
pernas e no polegar.
DIA 3
DOENTES OBSERVADOS:
Iniciais: M.C.S Idade: 64 Sexo: F Local da observação: HSM
Diagnóstico: AVC arteria cerebral posterior.
Aspectos particulares da História/ Observação:
Doente de 64 anos de idade, residente em Lisboa e natural de Algarve. No dia 31 de outubro assiste ao
departamento de emergência por apresentar diplopia súbita. Como antecedentes de interês destacam:
*dislipidemia diagnosticada à anos en tratamento farmacológico; * HTA em tratamento; *um problema de
coração que não pode especificar. Refire tomar omeprazol para um problema de estômago não
especificado. Nega tabagismo ou hábito alcoólico. História familiar sem destacar. Na exploração observa-
se diplopia binocular, limitação de adução do olho direito e aparição de nistagmo no olho esquerdo
quando o paciente olha para a esquerda. Não há problema em olhar para a direita e durante a
convergência.
A clínica sugere oftalmoplegia internuclear direita, portanto, deve-se suspeitar entre uma lesão ocupante
de espaço (tumor, granuloma ...), uma patolgía desmielinizante ou patología de causa vasculars. Por
causa do início súbito, a idade do paciente e o plano de fundo patológico, a primeira suspeita foi patologia
vascular, que se confirmou mais tarde por uma TAC.
Iniciais: P.X.X Idade: 36 Sexo: F Local da observação HSM
Diagnóstico: AVC do tronco cerebral.
Aspectos particulares da História/ Observação:
Doente do sexo feminino, de 36 anos de idade. Há duas semanas, acordou com uma vertigem rotatória,
intensa, exacerbada pelos movimentos da cabeça, acompanhada de náuseas e dor de cabeça. Não havia
referência a acufenos ou diminuição da acuidade auditiva. Após observação, considerada normal pelo
neurologista no serviço de urgencia, com uma TAC e análise de resultados normais, foi mandada para
casa dirigindo o episódio como vertigem periférico.
Na sexta de manhã, apresenta uma perda de força e sensibilidade do hemicorpo esquerdo, de modo que
volta de novo ao serviço de urgencia. Como antecedentes patológicos refere que hà 10 anos, teve uma
perda de visão no olho esquerdo, mas não sabe como foi resolvido.
O exame físico, a sensibilidade e força muscular foram preservados. Manobra de Barré na perna
esquerda de 5 cm. Manobra de Mingazzini normal. Destacou uma hiperreflexia patelar esquerdo e tricipital
esquerdo. Signo de Romberg negativo.
O fato de que a doente apresentou três episódios de focalidad neurológica (um episódio compatível com
neurite óptica, vertigem e o quadro atual), juntamente com a idade jovem, faz suspeita de uma possível
doença de desmielinizante. Para o estudo da paciente foi submetido a uma ressonância magnética, onde
observou-se uma imagem compatível com AVC hemorrágico a nível do tronco cerebral.
Iniciais: J.A.C Idade: 59 anos Sexo: F Local da observação Consulta externa
Diagnóstico: Epilepsia
Aspectos particulares da História/ Observação:
Doente com diagnóstico de epilepsia há 23 anos, que vem para a consulta para seguimento da doença.
Há 25 anos, teve o primeiro ataque, com uma crise tônico-clônica com perda de consciência, língua
mordida e relaxamento dos esfíncteres. Dois anos mais tarde, ele teve um segundo ataque, muito
semelhante ao anterior, pelo que começou a medicação antiepiléptica. Antes de ajustar a dose, sofreu
dois pequenos ataques mais. Agora é estável, sem sintomas e com uma vida completamente normal.
* O professor afirmou que a epilepsia pode ser considerada como uma manifestação de uma doença
subjacente, pelo que a primeira crise sempre tem de ser investigada.
