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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ORIENTAÇÃO
EDUCACIONAL
Autora: Rosana Cristina Ferreira Silva
Revisão atualizada segundo o novo acordo ortográfico: Profª. Ms. Camila Menezes
Coordenação Pedagógica INSTITUTO PROMINAS
MÓDULO – 3
Impressão e
Editoração
APOSTILA RECONHECIDA E AUTORIZADA NA FORMA DO CONVÊNIO FIRMADO ENTRE UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
E O INSTITUTO PROMINAS.
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SUMÁRIO
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3
UNIDADE 2 - A PEDAGOGIA E A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL ......................................................... 6
UNIDADE 3- UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL ............................ 12
UNIDADE 4 - FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL ..................................................... 20
UNIDADE 5 - AS CARACTERÍSTICAS DO ORIENTADOR EDUCACIONAL ....................................... 27
UNIDADE 6 - AS PRÁTICAS DO ORIENTADOR EDUCACIONAL ......................................................... 33
UNIDADE 7 - CRIANDO ESPAÇOS PARA EDUCAR .................................................................................. 44
UNIDADE 8 - O ORIENTADOR E O PLANEJAMENTO............................................................................. 51
UNIDADE 9 - PASSOS PARA O PLANEJAMENTO DO ORIENTADOR ................................................. 52
UNIDADE 10 - O ORIENTADOR ESCOLAR: AGENTE DE MUDANÇAS ............................................... 54
UNIDADE 11 - PROFISSIONAIS ABERTOS PARA A EDUCAÇÃO DO FUTURO ................................. 57
UNIDADE 12 - O ORIENTADOR: GESTOR, LÍDER, DIRIGENTE, ORGANIZADOR E CRIADOR .. 59
UNIDADE 13 - ORIENTADOR: POSTURA CRÍTICA E REFLEXIVA ..................................................... 62
UNIDADE 14 - O ORIENTADOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS ............................................................. 64
UNIDADE 15 - A FUNÇÃO DA ESCOLA E A FAMÍLIA ............................................................................. 67
UNIDADE 17 - ATUAÇÃO, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO ORIENTADOR EDUCACIONAL ............................................................................................................................................................................... 70
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................................... 75
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 78
ANEXOS .............................................................................................................................................................. 80
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UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO
A presente apostila aborda as práticas e a missão do profissional em
Orientação Educacional. Para tanto, faz-se necessário uma reflexão crítica sobre os
fatores relativos ao processo educacional e sobre as questões ligadas às relações
entre os diversos segmentos atuantes na escola, tendo em vista, a produção coletiva
do projeto político pedagógico, os docentes, discentes, direção, família e toda a
comunidade escolar.
Não é coerente tratar sobre a atuação do trabalho do Orientador Profissional
sem mencionar o seu contexto e os interlocutores que estão diretamente dentro de
uma instituição de ensino, onde vivenciam quase as mesmas experiências, conflitos
e desafios pertinentes na educação. Diante disso, é preciso ter como ponto de
partida, a necessidade de discorrer sobre os aspectos citados para melhor
compreensão da prática dos especialistas educacionais que visam facilitar a
realização de uma atividade mais satisfatória possível para todos àqueles que
compõem o cenário institucional.
Diante dessas premissas, este estudo compõe-se de capítulos, todos eles
voltados para a teoria e a prática da ação sócio-educativa do orientador educacional.
O primeiro capítulo “A pedagogia e a orientação educacional” trata da
importância do especialista remeter-se ao cerne da questão das concepções
sustentadoras da construção pedagógica, colocada como pedra angular do trabalho
educativo com o intuito de repensar que tipo de ser humano se pretende formar e
para quem se propõe a fazer pedagogia, visto que trata-se de um desafio e se
baseia em prática e teoria.
O capítulo seguinte é um breve histórico da sistematização da Orientação
Educacional, apontando anos de luta e trabalho à frente da profissionalização do
orientador, alcançando grande repercussão entre os que atuam nessa área.
Considera-se que a historicidade da Pedagogia dentro da proposta de teoria e
prática da ação sócio-educativa, torna-se necessária para compreender os fatores
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que mobilizam a atuação do orientador, viabilizando qualquer tentativa de levá-lo a
aceitar e a compreender as demais pessoas que dependem do seu trabalho.
O capítulo terceiro “Fundamentos da Orientação Educacional” resgata a
importância da teoria que sustenta os aspectos ligados ao orientador e ao seu fazer
pedagógico. O capítulo “As características do Orientador Educacional” procura
demonstrar o lugar da educação para a vida na formação da criança e do jovem
como pessoa, como cidadão e como trabalhador.
O capítulo “As práticas do orientador educacional“ baseia-se nas práticas do
especialista e visa dotar os educadores de um instrumento prático e eficaz para
colher de forma humana e eficaz as crianças e os adolescentes a quem se dirige o
trabalho. Nesta parte também é abordado a importância do trinômio
família/escola/trabalho na trajetória da atuação do orientador educacional que
viabiliza o processo de construção da identidade e do projeto de vida dos
educandos.
O capítulo “Criando espaços para educar”, orienta a questão da abordagem
de criar um espaço harmonioso, com uma esfera cidadã. A intenção é apresentar os
muitos lugares possíveis de educar, colocando as crianças e os jovens de mãos
dadas com as mais diversas manifestações do conhecimento, e remete à visão do
educador como um criador de condições para que a educação aconteça em muitas
ocasiões.
No capítulo “O orientador e o planejamento”, trabalha-se a importância da
prática do planejamento, enquanto instrumento que direciona a capacidade humana
para conviver com a diversidade e utilizá-la para crescer.
No capítulo “Os passos para o planejamento do orientador”, trata-se da
importância de planejar, bem como os passos fundamentais para a sua elaboração,
execução e avaliação, pois os educadores lidam com crianças e adolescentes atores
do processo educativo, diante disso, o educador deve ter iniciativa, compromisso e
liberdade, abrindo espaços no seu planejamento para atender aos alunos como
parte fundamental do trabalho pedagógico.
No capítulo “O Orientador escolar: agente de mudanças”, procurou-se
resgatar o papel central da missão do educador como um agente motivador de
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mudanças dentro da escola, mostrando que este especialista é mais do que um
simples especialista e técnico, é um profissional.
Em todos os capítulos seguintes, buscou-se encarar de frente a questão da
atuação do orientador educacional na perspectiva do profissionalismo, da
capacidade de liderar, da capacidade de gerir conflitos, no poder das palavras, na
importância do especialista conhecer e utilizar as novas tecnologias, a função da
escola cidadã e a relação das práticas pedagógicas com as habilidades e
competências pessoais. Estes são assuntos abordados em termos pedagógicos.
O conteúdo deste estudo não se esgota aqui, é preciso buscar mais
experiências e conhecimentos para ampliar o que se conhece até agora acerca das
práticas pedagógicas do Orientador Educacional.
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UNIDADE 2 - A PEDAGOGIA E A ORIENTAÇÃO
EDUCACIONAL
A Pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objetivo é a reflexão, ordenação, a
sistematização e a crítica do processo educativo. A palavra Pedagogia tem origem
na Grécia antiga, paidós que quer dizer criança; e agogé que quer dizer condução.
Em outras palavras, a pedagogia é entendida como o processo de condução da
criança ao saber. Reza a filosofia grega que, na Grécia antiga, os escravos tomavam
conta das crianças e as conduziam também em seus estudos. (CHAUI, 2001).
Com os avanços em todas as esferas e segmentos, a pedagogia tomou uma
proporção muito grande em seu sentido, adotando uma filosofia muito mais ampla
do que se pode imaginar. A título de ilustração, pode-se apresentar como exemplo
que a pedagogia abrange várias areas do conhecimento. Ela não está presenta
apenas em instituições de ensino, ela está presente, cada vez mais, em instituições
privadas e em organizações empresariais de vários ramos de atividade, então a
presença do pedagogo se fez mais notória na Pedagogia Empresarial, Pedagogia
Social, na Pedagogia de projetos, na Pedagogia da autonomia e muitos outros
termos e segmentos que vêm utilizando os pressupostos e as premissas da
Pedagogia.
Atualmente, denomina-se pedagogo o profissional cuja formação é a
Pedagogia, que no Brasil é uma graduação da categoria de Licenciatura ou Gestão
Escolar como a administração escolar, orientação pedagógica e coordenação
educacional. Devido a sua abrangência, a Pedagogia engloba diversas disciplinas,
que podem ser reunidas em três grupos básicos: Disciplinas filosóficas, Disciplinas
científicas e Disciplinas técnico-pedagógicas.
Fazer pedagogia, porém, não basta apenas conhecer a sua semântica, vai
muito mais além das palavras. Para Freire (1992), não existe pedagogia, isto é,
teoria que implique os fins e os meios da ação educativa, que não tenha, em sua
base, proclamados ou não, um conceito de homem e um conceito de mundo. Essas
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palavras de Freire (1982) levam o educador ao cerne da questão das concepções
sustentadoras da construção pedagógica.
Makarenko (1986), afirma que a pedagogia é a pedra angular do trabalho
educativo, levando a pessoa a repensar e a questionar sobre que “tipo de homem”
se pretende formar, colocando o sujeito diante da importância do dado antropológico
para quem se propõe a fazer pedagogia.
Esta estreita articulação da pedagogia com o conceito de homem e ideologia
é a outra pedra angular da formulação pedagógica. A visão de mundo do educador
condiciona fortemente o perfil dos fins e dos meios de sua práxis.
Ao lado dos conceitos de homem e de mundo apontados por Freire (1992),
encontra-se o conceito de conhecimento. A epistemologia adotada pelo educador é
mediação necessária na articulação das visões de homem e de mundo com o
instrumento teórico-prático por meio do qual se concretiza o ato pedagógico.
Sendo assim, é com base neste tripé homem/mundo/conhecimento que é
possível compreender a construção de uma proposta pedagógica dirigida às
crianças e aos jovens.
Pode-se afirmar que o trabalho pedagógico, social e educativo dirigido às
crianças e aos jovens, principalmente aos adolescentes em situação de dificuldade e
infratores, encontra-se entre todos no cenário educacional num estágio pré-
pedagógico. Na área do oficialismo, ou seja, segurança pública, justiça e bem-estar
do menor; predominam ainda as concepções correcionais-repressivas herdadas do
passado autoritário. Então, onde está a presença da Pedagogia?
O período democrático acrescentou a esse quadro nenhuma proliferação,
pelas diversas regiões do país, dos grupos de extermínio de adolescentes em
situação de vulnerabilidade pessoal e social, sendo que, na maior parte do país, as
concepções e práticas vigentes nesse campo ainda são as mesmas de décadas
atrás, não houve quase nenhuma prática pedagógica que colaborasse com o
crescimento humano de crianças e jovens nas escolas.
Conferir cidadania pedagógica ao trabalho social e educativo do orientador
dirigido à criança e ao adolescente é, pois, uma tarefa urgente e necessária. É
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preciso começar a fazer pedagogia para que não continue a predominar, nessa área
de atividade, a transgressão sistemática dos direitos humanos e de cidadania dessa
fração relegada à infância e da juventude. O homem deve ser visto como um ente
capaz de assumir-se como sujeito da sua história, agente de transformação de si e
do mundo, fonte de iniciativa, liberdade e compromisso nos planos pessoal e social.
Para isso, é fundamental, desde cedo, que as crianças e adolescentes percebam a
sua capacidade de transformar-se e de transformar o mundo, estes são
pressupostos pelo qual deveria ser direcionada a atuação pedagógica.
Para Makarenko (1986) o homem não é um ser puramente determinado pelas
condições de seu meio. Se ele é produto das relações sociais vigentes, não pode-se
ignorar que ele é também produtor dessas mesmas relações, cabendo-lhe, através
de uma prática pedagógica crítica e transformadora, instaurar um mundo
propriamente humano.
Por outro lado, o homem também não é uma liberdade pura, desencarnada
da sociedade e da luta de classes, uma vez que a sua história, embora tendo-o
como sujeito, não é feita nas condições escolhidas por ele e, sim, em condições
dadas que o antecedem e que o ultrapassam. Estas premissas remetem o
orientador educacional a repensar a sua identidade e a sua praxis.
O orientador educacional é uma especialidade do pedagogo, através de
cursos de habilitação, incorporada ou não à licenciatura em pedagogia, ou através
de especialização. O orientador educacional atua junto ao corpo discente das
instituições de ensino, acompanhando as atividades escolares, bem como o
desempenho do estudante, seja em termos de rendimento ou de comportamento.
Em face das questões supracitadas, não basta porém, que o orientador
educacional tenha uma formação inicial e pare por aí, contentando-se com o que
aprendeu na univarsidade, é preciso que ele compreenda que o cenario educacional
é dotado de inumeras situações, fazendo com que o verdadeiro educador reconheça
a necessidade de uma formaçõa contínua para que possa sobressair-se e dar conta
da sua relidade.
Outro fator reevante, é o especialista da educação saber quais são suas
atribuições, para que desta forma, o orientador educacional realize seu trabalho com
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mais qualidade, eficiência e compromisso. Segundo o CBO – Classificação
Brasileira de Ocupação - (2002), faz parte da atuação e do trabalho pedagógico do
especialista educacional:
A - IMPLEMENTAR A EXECUÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO
1 Acompanhar o desenvolvimento do trabalho docente
2 Assessorar o trabalho docente
3 Administrar a progressão da aprendizagem
4 Observar o processo de trabalho em salas de aula
5 Visitar rotineiramente as escolas
6 Acompanhar a produção dos alunos
7 Acompanhar a trajetória escolar do aluno
8 Elaborar textos de orientação
9 Produzir material de apoio pedagógico
10 Observar o desempenho das classes
11 Analisar o desempenho das classes
12 Reunir-se com conselhos de classe
13 Observar conselhos de classe e de escola
14 Analisar as reuniões de conselho de classe e de escola
15 Analisar a execução do plano de ensino e outros regimes escolares
16 Sugerir mudanças no projeto pedagógico
17 Coordenar projetos e atividades de recuperação da aprendizagem
18 Fiscalizar o cumprimento da legislação e do projeto pedagógico
19 Coletar diferentes propostas de coordenação, supervisão e orientação como subsídios
20 Administrar recursos de trabalho
21 Administrar conflitos disciplinares entre professores e alunos
22 Intervir na aplicação de medidas disciplinares
23 Aplicar sanções disciplinares em consonância com o regimento escolar
24 Emitir pareceres para autorização de escolas particulares
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Quadro 1 – Tarefas do especialista da Educação.
Fonte: CBO - Classificação Brasileira de Ocupações
Educar é sempre uma aposta no outro, mas para isso, é preciso conhecer o
outro e sobretudo conhecer o que se deve fazer, observando o processo de trabalho
em salas de aula. O educador é aquele que buscará sempre crer para ver e deve
acreditar que existam nas crianças e nos jovens com quem se trabalha, qualidades
que muitas vezes não se fazem evidentes nos seus atos, então para desempenhar
bem o seu trabalho educativo ele precisa saber administrar conflitos disciplinares
entre professores e alunos.
Por isso, a trajetória dos verdadeiros educadores, longe do senso comum,
frequentemente se dá na aventura e no risco, pois apostar no educando em situação
pessoal e social implica algumas atitudes e posturas básicas por parte do educador,
que segundo o CBO é saber interpretar as relações que possibilitam ou
impossibilitam a emergência dos processos de ensinar e de aprender. Deste modo,
o orientador deve procurar ver em cada educando a quem dirige o trabalho, não
aquilo que os separa ou os diferencia dos demais alunos de sua idade, mas sim tudo
aquilo que ele tem em comum com todos os demais.
