Potencial químico e farmacológico de plantas medicinais do vale do são francisco

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Potencial químico e farmacológico de plantas medicinais do Vale do São Francisco

Prof. Dr. Jackson Roberto Guedes da Silva AlmeidaColegiado de Ciências Farmacêuticas - UNIVASF

Cerca de 185 milhões de habitantes (dezembro de 2005, www.ibge.gov.br)

Cerca de 8% água potável do mundo;

97% da energia elétrica gerada em usinas hidroelétricas;

Imensos recursos naturais (biodiversidade vegetal, petróleo, gás natural,

minerais (ferro, bauxita), …);

Dependência decrescente da importação de petróleo (85% em 1971 para

38% em 2001 do consumo);

Líder mundial na produção de álcool de cana-de-açúcar;

No. 1 na exportação de tabaco, açúcar e suco de laranja ;

No. 2 & 3 na exportação de soja, carne, frango ou aço;

Tecnologia para gasolina de fórmula 1;

Tecnologia de prospecção de petróleo em águas profundas.

O Brasil

Barreiro, E. J., 2009

Ocupa 54% da região Nordeste e 11% do território brasileiro (área de

750.000 km2);

Região semiárida mais povoada do mundo (~27 milhões de pessoas);

62% das áreas susceptíveis à desertificação;

Na maior parte do território chove menos de 750 mm anuais no período de

novembro a junho;

Bioma semiárido com a maior biodiversidade do planeta;

Bioma exclusivamente brasileiro;

Bioma menos conhecido do país;

Endemismos diversos (932 espécies identificadas; 380 endêmicas);

Extremamente frágil;

A atividade humana trouxe consequencias impactantes para a cobertura

vegetal (ameaça de extinção, extrativismo para produção de carvão e lenha).

O bioma caatinga

Importância do estudo da biodiversidade

http://vocereporter.com/biomas-terrestres-do-brasil-brasileiros-da-terra/

Setembro de 2010

Fevereiro de 2011

28 de abril – Dia nacional da Caatinga

29 de agosto – Dia nacional do vaqueiro

O bioma na cultura popular nordestina

“... Creio, creio no passado da boiada, que emmeio à caminhada descansa em meu viver;

Creio na esperança, nas minhas lembranças,vaqueiro e criança, o tempo a passar;

Creio na paisagem de pobre pastagem, queensina coragem e como esperar”.

O credo (Janduhi Finizola)

“Glória a Deus nas alturas, vaquejando porcampos, sem campo para ter ilusão;

Lá na caatinga vinga a minha profissão;

Derruba o gado e me derruba a precisão;

Glória a Deus nas alturas, entre pedras eespinhos, os caminhos do gado, o meu pão”.

Glória (Janduhi Finizola)

“Coroa de frade e facheiro, a caatinga produz;juazeiros, caroás, xique-xique, mulungus;palmatórias, macambiras, cactos e mandacarus”.

(Ivanildo Vilanova/ Geraldo Amância)

“Na emenda, hoje eu vou fazer uma emenda; naemenda, com corda de caroá”.

(Manoel Euzébio/ Juarez Santiago)

“Eu me criei entre o velame e a macambira, quem évocê pra derramar meu munguzá...”

(Petrúcio Amorim)

O bioma na cultura popular nordestina

Devo usar o conhecimento

popular?

Importância do estudo da biodiversidade

420 fitoterápicos registrados na

ANVISA

60 plantas diferentes nos fitoterápicos

Apenas 10 plantas são

plantas nacionais

Importância do estudo da biodiversidade

Cordia verbenacea

Importância do estudo da biodiversidade

Cordia verbenacea

α-humuleno

H H

trans-cariofileno

A pesquisa química...

