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REFLETINDO DISCRIMINAÇÃO ATRAVÉS DA LITERATURA
Autora: Irene do s Santos 1
Orientador: Sílvio José Ste ssuk 2
Resumo: Este artigo envolve a Língua Portuguesa com um viés voltado para a Literatura e possui como público alvo alunos do terceiro ano do curso de Formação de Docentes. Assim, priorizou-se um trabalho de leitura reflexiva com textos literários e não literários, instigando os alunos a pensarem sobre o que leem e a fazerem associações com o cotidiano, levando-os a perceberem como a temática “discriminação”, abordada nas obras de diferentes gêneros e em diferentes épocas, continua atual, promovendo, assim, uma compreensão de mundo. Portanto, este trabalho apresenta como material de análise vários gêneros textuais como a novela, a crônica, o conto, o poema e o artigo de opinião, dentro da temática discriminação, abordando, assim, vários tipos de preconceitos e estereótipos. O encaminhamento dos estudos apresenta-se voltado para a intertextualidade, a atemporalidade e a contextualização, entendendo o texto literário como objeto de significação dentro de uma perspectiva histórico-crítica. Palavras-chave : Literatura. discriminação. atemporalidade. contextualização.
1. Considerações Iniciais
Este artigo apresenta um trabalho de Língua Portuguesa com um viés
voltado para a Literatura, abordando a temática “discriminação” e tendo como um
de seus objetivos colaborar com professores da Rede Pública do Estado do
Paraná que buscam melhorar suas práticas pedagógicas em sala de aula. Os
textos objetos de estudo deste artigo fazem parte da Produção Didático-
Pedagógica, requisito do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE da
Secretaria de Estado da Educação – SEED, cuja Implementação ocorreu no
primeiro semestre de 2013, que corresponde ao terceiro período do PDE-2012.
O estudo realizou-se no Colégio Estadual Dr. Nilson Ribas, no município
de Jaguapitã-PR, com 18 alunas do terceiro ano do curso de Formação de
1 Professora Especialista sob a orientação da Professora Doutora Esther Gomes de Oliveira. Leciona a disciplina de Língua Portuguesa e Literatura na Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná. Inserida no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2012. E-mail: professorairene4@hotmail.com 2 Professor Pós-Doutorado na Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho – UNESP, sob a orientação da Professora Livre-Docente Sílvia Maria Azevedo, e Doutorado na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP, sob a orientação do Professor Doutor Igor Rossoni. Leciona as disciplinas de Literatura Brasileira e Tessituras da Modernidade no curso de Graduação na Universidade Estadual de Londrina – UEL. E-mail: silviostessuk@gmail.com
Docentes. A Implementação da Produção Didática ocorreu simultaneamente com
a participação como tutora no Grupo de Trabalho em Rede-GTR (ambiente virtual),
que tem como objetivo socializar as produções do professor PDE com os demais
professores da Rede de Ensino do Estado. Por meio das interações com as
participantes no GTR, percebeu-se que, de uma forma ou de outra, os
professores sabem da importância de se trabalhar uma leitura reflexiva e que a
escola enquanto uma instituição educacional é um lugar privilegiado para se
discutir questões pertinentes à realidade do aluno, instigando-o didaticamente a
refletir e a posicionar-se de forma crítica diante de situações de conflitos.
Devemos parar de ler para memorizar normas gramaticais ou conteúdos
cristalizados ou superficializantes e, a passos largos, começar a ler para entender o mundo [...], ler para descobrir os porquês dos diferentes aspectos da vida. (SILVA, 2010)
Como incentivar a compreensão de mundo? Através de uma leitura
significativa? Como ensinar a ler para além da compreensão linguística?
Há duas formas de compreensão: a compreensão intelectual ou objetiva e a compreensão humana intersubjetiva […]. A compreensão intelectual passa pela inteligibilidade e pela explicação. A compreensão humana vai além da explicação. […] Esta comporta um conhecimento de sujeito a sujeito. Por conseguinte, se vejo uma criança chorando, vou compreendê-la, não por medir o grau de salinidade de suas lágrimas, mas por buscar em mim, minhas aflições infantis, identificando-a comigo e identificando-me com ela. (MORIN, 2002)
Buscou-se mostrar com este trabalho, por meio da contextualização, a
atemporalidade de algumas obras, que mesmo tendo sido escritas já há algum
tempo continuam atuais.