Ainda de acordo com o CBO, em relação à questão da coordenação de
projetos e atividades de recuperação da aprendizagem, o especialista em educação
não perguntar o que o educando não sabe, o que ele não tem, o que ele não traz de
sua vida familiar ou comunitária. Ao contrário, cumpre procurar descobrir o que o
educando é, o que ele sabe, o que ele traz de bom consigo, o que ele se mostra
capaz de fazer. Só assim poderá evitar a comparação com um suposto padrão de
normalidade existente da aprendizagem, traçando deles um perfil negativo.
Nos pressupostos do CBO, em relação à questão do conhecimento do
passado do educando deve ser utilizado pelo orientador apenas com uma finalidade:
impedi-lo de colocar a exigência antes da compreensão; ser exigente, pois a
25 Organizar encontro de educandos
26 Interpretar as relações que possibilitam ou impossibilitam a emergência dos processos de
ensinar e de aprender
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exigência é, antes de mais nada, um sinal de respeito do educador pelo educando.
Em cada momento, contudo, deve-se fazer a exigência cabível, a exigência possível
de ser feita.
Observadas essas posturas básicas, cabe ao educador apostar no educando,
abrindo espaços nos quais ele possa experimentar-se como fonte de iniciativa,
liberdade e compromisso e responsabilidade consigo mesmo e com os outros. Essa
aposta frequentemente nada tem de tranquila. Como toda aposta, ela é um contrato
de risco entre o educador e o educando.
Makarenko (1986) afirma que em algumas vezes a angústia, a tensão, a
irritação pela “perda” fazem com que o educador sofra e se desgaste com os
resultados dessas tentativas. Isso, porém, faz parte do ofício. São percepções e
sentimentos que não pode ser abandonada de todo, por mais que se tenha
capacidade e experiência. Para Makarenko (1986) a pedagogia continua a ser uma
ciência árdua e sutil.
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UNIDADE 3- UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Desde 1942 as leis brasileiras fazem obrigatória a orientação educacional nas
escolas. Na maior parte dos casos, os orientadores educacionais são consultores
para a Direção e interlocutores entre os pais, o aluno e a escola. Disciplinam o
estudante, reúnem-se e discutem problemas didáticos e disciplinares com os
professores e com os pais do aluno, aplicam e interpretam testes padronizados,
promovem eventos que estimulam o relacionamento interpessoal, e aconselham o
encaminhamento a psicólogos e psiquiatras dos casos de desvios mais complexos.
De acordo com as pesquisas de Aguiar & Scheibe (1999), o curso de
pedagogia foi criado no Brasil devido à grande preocupação com a preparação de
professores dirigidos à escola secundária. Sendo assim, surgiu junto com as
licenciaturas, instituídas ao ser organizada a antiga Faculdade Nacional de Filosofia,
da Universidade do Brasil, pelo Decreto-lei no 1190 de 1939.
Aguiar & Scheibe (1999) salientam que essa faculdade visava à formação
bacharéis e licenciados para atuar em várias áreas do conhecimento, entre elas, a
área pedagógica. A duração prevista era de um ano, estavam justapostas às
disciplinas de conteúdo, com duração de três anos. Formava-se então o bacharel
nos primeiros três anos dose-lhe o diploma de licenciado no grupo de disciplinas que
compunham o curso de bacharelado.
De acordo com as propostas estabelecidas, como bacharel, o pedagogo
poderia ocupar cargo de técnico de educação, do Ministério de Educação, campo
profissional muito vago e, posteriormente, após concluído o curso de didática,
conferia a este profissional às suas funções.
Para Aguiar & Scheibe (1999), como licenciado, o principal campo de trabalho
do pedagogo era o curso normal, um campo não exclusivo dos pedagogos, uma vez
que, pela Lei Orgânica do Ensino Normal, para lecionar nesse curso era suficiente o
diploma de ensino superior. Apesar de alguns retoques feitos na sua estrutura em
1962, esse quadro do curso de pedagogia perdurou até 1969, quando este foi
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reorganizado, sendo então abolida a distinção entre bacharelado e licenciatura e
criadas as “habilitações”, cumprindo o que acabava de determinar a lei n 5540/68.
A concepção presente no modelo anterior permaneceu na nova estrutura,
assumindo apenas uma feição diversa: o curso foi dividido em dois blocos distintos e
autônomos, desta feita, colocando de um lado as disciplinas dos chamados
fundamentos da educação e, de outro, as disciplinas das habilitações específicas.
Deste modo, o curso de pedagogia passou então a ser predominantemente
formador dos denominados “especialistas” em educação, ou seja, o supervisor
escolar, o orientador educacional, o administrador escolar, e o inspetor escolar.
O Parecer CFE no 252/69, incorporado à Resolução CFE no 2/69, que fixou
os mínimos de conteúdo e duração a serem observados na organização do curso de
pedagogia, até hoje em vigor, baseou-se na concepção de que as diferentes
habilitações deveriam ter uma base comum de estudos, constituída por matérias
consideradas básicas à formação de qualquer profissional na área, e uma parte
diversificada, para atender às habilitações específicas.
A base comum foi composta pelas seguintes disciplinas: sociologia geral,
sociologia da educação, psicologia da educação, história da educação, filosofia da
educação e didática. A parte diversificada, para cada uma das habilitações, ficou
estabelecida: para a habilitação o ensino das disciplinas e atividades práticas dos
cursos normais, as seguintes matérias: estrutura e funcionamento do ensino de 1o
grau, metodologia do ensino de 1o grau, prática de ensino na escola de 1o grau
(estágio); para a habilitação de “Orientação educacional”, as matérias: estrutura e
funcionamento do 1o grau, estrutura e funcionamento do ensino de 2o grau,
princípios e métodos de orientação educacional, orientação vocacional e medidas
educacionais.
Para a habilitação de Administração escolar, as matérias: estrutura e
funcionamento do ensino de 1o grau, estrutura e funcionamento do ensino de 2o
grau, princípios e métodos de administração escolar e estatística aplicada à
educação.
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Para a habilitação de Supervisão escolar, as matérias: estrutura e
funcionamento do ensino de 1o grau, estrutura e funcionamento do ensino de 2o
grau, princípios e métodos de supervisão escolar e currículos e programas.
Para a habilitação de Inspeção escolar, as matérias selecionadas foram as
seguintes: estrutura e funcionamento do ensino de 1º grau, estrutura e
funcionamento do ensino de 2º grau, princípios e métodos de inspeção escolar e
legislação do ensino.
A legislação anteriormente referida fixou que o título único a ser conferido
pelo curso de pedagogia passava a ser o de licenciado, por entender que todos os
diplomados poderiam ser, em princípio, professores. No atual cenário, pós-LDB,
demarcam-se com nitidez os novos campos de disputa, reacendendo-se as lutas em
torno do novo locus e da configuração dos cursos de formação dos profissionais da
educação. (AGUIAR & SCHEIBE, 1999),
A introdução na LDB dos Institutos Superiores de Educação (ISE) abriu
espaço para que as propostas que não tiveram condições históricas de se impor no
debate nacional ressurgissem travestidas em forma de lei. Com isso, foram dadas as
condições para uma nova formatação dos cursos de licenciatura e de pedagogia,
com sérias implicações para a formação qualificada de professores e demais
profissionais da educação.
No caso do curso de pedagogia, rompe-se, na prática, com a visão orgânica
da formação docente que vinha sendo construída no país nas últimas décadas.
Acentua-se, por imposição legislativa, a dicotomia entre a formação para atuar na
educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental e a destinada às séries
finais desse nível de ensino e do ensino médio.
Impõe-se tal paradoxo no interior do locus de formação dos profissionais da
educação, além de se atribuir aos institutos a prerrogativa da formação dos
professores no setor privado. Com isso, aplaina-se o caminho para o esvaziamento
do curso de pedagogia e para o sucesso das propostas que visam dele retirar a
base da docência, transformando-o na prática em um bacharelado.
O debate sobre a formação do educador no curso de pedagogia expressa
hoje o conflito de posições teórico-metodológicas, epistemológicas. Na tentativa de
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mediar o processo, a Comissão de Especialistas de Ensino de Pedagogia, com base
na análise de propostas de formação do profissional de educação, oriundas de mais
de 500 instituições de ensino superior do país e nas contribuições das diversas
entidades do campo educacional (Anped, Anfope, Anpae, Fórum dos Diretores de
Faculdades de Educação), apresentou uma proposta de diretrizes curriculares a ser
encaminhada ao Conselho Nacional de Educação.
Essa comissão assumiu a tese de que o curso de pedagogia destina-se à
formação de um profissional habilitado a atuar no ensino, na organização e na
gestão de sistemas, unidades e projetos educacionais e na produção e difusão do
conhecimento, em diversas áreas da educação, tendo a docência como base
obrigatória de sua formação e identidade profissional.
Sendo assim, o pedagogo poderá atuar na docência na educação infantil, nas
séries iniciais do ensino fundamental e nas disciplinas de formação pedagógica do
nível médio. E ainda na organização de sistemas, unidades, projetos e experiências
educacionais escolares e não-escolares; na produção e difusão do conhecimento
científico e tecnológico do campo educacional; nas áreas emergentes do campo
educacional.
Com essa formulação, contemplam-se os campos de atuação do pedagogo,
que tendo como fulcro a formação docente, será chamado a exercer papel
importante em outras funções do campo educacional.
Entende-se que tal perspectiva rompe com a tradição tecnicista de separar o
saber e o fazer, a teoria e a prática. E aí cabe um papel importante às instituições de
ensino superior que poderão ofertar uma formação que respeite a sua vocação, o
seu interesse, a demanda local e sua função social. Essas concepções estão na
base da organização da estrutura curricular proposta que abrange duas partes
intrinsecamente relacionadas: os conteúdos básicos e a parte diversificada ou de
aprofundamento.
A primeira parte engloba “um núcleo de conteúdos básicos, articuladores da
relação teoria e prática, considerados obrigatórios pelas IES para a organização de
sua estrutura curricular e relativos: (LUCK, 2001).
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Ao contexto histórico e sociocultural, compreendendo os fundamentos
filosóficos, históricos, políticos, econômicos, sociológicos, psicológicos e
antropológicos necessários para a reflexão crítica nos diversos setores da educação
na sociedade contemporânea;
Ao contexto da educação básica, compreendendo:
O estudo dos conteúdos curriculares da educação básica escolar;
Os conhecimentos didáticos; as teorias pedagógicas em articulação com as
metodologias; tecnologias de informação e comunicação e suas linguagens
específicas aplicadas ao ensino;
O estudo dos processos de organização do trabalho pedagógico, gestão e
coordenação educacional;
O estudo das relações entre educação e trabalho, entre outras,demandadas
pela sociedade;
Ao contexto do exercício profissional em âmbitos escolares e não-escolares,
articulando saber acadêmico, pesquisa e prática educativa. A outra parte diz respeito
aos tópicos de estudo de aprofundamento e diversificação da formação.
A Comissão de Especialistas entendeu ser necessária a diversificação na
formação do pedagogo, para atender às diferentes demandas sociais e para articular
a formação aos aspectos inova-dores que se apresentam no mundo contemporâneo.
Tal diversificação pode ocorrer através do aprofundamento de conteúdos da
formação básica e pelo oferecimento de conteúdos voltados às áreas de atuação
profissional priorizadas pelo projeto pedagógico da IES.
É importante também destacar que, se respeitado o princípio de flexibilização
curricular, as diferentes modalidades podem ser concomitantes, complexificando-se
e verticalizando-se de acordo com o desenvolvimento do curso no campo da
educação.
A prática pedagógica, por sua vez, é configurada como um trabalho coletivo
da instituição e do projeto pedagógico, o que implica que todos os professores
responsáveis pela formação do pedagogo deverão participar, em diferentes níveis,
da formação teórico-prática de seu aluno. (TEDESCO, 2001).
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Nesse sentido, a relação teoria e prática será considerada como eixo
articulador da produção do conhecimento na dinâmica do currículo. A prática
pedagógica expressa-se mediante três modalidades. A primeira modalidade,
percebida como instrumento de integração do aluno com a realidade social,
econômica e do trabalho de sua área/curso, possibilita a interlocução com os
referenciais teóricos do currículo. (LUCK, 2001).
Pretende-se que seja iniciada nos primeiros anos do curso e acompanhada
pela coordenação docente da instituição de ensino superior. Essa modalidade de
estágio deve permitir a participação do aluno em projetos integrados, favorecendo a
aproximação entre as ações propostas pelas disciplinas/áreas/atividades. O curso
de pedagogia, no percurso de sua existência, talvez pela própria amplitude da área
que o denomina, foi se amoldando aos interesses hegemônicos dos projetos
educativos vigentes.
A opção histórica que faz sentido configurar neste momento é aquela que
resulta de um trabalho de mediação que não apenas contemple uma discussão
conceitual, mas também a complexidade histórica do curso, e o seu papel no
encaminhamento das questões educacionais. É a mediação da discussão nacional,
daqueles que estão envolvidos com a prática, que pode dar a direção mais correta
para o momento histórico. (LUCK, 2001).
A Orientação Escolar vem da ação exercida à ação repensada, pois de
acordo com Medina (2004) a trajetória da Orientação Escolar passa por 5
momentos:
Ação voltada para o ensino primário – no primeiro momento de sua história a
Orientação Escolar ocupava-se unicamente do ensino primário.
Ação Supervisora – Referências da primeira fase da Revolução Industrial o
segundo momento emerge com o crescimento da população, indicando a
necessidade de mais professores. A escola passa a ser uma instituição complexa e
hierarquizada, assemelhando-se pouco a pouco, às empresas.
Ação como forma de treinamento e orientação – neste momento a Orientação
é influenciada pelas teorias administrativas e organizacionais que assinalam uma
etapa importante da sua história no Brasil.
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Ação de questionamentos das últimas décadas – este momento coincide com
o final da década de 70 e início da década de 80. A sociedade brasileira começa a
ser questionada e como consequência a escola é influenciada pelos trabalhos de
alguns autores nacionais e estrangeiros que assinalam um novo movimento à
respeito da escola e seu papel na sociedade. Começam a surgir indagações muito
profundas à respeito do papel da escola como um todo e da ação do especialista.
Ação repensado da escola – momento final da década de 80 e início dos anos
90. Autores enfatizam a escola como local de trabalho, onde o sucesso do aluno não
depende exclusivamente do conhecimento de conteúdos, métodos e técnicas. A
escola passa a ser o local onde todos aprendem e ensinam, cada um ocupando o
seu lugar e onde o orientador tem uma contribuição específica e importante a dar no
processo de “Ensinar e Aprender”. Esse momento aponta para um orientador
pesquisador dentro da escola e da comunidade, compreendendo o movimento que
envolve as relações entre professor, aluno, de forma simultânea.
Deste modo, o Orientador Educacional continuou em busca constante de uma
nova formação, de uma nova consciência crítica reflexiva com o intuito de direcionar
a sua ação, às vezes recuando, às vezes avançando, de acordo com a realidade,
com o momento e com a situação. (LUCK, 2001).
A necessidade da Orientação Escolar deve-se ao desenvolvimento e ao
dinamismo do mundo moderno, de tal forma que este dinamismo e grandes avanços
trouxeram a necessidade de uma urgente reformulação na Educação.
