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PSICOLOGIA
E
APRENDIZAGEM
ESTÁGIOS
DO
DESENVOLVIMENTO
Segundo
PIAGET
1886 à 1980
Piaget estudou o desenvolvimento cognitivo
da criança. Para ele inteligência constrói-se
progressivamente ao longo do tempo, por
estádios ou etapas constantes e seqüenciais,
ou seja, de ordem invariável.
Defende uma posição construtivista,
interacionista. As estruturas do pensamento são
produto de uma construção contínua do sujeito
que age e interage com o meio, tendo um papel
ativo no seu próprio desenvolvimento cognitivo.
Ele separa o processo cognitivo inteligente em duas
palavras : aprendizagem e desenvolvimento.
Aprendizagem refere-se à aquisição de uma resposta
particular, aprendida em função da experiência,
obtida de forma sistemática ou não.
Desenvolvimento seria uma aprendizagem de fato,
sendo este o responsável pela formação dos
conhecimentos.
Funcionamento Intelectual e Funcionamento Biológico
Adaptação e Organização
O organismo discrimina entre os estímulos e
sensações com os quais é bombardeado e as
organiza . Esse processo de adaptação é então
realizado sob duas operações, a assimilação e a
acomodação.
Do ponto de vista biológico, organização é
inseparável da adaptação:
Eles são dois processos complementares de um
único mecanismo, sendo que o primeiro é o
aspecto interno do ciclo do qual a adaptação
constitui o aspecto externo.
Esquemas são estruturas mentais,
ou cognitivas, pelas quais o sujeito
intelectualmente se adapta e se organiza ao meio.
Assim sendo, os esquemas são tratados,
não como objetos reais,
mas como conjuntos de processos dentro do
sistema nervoso.
Os esquemas não são observáveis,
são inferidos.
Os esquemas são utilizados para
Processar
Identificar
Diferenciar
Classificar
Gerenciar a entrada de estímulos
O funcionamento é mais ou menos o seguinte, uma criança
apresenta um certo número de esquemas, que
grosseiramente poderíamos compará-los como fichas de um
arquivo. Diante de um estímulo, essa criança tenta
"encaixar" o estímulo em um esquema disponível. Vemos
então, que os esquemas são estruturas intelectuais que
organizam os eventos como eles são percebidos pelo
organismo e classificados em grupos, de acordo com
características comuns.
– Adaptação
construção de novos esquemas
que resultam da
– Assimilação
processo adaptativo que
consiste em incorporar
novas informações nos
esquemas existentes
Acomodação
processo adaptativo que consiste em
ajustar os esquemas existentes a
novas situações; alteramos os
esquemas de maneira a assimilar
novas informações
Equilibração,
mecanismo regulador da assimilação
e acomodação que permite a
adaptação do indivíduo ao meio,
permitindo uma progressão no
sentido de um pensamento cada vez
mais complexo.
Assimilação
É o processo cognitivo pelo qual uma pessoa integra
(classifica) um novo dado perceptual, motor ou
conceitual às estruturas cognitivas prévias
(WADSWORTH, 1996). Ou seja, quando a criança tem
novas experiências (vendo coisas novas, ou ouvindo
coisas novas) ela tenta adaptar esses novos estímulos
às estruturas cognitivas que já possui.
Exemplo
Imaginemos que uma criança está aprendendo
a reconhecer animais, e até o momento, o
único animal que ela conhece e tem organizado
esquematicamente é o cachorro. Assim,
podemos dizer que a criança possui, em sua
estrutura cognitiva, um esquema de cachorro.
Processo de assimilação e acomodaçãoAcomodação acontece quando a criança não
consegue assimilar um novo estímulo
Quando apresentada à um cavalo, ela o verá
também como cachorro (quadrúpede, um
rabo, pescoço, nariz molhado, etc.).
Até aqui temos um processo de assimilação.
Quando lhe dizem “ isto é um cavalo” ela
acomodará o estimulo, criando assim um novo
esquema.
WADSWORTH diz que (1996, p. 7)
"A acomodação explica o desenvolvimento
(uma mudança qualitativa), e a assimilação
explica o crescimento (uma mudança
quantitativa); juntos eles explicam a adaptação
intelectual e o desenvolvimento das estruturas
cognitivas.”
Piaget considera 4 períodos no processo
evolutivo
da espécie humana que são caracterizados
por aquilo que o indivíduo consegue fazer
melhor
no decorrer das diversas faixas etárias ao
longo do seu processo de desenvolvimento.
Estádios do Desenvolvimento
• 1º período: Sensório motor
(0 a 2 anos)
• 2º período: Pré operatório
(2 a 7 anos)
• 3º período: Operatório concreto (7 a 11 ou 12 anos)
• 4º período: Operatório formal
(11 ou 12 anos em diante)
Sensório-Motor
Neste estágio, a partir dos reflexos
neurológicos básicos, o bebê começa a construir
esquemas de ação para assimilar mentalmente o
meio. Também é marcado pela construção prática
das noções de objeto, espaço, causalidade e tempo.
As noções de espaço e tempo são construídas pela
ação, configurando assim, uma inteligência
essencialmente prática.
Os esquemas vão pouco a pouco,
diferenciando-se e integrando-se, no mesmo tempo
em que o sujeito vai se separando dos objetos
podendo, por isso mesmo, interagir com eles de
forma mais complexa.
O contato com o meio é direto e imediato, sem
representação ou pensamento.