Para um mesmo texto, leituras possíveis em certas épocas não o foram em outras, e leituras que não são possíveis hoje serão no futuro. Isto pode ser observado em nós mesmos: lemos diferentemente um mesmo texto em épocas (situações) diferentes. (ORLANDI, 1988)
2. Abordagem Teórica
Para pôr em prática este trabalho foram selecionadas algumas obras que
dialogam entre si por abordarem uma mesma temática em que a realidade e o
imaginário se fundem. Dessa forma, o trabalho com a leitura aqui proposto
envolve análise e pesquisa de gêneros distintos, mas que dialogam entre si por
meio da temática discriminação. Para tanto, foram formados quatro grupos: Grupo
A – gênero conto, “Uma negrinha acenando” (Dalton Trevisan), cinco alunas;
Grupo B – gênero novela, A terra dos meninos pelados (Graciliano Ramos), três
alunas, ficando combinado que, devido ao gênero ser mais extenso, elas fizessem
a leitura antecipada do livro em casa, para posteriormente comentarem e
discutirem com as colegas em sala; Grupo C – gênero crônica, “De quem são os
meninos de rua” (Marina Colasanti), cinco alunas; Grupo D – gênero poema,
“Navio Negreiro” (Castro Alves), cinco alunas. Para produção final, esses mesmos
grupos leram e analisaram individualmente os textos “Direitos Humanos”, de
Antônio Carlos Olivieri, e “O preconceito nosso de cada dia”, de Jaime Pinsky. De
acordo com os textos selecionados, percebe-se que são obras que abordam
assuntos polêmicos e que podem trazer para a sala de aula uma discussão sobre
valores e princípios. Requer-se, então, um cuidado especial, pois o professor
deve ter bem definidos quais valores pretende discutir, e o aluno, por sua vez,
deve compreender a importância de uma leitura reflexiva para o seu crescimento
como pessoa humana. Cândido afirma ser “a literatura um fator indispensável de
humanização”:
Entendo aqui por humanização […] o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida [...]. (CÂNDIDO, 1995)
Para a realização deste estudo foram utilizados oito momentos em sala de
aula, sendo cada momento de duas aulas geminadas, e mais oito encontros de
duas horas para ensaios e pesquisas extraclasse; somando aulas, pesquisas e
ensaios, foram utilizadas trinta e duas horas distribuídas nos meses de março e
abril de 2013. A abordagem metodológica dos conteúdos apresenta como suporte
metodológico o Método Recepcional, de acordo com a visão de Bordini e Aguiar
(1993), em consonância com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica
(2008). Assim, esse método contempla as seguintes etapas:
1ª) Determinação do horizonte de expectativas : é o momento em que o
professor faz uma sondagem procurando as preferências do aluno e qual a sua
história de vida. Essa sondagem é fundamental para que o professor comece o
seu trabalho com algo que vá ao encontro do interesse do aluno. Portanto, o
primeiro passo é a recepção do texto e seu reconhecimento, assegurado pela
relação dialógica estabelecida entre o autor, a obra e o leitor. Assim, o professor
deve dar especial atenção à recepção estética da obra, pois a primeira chamada
é que vai garantir a continuidade ou não da leitura.
2ª) Atendimento do horizonte de expectativas : neste momento, o
professor apresenta textos que condizem com o conhecimento de mundo do
aluno. Nesta primeira leitura o aluno fará uma interpretação rasa, ou seja, explícita.
3ª) Ruptura do horizonte de expectativas : aqui o aluno será provocado a
fazer uma leitura de textos um pouco mais complexos, textos que vão de encontro
às suas expectativas, causando até mesmo alguma estranheza, ampliando dessa
forma seus conhecimentos, por ir além da leitura trivial, dando um passo à frente
do que já trazia consigo. Daí a importância de se quebrar a monotonia, é preciso
ir além do óbvio. De acordo com Bordini e Aguiar (1988, p. 84), “Se a obra
corrobora o sistema de valores e normas do leitor, o horizonte de expectativas
desse permanece inalterado e sua posição psicológica é de conforto”.
4ª) Questionamento do horizonte de expectativas : neste momento o
aluno percebe o texto com um novo olhar questionando sobre o que lê, e é nessa
ponte entre o velho e o novo que se encontra o desafio e a magia da leitura.
5ª) Ampliação do horizonte de expectativas : aqui o aluno se posiciona
diante do texto de forma consciente e crítica, aceitando ou refutando a ideia
implícita no texto e, o que é mais importante, ficando aberto para outras leituras.