Deste modo, fez surgir a necessidade de uma orientação mais adequada ao
corpo docente, à escola e à comunidade. Surgiu, portanto, o Orientador
Educacional, que trata-se de um profissional especialista em educação, ente
responsável por tornar a prática educativa flexiva, receptiva às inovações e às
transformações no plano social, científico e tecnológico. (MEDINA, 2004).
Muitas são as tarefas do Orientador Escolar, como a de coordenação,
acompanhamento e orientação da aprendizagem vivenciada, contribui para o bom
nível de ensino.
A participação da Orientação Educacional como especialista em educação
pode ser encarada como uma conquista ao longo dos anos, como diálogo e como
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forma de trabalho dialeticamente do cotidiano, planejando, acompanhando,
avaliando e aperfeiçoando as atividades educativas. (LUCK, 2001).
Constantemente, o trabalho do Orientador Educacional se apóia em
fundamentos e teorias filosóficas e diretrizes educacionais, contribuindo com o valor
científico e como agente integrado no relacionamento professor-aluno, na formação
de valores éticos através de uma ação cooperativa para que a educação atinja seus
objetivos, envolvendo a todos que participam do processo educacional.
Considerando as disposições sobre a educação prevista na Constituição
Federal, na Constituição Estadual e na Lei nº 9394/96 que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional, dando condições de orientação e formação do
Orientador Educacional, cabe a ele a responsabilidade de formar cidadãos críticos,
por isso este profissional deve ser incentivado, motivado e ser reconhecido. (LUCK,
2001).
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UNIDADE 4 - FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO
EDUCACIONAL
Normalmente, a orientação educacional é feita em sala de aula. Há também o
atendimento individualizado a alunos, pais e professores. Além disso, a equipe de
orientação e especialista, de modo geral, coordena Conselhos de Classe e as
reuniões de pais, de representantes de turmas entre outros. De acordo com os
dados do Inep, tem-se:
A Orientação deve ser sistematizada, e dirigida ao educando, visando a
assistir ao aluno no seu desenvolvimento integral, no desenvolvimento de
sua personalidade e em seu ajustamento pessoal e social. (cf. PARECER
de Newton Sucupira nº 632/69. In: Ministério da Educação - A orientação
educacional no ensino de 1º grau. Brasília, jul. 1973)
Ainda, pode-se dizer que a Orientação por especialistas dirigida aos
educandos: crianças, jovens e adultos, individualmente ou em grupo, estão
incumbidos de ajudá-los a escolher e cursar com proveito programas de ensino que
melhor correspondam às suas aptidões e interesses, tendo em conta os resultados
que obtiveram anteriormente e seus planos de emprego ou carreira futura.
Habilitação do curso de Pedagogia." (DUARTE, Sérgio Guerra. Dicionário brasileiro
de educação. Rio de Janeiro: Edições Antares: Nobel, 1986. 175 p.)
Segundo dados da UNESCO, a Orientação educacional inclui conselhos
dados pelos professores e pessoas especializadas, que tinham por finalidade
retificar o mau comportamento dos alunos. O Serviço de Orientação Educacional
está organizado em uma equipe constituída por Orientadores/as Educacionais e
Auxiliares de Orientação Educacional.
O cotidiano pedagógico do orientador é tecido por múltiplas relações que se
constroem no espaço escolar e através do contato escola-mundo. Os movimentos
que ocorrem na educação propõem desafios urgentes quanto à ressignificação de
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conceitos, valores, olhares e vivências, para permitir o diálogo com o outro; aluno,
família.
Diante desta perspectiva, o orientador educacional deve e pode contribuir
para formação de um cidadão capaz de refletir e se posicionar em relação aos
temas de seu tempo. É o papel que o orientador profissional, desempenhar nas
escolas e não apenas mais trabalhar com alunos considerados os problemas da
instituição. A orientação da escola é trabalhar com todos os alunos de tal forma que
estes não sejam considerados alunos-problema.
O novo perfil da orientação é oferecer ao aluno uma formação integral, mais
completa, mais digna, e mais cidadã para que ele se torne um cidadão crítico,
reflexivo e consciente da sua vida, de seus atos e da sua realidade. A orientação
hoje não se restringe na formação de pessoas que simplesmente seguem e imitam
os outros, neste sentido, a orientação dos dias de hoje tem o foco na pessoa
humana como ser único, criativo, com capacidades e limitações, com sonhos e
frustrações, com domínio deste conhecimento do comportamento humano, o
orientador é capaz de direcionar a sua atuação para caminhos mais seguros, firmes
e felizes.
Nesta perspectiva, a Orientação Educacional tem como intuito o
desenvolvimento de um trabalho de acompanhamento e assessoria aos alunos, às
famílias, aos professores, tendo como objetivo nesta práxis a reflexão, o diálogo, a
troca de informações, a escuta e o cuidado, além de abordar os temas transversais.
Como referencial no ato de acompanhamento aos alunos, a Orientação
Educacional trabalha com a perspectiva do desafio e da possibilidade de olhar para
a instituição escolar com esperança e entusiasmo, resgatando a essência do
conceito “cuidado” que representa mais que um ato e sim uma atitude de ocupação,
preocupação, de responsabilização e de desenvolvimento afetivo com o outro.
Mas para que esta atividade seja satisfatória, é necessário que o especialista
tenha pleno conhecimento do projeto político da escola para poder, então, avaliar o
desenvolvimento de todos os processos ocorridos neste cenário, só então o
especialista tem condições de avaliar, diagnosticar e sobretudo atuar de forma
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dinâmica e crítica., para o CBO (2002, é fundamental que o especialista da
educação conheça para avaliar.
AVALIAR O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO PEDAGÓGICO
1 Construir sistema de avaliação
2 Construir instrumentos de avaliação
3 Valorizar experiências pedagógicas significativas
4 Detectar eventuais problemas educacionais
5 Propor soluções para problemas educacionais detectados
6 Assegurar-se da consonância da concepção de avaliação com os princípios do
projeto pedagógico
7 Possibilitar a avaliação da escola pela comunidade
8 Avaliar o desempenho das classes
9 Avaliar o processo de ensino e de aprendizagem
10 Verificar o cumprimento das metas
11 Avaliar a instituição escolar
12 Auto-avaliar-se
13 Avaliar o desempenho profissional dos educadores
14 Avaliar a implementação de projetos educacionais
15 Avaliar os planos diretores
16 Participar das avaliações externas
17 Avaliar os processos de maturação cognoscitiva, psicomotora, linguística e
grafoperceptiva da criança
18 Propor ações que favoreçam a maturação da criança
Quadro 1 – Avaliação e desenvolvimento do especialista.
Fonte: CBO - Classificação Brasileira de Ocupações
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Segundo o CBO (2002), faz parte do trabalho do especialista da educação
participar da avaliação e desenvolvimento do projeto político pedagógico, dos
processos didáticos metodológicos, onde poderá oferecer conhecimentos sobre
métodos a ser aplicados para determinada classe ou para ajudar o professor na
implantação de uma nova sistemática de ensino, oferecendo desta forma um suporte
instrumental aos professores que, consequentemente poderá melhorar a sua prática
docente.
A orientação não está preocupada se o educando está ou não com distúrbio
de aprendizagem, se está ou não com desvios de conduta entre outros
comportamentos atípicos, pois este não é o papel norteador da prática do orientador
educacional.
O papel deste especialista é o da conscientização, de clarificação, de fazer os
alunos repensarem sobre as questões de seu cotidiano, fazer com que eles avaliem
as suas próprias atitudes e condutas, pensarem sobre a produção do seu
conhecimento e do reconhecimento da sua realidade a fim de mudá-la, recriá-la,
modificá-la, enfim, a missão é instigar e motivar os alunos a irem em busca e lutar
pela melhoria constante de suas próprias vidas e do contexto onde vivem. Além
disso, o especialista pode promover:
PROMOVER A FORMAÇÃO CONTÍNUA DOS EDUCADORES:
PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS
1 Formar-se continuamente
2 Atualizar-se continuamente
3 Estudar continuamente
4 Pesquisar os avanços do conhecimento científico, artístico, filosófico e tecnológico
5 Pesquisar práticas educativas
6 Aprofundar a reflexão sobre as teorias da aprendizagem
7 Aprofundar a reflexão sobre currículos e metodologias de ensino
8 Aprofundar a reflexão sobre o desenvolvimento de crianças e jovens
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9 Selecionar referencial teórico
10 Selecionar bibliografia
11 Organizar grupos de estudos
12 Promover trocas de experiências
13 Orientar atividades interdisciplinares
14 Realizar cursos, oficinas e orientação técnica na escola e inter escolas
15 Participar de cursos, seminários e congressos
16 Participar de diferentes fóruns: acadêmicos, políticos e culturais
17 Registrar a produção do conhecimento sobre a prática pedagógica
Quadro 2 – Responsabilidades sobre a formação continuada.
Fonte: CBO - Classificação Brasileira de Ocupações
Quando o especialista se preocupa com a formação continuada,
automaticamente ele está preocupado com a sua atuação. Desta forma, ele terá
mais condições de alcançar um trabalho com sucesso, pois terá mais possibilidades
de conhecer vários aspectos que abrangem a relação da aprendizagem com os
alunos e terá mais chances de provocar nos alunos a socialização e auto-confiança;
uma orientação de estudos; a apropriação dos conteúdos escolares; o
desenvolvimento do raciocínio e possibilitar o trabalho com alunos de diferentes
níveis no desempenho acadêmico numa mesma classe. (TEDESCO, 2001).
Vale ressaltar que é importante contextualizar historicamente a escola, assim,
o orientador deve estar preparado para ser um parceiro da instituição ao ajudar a
pensar as questões sobre a formação do sujeito. O orientador deve, ainda, ser um
parceiro do professor. Este trabalho deve ser desenvolvido como parte integrante do
fazer da Orientação Educacional. O trabalho de assessoria é uma etapa de todo um
processo que se deve fazer ao longo da vida escolar do aluno, desde quando entra
na escola até a sua saída.
Dessa forma, é possível que o orientador consiga realizar o seu trabalho com
eficiência, caracterizando o perfil dos alunos, pois muitos são os questionamentos
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levantados por eles, trazendo à tona uma reflexão sobre como as crianças e os
jovens se situam frente ao mundo e sua forma de se inserirem nele. A angústia, a
dúvida, a certeza, a impaciência, o desejo de que a solução chegue como um passe
de mágica são sentimentos expressos por palavras e atitudes desses alunos.
Em face desses aspectos levantados, o orientador educacional deve levantar
necessidades educacionais e sociais para que o desenvolvimento da orientação
dentro das instituições educacionais seja satisfatório, faz-se imprescindível e exige
um planejamento e traçar objetivos educacionais, buscar uma atualização constante,
um olhar mais aprofundado para as informações sobre o mundo e sobre as
exigências atuais.
Neste sentido, é importante que o orientador mantenha contato com as
famílias, pois é fundamental que haja a participação delas através de debate, de
promoção de palestras, de reflexão e de sensibilização para relacionar os aspectos
com os sentimentos desses alunos que buscam uma orientação do especialista, que
por sua vez deve articular uma ação conjunta da escola com as instituições de
proteção à criança e ao adolescente em todos os sentidos.
COORDENAR A (RE) CONSTRUÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO
1 Levantar necessidades educacionais e sociais
2 Caracterizar o perfil dos alunos
3 Fornecer subsídios para reflexão das mudanças sociais, políticas, tecnológicas e
culturais
4 Contextualizar historicamente a escola
5 Levantar recursos materiais, humanos e financeiros
6 Identificar os princípios norteadores da escola
7 Explicitar os princípios norteadores do projeto pedagógico
8 Estabelecer sintonia entre a política educacional do país e o projeto pedagógico da
escola
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9 Fornecer subsídios teóricos
10 Traçar objetivos educacionais
11 Traçar metas educacionais
12 Planejar ações de operacionalização
13 Articular a ação da escola com outras instituições
14 Articular a ação conjunta da escola com as instituições de proteção à criança e ao
adolescente
15 Assessorar as escolas no planejamento e no atendimento à demanda por vagas
16 Administrar a demanda por vagas
17 Participar da elaboração e reelaboração de regimentos escolares
18 Buscar assessoria para viabilizar o projeto pedagógico
19 Assessorar as escolas
20 Estabelecer sintonia entre a modalidade de aprendizagem e a modalidade de
ensino
21 Promover o estabelecimento de relações que favoreçam a significação do docente,
do discente, da instituição escolar e da família
Quadro 3 – Tarefas de coordenação e orientação.
Fonte: CBO - Classificação Brasileira de Ocupações
Dentro da perspectiva do planejamento da orientação Educacional, deve
desenvolver um trabalho para promover o estabelecimento de relações que
favoreçam a significação do docente, do discente, da instituição escolar e da família
e que não se restringe unicamente ao da Orientação, mas que também estabeleça
uma sintonia entre a modalidade de aprendizagem e a modalidade de ensino num
processo de interação e de democracia.
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UNIDADE 5 - AS CARACTERÍSTICAS DO ORIENTADOR
EDUCACIONAL
Muitas são as características que devem ter o orientador no momento atual
da educação. Espera-se que este profissional coloque-se à frente da realidade
vigente nas escolas, bem como suas mudanças, conflitos, novos conceitos,
concepções e acima de tudo, a questão dos desafios e dos projetos (MEDINA,
2004).
Neste sentido, é possível prever que em muitos casos o profissional de
orientação fique confuso e não compreende se o seu fazer pedagógico ainda está
nos moldes de uma educação que é tradicional, se é possível manter ou mudar,
inovar, mudar de paradigmas, entre outros.
O orientador escolar tem que olhar as escolas considerando suas
dificuldades, buscando uma integração das atividades dos demais setores da
escola, pois isto trata-se de uma de suas atuações.
O orientador escolar deve desempenhar um trabalho democraticamente,
demonstrar autoridade sem autoritarismo, o orientador escolar deve fazer o seu
trabalho a partir da observação constante, prestar atenção no que ouve e no que
pensa a respeito da sua ação na escola e como isso repercute na comunidade
escolar.
Nessa maneira, na ação orientadora, o orientador não é mais aquele sujeito
que possui um super poder de assessorar, acompanhar, controlar e avaliar todo o
trabalho que os professores realizam nas escolas, mas é aquele que constrói com
os professores o seu trabalho diário. (MEDINA, 2004).
Essa construção se faz a partir do trabalho coletivo, do planejamento em
equipe e a partir das realidades existentes nas escolas. A problemática educacional
vivida por todos no atual momento, assume uma importância fundamental,
constituindo não apenas o ponto de partida, mas o constante referencial para a
reflexão e a ação deste profissional.
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Neste sentido, essa realidade vem lançando enormes desafios ao orientador
escolar, aos quais ele deve estar capacitado a responder se pretende que seu
trabalho seja socialmente útil e não reprodutivista, significativo e não destituído de
sentido para o momento histórico presente. (MEDINA, 2004).
Para acontecer essa qualidade de trabalho há necessidade de os
orientadores adquirirem constantemente saberes e conhecimentos concernentes às
várias formas de construir metodologias que facilitem o ato de ensinar e de
aprender, ou melhor, ele deve estar em constante formação.
Assim, as práticas pedagógicas do ensino e da aprendizagem são
construídas a partir do confronto das forças que interagem na escola e não
construídas a priori.
O confronto dessas forças expressa realidades diversas, muitas vezes
contrárias, como sendo o “ponto desencadeador” do processo de ensinar e
aprender, pois a partir desse ponto desencadeador a socialização do ensinar e
aprender acontece.
