View
32
Download
1
Category
Preview:
Citation preview
Preparado por: Prof. Wellington D. Guimarães - CEFETES
9. Aplicações em redes de sistemas viários
A modelagem do sistema viário de uma cidade permite o desenvolvimento de diversas
aplicações úteis ao planejamento urbano. Nesta aula prática, utilizaremos a malha viária do Bairro
Jardim da Penha já devidamente estruturada e veremos alguns exemplos de aplicação. A extensão
Network Analyst é necessária para executar os procedimentos descritos a seguir. Na próxima aula
prática será visto como estruturar o banco de dados.
Iniciaremos com o exemplo de otimização no traçado de rotas, ou seja, definição de rotas de
custo mínimo. Elas auxiliam o gestor urbano no planejamento de itinerários para:
➢ coleta de lixo;
➢ rega de praças, jardins e canteiros centrais;
➢ deslocamento de ambulâncias, viaturas policiais e carros do corpo de bombeiros;
➢ aplicação de dedetização (fumacês, por exemplo);
➢ e entrega de correspondênicas, entre outras.
Enfim, qualquer atividade que envolva o deslocamento de veículos ou pessoas pela malha
viária existente pode se beneficiar da otimização de rotas.
A seguir, calcularemos as áreas de influência para os pontos de ônibus desse bairro. Elas são
importantes para avaliar a acessibilidade dos usuários do sistema de transporte público aos pontos
de ônibus. De uma forma abrangente, ela pode ser entendida como uma medida do esforço para se
transpor uma separação espacial caracterizada pelas oportunidades apresentadas ao indivíduo ou
grupo de indivíduos, para que possam exercer suas atividades por meio do sistema de transporte. A
acessibilidade está associada à facilidade de chegar ao local de embarque no transporte coletivo e de
sair do local de desembarque e alcançar o destino final da viagem (FERRAZ & TORRES, 2004).
E para finalizar, encontraremos o ponto de ônibus mais próximo para um pedestre. Este
recurso pode ser extrapolado para diversas outras situações, como alocar ambulâncias, viaturas do
corpo de bombeiros ou viaturas policiais para atender a um chamado.
9.1 Objetivos
➢ traçar rotas de menor percurso;
➢ calcular a acessibilidade a pontos de ônibus;
➢ encontrar os pontos de ônibus mais próximos ao usuário.
147
9.2 Dados Necessários
Os dados necessários para esse exercício encontram-se em ...\Prat9\Dados. Os arquivos
(mapas e suas tabelas de atributos) a serem utilizados estão descritos no quadro abaixo. O Datum
horizontal é o SAD69. O sistema de projeção é UTM, com meridiano central de 39°W (zona 24).
Para os exemplos apresentados nesta prática, os planos de informação foram previamente
configurados e organizados no network dataset eixo_logradouro_ND.nd.
Plano de Informação Formato Descrição
Limite-jpenha shapefile Limite do bairro Jardim da Penha
Quadra shapefile Limites das quadras
Ponto-onibus shapefile Pontos de ônibus
Eixo-logradouro shapefile Eixos de logradouro
Conversoes_Proibidas shapefile Conversões proíbidas
9.3 Procedimentos
Inicie o ArcMap e abra o mapa
Prática9_Rotas.mxd, localizado no
diretório ...\Prat9.
O data frame Bairro Jardim da
Penha possui apenas os layers limite-
jpenha e Eixo_logradouro_ND. Este
último modela o comportamento do
sistema viário do bairro em relação a
sentidos de tráfego e conversões
proibidas, conforme convenções
indicadas na Figura 98. Utilize os
recursos de visualização para explorar
os dados.
Observe que a seta azul indica o
sentido proibido de conversão. Ou seja,
para um veículo que está na rua Carlos
Eduardo Monteiro de Lemos e se
desloca em direção a Dante Michelini,
não é permitido virar à esquerda. Ruas
148
Figura 98: Convenções gráficas.
de mão única têm uma seta preta ( ) no lugar da bola preta para indicar o sentido de tráfego que
é permitido.