Para viabilizar um estudo com diversos gêneros textuais, tendo como
referência o Método Recepcional de Bordini e Aguiar, este trabalho desenvolveu-
se através de uma “Sequência Didática” que, segundo Dolz e Schneuwly (2004, p.
95), “é um conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemática,
em torno de um gênero textual oral ou escrito”. No caso específico deste artigo,
as atividades se voltaram para um tema, e não para um gênero.
A organização das atividades propostas foi dividida por módulos. No
primeiro módulo foi realizada uma sondagem com as alunas, dialogando sobre
suas experiências com a leitura, isto é, instigando uma produção oral, priorizando
assim o expor, o relatar. No segundo módulo, também numa relação dialógica,
foram trabalhados a pesquisa no laboratório de informática, apresentações,
debates e seminários. No terceiro módulo, o trabalho voltou-se para a leitura,
análise e produção de textos na ordem do argumentar.
Portanto, este estudo com diferentes gêneros textuais oferece uma
sequência de atividades contextualizadas e significativas, com o intuito de
incentivar a prática de uma leitura reflexiva e crítica, instigando os alunos a se
posicionarem diante do que leem numa atitude responsiva, realizando uma leitura
que vá além da compreensão trivial e ampliando os horizontes de expectativas
com textos que transformam o entendimento, sem com isso diminuir a leitura de
mundo que o aluno já traz consigo, pois ao velho agrega-se o novo. Assim, o
horizonte de expectativa do leitor depende do conhecimento prévio que ele já
possui sobre o assunto, e é a partir desse conhecimento empírico que o aluno vai
ampliando seus horizontes. Para Freire (1989, p. 9), “a leitura do mundo precede
a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da
continuidade da leitura daquele”.
Já é de conhecimento que o texto literário, em primeira instância, deve ser
entendido por sua propriedade estética, por suas características de emocionar e
de aguçar a imaginação do leitor, mas além de tudo isso, ou por causa disso, ele
ensina, ainda que de forma sublimada, como é a vida, como são as pessoas,
suas reações, suas atitudes frente às fraquezas, às derrotas e conquistas. Logo, a
literatura é indispensável para ampliar o universo do leitor.
Daí a importância da literatura na vida do cidadão, pois, além de instigar a
imaginação, dá equilíbrio e humaniza, melhorando a capacidade de observar,
sentir e compreender melhor o espaço.
Sabe-se que o trabalho com a leitura requer uma atenção especial, pois é
por meio do hábito de leitura que o aluno vai adquirindo autonomia para expor o
que pensa de forma coerente. Assim, o estudo dos textos selecionados esteve
voltado para as modalidades: compreensão auditiva, oralidade, leitura e escrita,
visando a compreensão de diferentes gêneros textuais que, apesar de abordarem
uma mesma temática, apresentam suas especificidades.
No primeiro e segundo módulos as atividades foram divididas em quatro
grupos e cada grupo estudou um gênero abordando a temática “discriminação”:
Grupo “A” estudou a temática “discriminação” por meio do gênero conto;
Grupo “B” estudou a temática “discriminação” por meio do gênero novela;
Grupo “C” estudou a temática “discriminação” por meio do gênero crônica;
Grupo “D” estudou a temática “discriminação” por meio do gênero poema.
No terceiro módulo todos os alunos estudaram a temática “Discriminação”
por meio do gênero “artigo de opinião”.
3. Abordagem metodológica
3.1. Primeiro Módulo – Março
Objetivo: Apresentar aos alunos a produção objeto de Implementação na
Escola, sondado o conhecimento prévio sobre a temática “discriminação”.
Produção Inicial: Conhecimento Sincrético.
Atividade 1: 1 Hora/Aula (oralidade e leitura em voz alta).
Texto objeto de estudo: “Negrinha” (Monteiro Lobato).
Como produção inicial o professor instigou o conhecimento prévio do aluno,
estimulando-o a formular hipóteses, a buscar alternativas sobre a temática
discriminação. Esta sondagem ajudou a descobrir o que os alunos já sabiam
sobre o bullying e estereótipos, ainda que de uma forma sincrética. Assim, nesse
primeiro instante, foi colocada a temática discriminação, apresentando como
objeto de estudo o conto “Negrinha”, de Monteiro Lobato. Esse conto foi publicado
no começo do século XX, e mesmo décadas após a abolição, Lobato faz uma
crítica à mentalidade escravocrata da época. Antes de iniciar a leitura do texto foi
feita uma analogia sobre a época em que fora escrito o conto com o contexto
atual. Nessa primeira instância, a leitura foi realizada pelo professor em voz alta,
favorecendo a compreensão através dos gestos, entonação, do ritmo e do tom; no
caso do conto “Negrinha”, o narrador muitas vezes faz uso de um tom irônico, e a
percepção desses recursos extralinguísticos, ajuda o aluno a dar sentido ao texto.