A qualidade dessa socialização deve ser acompanhada, refletida e estudada
pelo orientador e discutida com o professor, pois ele assume uma importância
fundamental, neste contexto, a figura deste profissional, do qual se espera o
desempenho de um papel significativo em termos de agente de mudanças
planejadas. (GATTI, 1974).
Neste contexto evidenciam-se a necessidade de um profissional bastante
maduro – não em termos de idade cronológica, é claro, mas sim em termos de uma
visão mais ampliada e profunda sobre os problemas educacionais, que implica,
obrigatoriamente, vivência, tanto a nível de docência como a nível de pesquisa,
coordenação e administração.
São necessários profissionais altamente comprometidos com a causa
educacional, que além de conhecimentos sobre orientação, estejam abertos para as
mudanças, a descoberta. Os orientadores educacionais são indivíduos, longe de se
apresentarem prontos e acabados, mas devem ter uma atitude de busca
permanente com o intuito de estar sempre em busca do melhor para si e para a
comunidade escolar onde atua. (MEDINA, 2004).
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O orientador Educacional faz parte da organização, qualquer que seja a
posição ou o papel que nela tenha a desempenhar. Quer como assessor, integrando
o estado-maior da organização, ou como um elemento de linha, responsável por um
departamento ou setor da entidade, ele integra o corpo diretivo ou administrativo do
sistema ou unidade escolar.
Suas atribuições, responsabilidades e autoridades podem variar de
intensidade, porém, são uma constante da atividade orientadora em qualquer
estrutura organizacional. Daí a necessidade de um assessoramento ao professor e
uma orientação de seu trabalho. (MEDINA, 2004).
Tanto as escolas como os sistemas escolares passaram a contar com um
novo especialista – o orientador educacional, o qual, através de um trabalho de
equipe, procura harmonizar a atividade docente e discente, integrando-a num todo
harmônico e conduzindo-a com vistas a alcançar as metas estabelecidas pelos
governantes para o sistema, e, pelas direções, em cada estabelecimento escolar.
O crescimento do número de pessoas envolvidas e a penetração
consequente da orientação no processo educacional e na estrutura das
organizações de ensino trouxeram alguns problemas quanto à posição e o papel que
deve caber aos orientadores nas estruturas organizacionais, pois esta figura era
inexpressiva em nosso sistema educacional até então.
Ao analisar o papel do orientador e suas características, é natural que se
parte da premissa que uma pessoa chega a algum resultado, ou consegue algo,
através de seu esforço pessoal. (MEDINA, 2004).
Porém, quando um professor é escolhido ou indicado para assumir a função
de orientador num sistema ou numa escola, embora ele continue a trabalhar no
mesmo sistema ou na mesma escola, ele passará a viver num outro mundo, numa
nova situação.
Passará a ver a organização por outro ângulo, com novas responsabilidades,
novos problemas e, em muitos aspectos, com menos liberdade e tempo. Ele passa a
ser responsável não só por seu trabalho, mas também pelos trabalhos dos outros.
(MEDINA, 2004).
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Por certo, ele terá que examinar suas atitudes fundamentais em relação ao
trabalho e às pessoas, assim como ao ambiente no qual irá desempenhar suas
funções. Deverá deixar de pensar em termos de “vou fazer este trabalho com minha
própria habilidade e energia”, para chegar à conclusão de que “só conseguirei fazer
este serviço de maneira correta, organizando o trabalho de meus orientandos”.
A responsabilidade do orientador consiste em:
• tornar claro a todos os propósitos da tarefa a desempenhar;
• providenciar os recursos materiais necessários;
• estimular os esforços de todos;
• controlar e orientar atividades;
• tornar o serviço o mais eficiente possível.
O orientador tem que estudar suas próprias maneiras de organizar suas
ações e lidar com os conflitos da escola. Para isso certamente, ele deverá conhecer
a si próprio e à organização na qual exerce as suas funções.
Ele terá responsabilidades com superiores e orientandos; construirá equipes e
fará parte de equipes; não poderá agir como indivíduo, mas como parte, como
membro de uma organização.
Por sua posição-chave na organização, o orientador terá de assumir uma
posição de liderança em relação a seus orientandos, fator básico para o
estabelecimento de relações humanas positivas.
No seu trabalho, ele deve ser um intérprete da política administrativa do
sistema ou da escola, pois via de regra, é através dele que os diretores e/ou
professores tomam conhecimentos gerais da política de trabalho a ser seguida.
As tarefas educacionais, face ao dinamismo do mundo de hoje, fazem com
que, cada vez mais, seja maior a necessidade do orientador Escolar. Em razão do
trabalho a realizar e da responsabilidade inerente à função é indispensável uma
formação adequada ao exercício da função orientadora.
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A preparação em cursos especiais de formação ou habilitação e uma sólida
experiência em docência, são requisitos importantíssimos para o bom desempenho
da ação orientador supervisora. O orientador, qualquer que seja o papel que
desempenha no sistema ou na escola, deve conhecer suas atribuições, que é outro
fator importantíssimo no desempenho das ações deste especialista da área
educacional.
Fazem parte integrante do papel do orientador educacional:
• enfatizar na ação orientadora a compreensão da educação e da escola no
processo da reconstrução democrática da sociedade brasileira;
• Coordenar o processo curricular e a permanente reconstrução do currículo
numa dimensão interdisciplinar priorizando a relação de transmissão e a de
produção de conhecimentos;
• Contribuir para a orientação das melhores escolhas, a nível escolar, quanto a
procedimentos a serem adotados em relação aos fenômenos pedagógicos:
aprovação, reprovação, evasão escolar, materiais didáticos, horário escolar
entre outros;
• Coordenar estudos, propondo discussão e atualização;
• Participar de decisões e ações político-pedagógicas a nível da escola e do
sistema de ensino;
• Participar do processo político-pedagógico da comunidade escolar, avaliando-
o e buscando alternativas de ação;
• Dinamizar o currículo da escola num processo interdisciplinar de ajustamento
do trabalho escolar às exigências do mundo atual;
• Propor de forma sistemática o fazer pedagógico de acordo com as
características e necessidade da comunidade escolar;
• Criar espaços de reflexão / discussão e atualização sobre: objetivos da
educação, fundamentação teórica, tendências pedagógicas e legislação
vigente bem como sua aplicabilidade;
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• Promover ações que objetivem a articulação dos educadores com as famílias
e a comunidade, criando processos de integração com as escolas.
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UNIDADE 6 - AS PRÁTICAS DO ORIENTADOR
EDUCACIONAL
A orientação escolar pode ser considerada uma atividade imprescindível na
instituição, sendo reconhecida como um dos meios de intervenção pedagógica
eficaz e que pode facilitar muito a prática docente e colaborar com o
ensino/aprendizagem dos alunos.
Uma educação de qualidade nas escolas pode se tornar possível à medida
que, direção, orientador, professores, alunos, funcionários, pais de alunos, ou seja,
toda a comunidade escolar, reconheça o verdadeiro sentido e valor do conhecimento
e do saber para a vida do cidadão como um todo.
O orientador escolar é um dos colaboradores que influencia nas questões
pedagógicas, interfere nas questões relativas às diferenças sócio-econômicas,
culturais, afetivas, cognitivas entre todos os atores envolvidos no cenário
educacional.
Além disso tudo, o orientador escolar tem muitas funções dentro de seu
espaço como o planejamento, a organização e controle do ensino em escolas de
ensino fundamental e ensino médio. Atua no gerenciamento das instalações e dos
recursos humanos, materiais e financeiros, na orientação de professores,
aperfeiçoamento do ensino e elaboração do currículo e do calendário escolar.
A orientação tem um importante papel nas esferas da política, pedagógica e
de liderança na instituição escolar. Sendo assim, é necessário ressaltar a sua
importância sem desconsiderar toda a equipe da escola.
O orientador escolar deve ser um profissional reflexivo, inovador, ousado,
criativo e sobretudo um profissional de educação comprometido com o seu grupo de
trabalho. Faz-se necessário enfatizar que o orientador é aquele que ouve quando o
grupo fala, usa argumentos teóricos para garantir a continuidade da proposta e a
sabedoria de entender, ouvir opiniões e trabalhar em equipe.
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Se cada orientador conseguisse desenvolver e entender como a sua atuação
pode melhorar a vida de todos dentro da instituição, de forma direta e indireta, talvez
muitos dos problemas que a escola enfrenta não estariam tão exacerbados.
Para exemplificar, pode-se citar quais são alguns dos elementos que
dificultam uma educação de qualidade: o fracasso escolar, a evasão de alunos, a
falta de diálogos entre os profissionais, entre outros tantos desafios.
Diante disso, o desafio da organização da escola que é colocado pela LDB,
torna-se necessário um novo papel para o orientador educacional, onde se priorize a
tarefa pedagógica sobre a burocrática, o espírito criativo sobre o legalista e a prática
democrática sobre a autoritária.
É preciso discutir os aspectos complementares como a explicitação de
aspectos da nova LDB relacionados ao papel, estrutura, organização curricular e
funcionamento da escola, para apontar as aberturas e implicações para o novo
papel da orientação educacional da nova escola pública e particular.
Um outro elemento é a falta de adequação de certos papéis históricos da
orientação educacional para tornar realidade as novas possibilidades pedagógicas e
curriculares viabilizadas pelo atual arcabouço legal da educação brasileira; e
terceiro, o novo papel da orientação educacional na tarefa de exploração do pleno
potencial de criatividade e de aprimoramento da educação nacional.
E no que se diz respeito à orientação, pode-se dizer que muitos destes
profissionais não estão atuando em sua verdadeira função de orientador
pedagógico, pois muitos deles não têm tempo para exercer aquilo que aprenderam e
vivenciara em sua formação profissional.
Faz-se necessário que a sociedade educacional entenda e perceba a
importância da atuação do orientador pedagógico dentro da instituição, como um
dos colaboradores que podem fazer muita diferença na qualidade do ensino, no
suporte ao professor e principalmente no ensino/aprendizagem dos alunos.
Uma orientação escolar reflexiva assume uma responsabilidade na
coordenação de todos os processos na escola, na sala dos professores, nas
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discussões do dia-a-dia e percepção da prática com maturidade, sensibilidade e
muita firmeza para saber aonde se quer chegar.
É preciso pensar e agir, ter momentos de estudo, pois a orientação também é
um fator importante, e deve estar aberto aos livros, refletir sempre sobre suas ações,
rever seus referenciais e avançar em seu trabalho individual para a construção
coletiva, do burocrático para o participativo e do julgamento para a valorização.
De acordo com Luck (2001), a orientação escolar precisa ser entendida como
um processo de orientação profissional, sobretudo de assistência às pessoas
inseridas no contexto escolar, como professores, alunos e outros funcionários
competentes em educação.
Segundo Luck (2001), a intervenção do orientador pode acontecer quando for
necessária, e onde for necessária, pois esta tem como intuito buscar o
aperfeiçoamento da situação total ensino e da aprendizagem.
Diante dessas dificuldades e de outras que possam surgir dentro do espaço
escolar, a solução ou o auxílio devem vir do orientador escolar. A busca de novas
técnicas ou métodos que auxiliem a aprendizagem do aluno é algo constante na
ação do orientador, dessa forma o uso da sua criatividade é algo que vem auxiliar
essa ação.
Portanto, professor e orientador devem caminhar juntos com o intuito de
conhecer todas as possibilidades oferecidas pela tecnologia que os auxiliem a
desenvolver um ensino e uma aprendizagem em que a criatividade e a interação
sejam as principais características.
A falta de entendimento por parte de muitos profissionais da educação
compromete uma adequada atuação deste profissional frente ao mundo numa nova
ordem mundial, uma vez que vive-se cada vez mais cercados por recursos
tecnológicos, avanços na matriz educativa e tantas outras vantagens que a escola
tem que olhar e dar ênfase.
Não se pode deixar de falar da questão do desvio da função do profissional
em orientação que tem despertado muita preocupação em todo contexto como na
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política pública educacional, na sociedade, nos professores e especialmente nas
instituições escolares onde há muitos problemas por falta de orientadores formados.
É fundamental que o orientador atue dentro da sua área, olhando as crianças
e os adolescentes, para que estes tenham uma formação voltada para a cidadania e
com a consciência do seu papel na sociedade.
Assim, é preciso compreender a dimensão da orientação numa gestão
emancipadora; analisar quais os fatores que o orientador pode contribuir com a
aprendizagem dos alunos; conhecer as necessidades educativas e alternativas
pedagógicas e refletir sobre a prática docente diante a intervenção do orientador.
Para o educador, a escolha da concepção sustentadora e dos instrumentos
de seu trabalho não é uma escolha neutra. É uma escolha de si mesmo, enquanto
educador, enquanto cidadão, enquanto homem.
De fato, optar por uma das diversas correntes e tendências em que se divide
o pensamento pedagógico é escolher uma concepção de homem, uma concepção
de mundo e uma concepção do conhecimento e, por meio dessas escolhas,
compreender a opção por uma teoria do processo ensino-aprendizagem e do
processo educativo em sua inteireza.
Isso implica, no quadro da conflitividade natural da vida democrática ou da
luta pela democracia, que o educador não poderá jamais alimentar a pretensão de
pairar acima dos embates sociais e da luta política, no sentido mais amplo e elevado
do termo.
Ao trabalhar com crianças e jovens em situação de dificuldade pessoal e
social, cumpre a quem educa fazê-lo numa perspectiva solidária – não apenas
pessoal, mas também e fundamentalmente social – com o educando. Essa
solidariedade social é simplesmente impensável separada do seu desdobramento
político e, por conseguinte, da sua dimensão histórica.
De fato, como é possível verificar em contextos os mais diversos, no Terceiro
Mundo a dívida social das elites dominantes para com as camadas mais oprimidas
do povo é, acima de tudo, uma dívida histórica. A fome e o analfabetismo, entre
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todos, se mesclam num “bicho de quatrocentos anos” que, cevado pelos elites, vem
pelos séculos afora devorando as entranhas e minando a dignidade do povo.
Essa solidariedade se concretiza e se expressa no momento em que o
educador aceita não apenas o indivíduo, a pessoa que tem diante de si, mas
também a sua circunstância.
É por isso que trabalho de Orientação Educacional consiste
fundamentalmente, portanto, em orientar e acompanhar o aluno em seu processo de
desenvolvimento frente às grandes mudanças ainda encontradas nessa faixa etária,
em questões biológicas, psíquicas e sociais, com a finalidade de levá-lo a um maior
conhecimento de si próprio para que possa ajustar-se harmoniosamente ao seu
meio social, familiar, escolar e assim preparar-se para o exercício consciente de sua
cidadania.
A orientação deve estar atenta ao desenvolvimento do aluno, visando o
fortalecimento da sua auto-estima e da sua autonomia tanto da criança quanto do
pré-adolescente e do adolescente. Deve atuar como elo entre o aluno, a família e a
Escola.
Acredita-se que acolher o aluno, pai ou professor em suas necessidades ou
dificuldades num clima de respeito e privacidade é essencial para uma eficaz
intervenção educativa do orientador.
O atendimento deve efetivar-se através de ações preventivas, no pronto
atendimento, e em acompanhamentos sistematizados do aluno. Os atendimentos
podem ser de ordem pessoal, acadêmica ou disciplinar, realizados individualmente
ou em grupo, quando isso se fizer necessário.
A Orientação Educacional é entendida como um processo dinâmico, contínuo
e sistemático, estando integrada em todo o currículo escolar sempre encarando o
aluno como um ser global que deve desenvolver-se harmoniosa e equilibradamente
em todos os aspectos: intelectual, físico, social, moral, estético, político, educacional
e vocacional.