DIA 4
DOENTES OBSERVADOS:
Iniciais: J.M.G Idade: 34 Sexo: M Local da observação: HSM
Diagnóstico: Síndrome postpoliomielítis
Aspectos particulares da História/ Observação:
Paciente masculino, de 34 anos de idade, com história de paralisia flácida aguda que afetou quatro
membros na idade de 7 anos. Hà um ano e meio que o doente nota uma perda progressiva da força no
membro superior esquerdo, de predominância no tríceps braquial, que não tinha afetado na infância. A
exploração neurológica revelou uma significativa atrofia de grupos musculares de predominância no
membro superior direito e na porção proximal do membro inferior esquerdo, sequela de pólio sua
infância. No membro superior esquerdo tinha uma musculatura eutrófica, com ligeira perda da força no
deltóides e tríceps. No membro inferior direito, a força muscular é preservada. Sensibilidades
termoalgesica, palestesica, artrocinetica e tátil superficiais preservadas. Na RMN medilar cervical,
mostra-se duas áreas visíveis de hipersenal bilaterales e simétricas na seqüência T2 em área C5 - C6,
correspondentes aos flagpoles da coluna anteriores compatível com sequela de poliomielite aguda
anterior.
Iniciais: A.M.S.P Idade: 43 Sexo: M Local da observação: HSM
Diagnóstico: Síndrome Guillem-Barré
Aspectos particulares da História/ Observação:
Mulher de 43 anos de idade, sem história de interesse. Apresenta-se a Urgências por um episdódio de 2
semanas de evolução de fraqueza progressiva, que começou no EEII e foi estendido as EESS. Na
exploração neurológica destacam fraqueza 3/5 nos músculos das EESS, fraqueza nos músculos da
anca e joelho e em na musculatura pé, numa base bilateral. Apresenta arreflexia global em EESS.
DIA 5
DOENTES OBSERVADOS:
Iniciais: J.M.F Idade: 64 Sexo: F Local da observação: HSM
Diagnóstico: AVC lóbulo occipital. Hematoma retroperitoneal.
Aspectos particulares da História/ Observação:
Paciente foi internado no dia 21 de novembro por a apresentação de um episódio súbito de perda
transitória de força nos membros inferiores, com queda ao chão; refere-se a perda parcial da visão e
progressiva meses atrás des-progressiva. Como antecedentes, destaca um episódio de acidente vascular
cerebral há 11 anos.
Durante a internação, foi realizada uma angiografia mostrando uma significativa estenosi na artéria
basilar, causando o quadro.
Durante a evolução, a doente apresenta anemia ferrorénica com mal-estar, pelo que foi preciso um TC
toraco-abdominal, relatando a presença de um hematoma retroperitoneal.
* Hematoma sangramento / retroperitoneal é uma complicação da angiografia clássica que deve ser
assistido, controlando o hematócrito e hemoglobina.
Iniciais: M.P.D Idade: 72 Sexo: M Local da observação: Consulta externa
Diagnóstico: Doença de Parkinson
Aspectos particulares da História/ Observação:
Consulta de seguimento, referindo algum episódio de tremor em reposo e de instalação espontánea nos
últimos meses. Na exploração, a marcha é aparenteamente sem alteraçoes, excepto ligeira disminuação
na amplitud dos passos. Tive num momento, tremor na maõ direita.
DIA 6
DOENTES OBSERVADOS:
Iniciais: J.S.A Idade: 55 Sexo: M Local da observação: HSM
Diagnóstico: Sem concluir
Aspectos particulares da História/ Observação:
Ingreso em HSM derivado do hospital de Torresvedras na quarta-feira passada com suspeita de AVC. As
manifestações clínicas apresentadas foram hiperemia ocular, sensação do corpo estranho ocular, ligeira
queda da comissura bucal direita e afasia. Nega perda de visão, dor de cabeça, vômitos, náuseas,
formigamento, perda de sensibilidade ou desorientação. Explica notar o arrastamento da perna direita hà
uma semana e meia. Como antecedentes, refire HTA com de medicação hà mais de 20 anos, tabagismo
há mais de 25 anos e consumo moderado de álcool. Trata-se de que, aos 34 anos de idade, ele começou
a sentir uma sensação de formigamento na mão direita, que se estendia a perna direita, sem perda de
força; Foi pesquisado com suspeita de EM com várias RM, sem atingir qualquer resultados concluente e
tive resolução espontânea em 3-4 anos.
Na exploração, o paciente está consciente, orientado no tempo e no espaço, com boa aparência geral.
Ele destaca uma ligeira queda da comissura labial direita, com Hemiparesia direita facial. Babinsky
bilateral.
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