Após a leitura abriu-se um leque de indagações para que os alunos
comentassem sobre as seguintes questões: o que já sabiam sobre discriminação?
O que gostariam de saber? O texto ”Negrinha” passou algum ensinamento? É
possível fazer analogias com o que diz o texto e a realidade? Procurou-se, dessa
forma, trabalhar o conhecimento empírico do aluno.
É importante entender que no momento em que o aluno faz uso da
oralidade para expor suas considerações, salvo algumas exceções, faz também
uso de uma linguagem informal, expondo como ele percebe o tema discriminação,
como sente no meio em que vive esse problema, se já foi alvo de algum tipo de
preconceito ou se já viu um colega passar por algum constrangimento dessa
natureza. Contextualiza-se, assim, o que o aluno entendera sobre o texto. É
preciso compreender, também, que na oralidade o aluno faz uso de recursos
extralingüísticos, como gestos e mímicas, na ânsia de ser compreendido. É
necessário respeitar a espontaneidade do aluno nesse momento.
A maior ação repressora em sala de aula recai, sem dúvida, sobre o discurso. O silêncio é um bem sagrado. A criança não só é impedida de se expressar espontaneamente, mas, sobretudo, é ensinada, a cada dia, a não fazê-lo (FREITAS, 1986)
É dando oportunidades para os alunos se manifestarem oralmente que eles
vão percebendo a necessidade de se adequar a fala de acordo com a situação,
conforme preconizam os Parâmetros Curriculares Nacionais. Em seguida, foi
solicitado aos alunos para que fizessem uma leitura em voz baixa dos textos que
foram selecionados para cada grupo. Após a leitura os alunos comentaram com
os colegas sobre o que leram e organizaram-se para discutir a forma de
apresentação dos textos objetos de estudo. Nesse momento os alunos também
estipularam horários extraclasse para realizarem os ensaios. As apresentações
foram desenvolvidas através de encenação; jogral; monólogo; declamação, slides.
Atividade 2 : 1 Hora/Aula (leitura e análise).
Para esse momento o professor pediu aos alunos que fizessem a leitura
em voz baixa dos textos selecionados e observassem a estratégia que o autor
utilizou para dizer o que disse, de quais recursos linguísticos o autor fez uso para
deixar sua marca no texto; no caso do conto “Negrinha”, Lobato faz uso da figura
de linguagem ironia, estabelecendo um conflito entre o que se diz e o que se quer
dizer. Em “Uma negrinha acenando”, Dalton Trevisan faz uso de uma linguagem
enxuta e utiliza o diálogo para dar veracidade e dinamicidade ao conto. Na novela
A Terra dos meninos pelados, Graciliano Ramos brinca com as palavras utilizando
neologismos, dando um tom ora real, ora fantástico ao texto. Na crônica “De
quem são os meninos de rua”, Marina Colasanti traz à tona uma importante
questão social: a presença das crianças nas ruas do país; a autora faz um jogo
entre o ser da rua e o estar na rua, passando uma ideia não de qualidade, mas de
localidade. Em “Navio Negreiro”, o poeta Castro Alves utiliza metáforas para
expressar seu pensamento abolicionista.
A receptividade e a expressividade da obra [...] depende da ação de
fatores do meio, que se exprimem na obra em graus diversos de sublimação; e produz sobre os indivíduos um efeito prático, modificando a sua conduta e concepção do mundo, ou reforçando neles o sentimento dos valores sociais. [...] (CANDIDO, 2006)
Atividade 3: 1 Hora/Aula (oralidade e escrita).
Após a leitura dos textos em voz baixa, com os alunos dispostos em círculo,
abriu-se um espaço de discussão e de questionamentos sobre os textos
selecionados, para que os integrantes de cada grupo indicassem o que leram
para os colegas e falassem de suas experiências com a leitura do texto. Depois
de explanarem sobre as experiências que tiveram com a leitura, o professor
formulou perguntas aos alunos, posicionando-se primeiramente sobre o conto de
Dalton Trevisan, “Uma negrinha acenando”, que retrata uma realidade social do
século XX. Em seguida, indagou sobre o que os textos de Graciliano Ramos,
Marina Colasanti e Castro Alves têm em comum? Que analogia pode-se fazer
entre a época em que foram escritos e os dias atuais? Instigou-se de tal modo o
aluno a manifestar e elaborar pontos de vista sobre o que está explícito no texto.