Integrada com a Orientação Pedagógica e Docentes, a Orientação
Educacional deverá ser um processo cooperativo devendo:
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• mobilizar a escola, a família e a criança para a investigação coletiva da
realidade na qual todos estão inseridos;
• cooperar com o professor, estando sempre em contato com ele, auxiliando-o
na tarefa de compreender o comportamento das classes e dos alunos em
particular;
• manter os professores informados quanto às atitudes do junto aos alunos,
principalmente quando esta atitude tiver sido solicitada pelo professor;
• esclarecer a família quanto às finalidades e funcionamento da Orientação
Educacional ;
• atrair os pais para a escola a fim de que nela participem como forca viva e
ativa;
• desenvolver trabalhos de integração: pais, escola, professores e filhos;
• pressupor que a educação não é maturação espontânea, mas intervenção
direta ou indireta que possibilita a conquista da disciplina intelectual e moral;
• trabalhar preventivamente em relação a situações e dificuldades,promovendo
condições que favoreçam o desenvolvimento do educando;
• organizar dados referentes aos alunos;- procurar captar a confiança e
cooperação dos educandos, ouvindo-os com paciência e atenção;
• ser firme quando necessário, sem intimidação, criando um clima de
cooperação na escola;
• desenvolver atividades de hábitos de estudo e organização;
• tratar de assuntos atuais e de interesse dos alunos fazendo integração junto
às diversas disciplinas;
É preciso também que o orientador realize:
• treinamento de professores em observação e registro do comportamento do
aluno;
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• orientação e pesquisa sobre as causas do desajustamento e aproveitamento
deficiente do aluno;
• assessorar os professores no planejamento de experiências diversificadas
que permitam ao aluno descobrir através da auto-avaliação e da execução de
atividades, suas dificuldades e facilidades;
• descobrir o seu modo e ritmo de trabalho;
• descobrir sua forma de relacionar-se com os colegas e profissionais da
escola;
• fazer escolhas;
• treinar a auto-avaliação;
• recursos teóricos para interpretar os dados obtidos nas observações;
desenvolvimento de acordo com a faixa etária;
• pesquisa sobre as causas de desajustamento e aproveitamento deficiente do
aluno;
Oferecer subsídios aos professores quanto a:
• coleta e registro de dados de alunos através de observações, questionários,
entrevistas, reuniões de alunos, reuniões com pais.
• desenvolver um trabalho de prevenção:
• estudo sobre o rendimento dos alunos e tarefas educativas conjuntas que
levem ao alcance dos objetivos comuns;
• sugerir a direção da realização de estudos por profissionais especializados a
pais, alunos e professores;
• avaliação dos resultados do processo ensino-aprendizagem, adequando-os
aos objetivos.educacionais, assessorando e decidindo junto com o professor
e Conselho de Classe os.casos de aprovação e reprovação do aluno;
• assessorar o professor no acompanhamento e compreensão de sua turma;
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• Integrar-se às diversas disciplinas visando o desenvolvimento de um trabalho
comum e a formulação das habilidades didático-pedagógicas a serem
desenvolvidas com os alunos;
• garantir a continuidade do trabalho;
• avaliar e encaminhar as relações entre os alunos e a escola;
• assessorar o professor na classificação de problemas relacionados com os
alunos,colegas etc;
• desenvolver uma ação integrada com a coordenação pedagógica e os
professores visando a melhoria do rendimento escolar,por meio da aquisição
de bons hábitos de estudo. divulgação do perfil das classes;
• organização de arquivos e fichas cumulativas;
• planejar estratégias comuns entre os professores,coordenação e orientação;
• análise junto a coordenação dos planejamentos das diversas disciplinas;
• realização de atendimentos individuais e/ou grupo nas reuniões de curso para
receber ou fornecer informações necessárias dos alunos;
• realização de atendimentos individuais na orientação educacional para
fornecer ou receber informações necessárias dos alunos;
• análise e avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos dos alunos,das
classes junto à coordenação para posterior encaminhamentos;
• participação nas reuniões de curso;
• participação nas reuniões;
• participação na preparação e realização dos Conselhos de classe;
• participação nos eventos da escola;
• organização e participação junto à coordenação das atividades extra-
curriculares.
Junto às famílias dos alunos, o trabalho de orientação deve:
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• oferecer entrevista com os pais para troca de dados e informações acerca do
aluno;
• propiciar aos pais o conhecimento de características do processo de
desenvolvimento;psicológico da criança, bem como de suas necessidades e
condicionamentos sociais;
• refletir com os pais o desempenho dos seus filhos na escola e fornecer as
observações sobre a integração social do aluno na escola, verificando
variáveis externas que estejam interferindo no comportamento do aluno, para
estudar diretrizes comuns a serem adotadas;
• a orientação familiar se fará através de reuniões individuais com os pais, em
pequenos grupos e nas reuniões bimestrais programadas constantes do
Calendário Escolar.
• Oferecer às famílias subsídios que as orientem e as façam compreender os
princípios subjacentes à tarefa de educar os filhos, para maior auto realização
dos mesmos;
• Garantir o nível de informações a respeito da vida escolar dos alunos;
• Interpretar e encaminhar dúvidas, questionamentos.
• Entrevistas solicitadas pelas famílias;
• Entrevistas solicitadas pela escola;
• Palestras;
• Reuniões.
A orientação educacional junto aos alunos deve:
• Viabilizar atendimentos individuais, sempre que for necessário para análise e
reflexão dos problemas encontrados em situações de classe, recreios,
desempenho escolar, pontualidade, cuidado com material de uso comum,
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relacionamento com os colegas de classes e outros alunos da escola,
respeito aos professores e funcionários;
• Promover atendimentos grupais sempre que for necessário para reflexão de
problemas ocorridos em situações de grupo.
• Sempre esclarecer quanto a regras no que diz respeito ao cumprimento das
normas da escola;
• Deve instrumentalizar o aluno para a organização eficiente do trabalho
escolar, tornando a aprendizagem mais eficaz;
• Tentar identificar e assistir alunos que apresentam dificuldades de
ajustamento à escola, problemas de rendimento escolar e/ou outras -
dificuldades escolares;
• acompanhar a vida escolar do aluno;
• assistir o aluno na análise de seu desempenho escolar e no desenvolvimento
de atitudes responsáveis em relação ao estudo;
• promover diversas atividades que levem o aluno a analisar,discutir,vivenciar e
desenvolver atitudes fundamentados na filosofia cristã de valores;
• desenvolver atividades que levem o aluno a desenvolver a compreensão dos
direitos e deveres da pessoa humana,do cidadão,do Estado,da família e dos
demais grupos que compõem a comunidade e a cultura em que vive o aluno;
• procurar despertar no aluno o respeito pelas diferenças individuais,o
sentimento de responsabilidade e confiança nos meios pacíficos para o
encaminhamento e solução dos problemas humanos;
• promover diversificadas atividades que levem o aluno a desenvolver a
compreensão dos valores,das implicações e das responsabilidades em
relação à dimensão afetiva e sexual do indivíduo de acordo com a filosofia da
escola e os valores da família;
• identificar na escola, eventos esportivos, culturais e de lazer que possam ser
utilizados pelos alunos;
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• desenvolver atitudes de valorização do trabalho como meio de realização
pessoal e fator de desenvolvimento social;
• Levar o aluno a identificar suas potencialidades, características básicas de
personalidade e limitações preparando-o para futuras escolhas;
• Preparar o aluno para a escolha de representantes de classe e/ou
comissões;.
• Preparar e acompanhar os representantes de classe para o exercício de suas
funções;
• Promover atividades que desenvolvam aspectos relativos a dificuldades e /ou
necessidades inerentes à faixa etária;
• Desenvolver o relacionamento interpessoal e hábitos de trabalho em grupo.
• Realização de sessões de orientação com cada série, previamente
agendadas em calendário, que vão ao encontro dos objetivos propostos e às
necessidades e interesses da faixa etária a ser trabalhada;
• Realização de reuniões com representantes de classe e/ou comissões;
• Participação dos eventos da escola como atividades extra-classe, jogos, festa
junina, encontros, viagens entre outros;
• Realização de atendimentos individuais e/ou pequenos grupos.
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UNIDADE 7 - CRIANDO ESPAÇOS PARA EDUCAR
A orientação educacional exerce um papel político, histórico, social,
pedagógico e de gestão na instituição escolar. Assim, é necessário ressaltar; sem
desconsiderar toda a equipe, mas o orientador escolar deve ser um gestor inovador,
ousado, criativo e sobretudo um profissional de educação comprometido com o seu
grupo de trabalho em prol de uma educação de qualidade e significativa.
O orientador é aquele que precisa ouvir, saber escutar o outro, quando o
grupo fala e argumenta a partir de fatos teóricos para garantir a continuidade da
proposta, este profissional precisa ter a sabedoria de saber recuar quando sente que
o grupo ainda necessita de mais tempo, necessita de mais atenção. O orientador
precisa necessariamente ter em sua formação o pressuposto de que ouvir é
sobretudo uma ferramenta democrática para entender os fenômenos que cercam o
espaço escolar.
Se, na verdade, o sonho que nos anima é democrático e solidário, não é
falando aos outros, de cima pra baixo, sobretudo, como se fôssemos os
portadores da verdade a ser transmitida aos demais,que aprendemos a
escutar, mas é escutando que aprendemos a falar com eles (Freire,1998,
p. 127).
É preciso muitos procedimentos para viabilizar a construção de uma prática
de escuta na escola para a atuação do orientador.
Assim, é preciso construir uma proposta pedagógica que represente todos os
segmentos como pais, alunos, professores e funcionários. Este processo pode
acontecer através de reuniões com a Comunidade Escolar, encontros realizados que
falem sobre a sobre filosofia da escola, apresentação de seminário com todos da
escola para a leitura, discussão e aprovação das propostas apresentadas.
O Serviço de orientação Escolar só funciona onde há a participação e o
compromisso de todos, para isso é preciso de:
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• Formação do grupo para a elaboração das regras;
• Divulgação do projeto político-pedagógico e da nova filosofia da escola para
todos os segmentos da comunidade escolar;
• Reorganização da escola para implementar a proposta político-pedagógica;
• Trabalho para aprovação e divulgação das regras da escola com todos os
segmentos;
• Discussões para as mudanças do sistema de avaliação, etc.
Percebe-se que na orientação há uma responsabilidade enorme na
coordenação de processos na escola, muitas vezes quando se pensava que tudo
estava bem, entrava-se na sala dos professores, nas discussões do dia-a-dia e se
percebia que o discurso, havia mudado, mas a prática não, e aí, tem-se que ter
maturidade, sensibilidade e muita firmeza para saber onde precisa chegar, quais são
as metas e objetivos que o orientador quer chegar.
Neste sentido, pode-se notar que através de reuniões frequentes e o
processo de escuta e de história de vida dos professores, o orientador consegue
ter uma visão mais ampliada sobre o contexto onde está inserido, e
consequentemente, saber atuar.
Os registros em avaliação são dados de uma história vivida por educadores com os educandos. Ao acompanhar vários alunos, em diferentes momentos de aprendizagem, é preciso registrar o que se observa de significativo como um recurso de memória diante da diversidade e um “exercício de prestar atenção ao processo (HOFFMANN, 2001, p. 175).
A sala de orientação é um espaço físico que tem um fator importante, a
porta deve estar aberta, a mesa deve ser redonda, os livros colocados à disposição
de todos e o orientador refletindo sempre sobre suas ações, revendo seus
referenciais e avançando do trabalho individual para a construção coletiva, do
burocrático para o participativo e do julgamento para a valorização.
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As reuniões pedagógicas semanais com os professores não podem ser
apenas de avisos e organizações de eventos, é preciso ter coordenação da
orientadora e planejamento. A partir de então, as reuniões devem ser construídas
com o grupo, ou seja em equipe. Um grupo democrático deve ser falante,
contestador, questionador e com um trabalho competente, coletivo, um grupo de
Profissionais de Educação.
• Retomada do Projeto político-Pedagógico da Escola, construído ao longo dos
anos;
• Realização de Reuniões Pedagógicas de Estudo e Planejamento com os
professores;
• Organização e Planejamento dos Planos de Estudos e Reformulações de
acordo com o Projeto Político-Pedagógico;
• Articulação com diversos Projetos Pedagógicos;
• Estudo, redação e organização do material para construção do Regimento
escolar, juntamente com o Conselho Escolar e Comissão do Regimento.
O serviço de orientação deve coordenar o processo de avaliação dos alunos,
lançar mão de Relatório Avaliativo em relação às notas, preparar vários momentos
de estudo e de práticas em relação aos registros realizados pelos educadores.
As mudanças pelas quais o mundo passa na atualidade, frente a realidades
desafiadoras e complexas como a questão de responder aos desafios de uma
sociedade globalizada, centrada na informação e nas tecnologias, requer da escola
o repensar de suas ações de maneira que as práticas pedagógicas estejam em
contínua e permanente reconstrução. (COSTA, 1999).
O orientador escolar e os demais participantes desse processo pedagógico
precisam esforçar-se para acompanhar as novas características dessa sociedade
que se apresenta de forma complexa, dinâmica e desafiadora.
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Tratando especificamente do trabalho do orientador escolar, constata-se que
neste início de século o foco do trabalho desse profissional da educação vem se
modificando por conta desse cenário.
Nesse sentido e ao contrário do que acontecia no passado, fica afastado
qualquer indício de que o trabalho do orientador deva estar centrado no controle
puro e simples do trabalho do professor.
É o trabalho do professor que dá sentido ao trabalho do orientador no interior da escola. O trabalho do professor abre o espaço e indica o objeto da ação/reflexão, ou de reflexão/ação para o desenvolvimento da ação orientadora (MEDINA, 2004, p. 32).
Dessa forma, pode-se constatar que a ação do orientador escolar está longe
de uma função mecanizada e baseada em uma rotina burocrática, como acontecia
há décadas atrás, uma vez que, na atualidade, torna-se necessário e espera-se que
o mesmo desenvolva ações baseadas na reflexão sobre o processo pedagógico,
onde o professor torna-se o principal instrumento dessa reflexão, e não mais um
agente a ser controlado no interior das escolas.
Assim, é preciso elencar alguns pontos que pode-se considerar de relevância
e que estão relacionados a esse novo perfil esperado e relacionado ao trabalho do
orientador escolar.
Conviver com a diversidade é um dos desafios pelo qual passa a escola
moderna e, ao orientador escolar, cabe trabalhar essa realidade com os professores
no sentido de explicitar as contradições e os conflitos consequentes dessa
diversidade.
A leitura que se deve ter da escola hoje, é de uma escola singular, porém
inserida numa pluralidade e, ao orientador, compete fazer com que o professor reflita
sobre esse fato e aja de maneira tal, que suas ações locais se reflitam globalmente.
Também é importante ressaltar que o orientador escolar deva se colocar na
função de problematizador frente ao ofício do professor a fim de fazer com que este
reflita constantemente sobre sua ação na e para a educação.
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Ainda cabe ao orientador escolar ter clareza e levar os professores a
refletirem sobre o fato de que o conhecimento é um dado relativo, ou seja, que os
procedimentos utilizados pelos professores não devem mais se apresentar de forma
linearizadas, uma vez que a produção deles se dá em um movimento de ensinar e
aprender.
Além disso, também é necessário que o orientador tenha uma atitude clara
diante do processo ensino-aprendizagem, diante da função social da escola e de
todos os outros aspectos que envolvem o fazer na e pela educação.