Uma vez que as convenções foram entendidas, carregue a extensão Network Analyst (menu
Tools / Extensions) para utilizarmos seus recursos.
Abra a barra de ferramentas Network Analyst.
O menu Network Analyst da barra de ferramentas mostra os recursos de processamento desta
extensão (Figura 99).
9.3.1 Otimização de rotas
Clique no menu Network Analyst e selecione a opção New Route. Será acrescentado ao data
frame um layer chamado Route, que empacota (agrupa) os layers Stops, Barriers e Routes,
conforme indica a Figura 100. Altere seu nome para Rota1.
Na barra de ferramentas Network Analyst, clique no
botão Show/Hide Network Analyst window . Será aberta
uma janela com este nome (Figura 101). Acople-a junto com a
tabela de conteúdo para que não ocupe muito espaço na tela.
Esta caixa de diálogo serve para gerenciar os pontos de parada
(importar, excluir, modificar a ordem de passagem, etc),
barreiras, rotas e marcar as configurações que deverão ser
observadas no momento do processamento.
No menu View / Bookmarks, selecione Cruzamento 1.
Certifique-se de que a opção Stops(0) esteja selecionada
na janela Network Analyst window.
149
Figura 99: Barra de ferramentas do Network Analyst.
Figura 100: Layers para os pontos de
parada, barreiras e rotas calculadas.
Na barra de ferramentas Network Analyst, selecione o
comando Create Network Location Tool . Marque dois
pontos conforme indica a Figura 102, mantendo a mesma ordem.
Além de aparecer sobre os eixos de logradouro, os pontos criados
também deverão ser acrescentados no item Stops da janela
Network Analyst window. O nome padrão é Graphic Pick X, onde
X indica o número do ponto. Mude o nome do ponto 1 para Início
e do ponto 2 para Fim.
Na janela Network Analyst window, selecione o comando
Route1 Properties . Será aberta a caixa de diálogo Layer
Properties (Figura 103). Selecione a aba Analysis Settings e
configure os parâmetros conforme descrito abaixo e clique no
botão OK. Para aqueles que não forem informados, mantenha os
valores default.
Impedance: Meters (Meters)
Allow U-Turns: Nowhere
Restrictions: mantenha as caixas de verificação
Conv_Proibidas e Oneway desmarcadas
Distance Units: Meters
Open Directions window automatically: marcado
O campo Impedance indica ao software qual
é o campo da tabela de atributos que armazena os
custos associados a cada arco da rede. No caso
deste exercício, a rota de custo mínimo significa
aquela de menor distância.
No campo Restrictions, como mantivemos as
duas caixas de verificação desmarcadas, o software
não levará em conta no processamento as
conversões proibidas (Conv_Proibidas) e os
sentidos de tráfego (Oneway). Uma situação assim
poderia ser aplicada, por exemplo, para quem faz o
deslocamento a pé, como carteiros, varredores de
rua e pedestres.
150
Figura 101: Janela Network
Analyst window.
Figura 102: Indicação dos pontos de partida (1) e de
chegada (2).
Após as configurações, o passo seguinte é o cálculo da rota.
Na barra de ferramentas Network Analyst, selecione o comando Solve e observe o
resultado do cálculo, que deve ser semelhante ao da Figura 105. Também deverá ser aberta a caixa
de diálogo Directions (Rota1) - Figura 104. Nela, aparece uma listagem com o itinerário que deverá
ser seguido, com as parciais de cada trecho e a distância total a ser percorrida.
151
Figura 103: Configurações para cálculo da rota.
Figura 104: Itinerário da rota.
Repare também o que aconteceu no layer
Rota1 (layer Routes)do data frame e da janela
Network Analyst window. Abra a tabela de
atributos do layer Routes. Observe que ele existe
apenas dentro do arquivo .mxd. Dependendo da
situação, o comando Export Data deverá ser
utilizado para gerar um shapefile com a rota que
foi criada.