Após a discussão o professor solicitou que o aluno registrasse no caderno
sua posição sobre o que lera e ouvira, levando-o a explorar a construção de
significados que extrapolam a estrutura do texto, de modo a estabelecer relações
condizentes com situações reais de discriminação. Segundo Lajolo (2010, p. 15),
“Ou o texto dá um sentido ao mundo, ou não tem sentido nenhum”.
Atividade 4 : 1 Hora/Aula (leitura e oralidade)
Neste momento abriu-se um espaço para que um aluno de cada grupo
fizesse a leitura em voz alta do texto objeto de estudo. O texto A terra dos
meninos pelados, de Graciliano Ramos, por ser mais extenso, foi apenas
comentado. Antes da leitura do poema “Navio Negreiro”, o professor pediu a
atenção dos alunos para o ritmo cadenciado do poema e solicitou para que
observassem a construção da imagem poética através das figuras de linguagem,
representando a visão de mundo e a subjetividade do autor. Depois da leitura de
cada texto o professor perguntou para o aluno: qual era o assunto abordado no
texto? O gênero textual? Tipo de linguagem: formal ou informal? Em seguida
perguntou aos alunos de cada grupo se recomendariam ou não o texto que leram?
E por quê? Nesse momento somente os alunos do grupo “D” fizeram uma
ressalva, dizendo que recomendariam o poema “Navio Negreiro”, porém disseram
ter encontrado dificuldades em entendê-lo devido ao vocabulário.
Atividade 5 (os ensaios foram realizados extraclasse).
Para essa atividade os alunos escolheram, com a ajuda do professor, qual
a melhor maneira de apresentar o texto objeto de estudo. Foram sugeridas
algumas formas de trabalho: contação de história; monólogo; dramatização e
declamação.
Atividade 6: 2 Horas/Aula (Apresentação dos grupos).
1) Grupo A: dramatizou o diálogo dos dois personagens do conto “Uma negrinha
acenando” (Dalton Trevisan);
2) Grupo B: elaborou uma síntese da novela de Graciliano Ramos, A terra dos
meninos pelados, e distribuiu uma cópia para os colegas;
3) Grupo C: apresentou um monólogo, da crônica “De quem são os meninos de
rua” (Marina Colasanti);
4) Grupo D: apresentou um jogral do poema “Navio Negreiro” (Castro Alves).
No término das apresentações o professor solicitou aos alunos que
criassem um desfecho diferente para a personagem principal do texto objeto de
estudo e entregassem na próxima aula. (O grupo “B” não realizou essa atividade).
3. 2. Segundo Módulo – Março/Abril (quatro etapas)
Objetivos: Relacionar, comparar, interpretar e debater questões que estão
presentes nas obras selecionadas de autores diferentes, que foram escritas no
século XX, mas que condizem com a realidade do século XXI, estabelecendo-se
dessa forma uma relação entre o ensino-aprendizagem em sala de aula e a
sociedade.
Esse módulo foi dividido em quatro etapas, sendo a primeira etapa de
pesquisa no laboratório de informática. Cada aluno pesquisou a temática
“discriminação” no gênero pertinente ao seu grupo de estudo. Na segunda etapa
foram trabalhados: a roda de leitura, encenação, declamação e comparação dos
textos pesquisados na internet. Na terceira etapa os alunos de cada grupo fizeram
um estudo extraclasse, pesquisando em textos não literários a temática
discriminação que está presente nos textos objeto de estudo. A quarta etapa foi
realizada através de um seminário. Os alunos compararam os textos literários
objetos de estudo com a pesquisa que fizeram sobre o assunto, abrindo um
paralelo entre o que diz o texto literário e o não literário. Nesse momento o aluno
é levado a pensar sobre os vários tipos de preconceitos e estereótipos que
existem, instigando-o a fazer uma leitura reflexiva sobre a realidade atual.
Segundo Silva, (2010, p. 13), deve-se “ler para compreender como funciona a
sociedade e para nos compreendermos criticamente dentro dela”.
Atividade 1 – Primeira Etapa: 1 Hora/Aula (pesquisa na Internet).