Neste sentido, é na proposta pedagógica da escola que o orientador deve
ver uma possibilidade de reconstrução da mesma, propondo momentos de reflexão,
confrontando a ação, principalmente dos docentes, com o que se apresenta na
proposta e desta com a realidade social da escola.
Há que se trabalhar “visando não mais um tipo ideal de homem, mas trabalhar
tendo em vista o sentido da vida humana”. (Medina, 2004 p.27)
Educar, portanto, é criar espaços para que o educando, situado
organicamente no mundo, empreenda, ele próprio, a construção de seu ser em
termos individuais e sociais. Entende-se ser necessário melhorar os termos
fundamentais dessa definição, a fim de não dar margem a dúvidas acerca do seu
conteúdo e do seu sentido
• Educar é criar espaços: essa afirmação remete à visão do
educador/orientador como um criador de condições para que a educação
aconteça. Criar espaços, nesse sentido, não é apenas a atuação do educador
na escola e estruturação do lugar onde o processo educativo vai se
desenvolver. Criar espaços é criar acontecimentos, é articular espaço, tempo,
coisa e pessoas para produzir momentos que possibilitem ao educando ir,
cada vez mais, assumindo-se como sujeito, ou seja, como fonte de iniciativa,
responsabilidade e compromisso.
• Situado organicamente no mundo: pretende-se dizer que o educando não
deve ser enquadrado, encaixado no encadeamento do processo social como
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um dente na engrenagem, um elo a mais na concatenação dos
acontecimentos. Ao contrário, deve-se possibilitar que ele se contextualize,
que ele compreenda, que ele adquira um nível de distanciamento crítico em
relação às determinações de sua circunstância (pessoal e social);
• Empreender, ele próprio, a construção de seu ser: esse é o momento da
afirmação da subjetividade do educando. É aqui que ele troca a condição de
ator de um roteiro determinado por circunstâncias e vontades alheias à sua
vontade pela condição de autor, em medida progressiva, do seu próprio
destino. É por isso que, em nossa visão do processo educativo, o papel do
educando é educar-se e do educador/orientador, ajudá-lo nessa tarefa
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Quando o educador/orientador auxilia o educando a buscar um
distanciamento crítico, está permitindo e auxiliando-o a perceber as determinações
sociais de sua situação, possibilitando ao educando trabalhar melhor os seus
sentimentos e a sua percepção do mundo, a compreender o sentido de classe que
perpassa sua individualidade e as reações que ela provoca nos diversos fatores
sociais.
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UNIDADE 8 - O ORIENTADOR E O PLANEJAMENTO
Faz-se necessário que o orientador escolar entenda e consiga planejar, pois
entende-se que o planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às
implicações futuras de decisões presentes.
Qualquer atividade humana realizada sem qualquer tipo de preparo, é uma
atividade aleatória que conduz, em geral, o indivíduo e as organizações a destinos
não esperados, altamente emocionantes e via de regra a situações piores que
aquelas anteriormente existentes.
A qualidade é fruto de um esforço direcionado de um indivíduo ou grupo para
fazer algo acontecer conforme o que foi anteriormente desejado e estabelecido,
portanto a qualidade somente poderá ser alcançada através de um trabalho
planejado.
Portanto, deve-se considerar que o planejamento é condição básica para o
sucesso de qualquer trabalho que procure a melhoria da qualidade. Esse
planejamento deverá ser feito nas diversas etapas da cadeia de fornecimento de um
produto ou serviço, isto é, desde a pesquisa de mercado, o projeto, o fornecedor até
a loja que fornece este item ao consumidor ou cliente.
Deste modo, fica claro que a qualidade somente será conseguida se ela for
planejada e que este planejamento ocorra de forma organizada, isto é, dentro de
uma sequência de eventos pré-determinada. Vale a pena recordar um ditado chinês
que afirma que "se você não souber onde pretende chegar, qualquer caminho
serve." Isto significa: se uma empresa ou escola quer alcançar a qualidade
competitiva, isto não se dará por acaso, mas será o resultado de um esforço de
todos aqueles que trabalham na organização, desde o presidente até o mais simples
funcionário.
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UNIDADE 9 - PASSOS PARA O PLANEJAMENTO DO
ORIENTADOR
Sabe-se que o planejamento na prática do orientador escolar é de suma
importância, por isso, há alguns passos importantes a seguir, (PADILHA, 2001).
• Planejamento: é processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre
recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas,
instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades
humanas.
• Planejar é: um processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação;
processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios
e recursos disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos
determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações;
• Planejar é um processo que: visa a dar respostas a um problema,
estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de modo a
atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o
futuro;
• Considerar as condições do presente: como as experiências do passado,
os aspectos contextuais e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e
político de quem planeja e com quem se planeja.
• Planejar é uma atividade que: está dentro da educação, visto que esta tem
como características básicas: evitar a improvisação, prever o futuro,
estabelecer caminhos que possam nortear mais apropriadamente a execução
da ação educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação.
Planejar e avaliar andam de mãos dadas.
• Planejamento Educacional é: processo contínuo que se preocupa com o
'para onde ir' e 'quais as maneiras adequadas para chegar lá, tendo em vista
a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da
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educação atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto as do
indivíduo.
• Planejamento do orientador Escolar: é o planejamento que vê o global da
escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a organização,
o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. É um processo de
racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a
atividade escolar e a problemática do contexto social.
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UNIDADE 10 - O ORIENTADOR ESCOLAR: AGENTE DE
MUDANÇAS
O orientador escolar é um agente de mudanças dentro da escola, ele precisa
ser mais do que um simples especialista e técnico, ele pode e deve ser um
profissional comprometido e atuar juntamente aos professores, com o intuito de ir
em busca de da qualidade de ensino, estimular o trabalho em equipe e ser um
gestor democrático.
Porém, muitas dessas habilidades e competências em trabalhar com grupos
pode se tornar uma tarefa difícil, mas trata-se de uma ferramenta fundamental e
imprescindível para que todos os profissionais trabalhem dentro de uma postura
democrática também.
Diante dessas premissas, pode-se perceber o quanto é relevante o estudo
desta temática para a educação, uma vez que esta não vem sendo contemplada nos
discursos das Políticas Públicas Educacionais, pois em muitas instituições há falta
de profissionais em várias áreas, isto faz com que o orientador escolar desvie de sua
função.
Diante de tantos desafios que a escola vem enfrentando, esta acaba por
assumir muitas tarefas que até algum tempo atrás não eram tão frequentes. Neste
sentido, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento de trabalhos dentro da
escola, o orientador procura desenvolver um trabalho utilizando os seus
conhecimentos e as concepções para o desenvolvimento de outras atividades,
menos a de orientador escolar. (FREIRE, 1992).
Diante de tal situação, o orientador escolar, em muitos casos, deixa de
desenvolver a sua verdadeira proposta de trabalho dentro da instituição deixando de
colaborar com uma gestão descentralizada e em grupo, já que esta proposta
possibilita analisar a relação que os participantes têm com o trabalho e com as
pessoas nele envolvidas. (COSTA, 1999).
O trabalho do orientador com equipes é uma proposta que se desenvolve a
partir de um contexto social dos próprios participantes professores, que trazem para
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dentro das equipes em sua organização elementos do próprio contexto como: as
suas dificuldades dentro da sala de aula, troca de experiências, troca de ideias e
sobretudo a troca de conhecimentos .
É preciso que o orientador busque em sua escola estimular a criatividade e
espontaneidade dos profissionais participantes, buscando observar o
desenvolvimento de cada um, mas para isso, o orientador precisa, necessariamente
atuar dentro de suas especificidades.
O objetivo principal do trabalho do orientador consiste em buscar a melhoria
do rendimento da aprendizagem na escola, a partir da ação do orientador escolar
numa proposta de trabalho coletivo com os professores.
Mas para alcançar este objetivo, é preciso atuar visando melhorar:
• a relação entre professor e aluno;
• desestimular a rotulação de alunos que não apresentassem rendimento
satisfatório;
• promover o planejamento pedagógico em grupo;
• valorizar a relação professor- orientador;
• ter uma postura reflexiva;
• a valorização da gestão democrática;
• a valorização da ação docente.
É necessário que o orientador escolar busque uma proposta da pedagógica
na escola procurando valorizar a postura de uma ação democrática, dando à equipe
a oportunidade de crescimento, criatividade e liberdade de expressão, discutindo os
assuntos que emergiam do próprio grupo de professores a partir da necessidade e
interesse destes, almejando assim um real envolvimento de todos em busca da
melhoria da qualidade de ensino.
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Sendo assim as estratégias pedagógicas implementadas devem ser
construídas no decorrer do estudo num processo de auto-gestão, na qual cabia ao
orientador a tarefa de coordenador do grupo.
Faz-se necessário que o orientador escolar procure explorar o cotidiano da
sua prática junto aos professores da escola durante todo o ano. Sendo assim, as
estratégias pedagógicas implementadas devem ser construídas no decorrer do
processo de auto-gestão, na qual cabe ao orientador a tarefa de coordenador e de
gestor reflexivo e que busque o seu espaço para uma verdadeira atuação.
É preciso que o orientador escolar procure criar situações de discussão para
que o professor possa rever a sua própria prática e o seu papel no contexto escolar,
analisando o que fazer para melhorá-lo.
O acompanhamento pedagógico dos professores pelo orientador deve ser
feito através de contato informal com cada um, contato com os alunos e reuniões de
planejamento que podem ser semanal, mensal ou de outra forma que melhor se
enquadra à realidade da equipe de trabalho.
Deste modo, diferentes assuntos podem ser abordados e discutidos durante
as reuniões ou em contatos na prática diária. Diante dessas ideias supracitadas
podem-se ver a importância de um estudo sistematizado sobre a atuação docente e
como a ausência de seu trabalho pode prejudicar o sucesso escolar.
Antes que a escola seja capaz de tornar-se uma organização de qualidade, é
preciso que se tenha consciência do que na verdade, seja qualidade em educação,
bem como os seus significados e a importância existente diante a sociedade e as
pessoas que a compõem. (FREIRE, 1992).
É preciso diante disso, perceber a importância da atuação do orientador
escolar para poder então colaborar com a qualidade de ensino na escola.
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UNIDADE 11 - PROFISSIONAIS ABERTOS PARA A
EDUCAÇÃO DO FUTURO
O trabalho do orientador não se fecha no momento em que acontece; ao
contrário, ele se desdobra numa linha de tempo. Não foi por outra razão que o
educador italiano Lucio Lombardo Radice afirmou que “a educação de hoje deve ser
pensada no futuro”. Como o gesto de quem semeia, o “o que fazer” do educador
encontra, no plano da temporalidade, uma de suas dimensões essenciais. (COSTA,
1999).
O educando, dessa perspectiva, emerge diante do orientador como um feixe
de possibilidades abertas para o futuro. E se, como percebe, a relação orientador
/educando não se dá apenas pela mediação da palavra e que, nela, uma dimensão
fundamental é a mediação dos acontecimentos, a criação de acontecimentos
assume para o orientador, junto com a pronúncia e denúncia do mundo pela palavra,
o duplo instrumento através do qual o caráter teleológico do ato de educar se
concretiza e se expressa (FREIRE, 1992).
Nesse contexto, a categoria existencial projeto de vida se coloca como a
janela que, um vez descerrada, possibilita ao educando romper com o imediatismo,
esse insaciável devorador de horizontes, e abrir-se para o futuro.
“Uma criança é um feixe de potencialidades abertas para o futuro que o meio
pode inibir ou fazer desabrochar. Aquilo que ela pode ser não é só determinado pelo
seu passado, como inferiu a psicanálise, mas também pelas novas estimulações
que, agora e amanhã, sobre ela possam atuar.
É preciso conhecer a criança que nasceu e evoluiu numa determinada
sociedade e lhe prepara, em consequência, um meio educativo que responde àquilo
que considera serem as possibilidades da criança média e que supõe agir
cientificamente. Não se pode catalogar e repartir os educandos de acordo com os
respectivos quocientes intelectuais e outros dados numéricos, que apenas possuem
um valor relativo: que apenas dizem que, em certo momento, em determinadas
condições, uma certa criança se comportou de certo modo. (COSTA, 1999).
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Contrariamente a esta corrente, é preciso defender a corrente que vê a
criança como um conjunto de potencialidades latentes, cujos limites de
desenvolvimento e expansão se desconhece ainda e para a qual deve-se, como
educadores, criar um meio rico, aberta a todo gênero de estímulo, sem ideias
preconcebidas e limitadoras e sem comportar apenas atividades cuidadosamente
programadas que podem desenvolver habilidades particulares e permitir a aquisição
de conhecimentos específicos, mas inibir para sempre outras e impedir o eclodir de
formas de pensar e de sentir originais, decorrentes de sínteses novas entre o ser e o
mundo (...). O que um adulto é constitui apenas uma das múltiplas possibilidade de
ser que nasceram com, ele” (Medeiros, 1979).
A tarefa de educadores de crianças e jovens é, pois, lutar para que os
educandos possam ver realizarem-se na idade adulta as melhores promessas da
primeira infância, superando os descaminhos da adolescência, frutos, a um tempo,
das circunstâncias sociais e da peripécia existencial de cada um. (COSTA, 1999).
Para fechar essa reflexão, valem as palavras de Sartre (1972): “O importante
não é o que os outros fizeram de nós, mas o que nós próprios faremos com aquilo
que fizeram de nós”
Sendo assim, este pensamento de Sartre leva todo o educador, não apenas o
orientador escolar a repensar: “Que tipo de homem estamos formando?”
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UNIDADE 12 - O ORIENTADOR: GESTOR, LÍDER,
DIRIGENTE, ORGANIZADOR E CRIADOR
A expressão “o que fazer”, tão insistentemente empregada por Paulo Freire
(1992), referindo-se ao trabalho do educador, expressa a união indissolúvel de ação
e reflexão, implicando, por isso mesmo, um fazer desalienado, um fazer resultante
de uma opção, nascida do pensamento crítico e voltada para a ação transformadora.
Com base nesse pressuposto, é preciso delinear alguns pontos que são
fundamentais no “o que fazer” do educador/orientador, que dirige seu trabalho a
crianças e jovens.
O educador deve ser um dirigente. Abrir mão de uma postura diretiva no
encaminhamento do processo é, a nosso ver, abrir mão do próprio papel de
educador. É demitir-se da responsabilidade última pelo curso dos acontecimentos.
Ser um dirigente, contudo, não significa, como querem alguns, autoritarismo e
arbítrio. Agir como dirigente implica que o educador detenha ou, pelo menos, esteja
empenhado em construir uma inteligência mais elevada do processo educativo. Para
isso, faz-se necessário captar o sentido geral de seu movimento e, se possível
deduzir-lhe as leis para, com base nelas, direcioná-lo. (COSTA, 1999).
O educador deve ser um organizador. Que uso deve fazer o educador da
inteligência mais elevada que ele detém do processo educativo? Esse conhecimento
deve ser usado na sua organização, no seu progressivo aperfeiçoamento e, se
necessário, na mudança de seus rumos e de seus pressupostos.