Vamos criar outra rota, mas agora
observando as conversões proibidas e os sentidos
de tráfego. Utilizaremos os mesmos pontos de
partida e de chegada.
Desligue o plano de informação Rota1 no
data frame.
Na barra de ferramentas Network Analyst,
clique no menu Network Analyst e selecione a
opção New Route. Um layer novo chamado Route será acrescentado ao data frame. Altere seu
nome para Rota2. Observe que o layer Rota2 também foi acrescentado ao Network Analyst window.
Na janela Network Analyst window, certifique-se de Rota2 é o layer selecionado no combo-
box. Clique com o botão direito do mouse sobre Stops(0) e selecione Load Locations no menu
popup. Na caixa de diálogo Load Locations, clique no combo-box Load From, selecione
Rota1/Stops e no botão OK.
Na janela Network Analyst window, selecione o comando Rota2 Properties . Na caixa
de diálogo Layer Properties, selecione a aba Analysis Settings e configure os parâmetros conforme
descrito abaixo. Para aqueles que não forem informados, mantenha os valores default.
Impedance: Meters (Meters)
Allow U-Turns: Nowhere
Restrictions: marque as caixas de verificação Conv_Proibidas e Oneway
Distance Units: Meters
Open Directions window automatically: marcado
Na barra de ferramentas Network Analyst, selecione o comando Solve e observe o
resultado do cálculo, que deve ser semelhante ao da Figura 106.
152
Figura 105: Resultado do processamento.
Também foi gerado o itinerário
para a segunda rota. Compare as
distâncias entre as duas rotas.
Agora é por sua conta. Crie outras
rotas. Acrescente mais de dois pontos.
Avalie os parâmetros Reorder Stops To
Find Optimal Route e Allow U-Turns.
153
Figura 106: Rota. que considera os sentidos de tráfego e as
conversões proibidas.
Figura 107: Itinerário da segunda rota.
9.3.2 Acessibilidade a pontos de ônibus
Abra o mapa Prática9_Acessibilidade.mxd.
Adicione o plano de informação ponto-onibus ao data frame. Coloque um símbolo mais
adequado (exemplo: Bus Station na categoria Transportation/Guide Sign).
Na barra de ferramentas Network Analyst, clique no menu Network Analyst e selecione a
opção New Service Area. Será acrescentado ao data frame um layer chamado Service Area, que
empacota (agrupa) os layers Facilities, Barriers, Lines e Polygons, conforme indica a Figura 100.
Altere seu nome para Áreas de Influência.
Vamos avaliar quantitativamente a acessibilidade dos
pedestres ao sistema de transporte coletivo do Bairro Jardim
da Penha. A abordagem adotada é aquela proposta por Ferraz
e Torres (2004), na qual se consideram faixas de distâncias
em relação aos pontos de ônibus, conforme Quadro 5.
A primeira coisa a fazer é carregar os pontos em
relação aos quais serão geradas as áreas de influência. No
nosso caso serão os pontos de ônibus.
Na janela Network Analyst window, certifique-se de
que Áreas de Influência é o layer selecionado no combo-
box. Clique com o botão direito do mouse sobre
Facilities(0) e selecione Load Locations no menu popup. Na
caixa de diálogo Load Locations, clique no combo-box Load
From, selecione Ponto-onibus e no botão OK.
Na janela Network Analyst window, selecione o
comando Áreas de Influência Properties . Será aberta a
caixa de diálogo Layer Properties (Figura 109). Selecione a
aba Analysis Settings e configure os parâmetros conforme descrito abaixo. Para os parâmetros que
não forem informados, mantenha os valores default.
Impedance: Meters (Meters)
Defalult Breaks: 0 300 500
Allow U-Turns: Nowhere
Restrictions: mantenha as caixas de verificação Conv_Proibidas e Oneway desmarcadas
Direction: Away From Facilities
154
Figura 108: Layers utilizados na criação
de áreas de serviço.