Nessa atividade os alunos pesquisaram no laboratório de informática a
temática discriminação no gênero textual selecionado para o seu grupo, ou seja,
os alunos conheceram outros textos do mesmo gênero abordando a temática
discriminação. Depois da pesquisa realizada disponibilizou-se um tempo para que
os grupos discutissem como seria a apresentação do que fora pesquisado. Como
sugestão o professor citou algumas formas de se trabalhar com os diferentes
gêneros textuais: declamação, roda de leitura, encenação, análise dos textos
identificando semelhanças e diferenças de cada gênero (ensaios extraclasse).
Atividade 2 – Segunda Etapa: 2 Horas/Aula (apresentação dos grupos).
Após os ensaios feitos extraclasse, as atividades ficaram assim distribuídas:
Grupo A, conto – apresentou os textos através da “Roda de leitura” (dois contos);
Grupo B, novela – esse grupo encenou apenas um texto desse gênero;
Grupo C, crônica – os alunos escolheram um texto do grupo A, um do grupo B e
outro texto do grupo D. Assim, os alunos do grupo C ficaram com um texto de
cada gênero e dedicaram-se a analisá-los e mostraram através de um painel as
semelhanças e diferenças entre eles.
Grupo D, poema – os alunos desse grupo declamaram um poema.
Atividade 3 – Terceira Etapa (pesquisa e ensaios extraclasse).
Atividade realizada extraclasse: os alunos pesquisaram sobre o assunto
abordado no texto objeto de estudo e elaboraram uma síntese das ideias mais
significativas sobre o que fora pesquisado para a apresentação do seminário.
Assim, os alunos do grupo A, que tiveram como objeto de estudo o conto “Uma
negrinha acenando”, de Dalton Trevisan, pesquisaram sobre o espaço do negro
nos séculos XX e XXI. Como era o espaço do negro na mídia ontem? E hoje,
houve mudança? O que mudou? O que pode ser mudado ainda? Esse estudo
encontra respaldo nas Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações
Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Os
alunos do grupo B, que tiveram como objeto de estudo o texto “A terra dos
meninos pelados”, de Graciliano Ramos, pesquisaram sobre o bullying e sobre os
estereótipos; os alunos do grupo C, que tiveram como objeto de estudo a crônica
de Marina Colasanti “De quem são os meninos de rua”, pesquisaram sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e os do grupo D, do poema “Navio
Negreiro”, de Castro Alves pesquisaram sobre as cotas raciais nas Universidades
e também sobre a Lei 10. 639 de 2003 que inclui no Currículo Oficial da Rede de
Ensino a obrigatoriedade da inserção dos conteúdos de “História e Cultura Afro”.
Atividade 4 – Quarta Etapa: 3 Horas/Aula (socialização).
Apresentação do seminário: Cada grupo iniciou a apresentação do
seminário fazendo a releitura e contextualização do texto objeto de estudo,
abordando a temática “discriminação”; em seguida explanaram para os colegas o
que fora pesquisado extraclasse, contextualizando o real e o imaginário e
estabelecendo relações de semelhanças e diferenças. O que mudou? O que
permanece? O que poderá ser mudado?
Utilizou-se a lousa e vídeos para divulgar o conteúdo das apresentações.
Grupo A, gênero conto. Texto objeto de estudo : “Uma negrinha acenando”,
Dalton Trevisan. Leitura e exposição da pesquisa extraclasse. Conteúdo: O
espaço do negro no século XX e XXI.
Grupo B, gênero novela. Texto objeto de estudo : A terra dos meninos pelados,
Graciliano Ramos. Leitura e exposição da pesquisa realizada extraclasse.
Conteúdo: Estereótipos e bullying.
Como complemento, ao final da apresentação os alunos desse grupo
exibiram o vídeo A terra dos meninos pelados.
Grupo C, gênero crônica. Texto objeto de estudo: “De quem são os meninos
de rua”, Marina Colasanti. Leitura e exposição da pesquisa realizada extraclasse.
Conteúdo: ECA.
Grupo D, gênero poema. Texto objeto de estudo: “Navio Negreiro”, Castro
Alves. Leitura e exposição da pesquisa realizada extraclasse. Conteúdo: Lei
10.639/2003 e as cotas raciais nas universidades.
Antes da apresentação do seminário os alunos desse grupo exibiram o
vídeo Navio Negreiro, com narração de Paulo Autran. Após as apresentações,
abriu-se um espaço para que todos os alunos comentassem: como ocorreu a
pesquisa? Do que mais gostaram? Quais foram as maiores dificuldades que
encontraram? Como percebiam o texto objeto de estudo, depois da pesquisa?
Houve mudança? Qual?
3.3. Terceiro Módulo – Abril
Conhecimento sintético (produção final – artigo de opinião).