Coleta da planta

Extração dos constituintes químicos

Material seco e pulverizado

Maceração EtOH 95 %

Solução extrativaConcentração em rotavapor

Extrato Etanólico Bruto

SolubilizaçãoColuna filtrante

Partição líquido-líquido

HexanoConc. rotavapor

CHCl3Conc. rotavapor

AcOEtConc. rotavapor

Fase hexânica Fase CHCl3 Fase AcOEt

Extração dos constituintes químicos

Triagem fitoquímica de extratos vegetais

Elucidação estrutural dos constituintes químicos

Espectrometria no Infravermelho (IV) Espectrometria de massa (EM)

Ressonância Magnética Nuclear de 1H Ressonância Magnética Nuclear de 13C

Os

prod

utos

nat

urai

s: d

iver

sida

de e

stru

tura

l

OH

OH

Mentol Linalol

O

O

Ascaridol

O

O

Rotundifolona

HO

Lupeol

O

O

OH

Lapachol

OH

O

HO

HO

Ácido caféico

O O

O

Psoraleno

O

O

CH3

CH3

HO

HO

OH OH

OH OH

Hipericina

O

OO

O

MeO

OMe

OMe

OH

Podofilotoxina

OHO

OH

OH

OH

OH

H

H

Epicatequina

O

O

HO

OH

OH

OH

OH

Quercetina

NH

MeO

HO

HO

NMe

MeO

MeO

OMe

MeO

N

O

MeO

HO

N

O

O

OMeO

N

MeO

MeO

OMe

OMeAlcalóides

Os

prod

utos

nat

urai

s: d

iver

sida

de e

stru

tura

l

Processo de descoberta de fármacosNúmero de compostos

10.000 → 1.000 → 10 → 1

Candidatos a fármacos

New Chemical Entities (NCE)Fármaco

Drug

Pesquisa básica Descoberta Fase pré-clínica Fase clínica Comercial

Identificação do alvo

Validação do alvo

Identificação do protótipo

Otimização

Farmacologia ToxicologiaFase

I, II e III

Fase

IV ~ 15 anos

N N

F3C

SO O

NH2

CH3

N

S

O

N CH3

CH3H

COOH

H H

O

CO2Me

OH

O

O

HO

HO

HNMe

N

Cl

HN

A pesquisa farmacológica...

Camundongos Swiss (Mus musculus), machos, albinos,

pesando entre 30-40 g

Ratos Wistar (Rattus novergicus), machos, albinos

com peso entre 250-350 g

Atividade farmacológica: ensaios pré-clínicos

A ocorrência de morte é verificada após 24, 48 e 72 h

Observações para avaliação da atividade autônoma, motora e reflexos a cada 30 min., durante 4 h

consecutivas

2 grupos (5 machos e 5 fêmeas)Administração de até 5 g/kg v.o do EEB da planta

(Resolução Nº 90/04 ANVISA)

Avaliação da toxicidade aguda

Contorções abdominais induzidas por ácido acético

Pré-tratamento

Veículo

Extrato

AAS

Morfina

60’

Ác. acético 0,9%

via i.p.

5’

Parâmetro observado:

número de contorções abdominais

15’

Teste da formalina

Pré-tratamento

Veículo

Extrato

AAS

Morfina

60’

Formalina 2%

via s.c.

5’ 30’0’

1ª fase

Dor neurogênica

15’

2ª fase

Dor inflamatória

Parâmetro observado: tempo de lambida da pata (licking time)

Teste da placa quente

Tratamento

Veículo

Extrato

Morfina

0’

Valor basal

60’ 120’30’ 90’

Parâmetro observado: tempo de latência

(retirar ou lamber da pata)

Alguns resultados...

Amburana cearensis

Amburana cearensis

Amburana cearensis

Amburana cearensis

Selaginella convoluta

HPLC-DAD de Selaginella convoluta

1

Selaginella convoluta

Control 100 200 400 ASA Morph0

5

10

15

20

25

**

**** **

**

Sc-EtOH (mg/kg)

Num

ber

of w

rith

ings

Fig. 1. Effect of ethanolic extract of the Selaginella convoluta (Sc-EtOH) on aceticacid induced writhing test. Values are mean ± S.E.M. **p < 0.01, significantlydifferent from control; ANOVA followed Dunnett’s test (n = 6, per group).

Selaginella convoluta

Control 100 200 400 ASA Morph0

10

20

30

40

50

60

70

Sc-EtOH (mg/kg)

**

**

First phase

** **Li

ckin

g tim

e (s

)

Fig. 2. Effect of ethanolic extract of Selaginella convoluta (Sc-EtOH) on formalintest (first phase). Values are mean ± S.E.M.; **p < 0.01, significantly different fromcontrol; ANOVA followed Dunnett’s test (n = 6, per group).