Fator Parâmetros de avaliação Bom Regular Ruim
Acessibilidade Distância de caminhada no início e nofim da viagem (m)
< 300 300-500 > 500
Quadro 5: Avaliação de acessibilidade. Adaptado de Ferraz e Torres (2004).
Selecione a aba Polygon Generation e configure os parâmetros conforme descrito abaixo,
mantendo os valores default para os demais.
Trim Polygons: 500 meters
Multiple Facilities Options: Merge by break value
Overlayp Type: Rings
Allow U-Turns: Nowhere
Na barra de ferramentas Network Analyst, selecione o comando Solve e observe o
resultado do cálculo, que deve ser semelhante ao da Figura 110.
155
Figura 109: Configurações para o cálculo das áreas de influência.
Gere outro mapa com as áreas de influência, utilizando os intervalos abaixo:
0m - 30m
30m – 60m
60m – 90m
Quais seriam as limitações caso utilizássemos o comando de criação de buffer
para representar as áreas de influência de cada ponto de ônibus?
156
Figura 110: Resultado do cálculo das áreas de influência.
9.3.3 Localização de equipamentos ou serviços mais próximos
Outro recurso útil da extensão Network Analyst consiste no cálculo dos equipamentos ou
serviços mais próximos de um determinado ponto, fornecendo inclusive o itinerário para se chegar
ao equipamento. Como exemplos podemos citar: alocação de alunos à escola mais próxima;
identificação dos pontos de atendimento mais próximos de um cliente para que ele possa efetuar o
pagamento de contas, etc. No exemplo a seguir, vamos informar um posição e calcular os pontos de
ônibus mais próximos.
Clique no menu Network Analyst e selecione a opção New Closest Facility. Será
acrescentado ao data frame um layer chamado Closest Facility, que empacota (agrupa) os layers
Facilities, Incidents, Barriers e Routes. Altere seu nome para Ponto de ônibus mais próximo. Os
layers citados correspondem, respectivamente, a localização dos equipamentos (os pontos de ônibus
no nosso exemplo), pontos de chamada ou demanda (a localização do pedestre no nosso exemplo),
barreiras (ruas impedidas, por exemplo) e as rotas que serão calculadas dos pontos de chamada até
os equipamentos.
Na janela Network Analyst window, certifique-se de Ponto de ônibus mais próximo é o
layer selecionado no combo-box. Clique com o botão direito do mouse sobre Facilities(0) e
selecione Load Locations no menu popup. Na caixa de diálogo Load Locations, clique no combo-
box Load From, selecione Ponto-onibus e no botão OK.
Selecione Cruzamento 2 no menu View / Bookmarks.
Na janela Network Analyst window, selecione o layer Incidents(0).
Na barra de ferramentas Network Analyst, selecione o comando Create Network Location
Tool . Marque um ponto no cruzamento das ruas Comissário Octávio Queiroz e Doutor
Moacyr Gonçalves.
Na janela Network Analyst window, selecione o comando Ponto de ônibus mais próximo
Properties . Será aberta a caixa de diálogo Layer Properties (Figura 111). Selecione a aba
Analysis Settings e configure os parâmetros conforme descrito abaixo e clique no botão OK. Para
aqueles que não forem informados, mantenha os valores default.
Impedance: Meters (Meters)
Facilities To Find: 3
Allow U-Turns: Everywhere
Restrictions: mantenha as caixas de verificação Conv_Proibidas e Oneway desmarcadas
Distance Units: Meters
Open Directions window automatically: marcado
157
Na barra de ferramentas Network Analyst, selecione o comando Solve e observe o
resultado do cálculo,
que deve ser
semelhante ao da
Figura 113.
Na Figura 112 têm-se
os itinerários até os três
pontos de ônibus.
158
Figura 111: Parâmetros de configuração utilizados no cálculo dos pontos de ônibus mais próximos.