Objetivos: Promover leituras e debates para que o aluno progrida em sua
capacidade de argumentar oralmente e por escrito; segundo Orlandi (1988, p. 79),
“É nesse momento que se dá a passagem do sujeito-enunciador para o de sujeito-
autor”.
Neste módulo as atividades tiveram quatro momentos: 1º) leitura e
interpretação oral dos textos “Direitos humanos” e “O preconceito nosso de cada
dia”, 2º) debate sobre os textos; 3º) produção de um texto argumentativo
(atividade individual); 4º) refacção do texto.
Atividade 1: 1 Hora/ Aula (oralidade e leitura). Texto objeto de estudo : “ Direitos Humanos”, Antônio Carlos Olivieri.
Para esta atividade disponibilizou-se para cada aluno uma cópia do texto
“Direitos Humanos”, de Antônio Carlos Olivieri. Antes de iniciar a leitura do texto o
professor ativou o conhecimento prévio dos alunos, perguntando sobre o gênero
textual artigo de opinião. Qual o suporte? Quem escreve? Qual é o público alvo?
Depois desta primeira sondagem, foram distribuídos para os alunos exemplares
de revistas e jornais que continham textos na ordem do argumentar, tais como:
anúncios, carta do leitor, editorial e artigo de opinião. Os alunos foram levados a
perceber que esses textos, mesmo sendo todos da ordem do argumentar,
possuem cada um suas especificidades.
Após a leitura do texto abriu-se um espaço para os alunos discutirem sobre
valores morais e éticos, tendo como referência a Declaração dos Direitos
Humanos; segundo Antunes (2007, p.152), ”[...] se quisermos promover a inclusão
de nossos alunos, nada mais urgente do que incluí-los no mundo da leitura, da
escrita, da análise, da reflexão crítica e criadora. [...] A gramática apenas é pouco
demais para essa travessia [...].”
Atividade 2: 1 Hora/ Aula (leitura e oralidade). Debate.
Texto objeto de estudo: “O preconceito nosso de cada dia”, Jaime Pinsk.
Nessa atividade distribuiu-se para cada aluno uma cópia do texto “O
preconceito nosso de cada dia”, do historiador Jaime Pinsky; em seguida, o
professor fez a leitura do texto em voz alta e pediu para que os alunos se
organizassem em um grande grupo para debater sobre os tipos de preconceitos
que há em nossa sociedade e, como início do debate, sugeriu-se que os alunos
comentassem sobre o título do texto “O preconceito nosso de cada dia” e sobre a
afirmação no primeiro parágrafo, “O preconceito é o outro que tem”. O debate
transcorreu de forma democrática e dinâmica. Para finalizar, cada aluno escreveu
um parágrafo com o título: “Preconceito, por que sim”, para que registrasse sua
opinião sobre o assunto estudado. Em seguida, alguns alunos leram suas
considerações para os colegas.
Ao confirmar e negar, propor e denunciar, apoiar e combater, a literatura possibilita ao homem viver seus problemas de forma dialética, tornando-se um “bem incompressível”, pois confirma o homem na sua humanidade, inclusive porque atua em grande parte no subconsciente e no inconsciente. (CANDIDO, 1995)
Atividade 3: 1 Hora/Aula (leitura e produção – atividade individual).
Antes de começar a escrever o artigo cada aluno, com a ajuda do professor,
definiu bem o ponto de vista que pretendia defender ou refutar em seu texto
argumentativo. Cada aluno produziu um artigo de opinião sobre o que fora
selecionado para o seu grupo, ficando assim distribuídos:
Os alunos do grupo A argumentaram como era o espaço do negro na
sociedade ontem e como é hoje. Questão polêmica: você acha que o negro já
conquistou o seu espaço na sociedade brasileira?
Os alunos do grupo B escreveram sobre os vários tipos de estereótipos e
de bullying que constantemente a mídia divulga. Questão polêmica: a forma como
a mídia vem divulgando os vários tipos de preconceitos que há na sociedade
pode diminuir ou aumentar os casos de discriminação?
Os alunos do grupo C escreveram sobre o menor abandonado e sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Questão polêmica: a criança
brasileira tem o seu espaço respeitado na sociedade contemporânea?
Os alunos do grupo D escreveram sobre o espaço do negro na sociedade,
discorrendo sobre a Lei 10. 639/2003 e sobre as cotas raciais nas Universidades.
Questão polêmica: as cotas raciais nas Universidades contribuem para aumentar
ou diminuir as desigualdades?
Atividade 4 : 1 Hora/Aula (refacção do texto).