VIABILIZAR O TRABALHO COLETIVO
1 Criar mecanismos de participação
2 Criar espaços de participação
3 Organizar os espaços e os mecanismos de participação
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4 Estruturar os tempos pedagógicos
5 Estimular a participação dos diferentes sujeitos
6 Equalizar informações
7 Contribuir para que as decisões expressem o coletivo
8 Estimular a transparência na condução dos trabalhos
9 Organizar reuniões com equipe de trabalho
10 Valorizar a participação das famílias e dos alunos no projeto pedagógico
11 Estimular a participação nas instituições associativas
12 Criar e recriar normas de convivência e procedimentos de trabalho coletivo
13 Planejar reuniões com equipes de trabalho
14 Formar equipes de trabalho
15 Promover estudos de caso
Quadro 3 – Viabilização do Psicopedagogo para o trabalho coletivo.
Fonte: CBO - Classificação Brasileira de Ocupações
É função deste profissional, viabilizar o trabalho docente, oferecer um suporte
emocional para professores em relação à sua capacidade para aplicação de um
método novo ou que estão com alunos com problemas de aprendizagem.
Na medida em que o psicopedagogo dá ouvido, atenciosamente, às
dificuldades dos professores, às suas experiências, ele consegue melhorar o
trabalho docente, esclarece as dúvidas, favorecendo melhores condições do
trabalho do professor na busca de solução para os problemas de aprendizagem.
(SILVA, 2008).
O orientador tem muitas condições de dar suporte aos professores,
oferecendo sugestões de atividades para a sala de aula; apresentando recursos
didáticos, estratégias e recursos materiais para uma atuação docente mais eficaz e
satisfatória. (SILVA, 2008).
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Qual deve ser o papel do educando nesse processo? Sendo democrático o
encaminhamento da ação educativa, nela o educando será sempre o interlocutor
ativo e crítico do educador. Não deve nunca o educador esquecer-se de que o seu
compromisso fundamental é com o ponto de vista e os interesses sociais concretos
do educando. Sem ouvi-lo de forma aberta e democrática, como assegurar que isso
venha a ocorrer? As suposições baseadas nos “bons sentimentos” e nas “boas
intenções” dos educadores - experiência está ai para provar – são um caminho que
raramente dá certo, quando se trata de crianças e jovens.
O educador deve ser um criador de acontecimentos. A organização da ação
educativa passa por dois momentos básicos: o normativo e o processual. O
momento normativo refere-se ao regime de funcionamento das atividades. Já o
momento processual diz respeito à dinâmica de surgimento e desenvolvimento das
atividades, ou seja, à atuação do educador na criação de acontecimentos.
É pelos acontecimentos que se mostra capaz de produzir que o educador
imprime o caráter, define a identidade e a especificidade do processo por ele
orientado. A legitimidade e a credibilidade do educador perante os educandos,
bases da sua necessária autoridade, não crescem, como já visto antes, do discurso
das palavras, e sim do curso dos acontecimentos que ele for capaz de engendrar.
E sem legitimidade, credibilidade e autoridade dificilmente o diálogo
educador/educando resultará em influência construtiva do educador sobre o
educando e vice-versa.
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UNIDADE 13 - ORIENTADOR: POSTURA CRÍTICA E
REFLEXIVA
Frequentemente, muitos educadores procuram caracterizar os adolescentes
autores de infração, assim como outros grupos em situação de dificuldade pessoal e
social, por aquilo que os diferencia das demais crianças e jovens. Por isso, em geral
se ressaltam nesse tipo de educando a instabilidade emocional, as limitações
cognitivas, a dificuldade em estabelecer relacionamentos significativos, a baixa
tolerância, as frustrações, o imediatismo e a dificuldade em canalizar agressividade
em termos construtivos, o temor de confrontar-se com a própria realidade pessoal e
social, a rejeição das tarefas de organização e planejamento de vida, baixos níveis
de auto-estima, autoconfiança e autoconceito, a desconfiança nos adultos, a
aceitação das leis do mais forte e do mais esperto, a crença exacerbada no destino
e na sorte de cada uma, assim como uma visão muito fatalista da vida. (COSTA,
1999).
Essas características resultam da vivência e da observação de pessoas que
atuam nessa área. Dificilmente se poderia negar que elas são encontráveis, em
larga medida, entre os educandos. Contudo, acredita-se que isso não é o principal.
O mais importante não é saber o que o educando não é, o que o educando não tem,
o que o educando não sabe e do que o educando não é capaz. (SCHÖN, 2000).
O importante como já afirmado antes, é conhecer o educando, procurando
saber o que ele é, o que ele traz, o que ele sabe e do que ele é capaz. É com base
nas suas capacidades manifestas e potenciais que pode-se ajudar o educando a
superar as suas dificuldades. É com base, pois, no lado positivo da criança e do
jovem que o educador/orientador deve estruturar o trabalho a ele dirigido. (SCHÖN,
2000).
Freire (1992) afirma que é preciso ver o educando não como um objeto, um
paciente de ação educativa, mas, junto com o educador e por ele ajudado, vê-lo
como o sujeito e agente do processo. Costuma-se afirmar que o papel do educando
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é educar-se e o papel do educador é criar espaços, organizar meios e produzir
acontecimentos que façam a educação acontecer.
Em cada situação de aprendizagem, em cada oportunidade educativa, o
papel do educando é o de ser fonte de iniciativa, a fonte da liberdade e a fonte do
compromisso consigo mesmo e com a comunidade da qual é parte. É assim que o
educando se torna um parceiro e um interlocutor ativo e crítico do educador.
(FREIRE, 1992).
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UNIDADE 14 - O ORIENTADOR E AS NOVAS
TECNOLOGIAS
O orientador Educacional tem a grande responsabilidade de orientar e
acompanhar o desenvolvimento do ensino, desde o planejamento até a avaliação,
para que os objetivos estabelecidos pelo sistema sejam de fato alcançados, bem
como integrar as novas tecnologias, que por sua vez incluem não apenas o
computador com seus programas e a Internet, mas também a televisão, o rádio, o
vídeo e, modernamente, o DVD, não podem ser vistas como vilões prejudiciais ou
substitutos dos professores.
O papel do professor é insubstituível, pois diante de tantas modificações e
informações é preciso que haja alguém que auxilie o aluno a analisar criticamente
tudo isso, verificando o que é válido e deve ser utilizado e o que pode ser deixado de
lado.
Apesar da facilidade de acesso a informação que a tecnologia permite, o
professor continua sendo indispensável para que a tecnologia seja utilizada
corretamente resume Faria (2001, p. 60)
O uso da tecnologia em sala de aula é bastante válido no sentido que
possibilita “um ensino e uma aprendizagem mais criativa, autônoma, colaborativa e
interativa”.(Faria, 2001, p.64).
No entanto, o professor ainda, muitas vezes, mantém-se apreensivo e
reticente em utilizar a tecnologia em sua aula. Segundo Heide e Stilborne (2000, p.
24) muitas são as razões para que o professor haja dessa maneira: não saber como
utilizar adequadamente a tecnologia nas escolas, não saber como avaliar as novas
formas de aprendizagem provenientes desse uso, não saber como usar a tecnologia
e, algumas vezes por falta de apoio dos colegas ou da escola para o uso de
inovações em sala de aula.
Diante dessas dificuldades e de outras que possam surgir, a solução ou o
auxílio devem vir do orientador escolar. A busca de novas técnicas ou métodos que
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auxiliem a aprendizagem do aluno é algo constante na ação do orientador, dessa
forma o uso da tecnologia é algo que vem auxiliar essa ação.
Professor e orientador devem caminhar juntos procurando conhecer todas as
possibilidades oferecidas pela tecnologia que os auxiliem a desenvolver um ensino e
uma aprendizagem em que a criatividade e a interação sejam as principais
características.
O orientador escolar na questão do uso adequado da tecnologia deve ser
parceiro do professor no sentido de conhecer e analisar todos os recursos
disponíveis buscando a sua melhor utilização. Nada adianta fazer uso da tecnologia
se isso não é feito da melhor maneira possível.
As crianças e os adolescentes até podem apresentar, muitas vezes, um
conhecimento bem mais adiantado de todas as ferramentas tecnológicas hoje
existentes, mas esse conhecimento não será útil se ele não for utilizado de maneira
crítica. Orientador e professor devem caminhar juntos procurando desenvolver, em
todos os trabalhos envolvendo a tecnologia, a competência crítica dos alunos.
O uso adequado da tecnologia no ambiente escolar requer cuidado e atenção
por parte do professor para avaliar o que vai ser usado e reconhecer o que pode ou
não ser útil para facilitar a aprendizagem de seus alunos tornado-os críticos,
cooperativos, criativos.
Além disso, requer do orientador escolar uma disposição para aceitar o novo,
conhecê-lo senão profundamente, em parte, para ser capaz de julgá-lo e procurar
encaixá-lo na sua prática e na do professor da sua escola.
Dessa forma conclui-se que o uso das novas tecnologias na educação e no
ambiente escolar é algo que existe e deve ocorrer. No entanto, é algo que deve ser
feito com cuidado para que a tecnologia (computador, Internet, programas, CD-
ROM, televisão, vídeo ou DVD) não se torne para o professor apenas mais uma
maneira de “enfeitar” as suas aulas, mas sim uma maneira de desenvolver
habilidades e competências que serão úteis para os alunos em qualquer situação de
sua vida.
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O uso das tecnologias deve proporcionar dentro do ambiente escolar uma
mudança de paradigma, uma mudança que vise à aprendizagem e não o acumulo
de informações.
Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso-crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de pesquisa, a imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e a análise de textos e de imagens, a representação de redes, de procedimentos e de estratégias de comunicação. PERRENOUD, 2000, p.128).
O orientador educacional deve contribuir para o sucesso da escola infantil, de
forma adequada, através, de atividades e metodologias que conduzam a construção
dos saberes e o desenvolvimento integral da criança.
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UNIDADE 15 - A FUNÇÃO DA ESCOLA E A FAMÍLIA
Educar nos dias de hoje está se tornando cada vez mais difícil. Muitas
crianças e jovens apresentam atitudes e questionamentos que muitas vezes são
difíceis de saber lidar ou responder. Com isso, a Orientação Educacional se propõe
em ser um processo educacional organizado, dinâmico e contínuo. Deve atuar no
educando, através de técnicas adequadas às diferentes faixas etárias, com a
finalidade de orientá-lo na sua formação integral, levando-o ao conhecimento de si
mesmo,de suas capacidades e dificuldades oferecendo-lhe elementos para um
ajustamento harmonioso ao meio escolar e social em que vive.
A escola, porém, deve se preocupar essencialmente com a formação do ser
humano, para que o indivíduo possa enfrentar os desafios emocionais e
profissionais que encontrará ao longo da vida. Por isso, percebe-se como é
importante ensinar valores como esperança, solidariedade, justiça, amizade,
honestidade, união, dedicação e a vontade de aprender e de construir um mundo de
paz.
Diante dessa percepção, a escola deve ter como objetivo, portanto, educar
para a vida, fazendo com que o educando cresça em todos os sentidos. A escola
deve ser vista tão somente como um espaço formal e institucional de aprendizagem,
mas sim uma espaço onde se produz o conhecimento por meio de experiências
vividas, de interação, da afetividade e sobretudo do amor, da solidariedade e da
esperança.
Os educadores devem se empenhar tanto em construir conhecimentos,
quanto em ensinar valores que são a base para um futuro sólido e promissor,
principalmente se a escola deseja que o aluno seja um adulto feliz, capacitado e
consciente de seu papel de cidadão na sociedade.
Para atingir, portanto, tantas metas, o estudo das diversas áreas do
conhecimento deve ter significado e despertar no aluno a vontade de: criar, pensar,
refletir, construir, reconstruir, transformar, aprender, participar, brincar, sonhar,
expressar, conversar e, acima de tudo, entender a sua realidade, o mundo e seus
problemas; reconhecer a liberdade e seus limites; ser solidário consigo mesmo e
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com o outro, amar e respeitar o próximo; fazer a relação destes conceitos com os
conteúdos que “ganham vida” quando o educando coloca significado no que
aprende, ou seja, faz relação da teoria com o mundo real; além de entender,
respeitar e educar o próprio corpo, os sentimentos e atitudes. A escola, além de
oferecer conhecimentos básicos para a aprendizagem de conteúdos, deve se
preocupar em educar e formar o indivíduo para a vida de forma holística.
A escola deve exercer bem a sua função para que os educadores possam,
cada um, fazer a sua parte, pois são tantas as funções e atribuições que têm os
educadores no mundo atual, principalmente o Orientador Educacional, que, se a
escola não tiver um conhecimento de sua filosofia, de sua missão e duas atividades,
todo o trabalho de educador corre o risco de ser estagnado.
Desta forma, é indispensável para o êxito do trabalho do Orientador
Educacional, o conhecimento prévio de como a escola se relaciona com a realidade
do educando, e de como este se relaciona com a família.
É importante a visita domiciliar, pois tem como objetivo o de orientar a família
do educando, quanto às mais eficientes maneiras de colaborar com a escola na
educação de seus próprios filhos, assim, o orientador educacional vai conscientizar
a família do que ela pode fazer, apesar de suas muitas limitações quanto à
educação de seus filhos, e a escola sozinha, está longe de poder realizar toda a
tarefa de adequada formação dos educandos.
No momento da visita, o orientador poderá criar um clima de cooperação e
gerar condições para um trabalho construtivo e positivo, e acima de tudo, atrair a
família para a escola. Além disso, o orientador poderá conhecer melhor o nível
sócio-econômico, cultural e educacional da família.
Para proporcionar uma educação de qualidade é necessário que a escola
entenda cada indivíduo como um ser único, pertencente a um contexto social e
familiar que condiciona formas diferentes de viver, pensar e aprender. É necessário
obter espaço para refletir sobre a realidade em que o educando e sua família estão
inseridos, ou seja, tudo o que contribui para a situação de aprendizagem em que se
encontram.
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A situação social e econômica vigente, marcada pela concentração de renda
e pela exclusão social, além de afetar as condições de vida das famílias menos
favorecidas, agride diretamente na construção de sua identidade e cidadania,
levando a formas diferentes de viver e criar seus filhos, dentro de uma cultura
própria da região em que residem. Este quadro é bastante complexo e repercute
diretamente sobre a educação das crianças e suas famílias. Faz-se necessária,
portanto, uma discussão maior sobre a situação educativa e seus determinantes
sociais e ambientais, tendo como ponto de partida a Educação como direito,
garantido por lei.
Enfim, a visita domiciliar auxilia a escola a obter informações importantes
sobre o cotidiano do educando e com isso ajudá-lo, entende-lo e ajustá-lo ao meio
educacional.
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UNIDADE 17 - ATUAÇÃO, HABILIDADES E
COMPETÊNCIAS DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
No que se diz respeito à aprendizagem do profissional dentro da instituição,
Fleury (2001) destaca algumas competências, tais como:
• Saber agir: Saber o que e por que faz, saber julgar, escolher, decidir;
• Saber mobilizar recursos: criar sinergia e mobilizar recursos e
competências;
• Saber comunicar: compreender, trabalhar, transmitir informações,
conhecimentos;
• Saber aprender: trabalhar o conhecimento e a experiência, rever modelos
mentais; saber desenvolver-se;
• Saber engajar-se e comprometer-se: saber empreender, assumir riscos,
comprometer-se;
• Saber assumir responsabilidades: ser responsável, assumindo os riscos e
consequências de suas ações e sendo por isso reconhecido;
• Ter visão estratégica: Conhecer e entender o negócio da organização, o seu
ambiente, identificando oportunidades e alternativas.
Segundo Bitencourt (2004), o profissional deve ter consciência da importância
da aprendizagem organizacional e da responsabilidade que cada um tem. Neste
sem tido, a autora destaca os principais elementos e práticas de aprendizagem
como a reflexão em ação que busca a melhoria de resultados e novas ideias com
base em vivencias no ambiente de trabalho.