Figura 112: Itinerário do ponto de partida até os três pontos de ônibus mais próximos.
Faça outras simulações. Experimente criar barreiras.
9.4 Exercícios
1. Trace um paralelo entre o emprego de buffers e de áreas de influência.
2. Dos recursos vistos nesta prática, qual deveria ser utilizado para a alocação de alunos a escola
mais próxima?
9.5 Bibliografia
FERRAZ, Antônio Clóvis Pinto; TORRES, Isaac Guilhermo Espinosa. Transporte público
urbano. 2ª ed. São Carlos: Rima, 2004. 428 p.
159
Figura 113: As três rotas que foram calculadas.
Preparado por: Prof. Wellington D. Guimarães - CEFETES
10. Estruturação de redes no ArcGIS
Conforme visto na aula anterior, o ArcGIS Desktop utiliza uma extensão chamada Network
Analyst para realizar análises que envolvem redes de transporte. Ela oferece recursos que permitem
elaborar estudos sobre roteamento, acessibilidade e delimitação de áreas de influência. Nesta aula
veremos como estruturar uma rede de transporte.
Ruas, estradas, linhas de metrô e cursos d'água são modelados através de seus eixos, que
recebem o nome de edge sources na terminologia do software. É importante salientar que os eixos
pertencentes a uma mesma rede – pode-se combinar redes de modais diferentes - tem de ser
quebrados em trechos sempre que houver uma interseção entre eles. Outro aspecto de fundamental
importância é que os arcos possuem um sentido.
O passo inicial consiste em estruturar os dados de origem – shapefiles, coverages ou
geodatabases – para criação de um Network Dataset. Este consiste de um conjunto de regras
aplicadas aos planos de informação de entrada, que permitem modelar as restrições que permeiam a
rede. As regras possíveis são a conectividade - define como as feições participantes da rede se
interligarão; as conversões proibidas; os campos de impedância; os sentidos de deslocamento; e por
fim propriedades relativas ao relatório do itinerário. Restrições como sentido de fluxo, impedâncias
relativas ao comprimento do arco ou tempo necessário para percorrê-lo são modelados através de
atributos e tem como padrão para seus nomes Oneway, Meters e Minutes (FT_Minutes e
TF_Minutes, um para cada sentido), respectivamente.
No caso do sentido de fluxo, deve-se preencher o campo Oneway com os valores FT (From
To) e TF (To From). Ambos indicam que o arco possui mão única. A escolha entre eles se dará de
acordo com o sentido do arco. FT indica que é permitido percorrer o arco do início para o fim. TF
tem o efeito contrário, indicando que só é permitido percorrer o arco do ponto final para o inicial.
No network dataset utilizam-se os termos Along (ao longo de) e Against (contrário a) para substituí-
los, respectivamente. Para os arcos onde é possível se deslocar em ambos os sentidos basta deixar
em branco. Naqueles onde não é permitido o tráfego coloca-se o valor N.
Todo network dataset possui um nome e um tipo – que é dado em função dos planos de
informação de entrada. Ou seja, os tipos mais comuns serão: Shapefile-Based Network Dataset e
Geodatabase-Based Network Dataset. É formado por dois tipos de geometria - polilinhas (edge
sources) e pontos (junction sources). As junções, caso não existam, serão criadas nos extremos de
cada arco no momento de criação, estejam eles conectados ou não – lembre-se de que as redes são
2D e pense no caso de viadutos, e serão armazenadas em um plano de informação. A conexão entre
160
arcos pode se dar de duas formas - End Point e Any vertex. Na primeira, apenas os extremos do arco
poderão ser utilizados para conexão. Na segunda, qualquer vértice comum será utilizado para
estabelecer a conexão.
A conexão do tipo End Point é modelada através dos atributos F_ZLEV e T_ZLEV. As
letras F e T correspondem a From e To, respectivamente. Eles armazenam valores lógicos de
elevação (ZLEV) – não confunda com altitude. Cada arco tem um sentido, definido em função de
seus pontos inicial e final. Se dois arcos que se interceptam tiverem o mesmo valor de ZLEV
estabelecer-se-á conexão entre eles. Se forem diferentes, como no caso de pontes e viadutos, não
haverá conexão.