Depois de terem escrito seus textos, cada grupo se organizou e escolheu o
texto que melhor retratou o assunto estudado. Os alunos que tiveram textos
selecionados reescreveram um texto coletivo discorrendo sobre os vários tipos de
discriminação que há em nossa sociedade, tendo este último texto um espaço no
jornal Correio Estudantil, do Colégio Nilson Ribas.
4. Considerações finais
Este estudo propiciou um trabalho através de comparação e análise de
textos que trazem como tema a discriminação, instigando, assim, a prática de
uma leitura reflexiva entre alunos que, possivelmente num futuro próximo, estarão
dando aulas, abrindo espaço para a análise, a reflexão e a discussão sobre os
assuntos do mundo contemporâneo. Sabe-se que muitos temas polêmicos,
principalmente os que abordam discriminação racial, bullying e estereótipos de
qualquer natureza, são motivos de preocupação constante na sociedade.
Acredita-se que os textos literários e não literários selecionados para este estudo
ajudaram os alunos a refletirem sobre a realidade que os cercam, e a perceberem
como continua atual o tema discriminação abordado nas diferentes obras do
século XX, instigando uma leitura reflexiva que leva a uma compreensão que vai
além das normas gramaticais, propiciando uma leitura de mundo.
CRONOGRAMA
IMPLEMENTAÇÂO DA UNIDADE DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2012/ 2013 Quadro 01
ATIVIDADES
MARÇO/ABRIL 2013, 1º e 2º MÓDULOS
ABRIL /2013, 3º MÓDULO
LEITURAS, DEBATES E PRODUÇÃO INICIAL – TRABALHO EM GRUPO E INDIVIDUAL (primeiro módulo).
X
APRESENTAÇÃO DOS GRUPOS SOBRE OS TEXTOS LIDOS E DEBATIDOS ATRAVÉS DA DRAMATIZAÇÃO, JOGRAL, MONÓLOGO, SÍNTESE E VÍDEOS (cont. do primeiro módulo).
X
PESQUISA NO LABORATÓRIO SOBRE O GÊNERO ESTUDADO DENTRO DA MESMA TEMATICA. TRABALHO EM GRUPO (segundo módulo).
X
APRESENTAÇÃO DOS GÊNEROS PESQUISADOS NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA. TRABALHO EM GRUPO ATRAVÈS DE RODA DE LEITURA, DRAMATIZAÇÃO, DECLAMAÇÃO (cont. do segundo módulo).
X
PESQUISA EXTRACLASSE SOBRE OS ASSUNTOS ABORDADOS NOS TEXTOS SELECIONADOS – TRABALHO EM GRUPO (cont. segundo módulo).
X
X
APRESENTAÇÃO DOS SEMINÁRIOS: LEITURA DOS TEXTOS SELECIONADOS E EXPLANAÇÃO SOBRE OS MESMOS, FAZENDO ANALOGIAS COM A REALIDADE (cont. segundo módulo).
X
X
PRODUÇÃO FINAL – TEXTO DE OPINIÃO: LEITURA, ESCRITA E REESCRITA DE TEXTO ARGUMENTATIVO. TRABALHO INDIVIDUAL E EM GRUPO (terceiro módulo).
X
CONTEXTO PRODUÇÂO
Quadro 02 – Contexto de Produção
GÊNERO
LOCAL DE
CIRCULAÇÂO
PÚBLICO ALVO
AUTOR
TEXTOS OBJETOS DE
ESTUDO
CONTO
livros, revistas, jornais e internet
leitores de narrativas curtas
Monteiro Lobato e
Dalton Trevisan
“Negrinha” e
“Uma negrinha acenando”
CRÔNICA
livros, revistas jornais e internet
leitores de narrativas curtas
Marina Colasanti “De quem são os meninos de rua?”
NOVELA
livros, internet leitores de narrativas curtas
Graciliano Ramos
A terra dos meninos pelados
POEMA
livros, jornais, revistas e internet
leitores de uma maneira geral
Castro Alves e
Manuel Bandeira
“Navio Negreiro” e
“Teresa”
ARTIGO DE OPINIÃO
jornais, diários revistas semanais e
internet
leitores de jornais, alunos do Ensino
Médio e universitários
Antônio Carlos Olivieri e
Jaime Pinsky
“Direitos Humanos” e
“O preconceito nosso de cada dia”
Referências:
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CANDIDO, Antônio. “O Direito à Literatura”. In: Vários escritos . São Paulo: Duas Cidades, 1995.
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