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Questões básicas: o problema e o contato
com o paciente
Quando uma situação evolui para um problema?
1. Sinais e sintomas precoces: difícil
identificação*2. Excesso de dúvidas, fantasias, busca de
explicações
3. Atraso na busca de ajuda profissional, agravamento do problema
* Professores, pais, médicos têm dificuldade de identificar
Quando uma situação evolui para um problema?
“Os sintomas estão presentes quando os limites da
variabilidade normal são ultrapassados”
Mas quando deixa de ser normal?
Quando uma situação evolui para um problema?
- Mudança na rotina, acontecimentos diferentes, situações estressantes ajustamento, reações e estados emocionais específicos
- Importante:
a) Separar o que é ocasional e prolongado
b) Não confiar só na passagem do tempo para solucionar
c) Não buscar explicações só em fatores circunstanciais
d) Não tentar resolver tudo com mudanças externas, ambientais
O que pode preceder o processo psicodiagnóstico?
- Dúvidas e preconceitos em relação à saúde mental
- Sentimentos do sujeito e da família em relação ao problema
- Gravidade atribuída aos sintomas- Confiabilidade em quem indicou e no resultado
do psicodiagnóstico
Por que investigar ?
Por que investigar o que precedeu o processo psicodiagnóstico?
Tudo pode influir na dinâmica do processo
- Atitude de colaboração ou aumento das defesas em momentos de entrevistas ou testagem
- Seletividade das informações passadas- Percepções distorcidas dos sintomas- Crença na confiabilidade do resultado...
Sinais e sintomas
Termos médicos de significados diferentes Sinônimos na psicologia
Sinais: achados objetivos, comportamentos observáveis
Sintomas: questões subjetivas, não observáveis
Dificuldade de distinção
Critérios para definição do problema
Problema: alterações no padrão de comportamento que é comum QUANTITATIVAS (muito ou pouco):
Motricidade, pensamento, fala Humor, afetosPodem surgir devido a um acontecimento
externo e ser adequadas à causa
Problema clínico: persistência, desproporção dos sintomas, inadequação à fase do desenvolvimento
Critérios para definição do problema
Problema: alterações no padrão de comportamento que é comum QUALITATIVAS (presença ou ausência):
Comportamentos estranhos, inapropriados, esquisitos
Problema clínico: manifestações diferentes das aceitas em determinados contextos
O problema
Só um conjunto de sinais e sintomas caracterizam um problema
Problema = transtorno mental Transtorno mental nome mais adequado?
Não exclui manifestações físicas!
O problema
- DSM IV:
“Síndrome ou padrão comportamental ou psicológico clinicamente importante que ocorre no indivíduo e está associado com sofrimento,
incapacitação ou com um risco significativamente aumentado de sofrimento
atual, morte, dor, deficiência ou perda importante da liberdade (...)”
O problema
- DSM IV:
“(...) e ademais não deve ser meramente uma resposta previsível e culturalmente sancionada a
um determinado evento, por exemplo, a morte de um ente querido. Deve ser considerada no
momento como uma manifestação de uma disfunção comportamental, psicológica ou
biológica no indivíduo”
O problema
- Observações importantes sobre a definição:
- Presença de sofrimento ou incapacitação- Pode haver disfunção biológica- Enfoque ateórico em relação às causas
O contato com o paciente
Do latim: Contactum exercitar o tato, com vistas ao toque dentro de uma relação de proximidade
Para o psicólogo: Acolhimento da dor, do sofrimento Enfrentamento de defesas, angústias, “pré-
conceitos” Olhar com respeito, sem críticas e menosprezo
Motivos conscientes e inconscientes para a marcação da
consulta
Admitir que há um problema, uma dificuldade ou a necessidade de ajuda
Motivos explícitos e motivos reais Encaminhamento: percepção vaga, baixo
nível de consciência ou dificuldade para enfrentar a realidade
Família: paciente é o terceiro excluído ou incluído (sabe ou não o real motivo)
Papel do psicólogo
- Escutar com tranquilidade- Observar a forma de se vestir, de se
comunicar, a linguagem corporal, o conteúdo da fala, como se refere a si mesmo e à sua questão
- Respeitar o silêncio e o tempo do paciente
Papel do psicólogo
- Para a realidade distorcida: - Evitar o papel de investigador, de inquisidor,
coercitivo- Não permanecer ‘cego’ para o problema- Esclarecer as motivações consicentes e
inconscientes de um pedido de ajuda- Identificar o paciente: paciente trazido,
família ou ambos
Dinâmica da interação clínica
- Atenção com a tranferência e a contratranferência - Tranferência: necessidade de agradar, de se
sentir aceito, estabelecer relacionamentos difíceis, agressividade, competitividade, manipulação. Recriar relações anteriores, semelhantes àquelas com pai, mãe ou irmão
Dinâmica da interação clínica
- Contratranferência: aceitar ou assumir e agir conforme o ‘solicitado’ pelo paciente. Aceitar presentes,elogios, oferecer proteção ou agir com autoridade familiar
Atenção: perceber os fenômenos como normais, mas não deixar influenciar no processo
A personalidade do psicólogo faz diferença?
- Atitudes positivas (afável e compreensivo)- Atitudes neutras (educado, mas metódico)- Atitudes negativas (distante e autoritário)
A produtividade no Rorschach varia conforme o comportamento do examinador!
A que mais devemos nos atentar?
- Características constantes em qualquer psicólogo:- Aspecto voyerista: examina, avalia, seguro do
curto vínculo- Aspecto autocrático: diz o quê, quando e como
fazer- Aspecto oracular: tudo sabe e tudo prevê- Aspecto santificado: salvador do paciente
A que mais devemos nos atentar?
- Características presentes em alguns pacientes:- Intimidade violada: se expõe, mas se sente
vulnerável- Perda de controle: obedece sempre- Autoconfrontação: ter que encarar o que não quer
ver- Mecanismos de defesa para não ter que enfrentar
a realidade
A que mais devemos nos atentar?
Ignorar os aspectos dinâmicos presentes na interação clínica é correr o risco de perer a dimensão glotal do processo
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