Baseado na tensão criativa, promove a melhoria contínua; a visão
compartilhada que é a aproximação entre as pessoas, favorecendo a aprendizagem
em grupo, com base na construção de um objetivo comum; a questão do prender a
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aprender que busca aplicar novos conhecimentos e experiências em diferentes
situações valendo-se do desenvolvimento da visão sistêmica.
Além disso, percebe-se também o desenvolvimento contínuo que visa
aprimorar constantemente os processos, tarefas, formação, resultados da empresa;
e a sistematização de processos que se refere à incorporação de conhecimentos e
práticas à organização. Dessa forma, constrói-se a memória organizacional.
De acordo com Bitencourt (2004) os funcionários precisam aproveitar toda
forma de aprendizagem:
Aprendo lendo, aprendo ouvindo, aprendo errando, aprendo na prática, aprendo vivenciando a situação na minha cabeça, aprendo observando os outros. Inúmeras são as formas de aprender e cada pessoa se vê única nesse processo. Cada espécie animal utiliza mais determinado tipo de percepção para aprender; o ser humano é predominantemente visual e verbal, utilizando aquilo que Pavlov (1997) denominou o verbal ou simbólico, de preferência aos demais. A memória visual humana é maior que a auditiva, e a memória verbal-visual é maior que a oral. A quantidade de informações que pode ser adquirida na aprendizagem verbal-visual é maior do que a que pode ser retida pela comunicação oral. Um exemplo são as línguas transmitidas oralmente e que desaparecem, enquanto as línguas transmitidas pela escrita e leitura sobrevivem (BITENCOURT, 2004, p. 09).
Segundo Bitencourt (2004), as emoções e os afetos também regulam o
aprendizado e a formação de memórias. As pessoas se lembram melhor daquilo que
lhes despertou sentimentos positivos do que daquilo que lhes despertou sentimentos
negativos e se lembram mal daquilo que as deixou indiferentes. As emoções
contribuem fortemente na motivação para a pessoa aprender; parecem dar cor e
sabor ao que aprende.
Portanto, quem se propõe a trabalhar em uma escola precisa informar-se
sobre os objetivos da mesma, para que possa atuar com eficácia. Essa necessidade
é particularmente relevante para o profissional que irá desempenhar na escola a
função de articulador entre o ensino e a aprendizagem de todos os elementos dessa
instituição, provocando mudanças e ajudando no processo evolutivo individual e
coletivo.
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Quadro 6 – Competências do especialista.
Fonte: CBO - Classificação Brasileira de Ocupações
Cada instituição escolar tem suas necessidades e o especialista deverá
identificá-las para que possa cumprir seu papel e após este conhecimento, saiba
comunicar-se com todos que estão ao seu redor. É de suma importância uma
comunicação eficiente, evitando-se ruídos que poderão atrapalhar a atuação de
todos os profissionais de uma escola.
A aprendizagem pode ser assim pensada como um processo de mudança,
provocado por estímulos diversos, mediado por emoções, que pode vir ou não a
manifestar-se em mudança no comportamento da pessoa e na aprendizagem
organizacional. A aprendizagem também depende das competências pessoais:
COMUNICAR-SE
1 Olhar com intencionalidade pedagógica
2 Expressar-se com clareza
3 Socializar informações
4 Divulgar deliberações
5 Elaborar relatórios
6 Sistematizar registros administrativos e pedagógicos
7 Emitir pareceres
8 Entrevistar
9 Divulgar resultados de avaliação
10 Divulgar experiências pedagógicas
11 Publicar experiências pedagógicas
12 Organizar encontros, congressos e seminários
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Competências pessoais
1 Assumir responsabilidades inerentes ao seu papel
2 Assumir postura ética
3 Compreender o contexto
4 Respeitar as diversidades
5 Criar espaços para o exercício da diversidade
6 Respeitar a autoria do educador
7 Respeitar a autonomia do educador
8 Criar clima favorável de trabalho
9 Demonstrar capacidade de observação
10 Acreditar no trabalho coletivo
11 Trabalhar em equipe
12 Administrar conflitos
13 Intermediar conflitos entre a escola e a família
14 Interagir com os pais
15 Coordenar reuniões
16 Dimensionar os problemas
17 Estimular a solidariedade
18 Respeitar a alteridade
19 Estimular a criatividade
20 Estimular o senso de justiça
21 Estimular o senso crítico
22 Estimular o respeito mútuo
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Quadro 7 – Competências pessoais.
Fonte: CBO - Classificação Brasileira de Ocupações
Para isso, o especialista necessita de ter certas competências que se fazem
necessárias não apenas para a sua profissão propriamente dita, mas para todos que
desejam o sucesso, sonham com uma carreira longa e promissora e que se
preocupam também com a realização dos sonhos dos outros.
O ser humano está diante de um mundo onde se há urgência por sentimentos
e ações voltadas para a cooperação, coletividade, ética, senso crítico, observação
amorosa, sustentabilidade, amor, profissionalismo e liderança.
23 Estimular valores estéticos
24 Desenvolver a auto-estima
25 Estimular a cooperação
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CONCLUSÃO
Como foi analisado até aqui, pode-se dizer que a função do Orientador
Educacional vai muito mais além do que apenas prestar assistência ao aluno
durante o processo de aprendizado na escola que frequenta, pois entende-se que a
educação é instrução e formação, e a educação precisa cumprir dois principais
objetivos que é ensinar conhecimentos e formar a personalidade dos alunos. Se
ensinar conhecimento é algo relativamente claro, não sucede o mesmo com a
formação moral. Por isso, vê-se claramente a dimensão do trabalho do orientador
educacional.
Este profissional deve ser visto como um educador que atua na área
educacional, auxiliando o aluno em muitos aspectos como sociais, individuais e
profissionais, apontando as habilidades, qualidades e identificando as deficiências
de cada um, sem menosprezar as individualidades que cada educando tem.
O Orientador Educacional ainda colabora com toda a comunidade escolar
com a finalidade de fazê-la compreender os diferentes processos pelos quais passa
a comunidade, também tem um significativo papel formativo, pois os elementos
sócio-culturais que sustentam a autoridade são a todo o momento mobilizados.
Por isso, este estudo tentou mostrar a importância de discutir a influência da
autoridade na prática educativa, identificar a relevância dada a esta questão pelos
Orientadores Educacionais. Buscando uma interpretação holística e reflexiva do
processo educacional, só assim é possível dizer que ele se organiza sobre o as
pessoas com mais experiências e que possam ajudar outras a crescerem.
Ao utilizar-se deste argumento e das relações do orientador com a produção
de saberes e discursos, pode-se perceber que a sua prática pedagógica é um
elemento fundamental na condução de processos de liberdade do educando, o
Orientador Educacional entende também que seu papel que é o de proporcionar
práticas intersubjetivas em que a diferença seja vista como possibilidade de
crescimento pessoal/social e de libertação.
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Uma outra questão que não pode deixar de ser analisada é que as crianças e
os jovens quando chegam à escola já começam a elaborar – e o continuarão
durante muito tempo – alguma coisa que denomina-se de personalidade moral. Um
conceito que não designa somente uma coisa, mesmo que possa parecer, mas
umas quantas. A personalidade moral está constituída por muitos elementos pelos
quais o orientador deve estar atento como a consciência de si mesmo e a
capacidade que outorga de dirigir-se com autonomia, a inteligência moral ou o
conjunto de capacidades que permitem deliberar e atuar em situações sociais, a
experiência biográfica singular que modela a identidade, os valores e a maneira de
ser, o autoconhecimento que viabiliza construir e valorizar positivamente o próprio
eu.
Além disso, percebe-se nas práticas do orientador a tarefa de despertar nos
educandos a importância conhecer-se a si mesmo; integrar a experiência biográfica
e projetá-la ao futuro, entender o conhecimento das outras pessoas e o
desenvolvimento da capacidade empática e de adoção de perspectivas sociais.
Nos aspectos voltados para a questão do juízo moral dos educandos, o
orientador deve desenvolver a sensibilidade moral e a capacidade de crianças e
adolescentes de raciocinar acerca dos problemas morais de uma maneira justa e
solidária. Também foi apresentado, talvez de modo implícito, que o
orientador/educador, deve viabilizar as habilidades dialógicas dos indivíduos e
desenvolver as capacidades para trocar opiniões e para raciocinar a respeito dos
pontos de vista dos outros interlocutores e interlocutoras visando ao acordo.
A compreensão crítica é um fator fundamental da prática do orientador, pois
ele deve instigar os educandos a desenvolver as suas capacidades para adquirir
informação e para contrapor com os diferentes pontos de vista sobre a realidade que
os cercam, a fim de compreendê-la, comprometendo-se com sua mudança, a auto-
regulação que é buscar a coerência entre o juízo e a ação moral. Adquirir os hábitos
desejados e construir, voluntariamente, um caráter moral próprio. O orientador
também colabora com os educandos mostrando-os a importância da tomada de
consciência para desenvolver as habilidades que permitam conceituar, regular e
valorar os processos cognitivos, emocionais e de conduta que pertencem ao âmbito
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sociomoral, a compreender que o primeiro aspecto a ser considerado é a
capacidade de se colocar em lugar do outro, sempre fazendo um esforço de
compreensão do seu ponto de vista e dos motivos que o levaram a se manifestar ou
a se comportar de determinada maneira. Qualquer conduta sempre tem uma
explicação e corresponde a interesses, sentimentos ou razões nem sempre
explícitos, porém que influem de uma maneira decisiva em que os experimenta.
Sendo assim, pode-se dizer que as práticas do orientador educacional
demandam muita competência, habilidade, pois ele deve compreender as crianças,
os jovens a também os professores, sem emitir juízos valorativos, que permitirá uma
aproximação à realidade e abrirá canais de comunicação na relação interpessoal.
Assim, essas reflexões educativas tendem a dar prioridade à formação dos
grupos e da coletividade. Acredita-se que, com boas razões, que intervir sobre esses
níveis acaba repercutindo na educação das personalidades individuais. Existem,
porém algumas outras tendências que consideram que é próprio da ação educativa
influir sobre os indivíduos singulares. Consideram também, com boas razões, e que
o melhor modo de ajudar um sujeito é trabalhar com ele de maneira direta e
imediata.
A relação educativa pessoal seria o meio privilegiado dessa opção. A
intervenção educativa do orientador deve ser múltipla, diferencial e simultânea. Quer
dizer, deve realizar-se em diversos níveis educativos, ou seja, com os sujeitos, os
pequenos grupos, o grupo-classe, individualmente e a instituição escolar em
conjunto.
Em cada um, o orientador deve intervir de maneira diferente, de acordo com a
sua natureza e com as suas possibilidades. E, finalmente, pode-se dizer que essas
intervenções costumam produzir entrelaçamentos entre elas que poderão influenciar
positivamente na vida do educando, proporcionando-lhe uma vida estudantil mais
alegre, produtiva e segura, oferecendo-lhe condições de ter esperança de um futuro
melhor, promissor com pessoas conscientes e solidárias.
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REFERÊNCIAS
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MEDEIROS, Maria Amália. As várias faces da pedagogia. Lisboa: Livros Horizonte, 1979. MEDINA, A. S. Supervisor Escolar: parceiro político-pedagógico do professor. In: RANGEL, M; SILVA JUNIOR, C. A. (Orgs.). Nove olhares sobre a supervisão. 10. ed. Campinas: Papirus, 2004. SARTRE, Jean-Paul. Questão de método. São Paulo: Difusão Européia do livro. 1972. SCHÖN, Donald A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. SILVA, Rosana Cristina Ferreira. A dialética do prazer na profissão docente. Dissertação (Mestrado em Educação defendida em 28/fev/2006). Três Corações: UNINCOR –2006. SOUZA, E. O estágio de supervisão escolar nas faculdades de Educação. Rio de Janeiro: URFJ, 1974. TEDESCO, Juan Carlos. O novo pacto educativo: educação, competitividade e cidadania na sociedade moderna. São Paulo: Ática, 2001.
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ANEXOS
Regulamento
Decreto nº 72.846, de 26 de setembro de 1973
Regulamentada a Lei nº 5.564, de 21 de dezembro de 1968, que provê sobre o
Exercício da Profissão de Orientador Educacional
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 81, item
III, da Constituição, Decreta:
Art. 1º Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao educando,
individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o
desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e
integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o
para o exercício das opções básicas.
obs.dji.grau.4: Educação; Exercício; Exercício profissional
Art. 2º O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo:
I - Dos licenciados em pedagogia, habilitados em orientação educacional,
possuidores de diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior oficiais
ou reconhecidos.
II - Dos portadores de diplomas ou certificados de orientador educacional obtidos em
cursos de pós-graduação, ministrados por estabelecimentos oficiais ou
reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal de Educação.
III - Dos diplomados em orientação educacional por escolas estrangeiras, cujos
títulos sejam revalidados na forma da legislação em vigor.
Art. 3º É assegurado ainda o direito de exercer a profissão de Orientador
Educacional:
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81
I - Aos formados que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº 5.692-
71, na forma do art. 63, da Lei nº 4.024-61, em todo o ensino 1º e 2º graus.
II - Aos formados que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº
5.692-71 na forma do artigo 64, da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, até a
4º série do ensino de 1º grau.
Art. 4º Os profissionais, de que tratam os artigos anteriores, somente poderão
exercer a profissão após satisfazerem os seguintes requisitos:
I - Registro dos diplomas ou certificados no Ministério da Educação e Cultura;
II - Registro profissional no órgão competente do Ministério da Educação e Cultura.
Art. 5º A Profissão de Orientador Educacional, observadas as condições previstas
neste regulamento, se exerce na órbita pública ou privada, por meio de
planejamento, coordenação, supervisão, execução, aconselhamento e
acompanhamento relativos às atividades de orientação educacional, bem como por
meio de estudos, pesquisas, análises, pareceres compreendidos no seu campo
profissional.
Art. 6º Os documentos referentes ao campo de ação profissional de que trata o
artigo anterior só terão validade quando assinados por Orientador Educacional,
devidamente registrado na forma desse regulamento.
Art. 7º É obrigatório a citação do número do registro de Orientador Educacional em
todos os documentos que levam sua assinatura.
Art. 8º São atribuições privativas do Orientador Educacional:
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação
Educacional em nível de:
1 - Escola;
2 - Comunidade.
Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
82
b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação
Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Municipal e Autárquico; das
Sociedades de Economia Mista Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.
c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo
educativo global.
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do
educando.
e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à
orientação vocacional.
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao
conhecimento global do educando.
g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros
especialistas aqueles que exigirem assistência especial.
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as
exigências da legislação específicas do ensino.
j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.
l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.
Art. 9º Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições:
a) Participar no processo de identificação das características básicas da
comunidade;
b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar;
c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;
d) Participar na composição caracterização e acompanhamento de turmas e grupos;
e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;
f) Participar do processo de encaminhamento dos alunos estagiários;
g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade;
Site: www.ucamprominas.com.br
E-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
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h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.
Art. 10. No preenchimento de cargos públicos, para os quais se faz mister
qualificação de Orientador Educacional, requer-se, como condição essencial, que os
candidatos hajam satisfeito, previamente, as exigências da Lei nº 5.564, de 21 de
dezembro de 1968 e deste regulamento.
obs.dji.grau.1: Profissão de Orientador Educacional - L-005.564-1968
Art. 11. Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Brasília, 26 de setembro de 1973; 152º da Independência e 85º da República.
Emilio G. Médice Confúcio Pamplona
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