Selaginella convoluta

Control 100 200 400 ASA Morph0

10

20

30

40

50

Sc-EtOH (mg/kg)

Second phase

**

**

**

**

*Li

ckin

g tim

e (s

)

Fig. 3. Effect of ethanolic extract of Selaginella convoluta (Sc-EtOH) on formalin test(second phase). Values are mean ± S.E.M.; *p < 0.05, **p < 0.01, significantlydifferent from control; ANOVA followed Dunnett’s test (n = 6, per group).

Selaginella convoluta

30 60 90 1200.0

2.5

5.0

7.5

10.0

12.5ControlSc-EtOH 100 mg/kgSc-EtOH 200 mg/kgSc-EtOH 400 mg/kgMorphine 10 mg/kg

** **

**

**** *

Time (min)

Late

ncy

time

(s)

Fig. 4. Effect of ethanolic extract of Selaginella convoluta (Sc-EtOH) on hot platetest. Values are mean ± S.E.M.; *p < 0.05, **p < 0.01, significantly different fromcontrol; ANOVA followed Dunnett’s test (n = 6, per group).

Bromelia laciniosa

HPLC-DAD de Bromelia laciniosa

12 3 4

5

67

8

9

Bromelia laciniosa

0

10

20

SalinaBL-EtOH 125BL-EtOH 250Carbenoxolona

******

***

BL-EtOH

% L

esão

Figura 1. Efeito do extrato (BL-EtOH) sobre úlcera induzida por etanol v.o. (0,2ml/animal),1 h após o tratamento v.o com carbenoxolona (100 mg/kg e veículo emcamundongo. ANOVA one-way seguida do teste de Tuckey,’’’ p<0,001

0

10

20

SalinaBL-EtOH 125BL-EtOH 250Carbenoxolona

***

***

***

BL-EtOH

% L

esão

Figura 2. Efeito do BL-(EtOH) sobre úlcera induzida por etanol acidificado v.o (0,2ml/animal), 1 h após o tratamento v.o. com carbenoxolona (100 mg/kg e veículoem camundongo. ANOVA one-way seguida do teste de Tuckey,*** p<0,001.

Bromelia laciniosa

Encholirium spectabile

HPLC-DAD de Encholirium spectabile

1 3 5

78

9

2

4

6

10

Encholirium spectabile

Neoglaziovia variegata

HPLC-DAD de Neoglaziovia variegata

1

35

7

82

46

Neoglaziovia variegata

Contro

l 50 100

200

400

CARB 100

0

5

10

15

NV-EtOH

***

******

Lesi

on (%

)

Figure 1: Effect of NV-EtOH (50, 100, 200 and 400 mg/kg) and carbenoxolone 100mg/kg (CARB 100) in model of ulcer induced by absolute ethanol in mice. Theresults are shown as means ± S.E.M. of 8 animals/group. ***p< 0.001 (ANOVA andTest Tukey).

B C DA

Contro

l 50 200

400

CARB 100

0

5

10

15

**

******

Lesi

on (%

)

NV-EtOH

Figure 2: Effect of NV-EtOH (50, 200 and 400 mg/kg) and carbenoxolone 100 mg/kg(CARB 100) in model of ulcer induced by ethanol/HCl in mice. The results are shownas means ± S.E.M. of 8 animals/group. **p<0.01 and ***p< 0.001 (ANOVA and TestTukey).

Neoglaziovia variegata

Neoglaziovia variegata

Contro

l 25 100

400

CIM 10

00.0

2.5

5.0

7.5

10.0

***

***

***

Lesi

on (%

)

NV-EtOH

Figure 3: Effect of NV-EtOH (25,100 and 400 mg/kg) and cimetidine 100 mg/kg (CIM100) in model of ulcer induced by ibuprofen in mice. The results are shown as means± S.E.M. of 7 animals/group. ***p< 0.001 (ANOVA and Test Tukey).

Ciência Mercado

Parcerias...

Agradecimentos

Caviúna, cerejeira, baraúna, imbuia, pau-d'arco, solva, juazeiro e jatobá;

Gonçalo-alves, paraíba, itaúba, louro, ipê, paracaúba;

Peroba, massaranduba, carvalho, mogno, canela, imbuzeiro;

Catuaba, janaúba, aroeira, araribá;

Pau-ferro, angico, amargoso, gameleira, andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá.

Matança (Jatobá/ Xangai)

Obrigado!!!

jackson.guedes@univasf.edu.br

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