Um network dataset baseado em shapefile suporta apenas um plano de informação para
compor os arcos da rede, enquanto um network dataset baseado em geodatabase suporta múltiplos
planos de informação para formar os arcos e junções da rede. São úteis no caso de integração de
redes de modais diferentes, como linhas de metrô e de eixos de logradouro.
Conversões também podem ser incorporadas à rede. Podem ser construídas em qualquer
junção onde os arcos se conectam. Há n2 (n – número de arcos) possibilidades de conversão em uma
junção de rede, conforme ilustra a Figura 114.
Conversões envolvem no mínimo dois arcos,
sendo que o Network Analyst suporta uma máximo de
20. O número máximo suportado será definido no
momento de criação de uma turn feature class. O
primeiro e último arcos recebem o nome de arcos
exteriores. Os demais arcos são chamados de
intermediários. A Figura 115 ilustra um exemplo de
conversão que envolve múltiplos arcos – f, c, d, i. Os
arcos f e i são exteriores e os demais interiores.
Uma conversão deve obedecer as regras a seguir:
➢ uma conversão é uma seqüência de pelo menos dois arcos, inclusive conversões em U;
➢ no caso de conversões que envolvam três ou mais lados (multiedge turns), os arcos externos
não poderão ser internos em outras conversões;
➢ todo arco de uma seqüência pode conectar-se apenas ao seu sucessor (árvore sem folhas, ou
seja, não é permitido conexão do tipo “Y”);
➢ arcos internos podem ser compartilhados por outras conversões;
161
Figura 114: Conversões possíveis em uma
junção de três arcos (ESRI).
➢ duas conversões não podem representar o mesmo
movimento de conversão. Isto significa que duas
conversões não podem ter os arcos exteriores
inicial e final iguais.
Conversões são modeladas como vetores
(geometria do tipo polilinha) em uma turn feature class,
que é uma classe de feição personalizada de polilinhas do
tipo ESRI Turn Feature.
Fora de uma rede, uma turn feature class não tem
nenhum significado. Para fazer uso de seus dados, elas
deverão compor um network dataset. Para adicionar uma
turn feature class à rede, para o caso de geodatabases, ela deve estar no mesmo feature dataset dos
demais dados (arcos e junções). No caso de shapefiles, ela deve estar no mesmo diretório
(workspace de shapefile) e tem que ter o mesmo sistema de referência dos demais elementos do
network dataset. Um network dataset suporta diversas turn features classes. Ela não pode participar
de grupos de conectividade e não tem informações sobre elevação. Campos pré-definidos (Meters,
Minutes...) podem ser utilizados no Field Evaluator.
Uma turn feature class pode ser criada no ArcCatalog através do menu de contexto ou no
Arctoolbox. Para criar uma conversão, a turn feature class deve pertencer a um network dataset.
A seguir veremos em detalhes como construir uma rede.
10.1 Objetivos
➢ Dividir uma rede de eixos de logradouro em trechos;
➢ Criar e editar os atributos necessários para modelar uma rede;
➢ Criar uma turn features class;
➢ Estruturar um Network Dataset baseado em shapefiles;
10.2 Dados Necessários
Os dados necessários para esse exercício encontram-se em ...\Prat10\Dados. Os arquivos
(mapas e suas tabelas de atributos) a serem utilizados estão descritos no quadro abaixo. O Datum
horizontal é o SAD69. O sistema de projeção é UTM, com meridiano central de 39°W. Todos os
planos de informação estão no formato shapefile.
162
Figura 115: Exemplo de conversão que
envolve mais de dois arcos (ESRI).