Características do Sensório-Motor
• Aprendizagem da coordenação motora elementar
• Aquisição da linguagem até a construção de frases simples
• Desenvolvimento da percepção
• Noção de permanência do objeto
• Preferências afetivas
• Início da compreensão de regras-
Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão e
coloca na sua boca
“Vê" o que está diante de si.
Aprimorando esses esquemas, é capaz de
ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
Pré operatório (2 à 7 anos)
Nesta fase surge na criança, a capacidade
de substituir um objeto ou acontecimento
por uma representação.
Este estágio é conhecido como o estágio
da Inteligência Simbólica.
A atividade sensório-motor não
está esquecida, mas refinada
e mais sofisticada, ocorrendo uma
crescente melhoria na sua
aprendizagem, permitindo que
explore melhor o ambiente.
A criança neste estágio:• É egocêntrica
• Não se coloca no lugar do outro
• Não aceita a idéia do acaso
• Tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês")
• Já pode agir por simulação, "como se”
• Possui percepção global sem discriminar detalhes
• Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos
Exemplo
A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes.
Características do Pré-Operatório (2 à 7 anos)
• Domínio da linguagem
• Animismo, finalismo e egocentrismo
• Brincadeiras individualizadas
• Limitação em se colocar no lugar dos outros
• Possibilidade da moral da obediência
• Coordenação motora fina
Definindo Expressões
• Animismo é a tendência a dar
vida a todos os seres, os objetos
podem falar e andar. Ex: uma
criança tropeça em uma pedra,
briga e tenta machucar a pedra.
• Artificialismo é a tendência a
atribuir uma origem artesanal
humana a todas as coisas. Ex:
uma montanha foi feita por um
homem muito grande que juntou
muita areia, esta idéia poderá
mais tarde ser substituída pela
idéia de Papai do Céu.
Afetividade: nessa fase estão ligados a socialização
das ações, a aparição dos sentimentos morais,
provenientes das relações com adultos e crianças e
as regularizações de interesses e valores. Os
primeiros valores morais são moldados na regra
recebida, graças ao respeito unilateral, e as regras
são tomadas ao pé da letra e não na sua essência.
Finalismo: é a tendência de achar que
todos o seres e objetos tem uma
finalidade, que é servir a si. Ex: quando a
criança é consultada para que serve uma
cama e ela responde :
“Prá mim dormir.”
Operatório concreto (7 à 12 anos)
A criança começa a lidar com conceitos
como números e relações.
Esse estágio é caracterizado por uma
lógica interna consistente e pela
habilidade de solucionar
problemas concretos.
No início deste estágio a criança já é capaz de
compreender a propriedade transitiva, desde
que aplicada a objetos concretos que ela tenha
visto.
Começa a perceber a conservação do volume,
da massa e do comprimento .
A B e B C logo A C
Surge a capacidade de fazer análises lógicas,
ordenar uma série de objetos por tamanhos e de
comparar dois objetos indicando qual é o maior.
Características do Período Concreto• Operações matemáticas, gramática,
capacidade de compreender e se lembrar de fatos históricos e geográficos.• Torna-se capaz de cooperar, porque não
confunde mais seu próprio ponto de vista com o dos outros.
• Compreensão a respeito dos pontos de vista do adversário e procura de justificativas ou provas para a afirmação própria.
• Auto análise, possibilidade de compreensão dos
próprios erros.
• Planejamento das ações.
• Compreensão das necessidades dos outros.
• Coordenação de atividades, jogos em equipe,
formação de turmas de amigos.
• Julgamento moral próprio que considera as
intenções e não só o resultado (p.ex. perdoar se foi
“sem querer”).
Operatório formal (a partir dos 11 anos)A criança amplia as capacidades conquistadas nas fases
anteriores. As estruturas cognitivas da criança alcançam
seu nível mais elevado de desenvolvimento. A
representação permite à criança uma abstração total,
não se limitando mais à representação imediata e nem às
relações previamente existentes. A criança é capaz de
pensar logicamente, formular hipóteses e buscar
soluções, sem depender mais só da observação da
realidade.
Com isso, a criança adquire "capacidade
de criticar os sistemas sociais e propor
novos códigos de conduta: discute
valores morais de seus pais e constrói
os seus próprios (adquirindo portanto,
autonomia)".
Característica do Operatório Formal
• Abstração matemática (x, raiz quadrada, infinito)
• Formação de conceitos abstratos (liberdade, justiça)
• Reflexão existencial (Quem sou eu? O que eu quero da
minha vida?)
• Crítica dos valores morais e sociais
• Moral própria baseada na moral do grupo de amigos
• Criatividade para trabalhar com hipóteses impossíveis
ou irreais (se não existe gravidade, como funcionaria o
elevador? Se as pessoas não fossem tão egoístas, não precisaria
de polícia).
• Possibilidade de dedicação para transformar o mundo
• Experiência de coisas novas, estimuladas pelo grupo
de amigos.
• Desenvolvimento da sexualidade.
Exemplo
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem da
galinha comendo grãos.
Desenvolvimento da moralO desenvolvimento da moral ocorre por etapas, de
acordo com os estágios do desenvolvimento
humano. Para Piaget (1977), "toda moral consiste
num sistema de regras e a essência de toda
moralidade deve ser procurada no respeito que o
indivíduo adquire por estas regras".
Piaget entende que nos jogos coletivos as
relações interindividuais são regidas por normas
que, apesar de herdadas culturalmente, podem
ser modificadas consensualmente entre os
jogadores, sendo que o dever de 'respeitá-las'
implica a moral por envolver questões de justiça
e honestidade.
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