Plano de Informação Formato Descrição
Limite-jpenha shapefile Limite do bairro Jardim da Penha
Quadra shapefile Limites das quadras
Eixo_Logradouro shapefile Eixos de logradouro
10.3 Procedimentos
Inicie o ArcMap com um mapa vazio.
Mude o nome do data frame Layers para Jardim da Penha.
Adicione o layer Eixo_logradouro, armazenado no diretório ...\Prat10\Dados.
Quantos logradouros existem no bairro?
Eles estão divididos em trechos?
Salve o mapa com o nome de Pratica10.mxd no diretório ...\Prat10.
10.3.1 Divisão dos logradouros em trechos
Para modelar o sistema viário é necessário quebrar os logradouros em trechos. O critério de
quebra é a interseção com outros logradouros. Esta regra só não é válida para o caso de integração
de redes de modais diferentes – rede de metrô com a rede do sistema viário, por exemplo.
Utilize o comando Planarize Lines , disponível na barra de ferramentas Topology,
conforme o vídeo de exemplo Planarize_Lines.htm, para dividir os logradouros em trechos.
10.3.2 Criação dos campos de impedância e de sentidos de tráfego
De posse dos trechos de logradouro, o passo seguinte será a criação dos campos que
armazenarão os atributos que controlam o fluxo pela rede e a geração de itinerários.
Abra a tabela de atributos do layer Eixo_logradouro e crie os campos descritos no Quadro
6. Os campos Name e Type já foram criados anteriormente.
163
Campo Tipo de dado Descrição
METERS Double, 12, 2 Comprimento em metros de cada trecho de logradouro.
MINUTES Double, 10, 5 Tempo em minutos necessário para percorrer cada trecho de logradouro àpé. Considere que um pedestre anda 5Km por hora.
ONEWAY Text, 2 Sentido de tráfego. Em branco – mão dupla. N – trânsito impedido. FT –mão única e de mesmo sentido do arco. TF - mão única e de sentidocontrário ao do arco.
NAME Text, 30 Nome do logradouro.
TYPE Text, 5 Tipo de logradouro (rua, avenida, etc.).
Quadro 6: Campos padronizados utilizados no ArcGIS.
Preencha o campo METERS com o comprimento de cada trecho de logradouro.
Preencha o campo MINUTES com o tempo necessário para percorrer cada trecho de
logradouro. A título de exercício, conside uma velocidade de tráfego de 60 km/h para todos os
trechos.
Altere a legenda do layer eixo_logradouro de modo que seja possível saber o sentido de cada
arco, conforme vídeo de exemplo Sentido_Arcos.htm.
Preencha o campo ONEWAY de acordo com as convenções do Quadro 6. Utilize a Figura
116 ou os dados da prática de número nove para saber os sentidos do tráfego do bairro.
164
Figura 116: Ruas de mão única do bairro Jardim da Penha.
10.3.3 Criação do plano de informação para modelar as conversões proibidas
Apenas os sentidos de tráfego não são suficientes para modelar o fluxo pela rede. Outra
variável que pode compor nosso modelo são as conversões proibidas. O primeiro passo é criar um
plano de informação do tipo turn feature class.
Inicie o ArcCatalog e navegue até a pasta ...\Prat10\Dados.
Crie um plano de informação do tipo turn feature class com o nome de Conv_proibidas,
conforme vídeo Criacao_turn_feature_class.htm.
Observe que você apenas criou um plano de informação vazio. As conversões propriamente
ditas serão criadas no tópico 10.3.5.
10.3.4 Criação do Network Dataset
Conforme discutido anteriormente, o network dataset é o elemento que vai ”empacotar” as
regras que controlam o deslocamento pela rede.
Inicie o ArcCatalog e navegue até a pasta ...\Prat10\Dados.
Crie o network dataset com o nome de ND_JPenha, conforme vídeo
Criacao_Network_Dataset.htm.
10.3.5 Criação das conversões proibidas
Para concluir, falta registrar as conversões proibidas.
Inicie o ArcMap e abra o arquivo Pratica10.mxd, caso não esteja aberto.
Clique no comando Add Data , navegue até a pasta ...\Prat10\Dados e adicione o
network dataset ND_JPenha, criado no item anterior. Responda sim à pergunta indicada na Figura
117, para que todos os planos de informação que fazem parte do newtork dataset sejam adicionados
ao data frame.
Registre todas as conversões proibidas, de acordo com a Tabela 2. Observe que a ordem é
que indica o sentido proibido. Consulte o vídeo de exemplo Criacao_Conversoes_Proibidas.htm
para ver os procedimentos necessários.
165
Figura 117: Adição de todos os layers do network dataset.
Conversões Proibidas Logradouros
1Av. Anisio Fernandes CoelhoRua Oscar Rodrigues de Oliveira
2Rua Ronaldo ScampiniAv. Hugo Viola
3Rua Oscar Rodrigues de OliveiraAv. Hugo Viola
4Av. Anisio Fernandes CoelhoRua Ronaldo Scampini
5Av. Doutor Pedro Feu RosaRua Sérgio Murilo França de Souza
6Av. Luiz Manoel VellosoRua José Neves Cypreste
7Rua Maria Eleonora PereiraAv. Francisco Generoso da Fonseca
8Av. Luiz Manoel VellosoRua Maria Eleonora Pereira
9Rua José Neves CypresteAv. francisco generoso da fonseca
10Av. Anisio Fernandes CoelhoRua José Neves Cypreste
11Rua Maria Eleonora PereiraAv. Carlos Orlando Carvalho
12Av. Anisio Fernandes CoelhoRua Maria Eleonora Pereira
13Rua José Neves CypresteAv. Carlos Orlando Carvalho
14Av. Saturnino Rangel MauroAv. Dante Michelini
15Rua adriano fontanaAv. Dante Michelini
16Rua Adriano FontanaAv. Dante Michelini
17Rua Eugenilio RamosAv. Dante Michelini
18Av. Luiz Manoel VellosoAv. Dante Michelini
19Rua Doutor Antonio BasilioAv. Dante Michelini
20Av. Carlos Orlando CarvalhoAv. Dante Michelini
21 Rua Comissario Octavio Queiroz e Av. Dante Michelini
22 Rua Candido Ramos e Av. Dante Michelini
23 Rua Aristobulo Barbosa Leão e Av. Dante Michelini
24 Rua Archimedes Vivacqua e Av. Dante Michelini
Tabela 2: Relação de conversões proibidas.
166
10.3.6 Configuração da legenda para Network Datasets
Após a inclusão das conversões proibidas e atualização do network dataset, você pode
alterar a legenda da rede para facilitar sua visualização.
Consulte o vídeo de exemplo Legenda_Network_Datasets.htm para ver os procedimentos
necessários. Você deverá obter um mapa semelhante ao da Figura 118.
167
Figura 118: Mapa resultante da modelagem do sistema viário do bairro Jardim da Penha.
10.4 Dicas
Em algumas situações não se dispõe dos eixos de logradouro, mas dos limites de quadras
(polígonos). Para obtê-los, uma alternativa é utilizar os comandos FeatureToLine e
CollapseDualLinesToCenterline. O primeiro converte polígonos em polilinhas, que são
necessárias para execução do segundo comando, que criará as linhas de centro (centerlines). Eles
estão disponíveis apenas na versão ArcInfo do ArcGIS Desktop. O vídeo
Derivacao_de_Eixos_de_Logradouro.htm ilustra o uso desses comandos.
Conforme vimos, os arcos têm um sentido, que é utilizado na definição dos trechos de mão
única. Caso seja necessário, ele pode ser alterado. O comando FLIP deve ser utilizado para esta
finalidade. O vídeo FLIP.htm mostra um exemplo. Para quem consultar o sistema de ajuda do
software, observar que a tradução de sentido é direction.
10.5 Exercícios
1. Por que dividir os logradouros em trechos?
168
Recommended